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Meditação sobre as almas do purgatório
Meditações adaptadas a todos os dias do ano para uso das comunidades
religiosas—Pe. Leopoldo Stix, C. SS. R.
SANTOS E
FESTAS DO MÊS:
01– Festa de Todos os Santos;
02– Finados;
04– São Carlos Borromeu;
14– S. Estanislau Kotska;
15– S. Alberto Magno;
18– Dedicação da Basílica de
São Pedro e São Paulo;
19– Sta. Isabel da Hungria;
21– Apresentação da Virgem
Maria;
22– Sta. Cecília;
24– São João da Cruz;
25– Sta. Catarina de Alexan-
dria;
27– Nossa Senhora da Meda-
lha Milagrosa.
N E S T A
E D I Ç Ã O :
Meditação 1
Martírio 2
Jacinta Marto 3
Catecismo 4
Novembro/ 2014Edição 18
A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S
cem os falecidos, até os amigos e parentes
mais chegados. Quantos pais de família há
no cemitério, cujos filhos passam gozando a
herança, fruto de longos e penosos traba-
lhos dos falecidos sem se lembrarem deles
mais que duas ou três vezes por ano, sem,
muito menos, socorre-los eficazmente. Oh!
Quão pouco se preocupa das almas esta
nossa época, tão sem fé e sem caridade!
“Eis, exclamam as almas no dia de hoje,
bem vedes que não achamos socorro em
nós e que até os nossos amigos nos têm
desamparado”. Não abandones tu em dia
nenhum de tua vida as benditas almas do
purgatório, e não te verás abandonado nem
na hora de tua morte, nem quando vieres a
sofrer no purgatório. Há no mundo tantas
pessoas piedosas que, pelo ato heroico de
caridade, ofereceram todos os seus mereci-
mentos em benefício das almas do purgató-
rio, depositando-os, em expiação por elas,
nas mãos da Santíssima Virgem Maria. E tu,
religioso que és (Nota: as meditações do
livro são destinadas às comunidades religio-
sas, porém o que aqui se diz pode ser aplica-
do, perfeitamente, para os leigos), haverás
de ter menos amor às almas e te descuidar
duma obra de caridade que te traria dupla
recompensa, a saber: a gratidão de Maria
Santíssima e a das pobres almas?
1. Considera o estado das benditas almas do
purgatório e as três razões por que te deves
mover à compaixão. A mão do Senhor as fe-
riu profundamente; os terrores da divina jus-
tiça levantaram-se contra elas quais negras e
horríveis nuvens e qual peso enorme que as
esmaga. É a divina justiça que nelas faz valer
a sua severidade por meio do fogo abrasa-
dor, o qual, mesmo não sendo eterno, fre-
quentemente perdura por longo tempo, até
que a alma se tenha purificado e santificado
completamente e tornado digna de contem-
plar a santíssima face de Deus. Lembra-te,
pois, de recorrer à misericórdia de Deus, an-
tes de cair nas mãos de sua justiça. Segue
fielmente os conselhos dados por Jesus, o
futuro Juiz: “Quando vais com teu adversário
ao magistrado, procura livrar-te dele no cami-
nho, para que não suceda que te conduza ao
juiz, e o juiz te entregue ao meirinho, e o mei-
rinho te encerre na prisão. Digo-te que dali
não sairás enquanto não pagares o derradei-
ro ceitil” (Lc 12,58). A aplicação é evidente.
O teu adversário é a tua consciência, isto é,
os teus pecados. Deves livrar-te deles, ainda
em vida, para que não venhas a sofrer os
duros castigos da eternidade.
2. As pobres almas não estão mais no estado
de peregrinação e, por conseguinte, não são
capazes de alcançar merecimento algum,
nem de valer-se a si mesmas; só lhes resta
sofrer. “Vêde que eu não acho socorro em
mim”. Sentes grande compaixão da criança
que vês chorar de aflição, sem ter quem lhe
valha. As almas do purgatório estão muito
mais abandonadas do que uma tal criança, e
passam horas, dias, anos e, talvez, até sécu-
los, gemendo e suplicando: “Compadecei-vos
de mim, oh! Compadecei-vos de mim, ao me-
nos vós, meus amigos, porque a mão do Se-
nhor me tocou” (Job 19,21). Procura socorro
para ti enquanto for tempo, o que farás, so-
correndo às pobres almas por meio de ora-
ções, sacrifícios e boas obras. Toma a teu
cuidado estas santas almas, em particular as
mais abandonadas e esquecidas por todos.
3. Considera a facilidade com que se esque-
APOSTOLADO ECLESIAL E DISCERNIMENTO INACIANO
Inácio de Azevedo nasceu no período áureo dos descobrimentos
portugueses. A expansão organizada do Evangelho, no imenso
continente brasileiro, ensaiava, então, os primeiros passos, da
costa ao sertão. Numa sociedade primitiva de povos coletores e
nómades, entregues à superstição, à guerra tribal e à antropofa-
gia, ela havia de ser obra, não só de sacerdotes fervorosos e abne-
gados, mas de compreensivos cooperadores leigos, cujos núcleos
familiares servissem de pólos orientadores e aglutinantes de pro-
moção social, como auxiliares da catequese.
(...) A Providência guia os precursores por caminhos misteriosos.
Criado na core, com certa instrução humanística, mas de gênio
altivo e fragueiro, tinha de ser conquistado para caminhos de hu-
mildade e doçura pela Cruz de Cristo. Sob a influência dum conci-
dadão piedoso, Henrique Nunes de Gouveia, assistiu à pregação
do jesuíta Francisco Estrada. À luz das verdades eternas, mediu a
insignificância das vaidades transitórias e decidiu ir a Coimbra,
para conhecer, mais a fundo, os jesuítas. Tinha 22 anos e resolveu
entrar na companhia; mas esta resolução, queria-a cimentar em
bases de discernimento sereno e forte. Para isso, fez os Exercícios
Espirituais, durante 40 dias. Trocou o seu morgadio de Barbosa
pela modesta roupeta inaciana. Prosseguiu os estudos de letras e
completou-os com os de filosofia e teologia.
O CHEFE NATO AO SERVIÇO DA GLÓRIA DE DEUS
As notícias das Missões encantavam-no. Primeiro Angola e Con-
go. Depois, a Índia e o Japão. Queria, porém, que a obediência
dissesse a última palavra. “Não me consolaria, escreveu, se o pedi-
do ou representação que fizesse, fosse causa da decisão dos Su-
periores. A maior glória de Deus devia ser a razão suprema”. Como
cedo revelou qualidades invulgares de chefe, foram estas aprovei-
tadas nos colégios de Coimbra e Lisboa. Enviado para Braga, fun-
dou, ali, as escolas que o arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Márti-
res pediu à Companhia. Entremeava o governo com ministérios,
sobretudo nos hospitais, nas prisões e entre as populações rurais.
As suas grandes armas apostólicas eram a oração, a penitência e
as obras de misericórdia.
O pendor ia, entretanto, para além-mar. No Brasil, o P. Nóbrega
pedia insistentemente reforços evangélicos. Urgia, sobretudo, ter
um homem capaz de reorganizar, em termos mais sólidos, as cris-
tandades nascentes. Pensaram nele. Era homem ativo, empreen-
dedor e enérgico na execução. Enviado a Roma como Procurador
da Índia e do Brasil, na segunda Congregação Geral de 1565, foi
nomeado pelo novo Prepósito, visitador das Terras de Santa Cruz.
A incumbência revestiu-se de grande dinamismo e oportunas medi-
das de governo, no sul e na Baía. O movimento perdera arranque.
Cumpria reestruturar, mas para progredir. Tal empresa carecia de
cooperadores. Em 1568, eleito de novo Procurador a Lisboa e Ro-
ma, conseguiu, em Portugal, eficaz ajuda material. A maior riqueza,
porém, são os homens. Percorreu diversas casas e colégios. A sua
palavra persuasiva e apostólica acendia o entusiasmo da juventu-
de. Em Roma, impressionou Pio V e Francisco de Borja. O Papa
munia-o de amplas faculdades pastorais. O Santo Geral compreen-
deu tão bem a urgência de auxílio ao Brasil que escreveu logo aos
Provinciais de Espanha, para que fossem generosos em missioná-
rios e esmolas, a favor de região tão carecida de meios. Esta reco-
mendação tinha asas de fogo, na boca ardente de Azevedo.
ANGARIADOR DE APÓSTOLOS PARA O BRASIL
Voltando a Portugal, entre muitos que se ofereciam, deram-lhe
três, em Valência; em Madrid, cinco; em Medina del Campo, dois; o
maior contingente veio-lhe, porém, dos colégios e noviciados de
Coimbra e Évora. Reuniu, assim, uma expedição de 73 padres e
irmãos, com vários mecânicos e servidores seculares: ao todo,
cerca de 100 pessoas. Esta heterogeneidade de elementos e con-
dições, todavia, só podia dar resultado positivo, mercê de uma
profunda unidade apostólica.
Como a peste grassava em Lisboa, enquanto se esperavam os
transportes, Inácio de Azevedo concentrou os expedicionários,
principalmente religiosos, na Quinta de Val de Rosal, pertencente ao
colégio de Santo Antão, e a sul do Tejo. Nesse ambiente sadio do
campo e da praia atlântica, prepararia, física e espiritualmente,
aquele batalhão de missionários, para a grande campanha evangeli-
zadora do sertão brasileiro: corpos de ferro e corações de ouro!
O FORJADOR DE ALMAS MISSIONÁRIAS
Entre práticas comunitárias e individuais de devoção, piedosas
leituras, exercícios de humildade e penitência, conferências espiritu-
ais, horas de estudo ou trabalhos oficinais, entremeados de hones-
tas recreações de música vocal e instrumental ou passeios pela
charneca e à beira-mar, peregrinações aos santuários do termo e
procissões litânicas pelos campos, segundo a liturgia do tempo,
passaram-se meses de expectativa. Azevedo não era só a voz quen-
te e arrebatadora dos entusiasmos da juventude. Segundo o seu
método invariável, era o exemplo vivo de quanto inculcava, na asce-
se e no zelo. O trabalho mais duro, a tarefa mais humilde, o serviço
prestado com inalterável alegria e generosidade, eram para ele. Nas
fontes do hagiológio cristão, dificilmente se encontrarão páginas de
mais ingênua piedade, alegria jovial e acendrada caridade fraterna,
alicerçadas em austeridade de vida, com que os futuros desbravado-
res de florestas virgens e almas rudes se iniciavam, de longe.
A 5 de Junho, o pacífico exército de 74 jesuítas, largava do Tejo,
rumo à ilha da Madeira, nas três naus da frota. A vida de seculares e
religiosos a bordo parecia mais conventual que profana, em comu-
nhão piedosa, através das ondas, de preces comuns e cantos espiri-
tuais, ao romper da manhã e ao cair noite, quando o tempo o permi-
tia.
A 30 de Junho, apesar da relutância do governador do Brasil, D.
Luís de Vasconcelos, mas a pedidos dos mercadores da nau Santia-
go que pretendiam passar pelas Canárias, Inácio reembarcou com
39 companheiros. Pressentindo o perigo dos corsários e com eles o
martírio, convocou, antes do reembarque, a sua comitiva. Queria
voluntários da morte por Cristo e não forçados. Alguns hesitaram,
mas foram logo substituídos por candidatos das outras naus. Quan-
do navegavam de Taza-Corte para La Palma, surgiu uma frota de
piratas huguenotes, comandados por Jacques Sória. Como os defen-
sores da nau Santiago eram poucos, o capitão pediu soldados a
Azevedo. A condição eclesiástica e religiosa dos súditos não lhes
permitia combater. Assistiram, apenas, os feridos e animaram os
combatentes, rezando. Senhoreada a nau e vendo os hereges tantos
missionários entre os tripulantes, sabendo que iam evangelizar o
Brasil, acometeram-nos de armas em riste. Saiu-lhes ao encontro
Azevedo, com uma imagem de Nossa Senhora nas mãos: “Todos me
sejam testemunhas como morro pela Fé católica e pela Santa Igreja
Romana”. Um soldado dera-lhe uma cutilada na cabeça, deixando-o
coberto de sangue.
UM COLÉGIO DE MÁRTIRES NO CÉU
Em torno, os demais religiosos confortavam-no com as suas pre-
ces e professavam, também, a própria fé, lamentando só o desam-
paro das missões do Brasil.
“Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos
hoje, um colégio no céu”. Os huguenotes, enfurecidos, acabaram
com Azevedo e Andrade que o amparava e deitaram-nos ao mar.
Depois, arremeteram a todos os demais jesuítas, menos dois: um,
que reservaram para o dia seguinte; outro, que fizeram seu cozinhei-
ro. Substituiu este, um sobrinho do capitão da nau, de nome João,
que desejava entrar na Companhia e se deu por jesuíta, completan-
do, assim, a conta dos 40 mártires. Chamaram-no, por isso, Adauc-
to.
Tão numerosa falange, ceifada de um só golpe, impressionou viva-
mente toda a Cristandade. Humanamente, era uma catástrofe para
a evangelização do Brasil. Nas disposições adoráveis de Deus cons-
tituía a verdadeira catedral de 40 pedras vivas, erguida como memo-
rial magnífico no limiar do Brasil cristão, sob o sinal promissor do
Cruzeiro do Sul.
Os mártires de Cristo são os melhores evangelizadores. Uma vaga
de entusiasmo levantar-se-ia por toda a catolicidade e o Brasil, da
costa ao sertão, seria, mais que nunca, terra de benção. Pio IX reco-
nheceu e confirmou o seu culto, a 11 de maio de 1854.
Beato Inácio de Azevedo e 39 companheiros,
mártires.
Santos e beatos da companhia de Jesus
Continuação.
Passavam assim os dias da Jacinta, quan-
do Nosso Senhor mandou a pneumônica,
que a prostrou em cama, com seu Irmãozi-
nho. Nas vésperas de adoecer dizia: “– Dói-
me tanto a cabeça e tenho tanta sede! Mas
não quero beber, para sofrer pelos pecado-
res”.
Todo o tempo que me ficava livre da esco-
la e de alguma outra coisa que me mandas-
sem fazer, ia para junto dos meus compa-
nheiros. Quando, um dia, passava para a
escola, diz-me a Jacinta: – “Olha, diz a Je-
sus escondido, que eu gosto muito d’Ele e
que O amo muito”. Outras vezes dizia: “–
Diz a Jesus que Lhe mando muitas sauda-
des”.
Quando ia primeiro ao quarto dela, dizia:
– “Agora vai ver o Francisco; eu faço o sacri-
fício de ficar aqui sozinha”.
Perguntei-lhe um dia: – “Estás melhor?” –
“Já sabes que não melhoro”. E acrescentou:
– “Tenho tantas dores no peito! Mas não
digo nada; sofro pela conversão dos peca-
dores”.
Quando, um dia, cheguei junto dela, per-
guntou-me: – “Já fizeste hoje muitos sacrifí-
cios? Eu fiz muitos. Minha Mãe foi-se embo-
ra e eu quis ir muitas vezes visitar o Francis-
co e não fui”. (...)
Um dia mandou-me chamar: que fosse
junto dela depressa. Lá fui, correndo. –
“Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem
buscar o Francisco muito breve para o Céu”.
E a mim perguntou-me se queria ainda con-
verter mais pecadores. Disse-Lhe que sim.
Disse-me que ia para um hospital, que lá
sofreria muito; que sofresse pela conversão
dos pecadores, em reparação dos pecados
contra o Imaculado Coração de Maria e por
amor de Jesus. Perguntei se tu ias comigo.
Disse que não. Isto é o que me custa mais.
Disse que ia minha Mãe levar-me e, depois,
fico lá sozinha!”
Depois, ficou algum tempo pensativa.
Depois, acrescentou: – “Se tu fosses comi-
go! O que mais me custa é ir sem ti. (...); e
eu estou ali a sofrer sozinha! Mas não im-
porta, sofro por amor de Nosso Senhor,
para reparar o Imaculado Coração de Maria,
pela conversão dos pecadores e pelo Santo
Padre”.
Quando chegou o momento de seu irmão-
zinho partir para o Céu, ela fez as suas reco-
mendações: – “Dá muitas saudades mi-
nhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e
diz-Lhes que sofro tudo quanto Eles quise-
rem, para converter os pecadores e reparar
o Imaculado Coração de Maria”.
Sofreu muito com a morte do irmão. Fica-
va por muito tempo pensativa; e se se Lhe
perguntava no que estava a pensar, respon-
dia: – “No Francisco. Quem me dera vê-lo!”
E os olhos arrasavam-se-lhe de lágrimas.
Um dia, disse-lhe: – “A ti já te falta pouco
para ires para o Céu; mas eu!” –
“Coitadinha! Não chores. Lá, hei-de pedir
muito, muito, por ti. Tu, é Nossa Senhora
que quer assim. Se me quisesse a mim,
ficava contente, para sofrer mais pelos pe-
cadores.”
Chegou também o dia de ir para o hospi-
tal, onde, na verdade, teve muito que sofrer.
Quando a mãe a foi visitar, perguntou-lhe se
queria alguma coisa. Disse-lhe que queria
ver-me. Minha tia, ainda que com inúmeros
sacrifícios, lá me levou, logo que pôde vol-
tar. Logo que me viu, abraçou-me com ale-
gria e pediu à mãe que me deixasse ficar e
fosse a fazer compras. Perguntei-lhe, então,
se sofria muito.
– “Sofro, sim; mas ofereço tudo pelos peca-
dores e para reparar o Imaculado Coração
de Maria”.
Depois falou com entusiasmo de Nosso
Senhor e de Nossa Senhora e dizia: –
“Gosto tanto de sofrer por Seu amor! Para
dar-Lhes gosto! Eles gostam muito de quem
sofre para converter os pecadores”.
Esse tempo destinado para a visita passou
rápido; e minha tia lá estava para me levar.
Perguntou à sua filhinha se queria alguma
coisa. Pediu para me trazer outra vez, quan-
do voltasse a vê-la. E minha boa tia, que
queria dar gosto à sua filhinha, lá me levou
uma segunda vez. Encontrei-a com a mesma
alegria por sofrer por amor de nosso bom
Deus, do Imaculado Coração de Maria, pelos
pecadores e pelo Santo Padre; era o seu
ideal, era no que falava.
Voltou ainda algum tempo para casa dos
pais, com uma grande ferida aberta no pei-
to, cujos curativos diários sofria sem uma
queixa, sem mostrar o menor sinal de enfa-
do. O que mais Lhe custava eram as fre-
quentes visitas e interrogatórios das pesso-
as que a procuravam e às quais agora não
podia esconder-se.
– “Ofereço também este sacrifício pelos
pecadores – dizia com resignação. Quem
me dera ir ao Cabeço rezar ainda um Terço
na nossa loca! Mas já não sou capaz. Quan-
do fores à Cova de Iria, reza por mim. Decer-
to nunca mais lá vou” – dizia com as lágri-
mas a correr-lhe pelas faces. (...)
De novo a Santíssima Virgem se dignou
visitar a Jacinta, para lhe anunciar novas
cruzes e sacrifícios. Deu-me a notícia e dizia-
me: – “Disse-me que vou para Lisboa, para
outro hospital; que não te torno a ver, nem
os meus pais; que, depois de sofrer muito,
morro sozinha, mas que não tenha medo;
que me vai lá Ela a buscar para o Céu”.
E chorando, abraçava-me e dizia: – “Nunca
mais te torno a ver. Tu lá não me vais a visi-
tar. Olha, reza muito por mim, que morro
sozinha”.
Até que chegou o dia de ir para Lisboa, so-
freu horrivelmente! Abraçava-se a mim e
dizia, chorando: – “Nunca mais te hei-de
tornar a ver?! Nem a minha Mãe, nem os
meus irmãos, nem o meu Pai?! Nunca
mais hei-de ver ninguém?! E depois morro
sozinha!” – “Não penses nisso” – lhe disse
um dia. – “Deixa-me pensar, porque, quan-
to mais penso, mais sofro; e eu quero so-
frer por amor de Nosso Senhor e pelos
pecadores. E depois não me importo! Nos-
sa Senhora vai-me lá a buscar para o
Céu”.
Às vezes beijava um crucifixo e, abraçan-
do-o, dizia: – “Ó meu Jesus, eu Vos amo e
quero sofrer muito por Vosso amor”.
Outras vezes dizia: – “Ó Jesus, agora
podes converter muitos pecadores, porque
este sacrifício é muito grande!”
Perguntava-me, às vezes: – “E vou mor-
rer sem receber a Jesus escondido? Se
m’O levasse Nossa Senhora, quando me
for a buscar!...”
Perguntei-lhe uma vez: – “Que vais a
fazer no Céu?” – “Vou amar muito a Jesus,
o Imaculado Coração de Maria, pedir muito
por ti, pelos pecadores, pelo Santo Padre,
pelos meus Pais e irmãos e por todas es-
sas pessoas que me têm pedido para pe-
dir por elas.”
Quando a mãe se mostrava triste por a
ver tão doentinha dizia: – “Não se aflija,
minha Mãe: vou para o Céu. Lá hei-de
pedir muito por si”.
Outras vezes, dizia: – “Não chore, eu
estou bem”.
Se lhe perguntavam se precisava de
alguma coisa, dizia: - “Muito obrigada, não
preciso nada.”
Quando se retiravam, dizia: - “Tenho
muita sede, mas não quero beber; ofereço
a Jesus pelos pecadores”. (...)
Chegou, por fim, o dia de partir para
Lisboa. A despedida cortava o coração.
Permaneceu muito tempo abraçada ao
meu pescoço e dizia, chorando: – “Nunca
mais nos tornamos a ver! Reza muito por
mim, até que eu vá para o Céu. Depois, lá,
eu peço muito por ti. Não digas nunca o
segredo a ninguém, ainda que te matem.
Ama muito a Jesus e o Imaculado Coração
de Maria e faz muitos sacrifícios pelos
pecadores”.
De Lisboa, mandou-me ainda dizer que
Nossa Senhora já lá a tinha ido ver; que
lhe tinha dito a hora e dia em que morria;
e recomendava-me que fosse muito boa.
Acabo, Ex.mo e Rev. mo Senhor Bispo, de
contar a V. Ex.cia Rev.ma o que recordo da
vida de Jacinta.
Peço ao nosso bom Deus se digne acei-
tar este ato de obediência, para acender
nas almas a chama do amor aos Corações
de Jesus e Maria.
Primeira Memória—Vida de Jacinta Marto
Memórias e Cartas da Irmã Lúcia
Edição:
Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES.
http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br
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969) Que deve fazer um bom cristão, pela manhã, assim que des-
perta? Um bom cristão, pela manhã, assim que desperta, deve fazer
o sinal da Cruz, e oferecer o coração a Deus, dizendo estas ou outras
palavras semelhantes: Meu Deus, eu vos dou o meu coração e a
minha alma.
970) Em que deveríamos pensar ao levantar da cama e enquanto
nos vestimos? Ao levantar da cama e enquanto nos vestimos, deverí-
amos pensar que Deus está presente, que este dia pode ser o último
da nossa vida; ademais, devemos levantar-nos e vestir-nos com toda
a modéstia possível.
971) Depois de se levantar e de se vestir, que deve fazer um bom
cristão? A um bom cristão, apenas se tenha levantado e vestido,
convém pôr-se na presença de Deus e ajoelhar-se, se pode, diante de
alguma devota imagem, dizendo com devoção: "Eu Vos adoro, meu
Deus, e Vos amo de todo o coração; dou-Vos graças por me terdes
criado, feito cristão e conservado nesta noite; ofereço-Vos todas as
minhas ações, e peço-Vos que neste dia me preserveis do pecado, e
me livreis de todo o mal. Assim seja". E rezar depois o Padre-Nosso, a
Ave-Maria, o Credo, e os atos de Fé, de Esperança e de Caridade,
acompanhando-os com um vivo afeto do coração.
972) Que práticas de piedade deveria fazer todos os dias o cristão?
O cristão, podendo, deveria todos os dias: 1.º assistir com devoção à
santa Missa; 2.º fazer uma visita, por breve que fosse, ao Santíssimo
Sacramento; 3.º rezar o terço do santo Rosário.
973) Que deve ele fazer antes do trabalho? Antes do trabalho, con-
vém oferecê-lo a Deus, dizendo do coração: "Senhor, eu Vos ofereço
este trabalho, dai-me a vossa bênção".
974) Para que fim se deve trabalhar? Deve-se trabalhar para glória
de Deus e para fazer a sua vontade.
975) Que convém fazer antes da refeição? Antes da refeição, con-
vém fazer o sinal da Cruz, estando de pé, e depois dizer com devo-
ção: "Senhor, abençoai-nos a nós e ao alimento que vamos tomar,
para nos conservarmos no vosso santo serviço".
976) Depois da refeição, que convém fazer? Depois da refeição,
convém fazer o sinal da Cruz, e dizer: "Senhor, eu Vos dou graças
pelo alimento que me destes; fazei-me digno de participar da mesa
celeste".
977) Quando nos vemos atormentados por alguma tentação, que
devemos fazer? Quando nos vemos atormentados por alguma tenta-
ção, devemos invocar com fé o Santíssimo Nome de Jesus ou de
Maria, ou recitar fervorosamente alguma oração jaculatória, como,
por exemplo: "Dai-me a graça, Senhor, de que eu nunca Vos ofenda";
ou então fazer o sinal da Cruz, evitando porém que as outras pesso-
as, pelos sinais externos, suspeitem da tentação.
978) Quando uma pessoa reconhece ou receia que cometeu algum
pecado, que deve fazer? Quando uma pessoa reconhece ou receia
ter cometido algum pecado, convém fazer imediatamente um ato de
contrição, e procurar confessar-se quanto antes.
979) Quando fora da Igreja se ouve o sinal de elevação da hóstia na
Missa solene, ou da bênção do Santíssimo Sacramento, que se deve
fazer? É bom fazer, ao menos com o coração, um ato de adoração,
dizendo, por exemplo: "Graças e louvores se dêem a todo o momento
ao Santíssimo e diviníssimo Sacramento".
980) Que se deve fazer quando tocam às Ave-Marias, pela manhã, ao
meio-dia e à noite? Ao toque das Ave-Marias, o bom cristão recita
o Anjo do Senhor com três Ave-Marias.
981) À noite, antes de deitar, que se deve fazer? À noite, antes de
deitar, convém pôr-se, como de manhã, na presença de Deus, recitar
devotamente as mesmas orações, fazer um breve exame de consciên-
cia, e pedir perdão a Deus dos pecados cometidos durante o dia.
982) Que haveis de fazer antes de adormecer? Antes de adormecer,
farei o sinal da Cruz, pensarei que posso morrer esta noite, e oferece-
rei o coração a Deus, dizendo: "Meu Senhor e meu Deus, eu Vos dou
todo o meu coração. Trindade Santíssima, concedei-me a graça de
bem viver e de bem morrer. Jesus, Maria e José eu Vos encomendo a
minha alma".
983) Além das orações da manhã e da noite, de que outra forma se
pode recorrer a Deus no decurso do dia? No decurso do dia pode-se
invocar a Deus freqüentemente com as orações breves que se cha-
mam jaculatórias.
984) Dizei algumas jaculatórias. Senhor, valei-me; - Senhor, seja feita
a vossa santíssima vontade; - Meu Jesus, eu quero ser todo vosso; -
Meu Jesus, misericórdia; - Doce Coração de Jesus, que tanto nos ama-
is, fazei que eu Vos ame cada vez mais; - Doce Coração de Maria sede
minha salvação.
985) É útil recitar, durante o dia, muitas jaculatórias? É muito útil
recitar, durante o dia, muitas jaculatórias, e podem recitar-se também
com o coração, sem proferir palavras, caminhando, trabalhando, etc.
986) Além das orações jaculatórias, em que outra coisa deveria exer-
citar-se com freqüência o cristão? Além das orações jaculatórias, o
cristão deveria exercitar-se na mortificação cristã.
987) Que quer dizer mortificar-se? Mortificar-se quer dizer privar-se,
por amor de Deus, daquilo que agrada, e aceitar o que desagrada aos
sentidos ou ao amor próprio.
988) Quando é o Santíssimo Sacramento levado a um enfermo, que
se deve fazer? Quando é o Santíssimo Sacramento levado a um enfer-
mo, devemos, sendo possível, acompanhá-Lo com modéstia e recolhi-
mento; e, se não é possível acompanhá-Lo, fazer um ato de adoração
em qualquer lugar que nos encontremos, e dizer: "Consolai, Senhor,
este enfermo, e concedei-lhe a graça de se conformar com a vossa
santíssima vontade e de conseguir a sua salvação".
989) Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum moribundo, que ha-
veis de fazer? Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum moribundo,
irei, se puder, à igreja rezar por ele; e, não podendo, encomendarei a
Nosso Senhor a sua alma, pensando que dentro em breve hei de en-
contrar-me também eu nesse estado. *
990) Ao ouvir sinais pela morte de alguém, que haveis de fazer? Ao
ouvir sinais pela morte de alguém, procurarei rezar um De profundis ou
um Réquiem, ou um Padre-Nosso e uma Ave-Maria, pela alma desse
defunto, e renovarei o pensamento da morte. *
(*) Como não se toca o sino pela agonia e morte de alguém, ao me-
nos nas grandes cidades, pensamos que o mesmo pode ser feito ao
recebermos a notícia de que alguém está padecendo ou veio a falecer.
Dos exercícios piedosos que se aconselham ao cristão para cada diaDos exercícios piedosos que se aconselham ao cristão para cada diaDos exercícios piedosos que se aconselham ao cristão para cada dia
Catecismo São Pio X

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Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
 

Meditação sobre as almas do purgatório e o apostolado de Inácio de Azevedo

  • 1. Meditação sobre as almas do purgatório Meditações adaptadas a todos os dias do ano para uso das comunidades religiosas—Pe. Leopoldo Stix, C. SS. R. SANTOS E FESTAS DO MÊS: 01– Festa de Todos os Santos; 02– Finados; 04– São Carlos Borromeu; 14– S. Estanislau Kotska; 15– S. Alberto Magno; 18– Dedicação da Basílica de São Pedro e São Paulo; 19– Sta. Isabel da Hungria; 21– Apresentação da Virgem Maria; 22– Sta. Cecília; 24– São João da Cruz; 25– Sta. Catarina de Alexan- dria; 27– Nossa Senhora da Meda- lha Milagrosa. N E S T A E D I Ç Ã O : Meditação 1 Martírio 2 Jacinta Marto 3 Catecismo 4 Novembro/ 2014Edição 18 A Família CatólicaC A P E L A N O S S A S E N H O R A D A S A L E G R I A S cem os falecidos, até os amigos e parentes mais chegados. Quantos pais de família há no cemitério, cujos filhos passam gozando a herança, fruto de longos e penosos traba- lhos dos falecidos sem se lembrarem deles mais que duas ou três vezes por ano, sem, muito menos, socorre-los eficazmente. Oh! Quão pouco se preocupa das almas esta nossa época, tão sem fé e sem caridade! “Eis, exclamam as almas no dia de hoje, bem vedes que não achamos socorro em nós e que até os nossos amigos nos têm desamparado”. Não abandones tu em dia nenhum de tua vida as benditas almas do purgatório, e não te verás abandonado nem na hora de tua morte, nem quando vieres a sofrer no purgatório. Há no mundo tantas pessoas piedosas que, pelo ato heroico de caridade, ofereceram todos os seus mereci- mentos em benefício das almas do purgató- rio, depositando-os, em expiação por elas, nas mãos da Santíssima Virgem Maria. E tu, religioso que és (Nota: as meditações do livro são destinadas às comunidades religio- sas, porém o que aqui se diz pode ser aplica- do, perfeitamente, para os leigos), haverás de ter menos amor às almas e te descuidar duma obra de caridade que te traria dupla recompensa, a saber: a gratidão de Maria Santíssima e a das pobres almas? 1. Considera o estado das benditas almas do purgatório e as três razões por que te deves mover à compaixão. A mão do Senhor as fe- riu profundamente; os terrores da divina jus- tiça levantaram-se contra elas quais negras e horríveis nuvens e qual peso enorme que as esmaga. É a divina justiça que nelas faz valer a sua severidade por meio do fogo abrasa- dor, o qual, mesmo não sendo eterno, fre- quentemente perdura por longo tempo, até que a alma se tenha purificado e santificado completamente e tornado digna de contem- plar a santíssima face de Deus. Lembra-te, pois, de recorrer à misericórdia de Deus, an- tes de cair nas mãos de sua justiça. Segue fielmente os conselhos dados por Jesus, o futuro Juiz: “Quando vais com teu adversário ao magistrado, procura livrar-te dele no cami- nho, para que não suceda que te conduza ao juiz, e o juiz te entregue ao meirinho, e o mei- rinho te encerre na prisão. Digo-te que dali não sairás enquanto não pagares o derradei- ro ceitil” (Lc 12,58). A aplicação é evidente. O teu adversário é a tua consciência, isto é, os teus pecados. Deves livrar-te deles, ainda em vida, para que não venhas a sofrer os duros castigos da eternidade. 2. As pobres almas não estão mais no estado de peregrinação e, por conseguinte, não são capazes de alcançar merecimento algum, nem de valer-se a si mesmas; só lhes resta sofrer. “Vêde que eu não acho socorro em mim”. Sentes grande compaixão da criança que vês chorar de aflição, sem ter quem lhe valha. As almas do purgatório estão muito mais abandonadas do que uma tal criança, e passam horas, dias, anos e, talvez, até sécu- los, gemendo e suplicando: “Compadecei-vos de mim, oh! Compadecei-vos de mim, ao me- nos vós, meus amigos, porque a mão do Se- nhor me tocou” (Job 19,21). Procura socorro para ti enquanto for tempo, o que farás, so- correndo às pobres almas por meio de ora- ções, sacrifícios e boas obras. Toma a teu cuidado estas santas almas, em particular as mais abandonadas e esquecidas por todos. 3. Considera a facilidade com que se esque-
  • 2. APOSTOLADO ECLESIAL E DISCERNIMENTO INACIANO Inácio de Azevedo nasceu no período áureo dos descobrimentos portugueses. A expansão organizada do Evangelho, no imenso continente brasileiro, ensaiava, então, os primeiros passos, da costa ao sertão. Numa sociedade primitiva de povos coletores e nómades, entregues à superstição, à guerra tribal e à antropofa- gia, ela havia de ser obra, não só de sacerdotes fervorosos e abne- gados, mas de compreensivos cooperadores leigos, cujos núcleos familiares servissem de pólos orientadores e aglutinantes de pro- moção social, como auxiliares da catequese. (...) A Providência guia os precursores por caminhos misteriosos. Criado na core, com certa instrução humanística, mas de gênio altivo e fragueiro, tinha de ser conquistado para caminhos de hu- mildade e doçura pela Cruz de Cristo. Sob a influência dum conci- dadão piedoso, Henrique Nunes de Gouveia, assistiu à pregação do jesuíta Francisco Estrada. À luz das verdades eternas, mediu a insignificância das vaidades transitórias e decidiu ir a Coimbra, para conhecer, mais a fundo, os jesuítas. Tinha 22 anos e resolveu entrar na companhia; mas esta resolução, queria-a cimentar em bases de discernimento sereno e forte. Para isso, fez os Exercícios Espirituais, durante 40 dias. Trocou o seu morgadio de Barbosa pela modesta roupeta inaciana. Prosseguiu os estudos de letras e completou-os com os de filosofia e teologia. O CHEFE NATO AO SERVIÇO DA GLÓRIA DE DEUS As notícias das Missões encantavam-no. Primeiro Angola e Con- go. Depois, a Índia e o Japão. Queria, porém, que a obediência dissesse a última palavra. “Não me consolaria, escreveu, se o pedi- do ou representação que fizesse, fosse causa da decisão dos Su- periores. A maior glória de Deus devia ser a razão suprema”. Como cedo revelou qualidades invulgares de chefe, foram estas aprovei- tadas nos colégios de Coimbra e Lisboa. Enviado para Braga, fun- dou, ali, as escolas que o arcebispo D. Frei Bartolomeu dos Márti- res pediu à Companhia. Entremeava o governo com ministérios, sobretudo nos hospitais, nas prisões e entre as populações rurais. As suas grandes armas apostólicas eram a oração, a penitência e as obras de misericórdia. O pendor ia, entretanto, para além-mar. No Brasil, o P. Nóbrega pedia insistentemente reforços evangélicos. Urgia, sobretudo, ter um homem capaz de reorganizar, em termos mais sólidos, as cris- tandades nascentes. Pensaram nele. Era homem ativo, empreen- dedor e enérgico na execução. Enviado a Roma como Procurador da Índia e do Brasil, na segunda Congregação Geral de 1565, foi nomeado pelo novo Prepósito, visitador das Terras de Santa Cruz. A incumbência revestiu-se de grande dinamismo e oportunas medi- das de governo, no sul e na Baía. O movimento perdera arranque. Cumpria reestruturar, mas para progredir. Tal empresa carecia de cooperadores. Em 1568, eleito de novo Procurador a Lisboa e Ro- ma, conseguiu, em Portugal, eficaz ajuda material. A maior riqueza, porém, são os homens. Percorreu diversas casas e colégios. A sua palavra persuasiva e apostólica acendia o entusiasmo da juventu- de. Em Roma, impressionou Pio V e Francisco de Borja. O Papa munia-o de amplas faculdades pastorais. O Santo Geral compreen- deu tão bem a urgência de auxílio ao Brasil que escreveu logo aos Provinciais de Espanha, para que fossem generosos em missioná- rios e esmolas, a favor de região tão carecida de meios. Esta reco- mendação tinha asas de fogo, na boca ardente de Azevedo. ANGARIADOR DE APÓSTOLOS PARA O BRASIL Voltando a Portugal, entre muitos que se ofereciam, deram-lhe três, em Valência; em Madrid, cinco; em Medina del Campo, dois; o maior contingente veio-lhe, porém, dos colégios e noviciados de Coimbra e Évora. Reuniu, assim, uma expedição de 73 padres e irmãos, com vários mecânicos e servidores seculares: ao todo, cerca de 100 pessoas. Esta heterogeneidade de elementos e con- dições, todavia, só podia dar resultado positivo, mercê de uma profunda unidade apostólica. Como a peste grassava em Lisboa, enquanto se esperavam os transportes, Inácio de Azevedo concentrou os expedicionários, principalmente religiosos, na Quinta de Val de Rosal, pertencente ao colégio de Santo Antão, e a sul do Tejo. Nesse ambiente sadio do campo e da praia atlântica, prepararia, física e espiritualmente, aquele batalhão de missionários, para a grande campanha evangeli- zadora do sertão brasileiro: corpos de ferro e corações de ouro! O FORJADOR DE ALMAS MISSIONÁRIAS Entre práticas comunitárias e individuais de devoção, piedosas leituras, exercícios de humildade e penitência, conferências espiritu- ais, horas de estudo ou trabalhos oficinais, entremeados de hones- tas recreações de música vocal e instrumental ou passeios pela charneca e à beira-mar, peregrinações aos santuários do termo e procissões litânicas pelos campos, segundo a liturgia do tempo, passaram-se meses de expectativa. Azevedo não era só a voz quen- te e arrebatadora dos entusiasmos da juventude. Segundo o seu método invariável, era o exemplo vivo de quanto inculcava, na asce- se e no zelo. O trabalho mais duro, a tarefa mais humilde, o serviço prestado com inalterável alegria e generosidade, eram para ele. Nas fontes do hagiológio cristão, dificilmente se encontrarão páginas de mais ingênua piedade, alegria jovial e acendrada caridade fraterna, alicerçadas em austeridade de vida, com que os futuros desbravado- res de florestas virgens e almas rudes se iniciavam, de longe. A 5 de Junho, o pacífico exército de 74 jesuítas, largava do Tejo, rumo à ilha da Madeira, nas três naus da frota. A vida de seculares e religiosos a bordo parecia mais conventual que profana, em comu- nhão piedosa, através das ondas, de preces comuns e cantos espiri- tuais, ao romper da manhã e ao cair noite, quando o tempo o permi- tia. A 30 de Junho, apesar da relutância do governador do Brasil, D. Luís de Vasconcelos, mas a pedidos dos mercadores da nau Santia- go que pretendiam passar pelas Canárias, Inácio reembarcou com 39 companheiros. Pressentindo o perigo dos corsários e com eles o martírio, convocou, antes do reembarque, a sua comitiva. Queria voluntários da morte por Cristo e não forçados. Alguns hesitaram, mas foram logo substituídos por candidatos das outras naus. Quan- do navegavam de Taza-Corte para La Palma, surgiu uma frota de piratas huguenotes, comandados por Jacques Sória. Como os defen- sores da nau Santiago eram poucos, o capitão pediu soldados a Azevedo. A condição eclesiástica e religiosa dos súditos não lhes permitia combater. Assistiram, apenas, os feridos e animaram os combatentes, rezando. Senhoreada a nau e vendo os hereges tantos missionários entre os tripulantes, sabendo que iam evangelizar o Brasil, acometeram-nos de armas em riste. Saiu-lhes ao encontro Azevedo, com uma imagem de Nossa Senhora nas mãos: “Todos me sejam testemunhas como morro pela Fé católica e pela Santa Igreja Romana”. Um soldado dera-lhe uma cutilada na cabeça, deixando-o coberto de sangue. UM COLÉGIO DE MÁRTIRES NO CÉU Em torno, os demais religiosos confortavam-no com as suas pre- ces e professavam, também, a própria fé, lamentando só o desam- paro das missões do Brasil. “Não choreis, filhos. Não chegaremos ao Brasil, mas fundaremos hoje, um colégio no céu”. Os huguenotes, enfurecidos, acabaram com Azevedo e Andrade que o amparava e deitaram-nos ao mar. Depois, arremeteram a todos os demais jesuítas, menos dois: um, que reservaram para o dia seguinte; outro, que fizeram seu cozinhei- ro. Substituiu este, um sobrinho do capitão da nau, de nome João, que desejava entrar na Companhia e se deu por jesuíta, completan- do, assim, a conta dos 40 mártires. Chamaram-no, por isso, Adauc- to. Tão numerosa falange, ceifada de um só golpe, impressionou viva- mente toda a Cristandade. Humanamente, era uma catástrofe para a evangelização do Brasil. Nas disposições adoráveis de Deus cons- tituía a verdadeira catedral de 40 pedras vivas, erguida como memo- rial magnífico no limiar do Brasil cristão, sob o sinal promissor do Cruzeiro do Sul. Os mártires de Cristo são os melhores evangelizadores. Uma vaga de entusiasmo levantar-se-ia por toda a catolicidade e o Brasil, da costa ao sertão, seria, mais que nunca, terra de benção. Pio IX reco- nheceu e confirmou o seu culto, a 11 de maio de 1854. Beato Inácio de Azevedo e 39 companheiros, mártires. Santos e beatos da companhia de Jesus
  • 3. Continuação. Passavam assim os dias da Jacinta, quan- do Nosso Senhor mandou a pneumônica, que a prostrou em cama, com seu Irmãozi- nho. Nas vésperas de adoecer dizia: “– Dói- me tanto a cabeça e tenho tanta sede! Mas não quero beber, para sofrer pelos pecado- res”. Todo o tempo que me ficava livre da esco- la e de alguma outra coisa que me mandas- sem fazer, ia para junto dos meus compa- nheiros. Quando, um dia, passava para a escola, diz-me a Jacinta: – “Olha, diz a Je- sus escondido, que eu gosto muito d’Ele e que O amo muito”. Outras vezes dizia: “– Diz a Jesus que Lhe mando muitas sauda- des”. Quando ia primeiro ao quarto dela, dizia: – “Agora vai ver o Francisco; eu faço o sacri- fício de ficar aqui sozinha”. Perguntei-lhe um dia: – “Estás melhor?” – “Já sabes que não melhoro”. E acrescentou: – “Tenho tantas dores no peito! Mas não digo nada; sofro pela conversão dos peca- dores”. Quando, um dia, cheguei junto dela, per- guntou-me: – “Já fizeste hoje muitos sacrifí- cios? Eu fiz muitos. Minha Mãe foi-se embo- ra e eu quis ir muitas vezes visitar o Francis- co e não fui”. (...) Um dia mandou-me chamar: que fosse junto dela depressa. Lá fui, correndo. – “Nossa Senhora veio nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu”. E a mim perguntou-me se queria ainda con- verter mais pecadores. Disse-Lhe que sim. Disse-me que ia para um hospital, que lá sofreria muito; que sofresse pela conversão dos pecadores, em reparação dos pecados contra o Imaculado Coração de Maria e por amor de Jesus. Perguntei se tu ias comigo. Disse que não. Isto é o que me custa mais. Disse que ia minha Mãe levar-me e, depois, fico lá sozinha!” Depois, ficou algum tempo pensativa. Depois, acrescentou: – “Se tu fosses comi- go! O que mais me custa é ir sem ti. (...); e eu estou ali a sofrer sozinha! Mas não im- porta, sofro por amor de Nosso Senhor, para reparar o Imaculado Coração de Maria, pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre”. Quando chegou o momento de seu irmão- zinho partir para o Céu, ela fez as suas reco- mendações: – “Dá muitas saudades mi- nhas a Nosso Senhor e a Nossa Senhora e diz-Lhes que sofro tudo quanto Eles quise- rem, para converter os pecadores e reparar o Imaculado Coração de Maria”. Sofreu muito com a morte do irmão. Fica- va por muito tempo pensativa; e se se Lhe perguntava no que estava a pensar, respon- dia: – “No Francisco. Quem me dera vê-lo!” E os olhos arrasavam-se-lhe de lágrimas. Um dia, disse-lhe: – “A ti já te falta pouco para ires para o Céu; mas eu!” – “Coitadinha! Não chores. Lá, hei-de pedir muito, muito, por ti. Tu, é Nossa Senhora que quer assim. Se me quisesse a mim, ficava contente, para sofrer mais pelos pe- cadores.” Chegou também o dia de ir para o hospi- tal, onde, na verdade, teve muito que sofrer. Quando a mãe a foi visitar, perguntou-lhe se queria alguma coisa. Disse-lhe que queria ver-me. Minha tia, ainda que com inúmeros sacrifícios, lá me levou, logo que pôde vol- tar. Logo que me viu, abraçou-me com ale- gria e pediu à mãe que me deixasse ficar e fosse a fazer compras. Perguntei-lhe, então, se sofria muito. – “Sofro, sim; mas ofereço tudo pelos peca- dores e para reparar o Imaculado Coração de Maria”. Depois falou com entusiasmo de Nosso Senhor e de Nossa Senhora e dizia: – “Gosto tanto de sofrer por Seu amor! Para dar-Lhes gosto! Eles gostam muito de quem sofre para converter os pecadores”. Esse tempo destinado para a visita passou rápido; e minha tia lá estava para me levar. Perguntou à sua filhinha se queria alguma coisa. Pediu para me trazer outra vez, quan- do voltasse a vê-la. E minha boa tia, que queria dar gosto à sua filhinha, lá me levou uma segunda vez. Encontrei-a com a mesma alegria por sofrer por amor de nosso bom Deus, do Imaculado Coração de Maria, pelos pecadores e pelo Santo Padre; era o seu ideal, era no que falava. Voltou ainda algum tempo para casa dos pais, com uma grande ferida aberta no pei- to, cujos curativos diários sofria sem uma queixa, sem mostrar o menor sinal de enfa- do. O que mais Lhe custava eram as fre- quentes visitas e interrogatórios das pesso- as que a procuravam e às quais agora não podia esconder-se. – “Ofereço também este sacrifício pelos pecadores – dizia com resignação. Quem me dera ir ao Cabeço rezar ainda um Terço na nossa loca! Mas já não sou capaz. Quan- do fores à Cova de Iria, reza por mim. Decer- to nunca mais lá vou” – dizia com as lágri- mas a correr-lhe pelas faces. (...) De novo a Santíssima Virgem se dignou visitar a Jacinta, para lhe anunciar novas cruzes e sacrifícios. Deu-me a notícia e dizia- me: – “Disse-me que vou para Lisboa, para outro hospital; que não te torno a ver, nem os meus pais; que, depois de sofrer muito, morro sozinha, mas que não tenha medo; que me vai lá Ela a buscar para o Céu”. E chorando, abraçava-me e dizia: – “Nunca mais te torno a ver. Tu lá não me vais a visi- tar. Olha, reza muito por mim, que morro sozinha”. Até que chegou o dia de ir para Lisboa, so- freu horrivelmente! Abraçava-se a mim e dizia, chorando: – “Nunca mais te hei-de tornar a ver?! Nem a minha Mãe, nem os meus irmãos, nem o meu Pai?! Nunca mais hei-de ver ninguém?! E depois morro sozinha!” – “Não penses nisso” – lhe disse um dia. – “Deixa-me pensar, porque, quan- to mais penso, mais sofro; e eu quero so- frer por amor de Nosso Senhor e pelos pecadores. E depois não me importo! Nos- sa Senhora vai-me lá a buscar para o Céu”. Às vezes beijava um crucifixo e, abraçan- do-o, dizia: – “Ó meu Jesus, eu Vos amo e quero sofrer muito por Vosso amor”. Outras vezes dizia: – “Ó Jesus, agora podes converter muitos pecadores, porque este sacrifício é muito grande!” Perguntava-me, às vezes: – “E vou mor- rer sem receber a Jesus escondido? Se m’O levasse Nossa Senhora, quando me for a buscar!...” Perguntei-lhe uma vez: – “Que vais a fazer no Céu?” – “Vou amar muito a Jesus, o Imaculado Coração de Maria, pedir muito por ti, pelos pecadores, pelo Santo Padre, pelos meus Pais e irmãos e por todas es- sas pessoas que me têm pedido para pe- dir por elas.” Quando a mãe se mostrava triste por a ver tão doentinha dizia: – “Não se aflija, minha Mãe: vou para o Céu. Lá hei-de pedir muito por si”. Outras vezes, dizia: – “Não chore, eu estou bem”. Se lhe perguntavam se precisava de alguma coisa, dizia: - “Muito obrigada, não preciso nada.” Quando se retiravam, dizia: - “Tenho muita sede, mas não quero beber; ofereço a Jesus pelos pecadores”. (...) Chegou, por fim, o dia de partir para Lisboa. A despedida cortava o coração. Permaneceu muito tempo abraçada ao meu pescoço e dizia, chorando: – “Nunca mais nos tornamos a ver! Reza muito por mim, até que eu vá para o Céu. Depois, lá, eu peço muito por ti. Não digas nunca o segredo a ninguém, ainda que te matem. Ama muito a Jesus e o Imaculado Coração de Maria e faz muitos sacrifícios pelos pecadores”. De Lisboa, mandou-me ainda dizer que Nossa Senhora já lá a tinha ido ver; que lhe tinha dito a hora e dia em que morria; e recomendava-me que fosse muito boa. Acabo, Ex.mo e Rev. mo Senhor Bispo, de contar a V. Ex.cia Rev.ma o que recordo da vida de Jacinta. Peço ao nosso bom Deus se digne acei- tar este ato de obediência, para acender nas almas a chama do amor aos Corações de Jesus e Maria. Primeira Memória—Vida de Jacinta Marto Memórias e Cartas da Irmã Lúcia
  • 4. Edição: Capela Nossa Senhora das Alegrias - Vitória, ES. http:/www.nossasenhoradasalegrias.com.br Entre em contato conosco pelo e-mail: jornalafamiliacatolica@gmail.com 969) Que deve fazer um bom cristão, pela manhã, assim que des- perta? Um bom cristão, pela manhã, assim que desperta, deve fazer o sinal da Cruz, e oferecer o coração a Deus, dizendo estas ou outras palavras semelhantes: Meu Deus, eu vos dou o meu coração e a minha alma. 970) Em que deveríamos pensar ao levantar da cama e enquanto nos vestimos? Ao levantar da cama e enquanto nos vestimos, deverí- amos pensar que Deus está presente, que este dia pode ser o último da nossa vida; ademais, devemos levantar-nos e vestir-nos com toda a modéstia possível. 971) Depois de se levantar e de se vestir, que deve fazer um bom cristão? A um bom cristão, apenas se tenha levantado e vestido, convém pôr-se na presença de Deus e ajoelhar-se, se pode, diante de alguma devota imagem, dizendo com devoção: "Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo de todo o coração; dou-Vos graças por me terdes criado, feito cristão e conservado nesta noite; ofereço-Vos todas as minhas ações, e peço-Vos que neste dia me preserveis do pecado, e me livreis de todo o mal. Assim seja". E rezar depois o Padre-Nosso, a Ave-Maria, o Credo, e os atos de Fé, de Esperança e de Caridade, acompanhando-os com um vivo afeto do coração. 972) Que práticas de piedade deveria fazer todos os dias o cristão? O cristão, podendo, deveria todos os dias: 1.º assistir com devoção à santa Missa; 2.º fazer uma visita, por breve que fosse, ao Santíssimo Sacramento; 3.º rezar o terço do santo Rosário. 973) Que deve ele fazer antes do trabalho? Antes do trabalho, con- vém oferecê-lo a Deus, dizendo do coração: "Senhor, eu Vos ofereço este trabalho, dai-me a vossa bênção". 974) Para que fim se deve trabalhar? Deve-se trabalhar para glória de Deus e para fazer a sua vontade. 975) Que convém fazer antes da refeição? Antes da refeição, con- vém fazer o sinal da Cruz, estando de pé, e depois dizer com devo- ção: "Senhor, abençoai-nos a nós e ao alimento que vamos tomar, para nos conservarmos no vosso santo serviço". 976) Depois da refeição, que convém fazer? Depois da refeição, convém fazer o sinal da Cruz, e dizer: "Senhor, eu Vos dou graças pelo alimento que me destes; fazei-me digno de participar da mesa celeste". 977) Quando nos vemos atormentados por alguma tentação, que devemos fazer? Quando nos vemos atormentados por alguma tenta- ção, devemos invocar com fé o Santíssimo Nome de Jesus ou de Maria, ou recitar fervorosamente alguma oração jaculatória, como, por exemplo: "Dai-me a graça, Senhor, de que eu nunca Vos ofenda"; ou então fazer o sinal da Cruz, evitando porém que as outras pesso- as, pelos sinais externos, suspeitem da tentação. 978) Quando uma pessoa reconhece ou receia que cometeu algum pecado, que deve fazer? Quando uma pessoa reconhece ou receia ter cometido algum pecado, convém fazer imediatamente um ato de contrição, e procurar confessar-se quanto antes. 979) Quando fora da Igreja se ouve o sinal de elevação da hóstia na Missa solene, ou da bênção do Santíssimo Sacramento, que se deve fazer? É bom fazer, ao menos com o coração, um ato de adoração, dizendo, por exemplo: "Graças e louvores se dêem a todo o momento ao Santíssimo e diviníssimo Sacramento". 980) Que se deve fazer quando tocam às Ave-Marias, pela manhã, ao meio-dia e à noite? Ao toque das Ave-Marias, o bom cristão recita o Anjo do Senhor com três Ave-Marias. 981) À noite, antes de deitar, que se deve fazer? À noite, antes de deitar, convém pôr-se, como de manhã, na presença de Deus, recitar devotamente as mesmas orações, fazer um breve exame de consciên- cia, e pedir perdão a Deus dos pecados cometidos durante o dia. 982) Que haveis de fazer antes de adormecer? Antes de adormecer, farei o sinal da Cruz, pensarei que posso morrer esta noite, e oferece- rei o coração a Deus, dizendo: "Meu Senhor e meu Deus, eu Vos dou todo o meu coração. Trindade Santíssima, concedei-me a graça de bem viver e de bem morrer. Jesus, Maria e José eu Vos encomendo a minha alma". 983) Além das orações da manhã e da noite, de que outra forma se pode recorrer a Deus no decurso do dia? No decurso do dia pode-se invocar a Deus freqüentemente com as orações breves que se cha- mam jaculatórias. 984) Dizei algumas jaculatórias. Senhor, valei-me; - Senhor, seja feita a vossa santíssima vontade; - Meu Jesus, eu quero ser todo vosso; - Meu Jesus, misericórdia; - Doce Coração de Jesus, que tanto nos ama- is, fazei que eu Vos ame cada vez mais; - Doce Coração de Maria sede minha salvação. 985) É útil recitar, durante o dia, muitas jaculatórias? É muito útil recitar, durante o dia, muitas jaculatórias, e podem recitar-se também com o coração, sem proferir palavras, caminhando, trabalhando, etc. 986) Além das orações jaculatórias, em que outra coisa deveria exer- citar-se com freqüência o cristão? Além das orações jaculatórias, o cristão deveria exercitar-se na mortificação cristã. 987) Que quer dizer mortificar-se? Mortificar-se quer dizer privar-se, por amor de Deus, daquilo que agrada, e aceitar o que desagrada aos sentidos ou ao amor próprio. 988) Quando é o Santíssimo Sacramento levado a um enfermo, que se deve fazer? Quando é o Santíssimo Sacramento levado a um enfer- mo, devemos, sendo possível, acompanhá-Lo com modéstia e recolhi- mento; e, se não é possível acompanhá-Lo, fazer um ato de adoração em qualquer lugar que nos encontremos, e dizer: "Consolai, Senhor, este enfermo, e concedei-lhe a graça de se conformar com a vossa santíssima vontade e de conseguir a sua salvação". 989) Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum moribundo, que ha- veis de fazer? Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum moribundo, irei, se puder, à igreja rezar por ele; e, não podendo, encomendarei a Nosso Senhor a sua alma, pensando que dentro em breve hei de en- contrar-me também eu nesse estado. * 990) Ao ouvir sinais pela morte de alguém, que haveis de fazer? Ao ouvir sinais pela morte de alguém, procurarei rezar um De profundis ou um Réquiem, ou um Padre-Nosso e uma Ave-Maria, pela alma desse defunto, e renovarei o pensamento da morte. * (*) Como não se toca o sino pela agonia e morte de alguém, ao me- nos nas grandes cidades, pensamos que o mesmo pode ser feito ao recebermos a notícia de que alguém está padecendo ou veio a falecer. Dos exercícios piedosos que se aconselham ao cristão para cada diaDos exercícios piedosos que se aconselham ao cristão para cada diaDos exercícios piedosos que se aconselham ao cristão para cada dia Catecismo São Pio X