Este estudo mapeou a prevalência de filaríase linfática, oncocercose e loíase na província de Bengo, Angola. Os resultados mostraram baixos níveis de endemicidade para as três doenças, com diferentes sobreposições geográficas. Isso tem implicações para a estratégia de tratamento mais segura nesta região.
1. Mapeamento
da
filaríase
linfá3ca,
oncocercose
e
loíase
na
Província
do
Bengo
Rossely
Paulo1,3,
Tom
Unnasch2,
Robert
Novak2,
Louise
Kelly-‐Hope3,
António
MarDns4,
Miguel
Brito1,5
1-‐
Centro
de
InvesDgação
em
Saúde
de
Angola;
2-‐
Universidade
da
Florida
do
Sul,
EUA;
3-‐
Escola
de
Liverpool
de
Medicina
Tropical,
Reino
Unido,
4
-‐Director
Provincial
de
Saúde,
Bengo,
5
-‐
Escola
Superior
de
Tecnologia
da
Saúde
de
Lisboa,
Portugal
Discussão
Resultados
Introdução
A
co-‐distribuição
de
loíase
é
um
entrave
significa3vo
para
o
programa
de
eliminação
da
filaríase
linfá3ca
e
da
oncocercose
em
Angola,
devido
ao
risco
de
efeitos
adversos
graves
associados
à
administração
de
ivermec3na.
A
província
do
Bengo
é
uma
área
de
risco
devido
à
co-‐endemicidade
histórica
de
filaríase
linfá3ca,
oncocercose
e
loíase
(Figura
1)
O
objec3vo
deste
estudo
é
realizar
o
mapeamento
das
filaríases
tendo
em
conta
a
sobreposição
geográfica
das
três
doenças
em
causa,
no
sen3do
de
se
avaliar
a
estratégia
de
tratamento
mais
segura
na
província
do
Bengo.
Área
de
estudo:
O
estudo
foi
realizado
pela
equipa
do
Centro
de
Inves3gação
em
Saúde
de
Angola
(CISA)
em
toda
a
provincia
do
Bengo.
Inquérito:
Foram
amostrados
2007
indivíduos
maiores
de
15
anos
entre
Agosto
e
Setembro
de
2014,
em
27
bairros,
dos
6
municípios
da
província
do
Bengo.
I. L.
loa
–
Procedimento
de
avaliação
rápida
da
loíase
(RAPLOA)
com
base
em
imagens
do
verme
do
olho.
II. Filaríase
Linfá3ca
–
relização
de
questões
rela3vas
à
morbilidade
da
doença
(presença
de
linfedema
e
hidrocelo).
III. Oncocercose
–
Mapeamento
epidemiológico
rápido
para
a
oncocercose
(REMO)
com
detecção
de
nódulos
subcutâneos.
Agradecimentos
O
Estudo
revela
níveis
reduzidos
de
endemecidade
nas
três
doenças,
com
diferentes
sobreposições
geograficas.
Este
estudo
fornece
dados
epidemiológicos
sobre
Loa
loa,
Oncocercose
e
Filariase
Linfá3ca
numa
zona
de
Angola
considerada
endémica
historicamente.
Os
resultados
mostram
uma
prevalência
baixa
das
três
doenças,
o
que
tem
implicações
para
a
estatégia
de
tratamento.
Os
resultados
vão
ajudar
a
determinar
o
potencial
uso
de
albendazol
e
de
redes
mosquiteiras
para
a
eliminação
da
filaríase
linfá3ca
e
ivermec3na
para
a
oncocercose
Agradecemos
aos
membros
da
comunidade
que
par3ciparam
deste
estudo
e
à
equipa
de
trabalho
de
campo
que
ajudaram
na
colheita
os
dados.
Patronos
e
financiadores:
Metodologia
Figura
1.
Mapa
de
distribuição
da
Loa
loa
Figura
2.
Área
de
estudo
no
municipio
do
Dande
Rela3vamente
ao
inquérito
REMO
a
frequência
de
casos
posi3vos
variou
entre
4.3%
a
6.8%,
sendo
o
valor
médio
para
a
província
de
5.5%.
(Tabela
2)
Foram
reportados
8
casos
de
linfedema
e
20
casos
de
hidrocelo
que
poderão
ser
indica3vos
de
filaríase
linfá3ca.
(Tabela
3).
Será
necessária
a
confirmação
por
biologia
molecular
dos
casos
de
linfedema
e
hidrocelo,
uma
vez
que
poderão
ter
origem
noutras
patologias,
onde
se
inclui
a
podoconiose
para
o
linfedema
Tabela
1
.
Prevalência
de
L.
loa
(RAPLOA)
Tabela
2
.
Prevalência
de
Oncocercose
(REMO)
Tabela
3
.
Prevalência
de
Filariase
Linfá8ca
A
frequência
de
casos
posi3vos
de
RAPLOA
nos
vários
municípios
variou
entre
0%
e
5.2%
com
um
valor
médio
de
2.0%
para
a
província.(
Tabela
1)