1) Jesus prometeu aos discípulos Sua própria paz, apesar de estarem enfrentando tempos difíceis e incertezas com Sua partida;
2) A paz de Cristo é necessária para enfrentar as tribulações dos últimos dias e os ataques de Satanás;
3) Qualquer um pode obter a paz de Cristo, independentemente de dignidade ou fé, por meio do Espírito Santo.
1. A Importância de Ter a Paz de Cristo - by David Wilkerson
Jes us dis se aos discípulos, “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (João 14:27). Essa palavra teria de
surpreender os discípulos; aos olhos deles, seria uma promessa quase inacreditável: a paz de Cristo se
tornaria a paz deles.
Estes doze homens haviam se maravilhado com a paz que haviam testemunhado em Jesus pelos últimos
três anos. O Mestre nunca esteve com medo; esteve sempre calmo, nunca se alvoroçando por nenhuma
circunstância.
Sabemos que Cristo era capaz de ira espiritual. Às vezes Ele era provocado, e também sabia como
chorar. Mas levou a vida sobre a terra como um homem em paz. Ele tinha paz com o Pai, paz em face
das tentações, paz em tempos de rejeição e de zombaria. Ele até mesmo teve paz durante tempestades
no mar, dormindo na beira do barco enquanto os demais tremiam de terror.
Os discípulos haviam testemunhado Jesus sendo arrastado a um alto cume por uma turba enfurecida
resolvida a matá-Lo. No entanto Ele calmamente se afastou da cena, intocado e cheio de paz. Eles
tinham ouvido homens chamando o seu Senhor de Diabo. Líderes religiosos Lhe apontavam como fraude.
Alguns grupos até conspiraram para matá-Lo. No entanto, em meio a tudo isso, Jesus jamais perdeu a
paz. Homem algum, nenhum sistema religioso, nenhum Diabo conseguiria Lhe roubar a paz.
Tudo is s o deve ter caus ado dis cussões entre os dis cípulos: “Como Ele cons eguiu dorm ir em meio à
tempestade? Que tipo de paz é essa? E como conseguiu ficar tão calmo na hora que aquela multidão
estava prestes a lançá-Lo no abismo? As pessoas zombam, insultam, cospem Nele, mas Ele nunca
revida. Nada O perturba”.
Agora Jesus estava prometendo a estes homens esta mesmíssima paz. Ao ouvirem isso, eles devem ter
s e olhado perguntando, “Quer dizer, vamo s ter a mesma paz que Ele tem? Is s o é incrível”.
Jes us acres centa, “Não vo-la dou como a dá o mundo” (João 14: 27). Não seria a assim chamada paz de
uma sociedade entorpecida e com vícios. Nem seria a paz temporária dos ricos e famosos, que tentam
adquirir paz de espírito com coisas materiais. Não seria a falsa paz do que se entregam a uma mentira,
res olvendo na mente que “Vou ter paz, mesmo com teimosia no coração”.
Não, falamos da paz do próprio Cristo, a paz que excede todo o entendimento humano.
O momento desta dádiva de paz foi muito importante para
os discípulos, como é para todo crente hoje
Os discípulos estavam à beira da maior provação que conheceriam. Por quê? Cristo estava prestes a
deixá-los. Mesmo Ele tendo tentado lhes preparar, quando Jesus revelou estas notícias a eles, isso veio
como um choque. Estes discípulos haviam aguardado com expectativa o dia em que o Senhor
estabeleceria o Seu reino na terra, e os faria todos governantes. Eles haviam imaginado essa como a
hora para governar e reinar aqui na terra.
2. Mas agora Jes us lhes diz, “Vocês precis am s aber que es tou pres tes a s er entregue às mãos dos iníquos,
e eles vão Me matar. Mas res s us citarei”.
Na mesma cena, Jes us promete dar aos dis cípulos o Es pírito Santo. Cris to explica, “O Es pírito Santo os
guiará em meio ao que vocês terão de enfrentar. Ele será vosso amigo. E os capacitará para
experimentar es ta paz que vos dou”.
Porém es tes homens não tinham conceito de quem o Es pírito Santo era. Eles devem ter pens ado, “Como
um espírito pode substituir um homem visível, tocável, vivo? E como Jesus pode esperar que guardemos
a Sua paz, se não temos a Sua presença real conosco? Como ter esperança de se agarrar à ela se temos
de mantê-la pela fé, e não pela vis ta?”.
Nes s e ponto Jes us dis se, “Se me amás s eis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai” (João 14: 28). Mas
os discípulos não podiam se alegrar com Ele. Eles simplesmente não entenderiam a promessa do Espírito
Santo até o Pentecostes, quando Ele realmente veio sobre eles.
Eram tempos difíceis para os discípulos
As palavras de Jesus viraram a vida e o ministério destes homens de cabeça para baixo. Subitamente,
eles es tavam confus os, cheios de medo e incerteza. Devem ter imaginado “Como vamos viver agora?
Jesus supria tudo. Ele podia tirar moedas da boca de peixes, e multiplicar o pão. Ele era o nosso tudo. E
o que faremos se os fariseus e os sacerdotes vierem atrás da gente? Eles podem nos apedrejar se Jesus
partir”.
“Quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo”(João 14:3). Mas o resto
deste capítulo revela que a promessa de Cristo não lhes trouxe nenhum alívio. Mesmo o Seu
compromisso de voltar outra vez não elevou seus espíritos.
Pos s o imaginar Pedro dizendo, “Quem precis a de mansões? Preciso é de um emprego. Tenho famí lia pra
alimentar. Não preciso ouvir de futuras bênçãos no céu. A crise real é aqui e agora, e tenho de dar um
jeito. Vou voltar a pes car”. Após a crucificação, Pedro e alguns outros realmente voltaram à s ua vida de
pesca, por um tempo.
Neste momento, você pode estar atravessando o tempo mais difícil que já enfrentou. A sua vida pode
estar incerta, e a coisa parece desesperadora. Seria a perda de um emprego? Talvez a situação
financeira esteja fora de controle e parece não haver solução. Toda saída que você busca lhe enche de
mais estresse, perdas e cansaço.
É quando a mente começa a raciocinar as s im “Como ter paz com todas es tas dívidas na cabeça? E como
s er calmo quando precis o de um milagre financeiro? Es tou no fim da corda. O futuro é incerto”.
Neste ponto, um coração des encorajado é tentado a dizer, “Sim, Deus é fiel à Sua palavra. Eu agradeço
por todas as Suas promessas de um lar para mim no céu. E agradeço a Ele pela promessa de voltar outra
vez. Mas já ouvi todas estas abençoadas verdades tantas vezes , e creio nelas; mas nesse momento, tudo
me parece teologia vazia. Não estou precisando de mais um sermão ou de teoria. Preciso é de um
milagre”.
Talvez a sua família esteja em crise, ou o seu casamento esteja lutando, ou a sua saúde esteja falhando,
e parece não haver es perança à frente. E você s e diz, “Eu queria s ó uma luz no fim do túnel. Mas s ó vejo
incertezas de todos os lados. Se pelo menos eu conseguisse cura para o meu corpo – ou uma solução
para o meu filho – ou sair da dívida – então eu teria paz. Me arranje um milagre, e conhecerei paz”.
Jesus sabia que os discípulos precisavam do tipo de paz que
cuidasse deles em toda e qualquer situação
3. Quando Cristo prometeu aos discípulos a Sua paz, foi como se estivesse lhes dizendo (e para nós
também hoje): “Sei que vocês não entendem es tes tempos difíceis que es tão enfrentando. Vocês não
compreendem a cruz e o sofrimento que estou prestes a enfrentar. Sim, vocês estão no limiar de serem
provados além da sua capacidade humana de suportar. Vocês se sentirão confusos e abandonados pelo
Pai. Mas quero levar os vossos corações à uma situação de paz. Vocês não serão capazes de enfrentar o
que es tá chegando s em a Minha paz duradoura em vocês . Vocês precis am ter a Minha paz”.
Amado, o mundo no qual vivemos está à beira de suportar um tempo de tribulação como nunca houve
antes. Nós não temos compreensão quanto às dores que deverão vir sobre a terra nestes últimos dias. E
Cris to es tá nos dizendo, como dis s e aos discípulos, “Vocês não cons eguirão aguentar nada do que es tá
por vir sem a Minha paz dentro de vocês. Tenham-na agora, antes que as coisas piorem. O Meu Santo
Espírito habita vocês. Peçam a Ele a Minha paz. Ele prometeu ancorar as vossas almas em toda
tormenta. E esse será o vosso milagre: Eu vos tornarei uma maravilha viva para o mundo. Eu vos tornarei
um es petáculo da Minha graça em meio aos caos e à perturbação”.
Não importa o que você esteja enfrentando. A sua vida pode dar a impressão de ter sido atingida por um
furacão; você pode estar enfrentando provações que fazem com que os demais lhe vejam como um Jó
dos dias modernos. Mas em meio às suas provações, quando você invocar o Espírito Santo para lhe
batizar na paz de Cristo, Ele o fará.
As pes s oas vão apontar a você e dirão, “O mundo dele s e quebrou inteiramente. Contudo ele está
determinado a confiar na palavra de Deus, seja para viver ou para morrer. Como ele consegue? Ele
deveria ter desistido há muito tempo, mas não o fez. E em meio a tudo, ele não abriu mão de nada do que
crê. Que paz tremenda! Vai além do entendimento”.
Há mais de um ano, a minha mulher Gwen passou por uma cirurgia de joelho. Depois de haver passado
por tantas operações de câncer ao longo dos anos, ela agora teria de viver com um joelho metálico. E a
dor da cirurgia seria terrível. Quando nos sentamos juntos no quarto do hospital, se preparando para a
operação, orei, “Senhor, precis amos de paz para enfrentar is s o. Gwen precis a de paz s obrenatural para
enfrentar outra operação. Conceda-nos a Tua paz”.
O Senhor fez isso. Ele a conduziu durante a cirurgia de modo lindo. E foi uma alegria ver Gwen
ministrando a paz de Deus para todos os que entravam em seu quarto. Nossos queridos e também
pessoas estranhas viam algo que estava além da capacidade da minha mulher agindo naquela
circunstância de dor: a paz do próprio Cristo.
Você pode es tar em agitação achando que “Acabou. Não vou cons eguir”. Mas Jes us diz, “Sei o que você
es tá pas s ando. Venha e beba da Minha paz”.
Há outra razão pela qual é importante ter a paz de Cristo
Jesus nos dá outra razão pela qual precisamos da Sua paz: Satanás ataca o justo.
Cris to diz aos dis cípulos nesta mesma pas sagem, “Aí vem o príncipe do mundo” (João 14: 30). Qual era o
contexto des ta declaração? Ele havia acabado de dizer aos doze, “Já não falarei muito convos co” (14:
30). E então Ele explica o porquê: “Porque aí vem o príncipe do mundo”.
Jesus sabia que Satanás estava agindo naquela exata hora. O Diabo já havia incumbido Judas de traí -Lo.
E Jesus sabia que a hierarquia religiosa em Jerusalém estava sendo fortalecida pelos principados do
inferno. Ele também estava sabendo que uma turba inspirada pelo Diabo logo chegaria para fazê -Lo
pris ioneiro. Foi quando Jes us dis se estas palavras aos discípulos: “Satanás , o iníquo, es tá vindo. Então,
não poderei falar muito com vocês ”.
Jesus sabia que necessitava de tempo com o Pai para se preparar para o conflito que chegava. Ele
estava prestes a ser entregue às mãos dos ímpios, bem como houvera dito. E sabia que Satanás estava
4. fazendo todo o possível para abalar a Sua paz. O Diabo iria assediar e tentar desencorajá-Lo, tudo no
esforço de quebrar a fé de Cristo no Pai – qualquer coisa para fazê-lo evitar a cruz.
Amado, estamos enfrentando a nossa própria provação crucial nestes últimos dias. Veja o alerta de Jesus
aos crentes vivendo hoje, “Ai da terra e do mar, pois o diabo des ceu até vós , cheio de grande cólera,
sabendo que pouco tempo lhe resta. Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a
mulher que dera à luz o filho varão [Cris to]” (Apocalipse 12: 12-13).
A palavra de Deus não poderia ser mais clara nesse assunto: a igreja de Jesus Cristo está sob ataques
particularmente perversos nesse momento. Estamos enfrentando um Diabo enlouquecido, um inimigo
cheio de ira contra o povo santo do Senhor. E para suportar seus ataques, vamos precisar da paz do
próprio Cristo, paz que a tudo excede.
Como obtenho esta maravilhosa paz de Cristo?
A quem Jesus concede a Sua paz? Pode-s e pens ar “Não s ou digno da paz de Cris to. Tenho muitas lutas
na vida. A minha fé é muito pequena”.
Você faria bem em avaliar os homens a quem Jesus primeiro deu a Sua paz. Nenhum deles era digno, e
nenhum tinha direito a ela.
Pense em Pedro. Jesus estava para conceder a Sua paz a um ministro do evangelho que logo
praguejaria. Pedro era zeloso em seu amor por Cristo, mas também iria negá-Lo.
E havia Tiago e seu irmão João, homens com espírito competitivo, sempre buscando ser reconhecidos.
Pediram para se assentar à direita e à esquerda de Jesus quando Ele ascendesse ao trono em glória.
Porém os demais discípulos não eram mais dignos do que estes. Ferveram de raiva de Tiago e João por
estes tentarem ofuscá-los. Havia Tomé, homem de Deus dado à dúvida. Todos os discípulos tinham tão
pouca fé, que isso surpreendeu e afligiu Jesus. Realmente, na hora mais difícil de Cristo, todos os
abandonariam e fugiriam. Os discípulos mesmo após a ressurreição, quando começou a se falar que
“Jes us res suscitou”, eis que “alguns duvidaram”. E quando Senhor apareceu a eles , os cens urou pela
falta de fé.
Mas há mais. Eles também estavam confusos. Eles não entendiam os caminhos do Senhor. As parábolas
Dele os confundiam. Após a crucificação, perderam qualquer sentindo de unidade que tinham, se
dispersando por todos os lados.
Que imagem: eram homens cheios de medo, incredulidade, desunião, mágoas, perplexidade,
competividade, orgulho. Contudo, foi para es tes mesmos s ervos problemáticos que Jes us disse “Lhes
darei a Minha paz”.
Por que a promessa de uma paz sobrenatural foi dada a homens tão falhos? Foi porque eles foram
chamados e escolhidos em Cristo, e por nenhuma outra razão. Os discípulos não foram escolhidos
porque eram bons ou justos, isso está claro. Nem foi porque tinham talento ou habilidades. Eram
pescadores, trabalhavam por dia, mansos e humildes.
Cristo chamou e escolheu os discípulos porque viu algo em seus corações. Ao olhar dentro deles, Ele
sabia que cada um se submeteria ao Espírito Santo.
Àquela altura, tudo que os discípulos tinham era uma promessa de Cristo quanto à Sua paz. A plenitude
desta paz ainda estava para lhes ser dada no Pentecostes. Foi quando o Espírito Santo viria e os
habitaria. E Ele começaria a tratar com todas as questões carnais deles.
5. Da mesma maneira, você e eu fomos chamados e escolhidos. Quando você foi a Jesus, você o fez em
resposta ao chamado Dele. Você foi convencido, cortejado e ganho pelo Espírito Santo. E quando
recebeu a Cristo, você recebeu uma porção do Seu Espírito. A obra do Espírito continua em você até o
dia de hoje.
Mais, você ainda é chamado pelo Senhor. Os Seus dons e chamado s ão irrevogáveis. E como os
discípulos falhos e problemáticos, nós também fomos escolhidos para receber a paz de Cristo, em virtude
do chamamento Dele.
O minis tério do Es pírito Santo s empre foi revelar Cris to ao Seu povo. Jes us dis se “Ele me glorificará,
porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar” (João 16: 14). Ele está dizendo em resumo,
“O Es pírito Santo vos falará de Mim e dos Meus caminhos”.
Simplificando, nós recebemos a paz de Cristo a partir do Espírito Santo. Esta paz nos vem ao Espíri to
revelar Cristo em nós. Assim, quanto mais você quiser de Jesus, mais o Espírito lhe mostrará Dele – e
mais da real paz de Cristo você terá. É assim que obtemos a Sua paz.
Jesus disse que aqueles que O amam teriam fontes de água viva jorrando deles. Esta fonte começou a
borbulhar quando você foi salvo. Mas começa a se tornar um rio quanto mais você ansiar por Cristo.
Então, quando houver um constante fluxo do Espírito de Cristo – o Seu perdão, o Seu caráter, a Sua
humildade e obediência ao Pai – a paz Dele se tornará sua.
Os que são apaixonados para ser mais como Jesus receberão
uma paz que não lhes pode ser tirada
Mostre-me um homem ou uma mulher cuja maior paixão seja se tornar mais como Cristo – cujo coração
esteja disposto a confiar no Espírito para remover toda pedra de tropeço – e lhe mostrarei alguém a quem
Satanás não pode derrotar. A paz de Cristo flui a todos os que estão resolvidos a confiar no Espírito
Santo para moldá-los à semelhança de Jesus.
Mas temos de atentar ao alerta de Cris to: “Aí vem Satanás ”. Ninguém na terra s erá tão terrivelmente
atacado quanto a pessoa que se determinou a buscar este prêmio: conhecer a Cristo e ser um com Ele. A
quem Lhe bus car as s im, O Senhor promete: “O Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vos s os
pés a Satanás ” (Romanos 16: 20).
Este versículo não é de Cristo esmagando a cabeça da serpente no jardim. Isso já foi feito. Não, Paulo
está falando de Satanás sendo esmagado, derrubado e humilhado sob os pés de Cristo em você.
Vá à oração, e peça que o Espírito Santo lhe dê o suprimento diário de paz que Cristo prometeu.