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Síntese didática sobre a
História de Sinop
(1970-2000)
Obras de arte pintadas nos dois viadutos da
cidade de Sinop; após a conclusão dos
trabalhos, elas foram pichadas por vândalos de
extrema-direita, e apagadas pelo poder público,
isto é, censuradas pela prefeitura. Na região, a
defesa do meio ambiente e dos povos indígenas
muitas vezes se choca com os interesses do
agronegócio, setor esse que possui a hegemonia
política.
Sinop-MT, maio de 2020
Artista:EdeutoMatiasdeSouzaRegino
Prof. Dr. Tiago Alinor H. Benfica
SEDUC-MT; UNEMAT-Sinop
E-mail: tiagoalinor@gmail.com
Artista:RaiCampos
1ª Parte
Aspectos políticos
Início da abertura da área urbana de
Sinop
FONTE: SANTOS, 2011, p. 40-41
FONTE:SANTOS,2011,p.71
FONTE:ArquivoPessoal:Prof.Dr.
EdisonAntôniodeSouza
A Bandeira de Sinop
●
Representada por um retângulo na cor verde,
a cor da Floresta Amazônica, e esquartelada
em Cruz de Santo André, que evoca o
cristianismo, cujos quartéis estão separados
por faixas brancas sobre as faixas em azul,
entrecruzadas em sentido diagonal,
simbolizam a irradiação do poder municipal a
todos os quadrantes do seu território.
●
O Brasão, no centro da Bandeira, para
representar a Sede da Comarca, possui uma
estrela em ouro que representa a empresa
fundadora da cidade, a Colonizadora Sinop.
Acima do Escudo, uma Coroa Mural em Prata
é símbolo universal dos Brasões de Domínio
portugueses. A cor verde do escudo significa
os campos e as matas. Na faixa, um ribeiro de
prata aguado em azul representa o rio Teles
Pires, que banha o município e estende seu
nome à bacia hidrográfica. O galho de café
frutado e as hastes de arroz com cachos
lembram os dois primeiros produtos agrícolas
comerciais cultivados em Sinop. Na parte
inferior do escudo, uma Roda Dentada
simboliza a atividade industrial. Na faixa em
azul, ao lado do topônimo SINOP, à esquerda
está a data de inauguração da cidade (1974),
e à direita a data da emancipação política do
município (1979).
Brasão de Sinop
FONTE: https://www.sinop.mt.leg.br/institucional/historia/brasao. Acesso: maio 2020.
Cronologia Política Oficial de Sinop
(fase inicial)
●
1972: abertura da
clareira e início da
ocupação da terra
●
1974: inauguração da
cidade, com a presença
do Ministro do Interior
●
1975: primeira visita do
Governador e do
Ministro da Agricultura
●
1979: emancipação
política da cidade
●
1980: primeira visita de um
presidente da República,
João Batista O. Figueiredo,
para conhecer a Sinop
Agroquímica
●
1981: Posse do primeiro
Administrador Municipal
●
1983: posse do primeiro
Prefeito Eleito
●
1984: segunda visita do
presidente da República,
para a inauguração do
asfalto da BR 163 até Sinop.
Inauguração de Sinop
Igreja Santo Antônio
FONTE:SANTOS,2011,p.72,75;Arquivopessoal:Prof.Dr.EdisonAntôniodeSouza.
2ª Parte
A ocupação do território
e as vias de transporte
O NORTE DE MATO GROSSO
●
O município de Sinop situa-se na bacia
do rio Teles Pires; e à direita as terras
dos municípios vizinhos são
influenciadas pela bacia do rio Xingu.
●
A região Norte havia tido uma
exploração natural rarefeita até 1960,
com relatos da existência de
garimpeiros, ribeirinhos e seringueiros,
mas os grandes donos da terra eram
os povos indígenas.
●
As terras do município pertenciam ao
município de Chapada dos Guimarães
e Nobres, e se situava no local
adquirido pela colonizadora Sinop,
chamado de Gleba Celeste. A Gleba
foi dissolvida no processo de criação
das cidades de Vera, Santa Carmem,
Cláudia e Sinop.
MesorregiõesdeMT
MapadeMatoGrossoatéadivisão,de1977.
Fonte:MIRANDA,AMORIN,2000.p.9.
Contexto histórico da ocupação
do sul da amazônia
Na primeira metade do século XX, a
economia do atual estado de Mato Grosso
baseava-se na mineração de ouro e diamante e
na criação extensiva de gado. A pecuária
exercia uma função extremamente periférica,
sendo que apenas através de uma complicada e
longa viagem de rio poder-se-ia chegar às áreas
de distribuição do sistema econômico brasileiro.
As coisas começam a mudar quando o Estado
brasileiro resolve agir mediante duas grandes
políticas: a “marcha para o Oeste” de Getúlio
Vargas (décadas de 1930-1940) e a ocupação da
Amazônia com os militares (década de 1970).
Para os militares, promover a ocupação não
indígena da amazônia era cumprir a Doutrina de
Segurança Nacional, que fora idealizada pela
Escola Superior de Guerra; esse movimento de
ocupação foi propagandeado pelo lema
“integrar para não entregar”, um estandarte
ideológico do regime militar.
●
O estado do Paraná forneceu a maioria dos
primeiros moradores de Sinop. O norte do Estado
havia sido ocupado por frentes migratórias vindas
de São Paulo, do Rio Grande do Sul e também de
Santa Catarina, cujo deslocamento fora estimulado
por empresários paulistas, dentre eles os sócios da
colonizadora Sinop. Na década de 1970,
sucessivas geadas destruíram muitas plantações
das fazendas de café, e o início da mecanização
agrícola anunciava um êxodo rural. O Paraná
deixara de ser um local de atração de colonos para
ser um local de expulsão. Nesse contexto,
pequenos proprietários vendiam suas terras para
comprar áreas maiores de terra na região de Sinop,
na esperança de encontrar a “terra prometida”
alimentando assim outra frente pioneira.
●
A onda de expulsão de colonos do Paraná também
foi alimentada pela construção da Usina
Hidrelétrica de Itaipu, com muitos desapropriados
rumando ao norte de Mato Grosso.
●
INTERVENCIONISMO ESTATAL: estímulos
fiscais e creditícios do governo militar para a
criação de uma série de projetos para financiar a
agropecuária e a colonização privada: PIN,
PROTERRA, PRODOESTE, POLAMAZÔNIA,
POLOCENTRO, POLONOROESTE (SOUZA,
2013, p. 52)
●
Segundo o historiador da prefeitura de Sinop,
professor Luiz Erardi F. dos Santos, data de maio
de 1972 o momento em que a comitiva comandada
por Ulrich Grabert abriu uma pequena clareira com
os tratores da colonizadora Sinop, onde daria
origem à parte central da cidade de Sinop, após
terem aberto o caminho a partir do município de
Vera. Até aquele momento, o posto mais avançado
não indígena na região era a antiga fazenda
Ubiratã, onde hoje se situa o município de Nova
Ubiratã. A fazenda foi iniciada na década de 1960.
(SANTOS, 2011).
●
A região sul da amazônia, entre as décadas de 1950
e 60, sobretudo a que o rio Teles Pires perpassa,
havia sido timidamente explorada por grandes
latifundiários na extração da borracha. A maior
parte dos transportes, quando então inexistiam
estradas ou mesmo “picadas” mata adentro, era
realizada por meio dos rios da região. Assim, foi
através dos rios que os primeiros agrimensores e
topógrafos chegaram nas cercanias do que hoje é a
cidade de Sinop, no ano de 1970 (SANTOS, 2011;
VELLOSO, 2016). Além do rio Teles Pires, outro
rio com muita importância histórica para Sinop é o
rio Caiabi, pois era por meio desses dois rios que se
podia trafegar pelas terras dos atuais municípios de
Vera e Sinop, antes das primeiras estradas
(PANOSSO NETTO, 2000).
Fonte: SANTOS, 2011, p. 32.
●
Portanto, as obras para abrir as
primeiras ruas de Sinop iniciaram-se
antes da rodovia da BR 163 rasgar
essas terras, embora houvesse duas
frentes de trabalho do 9º Batalhão de
Engenharia e Construção do Exército
Brasileiro próximas a Sinop (rios
Caiabi e Renato).
●
Data de 1966 a primeira derrubada
na região de Sinop, onde hoje se
encontra a ponte que liga Sinop a
Juara, no rio Teles Pires, após a
abertura de picadas para a primeira
fazenda da região, a CODERTEP
(SANTOS, 2011).
●
De toda forma, esses primeiros
ocupantes “não indígenas” da terra
são chamados de colonos, pioneiros,
empresários, trabalhadores, e até
mesmo de “bandeirantes do século
XX”.
Fonte: VELLOSO, 2016, p. 26.
Travessia de esteiras em balsa no rio Teles Pires,
com índio Caiabi servindo de guia.
Os antigos “donos do pedaço”: os
Caiabi
O território Caiabi estendia-
se pelas duas margens do
rio Teles Pires, cujo limite ao
norte seriam os rios Peixoto
de Azevedo e próximo ao
médio Apiacás, a leste as
referências são o rio Arinos e
o rio Juruena, ao sul o médio
rio Verde, e a oeste ele não
penetrava a bacia do rio
Xingu.
Outras etnias
circunvizinhavam suas
terras, o que poderia motivar
guerras entre eles como, por
exemplo, os Erigbaktsa ou
Canoeiros, os Bororo, os
Xavante, os Kaiapó, os
Munduruku, os Apiaká e os
Bakairi.
OS ÍNDIOS CAIABI
EM SINOP
●
Não é difícil perceber que os indígenas são
considerados persona non grata na região e na
cidade de Sinop – a exemplo de inúmeras cidades
do Estado.
●
No documentário comemorativo sobre os 65 anos
do Grupo Sinop, há o seguinte relato: “uma das
exigências do INCRA era saber se não tinha aldeia
indígena (…) tanto que a Colonizadora Sinop tem
uma certidão da FUNAI que é absolutamente isenta
de indígenas aqui”.
●
Se os indígenas eram os donos das terras
brasileiras, por que normalmente eles não
aparecem na história de Sinop?
●
O território hoje pertencente a Sinop e a uma
grande parcela do centro-norte de Mato Grosso
pertencia ao povo Caiabi.
●
Rastros da memória dos Caiabi na região são os
artefatos arqueológicos (cacos de cerâmica,
machados de pedra, pontas de lança, etc)
encontrados nas margens do rio Teles Pires e seus
afluentes, no gradeamento de áreas para plantio, e
nos nomes de rios que ainda preservam a
denominação indígena: rio Curupí e rio Caiabi.
●
Seu território não era exatamente
estático: no início do século XX, os
Caiabi foram encurralados pelas
frentes de expansão que vinham do
sul (próximo a Cuiabá). Por isso,
“como forma de resistência teriam
se dividido tomando diferentes
destinos no decorrer dos contatos.
Atraídos aos postos fundados pelo
antigo Serviço de Proteção ao Índio
(SPI), os Kaiabi instalaram-se em
pequenas aldeias às margens do
rio Teles Pires, em seu médio e alto
curso. Enquanto isso, existiram os
que preferiram se manter isolados
no rio dos Peixes, até a década de
1950” (STUCHI, 2010, p. 24).
FONTE: https://www.xapuri.info/sagrado-indigena/abril-indigena-para-ser-indio/
Acesso: maio de 2020.
O paradeiro dos sobreviventes Caiabi
●
Importante frisar que a etnia Caiabi dividiu-se em várias aldeias. Hoje, elas estão
localizadas no Parque Indígena do Xingu/PIX, e nos municípios de Apiacás e Juara.
●
Os territórios Caiabi fora do PIX resultam da resistência de indígenas que se
recusaram deixar a sua terra para serem transferidos ao PIX.
“Em 1943, com o objetivo de promover o desbravamento e a colonização da região
central do Brasil, foi criada a Fundação Brasil Central, que teve como conseqüência
prática a expedição Roncador-Xingu. No norte do Mato Grosso, a exploração ficou a
cargo dos irmãos Villas-Bôas que atingiram o rio Teles Pires no começo dos anos 50,
iniciando uma aproximação com os Kaiabi do médio e alto Teles Pires. Nesse
período o grupo vivia sua fase mais crítica de contato com as frentes de expansão
nacional.
Depois de décadas de conflitos com seringueiros, avanço e instalação de fazendas e
vilarejos em seu território e por mais de uma vez abandonados pelo SPI, a maior
parte dos Kaiabi aceitou a proposta dos irmãos Villas-Bôas de mudar para o Alto
Xingu, região que faria parte do Parque Nacional do Xingu (PNX), criado em 1961.
(...)
Como parte dos Kaiabi do médio e alto Teles Pires já havia sido transferida, os
irmãos Villas-Bôas criam, em 1966, a ‘Operação Kayabi’, com o objetivo de transferir
os habitantes do rio dos Peixes, onde se acirravam os conflitos com seringueiros,
cada vez mais numerosos na região” (STUCHI, 2010, p. 24).
3ª Parte
Se apossando da terra e a
infraestrutura de uma cidade rumo ao
“progresso”
Outras cidades criadas pela SINOP
●
S.I.N.O.P.: Sociedade Imobiliária
Noroeste do Paraná, fundada em
1948. Sinop é a sigla de uma empresa
colonizadora, que comprava grande
quantidade de terras para vendê-las
em lotes menores (fazendas, sítios,
lotes), e para isso fundava cidades,
para vender lotes urbanos.
●
O território de Vera, Cláudia, Santa
Carmem e Marcelândia já pertenceram
ao município de Sinop. A seguir as
datas da emancipação desses
municípios:
●
Vera e Marcelândia: 1986
●
Cláudia: 1988
●
Santa Carmem: 1991
FONTE: SANTOS, 2011, p. 89
“A propaganda é a alma do negócio”: estratégias para a
atração de colonos
●
As propagandas para atrair colonos/compradores de terras
veiculavam serem as terras muito férteis para a agricultura,
em especial o café, cultura muito difundida no Paraná até a
década de 1960. No entanto, após os primeiros anos de
plantio nas terras do norte de Mato Grosso, constatou-se
que o tipo de solo era pobre, pois precisava ser corrigido, e
somado aos meses de seca, tornava-se inviável a
reprodução do modelo de agricultura adotado no sul do país,
o que descapitalizou muitos colonos, alguns até emigraram
dessas terras (SOUZA, 2006, p. 126-127).
●
“Constatou-se, porém, que a propaganda veiculada
mostrava apenas os pontos positivos das terras da empresa,
ocultado todas as informações referentes às dificuldades e
obstáculos que os colonos poderiam encontrar” (PANOSSO
NETTO, 2002, p. 134).
●
A colonizadora Sinop exibia propagandas em jornais de São
Paulo e do Paraná, assim como em rádios, para atrair os
colonos.
●
Propagandas da colonizadora Sinop nos anos 1970
(PANOSSO NETTO, p. 42-43):
– “MEU AMIGO, você com seu trabalho e desejo de FICAR RICO:
nós com a terra que lhe oferecemos. Pode estar certo! Em
verdade, estamos ajudando-nos mutuamente. Assim foram feitos
os negócios de ontem e, assim, também será realizados os
negócios de HOJE. TUDO DENTRO DE UM PLANO DE
COOPERAÇÃO E CRÉDITO”.
– “ONTEM, A MATA VIRGEM. HOJE, O PLANO DE INTEGRAÇÃO
EM EXECUÇÃO! AMANHÃ, A CIDADE SINOP. NINGUÉM
SEGURA ESTE PAÍS”.
Fôlder de divulgação da Gleba Celeste, destacando a
BR 165, que passaria pelas terras do atual município de
Vera, um projeto jamais realizado.
FONTE: PANOSSO NETTO, 2000, p. 34.
Construção e asfaltamento da BR 163
●
Trecho Cuiabá-
Santarém: 1971-1976:
a partir de Posto Gil
até Santarém; obra
executada no MT pelo
9º BEC; houve
contratação de civis.
●
BR 163 asfaltada até a
Sinop Agroquímica em
meados da década de
1980.
●
Foram criadas cinco frentes de
topografia, sendo duas delas perto de
Sinop, e utilizando-se dos afluentes
do rio Teles Pires, nos rios Caiabi e
Renato. Às margens desses rios
também foram construídos campos de
pouso, ou melhor, o campo do rio
Renato foi recuperado, pois havia sido
aberto 10 anos antes pelo exército
(VELLOSO, 2016).
●
Índios caiabi serviram de guias.
●
Antes da BR 163, a via terrestre mais
ao norte era a estada Rio Novo,
construída na década de 1960, que
também se iniciava na altura do Posto
Gil até a fazenda Ubiratã, situada ao
sul do atual município de Vera.
Aeroporto provisório de Sinop (1972-1984)
Recepção de autoridades para a inauguração da cidade, 1974
Imagem atual da estrada que comportou o
aeroporto da cidade.
Fonte: Tiago Alinor H. Benfica. Maio de 2020
FONTE: SANTOS, 2011, p. 38, 68
Aeroporto Municipal Presidente João
Figueiredo
Segunda visita do presidente figueiredo a Sinop, para
inaugurar o asfaltamento da BR 163 até Sinop
FONTE:Arquipopessoal:Prof.Dr.
EdisonAntôniodeSouza
Sinop Agroquímica
●
A Sinop Agroquímica, pertencente ao grupo Sinop, foi inaugurada em 1981. Contou com os incentivos do
programa PROALCOOL e outros programas de desenvolvimento da amazônia, devido à alta do bairro de
petróleo na década de 1970.
●
Trabalhadores do Paraná eram trazidos para Sinop para fazer a colheita. As condições de moradia dos “peões”
eram precárias, uma vez que muitos dormiam sob barracos de lona. Ao terminar a empreitada, a maioria
voltava ao Paraná, pois aqui havia dificuldade até de se encontrar casas para alugar, e os lotes urbanos, para a
população que contava apenas com o próprio salário, eram considerados caros para a época.
●
Alguns funcionários da usina eram pagos com uma espécie de vale, chamado de “orelha de jegue”, para ser
trocado por mercadorias no comércio local (Entrevista Anônima, 2020).
●
Com o início do ciclo do ouro no extremo norte do Estado, a mão de obra ficou ainda mais escassa, e a
indústria fecha as portas em 1987, tendo outras tentativas de reabertura. De todo modo, a Usina foi fator de
atração de muitos braços para Sinop.
FONTE:SANTOS,2011,p.117
4ª Parte
Economia
Economia: de sertão isolado ao “local
globalizado”
●
Contexto Histórico
– “ocupar para não entregar”:
ocupação da Amazônia no
contexto da Doutrina de
Segurança Nacional no
Regime Militar.
●
Mecanização da
agricultura
●
Revolução Verde: pesquisa
e adaptação de semestres
e correção do solo para
expandir a fronteira
agrícola.
●
Intervencionismo
estatal
– Criação da SUDAM
– Empréstimo a
empresários que
rumaram à amazônia
– Criação do PROALCOOL
– Financiamentos com
juros subsidiados via
Banco do Brasil.
Evolução da economia rural
●
1- (1970) Ciclo do café: Realizado por pequenos colonos. Fracassou: baixos preços e fertilidade do
solo ruim causaram a migração de parte dos colonos para a cidade. Também foi plantado arroz, com
mais sucesso, e também milho, pimenta do reino e guaraná.
●
2- (1980) Ciclo da mandioca: A Sinop Agroquímica e bancos locais estimularam os colonos a
fornecer a “matéria prima”, a mandioca, para a produção de álcool na Sinop Agroquímica. Preços
baixos e outros problemas desestimularam os colonos, alguns dos quais “faliram” e migraram para a
cidade ou retornaram ao seu Estado de origem, e a própria Agroquímica também fechou as portas.
●
3- (1980-2000) Ciclo da madeira: Sinop concentrou centenas de serrarias, sendo uma das cidades
com mais madeireiras na amazônia, o que atraía significativa mão de obra. O ciclo foi encerrado
com a repressão das políticas contra o desmatamento ilegal na Amazônia durante o primeiro
Governo Lula, que ficou marcado pela operação Sucupira em 2005. Esse ciclo foi de muito
entusiasmo ao empresariado local, responsável pelo “grande boom da fase pioneira”. Enquanto este
ciclo conviveu com o início da soja, ele empregava mais mão de obra do que a agricultura.
●
4- (2000-) Ciclo da soja ou agrobusiness: Simbolizado pela rotação das culturas de soja e milho,
a região de Sinop, e parte considerável do norte do Mato Grosso, foi diretamente integrada ao
mercado internacional, sobretudo buscando suprir a demanda da China. O capital para o
financiamento diversifica-se, sendo ele nacional (privado e público) e internacional. A cidade torna-se
o local de decisão da produção do campo. A agricultura torna-se dependente da mecanização e da
tecnologia para o plantio de sementes geneticamente modificadas, adubação do solo e uso de
pesticidas. Uma característica é a baixa utilização de mão de obra direta no cultivo da soja. Outras
monoculturas desse ciclo são: algodão, arroz e o milho, já mencionado (COY, 1992; 2014; 2017).
Agronegócio ou latifúndio moderno?
●
“Após 15 anos de lutas cotra as condições de fertilidade da terra, o
regime de chuvas e falta de planejamento da colonizadora, a
maior parte dos colonos vendeu ou perdeu suas terras,
provocando uma concentração fundiária nas mãos de agricultores
mais capitalizados, em que na década de 1980, restaram cerca de
8 grandes fazendas de produção agrícola e grandes pastagens,
divididas em poucos proprietários. A partir da década de 1980 é
que houve uma expansão maior da soja” (SOUZA, 2013, p. 61).
●
FAZENDA SEM O FAZENDEIRO: Na década de 1970, com
incentivos do Governo Federal, grupos empresariais compram
terras na região, dando origem às fazendas Continental,
Panorama, Lírio, Cônsul, CBPO, Missioneira, Mercedes Bens
(desapropriada pelo INCRA em 1990 e transformada no
assentamento Gleba Mercedes), entre outras (SANTOS, 2011, p.
111).
O que seria das cidades sem a energia elétrica?
Instalação dos novos geradores de
energia elétrica, 1986.
Fonte:VilsonLuísCoproskiMarques.Sinop-MT.
Evolução da economia urbana●
Década de 1970
– Planejamento urbano e abertura das primeiras
ruas
– Primeiros estabelecimentos de comércio para
atender a demanda local [a primeira casa
comercial, São Jorge, foi instalada em 1973]
– COBAL/Companhia Brasileira de Alimentos
(1975)
– Instalação dos Correios (1974)
– SUCAM: combate à malária
– Criação de igrejas e escolas primárias
– Instalação de empresas ao redor da BR 163
para atender às demandas de transeuntes e
migrantes
– Pronto Socorro (1973); Hospital (1975)
[SANTOS, 2014, p. 163]
– Banco do Brasil, Bradesco, BASA
– Serviço de água (1979)
– Cinema: Cine-Teatro Amazonas (1979)
– Energia elétrica de motor a dísel (1979)
racionamentos eram constantes, para suprir a
necessidade das máquinas das madeireiras. Até
asfaltar a rodovia, quando a BR 163 ficava
intransitável no período das chuvas, o óleo
chegava de avião Búfalo, que pousava no antigo
aeroporto.
●
Década de 1980
Abertura de outras empresas e
órgãos públicos para consolidar
Sinop como cidade polo geopolítico
– Telefone (1981)
– TV Nacional de Sinop (1981)
[Santos, 2014, p. 102]
– Jornal impresso (SINOPEANO;
FOLHA DO NORTE)
– Hospital Celeste
– Consolidação do setor madeireiro
●
muitos trabalhadores residiam nas
colônias das madeireiras: “A gente
vinha a pé e voltava no caminhão.
Nós fazíamos as compras e
jogava no caminhão e vinha
embora, cada um com a sua
compra. Quase todos os
mercados que tinha fazia isso”.
(Entrevista Anônima, 2020).
Anedotas
●
“As primeiras ruas e avenidas abertas, no
início, não eram cascalhadas e, na época
da seca, a poeira era intensa, o que
obrigava as casas comerciais a cobrir as
mercadorias com plástico ou pano, ao
passo que, no período das chuvas, eram
comuns os atoleiros. As ruas e quintais das
casas ficaram cobertos de água o que
obrigava os moradores a colocarem
pranchas ou tábuas, da entrada das casas
até a rua para poderem se deslocar. Sinop,
nesta época, era denominada por alguns,
de ‘SAPOLÂNDIA’ em razão de, no período
das águas, quando a cidade ficava alagada,
ser elevado o número de sapos e rãs”
(SANTOS, 2011, p. 49-50).
●
Moradores antigos também relatam que
uma atividade comum era “caçar rãs” nos
valetões da cidade, em especial a rã
pimenta, cuja carne era apreciada.
Rodoviária, anexa a uma lanchonete
FONTE:SANTOS,2011,p.46,92
Anedotas “Maria Fumaça”, utilizada para gerar energia mecânica e mover
as serras da madeireira. Encontra-se na entrada oficial da cidade
de Vera. Fonte: Alice Zanoni, maio de 2020.
FONTE:Arquivopessoal:Prof.Dr.EdisonAntôniodeSouza
Evolução da economia urbana
●
Década de 1990
– Consolidação do predomínio do setor de comércio e
serviços: o “terceiro setor”
– Instalação da UNEMAT (1990)
– Turmas especiais da UFMT (1994)
– Término da construção do Estádio Municipal (1994)
– Inauguração da Estação de Transmissão Elétrica, o
“Linhão” (1994)
– Políticos e empresários de Sinop, com aliados nas
cidades vizinhas, buscaram liderar a tentativa de
redividir o Estado, para criar o estado de Mato Grosso
do Norte.
5ª Parte
Moradia, Cultura e Identidade
de Sinop: uma discussão incompleta...
PRIMEIROS BAIRROS DE SINOP
●
Jardim Botânico
●
Vila Operária / Jardim das Primaveras
●
União / Jardim das Palmeiras
●
Jardim Paraíso
●
São Cristóvão (SANTOS, 2014, p. 85)
BAIRROS E MORADIAS DE SINOP
●
Colônias de Madeireiras
– Conjunto de casas simples, de madeira, construídas
a mando dos proprietários de madeireiras para
atrair mão de obra, pois ofereciam-nas aos
empregados, enquanto trabalhassem na madeireira.
Fonte: Tiago Alinor H. Benfica, maio de 2020.
BAIRROS E MORADIAS DE SINOP
●
Primeiro bairro popular: “Pra cá era Vila Operária [atual
Jardim Primaveras]. Um dos primeiros bairros, depois saiu
o Jequitibás, a primeira COAB que saiu.
●
Crise do ouro: início da “periferização” de Sinop: Jardim
Boa Esperança (bairro dos excluídos).
“Foi quando fechou o garimpo [da região de Peixoto de Azevedo,
sobretudo], na época do Fernando Color. E antes o nome era Jardim
do Sol. (…) Muitos invadiram. Naquelas beiras de rio faziam um
barraco e ficavam por lá mesmo. Muitos compraram, porque era
baratinho. Aí depois trocou o nome para Boa Esperança. (…) Quem
morava no Boa Esperança era discriminado. (…)” (Entrevista
Anônima, 2020).
DIVERSÃO E ENTRETENIMENTO
●
Cinema
– “O cinema era no estacionamento do Machado do centro. Quando chovia, a água
vinha até a metade das cadeiras. E vinha vindo barata, meu Deus! Que lugar triste!
[risos] Só tinha aquilo, fazer o quê!? Fita que quebrava, até emendar…” (Entrevista
Anônima, 2020).
●
Bares, restaurantes e danceterias
– Principais lugares para festas e danceterias: Restaurante Colonial; A.A.B.B.;
Amazônia Clube; Rio Preto.
– Restaurante Colonial: danceteria “elitizada” da cidade.
●
Parque Florestal: “tinha que
fazer uma ficha, reservava um
local, se autorizava, trazia a
churrasqueira, jogava baralho
debaixo da sombra. Final da
tarde o cara ia lá e conferia”
(Entrevista Anônima, 2020).
Fonte: https://pt.slideshare.net/DenerDidon/histria-de-sinop-mt
FORMAÇÃO DO POVO SINOPENSE
●
Matriz sulista
– Maioria da população durante os “anos de pioneirismo”; hoje se
representa como hegemônica na constituição da identidade de Sinop.
– Centro de Tradições Gaúchas/CTG: local de reforço da proximidade dos
padrões culturais da região Sul.
●
Matriz nordestina
– Durante os anos de desbravamento, “havia também uma quantidade de
pessoas da região Nordeste, composta em sua maioria de trabalhadores
contratados pela empresa colonizadora e, por isso, logo após o término
da construção da infra-estrutura básica poucos permaneceram no local”
(PANOSSO NETTO, 2002, p. 17).
– População ocultada da identidade de Sinop.
– O nordestino era “o outro”, era o ex-garimpeiro, especialmente o que se
retirou da região de Peixoto de Azevedo, sobretudo o originário do
Maranhão.
BIBLIOGRAFIA
COY, Martin. Pioneer Front and Urban Development. Social and Economic Differentiation of Pioneer Towns in Northern Mato Grosso (Brazil). Applied Geography and
Development: A Biannual Collection of Recent German Contributions. Tübingen, Federal Republic of Germany, 1992.
COY, Martin; KLINGLER, Michael. Frentes pioneiras em transformação: o eixo da BR-163 e os desafios socioambientais. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 7,
n. 1, abr., 2014.
COY, Martin; KLINGER, Michael; KOHLHEPP, Gerd. De frontier até pós-frontier: regiões pioneiras no Brasil dentro do processo de transformação espaço-temporal e
sócio-ecológico. Confins: Revue franco-brésilienne de géographie, nº 30, 2017.
COY, Martin; NEUBURGER, Martina. Camponeses no Brasil entre inclusão e exclusão. Anuario Americanista Europeo, nº 6-7, 2008-2009, p. 111-132.
GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. A lenda do ouro verde. 1986. 177f. Dissertação (mestrado)-Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias
Humanas, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/281368>. Acesso em: 10 mai. 2020.
MIRANDA, Leodete; AMORIN, Lenice. Mato Grosso: atlas geográfico. Cuiabá: Editora Entrelinhas, 2000.
PANOSSO NETTO, Alexandre. Geopolítica, agricultores e madeireiros na frente oeste de colonização. Campo Grande: Editora UCDB, 2002.
PANOSSO NETTO, Alexandre. Vera: a princesinha do nortão: uma contribuição ao estudo da ocupação da Amazônia Mato-grossense. Campo Grande: Edição do autor,
2000.
PICOLI, Fiorelo. Amazônia: do mel ao sangue. Sinop: Amazônia Gráfica e Editora, 2004.
SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais. 2ª Ed. Cuiabá: Entrelinhas Editora, 2017.
SANTANA, Arthur Bernady. A rodovia Cuiabá-Santarém e o processo de re-ocupação do norte de Mato Grosso: construções e desconstruções de um caminho de
conquista para a Amazônia (1970-2008). (Dissertação em História). Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2010.
SANTOS, Luiz Erardi F. dos. Atlas histórico e geográfico de Sinop. Sinop: Grafica Print Indústria e Edtora, 2014.
SANTOS, Luiz Erardi F. Dos. Raízes da história de Sinop. Sinop: Midiograf, 2011.
SOUZA, Edison Antrônio de. O poder na fronteira: hegemonia, conflitos e cultura no norte de Mato Grosso. Cuiabá: Editora UFMT, 2013.
SOUZA. Edison Antônio de. Estado, desterritorializações e reterritorialização na amazônia mato-grossense. In: ZART, Laudemir et al. Sinop: educação, memória e
ambiente. Cáceres: Editora Unemat, 2005.
SOUZA, Edison Antônio de. Sinop: História, Imagens e Relatos: um estudo sobre a sua Colonização. Cuiabá: Editora UFMT/FAPEMAT, 2006.
STUCHI, Francisco Forte. A ocupação da terra indígena Kaiabi (MT/PA): história indígena e etnoarqueologia. (Dissertação em Arqueologia). Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2010.
VELLOSO, Fernando (26 de março de 2016). Cuiabá-Santarém: Uma estrada rasgando a floresta» (PDF). Revista Da Cultura – FUNCEB, mar. 2016. Disponível em <
http://www.funceb.org.br/images/revista/29_REV_FUNCEB_1y8c2e.pdf>. Acesso em: 7 de mai. 2020.
Fontes audiovisuais
●
A conquista do oeste: Mato Grosso. Produzido pela RBS TV,
2004. 14min. Disponível em <
https://www.youtube.com/watch?v=ZVFU-uT4_M4&t=175s>.
Acesso em 4 de maio de 2020.
●
Documentário de 65 anos do Grupo Sinop. Produzido pela
Colonizadora Sinop, 2013. 1h 12min. Disponível em <
https://www.youtube.com/watch?v=x4-5nm0oYXw>. Acesso em
3 de maio de 2020.
●
Entrevista Anônima (áudio digital). Produção: Tiago Alinor Hoissa
Benfica. Cidade: Sinop,MT. 27 de abril de 2020, 36min.
●
Olhar pioneiro: Alta Floresta. Dirigido por Laércio Albino. 20min.
Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=S34ikKhIHAo
>. Acesso em 3 de maio de 2020.

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História de Sinop

  • 1. Síntese didática sobre a História de Sinop (1970-2000) Obras de arte pintadas nos dois viadutos da cidade de Sinop; após a conclusão dos trabalhos, elas foram pichadas por vândalos de extrema-direita, e apagadas pelo poder público, isto é, censuradas pela prefeitura. Na região, a defesa do meio ambiente e dos povos indígenas muitas vezes se choca com os interesses do agronegócio, setor esse que possui a hegemonia política. Sinop-MT, maio de 2020 Artista:EdeutoMatiasdeSouzaRegino Prof. Dr. Tiago Alinor H. Benfica SEDUC-MT; UNEMAT-Sinop E-mail: tiagoalinor@gmail.com Artista:RaiCampos
  • 3. Início da abertura da área urbana de Sinop FONTE: SANTOS, 2011, p. 40-41
  • 5. A Bandeira de Sinop ● Representada por um retângulo na cor verde, a cor da Floresta Amazônica, e esquartelada em Cruz de Santo André, que evoca o cristianismo, cujos quartéis estão separados por faixas brancas sobre as faixas em azul, entrecruzadas em sentido diagonal, simbolizam a irradiação do poder municipal a todos os quadrantes do seu território. ● O Brasão, no centro da Bandeira, para representar a Sede da Comarca, possui uma estrela em ouro que representa a empresa fundadora da cidade, a Colonizadora Sinop. Acima do Escudo, uma Coroa Mural em Prata é símbolo universal dos Brasões de Domínio portugueses. A cor verde do escudo significa os campos e as matas. Na faixa, um ribeiro de prata aguado em azul representa o rio Teles Pires, que banha o município e estende seu nome à bacia hidrográfica. O galho de café frutado e as hastes de arroz com cachos lembram os dois primeiros produtos agrícolas comerciais cultivados em Sinop. Na parte inferior do escudo, uma Roda Dentada simboliza a atividade industrial. Na faixa em azul, ao lado do topônimo SINOP, à esquerda está a data de inauguração da cidade (1974), e à direita a data da emancipação política do município (1979). Brasão de Sinop FONTE: https://www.sinop.mt.leg.br/institucional/historia/brasao. Acesso: maio 2020.
  • 6. Cronologia Política Oficial de Sinop (fase inicial) ● 1972: abertura da clareira e início da ocupação da terra ● 1974: inauguração da cidade, com a presença do Ministro do Interior ● 1975: primeira visita do Governador e do Ministro da Agricultura ● 1979: emancipação política da cidade ● 1980: primeira visita de um presidente da República, João Batista O. Figueiredo, para conhecer a Sinop Agroquímica ● 1981: Posse do primeiro Administrador Municipal ● 1983: posse do primeiro Prefeito Eleito ● 1984: segunda visita do presidente da República, para a inauguração do asfalto da BR 163 até Sinop.
  • 7. Inauguração de Sinop Igreja Santo Antônio FONTE:SANTOS,2011,p.72,75;Arquivopessoal:Prof.Dr.EdisonAntôniodeSouza.
  • 8. 2ª Parte A ocupação do território e as vias de transporte
  • 9. O NORTE DE MATO GROSSO ● O município de Sinop situa-se na bacia do rio Teles Pires; e à direita as terras dos municípios vizinhos são influenciadas pela bacia do rio Xingu. ● A região Norte havia tido uma exploração natural rarefeita até 1960, com relatos da existência de garimpeiros, ribeirinhos e seringueiros, mas os grandes donos da terra eram os povos indígenas. ● As terras do município pertenciam ao município de Chapada dos Guimarães e Nobres, e se situava no local adquirido pela colonizadora Sinop, chamado de Gleba Celeste. A Gleba foi dissolvida no processo de criação das cidades de Vera, Santa Carmem, Cláudia e Sinop. MesorregiõesdeMT MapadeMatoGrossoatéadivisão,de1977. Fonte:MIRANDA,AMORIN,2000.p.9.
  • 10. Contexto histórico da ocupação do sul da amazônia Na primeira metade do século XX, a economia do atual estado de Mato Grosso baseava-se na mineração de ouro e diamante e na criação extensiva de gado. A pecuária exercia uma função extremamente periférica, sendo que apenas através de uma complicada e longa viagem de rio poder-se-ia chegar às áreas de distribuição do sistema econômico brasileiro. As coisas começam a mudar quando o Estado brasileiro resolve agir mediante duas grandes políticas: a “marcha para o Oeste” de Getúlio Vargas (décadas de 1930-1940) e a ocupação da Amazônia com os militares (década de 1970). Para os militares, promover a ocupação não indígena da amazônia era cumprir a Doutrina de Segurança Nacional, que fora idealizada pela Escola Superior de Guerra; esse movimento de ocupação foi propagandeado pelo lema “integrar para não entregar”, um estandarte ideológico do regime militar. ● O estado do Paraná forneceu a maioria dos primeiros moradores de Sinop. O norte do Estado havia sido ocupado por frentes migratórias vindas de São Paulo, do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina, cujo deslocamento fora estimulado por empresários paulistas, dentre eles os sócios da colonizadora Sinop. Na década de 1970, sucessivas geadas destruíram muitas plantações das fazendas de café, e o início da mecanização agrícola anunciava um êxodo rural. O Paraná deixara de ser um local de atração de colonos para ser um local de expulsão. Nesse contexto, pequenos proprietários vendiam suas terras para comprar áreas maiores de terra na região de Sinop, na esperança de encontrar a “terra prometida” alimentando assim outra frente pioneira. ● A onda de expulsão de colonos do Paraná também foi alimentada pela construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, com muitos desapropriados rumando ao norte de Mato Grosso. ● INTERVENCIONISMO ESTATAL: estímulos fiscais e creditícios do governo militar para a criação de uma série de projetos para financiar a agropecuária e a colonização privada: PIN, PROTERRA, PRODOESTE, POLAMAZÔNIA, POLOCENTRO, POLONOROESTE (SOUZA, 2013, p. 52)
  • 11. ● Segundo o historiador da prefeitura de Sinop, professor Luiz Erardi F. dos Santos, data de maio de 1972 o momento em que a comitiva comandada por Ulrich Grabert abriu uma pequena clareira com os tratores da colonizadora Sinop, onde daria origem à parte central da cidade de Sinop, após terem aberto o caminho a partir do município de Vera. Até aquele momento, o posto mais avançado não indígena na região era a antiga fazenda Ubiratã, onde hoje se situa o município de Nova Ubiratã. A fazenda foi iniciada na década de 1960. (SANTOS, 2011). ● A região sul da amazônia, entre as décadas de 1950 e 60, sobretudo a que o rio Teles Pires perpassa, havia sido timidamente explorada por grandes latifundiários na extração da borracha. A maior parte dos transportes, quando então inexistiam estradas ou mesmo “picadas” mata adentro, era realizada por meio dos rios da região. Assim, foi através dos rios que os primeiros agrimensores e topógrafos chegaram nas cercanias do que hoje é a cidade de Sinop, no ano de 1970 (SANTOS, 2011; VELLOSO, 2016). Além do rio Teles Pires, outro rio com muita importância histórica para Sinop é o rio Caiabi, pois era por meio desses dois rios que se podia trafegar pelas terras dos atuais municípios de Vera e Sinop, antes das primeiras estradas (PANOSSO NETTO, 2000). Fonte: SANTOS, 2011, p. 32.
  • 12. ● Portanto, as obras para abrir as primeiras ruas de Sinop iniciaram-se antes da rodovia da BR 163 rasgar essas terras, embora houvesse duas frentes de trabalho do 9º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro próximas a Sinop (rios Caiabi e Renato). ● Data de 1966 a primeira derrubada na região de Sinop, onde hoje se encontra a ponte que liga Sinop a Juara, no rio Teles Pires, após a abertura de picadas para a primeira fazenda da região, a CODERTEP (SANTOS, 2011). ● De toda forma, esses primeiros ocupantes “não indígenas” da terra são chamados de colonos, pioneiros, empresários, trabalhadores, e até mesmo de “bandeirantes do século XX”. Fonte: VELLOSO, 2016, p. 26. Travessia de esteiras em balsa no rio Teles Pires, com índio Caiabi servindo de guia.
  • 13.
  • 14. Os antigos “donos do pedaço”: os Caiabi O território Caiabi estendia- se pelas duas margens do rio Teles Pires, cujo limite ao norte seriam os rios Peixoto de Azevedo e próximo ao médio Apiacás, a leste as referências são o rio Arinos e o rio Juruena, ao sul o médio rio Verde, e a oeste ele não penetrava a bacia do rio Xingu. Outras etnias circunvizinhavam suas terras, o que poderia motivar guerras entre eles como, por exemplo, os Erigbaktsa ou Canoeiros, os Bororo, os Xavante, os Kaiapó, os Munduruku, os Apiaká e os Bakairi.
  • 15. OS ÍNDIOS CAIABI EM SINOP ● Não é difícil perceber que os indígenas são considerados persona non grata na região e na cidade de Sinop – a exemplo de inúmeras cidades do Estado. ● No documentário comemorativo sobre os 65 anos do Grupo Sinop, há o seguinte relato: “uma das exigências do INCRA era saber se não tinha aldeia indígena (…) tanto que a Colonizadora Sinop tem uma certidão da FUNAI que é absolutamente isenta de indígenas aqui”. ● Se os indígenas eram os donos das terras brasileiras, por que normalmente eles não aparecem na história de Sinop? ● O território hoje pertencente a Sinop e a uma grande parcela do centro-norte de Mato Grosso pertencia ao povo Caiabi. ● Rastros da memória dos Caiabi na região são os artefatos arqueológicos (cacos de cerâmica, machados de pedra, pontas de lança, etc) encontrados nas margens do rio Teles Pires e seus afluentes, no gradeamento de áreas para plantio, e nos nomes de rios que ainda preservam a denominação indígena: rio Curupí e rio Caiabi. ● Seu território não era exatamente estático: no início do século XX, os Caiabi foram encurralados pelas frentes de expansão que vinham do sul (próximo a Cuiabá). Por isso, “como forma de resistência teriam se dividido tomando diferentes destinos no decorrer dos contatos. Atraídos aos postos fundados pelo antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), os Kaiabi instalaram-se em pequenas aldeias às margens do rio Teles Pires, em seu médio e alto curso. Enquanto isso, existiram os que preferiram se manter isolados no rio dos Peixes, até a década de 1950” (STUCHI, 2010, p. 24). FONTE: https://www.xapuri.info/sagrado-indigena/abril-indigena-para-ser-indio/ Acesso: maio de 2020.
  • 16. O paradeiro dos sobreviventes Caiabi ● Importante frisar que a etnia Caiabi dividiu-se em várias aldeias. Hoje, elas estão localizadas no Parque Indígena do Xingu/PIX, e nos municípios de Apiacás e Juara. ● Os territórios Caiabi fora do PIX resultam da resistência de indígenas que se recusaram deixar a sua terra para serem transferidos ao PIX. “Em 1943, com o objetivo de promover o desbravamento e a colonização da região central do Brasil, foi criada a Fundação Brasil Central, que teve como conseqüência prática a expedição Roncador-Xingu. No norte do Mato Grosso, a exploração ficou a cargo dos irmãos Villas-Bôas que atingiram o rio Teles Pires no começo dos anos 50, iniciando uma aproximação com os Kaiabi do médio e alto Teles Pires. Nesse período o grupo vivia sua fase mais crítica de contato com as frentes de expansão nacional. Depois de décadas de conflitos com seringueiros, avanço e instalação de fazendas e vilarejos em seu território e por mais de uma vez abandonados pelo SPI, a maior parte dos Kaiabi aceitou a proposta dos irmãos Villas-Bôas de mudar para o Alto Xingu, região que faria parte do Parque Nacional do Xingu (PNX), criado em 1961. (...) Como parte dos Kaiabi do médio e alto Teles Pires já havia sido transferida, os irmãos Villas-Bôas criam, em 1966, a ‘Operação Kayabi’, com o objetivo de transferir os habitantes do rio dos Peixes, onde se acirravam os conflitos com seringueiros, cada vez mais numerosos na região” (STUCHI, 2010, p. 24).
  • 17. 3ª Parte Se apossando da terra e a infraestrutura de uma cidade rumo ao “progresso”
  • 18. Outras cidades criadas pela SINOP ● S.I.N.O.P.: Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná, fundada em 1948. Sinop é a sigla de uma empresa colonizadora, que comprava grande quantidade de terras para vendê-las em lotes menores (fazendas, sítios, lotes), e para isso fundava cidades, para vender lotes urbanos. ● O território de Vera, Cláudia, Santa Carmem e Marcelândia já pertenceram ao município de Sinop. A seguir as datas da emancipação desses municípios: ● Vera e Marcelândia: 1986 ● Cláudia: 1988 ● Santa Carmem: 1991 FONTE: SANTOS, 2011, p. 89
  • 19. “A propaganda é a alma do negócio”: estratégias para a atração de colonos ● As propagandas para atrair colonos/compradores de terras veiculavam serem as terras muito férteis para a agricultura, em especial o café, cultura muito difundida no Paraná até a década de 1960. No entanto, após os primeiros anos de plantio nas terras do norte de Mato Grosso, constatou-se que o tipo de solo era pobre, pois precisava ser corrigido, e somado aos meses de seca, tornava-se inviável a reprodução do modelo de agricultura adotado no sul do país, o que descapitalizou muitos colonos, alguns até emigraram dessas terras (SOUZA, 2006, p. 126-127). ● “Constatou-se, porém, que a propaganda veiculada mostrava apenas os pontos positivos das terras da empresa, ocultado todas as informações referentes às dificuldades e obstáculos que os colonos poderiam encontrar” (PANOSSO NETTO, 2002, p. 134). ● A colonizadora Sinop exibia propagandas em jornais de São Paulo e do Paraná, assim como em rádios, para atrair os colonos. ● Propagandas da colonizadora Sinop nos anos 1970 (PANOSSO NETTO, p. 42-43): – “MEU AMIGO, você com seu trabalho e desejo de FICAR RICO: nós com a terra que lhe oferecemos. Pode estar certo! Em verdade, estamos ajudando-nos mutuamente. Assim foram feitos os negócios de ontem e, assim, também será realizados os negócios de HOJE. TUDO DENTRO DE UM PLANO DE COOPERAÇÃO E CRÉDITO”. – “ONTEM, A MATA VIRGEM. HOJE, O PLANO DE INTEGRAÇÃO EM EXECUÇÃO! AMANHÃ, A CIDADE SINOP. NINGUÉM SEGURA ESTE PAÍS”. Fôlder de divulgação da Gleba Celeste, destacando a BR 165, que passaria pelas terras do atual município de Vera, um projeto jamais realizado. FONTE: PANOSSO NETTO, 2000, p. 34.
  • 20. Construção e asfaltamento da BR 163 ● Trecho Cuiabá- Santarém: 1971-1976: a partir de Posto Gil até Santarém; obra executada no MT pelo 9º BEC; houve contratação de civis. ● BR 163 asfaltada até a Sinop Agroquímica em meados da década de 1980. ● Foram criadas cinco frentes de topografia, sendo duas delas perto de Sinop, e utilizando-se dos afluentes do rio Teles Pires, nos rios Caiabi e Renato. Às margens desses rios também foram construídos campos de pouso, ou melhor, o campo do rio Renato foi recuperado, pois havia sido aberto 10 anos antes pelo exército (VELLOSO, 2016). ● Índios caiabi serviram de guias. ● Antes da BR 163, a via terrestre mais ao norte era a estada Rio Novo, construída na década de 1960, que também se iniciava na altura do Posto Gil até a fazenda Ubiratã, situada ao sul do atual município de Vera.
  • 21. Aeroporto provisório de Sinop (1972-1984) Recepção de autoridades para a inauguração da cidade, 1974 Imagem atual da estrada que comportou o aeroporto da cidade. Fonte: Tiago Alinor H. Benfica. Maio de 2020 FONTE: SANTOS, 2011, p. 38, 68
  • 22. Aeroporto Municipal Presidente João Figueiredo Segunda visita do presidente figueiredo a Sinop, para inaugurar o asfaltamento da BR 163 até Sinop FONTE:Arquipopessoal:Prof.Dr. EdisonAntôniodeSouza
  • 23. Sinop Agroquímica ● A Sinop Agroquímica, pertencente ao grupo Sinop, foi inaugurada em 1981. Contou com os incentivos do programa PROALCOOL e outros programas de desenvolvimento da amazônia, devido à alta do bairro de petróleo na década de 1970. ● Trabalhadores do Paraná eram trazidos para Sinop para fazer a colheita. As condições de moradia dos “peões” eram precárias, uma vez que muitos dormiam sob barracos de lona. Ao terminar a empreitada, a maioria voltava ao Paraná, pois aqui havia dificuldade até de se encontrar casas para alugar, e os lotes urbanos, para a população que contava apenas com o próprio salário, eram considerados caros para a época. ● Alguns funcionários da usina eram pagos com uma espécie de vale, chamado de “orelha de jegue”, para ser trocado por mercadorias no comércio local (Entrevista Anônima, 2020). ● Com o início do ciclo do ouro no extremo norte do Estado, a mão de obra ficou ainda mais escassa, e a indústria fecha as portas em 1987, tendo outras tentativas de reabertura. De todo modo, a Usina foi fator de atração de muitos braços para Sinop. FONTE:SANTOS,2011,p.117
  • 25. Economia: de sertão isolado ao “local globalizado” ● Contexto Histórico – “ocupar para não entregar”: ocupação da Amazônia no contexto da Doutrina de Segurança Nacional no Regime Militar. ● Mecanização da agricultura ● Revolução Verde: pesquisa e adaptação de semestres e correção do solo para expandir a fronteira agrícola. ● Intervencionismo estatal – Criação da SUDAM – Empréstimo a empresários que rumaram à amazônia – Criação do PROALCOOL – Financiamentos com juros subsidiados via Banco do Brasil.
  • 26. Evolução da economia rural ● 1- (1970) Ciclo do café: Realizado por pequenos colonos. Fracassou: baixos preços e fertilidade do solo ruim causaram a migração de parte dos colonos para a cidade. Também foi plantado arroz, com mais sucesso, e também milho, pimenta do reino e guaraná. ● 2- (1980) Ciclo da mandioca: A Sinop Agroquímica e bancos locais estimularam os colonos a fornecer a “matéria prima”, a mandioca, para a produção de álcool na Sinop Agroquímica. Preços baixos e outros problemas desestimularam os colonos, alguns dos quais “faliram” e migraram para a cidade ou retornaram ao seu Estado de origem, e a própria Agroquímica também fechou as portas. ● 3- (1980-2000) Ciclo da madeira: Sinop concentrou centenas de serrarias, sendo uma das cidades com mais madeireiras na amazônia, o que atraía significativa mão de obra. O ciclo foi encerrado com a repressão das políticas contra o desmatamento ilegal na Amazônia durante o primeiro Governo Lula, que ficou marcado pela operação Sucupira em 2005. Esse ciclo foi de muito entusiasmo ao empresariado local, responsável pelo “grande boom da fase pioneira”. Enquanto este ciclo conviveu com o início da soja, ele empregava mais mão de obra do que a agricultura. ● 4- (2000-) Ciclo da soja ou agrobusiness: Simbolizado pela rotação das culturas de soja e milho, a região de Sinop, e parte considerável do norte do Mato Grosso, foi diretamente integrada ao mercado internacional, sobretudo buscando suprir a demanda da China. O capital para o financiamento diversifica-se, sendo ele nacional (privado e público) e internacional. A cidade torna-se o local de decisão da produção do campo. A agricultura torna-se dependente da mecanização e da tecnologia para o plantio de sementes geneticamente modificadas, adubação do solo e uso de pesticidas. Uma característica é a baixa utilização de mão de obra direta no cultivo da soja. Outras monoculturas desse ciclo são: algodão, arroz e o milho, já mencionado (COY, 1992; 2014; 2017).
  • 27.
  • 28. Agronegócio ou latifúndio moderno? ● “Após 15 anos de lutas cotra as condições de fertilidade da terra, o regime de chuvas e falta de planejamento da colonizadora, a maior parte dos colonos vendeu ou perdeu suas terras, provocando uma concentração fundiária nas mãos de agricultores mais capitalizados, em que na década de 1980, restaram cerca de 8 grandes fazendas de produção agrícola e grandes pastagens, divididas em poucos proprietários. A partir da década de 1980 é que houve uma expansão maior da soja” (SOUZA, 2013, p. 61). ● FAZENDA SEM O FAZENDEIRO: Na década de 1970, com incentivos do Governo Federal, grupos empresariais compram terras na região, dando origem às fazendas Continental, Panorama, Lírio, Cônsul, CBPO, Missioneira, Mercedes Bens (desapropriada pelo INCRA em 1990 e transformada no assentamento Gleba Mercedes), entre outras (SANTOS, 2011, p. 111).
  • 29. O que seria das cidades sem a energia elétrica? Instalação dos novos geradores de energia elétrica, 1986. Fonte:VilsonLuísCoproskiMarques.Sinop-MT.
  • 30. Evolução da economia urbana● Década de 1970 – Planejamento urbano e abertura das primeiras ruas – Primeiros estabelecimentos de comércio para atender a demanda local [a primeira casa comercial, São Jorge, foi instalada em 1973] – COBAL/Companhia Brasileira de Alimentos (1975) – Instalação dos Correios (1974) – SUCAM: combate à malária – Criação de igrejas e escolas primárias – Instalação de empresas ao redor da BR 163 para atender às demandas de transeuntes e migrantes – Pronto Socorro (1973); Hospital (1975) [SANTOS, 2014, p. 163] – Banco do Brasil, Bradesco, BASA – Serviço de água (1979) – Cinema: Cine-Teatro Amazonas (1979) – Energia elétrica de motor a dísel (1979) racionamentos eram constantes, para suprir a necessidade das máquinas das madeireiras. Até asfaltar a rodovia, quando a BR 163 ficava intransitável no período das chuvas, o óleo chegava de avião Búfalo, que pousava no antigo aeroporto. ● Década de 1980 Abertura de outras empresas e órgãos públicos para consolidar Sinop como cidade polo geopolítico – Telefone (1981) – TV Nacional de Sinop (1981) [Santos, 2014, p. 102] – Jornal impresso (SINOPEANO; FOLHA DO NORTE) – Hospital Celeste – Consolidação do setor madeireiro ● muitos trabalhadores residiam nas colônias das madeireiras: “A gente vinha a pé e voltava no caminhão. Nós fazíamos as compras e jogava no caminhão e vinha embora, cada um com a sua compra. Quase todos os mercados que tinha fazia isso”. (Entrevista Anônima, 2020).
  • 31. Anedotas ● “As primeiras ruas e avenidas abertas, no início, não eram cascalhadas e, na época da seca, a poeira era intensa, o que obrigava as casas comerciais a cobrir as mercadorias com plástico ou pano, ao passo que, no período das chuvas, eram comuns os atoleiros. As ruas e quintais das casas ficaram cobertos de água o que obrigava os moradores a colocarem pranchas ou tábuas, da entrada das casas até a rua para poderem se deslocar. Sinop, nesta época, era denominada por alguns, de ‘SAPOLÂNDIA’ em razão de, no período das águas, quando a cidade ficava alagada, ser elevado o número de sapos e rãs” (SANTOS, 2011, p. 49-50). ● Moradores antigos também relatam que uma atividade comum era “caçar rãs” nos valetões da cidade, em especial a rã pimenta, cuja carne era apreciada. Rodoviária, anexa a uma lanchonete FONTE:SANTOS,2011,p.46,92
  • 32. Anedotas “Maria Fumaça”, utilizada para gerar energia mecânica e mover as serras da madeireira. Encontra-se na entrada oficial da cidade de Vera. Fonte: Alice Zanoni, maio de 2020. FONTE:Arquivopessoal:Prof.Dr.EdisonAntôniodeSouza
  • 33. Evolução da economia urbana ● Década de 1990 – Consolidação do predomínio do setor de comércio e serviços: o “terceiro setor” – Instalação da UNEMAT (1990) – Turmas especiais da UFMT (1994) – Término da construção do Estádio Municipal (1994) – Inauguração da Estação de Transmissão Elétrica, o “Linhão” (1994) – Políticos e empresários de Sinop, com aliados nas cidades vizinhas, buscaram liderar a tentativa de redividir o Estado, para criar o estado de Mato Grosso do Norte.
  • 34. 5ª Parte Moradia, Cultura e Identidade de Sinop: uma discussão incompleta...
  • 35. PRIMEIROS BAIRROS DE SINOP ● Jardim Botânico ● Vila Operária / Jardim das Primaveras ● União / Jardim das Palmeiras ● Jardim Paraíso ● São Cristóvão (SANTOS, 2014, p. 85)
  • 36. BAIRROS E MORADIAS DE SINOP ● Colônias de Madeireiras – Conjunto de casas simples, de madeira, construídas a mando dos proprietários de madeireiras para atrair mão de obra, pois ofereciam-nas aos empregados, enquanto trabalhassem na madeireira. Fonte: Tiago Alinor H. Benfica, maio de 2020.
  • 37. BAIRROS E MORADIAS DE SINOP ● Primeiro bairro popular: “Pra cá era Vila Operária [atual Jardim Primaveras]. Um dos primeiros bairros, depois saiu o Jequitibás, a primeira COAB que saiu. ● Crise do ouro: início da “periferização” de Sinop: Jardim Boa Esperança (bairro dos excluídos). “Foi quando fechou o garimpo [da região de Peixoto de Azevedo, sobretudo], na época do Fernando Color. E antes o nome era Jardim do Sol. (…) Muitos invadiram. Naquelas beiras de rio faziam um barraco e ficavam por lá mesmo. Muitos compraram, porque era baratinho. Aí depois trocou o nome para Boa Esperança. (…) Quem morava no Boa Esperança era discriminado. (…)” (Entrevista Anônima, 2020).
  • 38. DIVERSÃO E ENTRETENIMENTO ● Cinema – “O cinema era no estacionamento do Machado do centro. Quando chovia, a água vinha até a metade das cadeiras. E vinha vindo barata, meu Deus! Que lugar triste! [risos] Só tinha aquilo, fazer o quê!? Fita que quebrava, até emendar…” (Entrevista Anônima, 2020). ● Bares, restaurantes e danceterias – Principais lugares para festas e danceterias: Restaurante Colonial; A.A.B.B.; Amazônia Clube; Rio Preto. – Restaurante Colonial: danceteria “elitizada” da cidade. ● Parque Florestal: “tinha que fazer uma ficha, reservava um local, se autorizava, trazia a churrasqueira, jogava baralho debaixo da sombra. Final da tarde o cara ia lá e conferia” (Entrevista Anônima, 2020). Fonte: https://pt.slideshare.net/DenerDidon/histria-de-sinop-mt
  • 39. FORMAÇÃO DO POVO SINOPENSE ● Matriz sulista – Maioria da população durante os “anos de pioneirismo”; hoje se representa como hegemônica na constituição da identidade de Sinop. – Centro de Tradições Gaúchas/CTG: local de reforço da proximidade dos padrões culturais da região Sul. ● Matriz nordestina – Durante os anos de desbravamento, “havia também uma quantidade de pessoas da região Nordeste, composta em sua maioria de trabalhadores contratados pela empresa colonizadora e, por isso, logo após o término da construção da infra-estrutura básica poucos permaneceram no local” (PANOSSO NETTO, 2002, p. 17). – População ocultada da identidade de Sinop. – O nordestino era “o outro”, era o ex-garimpeiro, especialmente o que se retirou da região de Peixoto de Azevedo, sobretudo o originário do Maranhão.
  • 40. BIBLIOGRAFIA COY, Martin. Pioneer Front and Urban Development. Social and Economic Differentiation of Pioneer Towns in Northern Mato Grosso (Brazil). Applied Geography and Development: A Biannual Collection of Recent German Contributions. Tübingen, Federal Republic of Germany, 1992. COY, Martin; KLINGLER, Michael. Frentes pioneiras em transformação: o eixo da BR-163 e os desafios socioambientais. Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 7, n. 1, abr., 2014. COY, Martin; KLINGER, Michael; KOHLHEPP, Gerd. De frontier até pós-frontier: regiões pioneiras no Brasil dentro do processo de transformação espaço-temporal e sócio-ecológico. Confins: Revue franco-brésilienne de géographie, nº 30, 2017. COY, Martin; NEUBURGER, Martina. Camponeses no Brasil entre inclusão e exclusão. Anuario Americanista Europeo, nº 6-7, 2008-2009, p. 111-132. GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. A lenda do ouro verde. 1986. 177f. Dissertação (mestrado)-Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas, Campinas, SP. Disponível em: <http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/281368>. Acesso em: 10 mai. 2020. MIRANDA, Leodete; AMORIN, Lenice. Mato Grosso: atlas geográfico. Cuiabá: Editora Entrelinhas, 2000. PANOSSO NETTO, Alexandre. Geopolítica, agricultores e madeireiros na frente oeste de colonização. Campo Grande: Editora UCDB, 2002. PANOSSO NETTO, Alexandre. Vera: a princesinha do nortão: uma contribuição ao estudo da ocupação da Amazônia Mato-grossense. Campo Grande: Edição do autor, 2000. PICOLI, Fiorelo. Amazônia: do mel ao sangue. Sinop: Amazônia Gráfica e Editora, 2004. SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso: da ancestralidade aos dias atuais. 2ª Ed. Cuiabá: Entrelinhas Editora, 2017. SANTANA, Arthur Bernady. A rodovia Cuiabá-Santarém e o processo de re-ocupação do norte de Mato Grosso: construções e desconstruções de um caminho de conquista para a Amazônia (1970-2008). (Dissertação em História). Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2010. SANTOS, Luiz Erardi F. dos. Atlas histórico e geográfico de Sinop. Sinop: Grafica Print Indústria e Edtora, 2014. SANTOS, Luiz Erardi F. Dos. Raízes da história de Sinop. Sinop: Midiograf, 2011. SOUZA, Edison Antrônio de. O poder na fronteira: hegemonia, conflitos e cultura no norte de Mato Grosso. Cuiabá: Editora UFMT, 2013. SOUZA. Edison Antônio de. Estado, desterritorializações e reterritorialização na amazônia mato-grossense. In: ZART, Laudemir et al. Sinop: educação, memória e ambiente. Cáceres: Editora Unemat, 2005. SOUZA, Edison Antônio de. Sinop: História, Imagens e Relatos: um estudo sobre a sua Colonização. Cuiabá: Editora UFMT/FAPEMAT, 2006. STUCHI, Francisco Forte. A ocupação da terra indígena Kaiabi (MT/PA): história indígena e etnoarqueologia. (Dissertação em Arqueologia). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. VELLOSO, Fernando (26 de março de 2016). Cuiabá-Santarém: Uma estrada rasgando a floresta» (PDF). Revista Da Cultura – FUNCEB, mar. 2016. Disponível em < http://www.funceb.org.br/images/revista/29_REV_FUNCEB_1y8c2e.pdf>. Acesso em: 7 de mai. 2020.
  • 41. Fontes audiovisuais ● A conquista do oeste: Mato Grosso. Produzido pela RBS TV, 2004. 14min. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=ZVFU-uT4_M4&t=175s>. Acesso em 4 de maio de 2020. ● Documentário de 65 anos do Grupo Sinop. Produzido pela Colonizadora Sinop, 2013. 1h 12min. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=x4-5nm0oYXw>. Acesso em 3 de maio de 2020. ● Entrevista Anônima (áudio digital). Produção: Tiago Alinor Hoissa Benfica. Cidade: Sinop,MT. 27 de abril de 2020, 36min. ● Olhar pioneiro: Alta Floresta. Dirigido por Laércio Albino. 20min. Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=S34ikKhIHAo >. Acesso em 3 de maio de 2020.