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Formando-se para Trabalhar em Agronegócio: De
Commodity à sua Descomoditização
Prof. Evaristo Marzabal Neves
Extraído do texto “Agronegócio do Brasil”
M. F. Neves, D. Zylbersztajn e E. M. Neves
Editora Saraiva. Cap. 20; p. 103 – 106, 2005
Apoio didático: Ana Maria P F Oliveira - Bolsista PET-GAEA
Bruna Rodrigues - Bolsista PET-GAEA
ESALQ / USP
Depto. Economia, Administração e Sociologia
“ Pessoas vencedoras são as que se
diferenciam da multidão. Têm características
próprias e são à prova de lugar-comum, não
sendo descartáveis ”.
F. Steimberg
Sumarizando a aula
1. Introdução: Você sabe o que é uma commodity?
2. Recomendações de consultores e professores do
agronegócio.
3. O que aconselham os 12 cientistas brasileiros mais
citados no exterior, para quem quer se destacar em
carreiras competitivas.
Introdução
Commodity = mercadoria, artigo, produto.
É utilizado nas transações comerciais de produtos de origem
primária nas bolsas de mercadorias.
O termo é usado como referência aos produtos de base em estado
bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização,
de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e
por diferentes produtores.
Estes produtos “in natura”, cultivados ou de extração mineral,
podem ser estocados por determinado período sem perda
significativa e qualidade. Possuem cotação e negociabilidade
globais, utilizando bolsas de mercadorias (Secex/MDIC).
Introdução
•Commodity = produto padronizado, tudo igual
•Descomoditização = diferenciado, especial, high quality
•Um exemplo: o Brasil é grande exportador de café em grão. No
mercado interno, criou-se uma imagem de que “tudo é igual” –
homogeinização.
“A comoditização do mercado do café torrado e/ou moído, que
caracteriza o setor nos tempos atuais, tem sido marcada por uma
substancial falta de diferenciação entre a maioria das marcas de
café, implicando em baixos valores agregados, concorrência
predatória e resultados negativos para a grande maioria das
empresas, de qualquer porte e tamanho”.
Diferenciar é preciso - perseguir a excelência e a
qualidade
Descomoditização dos cafés - características como:
• Qualidade superior da bebida
• Aspectos dos grãos
• Forma de colheita
• Tipo de preparo
• História
• Origem dos plantios
• Variedades raras
Inclui ainda:
Parâmetros de diferenciação relacionados a sustentabilidade
econômica, ambiental e social da produção, de modo a promover
maior equidade entre os elos da cadeia produtiva. Mudanças no
processo industrial também levam à diferenciação, com a adição de
substâncias, como os aromatizados, ou com a subtração, como os
descafeinados. A rastreabilidade e a incorporação de serviços
também são fatores de diferenciação e, portanto de agregação de
valor.
Diferenciação nos cafés
• Qualidade da bebida (gourmet e premium);
• Processo de produção (aromatizados, capuccino, descafeinados,
expresso, entre outros);
• Composição de blends:
a) gourmet (bebida mole, 100% arábica); b) Superior (bebida
mole/dura, até 15% robusta e 10% de pretos, verdes e ardidos; c)
Tradicional (bebida dura/riado/rio, até 30% robusta e 25% de
pretos, verdes e ardidos; d) Popular/Combate (sem atributo de
qualidade)
b) Que tipo de “blend” profissional você quer ser? “Gourmet”?
Popular/Combate”?. Escolha. Decida. Vá a luta.
Recomendações de consultores e professores do
agronegócio. Entre elas, temos:
1. Procure na sua formação reduzir ao máximo (se possível,
a zero) os custos da informação e da comunicação,
procurando entender a economia mundial, principalmente a
economia do agronegócio e o funcionamento e dinamismo
de cadeias produtivas.
2. Aprenda o maior número de idiomas possível, mais
especificamente o inglês e o espanhol, neste visando o
Mercosul.
3. Procure ser um especialista generalista, especializando-se ao
máximo em sua área, e também desenvolvendo capacidade
analítica para atuar em outras áreas (aumente seu conhecimento
periférico, sua capacidade perceptiva e, ainda a interpretativa).
4. Acompanhe novas tecnologias. As organizações (por meio de
suas áreas de Ciência e Tecnologia – C&T – e Pesquisa e
desenvolvimento e Inovação – P&D&I) estão sempre trazendo
inovações e avanços nesse campo e exigindo pessoal cada vez
mais competente e especializado que compartilhe o esforço e
trabalho de equipe (times autogerenciáveis).
5. Busque entender, já no mercado de trabalho, as
atividades de diversos setores da organização e a ligação
entre eles (agregação de valor e job rotation).
6. Seja flexível e tenha facilidade para atuar em ambientes
multiculturais. Desenvolva sua capacidade perceptiva e
entenda que, em qualquer ambiente, você deve “procurar
ser antes um agente de percepção que um agente de
mudança” (E.M.Neves).
7. Conheça as atividades de outras organizações no
mundo, acessando seus sites e descobrindo sua cultura,
missão e visão de negócios (busque a sua
internacionalização).
O que aconselham os 12 cientistas brasileiros
mais citados no exterior, para quem quer se
destacar em carreiras competitivas
(revista Veja, edição 1.878, 03/11/2004):
1. Leia muito e de tudo – Não apenas livros técnicos. Leia
romances, contos e poesias. Eles ajudam a desenvolver uma
visão plural da vida (alarga seu conhecimento periférico).
2. Exercite a curiosidade – Ela é o primeiro degrau de todas as
descobertas.
3. O terceiro idioma – Ler, escrever e falar inglês é
básico. A diferença começa com o aprendizado de uma
terceira língua.
4. Tenha base sólida – As ciências básicas, como a Física,
a Química e a Matemática, alicerçam todas as outras
carreiras.
5. Pesquise sempre – As bolsas de iniciação científica
dão o oportunidade de começar a pesquisar ainda na
graduação. Aproveite-as.
6. Escolha suas companhias – Se quiser ser cientista,
conviva com os cientistas. Frequente os laboratórios e
centros de pesquisa mais produtivos de sua faculdade.
7. Escolha bem – A melhor escola nem sempre é a mais
conhecida e famosa. Escolha entre as que têm professores
(mestres orientadores) mais atuantes, preocupados e
interessados em sua formação.
8. Dedique-se – Vale a mais famosa equação de Einstein:
sucesso = 10% de talento + 90% de suor (trabalhe meu
filho) e inspiração.
9. Tome a iniciativa – Não se satisfaça com que o
professor ensina. Busque mais informações (curiosidade e
mais curiosidade) aumentando sua capacidade perceptiva e
preditiva. Todo bom cientista é um autodidata.
10. Mire no exterior – O isolamento mata a pesquisa. A
troca de informações é uma das chaves do sucesso.
11. Faça a diferença – Escolha a área de atuação em que
seu trabalho possa se destacar.
12. Busque a visão universal – O cientista tende a se
especializar cada vez mais cedo. Isso é inevitável, mas é
um erro fatal fechar-se a outras áreas de pesquisa e de
conhecimento.
Curioso é que as recomendações de cientistas famosos para a
formação de jovens cientistas têm proximidade com as
referenciadas pelos consultores e professores do agronegócio,
ambas requerendo muito esforço e motivação para se chegar lá.
Porém, inúmeros estão chegando. Motivação, vontade, disciplina
e administração racional do seu tempo poderão conduzi-lo,
jovem graduando, a chegar lá.
Reflexões
• “Aluno não é acumulador de informação e o professor deve orientar
para a formação de competências que o levem a transformar a
informação em conhecimento, contextualizando as situações e
relacionando todo os elementos envolvidos”. (Vasco Moretto –
Prof. da UnB)
• “Para tanto é de suma importância que o professor seja antes um
alimentador da curiosidade do aluno motivando-o a busca da
complementação do saber indo além dos conhecimentos obtidos
nos bancos escolares e estimulando-o não apenas ao ‘fazer
aprender’ e ‘saber aprender’ da sala de aula, mas a incessante
vontade e perseguição de ‘aprender fazendo’ e ‘aprender sabendo’”.
(E.M. Neves)
Reflexões
• “O aluno que fica preso à sala de aula é um aprendiz
de commodity. É carimbado, padronizado, não é
diferenciado, já que, em sala de aula, só conhece e se
importa com o conteúdo programático”. (E. M.
Neves)
• “Se estudas a natureza só nos livros, quando saíres de
tua casa não a reconhecerás”. (A. Agassiz)
• “Uma coisa é estudar o touro na sala de aula; outra, é
enfrentá-lo na arena ...da vida”. (Anônimo).
Ademais “hoje, o importante é a solução de
problemas. O aluno deve pensar a respeito do que
aprende e apreende em vez de apenas memorizar”
(C. Sargo).
Para deixar de ser apenas uma commodity no
mercado e conhecer a natureza do mundo fora de casa,
ele deve perseguir a diferenciação com qualidade, que
desenvolve sua massa crítica para a solução de
problemas (E.M.Neves).
Isto ele consegue racionalizando a administração
de seu tempo, alimentando sua curiosidade para o
conhecimento, praticando iniciação científica e se
aventurando nos estágios dentro e fora da universidade, a
partir dos primeiros anos do curso.
A iniciação científica contextualiza e organiza o
desenvolvimento de sua massa crítica repassando que a
pesquisa tem princípio, meio e fim, não se tratando de um
produto pronto, acabado, como é o de sala de aula
(E.M.Neves).
Os estágios mostram o passo seguinte à
formatura, ensinando-o a ver e sentir a realidade
social, os desafios do mercado de trabalho e o
encorajando-o com garra, determinação e valentia,
ao enfrentamento dos confrontos e conflitos no hostil
ambiente do day after a colação de grau (E. M.
Neves)
“O conhecimento geral e a cultura muitas vezes são
colocados em segundo plano por profissionais. O mercado
de trabalho possui ótimos especialistas, mas poucos com
visão macro. Pode apostar, a informação é imprescindível
para alimentar a inovação e a criatividade no ambiente de
trabalho”.
(Empresário Rodrigo Santos)
MERCADO versus PROFISSIONAIS
O que falta nos profissionais, segundo as empresas:
• Desenvolver capacidade de expressão escrita e oral;
• Dedicar-se a obtenção de conhecimentos profundos em
idiomas estrangeiros;
• Mostrar cultura geral;
• Desenvolver espírito de liderança;
• Ter habilidade para trabalhar em equipe;
• Mostrar iniciativa; e
• Investir na atualização profissional.
Fonte: Andrade Gutierrez, Atento, C&M Software, Ceva Logistics, Manpower, Racional Engenharia, SindRio, Tivit e entrevistados.
Extraído do Jornal Folha de São Paulo - 01/08/2010.
Reflexões complementares
“Só é útil o conhecimento que nos torna melhores”
(Sócrates)
“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer (G.
Vandré)
“A única segurança que o homem pode ter na vida é a
sua reserva de conhecimento” (H. Ford)
“O seu conhecimento ninguém rouba ou seqüestra;
copiam, quando muito, se você o transfere ou
comunica. Ele está dentro de você, armazenado em
seu íntimo. Dissemine-o e o espalhe pois quando for
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Formando-se para o Agronegócio

  • 1. Formando-se para Trabalhar em Agronegócio: De Commodity à sua Descomoditização Prof. Evaristo Marzabal Neves Extraído do texto “Agronegócio do Brasil” M. F. Neves, D. Zylbersztajn e E. M. Neves Editora Saraiva. Cap. 20; p. 103 – 106, 2005 Apoio didático: Ana Maria P F Oliveira - Bolsista PET-GAEA Bruna Rodrigues - Bolsista PET-GAEA ESALQ / USP Depto. Economia, Administração e Sociologia
  • 2. “ Pessoas vencedoras são as que se diferenciam da multidão. Têm características próprias e são à prova de lugar-comum, não sendo descartáveis ”. F. Steimberg
  • 3. Sumarizando a aula 1. Introdução: Você sabe o que é uma commodity? 2. Recomendações de consultores e professores do agronegócio. 3. O que aconselham os 12 cientistas brasileiros mais citados no exterior, para quem quer se destacar em carreiras competitivas.
  • 4. Introdução Commodity = mercadoria, artigo, produto. É utilizado nas transações comerciais de produtos de origem primária nas bolsas de mercadorias. O termo é usado como referência aos produtos de base em estado bruto (matérias-primas) ou com pequeno grau de industrialização, de qualidade quase uniforme, produzidos em grandes quantidades e por diferentes produtores. Estes produtos “in natura”, cultivados ou de extração mineral, podem ser estocados por determinado período sem perda significativa e qualidade. Possuem cotação e negociabilidade globais, utilizando bolsas de mercadorias (Secex/MDIC).
  • 5. Introdução •Commodity = produto padronizado, tudo igual •Descomoditização = diferenciado, especial, high quality •Um exemplo: o Brasil é grande exportador de café em grão. No mercado interno, criou-se uma imagem de que “tudo é igual” – homogeinização. “A comoditização do mercado do café torrado e/ou moído, que caracteriza o setor nos tempos atuais, tem sido marcada por uma substancial falta de diferenciação entre a maioria das marcas de café, implicando em baixos valores agregados, concorrência predatória e resultados negativos para a grande maioria das empresas, de qualquer porte e tamanho”.
  • 6. Diferenciar é preciso - perseguir a excelência e a qualidade Descomoditização dos cafés - características como: • Qualidade superior da bebida • Aspectos dos grãos • Forma de colheita • Tipo de preparo
  • 7. • História • Origem dos plantios • Variedades raras Inclui ainda: Parâmetros de diferenciação relacionados a sustentabilidade econômica, ambiental e social da produção, de modo a promover maior equidade entre os elos da cadeia produtiva. Mudanças no processo industrial também levam à diferenciação, com a adição de substâncias, como os aromatizados, ou com a subtração, como os descafeinados. A rastreabilidade e a incorporação de serviços também são fatores de diferenciação e, portanto de agregação de valor.
  • 8. Diferenciação nos cafés • Qualidade da bebida (gourmet e premium); • Processo de produção (aromatizados, capuccino, descafeinados, expresso, entre outros); • Composição de blends: a) gourmet (bebida mole, 100% arábica); b) Superior (bebida mole/dura, até 15% robusta e 10% de pretos, verdes e ardidos; c) Tradicional (bebida dura/riado/rio, até 30% robusta e 25% de pretos, verdes e ardidos; d) Popular/Combate (sem atributo de qualidade) b) Que tipo de “blend” profissional você quer ser? “Gourmet”? Popular/Combate”?. Escolha. Decida. Vá a luta.
  • 9. Recomendações de consultores e professores do agronegócio. Entre elas, temos: 1. Procure na sua formação reduzir ao máximo (se possível, a zero) os custos da informação e da comunicação, procurando entender a economia mundial, principalmente a economia do agronegócio e o funcionamento e dinamismo de cadeias produtivas. 2. Aprenda o maior número de idiomas possível, mais especificamente o inglês e o espanhol, neste visando o Mercosul.
  • 10. 3. Procure ser um especialista generalista, especializando-se ao máximo em sua área, e também desenvolvendo capacidade analítica para atuar em outras áreas (aumente seu conhecimento periférico, sua capacidade perceptiva e, ainda a interpretativa). 4. Acompanhe novas tecnologias. As organizações (por meio de suas áreas de Ciência e Tecnologia – C&T – e Pesquisa e desenvolvimento e Inovação – P&D&I) estão sempre trazendo inovações e avanços nesse campo e exigindo pessoal cada vez mais competente e especializado que compartilhe o esforço e trabalho de equipe (times autogerenciáveis).
  • 11. 5. Busque entender, já no mercado de trabalho, as atividades de diversos setores da organização e a ligação entre eles (agregação de valor e job rotation). 6. Seja flexível e tenha facilidade para atuar em ambientes multiculturais. Desenvolva sua capacidade perceptiva e entenda que, em qualquer ambiente, você deve “procurar ser antes um agente de percepção que um agente de mudança” (E.M.Neves).
  • 12. 7. Conheça as atividades de outras organizações no mundo, acessando seus sites e descobrindo sua cultura, missão e visão de negócios (busque a sua internacionalização).
  • 13. O que aconselham os 12 cientistas brasileiros mais citados no exterior, para quem quer se destacar em carreiras competitivas (revista Veja, edição 1.878, 03/11/2004): 1. Leia muito e de tudo – Não apenas livros técnicos. Leia romances, contos e poesias. Eles ajudam a desenvolver uma visão plural da vida (alarga seu conhecimento periférico). 2. Exercite a curiosidade – Ela é o primeiro degrau de todas as descobertas.
  • 14. 3. O terceiro idioma – Ler, escrever e falar inglês é básico. A diferença começa com o aprendizado de uma terceira língua. 4. Tenha base sólida – As ciências básicas, como a Física, a Química e a Matemática, alicerçam todas as outras carreiras. 5. Pesquise sempre – As bolsas de iniciação científica dão o oportunidade de começar a pesquisar ainda na graduação. Aproveite-as.
  • 15. 6. Escolha suas companhias – Se quiser ser cientista, conviva com os cientistas. Frequente os laboratórios e centros de pesquisa mais produtivos de sua faculdade. 7. Escolha bem – A melhor escola nem sempre é a mais conhecida e famosa. Escolha entre as que têm professores (mestres orientadores) mais atuantes, preocupados e interessados em sua formação. 8. Dedique-se – Vale a mais famosa equação de Einstein: sucesso = 10% de talento + 90% de suor (trabalhe meu filho) e inspiração.
  • 16. 9. Tome a iniciativa – Não se satisfaça com que o professor ensina. Busque mais informações (curiosidade e mais curiosidade) aumentando sua capacidade perceptiva e preditiva. Todo bom cientista é um autodidata. 10. Mire no exterior – O isolamento mata a pesquisa. A troca de informações é uma das chaves do sucesso. 11. Faça a diferença – Escolha a área de atuação em que seu trabalho possa se destacar.
  • 17. 12. Busque a visão universal – O cientista tende a se especializar cada vez mais cedo. Isso é inevitável, mas é um erro fatal fechar-se a outras áreas de pesquisa e de conhecimento. Curioso é que as recomendações de cientistas famosos para a formação de jovens cientistas têm proximidade com as referenciadas pelos consultores e professores do agronegócio, ambas requerendo muito esforço e motivação para se chegar lá. Porém, inúmeros estão chegando. Motivação, vontade, disciplina e administração racional do seu tempo poderão conduzi-lo, jovem graduando, a chegar lá.
  • 18. Reflexões • “Aluno não é acumulador de informação e o professor deve orientar para a formação de competências que o levem a transformar a informação em conhecimento, contextualizando as situações e relacionando todo os elementos envolvidos”. (Vasco Moretto – Prof. da UnB) • “Para tanto é de suma importância que o professor seja antes um alimentador da curiosidade do aluno motivando-o a busca da complementação do saber indo além dos conhecimentos obtidos nos bancos escolares e estimulando-o não apenas ao ‘fazer aprender’ e ‘saber aprender’ da sala de aula, mas a incessante vontade e perseguição de ‘aprender fazendo’ e ‘aprender sabendo’”. (E.M. Neves)
  • 19. Reflexões • “O aluno que fica preso à sala de aula é um aprendiz de commodity. É carimbado, padronizado, não é diferenciado, já que, em sala de aula, só conhece e se importa com o conteúdo programático”. (E. M. Neves) • “Se estudas a natureza só nos livros, quando saíres de tua casa não a reconhecerás”. (A. Agassiz) • “Uma coisa é estudar o touro na sala de aula; outra, é enfrentá-lo na arena ...da vida”. (Anônimo).
  • 20. Ademais “hoje, o importante é a solução de problemas. O aluno deve pensar a respeito do que aprende e apreende em vez de apenas memorizar” (C. Sargo). Para deixar de ser apenas uma commodity no mercado e conhecer a natureza do mundo fora de casa, ele deve perseguir a diferenciação com qualidade, que desenvolve sua massa crítica para a solução de problemas (E.M.Neves).
  • 21. Isto ele consegue racionalizando a administração de seu tempo, alimentando sua curiosidade para o conhecimento, praticando iniciação científica e se aventurando nos estágios dentro e fora da universidade, a partir dos primeiros anos do curso. A iniciação científica contextualiza e organiza o desenvolvimento de sua massa crítica repassando que a pesquisa tem princípio, meio e fim, não se tratando de um produto pronto, acabado, como é o de sala de aula (E.M.Neves).
  • 22. Os estágios mostram o passo seguinte à formatura, ensinando-o a ver e sentir a realidade social, os desafios do mercado de trabalho e o encorajando-o com garra, determinação e valentia, ao enfrentamento dos confrontos e conflitos no hostil ambiente do day after a colação de grau (E. M. Neves)
  • 23. “O conhecimento geral e a cultura muitas vezes são colocados em segundo plano por profissionais. O mercado de trabalho possui ótimos especialistas, mas poucos com visão macro. Pode apostar, a informação é imprescindível para alimentar a inovação e a criatividade no ambiente de trabalho”. (Empresário Rodrigo Santos)
  • 24. MERCADO versus PROFISSIONAIS O que falta nos profissionais, segundo as empresas: • Desenvolver capacidade de expressão escrita e oral; • Dedicar-se a obtenção de conhecimentos profundos em idiomas estrangeiros; • Mostrar cultura geral; • Desenvolver espírito de liderança; • Ter habilidade para trabalhar em equipe; • Mostrar iniciativa; e • Investir na atualização profissional. Fonte: Andrade Gutierrez, Atento, C&M Software, Ceva Logistics, Manpower, Racional Engenharia, SindRio, Tivit e entrevistados. Extraído do Jornal Folha de São Paulo - 01/08/2010.
  • 25. Reflexões complementares “Só é útil o conhecimento que nos torna melhores” (Sócrates) “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer (G. Vandré) “A única segurança que o homem pode ter na vida é a sua reserva de conhecimento” (H. Ford) “O seu conhecimento ninguém rouba ou seqüestra; copiam, quando muito, se você o transfere ou comunica. Ele está dentro de você, armazenado em seu íntimo. Dissemine-o e o espalhe pois quando for embora, ele vai junto com você”. (E. M. Neves)