O documento discute os desafios do bloco BRICS, incluindo a busca por uma ordem mundial mais democrática e multipolar, com maior participação de Brasil, Índia e África do Sul na ONU. Entre os desafios estão redistribuição de poder global e maior integração do Brasil internacionalmente. O Brasil implementa uma agenda social como política externa focada em justiça, pobreza e cooperação nos BRICS.
QUAIS OS MAIORES DESAFIOS DO BRICS E O PAPEL DO BRASIL NA NOVA CONFIGURAÇÃO MUNDIAL
1. QUAIS OS MAIORES DESAFIOS DO BRICS E O PAPEL DO BRASIL NA
NOVA CONFIGURAÇÃO MUNDIAL?
MOTTA, Adilson, 2017
A dinâmica que integra países que formam o BRICS (Brasil, Rússia, China
e África do Sul) concentra interesses e demandas de diferentes nações,
aumentando o papel do bloco como um todo e de cada país no âmbito
internacional.
O principal objetivo do bloco é a busca por uma ordem mundial mais
democrática e multipolar. Para que isso ocorra, faz-se necessária uma série de
reformas na comunidade internacional, como a participação maior do Brasil,
Índia e África do Sul na ONU, com um assento permanente para esses países
no seu Conselho de Segurança (BRASIL, 2011).
Entre seus desafios está o de redistribuição de poder e uma nova
governança global, e o Brasil, nesse cenário, buscar uma maior integração, papel
e espaço na comunidade internacional. Apesar de interesses comuns, e ao
mesmo tempo particulares dentro do bloco, nota-se, conforme Reis; Assunção e
Lemos (2012), que os países integrantes atuam numa perspectiva de
cooperação, que que é inovador, e com interesses recíprocos e desafios
semelhantes a serem enfrentados.
Estudos apontam que os países do BRICS crescem num ritmo acelerado,
e que seu crescimento ultrapasse até mesmo o das projeções, em termos
comparativos as nações mais ricas. Cada país participante do G5 – tem seus
desafios amparados não somente no PIB interno, como também em sua
participação no cenário internacional. Entre seus maiores desafios e metas, está
o de reduzir a dependência dos países do grupo em relação aos Estados Unidos
e a busca pela integração de interesses comuns. Nesses desafios também está
o de criar condições para uma ordem mundial mais justa, conforme Kramer
(2009, apud REIS; ASSUNÇÃO; LEMOS, 2012).
Um ponto positivo do BRICS, entre outros, está o do consenso de que o
uso da força da força ser evitado na resolução das turbulências regionais
(CHINA, ORG. 2011, apud REIS; ASSUNÇÃO; LEMOS, 2012).
2. Muitas são as metas que relacionam ações internas e externas das
políticas públicas dos países envolvidos, que se tornam verdadeiros desafios a
cada país membro no cenário interno e externo, como:
A busca por minimizar os efeitos da crise mundial é outra constante
nas preocupações destes países;
A necessidade de cooperação em áreas sociais, como na assistência
humanitária internacional para desastres naturais (BRASIL, 2009).
Promover o desenvolvimento da agricultura familiar, visando a uma
maior segurança alimentar global (Coisa que o Brasil já faz).
Ademais, os BRICS declaram seu comprometimento em fortalecer a
segurança internacional no combate ao terrorismo e ao crime
cibernético;
Cooperação no desenvolvimento de energia nuclear segura;
comprometem-se em aumentar a cooperação prática na adaptação de
suas economias e sociedades às mudanças climáticas; comprometem-
se, também, em aumentar a cooperação em proteção social, trabalho
decente, igualdade entre gêneros e saúde pública, inclusive na luta
contra a AIDS. (REIS; ASSUNÇÃO; LEMOS, 2012).
Nesse cenário, o Brasil como um dos aspectos mais positivos da
integração dos cinco países, implementando uma agenda social como política
externa com enfoque crítica ao sistema financeiro, à injustiça e à pobreza. Nessa
nova configuração da política internacional que integra os países em torno de
interesses comuns e ao mesmo tempo na busca por solução de problemas
comuns nestes existentes que leva países como o Brasil a assumir suas ações
de políticas públicas buscando manter sintonias numa dimensão da política
interna e externa como pauta de sua agenda política.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Cúpula dos chefes de Estado e Governo do BRICs: Ecaterimburgo
16 de junho de 2009 – Declaração Conjunta. 2009b. Disponível em:
<http://www.itamaraty.gov.br. Acesso em: 23 mar. 2018.
REIS, Danilo; assunção, Isadora; LEMOS, André. Cooperação internacional: a
influência dos brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na
construção da atual política externa brasileira. 2012.