O documento discute pneumopatias ocupacionais, incluindo asma ocupacional, pneumoconioses e exposição ao amianto. Ele fornece definições, fatores de risco, classificações e condutas clínicas para essas doenças respiratórias relacionadas ao ambiente de trabalho. O documento também aborda a silicose especificamente, definindo-a, descrevendo suas formas clínicas e identificando atividades de alto risco.
1. 1
Pneumopatias Ocupacionais
Prof. Dr. Clovis Botelho
Universidade Federal de Mato Grosso
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA
I Curso de Pneumologia na Graduação
Faculdade de
Medicina da Bahia
29 a 31
Maio de 2008
Objetivos
1. Introdução: exposição/nexo causal, história
natural da doença;
2. Asma Ocupacional: definição, classificação,
epidemiologia, diagnóstico;
3. Pneumoconioses: Fatores de risco
4. Silicose: definição e classificação
5. Exposição ao Asbesto.
6.Conduta nas P.Ocupacionais
Pneumopatias Ocupacionais
Agravos respiratórios relacionados com o ambiente de trabalho:
Nexo Causal
Principais Agentes:
Poeiras Inorgânicas e Orgânicas
Gases Tóxicos, Aerossóis solúveis, Fungos
2. 2
EXPOSIÇÃO
VIAS AÉREAS
PARÊNQUIMA
ASMA OCUPACIONAL
DPOC OCUPACIONAL
PNEUMOCONIOSES
P.HIPERSENSIBILIDADE
CARCINOMAS
MESOTELIOMA
Exposição: gases, vapores, partículas
SAÚDE EXPOSIÇÃO
EFEITO
BIOLÓGICO
PERÍODO DE
INDUÇÃO
SINTOMAS
PRECOCES
PERÍODO DE
LATÊNCIA
QUADRO
CLÍNICO
TERAPIADESENLACE
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
DIAGNÓSTICO
PRECOCE
VIGILÁNCIA
PREVENÇÃO
CLÍNICAREINSERÇÃO
HISTORIA NATURAL DA DOENÇA
3. 3
Objetivos
1. Introdução: exposição/nexo causal, história
natural da doença;
2. Asma Ocupacional: definição, classificação,
epidemiologia, diagnóstico;
3. Pneumoconioses: Fatores de risco
4. Silicose: definição e classificação
5. Exposição ao Asbesto.
6.Conduta nas P. Ocupacionais
Asma ocupacional
Obstrução variável das vias aéreas inferiores
induzidas por agentes inaláveis presentes no
ambiente de trabalho.
Causas imunológicas (alérgicas): produtos de
origem animal e vegetal, metais, isocianatos etc.
Não imunológicas: substâncias irritantes
ASMA OCUPACIONAL/ART
ASMA OCUPACIONAL
Asma agravada no local
de trabalho
Asma “alérgica”
(com período de latência)
Asma não “alérgica”
(sem período de latência)
≠
4. 4
TIPOS DE ASMA OCUPACIONAL
Imunulógica: com período de latência.
Mediada por IgE (atopia): substâncias APM: animais, cereais,
plantas, látex, enzimas. Substâncias BPM (haptenos): platina,
anidridos, antibióticos
4 Mediada por Células: Linfócitos T ativados (CD4 ou
CD8): substâncias de BPM: isocianatos, níquel, metais duros
Não imunológica: Síndrome da disfunção reativa das vias
aéreas: reação inflamatória inespecífica: amônia, cloro, TDI, ar
frio e endotoxinas (silos)
Cascata inflamatória
linfócito TH2
Fator
ambiental mastócito
/ basófilo
FcεRI (receptores de alta afinidade)
IL-4
IL-13
plasmócito
linfócito B
IgE
sintomas
alérgicos
Fator ambiental
(re-exposição)
Histamina
Leucotrienos
Prostaglandinas
Citocinas
mastócito
(degranulação)
macrófago
(célula dendrítica apresentadora
de antígeno)
IgE - Mediadores inflamatórios
IgE
Fator ambiental
FcεRI
Em minutos
Mediadores lipídicos:
Prostaglandinas
Leucotrienos
Em horas
Produção de citocinas:
Especificamente IL-4, IL-13
Liberação imediata
Conteúdo dos grânulos:
Histamina, TNF-α,
Proteases, Heparina
5. 5
• Chiado ou sibilos
• Aperto no peito
• Tosse
• Dispnéia
• Hiperresponsividade
• Dano epitelial
• Proliferação celular
• ↑da matriz celular
• Remodelamento
Inflamação
Aguda
Inflamação
Crônica
Sintomas Alterações Estruturais
Sintomas Respiratórios
ASMA OCUPACIONAL
Prevalência
• Espanha (AJRCCM 1996;154:137) 5 a 7%
• Austrália (New South Wales) (Occup Med 2006;56:258-262) 9,5%
• França (Eur Resp J 2002;19:84-89) 5 a 11%
• EUA (Occup Env Med 2002; 59: 505-511) 3 a 4,5
Principais ramos de atividade econômica
• Indústrias de plásticos (13.3%)
• Indústrias de material mecânico, elétrico e eletrônico (13.3%)
• Montadoras de veículos (8.3%)
• Serviços de limpeza (8.0%)
• Indústrias químicas e farmacêuticas (7.6%)
• Outras (49.5%)
Algranti, Mendonça e Rosa. Anais da IV Semana de Pesquisa, FUNDACENTRO, P.93-7, 2000
7. 7
Instrumentos diagnósticos
• História 96% - Nexo causal
• Função pulmonar 62%
• Curvas de pico de fluxo 56%
• Testes sorológicos 18%
• Provocação brônquica 6%
Post WK et al. Stepwise health surveillance...Occup. Environ. Med. 1998;55:119-125
CONCLUSÕES
• A prevalência de AO é de 5 a 10% das formas de asma.
• A prevalência de AO é muito variável, dependo essencialmente
do tipo de atividade econômica desenvolvida em cada região.
• Implicações sociais importantes: adaptação X desemprego
Objetivos
1. Introdução: exposição/nexo causal, história
natural da doença;
2. Asma Ocupacional: definição, classificação,
epidemiologia, diagnóstico;
3. Pneumoconioses: Fatores de risco
4. Silicose: definição e classificação
5. Exposição ao Asbesto.
6.Conduta nas P. Ocupacionais
8. 8
PNEUMOCONIOSES
1. Natureza da partícula
2. Tamanho da partícula
3. Concentração por m3
4. Tempo de exposição
5. Intensidade da exposição
6. Suscetibilidade individual
PNEUMOCONIOSES
FIBROGÊNICAS: exposição à sílica, asbesto,
carvão, poeira mista
NÃO FIBROGÊNICAS: exposição ao ferro,
estanho, bário, rocha fosfática
Objetivos
1. Introdução: exposição/nexo causal, história
natural da doença;
2. Asma Ocupacional: definição, classificação,
epidemiologia, diagnóstico;
3. Pneumoconioses: Fatores de risco
4. Silicose: definição e classificação
5. Exposição ao Asbesto.
6.Conduta nas P. Ocupacionais
9. 9
SILICOSE
Agente patogênico = sílica livre (Si02) ou dióxido
de silício, na forma livre (quartzo)
Aplicações do Silício
• Semicondutores;
• Transistores;
• Chips de computadores;
• Célula solar para transformar energia solar em energia elétrica;
• Graxas, abrasivos e lubrificantes (silicones);
• Componente essencial para vidros em geral (silicatos);
• Componente do aço (carbeto de silício, SiC);
• Cimento;
TOXICIDADE DA SÍLICA
Tamanho da partícula
Sílica livre ou cristalina
Presença de fratura recente (menos de 6 h)
10. 10
Atividades de risco
Mineração
Indústria metalúrgica
Indústria naval
Indústria de vidro
Indústria cerâmica
Pedreiras
Cavadores de poços
Fundições
SILICOSE
SILICOSE
Aguda
Curta latência, meses a 5 anos de exposição maciça à sílica livre:
intenso infiltrado inflamatório intersticial.
Evolução radiológica dramática, sobrevida menor que 1 ano.
Clínica: quadro geral e respiratório extremamente limitante.
Grupos mais atingidos: Jateadores de areia, moagem de pedra.
SILICOSE AGUDA
• NÓDULOS, 1 – 10 mm
• PODEM COALESCER E CAVITAR
• SUCETIBILITADE PARA TB
• SÍLICO-PROTEINOSE
11. 11
SILICOSE
Sub-Aguda
Média latência, em geral após 5 anos de exposição.
Presença de nódulos silicóticos/ inflamatório intenso
Evolução radiológica rápida, tendência a grandes opacidades.
Clínica: sintomas respiratórios precoces e limitantes como a dispnéia.
Grupos mais atingidos: Cavadores de Poços e Mineradores de Ouro
Silicose
Forma sub-aguda
SILICOSE
Crônica:
Longa latência, geralmente + de 10 anos.
Progressão da doença: Fibrose Pulmonar + Nódulos silicóticos
Clínica pobre, a não ser em estágios mais avançados
Grupos mais atingidos: Indústria Cerâmica, Pedreiras.
12. 12
12 anos de exposição
Silicose
Forma crônica
Casca de ovo – patognomônico de silicose
13. 13
Objetivos
1. Introdução: exposição/nexo causal, história
natural da doença;
2. Asma Ocupacional: definição, classificação,
epidemiologia, diagnóstico;
3. Pneumoconioses: Fatores de risco
4. Silicose: definição e classificação
5. Exposição ao Asbesto.
6.Conduta nas P. Ocupacionais
Exposição ao Asbesto
Alterações Pleurais Benignas
Mesotelioma Pleural
Câncer de Pulmão
Pneumoconiose: Asbestose
Exposição ao ASBESTO
Construção: fibrocimento (amianto), elementos isolantes.
Têxtil: roupas ou EPI que utilizam amianto (segurança).
Plástica: pisos vinílicos, adesivos, tintas e impermeabilizantes.
Automotiva: sistemas de freio e embreagem.
Mineração: extração e transporte de amianto.
14. 14
Período de Latência - asbesto
• Lesões pleurais benignas 15-20a
• Asbestose >10a
• Câncer de pulmão >30a
• Mesoteliomas 30-40a
MESOTELIOMA
Lesão: pleura, peritônio e pericárdio.
Doença: desfavorável, expectativa de vida de 12 meses
Diagnóstico: Nexo causal, Imagem, biópsia a céu aberto.
Exposição: Acima de 30 anos de exposição.
Mesotelioma Pleural
15. 15
CT – Mesotelioma Pleural
CÂNCER DE PULMÃO
• Não há tipo histológico prevalente
• Longos períodos de latência
• Todos os tipos de asbesto
• Não há limite de segurança estabelecido
• Efeito sinérgico com tabagismo
16. 16
Pneumoconiose - ASBESTOSE
Os sintomas mais precoces: dispnéia aos esforços
Tempo de Latência >10 a
Prova funcional - Padrão predominante restritivo
Radiologia – fibrose intersticial 1/3 médio e bases
Biópsia – Fibrose peribronquiolar + corpos asbestóticos
18. 18
Corpo asbestótico
Objetivos
1. Introdução: exposição/nexo causal, história
natural da doença;
2. Asma Ocupacional: definição, classificação,
epidemiologia, diagnóstico;
3. Pneumoconioses: Fatores de risco
4. Silicose: definição e classificação
5. Exposição ao Asbesto.
6.Conduta nas P. Ocupacionais
SAÚDE EXPOSIÇÃO
EFEITO
BIOLÓGICO
PERÍODO DE
INDUÇÃO
SINTOMAS
PRECOCES
PERÍODO DE
LATÊNCIA
QUADRO
CLÍNICO
TERAPIADESENLACE
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
DIAGNÓSTICO
PRECOCE
VIGILÁNCIA
PREVENÇÃO
CLÍNICAREINSERÇÃO
HISTORIA NATURAL DA DOENÇA
19. 19
PO: PROFILAXIA
No ambiente de trabalho:
Programa de Proteção Respiratória
Segurança do trabalhador
Proteção Coletiva: ventilação /exaustão
Proteção Individual: EPI
Proteção respiratória individual
PO: Conduta legal
Tipos de Documentos:
1. CAT – Comunicação da Doença Profissional de Trabalho.
2. Laudo de Exame Médico.
3. Resultados dos exames laboratoriais.
4. Solicitação de afastamento do trabalho e/ou readaptação ou
reabilitação profissional.