Empresario mergulha na apicultura e acha propolis rara
1. Empreendedorismo
Empresário ‘mergulha’ na apicultura e acha própolis rara
Engenheiro fez parceria com universidades para montar
apícola e estimular produção em escala de substância
produzida por abelhas do Nordeste
15 ABR 2015
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Até meados dos anos 1980, o engenheiro agrícola Mário Calheiros de Lima entendia mesmo era de cana-de-açúcar, cultura predominante em seu
estado, Alagoas. Só quando fez um projeto de recuperação ambiental é que teve de se aprofundar num assunto que não lhe era especialmente
familiar: abelhas. Começou então um namoro que virou casamento. Como frutos da união, não apenas montou uma apícola como se tornou um dos
pioneiros no investimento da própolis vermelha – uma substância que, de acordo com estudos iniciais, ajuda no combate ou na prevenção a alguns
tipos de fungo, bactéria, vírus e câncer.
As condições únicas encontradas nos mangues alagoanos fazem com que as abelhas locais produzam um tipo de própolis raro
Foto: Divulgação
Seu trabalho com a própolis rendeu à empresa, no fim de março, um prêmio de competitividade concedido pelo Sebrae, pelo Movimento Brasil
Competitivo e pelo Grupo Gerdau. Venceu na categoria Inovação, por transformar o produto das abelhas “ em uma referência nutritiva e
farmacêutica”.
2. Lima contava com seis anos de formado quando foi chamado, em 1987, para trabalhar com reflorestamento num projeto de uma indústria química.
Como era um campo que não dominava, conversou com especialistas. “ Vi que era possível desenvolver um trabalho com as abelhas para polinizar
esses locais. Isso fez com que eu me aprofundasse bastante no tema, e eu acabei me tornando uma referência local em apicultura”, afirma.
A apícola Fernão Velho começou a processar, vender e disseminar essa própolis, num trabalho que lhe rendeu prêmio de inovação neste
ano
Foto: Divulgação
O engenheiro logo notou que havia carência de produtos do setor em Alagoas. Criou, então, em 1997, a apícola Fernão Velho. Num primeiro
momento, apenas produzia e vendia mel. Mas, numa viagem ao Quebec (Canadá), conheceu uma empresa de hidromel, bebida alcoólica feita a
partir da fermentação de mel e água. Lima voltou ao Brasil e procurou pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas para fazer o produto por
aqui.
A ideia deu certo, e Mário logo passou a pesquisar outros itens feitos a partir das abelhas. Foi assim que chegou até o vinagre de mel, obtido por
meio da fermentação acética do hidromel. “ É bastante usado na alta gastronomia, e praticamente desconhecido no Brasil. A partir dele nós
investimos cerca de R$ 300 mil para criar uma unidade de produção gourmet, e já contamos com distribuidores em Brasília, Curitiba e Campinas”,
relata.
Tesouro vermelho
Em meio aos constantes testes que Lima fazia com seus produtos em laboratórios e universidades, os pesquisadores começaram a notar
propriedades incomuns nas própolis que saíam da apícola Fernão Velho. Havia indícios de que tem efeito antibiótico, antifúngico e antivírus, e
ajudam a prevenir alguns tipos de câncer.
3. A apícola Fernão Velho nasceu em 1997, e no início produzia apenas mel
Foto: Divulgação
Os estudos da Universidade Federal de Alagoas detectaram que esse tipo incomum de própolis era produzido por conta das condições climáticas
incomuns encontradas nos mangues alagoanos – embora mais pesquisas já tenham encontrado a substância em outras áreas do Nordeste. De
qualquer maneira, há sinais de que seja um produto que não existe em qualquer região além dessa, nem no exterior.
Os achados iniciais levaram Lima a participar de um processo para obter a denominação de origem da própolis vermelha, uma certificação que
designa itens cujas características se devem essencialmente aos fatores naturais ou humanos do meio geográfico onde são produzidos – como
ocorre com o champanhe francês.
4. Alguns anos depois, o proprietário, Mário Calheiros de Lima, resolveu diversificar a produção, e passou a vender hidromel, uma bebida
alcoólica
Foto: Divulgação
Após um investimento de mais de R$ 1 milhão, a apícola Fernão Velho já vende a própolis vermelha no Brasil, e agora pretende propagá-la no
exterior, por meio de participação em feiras internacionais. A meta é iniciar as exportações no segundo semestre.
“ Além disso, estamos trabalhando junto a laboratórios para lançar uma linha em pó desse própolis, para que ele possa ser usado na fabricação de
medicamentos e cosméticos”, diz Lima. Com todos estes planos, a empresa, que faturou R$ 500 mil no último ano, espera crescer até 20% em
2015.
5. Na sequência ele ambém incluiu o vinagre de mel em seu leque de produtos
Foto: Divulgação
Fonte: PrimaPagina Fonte: Terra