SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 16
O INTÉRPRETE EDUCACIONAL DE
     LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NO
            MUNICÍPIO DO RJ



Profª. Laura Jane Messias Belém
Instituto Municipal Helena Antipoff –
Laboratório de Libras
O Intérprete Educacional de
   Língua Brasileira de Sinais
A política de inclusão de alunos que
apresentam               necessidades
educacionais   especiais    na   rede
regular de ensino não consiste
apenas na permanência física desses
alunos junto aos demais educandos,
mas representa a ousadia de rever
concepções e paradigmas, bem como
desenvolver   o    potencial   dessas
pessoas, respeitando suas diferenças
e atendendo suas necessidades.
(Diretrizes Nacionais para a Educação
Especial na Educação Básica, 2001)
O Intérprete Educacional de
    Língua Brasileira de Sinais
 “a ousadia de rever concepções e paradigmas”




 “desenvolver o potencial dessas pessoas”
Reflexão

"Oi, Laura Jane!
Antes eu fui pro curso de computador, vc
encontra pra mim, eu conheci vc, caramba,
você sabe libras, ótimo, Elida ou vc me
ensinou pro curso, professora me deu boletim
de curso, eu li boletim de curso, eu consegui
nota 9,0, aprovado, básico 1, eu abraçei minha
professora, eu adorei, eu fui embora, fim.
fevereiro de 2011, básico 2. curso de
computador, futuro, eu entendi tudo...
Hoje de tarde, eu fui
eu fiz novo meu facebook, hoje.
Eu gosto de vc, melhor, tá feliz, alegre, paz pra
vc, jesus te ama!!!:D"
O Intérprete Educacional de
      Língua Brasileira de Sinais
                  Jovem (21 anos)

                  Ex- aluno do Ensino Fundamental do
                   Município do Rio de Janeiro (paradigma
                   anterior)

                  Surpresa + Contato ILS + Percepção
                   linguística diferenciada + Auto-estima +
                   relacionamento aprofundado (identidade
                   linguística?)

O olhar do intérprete educacional sobre o próprio
trabalho
            “A análise do trabalho é inseparável da sua transformação”.
                      (CLOT, 1999, P.137apud LOUSADA, 2004, P.273)
O Intérprete Educacional de
Língua Brasileira de Sinais




   http://www.youtube.com/watch?v=4BZ
   QhWGkvNQ
O Intérprete Educacional de
     Língua Brasileira de Sinais
Contexto e política atual:
 número    menor de classes especiais em
  consonância com a Política de Educação
  Inclusiva SEESP/MEC;
 alunos surdos inseridos em turma comum e
  em grupos para que a LIBRAS possa fluir /se
  mostrar viva/motivos de orientarmos a
  formação de grupos surdos numa mesma
  turma e/ou sala de recursos;
 alunos em Sala de Recurso Multifuncional
  (possibilidade de pulverização da língua)
O Intérprete Educacional de
     Língua Brasileira de Sinais
A „palavra‟ no processo de conhecimento, na
  educação da pessoa surda:
 a linguagem ocupa um lugar central na relação
  intérprete/professor/aluno surdo (nas relações sociais
  e pedagógicas – Vygotsky 1984-1987);
 além da comunicação, tem como função o contato
  social e a influência sobre os indivíduos que estão ao
  seu redor (Vygotsky, 1989) : instância de significação
  nas relações inter e intra humanas e com a cultura;
 não só a apreensão de conteúdos como na
  constituição do afetivo, do emocional e da cognição
  (Palangana, 1995, p.23).
O Intérprete Educacional de
      Língua Brasileira de Sinais
A „palavra‟ no processo de conhecimento, na
  educação da pessoa surda:
 os conceitos para serem generalizados pressupõe uma
  compreensão da mensagem;
 a palavra entra aqui, como parte constitutiva do objeto
  e meio de aquisição de conhecimento a partir do que
  se    chama      mediação     semiótica    (significado,
  dissociação da palavra do objeto);
 Bakhtin (1986) vê a significação acontecendo somente
  por meio da „dialogia‟ (enunciações). O sujeito
  interagindo com o meio não só porque existe, mas
  porque faz parte de uma “realidade histórica e de uma
  produtividade cultural”
O Intérprete Educacional de
      Língua Brasileira de Sinais
A „palavra‟ no processo de conhecimento, na
  educação da pessoa surda :
 a aquisição da linguagem é um processo evolutivo, na
  construção de hipóteses e nas reorganizações
  discursivas;
 a escola (e aqueles que atuam neste espaço), nesse
  momento assume(m) papel marcante através das
  ações que realizam no favorecimento de um
  desenvolvimento amplo dessa linguagem.
 modelos     linguísticos   (contratação   de    ILS   e
  profissionais surdos) para atuarem como “mediadores
  nas relações dialógicas entre interlocutores de línguas
  diferentes” (LACERDA, 2009, p.7)
O Intérprete Educacional de
      Língua Brasileira de Sinais
 O     sujeito  surdo     num
  processo similar ao de
  aquisição de uma língua
  estrangeira.
 Mesmo processo         ocorre
  com a aquisição da Língua
  Brasileira     de      Sinais
  (LIBRAS).
 Modos      de interpretar –
  significações próprias mais
  saberes teóricos e técnicos.
O Intérprete Educacional de
        Língua Brasileira de Sinais
                                 Sobral (2006) fala em “difícil
 A difícil tarefa do TILS se
                              equilíbrio entre ato ético, ato de
  torna um dilema: evitar     resposta e de responsabilidade,
  impor o modo de ser de      ato de arbitragem honesta, de
  uma cultura, na repetição   negociação entre culturas –
  de palavras e metáforas     chegar ao texto fiel”
  que a ela pertencem X  Formação            profissional     e
  impor ao texto a ser        conhecimento geral (todo tipo de
  traduzido o modo de ser     texto). Material de trabalho:
  de sua própria cultura      universo dos textos.
  (reducionismo          ou  O TILS atua na fronteira entre os
  obscurantismo da “vida”     sentidos da LP e da LS. Implica
  que      pertence       a   em construção de linguagem,
                              em escolhas de formas de dizer
  determinados textos)
                              as línguas, que segundo LODI
 Ética                       (2007) traz uma participação
                              ativa desse profissional.
O Intérprete Educacional de
      Língua Brasileira de Sinais
 A     formação     dos    Universidade de
  primeiros intérpretes       Georgetown (EUA), final
  de línguas (orais)          da década de 1940 -
  deu-se na e pela            Danica Seleskovitch
  prática (Nuremberg e        que em 1956, na escola
  ONU).                       de intérpretes da
                              Sorbonne, altera os
 A primeira escola           métodos de formação
  (Universidade       de      dos mesmos (Teoria
  Genebra      –   1941,      interpretativa da
  inicialmente      para      tradução*).
  formar intérpretes e a   * distinção entre mecanicamente traduzir
                              a expressão linguística de uma
  partir    de     1971,      língua para outra (transcodificação)
  tradutores).                e a transposição do conteúdo
                              previsto do que foi dito,
                              'mensagem„ (interpretação )
O Intérprete Educacional de
        Língua Brasileira de Sinais
 Traduzir versus interpretar.      Profissionalmente, ser
 “Tradutor é aquele que torna        intérprete significa:
  compreensível aquilo que            desempenhar um papel, as
                                      atribuições designadas e
  antes era ininteligível, e já por   certas funções.
  isso deve ser encarado como
                                     Segundo o Aurélio,
  um intérprete por excelência”       “apresentar-se ao espírito”.
  (THEODOR ,1976, p.13)
                                     Dois modos distintos de
 Alguns autores defendem a           atuação: consecutiva e
  distinção das duas tarefas,         simultânea.
  outros, que elas se                Além de conhecer a língua e
  complementam (termo                 seus significados, tem que
  presente em documentos              ter bagagem cognitiva,
  oficiais do Brasil, desde 1970).    capacidade lógica e levar
                                      em conta os sentidos (da
                                      comunicação e os
                                      produzidos nas interações).
‘O OUTRO DA LÍNGUA E O
          MESMO DA LÍNGUA‟
Na tradução é possível refletir sobre o trabalho, interromper,
retomar, consultar livros, fontes de informação, pessoas, etc.
O texto pode ser alterado, adequado diversas vezes até
atingir ao objetivo de chegar a melhor forma de expressar os
sentidos de partida.
Na interpretação é necessário ter todo o conhecimento do
tema que está sendo tratado, o vocabulário específico e as
expressões precisam estar disponíveis, por conta do tempo.
As escolhas linguísticas precisam ser rápidas. Precisa-se
ouvir/ver, compreender e reexpressar quase ao mesmo
tempo.
 Vantagem na LIBRAS e do intérprete educacional:
Condição de, dentro do fluxo do próprio trabalho, corrigir ou
resgatar alguma informação que deixou de ser dada ou feita
de forma incorreta.
‘O OUTRO DA LÍNGUA E O
         MESMO DA LÍNGUA‟
Três passos principais:
ouvir/ver o enunciado que traz significação e
compreendê-lo;
abandonar as palavras da língua de origem e
buscar a representação mental dos sentidos;
produzir um novo enunciado na língua alvo que
expresse o sentido original.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

L ingua, linguagem e fonologia 2011
L ingua, linguagem e fonologia 2011L ingua, linguagem e fonologia 2011
L ingua, linguagem e fonologia 2011Karen Araki
 
5 Parâmetros da libras
5 Parâmetros da libras5 Parâmetros da libras
5 Parâmetros da librasNelinha Soares
 
Oficina "O classificador em libras" - Andrea Giovanella
Oficina "O classificador em libras" - Andrea GiovanellaOficina "O classificador em libras" - Andrea Giovanella
Oficina "O classificador em libras" - Andrea Giovanellaandrea giovanella
 
1. curiosidades sobre a libras
1. curiosidades sobre a libras1. curiosidades sobre a libras
1. curiosidades sobre a librasValeria Nunes
 
Alfabeto manual Numerais em LIBRAS
Alfabeto manual   Numerais em LIBRASAlfabeto manual   Numerais em LIBRAS
Alfabeto manual Numerais em LIBRASNelinha Soares
 
Categorias de Classificadores em Libras
Categorias de Classificadores em LibrasCategorias de Classificadores em Libras
Categorias de Classificadores em LibrasJoseane Maciel Viana
 
Apostila libras reformulada completa
Apostila libras reformulada  completaApostila libras reformulada  completa
Apostila libras reformulada completaHERNANI SANTOS
 

Was ist angesagt? (20)

L ingua, linguagem e fonologia 2011
L ingua, linguagem e fonologia 2011L ingua, linguagem e fonologia 2011
L ingua, linguagem e fonologia 2011
 
Aula de LIBRAS - Inicial
Aula de LIBRAS - InicialAula de LIBRAS - Inicial
Aula de LIBRAS - Inicial
 
5 Parâmetros da libras
5 Parâmetros da libras5 Parâmetros da libras
5 Parâmetros da libras
 
Libras basico
Libras basicoLibras basico
Libras basico
 
Oficina "O classificador em libras" - Andrea Giovanella
Oficina "O classificador em libras" - Andrea GiovanellaOficina "O classificador em libras" - Andrea Giovanella
Oficina "O classificador em libras" - Andrea Giovanella
 
1. cumprimentos
1. cumprimentos1. cumprimentos
1. cumprimentos
 
Brincando com-a-libras (1)
Brincando com-a-libras (1)Brincando com-a-libras (1)
Brincando com-a-libras (1)
 
Sintaxe da libras
Sintaxe da librasSintaxe da libras
Sintaxe da libras
 
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos Linguísticos
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos LinguísticosLíngua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos Linguísticos
Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS - Aspectos Linguísticos
 
Arquivo 1
Arquivo 1Arquivo 1
Arquivo 1
 
2 sobre a libras e a linguística
2 sobre a libras e a linguística2 sobre a libras e a linguística
2 sobre a libras e a linguística
 
1. curiosidades sobre a libras
1. curiosidades sobre a libras1. curiosidades sobre a libras
1. curiosidades sobre a libras
 
Alfabeto manual Numerais em LIBRAS
Alfabeto manual   Numerais em LIBRASAlfabeto manual   Numerais em LIBRAS
Alfabeto manual Numerais em LIBRAS
 
Classificadores em Libras
Classificadores em LibrasClassificadores em Libras
Classificadores em Libras
 
LIBRAS - AULA 3
LIBRAS - AULA 3LIBRAS - AULA 3
LIBRAS - AULA 3
 
Categorias de Classificadores em Libras
Categorias de Classificadores em LibrasCategorias de Classificadores em Libras
Categorias de Classificadores em Libras
 
Curso De Libras 1 Aula
Curso De Libras 1 AulaCurso De Libras 1 Aula
Curso De Libras 1 Aula
 
LIBRAS - AULA 1 e 2
LIBRAS - AULA 1 e 2LIBRAS - AULA 1 e 2
LIBRAS - AULA 1 e 2
 
Apostila libras inicial
Apostila libras inicialApostila libras inicial
Apostila libras inicial
 
Apostila libras reformulada completa
Apostila libras reformulada  completaApostila libras reformulada  completa
Apostila libras reformulada completa
 

Ähnlich wie O Intérprete Educacional e a Inclusão

Influência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptx
Influência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptxInfluência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptx
Influência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptxAnnyGabrielly25
 
Lingua em uso linguagem e lingua
Lingua em uso   linguagem e linguaLingua em uso   linguagem e lingua
Lingua em uso linguagem e linguaMoises Ribeiro
 
Estudos da linguagem
Estudos da linguagemEstudos da linguagem
Estudos da linguagemDllubia
 
Orientações Curricular de Mato Grosso- Área de Linguagens
Orientações Curricular de Mato Grosso- Área de LinguagensOrientações Curricular de Mato Grosso- Área de Linguagens
Orientações Curricular de Mato Grosso- Área de LinguagensIRACI SARTORI
 
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula  finalUnidade 5 a diversidade textual em sala de aula  final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula finalNaysa Taboada
 
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula  finalUnidade 5 a diversidade textual em sala de aula  final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula finalNaysa Taboada
 
Concepções de linguagem
Concepções de linguagemConcepções de linguagem
Concepções de linguagemKelly Moraes
 
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revela
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaGêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revela
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaFrancimeire Cesario
 
Alfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdoAlfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdoPriscila Macedo
 
Dlp em ação 2012 aula 1
Dlp em ação 2012   aula 1Dlp em ação 2012   aula 1
Dlp em ação 2012 aula 1dlpemacao
 
A prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua materna
A prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua maternaA prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua materna
A prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua maternaTatiany Sabaini Dalben
 
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011Biblioteca Campus VII
 
un-5-anos-1-2-e-3.ppt
un-5-anos-1-2-e-3.pptun-5-anos-1-2-e-3.ppt
un-5-anos-1-2-e-3.pptCludia366017
 
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística AplicadaResumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística AplicadaEspaço da Criatividade Encantado
 
A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...
A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...
A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...luzirrege
 
Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...
Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...
Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...luzirrege
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoRose Moraes
 
concepção sociointeracionista no ensino
concepção sociointeracionista no ensinoconcepção sociointeracionista no ensino
concepção sociointeracionista no ensinoNadia Biavati
 

Ähnlich wie O Intérprete Educacional e a Inclusão (20)

Influência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptx
Influência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptxInfluência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptx
Influência do trato da língua e da linguagem - Aula 02.pptx
 
Lingua em uso linguagem e lingua
Lingua em uso   linguagem e linguaLingua em uso   linguagem e lingua
Lingua em uso linguagem e lingua
 
Estudos da linguagem
Estudos da linguagemEstudos da linguagem
Estudos da linguagem
 
Orientações Curricular de Mato Grosso- Área de Linguagens
Orientações Curricular de Mato Grosso- Área de LinguagensOrientações Curricular de Mato Grosso- Área de Linguagens
Orientações Curricular de Mato Grosso- Área de Linguagens
 
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula  finalUnidade 5 a diversidade textual em sala de aula  final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula final
 
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula  finalUnidade 5 a diversidade textual em sala de aula  final
Unidade 5 a diversidade textual em sala de aula final
 
Concepções de linguagem
Concepções de linguagemConcepções de linguagem
Concepções de linguagem
 
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revela
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revelaGêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revela
Gêneros do discurso o que os pcns dizem e o que a prática escolar revela
 
Alfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdoAlfabetização dos surdo
Alfabetização dos surdo
 
CONTEXTUALIZAÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃOCONTEXTUALIZAÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
 
Dlp em ação 2012 aula 1
Dlp em ação 2012   aula 1Dlp em ação 2012   aula 1
Dlp em ação 2012 aula 1
 
A prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua materna
A prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua maternaA prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua materna
A prática da tradução como fonte de aprendizagem de língua materna
 
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
Monografia Maria Aparecida Pedagogia 2011
 
un-5-anos-1-2-e-3.ppt
un-5-anos-1-2-e-3.pptun-5-anos-1-2-e-3.ppt
un-5-anos-1-2-e-3.ppt
 
Aula AD.pptx
Aula AD.pptxAula AD.pptx
Aula AD.pptx
 
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística AplicadaResumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
Resumo da Disciplina Prática Profissional: Linguística Aplicada
 
A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...
A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...
A L F A B E T I Z A% C3%87% C3%83 O%20 E%20 L E T R A M E N T O%20 N A%20 E D...
 
Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...
Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...
Alfabetiza%C3%87%C3%83 O%20 E%20 Letramento%20 Na%20 Educa%C3%87%C3%83 O%20 D...
 
O que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandãoO que é discurso helena brandão
O que é discurso helena brandão
 
concepção sociointeracionista no ensino
concepção sociointeracionista no ensinoconcepção sociointeracionista no ensino
concepção sociointeracionista no ensino
 

Mehr von Grupo Educação, Mídias e Comunidade Surda

Mehr von Grupo Educação, Mídias e Comunidade Surda (20)

Francielle Cantarelli - Pedagogia surda
Francielle Cantarelli - Pedagogia surdaFrancielle Cantarelli - Pedagogia surda
Francielle Cantarelli - Pedagogia surda
 
Sueli Fernandes - Educação bilíngue e cultura letrada em Libras
Sueli Fernandes - Educação bilíngue e cultura letrada em LibrasSueli Fernandes - Educação bilíngue e cultura letrada em Libras
Sueli Fernandes - Educação bilíngue e cultura letrada em Libras
 
Janie Amaral - Slides da palestra
Janie Amaral - Slides da palestraJanie Amaral - Slides da palestra
Janie Amaral - Slides da palestra
 
PADEBS PPGEB Síntese Texto 1 Taveira e Rosado 2013 conceitos
PADEBS PPGEB Síntese Texto 1 Taveira e Rosado 2013 conceitosPADEBS PPGEB Síntese Texto 1 Taveira e Rosado 2013 conceitos
PADEBS PPGEB Síntese Texto 1 Taveira e Rosado 2013 conceitos
 
Conto de historias - Comunicação para o COINES 2019
Conto de historias - Comunicação para o COINES 2019Conto de historias - Comunicação para o COINES 2019
Conto de historias - Comunicação para o COINES 2019
 
Apresentação Senac - Dia do Surdo 26/09/2019
Apresentação Senac - Dia do Surdo 26/09/2019Apresentação Senac - Dia do Surdo 26/09/2019
Apresentação Senac - Dia do Surdo 26/09/2019
 
Aula de alfabetismo visual INES
Aula de alfabetismo visual INESAula de alfabetismo visual INES
Aula de alfabetismo visual INES
 
Apresentação COINES 2017 (Cristiane Taveira e Alexandre Rosado)
Apresentação COINES 2017 (Cristiane Taveira e Alexandre Rosado)Apresentação COINES 2017 (Cristiane Taveira e Alexandre Rosado)
Apresentação COINES 2017 (Cristiane Taveira e Alexandre Rosado)
 
Slides do Módulo 3 sobre Roteiro e Edição de vídeo
Slides do Módulo 3 sobre Roteiro e Edição de vídeoSlides do Módulo 3 sobre Roteiro e Edição de vídeo
Slides do Módulo 3 sobre Roteiro e Edição de vídeo
 
O professor e as tecnologias
O professor e as tecnologiasO professor e as tecnologias
O professor e as tecnologias
 
Políticas públicas e novas tecnologias
Políticas públicas e novas tecnologiasPolíticas públicas e novas tecnologias
Políticas públicas e novas tecnologias
 
Mídia-educação
Mídia-educaçãoMídia-educação
Mídia-educação
 
Educação aberta
Educação abertaEducação aberta
Educação aberta
 
Cultura hacker: origem e ideário
Cultura hacker: origem e ideárioCultura hacker: origem e ideário
Cultura hacker: origem e ideário
 
Filme "Piratas do vale do silício"
Filme "Piratas do vale do silício"Filme "Piratas do vale do silício"
Filme "Piratas do vale do silício"
 
Futuros imaginários
Futuros imagináriosFuturos imaginários
Futuros imaginários
 
Introdução à disciplina
Introdução à disciplinaIntrodução à disciplina
Introdução à disciplina
 
A cibercultura e suas leis
A cibercultura e suas leisA cibercultura e suas leis
A cibercultura e suas leis
 
Letramentos? A oralidade, a escrita e o digital
Letramentos? A oralidade, a escrita e o digitalLetramentos? A oralidade, a escrita e o digital
Letramentos? A oralidade, a escrita e o digital
 
As tecnologias e suas fases
As tecnologias e suas fasesAs tecnologias e suas fases
As tecnologias e suas fases
 

O Intérprete Educacional e a Inclusão

  • 1. O INTÉRPRETE EDUCACIONAL DE LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NO MUNICÍPIO DO RJ Profª. Laura Jane Messias Belém Instituto Municipal Helena Antipoff – Laboratório de Libras
  • 2. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais A política de inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino não consiste apenas na permanência física desses alunos junto aos demais educandos, mas representa a ousadia de rever concepções e paradigmas, bem como desenvolver o potencial dessas pessoas, respeitando suas diferenças e atendendo suas necessidades. (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, 2001)
  • 3. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais  “a ousadia de rever concepções e paradigmas”  “desenvolver o potencial dessas pessoas”
  • 4. Reflexão "Oi, Laura Jane! Antes eu fui pro curso de computador, vc encontra pra mim, eu conheci vc, caramba, você sabe libras, ótimo, Elida ou vc me ensinou pro curso, professora me deu boletim de curso, eu li boletim de curso, eu consegui nota 9,0, aprovado, básico 1, eu abraçei minha professora, eu adorei, eu fui embora, fim. fevereiro de 2011, básico 2. curso de computador, futuro, eu entendi tudo... Hoje de tarde, eu fui eu fiz novo meu facebook, hoje. Eu gosto de vc, melhor, tá feliz, alegre, paz pra vc, jesus te ama!!!:D"
  • 5. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais  Jovem (21 anos)  Ex- aluno do Ensino Fundamental do Município do Rio de Janeiro (paradigma anterior)  Surpresa + Contato ILS + Percepção linguística diferenciada + Auto-estima + relacionamento aprofundado (identidade linguística?) O olhar do intérprete educacional sobre o próprio trabalho “A análise do trabalho é inseparável da sua transformação”. (CLOT, 1999, P.137apud LOUSADA, 2004, P.273)
  • 6. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais http://www.youtube.com/watch?v=4BZ QhWGkvNQ
  • 7. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais Contexto e política atual:  número menor de classes especiais em consonância com a Política de Educação Inclusiva SEESP/MEC;  alunos surdos inseridos em turma comum e em grupos para que a LIBRAS possa fluir /se mostrar viva/motivos de orientarmos a formação de grupos surdos numa mesma turma e/ou sala de recursos;  alunos em Sala de Recurso Multifuncional (possibilidade de pulverização da língua)
  • 8. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais A „palavra‟ no processo de conhecimento, na educação da pessoa surda:  a linguagem ocupa um lugar central na relação intérprete/professor/aluno surdo (nas relações sociais e pedagógicas – Vygotsky 1984-1987);  além da comunicação, tem como função o contato social e a influência sobre os indivíduos que estão ao seu redor (Vygotsky, 1989) : instância de significação nas relações inter e intra humanas e com a cultura;  não só a apreensão de conteúdos como na constituição do afetivo, do emocional e da cognição (Palangana, 1995, p.23).
  • 9. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais A „palavra‟ no processo de conhecimento, na educação da pessoa surda:  os conceitos para serem generalizados pressupõe uma compreensão da mensagem;  a palavra entra aqui, como parte constitutiva do objeto e meio de aquisição de conhecimento a partir do que se chama mediação semiótica (significado, dissociação da palavra do objeto);  Bakhtin (1986) vê a significação acontecendo somente por meio da „dialogia‟ (enunciações). O sujeito interagindo com o meio não só porque existe, mas porque faz parte de uma “realidade histórica e de uma produtividade cultural”
  • 10. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais A „palavra‟ no processo de conhecimento, na educação da pessoa surda :  a aquisição da linguagem é um processo evolutivo, na construção de hipóteses e nas reorganizações discursivas;  a escola (e aqueles que atuam neste espaço), nesse momento assume(m) papel marcante através das ações que realizam no favorecimento de um desenvolvimento amplo dessa linguagem.  modelos linguísticos (contratação de ILS e profissionais surdos) para atuarem como “mediadores nas relações dialógicas entre interlocutores de línguas diferentes” (LACERDA, 2009, p.7)
  • 11. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais  O sujeito surdo num processo similar ao de aquisição de uma língua estrangeira.  Mesmo processo ocorre com a aquisição da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).  Modos de interpretar – significações próprias mais saberes teóricos e técnicos.
  • 12. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais  Sobral (2006) fala em “difícil  A difícil tarefa do TILS se equilíbrio entre ato ético, ato de torna um dilema: evitar resposta e de responsabilidade, impor o modo de ser de ato de arbitragem honesta, de uma cultura, na repetição negociação entre culturas – de palavras e metáforas chegar ao texto fiel” que a ela pertencem X  Formação profissional e impor ao texto a ser conhecimento geral (todo tipo de traduzido o modo de ser texto). Material de trabalho: de sua própria cultura universo dos textos. (reducionismo ou  O TILS atua na fronteira entre os obscurantismo da “vida” sentidos da LP e da LS. Implica que pertence a em construção de linguagem, em escolhas de formas de dizer determinados textos) as línguas, que segundo LODI  Ética (2007) traz uma participação ativa desse profissional.
  • 13. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais  A formação dos  Universidade de primeiros intérpretes Georgetown (EUA), final de línguas (orais) da década de 1940 - deu-se na e pela Danica Seleskovitch prática (Nuremberg e que em 1956, na escola ONU). de intérpretes da Sorbonne, altera os  A primeira escola métodos de formação (Universidade de dos mesmos (Teoria Genebra – 1941, interpretativa da inicialmente para tradução*). formar intérpretes e a * distinção entre mecanicamente traduzir a expressão linguística de uma partir de 1971, língua para outra (transcodificação) tradutores). e a transposição do conteúdo previsto do que foi dito, 'mensagem„ (interpretação )
  • 14. O Intérprete Educacional de Língua Brasileira de Sinais  Traduzir versus interpretar.  Profissionalmente, ser  “Tradutor é aquele que torna intérprete significa: compreensível aquilo que desempenhar um papel, as atribuições designadas e antes era ininteligível, e já por certas funções. isso deve ser encarado como  Segundo o Aurélio, um intérprete por excelência” “apresentar-se ao espírito”. (THEODOR ,1976, p.13)  Dois modos distintos de  Alguns autores defendem a atuação: consecutiva e distinção das duas tarefas, simultânea. outros, que elas se  Além de conhecer a língua e complementam (termo seus significados, tem que presente em documentos ter bagagem cognitiva, oficiais do Brasil, desde 1970). capacidade lógica e levar em conta os sentidos (da comunicação e os produzidos nas interações).
  • 15. ‘O OUTRO DA LÍNGUA E O MESMO DA LÍNGUA‟ Na tradução é possível refletir sobre o trabalho, interromper, retomar, consultar livros, fontes de informação, pessoas, etc. O texto pode ser alterado, adequado diversas vezes até atingir ao objetivo de chegar a melhor forma de expressar os sentidos de partida. Na interpretação é necessário ter todo o conhecimento do tema que está sendo tratado, o vocabulário específico e as expressões precisam estar disponíveis, por conta do tempo. As escolhas linguísticas precisam ser rápidas. Precisa-se ouvir/ver, compreender e reexpressar quase ao mesmo tempo.  Vantagem na LIBRAS e do intérprete educacional: Condição de, dentro do fluxo do próprio trabalho, corrigir ou resgatar alguma informação que deixou de ser dada ou feita de forma incorreta.
  • 16. ‘O OUTRO DA LÍNGUA E O MESMO DA LÍNGUA‟ Três passos principais: ouvir/ver o enunciado que traz significação e compreendê-lo; abandonar as palavras da língua de origem e buscar a representação mental dos sentidos; produzir um novo enunciado na língua alvo que expresse o sentido original.