2. O pós-modernismo é um período simultâneo ao
chamado "capitalismo pós-industrial" atual, que
se caracteriza pela troca de bens imateriais,
como a informação e os serviços, e pela
imposição da mentalidade relativista e
revisionista. Consequentemente, ainda não se
encontra implantado o pós-modernismo em
todas as partes do Mundo, apenas nos países
das zonas mais evoluídas em termos industriais.
A pós-modernidade, sendo a vertente cultural da
sociedade pós-industrial, interliga-se
estreitamente com o fenômeno da globalização,
uma vez que o consumismo pretende a inserção
de todas as culturas num mecanismo único com
difusão dos princípios estético-estilísticos
através dos meios de comunicação e da
indústria da cultura.
3. Sendo a pós-modernidade uma época
de inovações técnicas, sociais,
artísticas, literárias e políticas, entre
outras, opõe-se naturalmente ao
Modernismo ou à Modernidade, sendo
que o declínio das vanguardas deste
mesmo Modernismo marca a transição
entre estes dois períodos. Um destes
aspetos foi a progressiva implantação do
abstracionismo na figuração, no que se
refere à arte, por exemplo, impondo-se
progressivamente a "crise da
representação".
4. Projetada já pelos impressionistas (Monet,
Renoir, Sisley, Cézanne), pontilhistas (Seurat,
Signac), cubistas (Picasso, Bracque) e futuristas
(Boccioni, Carrà, Giacomo Balla), entre outros
movimentos vanguardistas, atingiu o auge
evolutivo no pós-modernismo, em que a mera
referência à figura foi totalmente eliminada (De
Stijl, Expressionismo Abstrato, Arte Cinética, Arte
Op, Minimalismo, Arte Conceptual), procurando-
se a representação ou transmissão de ideias
através de métodos indiretos, sensoriais e
enquadrados num código fechado do qual
muitas vezes só o artista é possuidor. Nesta
sequência, e no âmbito do cinema, lembre-se
que se enquadra o filme Branca de Neve (2000)
do realizador português João César Monteiro,
onde a quantidade de imagens é reduzidíssima e
a comunicação é quase exclusivamente sonora.
5. De fato, a originalidade e a inovação que estiveram
presentes não só na arte como na literatura, teatro,
cinema e música das vanguardas modernistas foram
completamente ultrapassadas pelas noções estilísticas
pós-modernas, em que a pretensão de criar uma nova
corrente estilística não é encorajada. O pós-
modernismo na arquitetura rejeitou nos anos 50 e 60 o
elogio do novo do modernismo, voltando-se arquitetos
como Ricardo Bofill, Frank Gehry e Robert Venturi para
um estilo feito de utilidade e colagens de estilos
anteriores, evidenciando que no período pós-moderno
o artista criativo deu lugar ao técnico, capaz de manejar
manifestações do passado criando algo de novo sem
elementos genuínos. O mesmo aconteceu na arte, com
o advento dos “ready made” de Marcel Duchamp, e a
arte de Andy Warhol, que se apropriou de ícones e
manejou a imagem a seu bel-prazer, e na literatura,
com autores como Paul Auster, John Barth, Thomas
Pynchon e David Foster Wallace.
6. Michel Foucault
Michel Foucault, filósofo, historiador, sociólogo e
crítico literário, foi uma das personalidades mais
influentes para o pós-modernismo, abordava
textos sobre as noções de verdade originárias de
conflitos e lutas históricas e como elas atuam
sobre as instituições sociais e sobre o homem.
Ele examina a conexão entre a verdade e o
poder, conduzindo-nos às raízes das nossas
técnicas de poder e controle que utilizamos para
nos como objetos de conhecimento. Segundo
suas ideias o que mudará as condições de vida
humana serão o conhecimento e a verdade, mas
principalmente a maneira de cada homem
exercitar o poder. Suas principais obras são
Vigiar e Punir, História da Sexualidade, História
da Loucura, Poder/Conhecimento.
7. Jacques Derrida
Filósofo francês Jacques Derrida teve
um enorme impacto sobre a vida
intelectual em todo o mundo. Tanto é
que o seu trabalho tem sido objeto, no
todo ou em parte, de mais de 400 livros.
Nas áreas de filosofia e crítica literária
sozinho, Derrida foi citado mais de 14
mil vezes em artigos de revistas ao
longo dos últimos 17 anos. Ele entrou
em destaque na América com a sua
abordagem ou metodologia ou filosofia
de desconstrução crítica, e é nesta linha
de pensamento que continua a
identificá-lo.
8. O conceito de "desconstrução", sua
contribuição mais famosa, é sobre a forma
que lemos e entendemos diversos textos, as
vezes pode parecer que quando estamos a
ler um texto iremos compreender grande
parte do que o autor pretende transmitir ou
ensinar, porém, Derrida diz que todos os
textos estão crivados com o que ele chama
de "aporias", que tem como significado,
"contradição", "dificuldade", "paradoxo",
"duvida". A desconstrução é uma forma de ler
determinados textos e revelar suas aporias.