1. ANÁLISE DE CUSTO/BENEFÍCIO EM ARQUITETURAS DE REDES
DE COMUNICAÇÃO DE DADOS
Adauto da Costa Santos
TELEBRÁS - Telecomunicações Brasileiras S/A
SAS Q.06 Bl.”E” 3º - 6420
Ed. Sede TELEBRÁS
70.313-000 Brasília - DF
Email: adauto@sede.telebras.gov.br
Sinopse
Discorre sobre métodos de avaliação
técnico-econômica de análise
custo/benefício das diversas alternativas
de implementação de arquiteturas (LAN,
MAN, WAN e GAN) e topologias de redes
de telecomunicações, considerando
comparativamente os aspectos de
viabilidade, desempenho e retorno dos
investimentos.
Discorre, ainda, sobre eventuais
ferramentas de suporte à decisão
gerencial disponibilizadas a partir da
implementação dos conceitos de gerência
integrada de redes e sua efetiva utilização
a nível do processo decisório das
Empresas.
Abstract
Deals with technical and economical
methods of cost/benefit analysis of several
alternatives of implementing
telecommunication networking architetures
(LAN, MAN, WAN and GAN) and its
topologies, considering comparatively the
aspects of viability, performance and
investments return taxes.
Deals, otherwise, with available decision
support tools from TMN
(Telecommunications Management
Network) concepts and their effective
utilization on decision process within the
enterprises.
Palavras-chave:
1. Redes de Comunicação de Dados. 2. Arquiteturas de redes. 3. Avaliação
Técnico-econômica. 4. Análise Custo Benefício. 5. Processo Decisório.
6.Teses. I. Universidade Nacional de Brasília - UNB. II. Título.
1. Introdução
Há vários anos atuando no Departamento de Gestão de Investimentos da Diretoria de
Planejamento e Engenharia da “holding”, a equipe da Divisão de Programação e Controle tem
estado empenhada na análise, ainda que empírica, dos programas de expansão das
Empresas do STB. Tal envolvimento tem sido evidenciado através de resultados expressivos
na sistemática redução dos custos de comutação e dos prazos de maturação dos projetos,
bem como na crescente qualidade e diversidade dos serviços prestados.
Portanto, a motivação intrínseca à presente iniciativa resulta tanto da experiência profissional,
tão carente de instrumentos efetivos que permitam real incremento de produtividade e
satisfação pessoal face às tarefas assumidas, quanto dos desafios propostos por um
horizonte de flagrantes incertezas, em termos de disponibilidade de recursos e de atualização
diante da veloz obsolescência do conhecimento e da tecnologia resultante.
2. Objetivos
• O objetivo geral é minimizar o vácuo identificado no cotidiano profissional de quem lida
com a análise de projetos, cujo embasamento incipiente, por ser instrumentalizado por
ferramentas demasiado susceptíveis a erros e manipulações, implica a possibilidade de
custos elevados e benefícios nem sempre compatíveis.
• O objetivo específico constitui-se na proposição de procedimentos automatizados, que
subsidiem a avaliação “on line” da relação custo/benefício dos projetos de
implementação de redes de comunicação de dados no Sistema TELEBRÁS;
procedimentos estes igualmente aplicáveis às demais áreas de interesse do Setor.
Metodologia
A abordagem a ser desenvolvida restringir-se-á aos aspectos inerentes à temática proposta,
a partir de metodologias pesquisadas, sua compilação em uma exposição sistematizada e a
consequente proposição de procedimentos de automatização da coleta de dados, para
composição da base de dados corporativa, subsidiando o processo decisório com a avaliação
“on line” da relação custo/benefício dos projetos de implementação de redes de comunicação
de dados no Sistema TELEBRÁS.
A referência a trabalhos já desenvolvidos por outras equipes, no âmbito do STB ou fora dele,
tem a finalidade de remeter o leitor àquelas fontes, no sentido do eventual interesse em
aprofundar-se na matéria aquí ventilada. Isto se aplica, por exemplo, ao Sistema de Custos
por Serviço, ao Sistema de Preços Unitários - SPU, ao Plano de Operações Integradas -
PLANOP e demais ferramentas, cuja metodologia não pretendo explorar, senão na medida
da necessidade específica deste artigo.
Formulação do Problema
O diferencial do que ora se propõe, em relação aos sistemas existentes, reside precisamente
na possibilidade de integração de suas melhores contribuições com a abordagem gráfica da
análise Custo/Benefício, via procedimentos da Gerência Integrada de Redes e Serviços (a
partir da função Contabilização), através da implementação de classes de objetos
gerenciados e seus atributos captores de dados, em uma plataforma tecnológica que
possibilite o trabalho cooperativo e a teleconferência como instrumentos de suporte aos
Processos Decisório e de Planejamento, Acompanhamento e Controle, a nível corporativo.
2. Discussões/Resultados
Métodos de Análise da Relação Custo/Benefício
Em artigo específico, os pesquisadores israelenses, Peretz e Lugasi1
, da Universidade Ben Gurion,
discutem detalhadamente diversos métodos de mensuração e comparação de benefícios. Uma vez que
os atributos e suas medidas de performance tenham sido determinados, um modelo de avaliação pode
então ser aplicado, a fim de calcular os benefícios globais das alternativas.
1
Shoval, Peretz e Lugasi, Yaacov - Artigo intitulado “Models for computer system evaluation and selection”,
publicado em Information & Management Vol 12(3), Março de 1987, pp.117-129
1. a fronteira de eficiência, ou seja, modelo em que a alternativa preferencial é aquela que é
dominante em todos os atributos considerados;
2. o ordenamento lexicográfico, ou seja, modelo em que as alternativas são ordenadas
sequencialmente de acordo com o atributo dominante (i.e. o mais importante). Claramente, isto só é
possível se existir um atributo dominante e este não puder ser confundido com outros;
3. 3. o peso adicional é um método prático extensivamente usado na avaliação e seleção de sistemas de
computador. Um peso da importância é determinado para cada atributo e a toda alternativa é atribuído
um valor para cada atributo. A alternativa selecionada é aquela que maximiza o produto;
4. o valor de custo considera somente o custo como base para seleção de um sistema. De acordo com
este modelo, valores monetários são determinados para representar poupanças incrementais resultantes
de uma maneira particular de implementação de um atributo em uma alternativa. Isto não inclui
atributos mandatórios. Depois, os valores de crédito são somados para cada alternativa e subtraídos de
seu custo total. O resto representa o valor relativo de cada alternativa. A alternativa com o valor mais
elevado é então selecionada;
5. o Autovetor (“Eingenvector”) de Saaty permite a determinação de pesos e pontuações para cada
atributo em cada alternativa, através do uso de matrizes, para executar comparações paritárias entre
atributos e entre alternativas. Uma vez que pesos e pontuações tenham sido obtidos, a pontuação final
de cada alternativa é calculada conforme a técnica do peso adicional;
6. o modelo de utilidade de múltiplos atributos de Keeney permite a avaliação da função utilidade
dos atributos e o cálculo de seus pesos e difere dos outros modelos porque considera o risco e a
incerteza.
Dado um elenco de sistemas alternativos, cada um com valores de custo e benefício calculados ou
quantificados, um caminho comum para a seleção preferencial se apresenta pela simples divisão dos
dois fatores (custo/benefício) proporcionando a decisão de seleção pela alternativa de valor mínimo, ou
seu equivalente máximo (benefício/custo), onde a primeira taxa expressa o custo por unidade de
benefício e a segunda expressa o nível de benefício por unidade de custo. Um exemplo é mostrado na
tabela 1:
FATORES ALTERNATIVAS
A B C D
CUSTO 700 400 500 500
BENEFÍCIO 0,9 0,5 0,8 0,6
CUSTO/BENEFÍCIO 777,8 800 625 833,3
TABELA 1 - Custo/Benefício de quatro sistemas alternativos
Detalha-se o benefício e o custo para quatro sistemas alternativos. O benefício é expresso em uma
escala de 0 a 1 e o custo em milhares de dólares. De acordo com a taxa de custo/benefício, a alternativa
C é selecionada. Note que a alternativa D é inferior e poderia ser eliminada da consideração porque a
alternativa C é dominante [custo de C = custo de D e benefício de C é maior que benefício de D].
O método tradicional de análise do custo/benefício considera somente a taxa entre os dois fatores, mas
não considera seus valores absolutos. Então, outra alternativa, com benefício = 0,2 e custo = 125, por
exemplo, é tão boa quanto a alternativa C (desconsiderada a grande diferença em ambos os custos e
benefícios entre as duas alternativas). O método do custo/benefício não considera, ainda, a importância
relativa dos fatores de custo e benefício.
Estes fatores podem ser de importância diferente para os decisores em diferentes circunstâncias. Podem
existir situações onde o fator benefício, por exemplo, é muito importante e as considerações sobre o
custo são menos concernentes, ou outras situações onde o fator custo se torne crucial como, por
exemplo, na falta de fundos para investimentos, ainda que os benefícios sejam sacrificados.
A importância dos benefícios e dos custos pode variar: em um extremo, o decisor irá selecionar a
alternativa de maior benefício, talvez, independentemente de seu alto custo e, em outro extremo,
selecionará a alternativa de custo mínimo, apesar de seu baixo benefício. Em qualquer caso, os dois
fatores podem ter importância variável, e a seleção entre as alternativas se tornará sensível para valores
absolutos de custo e benefício e para sua importância relativa.
4. A abordagem gráfica do custo/benefício
A abordagem gráfica habilita o decisor a considerar com sensibilidade vários níveis de importância dos
fatores de benefício e de custo. Usa-se ferramentas gráficas para esclarecer porque a taxa de
custo/benefício isolada não é suficiente, e porque é importante considerar também os valores absolutos
dos parâmetros, sua importância relativa para o decisor, e a sua atitude diante do risco e da incerteza.
Para superar as limitações do empirismo tradicional, uma abordagem gráfica, combinando-se o modelo
de Autovetor de Saaty e a abordagem do modelo de Utilidade de Keeney, é proposta.
Não se sacrificam algoritmos por gráficos, porém estes são combinados. Os gráficos permitem salientar
o que, de outra forma, estaria oculto na abordagem trivial da taxa de custo/benefício.Isto pode ser visto
como um típico problema de lógica booleana mutuamente excludente. Contudo, percebe-se que a
principal contribuição não é apenas uma introdução de um gráfico, mas a análise de várias formas de
normalização de custos, e a combinação disto com os modelos de Autovetor e de Utilidade. Também,
mostra-se a conexão entre considerações de custo/benefício e estilos de tomada de decisão, isto é,
atitudes diante do risco e da incerteza.
Os métodos são mostrados e discutidos a partir das figuras seguintes.
Transformação de custos
a) Modelos tradicionais
CN B
0,9 B A 0,9
C 0,8
b.c c.a
0,72
0,51
0,5
0 ... 0,38 0,67 ...1 p(benefício)
1 ... ...0 (1-p) (custo)
Fig. 1. Gráfico do Custo/Benefício: Método de Transformação “A”
As alternativas A, B e C da tabela 1 são usadas. Os dois eixos verticais são os benefícios (B) e o custo
normalizado (CN). No eixo (B) estão marcados os valores de benefício, como obtidos no modelo de
avaliação. No eixo (CN) estão marcados os valores de custo normalizado, isto é, valores de custo das
alternativas que são transformados de tal forma que causem a presença da alternativa de maior custo na
base inferior da escala, e a de menor custo se situe mais acima na escala.
O eixo horizontal é o peso da escala e expressa a importância relativa, ou o peso dos fatores custo e
benefício. A escala de pesos varia de 0 a 1, de forma que no ponto de intersecção com o eixo (B) o peso
dos benefícios (p) é 1 e o custo (1-p) é 0, etc. A linha que liga os valores de (B) e (CN) para cada
alternativa significa o benefício esperado da alternativa para qualquer ponto dado no eixo dos pesos.
5. b) Modelo Autovetor (Eingenvector) de Saaty
Os métodos anteriores foram baseados em uma transformação linear dos valores de custos onde, a cada
vez, uma base diferente era usada. Agora, um esquema de transformação diferente é considerado,
baseado em uma transformação subjetiva, fundada no modelo “Autovetor” de Saaty. Este modelo
permite a determinação de preferência, usando uma matriz para executar comparações paritárias entre
alternativas.
A fim de determinar a preferência entre “n” alternativas, o tomador de decisões entra com valores em
uma matriz n x n, usando comparações paritárias entre todas as alternativas. Assim, em cada célula (i,j),
o tomador de decisão expressa a importância relativa da alternativa i com respeito à alternativa j (só é
necessário entrar com metade da matriz, como se fosse simétrica). Os valores do autovetor constituem
os escores das alternativas.
O modelo de Saaty pode ser utilizado como um método para transformação de custos. Em nosso caso, o
decisor entra valores em uma matriz em que uma comparação paritária é feita entre valores de custo.
Assim, cada célula (i,j) expressa a preferência relativa de custo da alternativa i respectiva a j.
Obviamente, uma alternativa com menor custo é preferível. Um exemplo é mostrado na tabela 2. Ele é
baseado nas mesmas alternativas iniciais. Uma escala de 0 a 9 é usada para as comparações.
i j
A B C Autovetor
Normalizado
A 1 1/6 1 / 4 0,09
B 6 1 2 0,56
C 4 1/2 1 0,35
TABELA 2 - Matriz de Comparação Paritária de Saaty
A última coluna da Tabela 2 mostra o autovetor normalizado da matriz, para o autovetor máximo.
c) Modelo de Utilidade de Keeney
Na figura 2, estão impressos três estilos de tomada de decisão diante do fator risco:
utilidade
1
(2)
0,9
(1)
0,67
0,4
(3)
custo
700 600 500 400
Figura 2. Gráfico das Curvas de Utilidade dos três estilos de Tomada de Decisão
6. No eixo das abscissas, em ordem decrescente, estão os valores de custo. No eixo das ordenadas, está a
medida de utilidade do custo. Assim, (1) significa que um determinado decisor é indiferente ao risco,
(2) indica o grau de aversão ao risco e (3) identifica o estilo do decisor disposto a assumir riscos.
A figura 3 mostra os gráficos de custo-benefício dos três casos. Para as alternativas A e B os valores de
(CN) custos normalizados são 0 e 1, respectivamente. Para a alternativa C, três diferentes valores de
(CN) estão marcados, para os três diferentes estilos de tomada de decisão, e daí três diferentes linhas
estão desenhadas a partir desta alternativa: a linha C1 (para q = 0,67), a linha C2 (para q = 0,9) e a linha
C3 (para q = 0,4).
Para os três casos (linhas C), três diferentes conjuntos de pontos de intersecção entre pares de
alternativas são obtidos. Os valores p, no eixo dos pesos, são:
• para o caso de C1 (indiferente ao
risco):
0,53 ≤ p ≤ 0,87;
• para o caso de C2 (avesso ao risco):
0,25 ≤ p ≤ 0,9;
• para o caso de C3 (procura o risco):
0,67 ≤ p ≤ 0,8;
O que se pode aprender disto ? Aprende-se que quanto mais se persegue o risco, mais estreita é a faixa
de p para preferência pela alternativa C; quanto mais aversão ao risco, mais larga é a faixa para aquela
alternativa.
O comportamento da pessoa que é avessa ao risco é mais similar ao comportamento daquele decisor
que adota a abordagem pura de custo-benefício, de acordo com a qual a alternativa C é preferencial a
qualquer taxa. O oposto é verdade para o perseguidor de risco, que tende a preferir menos uma “certa”
alternativa C.
CN B
1
0,9 B A 0,9
b.c2 c2.a
0,67 C2 b.c1 c1.a 0,8
b.c3 c3.a
C1
0,4 C3 0,5
0 0,25 0,53 0,67 0,8 ...1 p(benefício
procura o risco
0,87 0,9
indiferente ao risco
avesso ao risco
Figura 3. Gráfico do Custo/Benefício: Transformação baseada no Modelo de Utilidade de Keeney.
A transformação de custo baseada no modelo de utilidade de Keeney é preferível em relação a outros
métodos, porque baseia-se em um modelo normativo que inclui axiomas que refletem regras
comportamentais do decisor na determinação de preferências, considerando a importância de fatores de
risco e incertezas. A dificuldade na aplicação do modelo é minimizada, desde que a utilidade de alguns
poucos valores de custo possa ser determinada. A combinação dos métodos gráficos de análise com
esse modelo de transformação de custo parece ser a solução apropriada para o problema da seleção
entre sistemas alternativos.
7. 3. FERRAMENTAS DE SUPORTE À DECISÃO GERENCIAL
Dada a realidade da multidisciplinariedade inerente às problemáticas atualmente tratadas, a
interconexão dessas ferramentas especializadas produzirá suporte de programação eficaz para, por
exemplo, permitir a implementação de um sistema de decisão colegiada em tempo real, em que os
usuários votam de acordo com seu perfil decisório, independentemente de sua localização geográfica.
Isto é uma possibilidade real do advento da reunião virtual de diretoria colegiada.
Existe uma grande variedade de técnicas disponíveis para representar uma estrutura que reflita
agrupamento de dados ou funcionalidades em objetos gerenciados. As técnicas de estruturação, a partir
de máscaras (ou “templates”) pré-definidos em ASN-1 (linguagem modelo de representação), são
descritas na norma ISO/IEC 10165-1 e na Recomendação X.721 do ITU-T, incluindo:
• Grupos de atributos
• Subclasses (especialização)
• Herança múltipla
• Objetos gerenciados
subordinados (containment)
• Pacotes
Tais técnicas permitem a implementação de captores automáticos de informações julgadas relevantes ao
gerenciamento, tais como os custos realmente incorridos na implementação, operação e manutenção do
Sistema ou da Rede de Telecomunicações. O GDMO - Guia para Definição de Objetos Gerenciados
oferece diversificadas opções de desenvolvimento de classes dedicadas, como as que compõem as
classes da ferramenta COCACOM - Classes of Objects for Multimedia Co-operating Application
Design on Distributed Architecture2
, a que pertence uma aplicação de voto cooperativo já
implementada.
Tal estrutura permite o desenvolvimento de aplicações de software distribuido e provê uma plataforma
geral de desenvolvimento incluindo componentes, comunicação e capacidades de interface. Essas
ferramentas incluem 5 classes básicas, cada uma representando um tópico diferente: paralelismo,
multimídia, interface de usuário, noção de evento e trabalho cooperativo. Mais precisamente, apresenta-
se objetos ativos e passivos (tarefas), grupos de objetos gerenciados, objetos meio e objetos
reflexos.
Classe Objeto Herança
Figura 4 - Objetos Complexos de uma Aplicação
A classe de objetos tarefa representa a decomposição granular de uma aplicação em entidades
autonômas que, quando executadas, serão distribuídas pela rede. Define-se os componentes da
aplicação pela especificação de diferentes tarefas. Estes objetos ativos (agentes) controlam os passivos
(subordinados) da aplicação. A cooperação de tarefas é baseada na comunicação assíncrona pelo envio
mútuo de mensagens.
2
Courtrai, L. et alli in SMAC - INTEGRATED BROADBAND COMMUNICATIONS AND COLLABORATIVE
WORK IN THE AUTOMOTIVE INDUSTRY, University of Trento, Italy, 1995.
Tarefa
interface
Grupo
reflexo
Tarefa de
comunicação
Som
Gerência
Imagem Texto
meio objeto
Aplicação Objeto
perceptível
Objeto
perceptível com
reação
8. A interface de programação é a mesma para comunicações locais e de longa distância. As tarefas serão
criadas dinâmicamente pela primitiva: t=nova tarefa (“tipo”, host, argumentos...). O programador tem
de especificar o nome de algum componente de software (que representa a tarefa) e eventualmente
especificar o site em que queira localizá-lo (se o argumento não for especificado, o sistema definirá a
localização).
Uma tarefa pode então cooperar de outra forma. As primitivas send e waitFrom permitem enviar e ler
mensagens entre tarefas. A comunicação é transparente qualquer que seja a localização da tarefa
tencionada. Cada tarefa tem um ambiente local que é gerenciado pela atividade da tarefa de forma
dinâmica. Ela contém todos os outros objetos da aplicação.
Os NEDS - Núcleos de Especificação e Desenvolvimento de Sistemas, em algumas Empresas
Operadoras, e os CEDS - Centros de Especificação e Desenvolvimento de Sistemas, previstos para
funcionar no CPqD, que entrarão em operação em 1996 atuando em um ambiente distribuído e
integrado, poderiam ser instruídos no sentido de embutir na Família de Sistemas de Operação,
correspondente à função Contabilização, um procedimento de captação de dados relativos a custos, que
viessem compor a Base de Dados Corporativa relativa a Projetos, permitindo assim a coleta
automatizada de dados para entrada em um módulo de análise gerencial, o qual geraria, a partir dos
métodos aquí propostos, informações precisas para a tomada de decisão em tempo real.
Tal iniciativa permitiria a implementação de sistema virtual de decisão colegiada, em que somente
aqueles usuários pertencentes ao grupo diretor da instituição seriam autorizados a votar, conforme
adaptação do modelo de voto ilustrado a seguir.
GRUPOS
Grupo 1
Grupo 2
Inicia voto
Tarefa
voto P1 voto P2 voto P3
pertence a envio de MSG instanciação
FIGURA 7 - O SISTEMA COOPERATIVO DE VOTAÇÃO
Uma tarefa de votação é composta de:
• um objeto meio que descreve o propósito do voto;
• 2 objetos meio conectados para reflexão do objeto para subscrição;
• um objeto de gerenciamento que inclui os três anteriores.
objeto reflexo inscreve-se em uma caixa de diálogo e fecha a aplicação de votação para o participante
correspondente. São condições de término da aplicação, definidas pela tarefa de inicialização:
• esperar pela expiração de temporização;
• iniciar uma ação reflexa quando cada tarefa de votação parar;
• leitura periódica do status de votação.”3
“Como já dissemos, o projeto da rede consiste na definição da arquitetura da mesma; dos diversos
equipamentos que a compõem, das facilidades de comunicação para interconexão dos nós da rede e da
topologia utilizada para esta interconexão, juntamente com os diversos protocolos envolvidos.”4
3
COURTRAY, L. et alli - op.cit. pag. 103
SIM NÃO PARTICIPANTE
9. Considerações comparativas entre várias alternativas de arquitetura e topologia, além das diversas
plataformas tecnológicas emergentes, são detalhadas em monografia apresentada ao Departamento de
Engenharia Elétrica da Faculdade de Tecnologia da Universidade Nacional de Brasília - UNB.
4. CONCLUSÕES
Proposições
Pela escolha de uma plataforma tecnológica que democratize o acesso à informação, resguardados os
requisitos de segurança5
desejáveis sem que, contudo, se centralize o poder decisório de tal forma que
favoreça a instauração da ditadura policialesca e cibernética da Teletela interativa do “Big Brother”, em
George Orwel6
.
Pela Gerência Integrada de Redes e Serviços no STB (PLANOP), observada a necessidade de real
integração dos sistemas existentes (Sistema de Preços Unitários-SPU, Sistema de Custos por Serviço,
etc).
Pela implantação de um Sistema de Suporte à Decisão Gerencial, de menor custo e maior efetividade
que os tradicionais EIS - Executive Information System7
, que proporcione mecanismos de cooperação
através da utilização dos recursos interativos da Teleconferência e da Televotação colegiada (SMAC
adaptado, descrito anteriormente).
Pela implementação de um “front end” ou interface gráfica padrão HTML (Intranet), integrada ao
Banco de Dados Corporativo e aderente aos conceitos e procedimentos do PLANOP, a ser
disponibilizada em todos os níveis e a todas as funções empresariais.
Pela implementação da coleta automatizada de dados de indicadores de expansão, operacionais e
econômicos através do desenvolvimento de classes de objetos gerenciados capazes de captar e
disponibilizar dados para a composição de uma base única de informações de interesse estratégico ao
planejamento empresarial e ao processo decisório.
Resultados Prováveis
Os resultados, conquanto identificados e desejáveis (incremento de receitas, diminuição de custos,
aumento de qualidade e produtividade, etc.), não estarão disponíveis a curto prazo, haja vista a
defasagem existente em termos de capacitação de pessoal em Análise e Programação Orientada ao
Objeto, bem como, no grau de obsolescência da planta instalada, verificável a partir do grau de
digitalização da rede local que, em abril de 1996, ainda ronda a casa dos 49,25 %8
.
No entanto, dada a conjuntura emergente, é indispensável a consideração das possibilidades aqui
sugeridas, na medida das exigências de mercado e decorrente oferta de soluções pelos concorrentes.
De tudo o que foi dito, a suma é que, a despeito do ferramental exposto e de sua efetiva implementação
como sugerida, a decisão final permanece sujeita a variáveis fora do domínio tecnológico e ainda
fortemente susceptível à interveniência política, comprometendo assim a qualidade perseguida (em seu
sentido mais amplo), porém não prescindindo da necessidade da interface homem/máquina.
Tal conjuntura poderá ser minimizada na proporção em que, critérios efetivamente profissionais,
venham legitimar o exercício da função gerencial em todos os níveis organizacionais.
4
BRITO, José M.C. - PROJETO E ANÁLISE DE REDES DE COMPUTADORES, INATEL
5
Denning, Dorothy E. Crime and Crypto on the Information Superhighway - Journal of Criminal Justice
Education, Georgetown University, Spring, 1995
6
ORWEL, George - 1985
7
Merkow, Mark - Is There an Executive Information System In Your Future ? Data Processing Digest 1/91 from
Manufacturing Systems Vol.8, October 1990 pag. 18-20
8
BVR - abril/96 - Grau de Digitalização da Rede Local
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Melhores Textos em Hebraico e Grego, Imprensa Bíblica Brasileira, RJ, 1986
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[5] Como Montar sua Intranet e Bem-vindo aos Dados do Século XXI, Revista Informática Exame -
Edição de abril/96, pag.48 a 54 e Edição de Maio/96, pag. 100 a 104, Editora Abril.
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COLLABORATIVE WORK IN THE AUTOMOTIVE INDUSTRY, University of Trento,
Italy, 1995.
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[8] FROSSARD, Denise - Reminiscências sobre a corrupção - a hidra moderna, Jornal da Embratel, Nº
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Information Strategy: The Executive’s Journal, Vol.8, Winter, 1991; pag.11-17
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[25] PLANOP - CPqD Notícias - Boletim Informativo no. 133 - FEV/1996
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