Esta aula foi ministrada num curso de Psicolinguística e apresenta diversas teorias que explicam a aquisicao da linguagem do social ao biológico, sem contudo privilegiar um ou outro..
2. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Fundamentos da Psicolinguística;
Apresentação das principais teorias sobre a aquisição da
linguagem;
Comparação e análise entre os modelos behavioristas e
cognitivistas;
Considerações acerca da Psicologia da Linguagem para a
compreensão dos processos psicológicos (pensamento e
linguagem) e sua interface com a linguística;
Analise e discussão das relações entre linguagem e
subjetividade proposta pela Psicanálise freudiana e
lacaniana.
Os processos de socialização através da linguagem;
3. Discuta
1. A LINGUAGEM É INATA OU APRENDIDA?
2. O QUE É LINGUA?
3. O QUE É FALA?
4. QUAL O OBJETIVO DA LINGUAGEM?
5. PENSAMENTO E LINGUAGEM É A MESMA COISA? QUEM VEM PRIMEIRO?
6. PENSAM DE MANEIRA DIFERENTE AS PESSOAS QUE FALAM LÍINGUAS DIFERENTES?
7. A COMUNICAÇÃO É EMINENTEMENTE HUMNA? E A LINGUAGEM?
8. COMO AS CRIANÇAS ADQUIREM A LINGUAGEM?
9. UMA PESSOA QUE PERDE A CAPACIDADE DE FALAR, DEIXA DE PENSAR?
10. TODAS AS LÍNGUAS SÃO: ARBITRÁRIAS, CONVENCIONAIS E CONSTITUTIVAS DO
SUJEITO: EXPLIQUE.
5. A Psicolinguística é uma área de
estudos interdisciplinar entre a
Lingüística, a Psicologia
e
demais ciências, que busca
explicar como o ser humano
adquire, utiliza, desenvolve e
aprende a linguagem.
7. A NATUREZA DA LINGUAGEM
COMPREENSÃO: que processos mentais capacitam
as pessoas a compreender o que as outras pessoas
falam?
AQUISIÇÃO: como as crianças desenvolvem ambas
as habilidades de compreensão e fala?
PRODUÇÃO: que processos mentais capacitam as
pessoas a falar o que falam?
8. SURGIMENTO
Anos 50, Universidade Cornell, seminário entre linguistas e
psicólogos, com o objetivo de realizar síntese entre as
pesquisas realizadas no campo da compreensão e da
expressão verbal.
Psicologia da Aprendizagem – estudos na área da Psicologia
Cognitiva
Lingüística – explicar a linguagem cientificamente: sistemas;
Teoria da Informação) – esquemas de comunicação
9. Teoria da Informação
Nessa perspectiva, a Psicolingüística se encarregaria
de estudar os processos de codificação e
decodificação, levando em conta as características
próprias dos sujeitos que trocam mensagens.
10. TRÊS PRINCIPAIS ÁREAS DE ESTUDO, ALÉM DA
PSICOLOGIA, CONTRIBUÍRAM PARA A COMPREENSÃO DA
PSICOLINGUÍSTICA:
A Lingüística - estudo da estrutura, da formação e
alteração da linguagem oral, escrita e simbólica;
A Neurolinguística – a relação entre o cérebro e a
produção da linguagem;
A Sociolinguística – objetiva a relação entre o
comportamento social e a formação e
aprendizagem linguagem.
Atualmente foco das Neurociências
13. O que é LINGUAGEM?
Linguagem é uma representação interna da
realidade construída que utiliza um meio de
comunicação compartilhado socialmente.
Sistema de signos arbitrários e compartilhado por
um grupo, com o objetivo de se comunicar com os
outros e que permite manipular mentalmente a
realidade na ausência dela.
14. O que é LINGUAGEM?
A linguagem é uma faculdade humana
abstrata, ou seja, a capacidade que o humano tem de
comunicar-se com os semelhantes por meio de signos
mediante mecanismos de natureza psico-fisiológica.
A linguagem é ao mesmo tempo
física, fisiológica, psíquica e de domínio social e se
configura no único modo de ser do pensamento, ou
seja, sua matéria no plano do conteúdo, e realidade
do pensamento (...), o próprio elemento da
comunicação e sua realização no plano da expressão.
( SAUSSURE, 1975, p.81 )
15. Para que serve a LINGUAGEM?
“... Expressar seus sentimentos, explicar suas reações
e compreender a dos outros, conhecer diferentes
pontos de vista sobre um mesmo fato e incorporar
valores e normas sociais. Aprende também a dirigir
e organizar seu pensamento e a controlar sua
conduta, fazendo assim uma aprendizagem cada vez
mais consciente.”
Álvaro Marchesi,
A linguagem é inerentemente humana? E
a comunicação?
16. Teorias sobre a aquisição da linguagem
BEHAVIORISMO: tábula
rasa, estímulo resposta
INTERACIONISMO
(construtivismo): aparelho
biológico em interação com
o ambiente
INATISMO: estrutura
pronta, ambiente
dispara
SÓCIOINTERACIONISMO
: interação e mediação
PSICANÁLISE:
simbólico,mediador da
realidade
17. Inata ou social, A linguagem é um meio
organizado de combinar as palavras para fins
de comunicação (STERNBERB, p. 252, 2000).
Do ponto de vista psicológico, entende-se a
linguagem
como
processo
mental
consciente, significativo e orientado para o
social.
18. SEIS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
Comunicativa - troca de informação
Simbólica - símbolo e referente
Estruturada - organização padronizada
Organizada em níveis múltiplos – morfo, fono, sin ...
Generativa – creatividade, gramática universal
Dinâmica – a linguagem evolui
19. COMO SE ADQUIRI A LINGUAGEM
Eu sei falá
mãmã.
Eu pefiru
papá.
Eu tô
apendeno.
20. SEMÂNTICO: significado das palavras
PRAGMÁTICO: uso no contexto social
O GRAMATICAL:
morfológicas
regras
sintáticas
O FONOLÓGICO: sons da língua;
e
21. PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM:
PRÉ-VERBAL
AQUISIÇÃO DE
LINGUAGEM
AQUISIÇÃO DE
ASPECTOS FORMAIS
AQUISIÇÃO DO
SIGNIFICADO
AQUISIÇÃO DE ASPECTOS
FUNCIONAIS
22. •Motivação primária para a relação interpessoal;
•Sensibilidade e adaptação do adulto;
•Prontoconversas e formatos;
•Vocalizações e gestos dícticos; Condutas
prontodeclarativas.
•Bases da funcionalidade comunicativa.
•Comunicação através de palavras;
•Aumenta o vocabulário rapidamente;
•Combinações de palavras mais complexas e
elaboradas;
23. Fonologia, morfologia e sintaxe
•De 18 meses a 06 anos estritamente fonológica:
•Substituições: pela/pêra
•Assimilações:
•Papo/pato
•Simplificações:
•Pato/prato;
•Dificuldades morfológicas e sintáticas.
24. •Conteúdo é a semântica;
•A compreensão precede a expressão;
•Nome e não;
•Significados restritivos ou mais extensivos.
•Refere-se às funções comunicativas da linguagem;
•Reguladora: desejos;
•Declarativa: Transmitir e compartilhar a informação;
•Interrogativa: Investiga sobre a realidade;
25. Organização da linguagem
• A linguagem está organizada em uma
hierarquia.
Frases
Palavras
Morfemas
Fonemas
27. A maior parte das atividades da linguagem ocorrem o hemisfério esquerdo
(LOBO TEMPORAL) no cérebro. As palavras são compreendidas pela área de
Wernicke e articuladas pela de Broca. Um conjunto de fibras do tecido
nervoso, o fascículo arqueado, conecta essas duas áreas. A de Wernicke é
cercada por outra parte chamada de área de Geschwind.
AFASIA: lesão de alguma
região cerebral especializada
nas funções linguisticas. Se dá
tanto na fala oral quanto na
escrita. A afasia pode ocorrer
em dois lugares distintos do
cérebro, podendo ser na área
de broca (afasia de broca) ou
na área de Wernicke (afasia
de Wernicke)
28. Teorias sobre a aquisição da linguagem
primeiras teorias de aquisição da linguagem:
o Behaviorismo
o Conexionismo (associonismo)
Ambas de base empirista consideram o conhecimento humano
como derivado da experiência.
29. Os
primeiros
trabalhos
desenvolvidos na área datam de
1943
quando
o
neurofisiologista, filósofo e
poeta
americano
Warren
McCulloch, e o lógico Walter
Pitts desenvolveram o primeiro
modelo matemático de um
neurônio.
30. O
cérebro
é
possuidor
de
mecanismo
inato, geneticamente programado que possibilita seu
funcionamento. Não existem regras inatas para o
processamento da linguagem, estas são inferidas
através de um processamento estatístico dos dados
advindos da experiência. O cérebro e as redes
neurais são os responsáveis pelo aprendizado.
A linguagem não é necessariamente manipulação de
símbolos.
31. O conhecimento declarativo da língua e do
mundo, bem como o conhecimento procedimental
das diversas habilidades, são codificados no cérebro
não em forma de símbolos prontos e em lugares
determinados, mas como elementos atomizados e
distribuídos em pontos diferentes conectados entre si.
O processamento não ocorre serialmente como na
teoria da informação, mas em paralelo, isto é, diversos
processos
ocorrem
simultaneamente
(POERSCH, 2004, p. 4).
O confronto de duas grandes teorias
32. .
BEHAVIORISMO: Acredita que pela relação estímulo resposta éa
possível explicar o funcionamento e uso da linguagem.
B.F. SKINNER 1904 — 1990
33. PRESSUPOSTOS DO BEHAVIORISMO
A mente não é importante para a aquisição da linguagem;
a criança é uma tabula rasa;
A linguagem é aprendida através do processo de estímuloresposta, imitação e reforço (positivo ou negativo);
conhecimento, inclusive o lingüístico, provém unicamente
da experiência.
Reforço positivo – incentiva o comportamento
Reforço negativo - inibe
Pouco a pouco, conforme as palavras vão
sendo associadas a eventos, objetos ou
ações, os bebês aprendem o que elas
significam (DAVIDOFF, 2001, p. 271).
35. se uma criança usa uma palavra ligada ao sexo em nossa
cultura, ela é reprovada com uma cara fechada, palavras de
repreensão ou mesmo um castigo. Ela aprende três coisas:
que tal palavra não pode ser dita, que se for dita será
considerado uma agressão e que o sentido implícito a essa
palavra, não é algo bem aceito em sua sociedade.
36. LINGUAGEM: inata ou aprendida?
Se a linguagem é herdada
(nature),
ou
aprendida
(nurture), ou aprendida e
herdade ficou conhecida pela
controvérsia nature-nurture e
tem sido discutida por séculos. A
polêmica esteve esquecida por
algum tempo até que ressurgiu
em 1959 quando o linguista
Noam Chomsky (1928) criticou
contundentemente
o
livro
Comportamento Verbal, de B.F.
Skinner.
37. .
Tradição behaviorista : Acreditava-se que pela relação
estímulo resposta, seria possível explicar a estrutura da
linguagem.
Anos 60 - Teoria chomskiana: Gerativista - a linguagem não é
um sistema de hábitos e repetições, mas norteia-se pela
criatividade.
B.F. SKINNER
N. CHOMSKY
38. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GGT
A linguagem é inata. O ser humano é herdeiro de uma
gramática mental interna , podendo produzir e
compreender frases originais com significados
inéditos.
39. PRINCÍPIOS BÁSICOS DA GGT
O aspecto criativo da linguagem tem como base três
princípios:
Tudo que dizemos, em sua maioria, é novo, e não a repetição
do que ouvimos antes;
O número de frases que se pode criar e compreender numa
língua são infinitos;
O falante adapta sua linguagem de acordo com o contexto.
40. PRESSUPOSTOS DA TEORIA DE CHOMPSKY
Gramática Universal: estrutura inata
Aspecto criativo: número infinito de frases
Gramaticalidade: CERTO ou ERRADO?
Competência linguistica: internalização de regras/o que vc sabe
Performance/desempenho: adaptação/ o que se faz com a língua
O enunciado é entendido em 2 níveis:
Estrutura superficial : nível fonológico
Estrutura profunda: significado/interpretação
41. Estruturas superficiais e subjacentes
Dois níveis
Superficial (frases precisas que expressam o
pensamento).
Subjacente
(atitudes e pensamentos básicos
corporificados nas palavras).
42. A natureza muito especial da linguagem
• Criatividade
Não é rara a necessidade de criar frases.
Novas frases como nova ordem gramatical.
Gírias.
Neologismo.
A gíria dos anos 60, segundo Ziraldo.
43. A discussão sobre a
aquisição
da
linguagem
focalizando
os
processos
mentais
já
havia
sido
evidenciada por Ferdinand de
Saussure (1857 - 1913) no livro
Curso de linguísta geral (1916). A
ideia só ganhou destaque anos
mais tarde, com N. Chomsky.
Saussure considerava a língua
um sistema de signos, uma
entidade
bifacial
que
compreendia um significante e
um significado definidos em
termos psicológicos.
Ferdinand de Saussure
1857 - 1913
44. SIGNIFICADO, SIGNIFICANTE = SIGNO
O signo linguístico é uma
realidade percebida pelos
sentidos humanos, que se
refere a uma realidade que
não está presente. Este sinal
é
composto
de
um
significante, significado e
referente, entre as quais
existe
uma
relação
inseparável.
45. • Langue: é o sistema de uma
língua, a língua como sistema de
formas.Social.
• Parole: é a fala real, os atos de
fala.Individual.
46. O SIGNO
o signo é uma unidade psíquica, abstrata e com duas faces:
o significado (conceito) e o significante (imagem acústica
(memória do som na mente do falante). Estes dois
elementos, o significante e o significado, estão
intimamente unidos e são regidos por dois princípios: a
linearidade e a arbitrariedade. A linearidade significa que
o discurso se organiza em linha reta, respeitando uma
ordem, pois não há como se pronunciar dois sons ao
mesmo tempo. A arbitrariedade diz respeito à conexão de
uma idéia a um nome.
47. A ARBITRARIEDADE DO SIGNO
Assim, a idéia de mar não está ligada por relação
alguma interior à seqüência de sons m-a-r que lhe
serve de significante; poderia ser representada
igualmente bem por outra sequência, não importa
qual; como prova, temos a existência de línguas
diferentes. (...) o princípio da arbitrariedade do signo
não é contestado por ninguém; às vezes, porém, é
mais fácil descobrir uma verdade do que assinalar o
lugar que lhe cabe (SAUSUSURE, 1972,pp. 81-82):
48. Princípios do signo
1. A natureza arbitrária do signo: não há
nenhum elo entre o significado e o
significante.
Cão
Cachorro
Crio
Cora
coa
crio
bopo
lobo
50. OUTRAS IMPORTANTES OPOSIÇÕES DA LINGUAGEM
Sincronia – funcionamento da língua em um dado período
do tempo.
Diacronia – estudo histórico, através do tempo.
Sintagma – combinação de formas mínimas numa
unidade lingüística superior, que surge a partir da
linearidade do signo.
Paradigma - banco de reservas da língua fazendo com
que suas unidades se oponham, pois uma exclui a outra
51. • a linguagem não é uma nomenclatura,
conceitos não são preexistentes,
conceitos mutáveis e contingentes
variam de um estado de uma língua
outra.
seus
mas
que
para
• como a relação entre significante e
significado é arbitrária, não há nenhuma
razão para um conceito, em vez de
outro,
ser
ligado
a
determinado
significante.
• o significado associado a um significante
pode tomar qualquer forma.
54. Toria da
Genética
Epistemologia
Para Piaget a linguagem não
tem somente a finalidade de
expressar ideias e palavras
ou
de
comunicar
o
pensamento. A linguagem
nasce do ato de falar
sozinho, do monólogo. Tal
ação prepara a criança para a
linguagem social, o que ele
considerada artificial.
55. Períodos de desenvolvimento
linguístico
0 -2 anos- a ausência da função
semiótica
é
a
principal
característica deste período. A
inteligência trabalha através das
percepções (simbólico) e das
ações (motor) através dos
deslocamentos do próprio corpo.
Linguagem vai da ecolalia
(repetição de sílabas) à palavrafrase ("água" para dizer que quer
beber água); possui representação
mental do objeto; conduta social é
de isolamento e indiferenciação
(o mundo é ele).
56. Período Simbólico - dos 2 anos aos 4 anos.
surge a função semiótica que permite o aparecimento da
linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização. Cria
imagens mentais na ausência do objeto ou da ação, é o
período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. É o
período do animismo: "o carro do papai foi dormir na
garagem”. Linguagem em nível de monólogo coletivo, ou
seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as
argumentações dos outros. Duas crianças “conversando”
dizem frases que não têm relação com a frase que o outro
está dizendo. Sua socialização é vivida de forma
isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares
são constantemente trocados.
57. Período Intuitivo - dos 4
anos aos 7 anos
Desejo de explicação dos
fenômenos
(idade
dos
porquês). A criança pergunta
o tempo todo. Distingue a
fantasia do real; pensamento
continua centrado no seu
ponto de vista. Incapaz de
manter
conversação
longa, mas já é capaz de
adaptar sua resposta às
palavras do companheiro.
58. Período Operatório Concreto dos 7 anos aos 11 anos
Tende a se organizar em
grupo,
compreende
regras,
estabelece
compromissos.
A
conversação
torna-se
possível
(já
é
uma
linguagem socializada), sem
que no entanto possam
discutir diferentes pontos
de vista para que cheguem a
uma conclusão comum.
59. Período Operatório Abstrato - dos 11 anos em
diante.
Ápice do desenvolvimento da
inteligência. Nível de pensamento
hipotético-dedutivo
(lógicomatemático); o indivíduo está apto
para
calcular
probabilidades, libertando-se do
concreto em proveito de interesses
futuros: a “abertura para todos os
possíveis”.
A
partir
desta
estrutura de pensamento é
possível a dialética, que permite
que a linguagem se dê a nível de
discussão para se chegar a uma
conclusão.
60. Piaget dividiu a linguagem em dois grandes
grupos:
a egocêntrica
a socializada.
61. A linguagem egocêntrica dividida-se em três:
A repetição (ecolalia) – repetição de silabas ou
palavras, não direcionadas a ninguém, restos do
balbucio dos bebes.
O monólogo – a criança fala em voz alta para si.
O monólogo a dois ou coletivo – conversa de
duas/ou mais crianças sem preocupação de serem
respondidas ou compreendidas
62. A linguagem socializada divide-se em cinco
categorias:
A informação adaptada – crianças trocam pensamentos
com as outras, em busca de objetivo comum, ou
seja, preocupa-se com o ponto de vistas do interlocutor.
A crítica/zombaria – trata-se da ação de uma criança sobre a
outra num contexto de discussões, brigas, ou rivalidades.
As ordens, súplicas e ameaças – são tais ações de uma
criança sobre a outra.
As perguntas – perguntas que uma criança faz a outra.
As respostas – respostas dadas às perguntas.
63. Piaget conclui :
A criança é mais egocêntrica do que o
adulto, fala muito sem se dirigir a ninguém;
indica uma maior necessidade de comunicar seu
pensamento.
O adulto consegue ficar mais
concentrado sem quebrar o silêncio.
tempo
Antes dos 7ou 8 anos a criança não possui vida
social. Essa afirmação tem sido criticada há
muito tempo por outros pesquisadores: L.
S.Vigotsky, por exemplo.
65. Vigotsky
A linguagem é social
estreita relação entre pensamento e linguagem
A aquisição da linguagem passa por três fases: a
linguagem social - que possui a função de denominar
e comunicar, sendo a primeira linguagem que surge;
depois teríamos a linguagem egocêntrica e a
linguagem interior, intimamente ligada ao
pensamento.
66. A linguagem egocêntrica progride da fala
social para a fala interna, ou seja, para o
processamento de perguntas e respostas
dentro de nós mesmos – o que estaria bem
próximo ao pensamento, representado a
transição da função comunicativa para a
função intelectual.
67. A fala egocêntrica
constitui
uma
linguagem
para
a
pessoa mesma, e não
uma
linguagem
social, com funções de
comunicação
e
interação. Esse “falar
sozinho” é essencial
porque
ajuda
a
organizar melhor as
idéias
e
planejar
melhor as ações.
68. Discurso interior e
pensamento
É quando as palavras
passam a ser pensadas, sem
que necessariamente sejam
faladas. É um pensamento
em
palavras.
Já
o
pensamento é um plano
mais profundo do discurso
interior, que tem por função
criar conexões e resolver
problemas, o que não
é, necessariamente, feito em
palavras.
69. o pensamento não se reflete na palavra; realizase nela, na medida em que é a linguagem que
permite a transmissão do pensamento de uma
pessoa para outra (Vygotsky, 1998). A relação
entre o pensamento e a fala passa por várias
mudanças ao longo do desenvolvimento.
Apesar de terem origem e se desenvolverem
independentes, em determinado momento o
pensamento e a linguagem se encontram e dão
origem
ao
funcionamento
psicológico
complexo. A conquista da linguagem representa
um marco no desenvolvimento humano.
70. O pensamento não é o
último plano analisável da
linguagem.
Podemos
encontrar um último plano
interior: a motivação do
pensamento,
a
esfera
motivacional
de
nossa
consciência, que abrange
nossas
inclinações
e
necessidades,
nossos
interesses
e
impulsos, nossos afetos e
emoções. Tudo isso vai
refletir imensamente na
nossa fala e no pensamento
(Vygotsky 1998).
71. Linguagem e Psicanálise
O inconsciente é estruturado como uma linguagem.
Jacques Lacan
A linguagem humana e o termo entre o eu e o
outro. Entre o sujeito que fala e seu ouvinte existe
um anteparo , uma proteção, uma espécie de
muralha que se ergue, mesmo quando há
silencio. Entre dois seres humanos existe sempre
a muralha da linguagem (LONGO, 2006, p.7
72. Lacan, ao fazer uma releitura da obra de
Freud, concebe um inconsciente estruturado pela
linguagem e propõe uma supremacia do significante
sobre o significado.
73. Metáfora & Metonímia
Lacan, ao conceber um inconsciente
estruturado pela linguagem, propõe duas
leis de funcionamento para este: a
metáfora e a metonímia. A metáfora
seria o equivalente a condensação
freudiana,
e
a
metonímia,
ao
deslocamento.
74. A formação de uma metáfora consiste na superposição de
um significante por outro, tendo em vista algum tipo de
ligação entre o que os dois termos designam
Amor é fogo que arde sem se ver
Luís de Camões
75. A metonímia é uma figura de linguagem que
consiste na substituição de um termo por
outro, com o qual possua algum tipo de ligação.
Me dá uma Brahma gelada!
77. PROBLEMAS DE LINGUAGEM:
Transtornos graves
Autismos e psicoses
Mutismo seletivo
Ausência total e persistente em determinadas
circunstâncias ou com determinadas pessoas
Disfemia
Gagueira, alteração da fluidez da fala: ritmo e
melodia do discurso
Dislalia
Transtorno na articulação dos sons
Disglosias
Alterações anatômicas ou fisiológicas dos órgãos
articulatórios
Atrasos da fala
Problemáticas mais globais no sistema fonológico
Disfasia
Afasia congênita ou do desenvolvimento.
78. DSM IV:
Transtorno da linguagem
expressiva
Vocabulário limitado, erros nos tempos verbais,
dificuldade na memorização das palavras,
dificuldade na produção de frases de extensão ou
complexidades próprias do nível evolutivo do
sujeito.
Transtorno misto da
linguagem receptivaexpressiva
Compreender tipos particulares de palavras ou
frases
Transtorno fonológico
Dificuldade de articulação de alguns sons
Gagueira
Alteração na fluidez
Transtornos da comunicação
não específicos
Transtornos de voz