2. Vanguardas Européias
Localização: Não constitui uma escola literária, mas um período de transição para o modernismo.
Naturalismo
Parnasianismo
Simbolismo
1902
Os Sertões Canaã
1922
Semana de Arte Moderna
Modernismo
Realismo
Romantismo
Pré- Modernismo
Vanguardas Europeias
3. RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que rejeitavam a velha literatura.
REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante.
LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial é substituído por um Brasil não oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios).
CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e ficção.
PONTOS COMUNS NA ESCRITA PRÉ-MODERNISTA
4. Contexto Histórico
O momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores éticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava, essencialmente pautada por uma série de conflitos .
Pontos de conflito no Brasil pré-modernista.
Língua Portuguesa - 3ª Série A literatura Pré-modernista
5. Posse de Venceslau Brás na presidência
Política do café com leite
Greve operária em 1917
Fundação do PCB e PC do B
em 1922
Grevistas descem a ladeira do Carmo em São Paulo, em 1917
Guerra de Canudos (1896-1897)
Marginalização dos negros recém-libertados
Substituição da mão de obra escrava pela de imigrantes
Greves operárias em São Paulo, Recife e Rio de Janeiro
Marechal Hermes da Fonseca assume, em 1910, o governo e decreta intervenção em vários estados.
Guerra do Contestado em 1912
Greves operárias em São Paulo
Primeira Guerra Mundial (1914- 1918)
Contexto histórico
6. Continuação do contexto da época
e o cangaço no Nordeste
O fanatismo religioso
do Padre Cícero
Antônio Conselheiro
e
8. Euclides da Cunha (1866/1909)
Trabalhou como engenheiro civil no meio militar. Escreveu Os Sertões, pois testemunhou a Guerra de Canudos como correspondente jornalístico.
Positivista, florianista e determinista.
Foi o primeiro escritor brasileiro a diagnosticar o subdesenvolvimento do país, diagnosticando os 2 Brasis (litoral e sertão).
Obras principais: Os Sertões, Peru versus Bolívia, Castro Alves e seu tempo, Entre os seringais, Contrastes e confrontos.
9. “Os dois brasis”
Rural
Em busca da modernidade
Civilizado
Industrializado
Anacrônico
Brutalizado
Agrário
URBANO
X
Fanático
10. Os sertões é um livro brasileiro, escrito por Euclides da Cunha e publicado em 1902. Trata da Guerra de Canudos (1896- 1897), no interior da Bahia. Euclides da Cunha presenciou uma parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa científica e à prosa artística. Pode ser entendido como um obra de Sociologia, Geografia, História ou crítica humana.
É dividido em três partes. 1ª parte: A Terra 2ª parte: O homem 3ª parte: A luta
11. - A Terra
* Análise das condições da terra do sertão(geológicas e geográficas), do clima e do seu principal problema (a seca e o deserto)
“Realmente, entre os agentes determinantes da seca se intercalam, de modo apreciável, a estrutura e conformação do solo. (...) O martírio do homem , ali, é o reflexo de tortura maior, mais ampla, abrangendo a economia geral da vida. Nasce o martírio secular da Terra...” (Os Sertões)
12. O homem * O homem como produto do meio. Descrição do tipo sertanejo, suas características, mentalidade e costumes. O jesuíta, o vaqueiro e o bandeirante foram os primeiros habitantes brancos que migraram para a região. Deram origem aos tipos populares que compõem o sertão: o beato, o cangaceiro e o jagunço. “ Vivendo em um meio adverso, o sertanejo é, antes de tudo, um forte, um Hércules-Quasímodo, feio, com aparência débil e preguiçosa, como uma simplicidade a um tempo adorável e ridícula,crédulo, eivado de misticismo, mas quando surge um incidente tranfigura- se.”
13. Constituída da narrativa das quatro expedições do Exército enviadas para sufocar a rebelião de Canudos, que reunia "os bandidos do sertão": jagunços (das regiões do Rio São Francisco) e cangaceiros (denominação no Norte e Nordeste). Havia cerca de 20.000 habitantes no arraial, na maioria ex-trabalhadores dos latifúndios da região.
A luta
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até ao esgotamento completo. [...] Caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.”
14. A guerra de Canudos
(1896-1897)
Rebelião de cunho religioso (contra o casamento civil), antirrepublicana (contra impostos e “imoralidades” da República) e em favor de maior igualdade social, liderada pelo beato Antônio Conselheiro. => Situação do NE: fome, seca, violência, desemprego, abandono das autoridades
Conflito irrompe no sertão da Bahia e os combatentes são seguidores de Antônio Conselheiro, Jagunços e sertanejos sem emprego.
16. A guerra de Canudos (1896-1897)
Arraial de Canudos é fundado em 1893, às margens do Rio Vaza Barris por Antônio Conselheiro.
A comunidade atraiu pessoas carentes por lá haver trabalho e acesso à terra, sem a exploração dos fazendeiros.
Um desentendimento com um lugarejo vizinho foi o pretexto para intervenção militar, enviada em novembro de 1896. 100 praças são derrotados pelos jagunços.
17. Vista Geral de Canudos
Fotos Flávio de Barros,1897
Canudos foi abatido após 4 expedições militares, a última com quase 5 mil homens.
Antônio Conselheiro, morto em 22 de setembro de 1897, teve seu corpo exumado e sua cabeça decepada.
No final, 300 mulheres, velhos e crianças foram aprisionados.
A guerra de Canudos (1896-1897)
18. Fotos Flávio de Barros,1897
A guerra de Canudos (1896-1897)
Mulheres e crianças – Prisioneiros de guerra
O corpo de Antônio
Conselheiro
19. GRAÇA ARANHA
Canaã: Romance de tese (ou romance-ensaio), centrado no debate ideológico entre dois imigrantes alemães, Milkau e Lentz, recém chegados ao Espírito Santo. Há uma discussão sobre o futuro da sociedade brasileira, discussão esta centrada nas ideias de clima e de raça. A linguagem da obra tem certos acentos impressionistas.
(1868-1931)
20. Brasil: Terra de Canaã
Com a abolição da escravatura o Brasil passou a importar mão-de-obra estrangeira. Surgem os conflitos de adaptação e questões raciais.
Graça Aranha: Canaã
21. Lima Barreto
Romances principais:
•Recordações do Escrivão Isaías Caminha
•Triste Fim de Policarpo Quaresma
•Clara dos Anjos
• Mestiço humilde
• Nasceu e morreu no Rio de Janeiro
• Funcionário público e jornalista
• Envolveu-se no alcoolismo
• Duas vezes recolhido ao hospício
(1881-1922)
22. O Brasil da Marginalização Urbana
O negro
O funcionário público
Os alcoólatras
Lima Barreto
Subúrbio
23. Lima Barreto
TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA
Projeto nacionalista/cultural
Projeto agrícola
Projeto político
“...Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade.”
24. Monteiro Lobato
• Escritor polêmico.
• Criticava o atraso do país, mas se colocou, num determinado momento contra o Modernismo.
• Criticado por preconceito.
•Escreveu literatura infantil e literatura “para adulto”.
“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.”
"Um país se faz com homens e livros"
Colaborou com a imprensa paulista e carioca, investiu no ferro e no petróleo, foi perseguido pela ditadura do Estado Novo.
Era apaixonado por pintura, fotografia e artes plásticas.
(1882-1948)
25. A Literatura de Monteiro Lobato
Literatura (adulta): Urupês, Cidades mortas, Negrinha.
I- estrutura do conto e de linguagem presa ao modelo realista tradicional. II- registro da zona cafeicultura decadente do interior paulista (Cidades mortas). III- criação da figura do caboclo brasileiro (o caipira) – Jeca Tatu.
26. Jeca Tatu era um pobre caboclo que morava no mato, numa casinha de sapé. Vivia na maior pobreza, em companhia da mulher, muito magra e feia, e de vários filhinhos pálidos e tristes.
27. “Jeca Tatu não é assim, ele está assim” A frase do escritor José Bento Monteiro Lobato sobre um dos seus mais populares personagens, mostra que a sua obra vai além das populares histórias infantis do Sítio do Pica-pau Amarelo. O trabalho de Lobato olha para várias questões sociais brasileiras, dentre elas o problema de saúde pública no país. Com Jeca Tatu, Lobato fala sobre uma doença tropical, até então totalmente negligenciada: o amarelão.
Linguagem simples e marcada pela oralidade, denunciando problemas nacionais, como a decadência das cidades do vale do Paraíba após o deslocamento da produção de café.
28. "Varia a pele, a condição, mas a alma da criança é a mesma - na princesa e na mendiga. E para ambas é a boneca o supremo enlevo. Dá a natureza dois momentos divinos à vida da mulher: o momento da boneca - preparatório, e o momento dos filhos - definitivo. Depois disso, está extinta a mulher."
29. "De escrever para marmanjos já estou enjoado. Bichos sem graça. Mas para crianças um livro é todo um mundo."
LITERATURA INFANTIL
Monteiro Lobato recebeu muitas cartas de seus leitores e muitas eram dos pequenos leitores, que mencionavam o quanto era fácil ler seus livros. O humor também era muito importante. Lobato tinha uma maneira envolvente de contar as histórias e transportava as crianças para outros mundos.
30. Augusto dos Anjos
• Poesia da solidão e da decomposição humano-psicológica.
(1884-1914)
Autor de um único livro, Eu (1912), Augusto dos Anjos teve influência simbolista, naturalista e parnasiana.
Seus principais temas foram a decomposição, o sofrimento, a morte, a podridão e a metafísica.
A metafísica (do grego antigo [metà] = depois de, além de; e [physis] = natureza ou física) é uma das disciplinas fundamentais da filosofia.
31. Arthur Schopenhauer viveu de 1788 a 1860. falava da relação entre sonhos e realidade. Para ele, seria impossível distinguir as duas condições. A vida seria um sonho muito longo, interrompido durante a noite por outros sonhos curtos. O filósofo ainda discutia o porquê de todo ser humano ter a vontade de continuar vivendo. Outro tema polêmico levantado por Schopenhauer é o sexo. Em suas obras, deixa claro que o amor é apenas um truque da natureza na tentativa de preservar a espécie humana. Sua obra ainda observa outros pontos como a negação da vontade de viver.
“A mais rica biblioteca, quando desorganizada, não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada. Da mesma maneira, uma grande quantidade de conhecimentos, quando não foi elaborada por um pensamento próprio, tem muito menos valor do que uma quantidade bem mais limitada, que, no entanto, foi devidamente assimilada”.
32. Versos Íntimos
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão - esta pantera - Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija!
33. SONETO
Agregado infeliz de sangue e cal,
Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial,
Que poder embriológico fatal
Destruiu, com a sinergia de um gigante,
Em tua morfogênese de infante
A minha morfogênese ancestral?!
Porção de minha plásmica substância,
Em que lugar irás passar a infância,
Tragicamente anônimo, a feder?!
Ah! Possas tu dormir, feto esquecido,
Panteisticamente dissolvido
Na noumenalidade do NÃO SER!
Ao meu primeiro filho nascido morto com 7 meses incompletos. 2 fevereiro 1911
Noumenalidade: referente a númeno, a realidade tal como existe em si mesma, de forma independente da perspectiva necessariamente parcial em que se dá todo o conhecimento humano
Que é adepto do panteísmo (pensador panteísta).
34. A árvore da serra
- As árvores, meu filho, não têm alma! E esta árvore me serve de empecilho... É preciso cortá-la, pois, meu filho, Para que eu tenha uma velhice calma! - Meu pai, por que sua ira não se acalma?! Não vê que em tudo existe o mesmo brilho?! Deus pôs almas nos cedros... no junquilho... Esta árvore, meu pai, possui minha'alma!... - Disse - e ajoelhou-se, numa rogativa: "Não mate a árvore, pai, para que eu viva!" E quando a árvore, olhando a pátria serra, Caiu aos golpes do machado bronco, O moço triste se abraçou com o tronco E nunca mais se levantou da terra!