2. A primeira geração modernista ou primeira fase do modernismo no Brasil é chamada de "fase heroica" e se
estende de 1922 até 1930, ou seja, até quando começa a segunda fase do modernismo.
O modernismo foi um movimento artístico, cultural, político e social bem amplo, o qual fora dividido em três
fases, posto que cada uma apresentava suas singularidades, de acordo com o contexto histórico inserido.
Uma importante característica desse período de afirmação nacional foi a disseminação de diversos grupos e
manifestos, além das revistas que auxiliaram na divulgação dos ideais modernos.
Dos grupos modernistas destaca-se:
Pau-Brasil (1924-1925).
Verde-amarelismo ou Escola da Anta (1916-1929).
Movimento Antropofágico (1928-1929).
Das Revistas divulgadoras dos ideais modernistas as principais foram: a Revista Klaxon (1922-1923) e a Revista de
Antropofagia (1928-1929).
3. As principais características da primeira
geração modernista são:
Nacionalismo crítico e ufanista;
Valorização do cotidiano;
Resgate das raízes culturais brasileiras;
Críticas à realidade brasileira;
Renovação da linguagem;
Oposição ao parnasianismo e ao academicismo;
Experimentações estéticas;
Renovações artísticas;
Ironia, sarcasmo e irreverência;
Caráter anárquico e destruidor;
Uso de versos livres e brancos.
4. MÁRIO DE ANDRADE (1893 – 1945)
Mario Raul Morais de Andrade (São Paulo, 9
de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de
fevereiro de 1945) foi um poeta, escritor,
crítico literário, musicólogo, folclorista,
ensaísta brasileiro. Ele foi um dos pioneiros da
poesia moderna brasileira com a publicação de
seu livro Pauliceia Desvairada em 1922.
OBRAS :
Poesia: Paulicéia Desvairada (1922), Losango
Caqui (1926), Clã do Jaboti (1927), Remate de
Males (1930), Lira Paulistana (1946).
Conto: Primeiro Andar (1926), Belazarte
(1934), Contos Novos (1946).
Romance: Amar, Verbo Intransitivo (1927).
Rapsódia: Macunaíma (1928).
Ensaio: A Escrava que não é Isaura (1925), O
Aleijadinho e Álvares de Azevedo (1935), O
Baile das Quatro Artes (1943), Aspectos da
Literatura Brasileira (1943), O Empalhador de
Passarinho (1944).
Crônica: Os Filhos da Candinha (1943).
5. OSWALD DE ANDRADE (1890-1954)
Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor e dramaturgo brasileiro. Fundou junto com Tarsila o
"Movimento Antropófago". Foi uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. Era irônico e
gozador, teve uma vida atribulada, foi militante político, foi o idealizador dos principais manifestos
modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais
organizou a Semana de Arte Moderna de 1922.
Oswald de Andrade (1890-1954) nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José
Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Souza Andrade. Estudou Ciências e Letras no
Ginásio de São Bento, onde ouviu de um professor que ia ser escritor. Passou a comprar livros e a
escrever. Em 1909, O Diário Popular publicou seu primeiro artigo “Penando”, uma reportagem da
excursão do presidente Afonso Pena aos Estados do Paraná e Santa Catarina. Em 1911, fundou a revista
semanal “O Pirralho”, que ele mesmo dirigiu, junto com Alcântara Machado e Juó Bananère. O semanário
contava, entre outros colaboradores, com o pintor Di Cavalcanti.
6. OBRAS :
Poesia: Pau-Brasil (1925), Primeiro Caderno de Poesia do Aluno Oswald de Andrade (1927),
Poesias Reunidas (1945).
Romance: Os Condenados (1922), Memórias Sentimentais de João Miramar (1924), Estrela de
Absinto (1927), Serafim Ponte Grande (1933), A Escada Vermelha (1934), Marco Zero I – A
Revolução Melancólica (1943), Marco Zero II – Chão (1946).
Teatro: O Homem e o Cavalo (1934), O Rei da Vela (1937).
Ensaio: Ponta de Lança (1945), A Crise da Filosofia Messiânica (1950).
Memórias: Um Homem sem Profissão (1954).
7. MANUEL BANDEIRA (1886 – 1968)
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho
(Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro,
13 de outubro de 1968) foi um poeta, crítico
literário e de arte, professor de literatura e
tradutor brasileiro.
Considera-se que Bandeira faça parte da
geração de 1922 da literatura moderna
brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-
alas da Semana de Arte Moderna de 1922.
Juntamente com escritores como João Cabral
de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre,
Clarice Lispector e Joaquim Nabuco, entre
outros, representa o melhor da produção
literária do estado de Pernambuco.
Poesia: A cinza das Horas (1917), Carnaval
(1919), Poesias (1924), Libertinagem (1930),
Estrela da Manhã (1936), Mafuá do Malungo
(1948), Opus 10 (1952), Poesias Escolhidas
(1937), Poesias Completas (1940, reeditadas com
acréscimo em 1944, 51, 55 e 1958), Estrela da
Tarde (1963), Estrela da Vida Inteira (1966).
Prosa: Crônicas da Província do Brasil (1936),
Guia de Ouro Preto (1938), Noções da História
das Literaturas (1940), Literatura Hispano-
Americana (1949), Gonçalves Dias (1952),
Itinerário de Pasárgada (1954), De Poetas e de
Poesia (1954), Frauta de Papel (1957) Poesia e
Prosa ( 2 vols. 1958).
8. ANTÔNIO DE ALCÂNTARA MACHADO
(1901 – 1935).
Alcântara Machado (1901-1935) nasceu em
São Paulo, no dia 25 de maio de 1901.
Formou-se em direito em 1924. Começou
ainda estudante a trabalhar como jornalista.
Após uma temporada na Europa, impregnou-
se das idéias de vanguarda e assumiu
ostensiva posição de combate pela renovação
literária, ao lado de Oswald de Andrade.
Conto: Brás, Bexiga e Barra
Funda (1927), Laranja da China (1928), Contos
Avulsos (1961, póstuma).
Romance: Pathé-Baby (1926), Mana
Maria (inacabado).
Crônicas E Ensaios: Cavaquinho e
Saxofone (1940, póstuma).
9. CASSIANO RICARDO (1895 – 1974)
Cassiano Ricardo Leite nasceu em 26 de julho de 1895, em São José Verde e Amarelo e Anta,
com Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, entre outros.dos Campos, São Paulo. Aos 16
anos publicou seu primeiro livro de poesias, Dentro da noite. Mudou-se para a capital para
cursar a faculdade de Direito, mas concluiu o curso no Rio de Janeiro. Voltou para São Paulo,
onde se engajou no movimento de reforma literária iniciado na Semana de Arte Moderna de
1922, do qual foi um dos líderes. Participou dos grupos
Na década de 30, junto com Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho, fundou o movimento
político Bandeira, em oposição ao Integralismo.
10. OBRAS:
Poesia: Dentro da Noite (1915), A Frauta de Pã (1917), A Mentirosa de Olhos Verdes (1925),
Borrões do Verde e Amarelo (1926), Vamos Caçar Papagaios (1926), Canções de Minha Ternura
(1927), Martim-Cererê (1928), Deixa Estar, Jacaré (1931), O Sangue das Horas (1943), Um Dia
depois do Outro (1947), A Face Perdida (1950), Poemas Murais (1950), 25 Sonetos (1952), Meu
Caminho até Ontem (1955), Arranha-Céu de Vidro (1956), João Torto e A Fábula (1956), Poesias
Completas (1957), Montanha Russa (1960), A Difícil Manhã (1960), Jeremias sem Chorar (1964).
Prosa: O Brasil no Original (1936), O Negro na Bandeira (1938), A Academia e a Prosa Moderna
(1939), Pedro Luís Visto Pelos Modernos (1939), Marcha para o Oeste (1943), A Academia e a
Língua Brasileira (1943), A Poesia na Técnica do Romance (1953), O Homem Cordial (1959),22 e a
Poesia de Hoje (1962), Reflexos sobre a Poética de Vanguarda (1966).
11. MENOTTI DEL PICCHIA (1892 – 1988)
Filho dos imigrantes italianos Luigi Del Picchia e Corinna Del Corso, com cinco anos de idade
mudou-se para a cidade de Itapira, interior de São Paulo, onde foi aluno de Jacomo Stávale. Fez
seus estudos ginasiais no Colégio São José, em Pouso Alegre, Minas Gerais. Bacharelado em
Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, formado em 1913. Nesse ano publicou
Poemas do Vício e da Virtude, seu primeiro livro de poesias. Na cidade de Itapira foi agricultor e
advogado militar; lá criou o jornal político O Grito e escreveu os poemas Moisés e Juca Mulato.
Colaborou em vários jornais, entre os quais Correio Paulistano, Jornal do Comércio e Diário da
Noite. Em 1924 criou, com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, o Movimento Verdamarelo, de
tendência nacionalista. Publicou vários romances, entre eles Lama e Argila, O Homem e a Morte,
Republica 3000 e Salomé, além de livros de ensaios e de crônicas.
12. OBRAS :
Poesia: Poemas do Vício e da Virtude
(1913), Moisés (1917), Juca Mulato
(1917), Máscaras (1919), A Angústia de D.
João (1922), Chuva de Pedra (1925), O Amor
de Dulcinéia (1926), República dos Estados
Unidos do Brasil (1928), Jesus, tragédia sacra
(1958), Poesias, (seleção, 1958), O Deus Sem
Rosto (introdução de Cassiano Ricardo, 1968).
Romance: Flama e Argila (1920), O Homem e
a Morte (1922), Laís (1921), Dente de Ouro
(1923), O Crime Daquela Noite (1924),
República 3000 (1930; posteriormente
intitulado A filha do Inca, 1949), A Tormenta
(1932), O Árbitro (1958), Kalum, O Sangrento
(1936), Kummunká (1938), Salomé (1940).
Conto e Novela: Toda nua (s.d.), A mulher que
Pecou (1922), O Despertar de São Paulo (sd).
Literatura Infanto-Juvenil: No país das
Formigas, Viagens de Pé-de-Moleque e João
Peralta, Novas Aventuras de Pé-de-Moleque e
João Peralta.
Ensaio e Monografia: Soluções Nacionais
(1935), A Revolução Paulista (1932), Sob o
Signo de Polymnia, (1959, discursos), A Longa
Viagem (1970-1972, memórias, 2 vols.
Teatro: Suprema Conquista (1921).
13. GUILHERME DE ALMEIDA (1890 – 1969)
Guilherme de Almeida (1890-1969) foi poeta
brasileiro. O primeiro modernista a entrar
para a Academia Brasileira de Letras. Ocupou
a cadeira nº 15. Era membro da Academia
Paulista de Letras, do Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo, do Instituto de
Coimbra e do Seminário de Estudos Galegos
de Santiago de Compostela. Foi também
advogado, jornalista e tradutor.
Guilherme de Almeida (1890-1969) nasceu
em Campinas, São Paulo, no dia 24 de julho
de 1890. Filho de Estevam de Almeida, jurista
e professor de Direito, e de Angelina de
Andrade. Ingressou na Faculdade de Direito
de São Paulo, onde se formou em 1912.
Poesia: Nós (1917), A Dança Das
Horas (1919), Messidor (1919), Livro de Horas de
Soror Dolorosa (1920), Era Uma Vez… 1922 – A
Frauta Que Eu Perdi (1924), Meu (1925), A Flor Que
Foi um Homem
(1925, Narciso),Encantamento (1925), Raça (1925),
Simplicidade (1929), Carta À Minha Noiva
(1931), Você (1931), Cartas Que Eu Não Mandei
(1932), Acaso (1938), Cartas Do Meu Amor
(1941), Poesia Várias (1947), O Anjo De Sal
(1951), Acalanto De Bartira (1954), Camoniana
(1956), Pequeno Romanceiro (1957), Rua Teatro
(1961), Rosamor (1965), Os Sonetos De Guilherme
de Almeida (1968).
Teatro: Mon coeur balance e Leur ame,
(1916), escritas em colaboração com Oswald de
Andrade; Scheherazada (1921, um ato em versos).