A cartilha fala sobre as diferenças entre animais venenosos e peçonhentos, sobre como se cuidar para evitar e tratar acidentes com eles e, ainda, apresenta algumas espécies peçonhentas do estado do Paraná.
Cartilha animais peçonhentos: conhecer para respeitar e prevenir acidentes
1. Autora: Talitha Pires Borges Leite
Orientadora: Ana Maria Caliman Filadelfi
Universidade Federal do Paraná
Setor de Ciências Biológicas
Departamento de Fisiologia
“Fisiologia na educação de jovens
conscientes para a cidadania”
2. Luíza e seu pai estavam andando por uma
trilha, quando uma cobra surge no caminho.
Socorro papai, um bicho
venenoso. Mata ele!
Não se assuste eu sou do
bem, só estou passando...
Querida não se preocupe,
os animais em geral só
atacam quando se sentem
em perigo.
3. Como seu pai já disse, nós as
cobrasssss, só atacamos em situações
de perigo. Estamos em nossa toca
(casa) e alguém pisa em cima dela: é
natural nos defendermos!!
Exatamente! Filha, os animais
peçonhentos estão por toda parte e
cada um tem sua importância.
Porém, nós temos que cuidar por
onde andamos e mexemos para evitar
acidentes se eles tentarem se
defender!!!
Muitas pessoas nos matam porque
acham que somos más e por isso
temos cada vez menos amigosssss na
natureza. Todos temos um papel
importante na natureza!!! Por
exemplo, as cobras, alimentam-se de
roedores e com isso impedem um
grande aumento da população destes.
As aranhas e escorpiões fazem o
mesmo em relação aos insetos e as
abelhas polinizam as flores...
4. Você sabe a diferença entre um
animal peçonhento e um venenoso?
Hum..., não sei! Os dois são perigosos?!
Mais ou menos isso, hehehe. Os animais peçonhentos possuem
glândulas de veneno que se comunicam com dentes ou ferrões,
por onde ele passa, como se fosse uma injeção. Eu sou um
exemplo, meus dentes são ocos e por eles pode passar o veneno.
5. Uso para me defender em situações de perigo ou para
caçar alimentos. Outros bichinhos peçonhentos além de
mim são escorpiões, aranhas, abelhas, etc.
Os animais venenosos também possuem
glândulas de veneno assim como nós,
cobras, mas não um local para injetá-lo...
Alguns desses bichos são os sapos,
que possuem as glândulas de veneno
na pele. Vocês humanos, podem se
intoxicar apenas tocando sapos
muito venenosos, geralmente mais
coloridos!!
6. Tem também as lagartas das borboletas,
as águas-vivas e o peixe baiacu
7. Que interessante, não
sabia dessa diferença,
sempre chamei tudo de
venenoso
Que interessante, não
sabia dessa diferença,
sempre chamei tudo de
venenoso...
Entendi, mas mesmo assim
tenho medo de vocês... Como
posso evitar os acidentes com
as picadas?
Você deve usar calçados fechados
quando for ao quintal ou sair para
caminhar em parques e bosques,
assim como estamos agora.
Geralmente estes animais
alcançam até nosso joelho.
8. Que interessante, não sabia dessa
diferença, sempre chamei tudo de
venenoso
Também precisa olhar dentro
dos sapatos e roupas, sacudindo
antes de usar, pois podem ter
aranhas ou até cobras dentro!!
Sim, é bem aconchegante ficar
dentro das botassssss no inverno...,
kkkk
Que interessante, não sabia
dessa diferença, sempre chamei
tudo de venenoso
Além dos pés, é importante ter
cuidado com as mãos. Não
colocar a mão em qualquer
buraco, em folhas ou galhos,
sem usar luva e sem olhar com
atenção!!
9. Que interessante, não sabia dessa
diferença, sempre chamei tudo de
venenoso
Por último, é importante manter
as áreas ao redor da casa sempre
limpas, sem entulhos ou lixos.
Hummm, entendi! Mas se mesmo
assim eu for picada o que faço????
Que interessante, não sabia
dessa diferença, sempre
chamei tudo de venenoso
Procure ficar calma querida,
pois eu te levarei rapidamente
ao hospital. Mas antes,
devemos lavar o local da
picada com água corrente e
deixa-lo um pouco elevado até
chegar ao atendimento.
10. Que interessante, não sabia dessa
diferença, sempre chamei tudo de
venenoso
Que interessante, não sabia
dessa diferença, sempre chamei
tudo de venenoso
E chupar o local da ferida?
Não ajuda tirar o meu
veneno?
Também não se pode amarrar
ou fazer torniquetes, a
circulação do sangue ficará
retida podendo gerar necrose e
destruição dos tecidos locais!!!
Não, pois o veneno é muito
poderoso e se espalha
rapidamente. Se o local é sugado
pode-se aumentar a lesão e até
contaminá-la com bactérias!!!
Assim, o certo é ir imediatamente
a um atendimento médico.
11. Que interessante, não sabia dessa
diferença, sempre chamei tudo de
venenoso
Pai, todos os venenos são iguais?
Não, os animais possuem venenos com
ações diferentes que podem causar :
*morte do tecido (necrose) devido à
destruição de proteínas.
*ação direta no sistema nervoso
causando alterações de consciência,
perturbações visuais, etc.
*destruição das células do sangue
(hemácias).
*deficiência na coagulação sanguínea.
É pessoal, protejam-se e preservem a
natureza! Vejam as informações a
seguir e até a próxxxxxxima.
12. Como vimos na conversa entre Luísa,
seu pai e a cobra , os acidentes com os animais
peçonhentos só ocorrem como forma de defesa,
quando este animais se sentem ameaçados.
Muitas pessoas estão destruindo o
hábitat destes animais realizando desmatamento
e queimadas, com isso eles irão buscar outros
locais pra viver, podendo ficar mais perto das
nossas moradias.
Agora que já vimos como estes animais
são importantes, como se prevenir de acidentes e
como agir quando acontecer, vamos conhecer
melhor algumas espécies peçonhentas...
13. Jararacas (Bothrops spp.)
Cascavel (Crotalus durissus)
Responsável por cerca de
70% dos acidentes do
estado e até do país.
Para se defender, seu
comportamento é agressivo
e ágil. A picada causa muita
dor e grave inchaço no
local. O veneno pode causar
necrose e perda de sangue.
Representa, aproximada-
mente, 8% dos acidentes
ocorridos no Brasil com
maior taxa de
mortalidade. Esta cobra
vive em regiões secas e
pedregosas. Seu veneno
pode afetar o sistema
nervoso e destruir células
do sangue.
14. Coral-verdadeira (Micrurus spp.)
São raros os casos, mas quando ocorrem são
muito graves, pois o veneno é altamente forte
com ação sobre o sistema nervoso. Possuem um
padrão corporal típico, com anéis vermelhos,
brancos e pretos. Não são agressivas.
15. Encontrada em jardins,
entulhos, tijolos,
bananeiras e em árvores
com muita folhagem.
Ao se defender, possui
comportamento agressivo,
“arma-se” para atacar,
levantando o primeiro par
de patas.
Muito confundida com a
aranha-armadeira, também
é encontrada no jardim.
Não possui comporta-
mento agressivo, sua picada
é muito dolorosa, porém
sem muitos agravantes.
Possui pelos que podem
causar reações alérgicas.
Aranha-armadeira (Phoneutria spp.)
Tarântula (Lycosa spp.)
16. Muito conhecida em nossa região, encontrou
condições para sua sobrevivência dentro das
casas. Pode ser encontrada atrás de móveis, em
frestas, junto a roupas e calçados. Em geral as
picadas ocorrem quando a pessoa está dormindo
ou ao se vestir.
Em caso de suspeita de picada é indicado procurar
auxílio médico o mais rápido possível, pois o
veneno tem diversas ações tóxicas!!!
Aranha-marrom (Loxosceles spp.)
17. Tytus spp.
Estes animais habitam locais
escuros e úmidos, como
entulhos. Alimentam-se de
insetos e possuem hábito
noturno.
Os acidentes vão de
moderados à graves, podendo
levar a morte, principalmente
de crianças. A picada é
caracterizada por dor intensa e
inchaço no local.
Os membros das famílias
Apidae (abelhas e
mamangavas) e Vespidae
(vespas) possuem ferrões
capazes de injetar o veneno.
Estas ferroadas podem
provocar alergia leve ou até
mesmo uma ação tóxica
grave se ocasionada por
centenas destes insetos.
18. Manter a vítima calma e deitada;
Evitar que a vítima se movimente para não
favorecer a absorção do veneno;
Localizar a marca da picada, limpar o local com
água e cobrir com um pano limpo;
Em todos os casos, levar a vítima imediatamente
ao serviço de saúde mais próximo, para receber os
cuidados médicos adequados e receber o soro
antiveneno, quando necessário;
Quando possível e não oferecer riscos, levar o
animal para sua identificação para que a vítima
possa receber o soro específico;
NÃO fazer torniquete, pois a circulação do sangue
ficará impedida, isso pode causar gangrena ou
necrose;
NÃO cortar o local da ferida para fazer “sangria‘”!
19. Centro de Controle de Envenenamento de Curitiba
Hospital das Clínicas da UFPR
Fone: (41) 3264-8290; 3363-7820; 0800-410-148
Unidades de saúde em Curitiba com tratamento de soros
anti peçonhentos :
CEMUM Sítio Cercado 24H
Fone: (41) 3378-6405
US Boa Vista 24H
Fone: (41) 3251-1043/ 3251-1006
CEMUM Boqueirão 24H
Fone: (41) 3277-3701/3277-1248
CEMUM Campo Comprido 24H
Fone: (41) 3373-6985/3373-1332
CEMUM Alberto Sabin 24H
Fone: (41) 3314-5112
CEMUM Pinheirinho 24
Fone: (41) 3212-1470/3212-1457
20. Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul:
http://www.cit.rs.gov.br/index.php?option=com_content&
view=category&layout=blog&id=4&Itemid=56
Ministério da Saúde:
http://portalsaude.saude.gov.br/
Secretaria de Saúde de Curitiba - Zoonoses e Vetores:
http://www.saude.curitiba.pr.gov.br/index.php/vigilancia/
saude-ambiental/zoonoses-e-vetores
Secretária de Saúde do Estado do Paraná:
http://www.saude.pr.gov.br/
Sistema Nacional de Informações Toxico Farmacológicas –
FIOCRUZ:
http://www.fiocruz.br/sinitox/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?si
d=68
http://www.freeimages.com/
21. Autora: Talitha Pires Borges Leite
Ilustrações: Lucas Enes Santos
Orientadora: Ana Maria Caliman Filadelfi
“Fisiologia na educação de jovens
conscientes para a cidadania”
Setor de Ciências Biológicas
Departamento de Fisiologia