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ISSN 1806-6690
Rev. Ciên. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.- Jun., 2008
Centro de Ciências Agrárias - Universidade Federal do Ceará
www.ccarevista.ufc.br
Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área
cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.)1
Spatial variability of soil density and organic matter content in area cultivated with
sugar cane (Saccharum officinarum L.)
Luis CésardeAquino Lemos Filho2
, Ednaldo Liberato de Oliveira3
, ManoelAlves de Faria4
e LuizAntônio de Bastos
Andrade5
Resumo: A cana-de-açúcar é uma das principais fontes de divisas para o país. Porém, seu cultivo pode ocasionar
alterações nos atributos físicos e químicos do solo. O conhecimento da variabilidade espacial dos atributos do solo
pode auxiliar o seu manejo. Com isso, o objetivo desse trabalho foi estudar a variabilidade espacial da densidade do
solo e da matéria orgânica por meio de técnicas da geoestatística. O trabalho foi realizado em Perdões-MG, em um
Latossolo Vermelho Amarelo distrófico. Foram selecionados 49 pontos dentro da área em estudo, onde foram
coletadas amostras nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade, para as determinações da densidade do solo
(Ds) e da matéria orgânica (MO).As análises geoestatísticas foram realizadas pelo programa GeoR (RIBEIRO JR.;
DIGGLE, 2001). Os resultados mostraram que a camada de 0-20 cm apresenta-se menos compactada e com maior
teor de MO em relação a camada de 20-40cm. De uma maneira geral, o modelo do semivariograma que apresentou
maior dependência espacial foi o exponencial seguido do esférico.ADs e MO apresentaram alta variação dentro da
área de estudo,, e em função disso, o conhecimento do correto valor para cada ponto da área poderá trazer
benefícios ao produtor no manejo da cultura.
Palavras-chaves: Semivariogramas. Krigagem. Geoestatística.
Abstract- Industrial export products obtained from sugar cane are of utmost importance for the Brazilian economy.
However, cultivation of this crop can cause alterations in the physical and chemical soil attributes. The knowledge
of the spatial variability of soil attributes can be useful for soil management. Hence, the objective of this work was
to study the spatial variability of soil density and organic matter content through geoestatistical techniques, in an
area cultivated with sugarcane in Perdões, State of Minas Gerais, Brazil. Soil samples (49) were collected in the soil
layers of 0-20 and 20-40 cm of depth to determine soil density (Ds) and organic matter content (OM). The
geoestatistical analyses were accomplished by the program GeoR. The results showed that the 0-20cm soil layer is
less compacted and with higher OM content as compared to the 20-40 cm soil layer. In a general way, the model of
the variogram that presented larger space dependence was the exponential, followed by the spherical. Ds and OM
presented high variability inside the soil, and the knowledge of the correct value for each point of the area can
bring benefits to soil and crop management.
Index terms: Variogram. Kriging. Geoestatistical.
1
Recebido para publicação em 29/05/2007; aprovado em 13/12/2007
2
Eng. Agrônomo, M. Sc., Doutorando em Engenharia de água e solo, Departamento de Engenharia/ UFLA, Caixa Postal 3037,
Campus Universitário, CEP: 37.200-000, Lavras, MG. Fone (35) 3829-1362, lcalfilho@posgrad.ufla.br
3
Eng. Agrônomo, M. Sc., Doutorando em Engenharia de água e solo, DEG/UFLA, e-mail: ednaldoliberato@yahoo.com.br
4
Eng. Agrônomo, Prof. Dr., DEG/UFLA, e-mail: mafaria@ufla.br
5
Eng. Agrônomo, Prof. Dr., DAG/UFLA, e-mail: laba@ufla.br
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008194
L. C. A. Lemos Filho et al.
Introdução
O Brasil é hoje o principal produtor de cana-de-açú-
car (Saccharum officinarum L.) do mundo. Seus produtos
são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool
combustível e mais recentemente, bio-diesel
(transesterificação); sendo assim, uma das principais fon-
tes de divisas para o Brasil.
O cultivo dessa cultura pode ocasionar altera-
ções nas propriedades físicas do solo em função de prá-
ticas de manejo que são feitas usando arados, grades
pesadas e subsoladores. Além disso, o solo permanece
descoberto por um período relativamente longo, o que
acelera o processo erosivo e contribui para a
depauperação de suas propriedades físicas e químicas
(MENDOZA, 1996). Vários estudos de manejo de solo
têm demonstrado a importância do fornecimento de maté-
ria orgânica visando à manutenção e melhoria das proprie-
dades físicas do solo (OADES, 1984; CERRI et al., 1991).
O conhecimento da variabilidade espacial das pro-
priedades do solo pode minimizar os erros no manejo do
solo e da cultura. Vários estudos relatam que a variabilidade
de propriedades do solo apresenta correlação ou depen-
dência espacial (CARVALHO et al., 2002; CARVALHO
et al., 2003). Portanto, a análise da variabilidade do solo
por meio de técnicas da Geoestatística, pode indicar alter-
nativas de manejo, para reduzir os efeitos da variabilidade
do solo sobre a produção das culturas
A Geoestatística permite conhecer a continuidade
de uma variável de interesse, em toda uma área de estudo,
demonstrando a variação espacial do fenômeno através de
mapas de variabilidade. Uma das grandes aplicações da
Geoestatística é a possibilidade de construção de mapas
temáticos que permitam analisar a variável em estudo.
Estudos geoestatísticos com o auxílio de semivariogramas
têm comprovado a dependência espacial para atributos
físicos e químicos do solo (SOUZA et al., 2001; SOUZA
et al., 2004a,b,c; GOMES, 2005). Os mesmos autores rela-
tamqueoalcancedossemivariogramastemumaimportância
considerável na determinação do limite de dependência
espacial, o que também pode ser um indicativo do inter-
valo entre unidades de mapeamento de solos e intervalos
para amostragens. Entre os vários modelos de
semivariogramas existentes, o exponencial e o esférico, são
os que mais se ajustam a atributos do solo (SOUZA et al.,
2001; SOUZA et al., 2004a,b,c), enquanto que o método de
ajuste mais empregado por softwares geoestatísticos co-
merciais têm sido o método dos mínimos quadrados
ponderados (MQP), embora hajam limitações sobre a sua
aplicação,feitasporDiggleeRibeiroJr.(2000).Mello(2004),
relata melhores resultados do ajuste feito pelo método da
máxima verossimilhança (MV) quando comparado ao ajus-
te feito por mínimos quadrados ponderados (MQP
Assim, este trabalho foi desenvolvido com objetivo
de analisar a estrutura de continuidade espacial da densidade
e do teor de matéria orgânica do solo, por meio de técnicas
de Estatística Clássica e Geoestatística, para fornecer subsí-
dios que permitam orientar um melhor manejo do solo.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado para uma área de aproxima-
damente 0,9 hectare cultivada, há 5 anos, com cana de açú-
car (Saccharum officinarum L.) localizada no alambique
João Mendes JM, no município de Perdões, situado na
região sudoeste do estado de Minas Gerais, cujas coorde-
nadas geográficas são 21º03’56" de latitude sul; 45º00’10"
de longitude oeste e altitude média de 862,7 m (Figura 1). O
solo estudado caracteriza-se como Latossolo Vermelho
Amarelo distrófico (EMBRAPA, 1999). O clima da região,
segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwb, carac-
terizado por uma estação seca entre abril e setembro e uma
estação chuvosa de outubro a março.
A região apresenta uma média anual de precipita-
ção pluvial de 1.493,2 mm e temperatura média de 19,3 ºC.
Foram selecionados 49 pontos de forma eqüidistante dentro
da área em estudo. Para cada ponto foram coletadas amos-
tras deformadas e indeformadas para as camadas de 0-20 e
Figura 1 - Mapa de elevação (altitude) da área
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 195
Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.)
20-40 cm de profundidade do solo, totalizando um total de 98
amostras de solos para serem analisadas em laboratório. As
análises foram realizadas pelo Laboratório de Fertilidade do
Solo do Departamento de Ciência do Solo da Universidade
Federal de Lavras (UFLA).Adensidade do solo foi determi-
nada pelo método do anel volumétrico utilizando amostras
indeformadasobtidascomamostradordeUhland(FERREIRA
et al., 2000). Com os anéis de volume conhecido (56 cm3
),
foram coletadas amostras em todos os pontos (nas duas
profundidades), levadas à estufa a 105 ºC por 24 horas para
determinação da massa seca do solo (g), informação ne-
cessária para os cálculos de densidade do solo (g cm-3
),
conforme descrito em Reichardt e Timm (2004).As análises
dematériaorgânicaforamfeitasdeacordocomametodologia
descrita em Raij et al. (2001), sendo expressa em dag kg-1
.A
estatística clássica foi aplicada às variáveis estudadas (den-
sidade do solo e matéria orgânica), para a obtenção das
medidas de posição (média, valores máximo e mínimo) e dis-
persão (desvio padrão e coeficiente de variação), antes da
análise geoestatística.
Os dados foram georreferenciados em Coordenadas
UTM (Datum Córrego Alegre), por ser um sistema mátrico
que permite aplicações com mínima deformação da área.As
análises geoestatísticas, para as variáveis estudadas, foram
realizadaspeloprogramaGeoR(RIBEIROJR.;DIGGLE,2001),
para a análise exploratória e construção de semivariogramas
experimentais. A partir disto, foram ajustados os
semivariogramasteóricospelamáximaverossimilhança(MV)
e pelo mínimo quadrado ponderado (MQP) para os modelos
exponencial, esférico e gaussiano, que proporcionaram a má-
xima correlação entre os pontos dos semivariogramas experi-
mentais. Posteriormente, foram tomados todos os parâmetros
necessários para a realização da interpolação dos resultados
pelo processo de krigagem.Também foram calculadas as re-
lações entre o efeito pepita e o patamar (Co/C+Co) para
cada modelo ajustado. Essa relação, segundo Cambardella
et al. (1994), mede o grau da dependência espacial do
atributo amostrado. A partir da krigagem foram gerados
mapas de variabilidade espacial dos atributos estudados
(densidade e teor de matéria orgânica do solo) e analisadas
a correlação espacial existente entre eles, para identificar
as diferentes zonas homogêneas do solo dentro da área.
Resultados e Discussão
Os gráficos “box plot” (Figuras 2 e 3) demonstram o
início das análises exploratórias para os dados de densidade
(Ds) e teor de matéria orgânica (MO) nas camadas do solo
em estudo. Nelas, observa-se a dispersão dos dados em
torno da média e sua distribuição (simétrica ou assimétrica),
mostrando à tendência de concentração. Os gráficos per-
mitem verificar a presença de dados candidatos a “outliers”
ou discrepantes. Esses “outliers” afetam o comportamento
do semivariograma, sobretudo na parte inicial do mesmo
(DIGGLE;RIBEIROJR.,2000),porisso,elesdevemsercom-
parados aos seus vizinhos mais próximos, e se apresentaram
diferenças acentuadas, devem ser retirados da base de da-
dos (LIBARDI et al., 2006). Somente depois disso, as análi-
ses geoestatísticas podem ser feitas, pois os “outliers” po-
dem produzir alta variabilidade e distorção dos dados em
torno da média, prejudicando a normalidade. Foi possível
detectar pela análise desses gráficos “boxplot”, que não
houve candidatos a “outliers” ou dados discrepantes para
os dois atributos analisados (Ds e MO). Por isso, não foi
necessária a retirada de nenhum dado para as análises
geoestatísticas e, conseqüentemente, os dados não sofre-
ram uma distorção da normalidade.
Na Figura 4, são apresentados o comportamento
das variáveis regionalizadas (Ds e MO) em relação aos
sentidos N-S e E-W. Nela, deve-se analisar o comporta-
mento da distribuição dos dados nas duas direções para
constatar ou não a existência de tendências, o que acon-
tecendo, pode inviabilizar a aplicação da geoestatística. Isso
porque a condição de não tendenciosidade é de fundamental
importância, sendo exigida para aplicação dos princípios
da geoestatística. Starks e Fang (1982) mostram que a pre-
sença de tendência afeta fortemente o semivariograma,
podendo conduzir a conclusões totalmente falsas.
Nesses gráficos verifica-se inexistência de tendên-
cia tanto nos valores de Ds quanto nos de MO nessas
duas direções. Percebe-se a boa distribuição dos mesmos
no espaço, ou seja, verifica-se que não há nenhum tipo de
tendenciosidade à medida que se caminha nas direções N-
S e E-W, para os atributos estudados. Assim, constata-se
que há boas condições para que a hipótese intrínseca seja
aplicada, permitindo o desenvolvimento de uma estrutura
de dependência espacial consistente, conforme explicitado
emVieira (2000) e Mello (2004). Ressalta-se, ainda, que para
a camada de 20-40 cm de profundidade do solo, o comporta-
mento dos dados no espaço foi bastante semelhante ao da
camada de 0-20 cm (Figura 4), por isso neste trabalho só está
sendo mostrada a figura referente a essa camada (0-20 cm).
Na Tabela 1, apresentam-se os resultados das análises da
estatística clássica das variáveis Ds e MO para a área em
estudo. De acordo com os critérios propostos por Nielsen
et al. (1973), que consideram como pequena variabilidade
os valores do C.V (para atributos do solo) menores que
30%, detecta-se nos resultados deste trabalho uma pequena
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008196
L. C. A. Lemos Filho et al.
Figura 2 - Boxplot dos dados de Ds (g cm-3
) para as camadas de 0-20 (A) e 20-40 (B) cm de profundidade
Figura 3 - Boxplot dos dados de MO (dag kg-1
) para as camadas de 0-20 (A) e 20-40 (B) cm de profundidade
variabilidade dos dados de Ds e MO.AMO apresentou um
C.V bem maior que a Ds, mostrando que a mesma pode ser
alterada de forma mais rápida no ambiente em função da
ação biótica e abiótica no meio. Porém, quando se compara
para o mesmo atributo o valor de C.V entre as camadas
estudadas observa-se que a alteração é mínima, mostrando
que ambas as camadas apresentam uma variação seme-
lhante para os atributos analisados.
Ainda na Tabela 1, quando se observam os valores
médios, máximos e mínimos de Ds e MO para as duas ca-
madas estudadas, verifica-se que a camada de 0-20 cm de
profundidade apresenta menos compactada e com maior
teor de matéria orgânica quando comparada com a camada
de 20-40 cm, a qual apresenta um comportamento opos-
to, ou seja, mais compactada e com um menor teor de
MO. Uma hipótese para esse comportamento é que a
MO pode influenciar diretamente no valor de Ds, como
mostram vários estudos de manejo de solo (OADES,
1984; CERRI et al., 1991), em que se têm demonstrado a
importância do fornecimento de MO visando à manutenção
e melhoria das propriedades físicas do solo, como a Ds.
Também na Tabela 1, verifica-se pelo teste de normalidade
de Shapiro-Wilk, que os atributos Ds e MO apresentaram
distribuição simétrica com tendência à normalidade, uma
vez que os valores de p (p-value) apresentaram-se não
significativos a 1%, ou seja, rejeitando-se a hipótese Ho de
não normalidade. De acordo com Diggle e Ribeiro Jr. (2000),
essa normalidade dos dados é uma condição desejável para
o ajuste dos semivariogramas pela metodologia da máxima
verossimilhança, devido ao fato de o ajuste do modelo de
semivariograma por essa metodologia não se basear nos
pontos do semivariograma e, sim, nas diferenças dos da-
dos originais.
Na Tabela 2, apresentam-se os valores do efeito
pepita (Co), patamar (Co+C), alcance (A) e grau de depen-
dência espacial (GD) para os dados de Ds e MO para os
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 197
Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.)
Figura 4 - Análise de tendência dos dados de Ds (g cm-3
) e MO (dag kg-1
) para a camada de 0-20 cm
Tabela 1 - Valores da média aritmética (µ), desvio padrão (δ), coeficiente de variação (C.V), valor máximo (Vmáx
), valor mínimo (Vmín
)
e p-value para o teste de normalidade de Shapiro-Wilk para a densidade do solo - Ds (g cm-3
) e matéria orgânica - MO (dag kg-1
)
Variável Camada µ δ CV Vmáx
Vmín
p-value
(%)
Ds 0-20 1,0977 0,0823 7,4945 1,3120 0,9588 0,3304ns
20-40 1,1495 0,0754 6,5554 1,3482 1,0240 0,5802ns
MO 0-20 1,6959 0,2533 14,9346 2,1000 1,1000 0,0147ns
20-40 1,4224 0,2182 15,3396 1,9000 1,0000 0,0951ns
ns = não significativo a 1% pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk
499860499820499780499740
Longitude
0,95 1,05 1,15 1,20 1,25 1,301,101,00
Ds
499860499820499780499740
Longitude
1,40 1,80 2,001,601,20
MO
7670700767068076706607670640
Latitude
0,95 1,05 1,15 1,20 1,25 1,301,101,00
Ds
7670700767068076706607670640
Latitude
1,40 1,60 1,80 2,001,00
MO
modelos testados (exponencial, esférico e gaussiano) pela
máxima verossimilhança (MV). Segundo Trangmar et al.
(1987), os valores do grau de dependência (GD) são apre-
sentados como porcentagem do patamar para facilitar a
comparação do grau de dependência espacial. Empregan-
do-se a escala de dependência espacial determinada por
Cambardella et al. (1994), verificou-se naTabela 2 que, para
os semivariogramas obtidos para os dados de Ds na camada
de 0-20 cm, todos os modelos apresentaram uma moderada
dependência espacial, visto que os valores do efeito pepi-
ta (Co) foram superiores a 25% e inferiores a 75% do valor
do patamar. Já na camada de 20-40 cm, para os dados de
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008198
L. C. A. Lemos Filho et al.
Camada
Variável de Solo Modelo Co Co + C A GD=(Co/Co+C)x100
(cm) (m) (%)
Exponencial 0,0059 0,0125 26,76 47,20
Ds 0-20 Esférico 0,0059 0,0126 88,95 46,83
Gaussiano 0,0059 0,0126 48,61 46,83
Exponencial 0 0,0050 9,57 0
Ds 20-40 Esférico 0 0,0050 22,65 0
Gaussiano 0,0008 0,0059 11,21 13,56
Exponencial 0,0205 0,0833 6,81 24,61
MO 0-20 Esférico 0,0421 0,1050 29,49 40,09
Gaussiano 0,0460 0,1088 14,69 42,28
Exponencial 0,0186 0,0662 12,03 28,10
MO 20-40 Esférico 0,0240 0,0716 39,26 33,52
Gaussiano 0,0287 0,0772 21,46 37,18
Tabela 2 - Valores do efeito pepita (Co), Patamar (Co + C), Alcance (A) e grau de dependência espacial (GD) para os modelos de
semivariogramas testados (exponencial, esférico e gaussiano) pelo método da máxima verossimilhança (MV)
Ds, todos os modelos apresentaram alta (forte) dependên-
cia espacial, constatada pelos valores do efeito pepita (Co),
inferiores a 25% do valor do patamar.
Ainda naTabela 2, observa-se que para a MO, apenas
o modelo exponencial na camada de 0-20 cm apresentou
uma forte dependência espacial, visto que o valor do efeito
pepita (Co) foi inferior a 25% do patamar. Para os outros
modelos em ambas as camadas (0-20 e 20-40 cm), a variável
(MO) apresentou uma moderada dependência espacial, pois
os valores de Co foram superiores a 25% e inferiores a 75%
do valor do patamar.
Na Tabela 2 observa-se, também, pelo valor do GD
que, para as variáveis estudadas (Ds e MO), o modelo
que apresentou maior dependência espacial foi o
exponencial seguido do esférico, com exceção da Ds na
camada de 0-20 cm, em que o exponencial apresentou uma
menor estrutura de dependência espacial quando compa-
rado ao modelo esférico e gaussiano.
Na Tabela 3, apresentam-se os valores do efeito
pepita (Co), patamar (Co+C), alcance (A) e grau de depen-
dência espacial (GD) para os dados de Ds e MO para os
modelos testados (exponencial, esférico e gaussiano) pelo
mínimo quadrado ponderado (MQP). Empregando-se a
mesma escala de dependência espacial determinada por
Cambardella et al. (1994), verificou-se que, para os
semivariogramas obtidos tanto para Ds como para MO nas
duas camadas analisadas (0-20 e 20-40 cm), apenas o mo-
delo exponencial para a camada de 20-40 cm da Ds apre-
sentou uma alta (forte) dependência espacial, visto que o
valor do efeito pepita (Co) foi inferior a 25% do valor do
patamar. Já para todas as outras situações os modelos tes-
tados apresentaram moderada dependência espacial, cons-
tatada pelos valores do efeito pepita (Co), superiores a
75% e inferiores a 25% dos valores do patamar.
Ainda na Tabela 3 observa-se, pelo valor do GD,
que para a Ds o modelo que apresentou maior depen-
dência espacial foi o exponencial. Já para a MO, o modelo
que apresentou uma maior estrutura de dependência espa-
cial foi o gaussiano para a camada de 0-20 cm e o esférico
para a camada de 20-40 cm.
Ainda, na análise do grau de dependência espacial
dos semivariogramas obtidos para os dados dos atribu-
tos Ds e MO pelos métodos de MV e MQP, observa-se
que para os dados de Ds na camada de 0-20 cm, todos os
modelos (exponencial, esférico e gaussiamo) ajustados
pelo método do MQP tiveram um ajuste superior aos
mesmos modelos ajustados pelo método de MV. Por ou-
tro lado, na camada de 20-40 cm ocorreu uma inversão, ou
seja, todos os modelos testados sofreram um melhor ajuste
pelo método de MV.
Para os dados do atributo MO na camada de 0-20 cm,
os modelos exponencial e esférico ajustados pelo método
de MV foram superiores aos mesmos modelos ajustados
pelo MQP. E ainda na camada de 0-20 cm, o modelo
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 199
Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.)
Tabela 3 - Valores do efeito pepita (Co), Patamar (Co + C), Alcance (A) e grau de dependência espacial (GD) para os modelos de
semivariogramas testados (exponencial, esférico e gaussiano) pelo método dos mínimos quadrados ponderados (MQP)
Camada
Variável de Solo Modelo Co Co + C A GD=(Co/Co+C)x100
(cm) (m) (%)
Exponencial 0,0045 0,0116 20,00 38,80
Ds 0-20 Esférico 0,0051 0,0121 60,00 42,15
Gaussiano 0,0056 0,0134 60,00 41,79
Exponencial 0,0018 0,0074 20,00 24,32
Ds 20-40 Esférico 0,0028 0,0083 60,00 33,74
Gaussiano 0,0040 0,0102 60,00 39,22
Exponencial 0,0602 0,1251 20,05 48,12
MO 0-20 Esférico 0,0609 0,1258 60,02 48,41
Gaussiano 0,0340 0,0994 12,86 34,20
Exponencial 0,0436 0,0928 19,99 46,98
MO 20-40 Esférico 0,0221 0,0721 32,70 30,65
Gaussiano 0,0262 0,0803 15,36 32,63
gaussiano ajustado pelo MQP foi superior ao mesmo
modelo ajustado pela MV. Já para a camada de 20-40 cm,
apenas o modelo exponencial ajustado pela MV foi superior
ao mesmo modelo ajustado pelo MQP, sendo os outros
dois modelos (esférico e gaussiano) foram melhor ajustados
pelo MQP. Inicialmente, para escolha do modelo matemático
de melhor ajuste, deve-se avaliar o grau de dependência
espacial, já que o mesmo indica a metodologia mais ade-
quada (CAMBARDELLA et al., 1994; GOMES, 2005). En-
tretanto, neste trabalho não se pode observar um melhor
desempenho apenas com base no grau de dependência
espacial, haja vista que ora ele se mostra forte no ajuste
por MV ora no ajuste por MQP. Além disso, apresenta-se
forte por ambas metodologias, e para nenhuma delas.
Na Figura 5, podem ser observados os
semivariogramas experimental e teórico gerados pela má-
xima verossimilhança (ML) para os modelos exponencial
(exp), esférico (sph) e gaussiano (gauss) para os dados de
Ds e MO nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade.
Os parâmetros desses semivariogramas (Tabelas 2) mos-
tram que os alcances foram bem variados, apresentando
valoresdaordemde9,57a88,95mparaaDse6,81a39,26m
para a MO. Já o efeito pepita correspondeu a uma variação
da ordem de 0 (zero) a 47,20% do patamar para a Ds e de
24,61 a 42,28% do patamar para a MO. A análise dessa
figura permite constatar que os atributos do solo estudados
(Ds e MO) apresentam-se estruturados espacialmente (em
maior ou menor grau), ou seja, existe uma função estrutural
com semivariância de comportamento modelável. Para esse
método (MV), analisando os semivariogramas visual-
mente, nota-se grande similaridade em seus comporta-
mentos, independentemente do modelo ajustado. Suas
curvas mantêm-se próximas, chegando a se tocar em al-
guns casos, sendo muito difícil se determinar qual o
melhor modelo para os atributos avaliados.
Na Figura 6, observam-se os semivariogramas ex-
perimental e teórico gerados pelo mínimo quadrado pon-
derado (MQP) para os modelos exponencial (exp), esférico
(sph) e gaussiano (gauss) para os dados de Ds e MO, nas
camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade do solo. Os
parâmetros desses semivariogramas (Tabelas 3) mostram
que os alcances foram bem variados, apresentando valo-
res da ordem de 20 a 60 m para a Ds e 12,86 a 60,05 m para a
MO. Já o efeito pepita correspondeu a uma variação da
ordem de 24,32 a 42,15% do patamar para a Ds e de 30,65 a
48,41% do patamar para a MO.
Observa-se que os modelos ajustados pelo MQP
não apresentam semelhanças como apresentaram os mo-
delos ajustados por MV. Provavelmente, esse comporta-
mento está ligado a uma distorção dos dados em torno da
média, dificultando que haja convergência no ajuste do
semivariograma(GOMES,2005).
Na maioria dos casos, entre os três modelos de
semivariogramas ajustados pela MV e MQP, o modelo
exponencial foi o que melhor se ajustou aos dados, seguido
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008200
L. C. A. Lemos Filho et al.
Figura 5 - Semivariogramas experimental e teóricos pela ML dos valores de Ds (A e B) e MO (C e D)
do modelo esférico e por último o gaussiano. Esses resul-
tados corroboram com as afirmações de Souza et al. (2001)
e Souza et al. (2004a,b,c). Comparando-se os respectivos
modelos ajustados (exponencial, esférico e gaussiano)
por MV e MQP, observam-se diferenças entre os ajustes,
ou seja, para nenhum atributo (Ds e MO), os respectivos
modelos apresentaram similaridade entre as metodologias
de ajuste (MV e MQP). Esse comportamento sugere que
há diferenças importantes entre os modelos, as quais in-
dicam a existência de um melhor ajuste, o qual produzirá
um mapa de krigagem mais consistente, representativa da
realidade na área de estudo (GOMES, 2005; JUNQUEIRA
JÚNIOR,2006).
Nos mapas de krigagem da Figura 7, tem-se a distri-
buição espacial da Ds e da MO para as camadas de 0-20 e
20-40 cm de profundidade do solo.
Nesses mapas (Figura 7), pode-se observar que,
quando se compara à camada de 0-20 cm com a camada de
20-40 cm, a Ds do solo apresentou um comportamento
totalmente diferenciado na variabilidade espacial dos va-
lores de uma camada para outra. Já para a MO, o compor-
tamento da variabilidade espacial foi um pouco mais se-
melhante entre as duas camadas. Isso pode mostrar que a
Ds sofre um impacto direto do manejo sobre a primeira
camada, fazendo que o comportamento espacial entre as
duas camadas seja diferenciado. Por outro lado, a matéria
orgânica pode ser incorporada ao solo de forma seme-
lhante no espaço nas duas camadas, porém em menores
quantidades na camada de 20-40 cm, pois, embora na área
estudada não ocorra queima da cana-de-açúcar para a
colheita, após a colheita os restos culturais não são in-
corporados ao solo por meio de máquinas.
Comparando-se os mapas de krigagem da Figura 7
com o mapa de altitudes (Figura 1), observa-se que, para
os valores de Ds, na camada de 0-20 cm houve uma ten-
dência dos valores serem menores em maiores altitudes
e vice-versa. Esse comportamento ocorreu em boa parte
da área. Esse fato pode indicar a ocorrência de carrega-
mento de sedimentos, em função do escoamento super-
ficial das partes altas para as partes baixas da área, visto
que esse comportamento não foi observado para a ca-
mada de 20-40 cm.
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 201
Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.)
Figura 6 - Semivariogramas experimental e teóricos pelo RL dos valores de Ds (A e B) e MO (C e D)
Figura 7 - Mapas de krigagem para Ds (A e B) e MO (C e D) nas camadas de 0-20 e 20-40 cm
Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008202
L. C. A. Lemos Filho et al.
Conclusão
A análise variográfica mostrou que os atributos es-
tudados apresentaram-se estruturados espacialmente (pos-
suem dependência espacial). Verificou-se que os métodos
de ajuste mínimos quadrados ponderados e máxima veros-
similhança podendo ambos ser indicados para o ajuste de
semivariogramas a atributos do solo. O modelo exponencial
apresentou certa predominância sobre os outros modelos
testados.Atécnica da krigagem, mostrou ser importante fer-
ramenta na compreensão da dinâmica da densidade do solo
e materia orgânica, podendo ser fundamental no auxílio à
tomada de decisões, no que concerne ao uso, conservação
e manutenção da qualidade do recurso natural solo, além de
que, o conhecimento do correto valor da variável para cada
ponto da área trará benefícios no manejo da cultura.
Referências
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Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área de cana-de-açúcar

  • 1. ISSN 1806-6690 Rev. Ciên. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.- Jun., 2008 Centro de Ciências Agrárias - Universidade Federal do Ceará www.ccarevista.ufc.br Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.)1 Spatial variability of soil density and organic matter content in area cultivated with sugar cane (Saccharum officinarum L.) Luis CésardeAquino Lemos Filho2 , Ednaldo Liberato de Oliveira3 , ManoelAlves de Faria4 e LuizAntônio de Bastos Andrade5 Resumo: A cana-de-açúcar é uma das principais fontes de divisas para o país. Porém, seu cultivo pode ocasionar alterações nos atributos físicos e químicos do solo. O conhecimento da variabilidade espacial dos atributos do solo pode auxiliar o seu manejo. Com isso, o objetivo desse trabalho foi estudar a variabilidade espacial da densidade do solo e da matéria orgânica por meio de técnicas da geoestatística. O trabalho foi realizado em Perdões-MG, em um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico. Foram selecionados 49 pontos dentro da área em estudo, onde foram coletadas amostras nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade, para as determinações da densidade do solo (Ds) e da matéria orgânica (MO).As análises geoestatísticas foram realizadas pelo programa GeoR (RIBEIRO JR.; DIGGLE, 2001). Os resultados mostraram que a camada de 0-20 cm apresenta-se menos compactada e com maior teor de MO em relação a camada de 20-40cm. De uma maneira geral, o modelo do semivariograma que apresentou maior dependência espacial foi o exponencial seguido do esférico.ADs e MO apresentaram alta variação dentro da área de estudo,, e em função disso, o conhecimento do correto valor para cada ponto da área poderá trazer benefícios ao produtor no manejo da cultura. Palavras-chaves: Semivariogramas. Krigagem. Geoestatística. Abstract- Industrial export products obtained from sugar cane are of utmost importance for the Brazilian economy. However, cultivation of this crop can cause alterations in the physical and chemical soil attributes. The knowledge of the spatial variability of soil attributes can be useful for soil management. Hence, the objective of this work was to study the spatial variability of soil density and organic matter content through geoestatistical techniques, in an area cultivated with sugarcane in Perdões, State of Minas Gerais, Brazil. Soil samples (49) were collected in the soil layers of 0-20 and 20-40 cm of depth to determine soil density (Ds) and organic matter content (OM). The geoestatistical analyses were accomplished by the program GeoR. The results showed that the 0-20cm soil layer is less compacted and with higher OM content as compared to the 20-40 cm soil layer. In a general way, the model of the variogram that presented larger space dependence was the exponential, followed by the spherical. Ds and OM presented high variability inside the soil, and the knowledge of the correct value for each point of the area can bring benefits to soil and crop management. Index terms: Variogram. Kriging. Geoestatistical. 1 Recebido para publicação em 29/05/2007; aprovado em 13/12/2007 2 Eng. Agrônomo, M. Sc., Doutorando em Engenharia de água e solo, Departamento de Engenharia/ UFLA, Caixa Postal 3037, Campus Universitário, CEP: 37.200-000, Lavras, MG. Fone (35) 3829-1362, lcalfilho@posgrad.ufla.br 3 Eng. Agrônomo, M. Sc., Doutorando em Engenharia de água e solo, DEG/UFLA, e-mail: ednaldoliberato@yahoo.com.br 4 Eng. Agrônomo, Prof. Dr., DEG/UFLA, e-mail: mafaria@ufla.br 5 Eng. Agrônomo, Prof. Dr., DAG/UFLA, e-mail: laba@ufla.br
  • 2. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008194 L. C. A. Lemos Filho et al. Introdução O Brasil é hoje o principal produtor de cana-de-açú- car (Saccharum officinarum L.) do mundo. Seus produtos são largamente utilizados na produção de açúcar, álcool combustível e mais recentemente, bio-diesel (transesterificação); sendo assim, uma das principais fon- tes de divisas para o Brasil. O cultivo dessa cultura pode ocasionar altera- ções nas propriedades físicas do solo em função de prá- ticas de manejo que são feitas usando arados, grades pesadas e subsoladores. Além disso, o solo permanece descoberto por um período relativamente longo, o que acelera o processo erosivo e contribui para a depauperação de suas propriedades físicas e químicas (MENDOZA, 1996). Vários estudos de manejo de solo têm demonstrado a importância do fornecimento de maté- ria orgânica visando à manutenção e melhoria das proprie- dades físicas do solo (OADES, 1984; CERRI et al., 1991). O conhecimento da variabilidade espacial das pro- priedades do solo pode minimizar os erros no manejo do solo e da cultura. Vários estudos relatam que a variabilidade de propriedades do solo apresenta correlação ou depen- dência espacial (CARVALHO et al., 2002; CARVALHO et al., 2003). Portanto, a análise da variabilidade do solo por meio de técnicas da Geoestatística, pode indicar alter- nativas de manejo, para reduzir os efeitos da variabilidade do solo sobre a produção das culturas A Geoestatística permite conhecer a continuidade de uma variável de interesse, em toda uma área de estudo, demonstrando a variação espacial do fenômeno através de mapas de variabilidade. Uma das grandes aplicações da Geoestatística é a possibilidade de construção de mapas temáticos que permitam analisar a variável em estudo. Estudos geoestatísticos com o auxílio de semivariogramas têm comprovado a dependência espacial para atributos físicos e químicos do solo (SOUZA et al., 2001; SOUZA et al., 2004a,b,c; GOMES, 2005). Os mesmos autores rela- tamqueoalcancedossemivariogramastemumaimportância considerável na determinação do limite de dependência espacial, o que também pode ser um indicativo do inter- valo entre unidades de mapeamento de solos e intervalos para amostragens. Entre os vários modelos de semivariogramas existentes, o exponencial e o esférico, são os que mais se ajustam a atributos do solo (SOUZA et al., 2001; SOUZA et al., 2004a,b,c), enquanto que o método de ajuste mais empregado por softwares geoestatísticos co- merciais têm sido o método dos mínimos quadrados ponderados (MQP), embora hajam limitações sobre a sua aplicação,feitasporDiggleeRibeiroJr.(2000).Mello(2004), relata melhores resultados do ajuste feito pelo método da máxima verossimilhança (MV) quando comparado ao ajus- te feito por mínimos quadrados ponderados (MQP Assim, este trabalho foi desenvolvido com objetivo de analisar a estrutura de continuidade espacial da densidade e do teor de matéria orgânica do solo, por meio de técnicas de Estatística Clássica e Geoestatística, para fornecer subsí- dios que permitam orientar um melhor manejo do solo. Material e Métodos O trabalho foi realizado para uma área de aproxima- damente 0,9 hectare cultivada, há 5 anos, com cana de açú- car (Saccharum officinarum L.) localizada no alambique João Mendes JM, no município de Perdões, situado na região sudoeste do estado de Minas Gerais, cujas coorde- nadas geográficas são 21º03’56" de latitude sul; 45º00’10" de longitude oeste e altitude média de 862,7 m (Figura 1). O solo estudado caracteriza-se como Latossolo Vermelho Amarelo distrófico (EMBRAPA, 1999). O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cwb, carac- terizado por uma estação seca entre abril e setembro e uma estação chuvosa de outubro a março. A região apresenta uma média anual de precipita- ção pluvial de 1.493,2 mm e temperatura média de 19,3 ºC. Foram selecionados 49 pontos de forma eqüidistante dentro da área em estudo. Para cada ponto foram coletadas amos- tras deformadas e indeformadas para as camadas de 0-20 e Figura 1 - Mapa de elevação (altitude) da área
  • 3. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 195 Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) 20-40 cm de profundidade do solo, totalizando um total de 98 amostras de solos para serem analisadas em laboratório. As análises foram realizadas pelo Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Ciência do Solo da Universidade Federal de Lavras (UFLA).Adensidade do solo foi determi- nada pelo método do anel volumétrico utilizando amostras indeformadasobtidascomamostradordeUhland(FERREIRA et al., 2000). Com os anéis de volume conhecido (56 cm3 ), foram coletadas amostras em todos os pontos (nas duas profundidades), levadas à estufa a 105 ºC por 24 horas para determinação da massa seca do solo (g), informação ne- cessária para os cálculos de densidade do solo (g cm-3 ), conforme descrito em Reichardt e Timm (2004).As análises dematériaorgânicaforamfeitasdeacordocomametodologia descrita em Raij et al. (2001), sendo expressa em dag kg-1 .A estatística clássica foi aplicada às variáveis estudadas (den- sidade do solo e matéria orgânica), para a obtenção das medidas de posição (média, valores máximo e mínimo) e dis- persão (desvio padrão e coeficiente de variação), antes da análise geoestatística. Os dados foram georreferenciados em Coordenadas UTM (Datum Córrego Alegre), por ser um sistema mátrico que permite aplicações com mínima deformação da área.As análises geoestatísticas, para as variáveis estudadas, foram realizadaspeloprogramaGeoR(RIBEIROJR.;DIGGLE,2001), para a análise exploratória e construção de semivariogramas experimentais. A partir disto, foram ajustados os semivariogramasteóricospelamáximaverossimilhança(MV) e pelo mínimo quadrado ponderado (MQP) para os modelos exponencial, esférico e gaussiano, que proporcionaram a má- xima correlação entre os pontos dos semivariogramas experi- mentais. Posteriormente, foram tomados todos os parâmetros necessários para a realização da interpolação dos resultados pelo processo de krigagem.Também foram calculadas as re- lações entre o efeito pepita e o patamar (Co/C+Co) para cada modelo ajustado. Essa relação, segundo Cambardella et al. (1994), mede o grau da dependência espacial do atributo amostrado. A partir da krigagem foram gerados mapas de variabilidade espacial dos atributos estudados (densidade e teor de matéria orgânica do solo) e analisadas a correlação espacial existente entre eles, para identificar as diferentes zonas homogêneas do solo dentro da área. Resultados e Discussão Os gráficos “box plot” (Figuras 2 e 3) demonstram o início das análises exploratórias para os dados de densidade (Ds) e teor de matéria orgânica (MO) nas camadas do solo em estudo. Nelas, observa-se a dispersão dos dados em torno da média e sua distribuição (simétrica ou assimétrica), mostrando à tendência de concentração. Os gráficos per- mitem verificar a presença de dados candidatos a “outliers” ou discrepantes. Esses “outliers” afetam o comportamento do semivariograma, sobretudo na parte inicial do mesmo (DIGGLE;RIBEIROJR.,2000),porisso,elesdevemsercom- parados aos seus vizinhos mais próximos, e se apresentaram diferenças acentuadas, devem ser retirados da base de da- dos (LIBARDI et al., 2006). Somente depois disso, as análi- ses geoestatísticas podem ser feitas, pois os “outliers” po- dem produzir alta variabilidade e distorção dos dados em torno da média, prejudicando a normalidade. Foi possível detectar pela análise desses gráficos “boxplot”, que não houve candidatos a “outliers” ou dados discrepantes para os dois atributos analisados (Ds e MO). Por isso, não foi necessária a retirada de nenhum dado para as análises geoestatísticas e, conseqüentemente, os dados não sofre- ram uma distorção da normalidade. Na Figura 4, são apresentados o comportamento das variáveis regionalizadas (Ds e MO) em relação aos sentidos N-S e E-W. Nela, deve-se analisar o comporta- mento da distribuição dos dados nas duas direções para constatar ou não a existência de tendências, o que acon- tecendo, pode inviabilizar a aplicação da geoestatística. Isso porque a condição de não tendenciosidade é de fundamental importância, sendo exigida para aplicação dos princípios da geoestatística. Starks e Fang (1982) mostram que a pre- sença de tendência afeta fortemente o semivariograma, podendo conduzir a conclusões totalmente falsas. Nesses gráficos verifica-se inexistência de tendên- cia tanto nos valores de Ds quanto nos de MO nessas duas direções. Percebe-se a boa distribuição dos mesmos no espaço, ou seja, verifica-se que não há nenhum tipo de tendenciosidade à medida que se caminha nas direções N- S e E-W, para os atributos estudados. Assim, constata-se que há boas condições para que a hipótese intrínseca seja aplicada, permitindo o desenvolvimento de uma estrutura de dependência espacial consistente, conforme explicitado emVieira (2000) e Mello (2004). Ressalta-se, ainda, que para a camada de 20-40 cm de profundidade do solo, o comporta- mento dos dados no espaço foi bastante semelhante ao da camada de 0-20 cm (Figura 4), por isso neste trabalho só está sendo mostrada a figura referente a essa camada (0-20 cm). Na Tabela 1, apresentam-se os resultados das análises da estatística clássica das variáveis Ds e MO para a área em estudo. De acordo com os critérios propostos por Nielsen et al. (1973), que consideram como pequena variabilidade os valores do C.V (para atributos do solo) menores que 30%, detecta-se nos resultados deste trabalho uma pequena
  • 4. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008196 L. C. A. Lemos Filho et al. Figura 2 - Boxplot dos dados de Ds (g cm-3 ) para as camadas de 0-20 (A) e 20-40 (B) cm de profundidade Figura 3 - Boxplot dos dados de MO (dag kg-1 ) para as camadas de 0-20 (A) e 20-40 (B) cm de profundidade variabilidade dos dados de Ds e MO.AMO apresentou um C.V bem maior que a Ds, mostrando que a mesma pode ser alterada de forma mais rápida no ambiente em função da ação biótica e abiótica no meio. Porém, quando se compara para o mesmo atributo o valor de C.V entre as camadas estudadas observa-se que a alteração é mínima, mostrando que ambas as camadas apresentam uma variação seme- lhante para os atributos analisados. Ainda na Tabela 1, quando se observam os valores médios, máximos e mínimos de Ds e MO para as duas ca- madas estudadas, verifica-se que a camada de 0-20 cm de profundidade apresenta menos compactada e com maior teor de matéria orgânica quando comparada com a camada de 20-40 cm, a qual apresenta um comportamento opos- to, ou seja, mais compactada e com um menor teor de MO. Uma hipótese para esse comportamento é que a MO pode influenciar diretamente no valor de Ds, como mostram vários estudos de manejo de solo (OADES, 1984; CERRI et al., 1991), em que se têm demonstrado a importância do fornecimento de MO visando à manutenção e melhoria das propriedades físicas do solo, como a Ds. Também na Tabela 1, verifica-se pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk, que os atributos Ds e MO apresentaram distribuição simétrica com tendência à normalidade, uma vez que os valores de p (p-value) apresentaram-se não significativos a 1%, ou seja, rejeitando-se a hipótese Ho de não normalidade. De acordo com Diggle e Ribeiro Jr. (2000), essa normalidade dos dados é uma condição desejável para o ajuste dos semivariogramas pela metodologia da máxima verossimilhança, devido ao fato de o ajuste do modelo de semivariograma por essa metodologia não se basear nos pontos do semivariograma e, sim, nas diferenças dos da- dos originais. Na Tabela 2, apresentam-se os valores do efeito pepita (Co), patamar (Co+C), alcance (A) e grau de depen- dência espacial (GD) para os dados de Ds e MO para os
  • 5. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 197 Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) Figura 4 - Análise de tendência dos dados de Ds (g cm-3 ) e MO (dag kg-1 ) para a camada de 0-20 cm Tabela 1 - Valores da média aritmética (µ), desvio padrão (δ), coeficiente de variação (C.V), valor máximo (Vmáx ), valor mínimo (Vmín ) e p-value para o teste de normalidade de Shapiro-Wilk para a densidade do solo - Ds (g cm-3 ) e matéria orgânica - MO (dag kg-1 ) Variável Camada µ δ CV Vmáx Vmín p-value (%) Ds 0-20 1,0977 0,0823 7,4945 1,3120 0,9588 0,3304ns 20-40 1,1495 0,0754 6,5554 1,3482 1,0240 0,5802ns MO 0-20 1,6959 0,2533 14,9346 2,1000 1,1000 0,0147ns 20-40 1,4224 0,2182 15,3396 1,9000 1,0000 0,0951ns ns = não significativo a 1% pelo teste de normalidade de Shapiro-Wilk 499860499820499780499740 Longitude 0,95 1,05 1,15 1,20 1,25 1,301,101,00 Ds 499860499820499780499740 Longitude 1,40 1,80 2,001,601,20 MO 7670700767068076706607670640 Latitude 0,95 1,05 1,15 1,20 1,25 1,301,101,00 Ds 7670700767068076706607670640 Latitude 1,40 1,60 1,80 2,001,00 MO modelos testados (exponencial, esférico e gaussiano) pela máxima verossimilhança (MV). Segundo Trangmar et al. (1987), os valores do grau de dependência (GD) são apre- sentados como porcentagem do patamar para facilitar a comparação do grau de dependência espacial. Empregan- do-se a escala de dependência espacial determinada por Cambardella et al. (1994), verificou-se naTabela 2 que, para os semivariogramas obtidos para os dados de Ds na camada de 0-20 cm, todos os modelos apresentaram uma moderada dependência espacial, visto que os valores do efeito pepi- ta (Co) foram superiores a 25% e inferiores a 75% do valor do patamar. Já na camada de 20-40 cm, para os dados de
  • 6. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008198 L. C. A. Lemos Filho et al. Camada Variável de Solo Modelo Co Co + C A GD=(Co/Co+C)x100 (cm) (m) (%) Exponencial 0,0059 0,0125 26,76 47,20 Ds 0-20 Esférico 0,0059 0,0126 88,95 46,83 Gaussiano 0,0059 0,0126 48,61 46,83 Exponencial 0 0,0050 9,57 0 Ds 20-40 Esférico 0 0,0050 22,65 0 Gaussiano 0,0008 0,0059 11,21 13,56 Exponencial 0,0205 0,0833 6,81 24,61 MO 0-20 Esférico 0,0421 0,1050 29,49 40,09 Gaussiano 0,0460 0,1088 14,69 42,28 Exponencial 0,0186 0,0662 12,03 28,10 MO 20-40 Esférico 0,0240 0,0716 39,26 33,52 Gaussiano 0,0287 0,0772 21,46 37,18 Tabela 2 - Valores do efeito pepita (Co), Patamar (Co + C), Alcance (A) e grau de dependência espacial (GD) para os modelos de semivariogramas testados (exponencial, esférico e gaussiano) pelo método da máxima verossimilhança (MV) Ds, todos os modelos apresentaram alta (forte) dependên- cia espacial, constatada pelos valores do efeito pepita (Co), inferiores a 25% do valor do patamar. Ainda naTabela 2, observa-se que para a MO, apenas o modelo exponencial na camada de 0-20 cm apresentou uma forte dependência espacial, visto que o valor do efeito pepita (Co) foi inferior a 25% do patamar. Para os outros modelos em ambas as camadas (0-20 e 20-40 cm), a variável (MO) apresentou uma moderada dependência espacial, pois os valores de Co foram superiores a 25% e inferiores a 75% do valor do patamar. Na Tabela 2 observa-se, também, pelo valor do GD que, para as variáveis estudadas (Ds e MO), o modelo que apresentou maior dependência espacial foi o exponencial seguido do esférico, com exceção da Ds na camada de 0-20 cm, em que o exponencial apresentou uma menor estrutura de dependência espacial quando compa- rado ao modelo esférico e gaussiano. Na Tabela 3, apresentam-se os valores do efeito pepita (Co), patamar (Co+C), alcance (A) e grau de depen- dência espacial (GD) para os dados de Ds e MO para os modelos testados (exponencial, esférico e gaussiano) pelo mínimo quadrado ponderado (MQP). Empregando-se a mesma escala de dependência espacial determinada por Cambardella et al. (1994), verificou-se que, para os semivariogramas obtidos tanto para Ds como para MO nas duas camadas analisadas (0-20 e 20-40 cm), apenas o mo- delo exponencial para a camada de 20-40 cm da Ds apre- sentou uma alta (forte) dependência espacial, visto que o valor do efeito pepita (Co) foi inferior a 25% do valor do patamar. Já para todas as outras situações os modelos tes- tados apresentaram moderada dependência espacial, cons- tatada pelos valores do efeito pepita (Co), superiores a 75% e inferiores a 25% dos valores do patamar. Ainda na Tabela 3 observa-se, pelo valor do GD, que para a Ds o modelo que apresentou maior depen- dência espacial foi o exponencial. Já para a MO, o modelo que apresentou uma maior estrutura de dependência espa- cial foi o gaussiano para a camada de 0-20 cm e o esférico para a camada de 20-40 cm. Ainda, na análise do grau de dependência espacial dos semivariogramas obtidos para os dados dos atribu- tos Ds e MO pelos métodos de MV e MQP, observa-se que para os dados de Ds na camada de 0-20 cm, todos os modelos (exponencial, esférico e gaussiamo) ajustados pelo método do MQP tiveram um ajuste superior aos mesmos modelos ajustados pelo método de MV. Por ou- tro lado, na camada de 20-40 cm ocorreu uma inversão, ou seja, todos os modelos testados sofreram um melhor ajuste pelo método de MV. Para os dados do atributo MO na camada de 0-20 cm, os modelos exponencial e esférico ajustados pelo método de MV foram superiores aos mesmos modelos ajustados pelo MQP. E ainda na camada de 0-20 cm, o modelo
  • 7. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 199 Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) Tabela 3 - Valores do efeito pepita (Co), Patamar (Co + C), Alcance (A) e grau de dependência espacial (GD) para os modelos de semivariogramas testados (exponencial, esférico e gaussiano) pelo método dos mínimos quadrados ponderados (MQP) Camada Variável de Solo Modelo Co Co + C A GD=(Co/Co+C)x100 (cm) (m) (%) Exponencial 0,0045 0,0116 20,00 38,80 Ds 0-20 Esférico 0,0051 0,0121 60,00 42,15 Gaussiano 0,0056 0,0134 60,00 41,79 Exponencial 0,0018 0,0074 20,00 24,32 Ds 20-40 Esférico 0,0028 0,0083 60,00 33,74 Gaussiano 0,0040 0,0102 60,00 39,22 Exponencial 0,0602 0,1251 20,05 48,12 MO 0-20 Esférico 0,0609 0,1258 60,02 48,41 Gaussiano 0,0340 0,0994 12,86 34,20 Exponencial 0,0436 0,0928 19,99 46,98 MO 20-40 Esférico 0,0221 0,0721 32,70 30,65 Gaussiano 0,0262 0,0803 15,36 32,63 gaussiano ajustado pelo MQP foi superior ao mesmo modelo ajustado pela MV. Já para a camada de 20-40 cm, apenas o modelo exponencial ajustado pela MV foi superior ao mesmo modelo ajustado pelo MQP, sendo os outros dois modelos (esférico e gaussiano) foram melhor ajustados pelo MQP. Inicialmente, para escolha do modelo matemático de melhor ajuste, deve-se avaliar o grau de dependência espacial, já que o mesmo indica a metodologia mais ade- quada (CAMBARDELLA et al., 1994; GOMES, 2005). En- tretanto, neste trabalho não se pode observar um melhor desempenho apenas com base no grau de dependência espacial, haja vista que ora ele se mostra forte no ajuste por MV ora no ajuste por MQP. Além disso, apresenta-se forte por ambas metodologias, e para nenhuma delas. Na Figura 5, podem ser observados os semivariogramas experimental e teórico gerados pela má- xima verossimilhança (ML) para os modelos exponencial (exp), esférico (sph) e gaussiano (gauss) para os dados de Ds e MO nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade. Os parâmetros desses semivariogramas (Tabelas 2) mos- tram que os alcances foram bem variados, apresentando valoresdaordemde9,57a88,95mparaaDse6,81a39,26m para a MO. Já o efeito pepita correspondeu a uma variação da ordem de 0 (zero) a 47,20% do patamar para a Ds e de 24,61 a 42,28% do patamar para a MO. A análise dessa figura permite constatar que os atributos do solo estudados (Ds e MO) apresentam-se estruturados espacialmente (em maior ou menor grau), ou seja, existe uma função estrutural com semivariância de comportamento modelável. Para esse método (MV), analisando os semivariogramas visual- mente, nota-se grande similaridade em seus comporta- mentos, independentemente do modelo ajustado. Suas curvas mantêm-se próximas, chegando a se tocar em al- guns casos, sendo muito difícil se determinar qual o melhor modelo para os atributos avaliados. Na Figura 6, observam-se os semivariogramas ex- perimental e teórico gerados pelo mínimo quadrado pon- derado (MQP) para os modelos exponencial (exp), esférico (sph) e gaussiano (gauss) para os dados de Ds e MO, nas camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade do solo. Os parâmetros desses semivariogramas (Tabelas 3) mostram que os alcances foram bem variados, apresentando valo- res da ordem de 20 a 60 m para a Ds e 12,86 a 60,05 m para a MO. Já o efeito pepita correspondeu a uma variação da ordem de 24,32 a 42,15% do patamar para a Ds e de 30,65 a 48,41% do patamar para a MO. Observa-se que os modelos ajustados pelo MQP não apresentam semelhanças como apresentaram os mo- delos ajustados por MV. Provavelmente, esse comporta- mento está ligado a uma distorção dos dados em torno da média, dificultando que haja convergência no ajuste do semivariograma(GOMES,2005). Na maioria dos casos, entre os três modelos de semivariogramas ajustados pela MV e MQP, o modelo exponencial foi o que melhor se ajustou aos dados, seguido
  • 8. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008200 L. C. A. Lemos Filho et al. Figura 5 - Semivariogramas experimental e teóricos pela ML dos valores de Ds (A e B) e MO (C e D) do modelo esférico e por último o gaussiano. Esses resul- tados corroboram com as afirmações de Souza et al. (2001) e Souza et al. (2004a,b,c). Comparando-se os respectivos modelos ajustados (exponencial, esférico e gaussiano) por MV e MQP, observam-se diferenças entre os ajustes, ou seja, para nenhum atributo (Ds e MO), os respectivos modelos apresentaram similaridade entre as metodologias de ajuste (MV e MQP). Esse comportamento sugere que há diferenças importantes entre os modelos, as quais in- dicam a existência de um melhor ajuste, o qual produzirá um mapa de krigagem mais consistente, representativa da realidade na área de estudo (GOMES, 2005; JUNQUEIRA JÚNIOR,2006). Nos mapas de krigagem da Figura 7, tem-se a distri- buição espacial da Ds e da MO para as camadas de 0-20 e 20-40 cm de profundidade do solo. Nesses mapas (Figura 7), pode-se observar que, quando se compara à camada de 0-20 cm com a camada de 20-40 cm, a Ds do solo apresentou um comportamento totalmente diferenciado na variabilidade espacial dos va- lores de uma camada para outra. Já para a MO, o compor- tamento da variabilidade espacial foi um pouco mais se- melhante entre as duas camadas. Isso pode mostrar que a Ds sofre um impacto direto do manejo sobre a primeira camada, fazendo que o comportamento espacial entre as duas camadas seja diferenciado. Por outro lado, a matéria orgânica pode ser incorporada ao solo de forma seme- lhante no espaço nas duas camadas, porém em menores quantidades na camada de 20-40 cm, pois, embora na área estudada não ocorra queima da cana-de-açúcar para a colheita, após a colheita os restos culturais não são in- corporados ao solo por meio de máquinas. Comparando-se os mapas de krigagem da Figura 7 com o mapa de altitudes (Figura 1), observa-se que, para os valores de Ds, na camada de 0-20 cm houve uma ten- dência dos valores serem menores em maiores altitudes e vice-versa. Esse comportamento ocorreu em boa parte da área. Esse fato pode indicar a ocorrência de carrega- mento de sedimentos, em função do escoamento super- ficial das partes altas para as partes baixas da área, visto que esse comportamento não foi observado para a ca- mada de 20-40 cm.
  • 9. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008 201 Variação espacial da densidade do solo e matéria orgânica em área cultivada com cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) Figura 6 - Semivariogramas experimental e teóricos pelo RL dos valores de Ds (A e B) e MO (C e D) Figura 7 - Mapas de krigagem para Ds (A e B) e MO (C e D) nas camadas de 0-20 e 20-40 cm
  • 10. Rev. Ciênc. Agron., Fortaleza, v. 39, n. 02, p. 193-202, Abr.-Jun., 2008202 L. C. A. Lemos Filho et al. Conclusão A análise variográfica mostrou que os atributos es- tudados apresentaram-se estruturados espacialmente (pos- suem dependência espacial). Verificou-se que os métodos de ajuste mínimos quadrados ponderados e máxima veros- similhança podendo ambos ser indicados para o ajuste de semivariogramas a atributos do solo. O modelo exponencial apresentou certa predominância sobre os outros modelos testados.Atécnica da krigagem, mostrou ser importante fer- ramenta na compreensão da dinâmica da densidade do solo e materia orgânica, podendo ser fundamental no auxílio à tomada de decisões, no que concerne ao uso, conservação e manutenção da qualidade do recurso natural solo, além de que, o conhecimento do correto valor da variável para cada ponto da área trará benefícios no manejo da cultura. 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