SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 15
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Comunicação Comunitária

                          Faculdade Social da Bahia

                                Salvador, 2010.




                           Profa. Claudiane Carvalho




                                Juliana Suedde

                                Marcos Rangel

                              Zé Ricardo Oliveira




              ATRAS – Associação das Travestis de Salvador

1º Momento

Contexto histórico, sócio, político e econômico

   1. ABERTURA

O QUE É TRAVESTI?

Durante muito tempo a expressão travesti esteve associada apenas ao fato do
homem ou mulher, utilizarem-se de roupas do sexo oposto meramente como
disfarce. Com o passar do tempo, identificou-se este tipo de prática realizada
para obtenção de prazer sexual. Apesar de até os trejeitos também serem
copiados, não existe nenhum tipo de repúdio ao órgão sexual, muito pelo
contrário. O vestir-se e incorporar do outro sexo serve como ampliador do
prazer.

Em definição de Leandro Colling, coordenador do CUS grupo de estudo Cultura
e Sexualidade da UFBA:
a. A TRAVESTI: nascido biologicamente no sexo masculino possui uma
      identidade de gênero feminina, realiza transformações no seu corpo e
      usa roupas, adereços e maquiagens femininas para ser identificada
      como mulher.
   b. O TRAVESTI: nascida biologicamente do sexo feminino possui uma
      identidade de gênero masculina, realiza transformações no seu corpo e
      usa roupas, adereços e masculinos para ser identificada como homem.
Diferente de,
   c. TRANSEXUAL: pessoa que possui uma identidade de gênero tida como
      contrária ao seu sexo e rejeita a sua genitália (seja masculina ou
      feminina) e necessita fazer uma cirurgia para mudança de sexo.
Podemos consultar ainda outros conceitos como:
   d. A TRANSFORMISTA: homem que pode ter qualquer orientação sexual,
      mas que se transforma, através das roupas, adereços e maquiagem
      para parecer uma mulher, com vistas a realizar uma apresentação
      (show).
   e. O TRANSFORMISTA: mulher que pode ter qualquer orientação sexual,
      mas que se transforma, através das roupas, adereços e maquiagem
      para parecer um homem, com vistas a realizar uma apresentação
      (show).
   f. DRAG QUEEN: homem que se transforma em drag, usando roupas,
      maquiagens e adereços femininos, mas que não aspira a ser identificada
      como uma mulher. Desejo apenas de se apresentar publicamente.
   g. DRAG KING: mulher que se transforma em drag, usando roupas,
      maquiagens e adereços ditos masculinos, mas que não aspira a ser
      identificado como um homem. Desejo apenas de se apresentar
      publicamente.
   h. CROSS DRESSER: homens que se vestem de mulher para satisfazer os
      seus fetiches sexuais. Não é, necessariamente, um homem
      homossexual. Necessita que sua performance permaneça no âmbito
      privado, em segredo.
Associado na França do século XV ao termo Burlesque, tipo de arte onde as
mulhesres apresentavam-se em performances de apelo erótico, o termo
travesti foi rapidamente popularizado. Esta denominação sofre influencia
também alemã através da obra Die Transvestiten, lançada em 1925 por
Magnus Hirschelfed.
   2. MINORIAS

Conceito etimológico da palavra “minoria”:

A definição encontrada no dicionário para a palavra “minoria” (s. f. - A parte
menos numerosa de um corpo deliberativo) possui um sentido de inferioridade
quantitativa, o que não condiz com a sua importância no processo democrático
de um país. Muniz Sodré defende, no seu texto “Por um Conceito de Minoria”,
que, ao contrário do que acontece na teoria, não é exatamente a vontade da
maioria em números que predomina na democracia.

Para Kant, maioridade (Mündigkeit) significa a “possibilidade de falar”,
enquanto que menoridade (Unmündigkeit) denota a “impossibilidade de falar”.
Por isso, na prática, a maioria quantitativa costuma ser formada pelas
chamadas minorias, pois são estes grupos, os mais excluídos pela sociedade,
que se juntam para lutar por direitos iguais. “Qualitativamente, democracia é
um regime de minorias, porque só no processo democrático que a minoria
pode se fazer ouvir. Minoria é, aqui, uma voz qualitativa” (SODRÉ, 2005, p.12).

Minorias no Brasil

Apesar de ter um conceito bem estabelecido em outros países - principalmente
os de primeiro mundo - no Brasil, torna-se complicado adotar a definição da
palavra “minorias” ao pé da letra. O simples fato de que os grupos
considerados minorias, como mulheres e negros, formam a grande maioria do
País já deixa claro porque a análise em relação ao Brasil deve ser diferenciada.

Portanto, a minoria que aqui existe não pode ser classificada como “a parte
menos numerosa” de uma sociedade. Elas formam a maioridade numérica do
país, e só são minoria se observadas por um ponto de vista socioeconômico.
Por outro lado, a minoria quantitativa é formada por grupos privilegiados
política, social e/ou economicamente.

             Quando falamos em minoria no Brasil, queremos dizer em relação aos Direitos
             Humanos e as Lutas Populares, nos referimos àquela maioria numérica, mas que é
amplamente minoritária em relação ao acesso ao poder político, econômica, social,
             cultural, ou seja, é amplamente minoritária em relação aos seus direitos elementares, no
             plano dos Direitos Humanos e da Cidadania. Não têm sequer o acesso a um patamar
             mínimo de igualdade. (BENEVIDES, Maria Vitória de Mesquita. Minorias: lutas
             populares e direitos humanos)


O QUE É HOMOFOBIA?

O termo vem de homo: igual e fobia: medo. É aversão a pessoas
homossexuais.     E     como       consequência         ódio      pela     homossexualidade.
Discriminação contra homossexuais.

E A TRANSFOBIA?

É um termo, ainda novo e pouco usado. Seu conceito cai no mesmo que no da
homofobia, contudo é mais específico, pois caracteriza o ódio e aversão contra
transexuais, travestis e transgêneros.

- Caso recente de transfobia em Salvador:

MAIS UM TRAVESTI FOI MORTO EM SALVADOR

Um travesti foi localizado morto na manhã do dia 1º de maio, em um depósito
de lixo em Stella Maris, próximo ao motel Sky. De acordo com colegas, Thiago
de Jesus Carvalho (21) de nome social Mônica, fazia programa na Avenida
Dorival Caymmi. Eles afirmam que, por volta de 5h deste sábado, um Fiat Uno
prata parou e Mônica entrou no veículo. O corpo dela foi encontrado com
marcas de tiros por volta de 8h. Ainda de acordo com colegas da vítima,
Mônica havia sido ameaçada de morte através do site de relacionamento
Orkut. (Samuel Lima do A Tarde - adaptado).

OBS: A IMPRENSA, AINDA, NÃO SABE COMO SE REFERIR A UM
TRAVESTI. POR RESPEITO USA-SE O NOME SOCIAL E CITA O DE
REGISTRO. E A REFERÊNCIA É AO SEXO FEMINNO – ELA E NÃO ELE.

HETEROFOBIA?

Se for levar o termo a sua definição quanto a palavra seria uma aversão a
pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo.
Há um estudo realizado por Stephen M. White e Louis R. Franzini que aponta
que há menos sentimentos negativos e heterofobia partindo de homossexuais,
quando    comparados     com    os   sentimentos    negativos     e   homofobia
heterossexuais.

LEI

CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

A Constituição brasileira de 1988 proíbe qualquer forma de discriminação de
maneira genérica. Contudo há uma necessidade de especificar as leis contra a
discriminação quanto à orientação sexual.

“Objetivo fundamental da República” (art. 3º, IV) o de “promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, ou quaisquer
outras formas de discriminação”.

LEI (PCL) 122/2006

Existe um Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, em tramitação no
Congresso. O Projeto propõe a criminalização dos preconceitos motivados pela
orientação sexual e pela identidade de gênero, equiparando-os aos demais
preconceitos.

EM SÃO PAULO

A lei estadual 10.948/2001 pune com multas e outras penas para a
discriminação contra homossexuais, bissexuais e transgêneros. São puníveis
pessoas, organizações e empresas, privadas ou públicas (art. 3º). A lei proíbe,
em razão da orientação sexual (art. 2º): violências, constrangimentos e
intimidações, sejam morais, éticas, filosóficas ou psicológicas; a vedação de
ingresso a locais públicos ou privados abertos ao público; selecionar o
atendimento; impedir ou sobretaxar a hospedagem em hotéis ou motéis, assim
como a compra, venda ou locação de imóveis; demitir do emprego ou inibir a
admissão. A lei também pune quem "proibir a livre expressão e manifestação
de afetividade", se estas forem permitidas aos demais cidadãos.
EM SALVADOR

Em 1990, a capital baiana foi a primeira cidade da América Latina a incluir a
proibição da discriminação por orientação sexual na Lei Orgânica Municipal.
Exemplo seguido por mais de 72 municípios em todo o país.

Lei 5685/1999

Art. 181 - Fica proibida a colocação de qualquer meio ou exibição de anúncio,
seja qual for sua finalidade, forma ou composição nos seguintes casos:
II - Quando favoreça ou estimule qualquer espécie de ofensa ou discriminação
racial, sexual ou religiosa.

Lei 5275/1997

Art. 1º - Os estabelecimentos comerciais, industriais, culturais e de
entretenimentos,    bem        como   as   repartições   públicas   municipais   que
discriminarem pessoas, em virtude de sua opção sexual, sofrerão as sanções
previstas nesta Lei.

Parágrafo Único - Entende - se por discriminação, para efeitos desta Lei.

I. Constrangimento;

II. Proibição de ingresso ou permanência;

III. Atendimento selecionado;

IV. Preterimento quando da ocupação e/ou imposição de pagamento de mais
de uma unidade nos hotéis e similares;

V. Preterimento quanto a aluguel ou aquisição de imóvel para fins residencial,
comercial ou de lazer.

LEI ORGÂNICA DE SALVADOR

Art. 1º O Município de Salvador, Capital do Estado da Bahia, reger-se-á por
esta Lei Orgânica e pelas leis que adotar, respeitados os princípios
constitucionais.
Parágrafo Único Ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado em
razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, orientação
sexual, atividade profissional, religião, convicção política, filosófica, deficiência
física, mental, sensorial, aparência pessoal, ou qualquer singularidade ou
condição social, ou ainda por ter cumprido pena.

   3. GGB

História do GGB

Quem é o GGB

O Grupo Gay da Bahia é uma associação sem fins lucrativos que luta pela
defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil. A ONG foi fundada
pelo militante gay e professor do Departamento de Antropologia da
Universidade Federal da Bahia, Luiz Mott. O presidente atual é Marcelo
Cerqueira.

Seu nascimento na década de 80 se dá em meio a um Brasil que vivia grandes
manifestações sociais, devido aos anos de repressão da ditadura militar; além
do impacto da epidemia de HIV/AIDS que foi conhecida como "peste gay". O
que só acumulou preconceitos durante anos e perdura até hoje. O GGB nasce
assim: com a vontade de diminuir o preconceito contra gays, defendendo e
lutando por direitos. E combater a AIDS/HIV com campanhas, panfletos,
educação, informação e distribuição de camisinhas a toda a população.

                     “O Grupo foi fundado em 1980 e declarado de utilidade pública municipal em
                     1987. O GGB é membro da ILGA, LLEGO, e da Associação Brasileira de Gays,
                     Lésbicas e Travestis (ABGLT). Em 1988 foi nomeado membro da Comissão
                     Nacional de AIDS do Ministério da Saúde do Brasil e desde 1995 faz integra do
                     comitê da Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas (
                     IGLHRC) . Ocupa desde 1995 a Secretaria de Direitos Humanos da ABGLT, e
                     desde 1998 a Secretaria de Saúde da mesma.” (SITE DO GGB).


Como o GGB oferta espaço para outras organizações com trabalhos sociais
similares ao dela, a exemplo o combate à homofobia e outros, ela acaba tendo
filiações dentro de sua base como a Associação de Travestis de Salvador
(ATRAS), que é uma entidade independente, porém dialoga com o GGB na luta
da prevenção e combate ao preconceito.

•       Movimento travesti/ gay e GGB

Hoje há o movimento de travestis no país chamado ANTRA que é nacional e
diversos outros que se dividem em regiões como o ATRAS que é de Salvador.

HISTÓRIA DO MOVIMENTO LGBT

NO MUNDO

Movimento de Defesa dos Direitos dos Homossexuais começou na Europa, no
final   do   século   passado.   Sua    luta   era   pela   descriminalização   da
homossexualidade e o reconhecimento dos direitos civis dos homossexuais.

Dia 28 de Junho de 1969 é a data que marca o "Dia Internacional do Orgulho
Gay e Lésbico”. A data é importante porque no Bar Stonewall, em New York, os
homossexuais se revoltaram contra a perseguição policial.

NO BRASIL

Em 1978 foi fundado no Brasil o jornal O Lampião. Ele foi o principal canal de
comunicação da comunidade homossexual. E em Março de 1979, surge em
São Paulo o primeiro grupo de homossexuais de forma organizada: o Somos.

     Em 1980 aconteceu em São Paulo, o 1° Encontro Brasileiro de
        Homossexuais.

     Em 1984 realizou-se o segundo EBHO em Salvador.

     Em 1995 realizou-se em Curitiba o VIII° Encontro Brasileiro de Gays,
        Lésbicas e Travestis.

Os objetivos do Movimento Homossexual Brasileiro são:

     Lutar contra todas as expressões de homofobia;
 Divulgar    informações     corretas    e    positivas   a   respeito      da
      homossexualidade;

    Conscientizar gays, lésbicas, travestis e transexuais da importância de
      se organizar para defender plenos direitos de cidadania e política.

Os grupos homossexuais, através de reuniões com seus membros e visitantes,
discutem e planejam ações de divulgação de seus objetivos como informações
de prevenção da AIDS/HIV e das demais DSTs, além de funcionar como grupo
de apoio individual a cada homossexual na conquista de sua autoestima.

CONQUISTAS DO MOVIMENTO HOMOSSEXUAL BRASILEIRO

    Em 1985 o Conselho Federal de Medicina do Brasil declarou que a
      homossexualidade não mais poderia ser classificada como "desvio e
      transtorno sexual".

    Em 1989 foi incluída a proibição de discriminação por orientação sexual
      no Código de Ética dos Jornalistas.

    Em 1990, nas leis orgânicas de 73 municípios (inclusive salvador) e nas
      constituições dos Estados de Sergipe, Mato Grosso e Distrito Federal,
      foi incluída a expressa proibição de discriminar por orientação sexual.

    Denúncias de violação dos direitos humanos e assassinatos de
      homossexuais publicados no Relatório Anual do Departamento de
      Estado dos Estados Unidos (1992).

    Em 1995 realizou-se no Brasil a 17ª Conferência da Associação
      Internacional de Gays e Lésbicas, (ILGA).

II EBHO – Encontro Brasileiro de Homossexuais (Salvador, BA. 25 a 26/1 de
1981) Com o fim do Jornal O Lampião da Esquina, em meados de 1981, os
homossexuais brasileiros perderam seu principal canal de comunicação
nacional, pois os pequenos boletins de alguns grupos não conseguiram a
mesma comunicação homossexual do continente sul-americano.
Foi o EBHO que contou com a melhor cobertura jornalística, com matérias
grandes nos principais jornais nacionais e até um bom resumo na "Nación" de
Bueno Aires. Este II EBHO marcou o início das comemorações do "Ano
Internacional Gay", deliberando-se que o MHB deveria encaminhar ao
Conselho Federal de Medicina o abaixo assinado com mais de 16 mil
assinaturas pela suspensão do 302.0 que classificava a homossexualidade
como desvio e transtorno sexual; lutar pela inclusão de cursos de educação
sexual em todas as escolas e por um tratamento positivo da mídia em relação à
questão homossexual; pela aprovação de legislação anti-discriminatória,
inclusive pela legalização do "casamento gay" e como o momento era de luta
política, pelas Diretas Já.

•      Como se articula movimento travesti/gay atualmente?

•      Importância do GGB

O GBB é importante no seu papel de combater qualquer forma de homofobia (e
transfobia...). Nas campanhas contra a HIV/AIDS. E na forma de esclarecer as
pessoas sobre a importância e o papel do homossexual (LGBT) na sociedade.
Na sua filiação com diversas minorias que sofrem qualquer forma de
discriminação.

Objetivos:

FONTE: SITE DO GGB

     Defender os interesses da comunidade homossexual da Bahia e do
       Brasil, denunciando todas as expressões de homofobia (ódio aos
       homossexuais), lutando contra qualquer forma de preconceito e
       discriminação contra gays, lésbicas, travestis e transexuais,

     Divulgar informações corretas sobre a orientação homossexual,
       desconstruindo o complô do silêncio contra o "amor que não ousava
       dizer o nome" e construir um discurso científico e correto, lutando contra
       comportamentos, atitudes e práticas que inviabilizam o exercício da
       cidadania plena de gays, lésbicas, travestis e transexuais no Brasil.
Trabalhar na prevenção do HIV e AIDS junto à nossa comunidade e
     outros grupos vulneráveis à epidemia.

   Conscientizar o maior número de homossexuais da necessidade urgente
     de lutar por seus plenos direitos de cidadania, fazendo cumprir a
     Constituição Federal que garante tratamento igualitário a todos os
     brasileiros. Por esta razão o GGB é carinhosamente chamado de
     Sindicato dos Gays ou "Orgulho da Bahia" como diz Caetano Veloso.

AÇÕES

   Publicou em 1987 diversos artigos sobre a história dos "sodomitas" luso-
     brasileiros perseguidos pela Inquisição

   Divulgação de vários aspectos culturais sobre a AIDS no país.

   Em 1987 publicou o livro Homofobia: A violação dos direitos humanos
     dos gays, lésbicas e travestis no Brasil.

   Realizou centenas de conferências, debates e mesas redondas sobre a
     homossexualidade e a questão da Aids em colégios, universidades,
     programas de TV’s e rádios de norte a sul do país.

   Liderou a campanha nacional que retirou a homossexualidade da lista
     dos desvios sexuais, sendo autor de sete moções anti-discriminação
     aprovadas pelas mais importantes associações científicas nacionais.

   Foi a primeira ONG a iniciar a prevenção da AIDS no Brasil em 1982

   Realizou a primeira cartilha em método braile sobre AIDS para
     deficientes visuais.




  4. ANTRA

4.1 HISTÓRIA
Em 1992, as Travestis e Transexuais se reuniram para criar uma organização
nacional que pudesse proporcionar uma maior articulação política dentro do
país. O que faltava ao movimento era uma ferramenta de interlocução e
comunicação. Após várias tentativas entre 1992 até 2000, surgiu em Porto
Alegre a Articulação Nacional de Transgêneros, que depois se tornou a
Articulação Nacional de Travestis, Transexuais e Transgêneros (ANTRA).

Com o surgimento do grupo, as cobranças no cenário de políticas públicas
começaram a acontecer. Cada vez mais ganhando controle e consciência
dentro da sociedade. A primeira gestão escolhida para presidir a ANTRA foi o
Grupo Esperança de Curitiba. Aqui houve uma grande inclusão do grupo no
país com a criação de folhetos informativos sobre sustentabilidade. Um
importante trabalho de comunicação da instituição com suas associadas. Em
2002 a gestão ficou por conta da Associação de Travestis do Ceará (ATRAC).
Essa diretoria iniciou o projeto Tulipa que tem o objetivo de “identificar e
capacitas novas lideranças para atuarem em diversas frentes de construção e
garantia de direitos a população Trans”.

Após problemas de saúde das direções da ATRAC, a ANTRA entra com uma
terceira direção, a Associação de Travestis de Salvador (ATRAS).

Foi nessa gestão que a ANTRA trabalhou mais forte sua comunicação com
maior representação nacional. “Foi nesta gestão, em parceria com outras duas
diretorias, que foi conseguido que o governo federal discutisse junto com a
ANTRA a criação de uma campanha nacional para desmitificar o preconceito
contra as Trans”. Assim, nasce a “Travesti e Respeito” no dia 28 de janeiro de
2003; lançado no congresso nacional.

As ações da Tulipa continuaram com o objetivo de capacitar mais lideranças,
trazendo uma maior cobertura.

4.2 OBJETIVO

“Ampliar as discussões; bem como socializar com todos. Buscar ações de
igualdade e direitos com respeito ao público em geral”.
4.3 AÇÕES

    Promover campanhas informativas com diretrizes políticas e apresentar
       proposta a fim de promover o direito das ONG associadas;

    Colaborar em todos os níveis com outras redes a fim de desenvolver
       trabalhos em conjunto, trocando experiências nas áreas de atuação de
       cada uma;

    Denunciar e promover a divulgação em todos os meios de comunicação
       possíveis de todo e qualquer caso onde for detectado preconceito e ou
       discriminação;

    Ter por principio apoiar toda e qualquer ação de prevenção do HIV/Aids
       e outras DST em todos os seus aspectos e âmbitos;

    Apoiar as ações que visem a melhora da qualidade de vida das pessoas
       vivendo com HIV/AIDS.

DATAS

    Em 1992 nasce o movimento.

    Em 1994 nasce a RENATA Rede Nacional de Travestis.

    Em 1997 nasce a RENTRAL Rede Nacional de Travestis e Liberados.

    Em 2000 é fundada a ANTRA, Articulação Nacional de Travestis,
       Transexuais e Transgêneros.

Com mais de 10 anos, o grupo conta com mais de 52 filiações por todo
território brasileiro.

“A ANTRA tem representantes em vários Grupos de Trabalhos no Governo
Federal a destacar a representação no GT de Educação, do Ministério da
Educação no GT de Cultura no Ministério da Cultura, no GT da Saúde GLBT do
Ministério da Saúde. Esses programas dentro da proposta do Brasil sem
Homofobia, projeto do Governo Federal e também as representantes no
Conselho Nacional de Combate a Discriminação CNCD e na Secretaria
Nacional de Segurança Pública SENASP.”

   5. ATRÁS - ASSOCIAÇAO DAS TRAVESTIS DE SALVADOR
   a. Origem
   b. Contexto histórico
   c. Momentos Marcantes
   d. Perfil Contemporâneo – idade, etnia, sexo, escolaridade - Quem compõe
      a ATRAS.
   e. Como a mídia retrata esta comunidade
   f. Aspectos gerais da comunidade – saúde, segurança, cultura, religião.




Fontes:

ANJOS, Gabriele dos. Homossexualidade, direitos humanos e cidadania. Porto
Alegre, 2002.

KULICK, Don. Travesti – prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Rio de
Janeiro: Editora Fiocruz, 2008.

LARA, Lívia Motta de; SOUSA, Antonio Gouveia de. O arquivo e a memória
das minorias sociais: um estudo do fundo grupo “SOMOS” do arquivo Edigard
Leuenroth. Marília: UNESP.

PAIVA, Raquel. Cinco anos de Pesquisa em Comunicação e Cultura de
Minorias. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.

_Política de Minorias: Comunidade e cidadania. Rio de Janeiro: UFRJ.

PERUZZO, Cicilia. Movimentos sociais, cidadania e o direito à comunicação
comunitária nas políticas públicas. 2009.

SILVA, Sérgio Gomes da. O conflito identitário: sexo e gênero na constituição
das identidades. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 1999.
Sites:

http://lgbtt.blogspot.com/2010/04/historia-do-movimento-lgbt-brasileiro.html

http://www.ggb.orb.br

http://www.antrabrasil.com




Entrevistas:

Keila Simpson

Millena Passos

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Gênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreira
Gênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreiraGênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreira
Gênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreiraadventocongressos
 
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...Jordano Santos Cerqueira
 
Análise da obra preleção antes do embarque
Análise da obra   preleção antes do embarqueAnálise da obra   preleção antes do embarque
Análise da obra preleção antes do embarqueLIVROS PSI
 
Trabalho de sociologia
Trabalho de sociologiaTrabalho de sociologia
Trabalho de sociologiaBianca Wild
 
Aula preconceito e discriminação
Aula preconceito e discriminaçãoAula preconceito e discriminação
Aula preconceito e discriminaçãoroberto mosca junior
 
Preconceito racial uma forma de exclusão social
Preconceito racial uma forma de exclusão socialPreconceito racial uma forma de exclusão social
Preconceito racial uma forma de exclusão socialFer Nanda
 
Luta contra o racismo
Luta contra o racismoLuta contra o racismo
Luta contra o racismocisafer
 
Desigualdade de gênero
Desigualdade de gêneroDesigualdade de gênero
Desigualdade de gêneroWednei Gama
 
"Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres...
"Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres..."Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres...
"Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres...Geraa Ufms
 

Was ist angesagt? (20)

Gênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreira
Gênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreiraGênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreira
Gênero violência e conjugalidade superando desafios - Dra. adélia moreira
 
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...
FACELI - DIREITO - 2° período - Curso de Homem, cultura e sociedade - 07 - Pr...
 
Análise da obra preleção antes do embarque
Análise da obra   preleção antes do embarqueAnálise da obra   preleção antes do embarque
Análise da obra preleção antes do embarque
 
Consciência Negra
Consciência NegraConsciência Negra
Consciência Negra
 
Racismo
RacismoRacismo
Racismo
 
Trabalho de sociologia
Trabalho de sociologiaTrabalho de sociologia
Trabalho de sociologia
 
Aula preconceito e discriminação
Aula preconceito e discriminaçãoAula preconceito e discriminação
Aula preconceito e discriminação
 
Preconceito racial uma forma de exclusão social
Preconceito racial uma forma de exclusão socialPreconceito racial uma forma de exclusão social
Preconceito racial uma forma de exclusão social
 
Racismo
RacismoRacismo
Racismo
 
Consciencia negra
Consciencia negraConsciencia negra
Consciencia negra
 
Por que trabalhar com o quesito cor
Por que trabalhar com o quesito corPor que trabalhar com o quesito cor
Por que trabalhar com o quesito cor
 
Luta contra o racismo
Luta contra o racismoLuta contra o racismo
Luta contra o racismo
 
Racismo "virtual"?
Racismo "virtual"?Racismo "virtual"?
Racismo "virtual"?
 
Desigualdade de gênero
Desigualdade de gêneroDesigualdade de gênero
Desigualdade de gênero
 
Racismo
RacismoRacismo
Racismo
 
Preconceito racial
Preconceito racialPreconceito racial
Preconceito racial
 
Atualidades enem 2015
Atualidades enem 2015Atualidades enem 2015
Atualidades enem 2015
 
Racismo HD
Racismo HDRacismo HD
Racismo HD
 
.- Racismooo
 .- Racismooo .- Racismooo
.- Racismooo
 
"Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres...
"Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres..."Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres...
"Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas" - Situando-nos enquanto mulheres...
 

Andere mochten auch

Las consecuencias del ciberbullyng en las redes sociales
Las consecuencias del ciberbullyng en las redes socialesLas consecuencias del ciberbullyng en las redes sociales
Las consecuencias del ciberbullyng en las redes socialesZTNITHCH
 
Casting for not so strange actors
Casting for not so strange actorsCasting for not so strange actors
Casting for not so strange actorszucaritask
 
Respuesta a carlos romero
Respuesta a carlos romeroRespuesta a carlos romero
Respuesta a carlos romeroZuly Torrealba
 
Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn
Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn
Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn Zoya Morrison
 
Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)
Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)
Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)Zulfikar Pane
 
Classroom behavior presentation
Classroom behavior presentationClassroom behavior presentation
Classroom behavior presentationzsawyer
 
New microsoft word document
New microsoft word documentNew microsoft word document
New microsoft word documentZozanh Nguyen
 
金融业发展和改革“十二五”规划(全文)
金融业发展和改革“十二五”规划(全文)金融业发展和改革“十二五”规划(全文)
金融业发展和改革“十二五”规划(全文)zs043
 
Pokazowa prezentacja
Pokazowa prezentacjaPokazowa prezentacja
Pokazowa prezentacjazrozummatme
 

Andere mochten auch (20)

Las consecuencias del ciberbullyng en las redes sociales
Las consecuencias del ciberbullyng en las redes socialesLas consecuencias del ciberbullyng en las redes sociales
Las consecuencias del ciberbullyng en las redes sociales
 
Mini curso de português
Mini curso de portuguêsMini curso de português
Mini curso de português
 
MS-Hyper-V
MS-Hyper-VMS-Hyper-V
MS-Hyper-V
 
Casting for not so strange actors
Casting for not so strange actorsCasting for not so strange actors
Casting for not so strange actors
 
Respuesta a carlos romero
Respuesta a carlos romeroRespuesta a carlos romero
Respuesta a carlos romero
 
Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn
Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn
Named Top 25 Socially Engaged Companies on LinkedIn
 
Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)
Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)
Refleksi akhir tahun 2014 (31122014)
 
Gestion estrategica expo
Gestion estrategica expoGestion estrategica expo
Gestion estrategica expo
 
Zulfi Azad
Zulfi AzadZulfi Azad
Zulfi Azad
 
Museo regional de Baja CAlifornia Sur
Museo regional de Baja CAlifornia SurMuseo regional de Baja CAlifornia Sur
Museo regional de Baja CAlifornia Sur
 
Leader 15
Leader 15Leader 15
Leader 15
 
Juego y dearrollo infantil
Juego y dearrollo infantilJuego y dearrollo infantil
Juego y dearrollo infantil
 
Resume -ZUber
Resume -ZUberResume -ZUber
Resume -ZUber
 
Classroom behavior presentation
Classroom behavior presentationClassroom behavior presentation
Classroom behavior presentation
 
New microsoft word document
New microsoft word documentNew microsoft word document
New microsoft word document
 
金融业发展和改革“十二五”规划(全文)
金融业发展和改革“十二五”规划(全文)金融业发展和改革“十二五”规划(全文)
金融业发展和改革“十二五”规划(全文)
 
Zrii Peru
Zrii PeruZrii Peru
Zrii Peru
 
Twitter guía
Twitter guíaTwitter guía
Twitter guía
 
Ass #7
Ass #7Ass #7
Ass #7
 
Pokazowa prezentacja
Pokazowa prezentacjaPokazowa prezentacja
Pokazowa prezentacja
 

Ähnlich wie Comunicação comunitária sobre travestis e minorias

Racismo e Dicas Atinirracistas.docx
Racismo e Dicas Atinirracistas.docxRacismo e Dicas Atinirracistas.docx
Racismo e Dicas Atinirracistas.docxAna Carvalho
 
Igualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo Taciana Gouveia
Igualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo   Taciana GouveiaIgualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo   Taciana Gouveia
Igualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo Taciana Gouveiaguesta7e113
 
Preconceito e homofobia
Preconceito e homofobia Preconceito e homofobia
Preconceito e homofobia Francisca Maria
 
DESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS II
DESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS IIDESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS II
DESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS IICRISTIANEALVESDESOUZ1
 
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPPolíticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPobenjamim
 
A Ideologia do "Cidadão de Bem"
A Ideologia do "Cidadão de Bem"A Ideologia do "Cidadão de Bem"
A Ideologia do "Cidadão de Bem"samuel Jesus
 
Violência contra-a-população-lgbt ts
Violência contra-a-população-lgbt tsViolência contra-a-população-lgbt ts
Violência contra-a-população-lgbt tsJuliana Aguiar
 
Travestis e Transexuais na Contemporaneidade
Travestis e Transexuais na ContemporaneidadeTravestis e Transexuais na Contemporaneidade
Travestis e Transexuais na ContemporaneidadePedro Oliveira
 
Melhore: o pequeno manual da propaganda diversa
Melhore: o pequeno manual da propaganda diversaMelhore: o pequeno manual da propaganda diversa
Melhore: o pequeno manual da propaganda diversaLápis Raro
 
cartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdf
cartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdfcartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdf
cartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdfFelipedaMattaBorges1
 
Direitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidosDireitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidosvania morales sierra
 
Direitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidosDireitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidosvania morales sierra
 
estudos de genero.docx
estudos de genero.docxestudos de genero.docx
estudos de genero.docxDnisAurlio1
 
A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.
A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.
A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.Stephany Dayana Pereira Mencato
 
Revista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador
Revista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservadorRevista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador
Revista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservadorRevista O Conservador
 

Ähnlich wie Comunicação comunitária sobre travestis e minorias (20)

Racismo e Dicas Atinirracistas.docx
Racismo e Dicas Atinirracistas.docxRacismo e Dicas Atinirracistas.docx
Racismo e Dicas Atinirracistas.docx
 
Igualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo Taciana Gouveia
Igualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo   Taciana GouveiaIgualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo   Taciana Gouveia
Igualdade Racial Uma Luta De Todo Mundo Taciana Gouveia
 
Preconceito e homofobia
Preconceito e homofobia Preconceito e homofobia
Preconceito e homofobia
 
DESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS II
DESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS IIDESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS II
DESIGUALDADES ENTRE OS GÊNEROS E ETNIAS II
 
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNPPolíticas de saúde para a população Negra - RNP
Políticas de saúde para a população Negra - RNP
 
A Ideologia do "Cidadão de Bem"
A Ideologia do "Cidadão de Bem"A Ideologia do "Cidadão de Bem"
A Ideologia do "Cidadão de Bem"
 
Violência contra-a-população-lgbt ts
Violência contra-a-população-lgbt tsViolência contra-a-população-lgbt ts
Violência contra-a-população-lgbt ts
 
Travestis e Transexuais na Contemporaneidade
Travestis e Transexuais na ContemporaneidadeTravestis e Transexuais na Contemporaneidade
Travestis e Transexuais na Contemporaneidade
 
Melhore: o pequeno manual da propaganda diversa
Melhore: o pequeno manual da propaganda diversaMelhore: o pequeno manual da propaganda diversa
Melhore: o pequeno manual da propaganda diversa
 
Educação Antirracista-1.pptx
Educação Antirracista-1.pptxEducação Antirracista-1.pptx
Educação Antirracista-1.pptx
 
cartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdf
cartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdfcartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdf
cartilha-da-diversidade-dell-brasil-jul2020_290820205930.pdf
 
Direitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidosDireitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidos
 
Direitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidosDireitos humanos ou privilégios de bandidos
Direitos humanos ou privilégios de bandidos
 
estudos de genero.docx
estudos de genero.docxestudos de genero.docx
estudos de genero.docx
 
Impressao172
Impressao172Impressao172
Impressao172
 
glossário lgbtqiap+.pptx
glossário  lgbtqiap+.pptxglossário  lgbtqiap+.pptx
glossário lgbtqiap+.pptx
 
Homofobia
HomofobiaHomofobia
Homofobia
 
A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.
A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.
A identidade lésbica a partir de Rich, Falquet, Almeida e Preciado.
 
GLS ao LGBT - sexualidade e gênero.
GLS ao LGBT - sexualidade e gênero.GLS ao LGBT - sexualidade e gênero.
GLS ao LGBT - sexualidade e gênero.
 
Revista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador
Revista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservadorRevista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador
Revista conservadora - Porque o Brasil não tem um partido conservador
 

Comunicação comunitária sobre travestis e minorias

  • 1. Comunicação Comunitária Faculdade Social da Bahia Salvador, 2010. Profa. Claudiane Carvalho Juliana Suedde Marcos Rangel Zé Ricardo Oliveira ATRAS – Associação das Travestis de Salvador 1º Momento Contexto histórico, sócio, político e econômico 1. ABERTURA O QUE É TRAVESTI? Durante muito tempo a expressão travesti esteve associada apenas ao fato do homem ou mulher, utilizarem-se de roupas do sexo oposto meramente como disfarce. Com o passar do tempo, identificou-se este tipo de prática realizada para obtenção de prazer sexual. Apesar de até os trejeitos também serem copiados, não existe nenhum tipo de repúdio ao órgão sexual, muito pelo contrário. O vestir-se e incorporar do outro sexo serve como ampliador do prazer. Em definição de Leandro Colling, coordenador do CUS grupo de estudo Cultura e Sexualidade da UFBA:
  • 2. a. A TRAVESTI: nascido biologicamente no sexo masculino possui uma identidade de gênero feminina, realiza transformações no seu corpo e usa roupas, adereços e maquiagens femininas para ser identificada como mulher. b. O TRAVESTI: nascida biologicamente do sexo feminino possui uma identidade de gênero masculina, realiza transformações no seu corpo e usa roupas, adereços e masculinos para ser identificada como homem. Diferente de, c. TRANSEXUAL: pessoa que possui uma identidade de gênero tida como contrária ao seu sexo e rejeita a sua genitália (seja masculina ou feminina) e necessita fazer uma cirurgia para mudança de sexo. Podemos consultar ainda outros conceitos como: d. A TRANSFORMISTA: homem que pode ter qualquer orientação sexual, mas que se transforma, através das roupas, adereços e maquiagem para parecer uma mulher, com vistas a realizar uma apresentação (show). e. O TRANSFORMISTA: mulher que pode ter qualquer orientação sexual, mas que se transforma, através das roupas, adereços e maquiagem para parecer um homem, com vistas a realizar uma apresentação (show). f. DRAG QUEEN: homem que se transforma em drag, usando roupas, maquiagens e adereços femininos, mas que não aspira a ser identificada como uma mulher. Desejo apenas de se apresentar publicamente. g. DRAG KING: mulher que se transforma em drag, usando roupas, maquiagens e adereços ditos masculinos, mas que não aspira a ser identificado como um homem. Desejo apenas de se apresentar publicamente. h. CROSS DRESSER: homens que se vestem de mulher para satisfazer os seus fetiches sexuais. Não é, necessariamente, um homem homossexual. Necessita que sua performance permaneça no âmbito privado, em segredo. Associado na França do século XV ao termo Burlesque, tipo de arte onde as mulhesres apresentavam-se em performances de apelo erótico, o termo travesti foi rapidamente popularizado. Esta denominação sofre influencia
  • 3. também alemã através da obra Die Transvestiten, lançada em 1925 por Magnus Hirschelfed. 2. MINORIAS Conceito etimológico da palavra “minoria”: A definição encontrada no dicionário para a palavra “minoria” (s. f. - A parte menos numerosa de um corpo deliberativo) possui um sentido de inferioridade quantitativa, o que não condiz com a sua importância no processo democrático de um país. Muniz Sodré defende, no seu texto “Por um Conceito de Minoria”, que, ao contrário do que acontece na teoria, não é exatamente a vontade da maioria em números que predomina na democracia. Para Kant, maioridade (Mündigkeit) significa a “possibilidade de falar”, enquanto que menoridade (Unmündigkeit) denota a “impossibilidade de falar”. Por isso, na prática, a maioria quantitativa costuma ser formada pelas chamadas minorias, pois são estes grupos, os mais excluídos pela sociedade, que se juntam para lutar por direitos iguais. “Qualitativamente, democracia é um regime de minorias, porque só no processo democrático que a minoria pode se fazer ouvir. Minoria é, aqui, uma voz qualitativa” (SODRÉ, 2005, p.12). Minorias no Brasil Apesar de ter um conceito bem estabelecido em outros países - principalmente os de primeiro mundo - no Brasil, torna-se complicado adotar a definição da palavra “minorias” ao pé da letra. O simples fato de que os grupos considerados minorias, como mulheres e negros, formam a grande maioria do País já deixa claro porque a análise em relação ao Brasil deve ser diferenciada. Portanto, a minoria que aqui existe não pode ser classificada como “a parte menos numerosa” de uma sociedade. Elas formam a maioridade numérica do país, e só são minoria se observadas por um ponto de vista socioeconômico. Por outro lado, a minoria quantitativa é formada por grupos privilegiados política, social e/ou economicamente. Quando falamos em minoria no Brasil, queremos dizer em relação aos Direitos Humanos e as Lutas Populares, nos referimos àquela maioria numérica, mas que é
  • 4. amplamente minoritária em relação ao acesso ao poder político, econômica, social, cultural, ou seja, é amplamente minoritária em relação aos seus direitos elementares, no plano dos Direitos Humanos e da Cidadania. Não têm sequer o acesso a um patamar mínimo de igualdade. (BENEVIDES, Maria Vitória de Mesquita. Minorias: lutas populares e direitos humanos) O QUE É HOMOFOBIA? O termo vem de homo: igual e fobia: medo. É aversão a pessoas homossexuais. E como consequência ódio pela homossexualidade. Discriminação contra homossexuais. E A TRANSFOBIA? É um termo, ainda novo e pouco usado. Seu conceito cai no mesmo que no da homofobia, contudo é mais específico, pois caracteriza o ódio e aversão contra transexuais, travestis e transgêneros. - Caso recente de transfobia em Salvador: MAIS UM TRAVESTI FOI MORTO EM SALVADOR Um travesti foi localizado morto na manhã do dia 1º de maio, em um depósito de lixo em Stella Maris, próximo ao motel Sky. De acordo com colegas, Thiago de Jesus Carvalho (21) de nome social Mônica, fazia programa na Avenida Dorival Caymmi. Eles afirmam que, por volta de 5h deste sábado, um Fiat Uno prata parou e Mônica entrou no veículo. O corpo dela foi encontrado com marcas de tiros por volta de 8h. Ainda de acordo com colegas da vítima, Mônica havia sido ameaçada de morte através do site de relacionamento Orkut. (Samuel Lima do A Tarde - adaptado). OBS: A IMPRENSA, AINDA, NÃO SABE COMO SE REFERIR A UM TRAVESTI. POR RESPEITO USA-SE O NOME SOCIAL E CITA O DE REGISTRO. E A REFERÊNCIA É AO SEXO FEMINNO – ELA E NÃO ELE. HETEROFOBIA? Se for levar o termo a sua definição quanto a palavra seria uma aversão a pessoas que se relacionam com outras do mesmo sexo.
  • 5. Há um estudo realizado por Stephen M. White e Louis R. Franzini que aponta que há menos sentimentos negativos e heterofobia partindo de homossexuais, quando comparados com os sentimentos negativos e homofobia heterossexuais. LEI CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA A Constituição brasileira de 1988 proíbe qualquer forma de discriminação de maneira genérica. Contudo há uma necessidade de especificar as leis contra a discriminação quanto à orientação sexual. “Objetivo fundamental da República” (art. 3º, IV) o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade, ou quaisquer outras formas de discriminação”. LEI (PCL) 122/2006 Existe um Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, em tramitação no Congresso. O Projeto propõe a criminalização dos preconceitos motivados pela orientação sexual e pela identidade de gênero, equiparando-os aos demais preconceitos. EM SÃO PAULO A lei estadual 10.948/2001 pune com multas e outras penas para a discriminação contra homossexuais, bissexuais e transgêneros. São puníveis pessoas, organizações e empresas, privadas ou públicas (art. 3º). A lei proíbe, em razão da orientação sexual (art. 2º): violências, constrangimentos e intimidações, sejam morais, éticas, filosóficas ou psicológicas; a vedação de ingresso a locais públicos ou privados abertos ao público; selecionar o atendimento; impedir ou sobretaxar a hospedagem em hotéis ou motéis, assim como a compra, venda ou locação de imóveis; demitir do emprego ou inibir a admissão. A lei também pune quem "proibir a livre expressão e manifestação de afetividade", se estas forem permitidas aos demais cidadãos.
  • 6. EM SALVADOR Em 1990, a capital baiana foi a primeira cidade da América Latina a incluir a proibição da discriminação por orientação sexual na Lei Orgânica Municipal. Exemplo seguido por mais de 72 municípios em todo o país. Lei 5685/1999 Art. 181 - Fica proibida a colocação de qualquer meio ou exibição de anúncio, seja qual for sua finalidade, forma ou composição nos seguintes casos: II - Quando favoreça ou estimule qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, sexual ou religiosa. Lei 5275/1997 Art. 1º - Os estabelecimentos comerciais, industriais, culturais e de entretenimentos, bem como as repartições públicas municipais que discriminarem pessoas, em virtude de sua opção sexual, sofrerão as sanções previstas nesta Lei. Parágrafo Único - Entende - se por discriminação, para efeitos desta Lei. I. Constrangimento; II. Proibição de ingresso ou permanência; III. Atendimento selecionado; IV. Preterimento quando da ocupação e/ou imposição de pagamento de mais de uma unidade nos hotéis e similares; V. Preterimento quanto a aluguel ou aquisição de imóvel para fins residencial, comercial ou de lazer. LEI ORGÂNICA DE SALVADOR Art. 1º O Município de Salvador, Capital do Estado da Bahia, reger-se-á por esta Lei Orgânica e pelas leis que adotar, respeitados os princípios constitucionais.
  • 7. Parágrafo Único Ninguém será discriminado, prejudicado ou privilegiado em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, orientação sexual, atividade profissional, religião, convicção política, filosófica, deficiência física, mental, sensorial, aparência pessoal, ou qualquer singularidade ou condição social, ou ainda por ter cumprido pena. 3. GGB História do GGB Quem é o GGB O Grupo Gay da Bahia é uma associação sem fins lucrativos que luta pela defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil. A ONG foi fundada pelo militante gay e professor do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia, Luiz Mott. O presidente atual é Marcelo Cerqueira. Seu nascimento na década de 80 se dá em meio a um Brasil que vivia grandes manifestações sociais, devido aos anos de repressão da ditadura militar; além do impacto da epidemia de HIV/AIDS que foi conhecida como "peste gay". O que só acumulou preconceitos durante anos e perdura até hoje. O GGB nasce assim: com a vontade de diminuir o preconceito contra gays, defendendo e lutando por direitos. E combater a AIDS/HIV com campanhas, panfletos, educação, informação e distribuição de camisinhas a toda a população. “O Grupo foi fundado em 1980 e declarado de utilidade pública municipal em 1987. O GGB é membro da ILGA, LLEGO, e da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis (ABGLT). Em 1988 foi nomeado membro da Comissão Nacional de AIDS do Ministério da Saúde do Brasil e desde 1995 faz integra do comitê da Comissão Internacional de Direitos Humanos de Gays e Lésbicas ( IGLHRC) . Ocupa desde 1995 a Secretaria de Direitos Humanos da ABGLT, e desde 1998 a Secretaria de Saúde da mesma.” (SITE DO GGB). Como o GGB oferta espaço para outras organizações com trabalhos sociais similares ao dela, a exemplo o combate à homofobia e outros, ela acaba tendo filiações dentro de sua base como a Associação de Travestis de Salvador
  • 8. (ATRAS), que é uma entidade independente, porém dialoga com o GGB na luta da prevenção e combate ao preconceito. • Movimento travesti/ gay e GGB Hoje há o movimento de travestis no país chamado ANTRA que é nacional e diversos outros que se dividem em regiões como o ATRAS que é de Salvador. HISTÓRIA DO MOVIMENTO LGBT NO MUNDO Movimento de Defesa dos Direitos dos Homossexuais começou na Europa, no final do século passado. Sua luta era pela descriminalização da homossexualidade e o reconhecimento dos direitos civis dos homossexuais. Dia 28 de Junho de 1969 é a data que marca o "Dia Internacional do Orgulho Gay e Lésbico”. A data é importante porque no Bar Stonewall, em New York, os homossexuais se revoltaram contra a perseguição policial. NO BRASIL Em 1978 foi fundado no Brasil o jornal O Lampião. Ele foi o principal canal de comunicação da comunidade homossexual. E em Março de 1979, surge em São Paulo o primeiro grupo de homossexuais de forma organizada: o Somos.  Em 1980 aconteceu em São Paulo, o 1° Encontro Brasileiro de Homossexuais.  Em 1984 realizou-se o segundo EBHO em Salvador.  Em 1995 realizou-se em Curitiba o VIII° Encontro Brasileiro de Gays, Lésbicas e Travestis. Os objetivos do Movimento Homossexual Brasileiro são:  Lutar contra todas as expressões de homofobia;
  • 9.  Divulgar informações corretas e positivas a respeito da homossexualidade;  Conscientizar gays, lésbicas, travestis e transexuais da importância de se organizar para defender plenos direitos de cidadania e política. Os grupos homossexuais, através de reuniões com seus membros e visitantes, discutem e planejam ações de divulgação de seus objetivos como informações de prevenção da AIDS/HIV e das demais DSTs, além de funcionar como grupo de apoio individual a cada homossexual na conquista de sua autoestima. CONQUISTAS DO MOVIMENTO HOMOSSEXUAL BRASILEIRO  Em 1985 o Conselho Federal de Medicina do Brasil declarou que a homossexualidade não mais poderia ser classificada como "desvio e transtorno sexual".  Em 1989 foi incluída a proibição de discriminação por orientação sexual no Código de Ética dos Jornalistas.  Em 1990, nas leis orgânicas de 73 municípios (inclusive salvador) e nas constituições dos Estados de Sergipe, Mato Grosso e Distrito Federal, foi incluída a expressa proibição de discriminar por orientação sexual.  Denúncias de violação dos direitos humanos e assassinatos de homossexuais publicados no Relatório Anual do Departamento de Estado dos Estados Unidos (1992).  Em 1995 realizou-se no Brasil a 17ª Conferência da Associação Internacional de Gays e Lésbicas, (ILGA). II EBHO – Encontro Brasileiro de Homossexuais (Salvador, BA. 25 a 26/1 de 1981) Com o fim do Jornal O Lampião da Esquina, em meados de 1981, os homossexuais brasileiros perderam seu principal canal de comunicação nacional, pois os pequenos boletins de alguns grupos não conseguiram a mesma comunicação homossexual do continente sul-americano.
  • 10. Foi o EBHO que contou com a melhor cobertura jornalística, com matérias grandes nos principais jornais nacionais e até um bom resumo na "Nación" de Bueno Aires. Este II EBHO marcou o início das comemorações do "Ano Internacional Gay", deliberando-se que o MHB deveria encaminhar ao Conselho Federal de Medicina o abaixo assinado com mais de 16 mil assinaturas pela suspensão do 302.0 que classificava a homossexualidade como desvio e transtorno sexual; lutar pela inclusão de cursos de educação sexual em todas as escolas e por um tratamento positivo da mídia em relação à questão homossexual; pela aprovação de legislação anti-discriminatória, inclusive pela legalização do "casamento gay" e como o momento era de luta política, pelas Diretas Já. • Como se articula movimento travesti/gay atualmente? • Importância do GGB O GBB é importante no seu papel de combater qualquer forma de homofobia (e transfobia...). Nas campanhas contra a HIV/AIDS. E na forma de esclarecer as pessoas sobre a importância e o papel do homossexual (LGBT) na sociedade. Na sua filiação com diversas minorias que sofrem qualquer forma de discriminação. Objetivos: FONTE: SITE DO GGB  Defender os interesses da comunidade homossexual da Bahia e do Brasil, denunciando todas as expressões de homofobia (ódio aos homossexuais), lutando contra qualquer forma de preconceito e discriminação contra gays, lésbicas, travestis e transexuais,  Divulgar informações corretas sobre a orientação homossexual, desconstruindo o complô do silêncio contra o "amor que não ousava dizer o nome" e construir um discurso científico e correto, lutando contra comportamentos, atitudes e práticas que inviabilizam o exercício da cidadania plena de gays, lésbicas, travestis e transexuais no Brasil.
  • 11. Trabalhar na prevenção do HIV e AIDS junto à nossa comunidade e outros grupos vulneráveis à epidemia.  Conscientizar o maior número de homossexuais da necessidade urgente de lutar por seus plenos direitos de cidadania, fazendo cumprir a Constituição Federal que garante tratamento igualitário a todos os brasileiros. Por esta razão o GGB é carinhosamente chamado de Sindicato dos Gays ou "Orgulho da Bahia" como diz Caetano Veloso. AÇÕES  Publicou em 1987 diversos artigos sobre a história dos "sodomitas" luso- brasileiros perseguidos pela Inquisição  Divulgação de vários aspectos culturais sobre a AIDS no país.  Em 1987 publicou o livro Homofobia: A violação dos direitos humanos dos gays, lésbicas e travestis no Brasil.  Realizou centenas de conferências, debates e mesas redondas sobre a homossexualidade e a questão da Aids em colégios, universidades, programas de TV’s e rádios de norte a sul do país.  Liderou a campanha nacional que retirou a homossexualidade da lista dos desvios sexuais, sendo autor de sete moções anti-discriminação aprovadas pelas mais importantes associações científicas nacionais.  Foi a primeira ONG a iniciar a prevenção da AIDS no Brasil em 1982  Realizou a primeira cartilha em método braile sobre AIDS para deficientes visuais. 4. ANTRA 4.1 HISTÓRIA
  • 12. Em 1992, as Travestis e Transexuais se reuniram para criar uma organização nacional que pudesse proporcionar uma maior articulação política dentro do país. O que faltava ao movimento era uma ferramenta de interlocução e comunicação. Após várias tentativas entre 1992 até 2000, surgiu em Porto Alegre a Articulação Nacional de Transgêneros, que depois se tornou a Articulação Nacional de Travestis, Transexuais e Transgêneros (ANTRA). Com o surgimento do grupo, as cobranças no cenário de políticas públicas começaram a acontecer. Cada vez mais ganhando controle e consciência dentro da sociedade. A primeira gestão escolhida para presidir a ANTRA foi o Grupo Esperança de Curitiba. Aqui houve uma grande inclusão do grupo no país com a criação de folhetos informativos sobre sustentabilidade. Um importante trabalho de comunicação da instituição com suas associadas. Em 2002 a gestão ficou por conta da Associação de Travestis do Ceará (ATRAC). Essa diretoria iniciou o projeto Tulipa que tem o objetivo de “identificar e capacitas novas lideranças para atuarem em diversas frentes de construção e garantia de direitos a população Trans”. Após problemas de saúde das direções da ATRAC, a ANTRA entra com uma terceira direção, a Associação de Travestis de Salvador (ATRAS). Foi nessa gestão que a ANTRA trabalhou mais forte sua comunicação com maior representação nacional. “Foi nesta gestão, em parceria com outras duas diretorias, que foi conseguido que o governo federal discutisse junto com a ANTRA a criação de uma campanha nacional para desmitificar o preconceito contra as Trans”. Assim, nasce a “Travesti e Respeito” no dia 28 de janeiro de 2003; lançado no congresso nacional. As ações da Tulipa continuaram com o objetivo de capacitar mais lideranças, trazendo uma maior cobertura. 4.2 OBJETIVO “Ampliar as discussões; bem como socializar com todos. Buscar ações de igualdade e direitos com respeito ao público em geral”.
  • 13. 4.3 AÇÕES  Promover campanhas informativas com diretrizes políticas e apresentar proposta a fim de promover o direito das ONG associadas;  Colaborar em todos os níveis com outras redes a fim de desenvolver trabalhos em conjunto, trocando experiências nas áreas de atuação de cada uma;  Denunciar e promover a divulgação em todos os meios de comunicação possíveis de todo e qualquer caso onde for detectado preconceito e ou discriminação;  Ter por principio apoiar toda e qualquer ação de prevenção do HIV/Aids e outras DST em todos os seus aspectos e âmbitos;  Apoiar as ações que visem a melhora da qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS. DATAS  Em 1992 nasce o movimento.  Em 1994 nasce a RENATA Rede Nacional de Travestis.  Em 1997 nasce a RENTRAL Rede Nacional de Travestis e Liberados.  Em 2000 é fundada a ANTRA, Articulação Nacional de Travestis, Transexuais e Transgêneros. Com mais de 10 anos, o grupo conta com mais de 52 filiações por todo território brasileiro. “A ANTRA tem representantes em vários Grupos de Trabalhos no Governo Federal a destacar a representação no GT de Educação, do Ministério da Educação no GT de Cultura no Ministério da Cultura, no GT da Saúde GLBT do Ministério da Saúde. Esses programas dentro da proposta do Brasil sem Homofobia, projeto do Governo Federal e também as representantes no
  • 14. Conselho Nacional de Combate a Discriminação CNCD e na Secretaria Nacional de Segurança Pública SENASP.” 5. ATRÁS - ASSOCIAÇAO DAS TRAVESTIS DE SALVADOR a. Origem b. Contexto histórico c. Momentos Marcantes d. Perfil Contemporâneo – idade, etnia, sexo, escolaridade - Quem compõe a ATRAS. e. Como a mídia retrata esta comunidade f. Aspectos gerais da comunidade – saúde, segurança, cultura, religião. Fontes: ANJOS, Gabriele dos. Homossexualidade, direitos humanos e cidadania. Porto Alegre, 2002. KULICK, Don. Travesti – prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2008. LARA, Lívia Motta de; SOUSA, Antonio Gouveia de. O arquivo e a memória das minorias sociais: um estudo do fundo grupo “SOMOS” do arquivo Edigard Leuenroth. Marília: UNESP. PAIVA, Raquel. Cinco anos de Pesquisa em Comunicação e Cultura de Minorias. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004. _Política de Minorias: Comunidade e cidadania. Rio de Janeiro: UFRJ. PERUZZO, Cicilia. Movimentos sociais, cidadania e o direito à comunicação comunitária nas políticas públicas. 2009. SILVA, Sérgio Gomes da. O conflito identitário: sexo e gênero na constituição das identidades. Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, 1999.