Aula rg repensando a saúde no seculo 21 dr. Ricardo Guimarães - FIEMG
1. Repensando a Medicina do
Século XXI
Dr. Ricardo Guimarães
Hospital de Olhos de Minas Gerais
Belo Horizonte - MG
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2. Medicina do Século XXI
• “Se ha uma área que precisa de reforma, é a medicina.
Caótica, cara, ineficiente, e frequentemente ineficaz, a área da
saúde está suplicando por inovação.”
If ever a field needed a makeover, it's medicine. Chaotic, expensive,
inefficient, and often ineffective, health care is dying for innovation.
– Gardiner Morse,
– Ex Editor do England Journal of Medicine por 15 anos
– Senior Editor da Harvard Business School, Junho de 2010
• “Todos querem fazer o que é certo,
mas somente após tentar todas
as outras alternativas”
Winston Churchill, 1950
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4. Introdução
• Apresentação pessoal
– Como Medico
• Formação, monitoria, AMMG, AMIMER,
– Cidadão
• Programas sociais, Projeto Rondon, Delegacia de Menores
– Outras atividades
• Amcham, CCBC, ACM, Minas Invest, Canadá
– Como Diretor do Hospital de Olhos de MG
• Perfil Holhos privado e convenios
• ONA Nacional e Acredittation Canadá International
• Hospital como uma empresa
– Paciente e usuário do sistema de saúde
• Acidente
• Recente
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12. Cenário Mundial
E.U.A maior
gasto com saúde no
mundo: 17.6% do
PIB - $7,285 ppp
Canada $2.58723
ppp - ranking 6th
Brasil $323 ppp -
ranking 55th
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14. Causas aumento custo
• Vivemos mais e melhor
• Temos melhores cuidados
• Tecnologia mais avançada e mais cara
– Indução midia, do fabricante
• Valorização pelos planos de saúde
– Melhor remuneração
– Super especialização = Fragmentação
• Ma gestão
• Medicina = atividade de resultado
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15. Associação Médica Americana
Fatores contribuíram para aumentar custos na Saúde
• Envelhecimento da população
• Aumento de doenças crônicas
• Novas tecnologias
• Despesas administrativas
• Medicina defensiva
• Novas drogas
• Estilo de vida
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18. Pirâmides Populacionais no Brasil (Em
Milhões de Pessoas)
As projeções indicam que a população mais idosa
(topo das pirâmides) aumentará cada vez mais seu contingente em
relação às pessoas mais jovens (base das pirâmides)
1980 2000
80+ 80+
70-74 70-74
60-64 60-64
50-54 50-54
40-44 40-44
30-34 30-34
20-24 20-24
10-14 10-14
0-4 0-4
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
Homens Mulheres Homens Mulheres
2020 2050
80+ 80+
70-74 70-74
60-64 60-64
50-54 50-54
40-44 40-44
30-34 30-34
20-24 20-24
10-14 10-14
0-4 0-4
-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10
Homens Mulheres Homens Mulheres
Fonte: IBGE
Elaboração: SPS/MPS
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19. Brasil 2010:
• População = 190.732.694 pessoas
• Idosos: 21 milhões - 11% (superior ao de
crianças de 0 a 6 anos: 19,4 milhões )
• Previsão para 2020: 30 milhões (maiores de 60
anos) - 13% da população total do país.
• (IBGE – Estimativa 2010)
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21. A OMS divulgou relatório anual
em 13-05-11
• Governo brasileiro gasta menos com saúde do que a média
africana.
• Brasil 7.2 % dos gastos totais para a saúde (orçamento)
• Canadá destina 17,8%, Espanha 15,5%, Itália 14,2%, Chile 14,1% e
México 10,8%.
• Gasto público per capita/ano no Brasil = US$ 323 contra
• US$ 2.587 no Canadá, 2.550 no UK, 1.000 em Portugal e 1.757 na
Espanha
• A maior parte dos gastos com saúde no Brasil é paga pelo
contribuinte.
• OMS avaliou 192 países, o Brasil ocupa a 151º posição, como
um dos países que menos investem em saúde.
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22. Má gestão também na privada
• Operadoras não tem uma política definida de saúde, não
educam mercado para sua visão
• Pagam pelo procedimento de forma indiscriminada, mais
se faz mais se paga
• Não há valorização de qualidade ou de infra-estrutura
• Remuneração por resultado
•
• Foco na doença e não na saúde.
•
• Tratar doença Versus promover saúde
• Paciente não participa do custo
• Não existe continuidade na abordagem => Fragmentação
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23. Preparo do médico
• Entre 2000 e 2009, a quantidade de médicos aumentou 27% –
de 260.216 para 330.825.
• 15.000 concluem o curso em 2010
• 30% dos formandos: residência – 7.000 vagas
• Mesmo currículo
• Não recebe formação de administração
• Instituição serve médico ou vice versa?
• Tem formação e treinamento para visão individual e não de
grupo.
• Qualidade da formação?
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25. 75% das crianças e adolescentes brasileiros
tomando remédios para déficit de atenção não
tiveram diagnóstico correto. Folha SP
• Déficit de atenção - Uso exagerado do medicamento
• Estudo da USP, Unicamp, e do Albert Einstein College of
Medicine (EUA), em 5.961 jovens, de 4 a 18 anos, em 16
Estados do Brasil e no Distrito Federal.
• 23,7% das 459 dos diagnósticos corretos.
• O remédio usado para tratar o transtorno é o metilfenidato,
princípio ativo da Ritalina e do Concerta age sobre o sistema
nervoso central, aumentando a capacidade de concentração.
• Entre os efeitos colaterais causados pela droga estão
taquicardia, perda do apetite e o desenvolvimento de quadro
bipolar ou psicótico em pessoas com predisposição.
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28. Over-Diagnosed
DR. H. Gilbert Welch – Fac.Medicina de Dartmouth
• Exames e tratamentos preventivos para o colesterol, hipertensão,
diabetes e câncer, em vez de salvar, colocam vidas em perigo e
pode levar a um caminho mais caro e menos saudável.
• Tratamentos precoces e agressivos aumentam o risco e a tendência
dos médicos de super diagnosticar para evitar ações judiciais
perpetua o que ele chama de "complexo médico-industrial
moderno."
• Quem procura sempre acha => Sintomas transformados em doença
• Quem acha sempre trata => Medicalização
• Tttos tem sempre ações colaterais => Iatrogenia
– Over-Diagnosed: fazendo as pessoas ficarem
doentes em busca de saúde.
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29. Passe o saleiro - João Ubaldo
• Exame preventivo próstata
• Sal na hipertensão
• Manteiga x Margarina
• Colesterol
• Consumo de ovo
• Exposição ao sol
• Vegetarianos x Ortorexia
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30. Iatrogenia – Erro Médico
• Imperícia, omissão e imprudência
• Visão médico como único responsável
• Medicina = Equipe
• Resultado = Conhecimento + Infra-estruturar +
Recursos
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31. Segurança do Paciente
• Infra estrutura física + Conhecimento +
organização multi e interdisciplinar
• ONA e Acreditação Internacional
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32. Paciente
• Informação leiga, via internet, Dr. Google
• Automedicação
• Processo tentativa e erro.
• E o único controlador de sua evolução
• Não e estimulado para promoção saúde
• Procura atendimento quando doente
• Maior custo e menor resolutividade
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33. Processo decisão do paciente
Auto
Especialista
Medica
Clinico
Exames
Urgencia
Nada – Espera melhora
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34. Medicina do Século 21
• E a mesma do passado
• Mesmo currículo médico
• Inovamos na tecnologia
• Mas usamos os mesmos métodos
• Tratar a doença não o doente
» Osler
• Não promovemos a saúde
• Super diagnosticamos
• Super medicamos 34
37. Novas tecnologias
• Transplantes
• Robótica
• Nanotecnologia
• Procedimentos não invasivos
• Tecnologia da informação e da comunicação
• Projeto Genoma
• Telemedicina – e-médico
• Hospital do futuro ???
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38. O Hospital do Futuro
A maioria das intervenções será minimamente invasiva e
feita sem internação
•Alta resolutividade ambulatorial
•Hospitalização somente para
•Urgência e Emergência
•Doenças terminais?
• CTI
•Transplantes complexos
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39. A medicina do futuro
• Cuidados coordenados
• Personalizada, monitoramento constante,
• Não invasiva
• Drogas (farmacogenômica)
• Cateteres e sensores transmissores
• Células tronco, bebê reserva
• Dr. Digital, médico robô, técnico saúde
• Diminui distancia entre médico e paramédico
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40. O que fazer?
• Repensar o modelo
• Atenção continuada e orientada
• Criar novos modelos e reformatar perfis
profissionais médico, enfermeira e paramédico.
E-medico
• Mais foco na promoção da saúde
• Criar perfil do paciente – Biografia Medica
• Visão global com foco individual
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41. O que fazer?
•Mais foco na promoção da saúde
+
• Criar perfil do paciente – Biografia ou cadastro
medico
+
• Visão global com foco individual
=
•Epidemiologia 41
42. Epidemiologia
• Buscar a Causa
• A causa da Causa
• Gestão do desenvolvimento da criança
• Identificar os Determinantes Sociais da Doença
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44. Determinantes sociais
Da Saúde • Da Educação
Pobreza Pobreza
Meio Ambiente Meio Ambiente
Violência Violência
Capital Renda
Moradia Moradia
Educação Saúde
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45. Conclusão
• Não existe saúde sem educação
• Não existe educação sem saúde
• Com a mesma abordagem resolvemos dois
problemas
47. Canadian Institute for
Advanced Research
• 15% da genética = biologia
• 10% do ambiente físico
• 50% de ambientes social e econômico
• Somente 25% da saúde atribuíveis ao sistema
de saúde
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48. Nova Medicina
• Cadastro de saúde e desenvolvimento da criança
– Mapear e reduzir vulnerabilidade da criança
• Paciente como parceiro
– Indivíduo gestor da própria saúde
• Médico – Ambiente Multidisciplinar
– Hospital integrado
• Prontuário único - Gestão da informação com visão
epidemiológica
– Intervenção PRO-ATIVA - Mapear e reduzir vulnerabilidade do
adulto
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49. Solução idealizada
1. Promover a Saúde desde a infância
– Gestão do Desenvolvimento
– Alta resolutividade e baixo custo
– Janelas de oportunidade
2. Melhor atenção saúde do adulto
– Cluster de instituições
– Atendimento integrado
– Pesquisa clínica e ensino profissional
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50. Promover a Saúde desde a infância
Projeto Bom Começo:
Programa de Gestão da Saúde e
Desenvolvimento na Escola
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54. Situação Atual
• Total de profissionais já
capacitados:
– 3.002 profissionais
– 21 estados
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55. Situação Atual
• Lei Municipal em Belo Horizonte
• • Desde Abril 2011 no Canada–
– Projeto em Parceria com Human Early Learning Partnership da
UBC, Vancouver,
• UNDIME
• Conspiração pel Educação
• AMM
• SIME - http://www.simi.org.br/biblioteca/exibir/6012
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56. Solução idealizada
1. Promover a Saúde desde a infância
– Gestão do Desenvolvimento
– Alta resolutividade e baixo custo
– Janelas de oportunidade
2. Melhor atenção saúde do adulto
– Cluster de instituições
– Atendimento integrado
– Pesquisa clínica e ensino profissional
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57. Cidade Médica Internacional de
Belo Horizonte:
Uma Ilha de Excelência em Cuidados
Médicos, Pesquisa Clinica, e Conhecimento
58. Conceito de Medical City
• Concentração organizada de instituições de saúde
em uma região, geralmente fora do centro urbano,
com facilidade de acesso local e internacional
• Plano Diretor organiza implantação e funcionamento
do complexo e de cada instituição buscando incluir e
harmonizar seriços e interesses de todos os
componentes da cadeia.
59. Benefícios
• Concentração de todas ofertas de serviços
necessários em uma área planejada
• Interação entre todos os setores da cadeia que
exercem atividades sinérgicas
• Compartilhamento de serviços terceirizados, de
apoio e fornecimento de insumos
• Reflexos positivos nos custos e na qualidade devido
às facilidades operacionais