3. O Simbolismo
É um estilo literário, do teatro e
das artes plásticas.
Surgiu na França, no final do
século XIX.
Oposição ao Realismo e ao
Naturalismo.
5. “Nomear um objeto é suprimir três
quartos do prazer do poema, que é
feito da felicidade de adivinhar pouco a
pouco; sugeri-lo, eis o sonho, (...) pois
deve haver sempre enigma em poesia,
e é o objetivo da Literatura – e não há
outro – evocar os objetos.” Mallarmé
6. Antes de qualquer coisa, música
(...)
É preciso também que não vás nunca
Escolher tuas palavras sem ambiguidade:
Nada mais caro que a canção cinzenta
Onde o indeciso se junta ao impreciso.
Paul Verlaine
7. Histórico e características
A partir de 1881, na França.
Pintores, autores teatrais e escritores.
Misticismo advindo do grande
intercâmbio com as artes, pensamento
e religiões orientais.
Diferentes formas de olhar sobre o
mundo, de ver, e demonstrar o
sentimento.
9. Subjetivismo
Interesse pelo particular e individual.
Realidade focalizada sob o ponto de vista de um
único indivíduo.
A visão objetiva da realidade não desperta mais
interesse.
É uma poesia que se opõe à poética parnasiana.
Reaproxima-se da estética romântica.
Volta-se para o coração.
Procura o mais profundo do "eu", o
inconsciente, o sonho.
10. Musicalidade
Aproximação da poesia com a música.
A aliteração:
consiste na repetição sistemática de um
mesmo fonema consonantal.
A assonância:
caracterizada pela repetição de fonemas
vocálicos.
11. Transcendentalismo
Sugere, através das palavras, sem nomear
objetivamente os elementos da realidade.
Enfatiza o imaginário e a fantasia.
Interpreta a realidade através da intuição e
não da razão ou da lógica.
Prefere o vago, o indefinido ou impreciso.
palavras como:
névoa, neblina, bruma, vaporosa.
12. Literatura do simbolismo
Os temas são místicos, espirituais.
Abusa-se da sinestesia (sensação produzida pela
interpenetração de órgãos sensoriais:
"cheiro doce" ou "grito vermelho"), das aliterações
(repetição de letras ou sílabas numa mesma
oração:
"Na messe que estremece") e das assonâncias
(repetição fônica das vogais: repetição da vogal "e"
no mesmo exemplo de aliteração) tornando os textos
poéticos simbolistas profundamente musicais.
13. Correspondências
A natureza é um templo onde vivos pilares
Deixam filtrar não raro insólitos enredos;
O homem o cruza em meio a um bosque de segredos
Que ali o espreitam com seus olhos familiares.
Como ecos longos que à distância se matizam
Numa vertiginosa e lúgubre unidade,
Tão vasta quanto a noite e quanto a claridade,
Os sons, as cores e os perfumes se harmonizam.
Há aromas frescos como a carne dos infantes,
Doces como o oboé, verdes como a campina,
E outros, já dissolutos, ricos e triunfantes,
Com a fluidez daquilo que jamais termina,
Como o almíscar, o incenso e as resinas do Oriente,
Que a glória exaltam dos sentidos e da mente.
Charles Baudelaire
14. No Brasil
Dois grandes poetas destacaram-se dentro
do movimento simbolista:
Cruz e Sousa a angústia de sua condição,
reflete-se no comentário de Manuel
Bandeira: "Não há (na literatura brasileira)
gritos mais dilacerantes, suspiros mais
profundos do que os seus".
Alphonsus de Guimarães
15. Simbolismo brasileiro
Início: 1893 - Publicação das obras
MISSAL E BROQUÉIS, de Cruz e
Sousa.
Fim: 1902 - Publicação da obra
OS SERTÕES, de Euclides da
Cunha.
16. Principais artistas simbolistas
Cruz e Sousa (1861-1898)
Filho de ex-escravos, foi criado por um
Marechal e sua esposa como um filho e teve
educação de qualidade. Perseguido a vida
inteira por ser negro, culminando com o fato
de ter sido proibido de assumir um cargo de
juiz só por isso. É ativo na causa abolicionista.
Morre jovem de tuberculose, vítima da pobreza
e do preconceito.
17. Cruz e Sousa
Uma de suas obsessões era cor branca,
como mostra a passagem a seguir:
"Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
de luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incenso dos turíbulos das aras..."
18. Cruz e Souza
É considerado neo-romântico simbolista, pois valoriza
os impulsos pessoais e sua condição de indivíduo
sofredor como fonte de inspiração poética. Suas
poesias sempre oferecem dificuldade de leitura.
Trata-se de um poeta expressivo, apelidado de
“Cisne Negro” ou “Dante Negro".
“Alma! Que tu não chores e não gemas
Teu amor voltou agora.
Ei-lo que chega das mansões extremas,
Lá onde a loucura mora!”
19. Alphonsus de Guimaraens (1870 -
1921)
Apaixonado desde jovem por uma
prima, sofre com a prematura morte da
amada e passa por uma crise de doença
e boêmia. Forma-se em Direito e
Ciências Sociais, colaborando sempre na
melhor imprensa paulistana. Fica
conhecido como “O Solitário de
Mariana”.
20. Alphonsus de Guimaraens
São constantes em sua obra a
presença constante da morte da
mulher amada, os tons fúnebres de
cemitérios e enterros, a nostalgia
de um medievalismo romântico,
além do seu famoso marianismo
(culto a Virgem Maria). Sua obra
prenuncia o surrealismo
21. Alphonsus de Guimaraens
Seus versos tinham musicalidade e sutileza
para a atmosfera religiosa que inspiravam,
como mostra a passagem a seguir:
"O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu.”
22. Alphonsus de Guimaraens
Obras Principais:
Poesia: Setenário das Dores de Nossa Senhora
(1899), Dona Mística (1899), Câmara Ardente
(1899), Kiriale (1902), Pauvre Lyre (1921),
Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte
(1923), Poesias (Nova Primavera, Escada de
Jacó, Pulvis, 1938).
Prosa: Mendigos (1920)