A escultura como estratégia de valorização de empreendimentos imobiliários
1. O uso da escultura como estratégia
na promoção e identidade
do empreendimento
Imagens Ilustrativas de esculturas de diversos autores: Tomie Ohtake, Niemeyer, Athos Bulcão e Bruno Giorgi
A escultura é um derivativo da arquitetura e sua natureza tem o poder de simbolizar algo -
sempre esteve em pedestal, no altar - é o epicentro cognitivo da construção que a abriga. A
escultura difere dos outros materiais que compõe um empreedimento. Ela é de outra ordem e
não deve ser vista como item de decoração - não se confunde com sofá ou tapete.
Por sua natureza simbólica, a escultura é subutilizada como ferramenta na estratégia de estru-
turação e promoção de um empreendimento.
O excesso de informações em todas as esferas de nossa vida é uma das características do nosso
tempo. Um empreendimento é uma atividade complexa, com muita informação para ser assi-
milada pelo cliente. Neste sentido, a escultura pode ajudar o cliente, como ícone que traduz o
todo. Por cognição, nosso cérebro sempre reduz e compartimentaliza as massas de informa-
ções em uma síntese.
Conseguir fixar um empreendimento de centenas de milhões de reais na percepção do cliente
é uma operação de ótimo custo/benefício.
2. A Escultura, por sua natureza simbólica, tem sido subutili-
zada como ferramenta na estratégia de estruturação e pro-
moção de um empreendimento.
Ela sempre esteve em pedestal, no altar e é o epicentro cog-
nitivo da construção que a abriga. A escultura difere dos
outros materiais que compõe um empreedimento. Ela é de
outra ordem e não deve ser vista como item de decoração -
não se confunde com sofá ou tapete.
Athos Bulcao foi a síntese dos 50 anos de Brasília. O clichê
da escultura na frente do edifício, na parede principal do
hall ou no centro do pátio interno: é o ícone, a síntese.
Um empreendimento, tem inúmeros vetores, é uma galáxia
de coisas, especificações, logística, fornecedores, materiais
diversos, pessoas a serem gerenciadas, alvarás, documen-
tos, registros, verificações, leis, novas tecnologias, risco
constante.
Acima desta operação, há ainda o encaixe deste empreen-
dimento específico no ecosistema da economia da cidade.
A necessidade de ser um produto inovador, atarente, efi-
ciente, financeiramente viável e posicionado em nicho de
mercado. Se ao final do empreendimento, mesmo que o
resultado seja uma obra perfeita, ainda resta o problema de
fazer ver ao mercado esta informação.
O sufocante excesso de informações e escassez de tempo
disponível para assimilação, é uma das marcas do nosso
tempo. Na disputa pela percepção do cliente, a escultura
pode funcionar como ícone que traduz o todo. Para cog-
nição, nosso cérebro sempre reduz e compartimentaliza as
massas de informações em uma síntese.
Como na comunicação, é a frase-síntese de impacto que
fica. O uso do computador seguiu esta mesma fórmula, dos
ícones da Apple/Windows – que traduziu o complexo.
A escultura pode funcionar como um avatar do empreendi-
mento na percepção do cliente.
Conseguir fazer brilhar um empreendimento de centenas
de milhões de reais na mente do cliente melhorando subs-
tancialmente o ícone, é uma operação de alto custo/bene-
fício.
O clichê da escultura
na frente do edifício, na
parede principal
do hall ou no centro do
pátio interno:
é o ícone, a síntese do
todo. Escultura sempre
esteve em pedestal,
no altar, é o epicentro
cognitivo da construção
que a abriga.
Na disputa pela
percepção do cliente,
a escultura pode
funcionar como um
ícone que traduz o todo.
É um tipo de avatar
do empreendimento
no cérebro do cliente.
Por cognição, nosso
cérebro sempre reduz
e compartimentaliza as
massas de informações
em uma síntese.
Como na comunicação,
é a frase-síntese de
impacto que fica. Athos
Bulcao foi a síntese dos
50 anos de Brasília.
É possível usar esta
fómula cognitiva
fazendo brilhar um
empreendimento de
centenas de milhões
de reais na mente do
cliente otimizando o
custo/benefício.
3. Esta proposta visa agregar valor duradouro para marcas
no segmento de Incorporação. Através de baixo inves-
timento, o uso eficiente desta ferramenta pode trazer
enormes benefícios para o empreendimento específico, o
negócio como um todo, a marca da construtora, o setor
da construção civil, a imagem da cidade, a comunidade e
o patrimônio cultural do país.
1. O custo-benefício é alto e mensurável. O percentu-
al de investimento é ínfimo diante do custo total da
construção e o retorno é desproporcional ao investi-
do. Quanto custa pender o cliente na comercialização
de uma única unidade diante do similar concorrente?
As construções que hoje possuem obras de Athos Bul-
cão ou edificações com assinatura de Niemeyer são
lugares quase-míticos. Esta mística é o sonho que
toda empresa, por maior que seja, almeja para seus
produtos. Porém, é uma operação empresarial extre-
mamente dispendiosa e na maior parte dos casos é
inalcançável.
2. Investimento em arte não é efêmero como a comuni-
cação de varejo ou promoção de eventos. É uma ação
que irá agregar valor por tempo infinito e que possui
retorno a médio e longo prazo.
3. Ao colar a imagem da obra de arte ao empreendimen-
to, o imóvel torna-se mais valioso no imaginário do
cliente e esteticamente mais agradável que um similar,
com ganho comercial efetivo.
4. A imagem da construtora reveste-se de responsabili-
dade cultural.
5. Brasília não tem construtora identificada com mecena-
to ou patrocínio cultural. Em termos de investimento
em mídia, posicionar uma empresa em determinado
nicho custa caro - e com risco do investimento não ter
garantia de sucesso.
6. Nas comemorações de 50 anos de Brasília, o símbo-
lo maior e sem contestação foi Athos Bulcão. Há uma
enorme generosidade da História e da mídia ao abor-
dar o patrimônio cultural no tempo futuro. Por algum
motivo, isso não acontece no tempo do agora, mas o
gestor empresarial pode criar ativos com esta situação.
Através de baixo
investimento, o uso
consciente desta
ferramenta pode
trazer enormes
benefícios para o
empreendimento
específico, o negócio
como um todo, a
marca da construtora,
o setor da construção
civil, a imagem da
cidade, a comunidade
e o patrimônio
cultural do país.
O retorno é
desproporcional
ao investido.
Quanto custa
pender o cliente na
comercialização de
uma única unidade
diante do similar
concorrente?
O imóvel torna-
se mais valioso
no imaginário do
cliente, com ganho
comercial efetivo
É um investimento
que irá agregar
valor por tempo
infinito. A escultura
é visualmente
sólida e imponente,
emprestando este tipo
de reputação à marca.
4. 7. Brasília é a capital do Brasil, e o Brasil ganhou dimen-
são inesperada de grande player mundial. Nossas as-
pirações como brasileiros e brasilienses são grandes.
Nossa construção cultural sempre ansiou por reconhe-
cimento global. Vide o Futebol, e agora nossa econo-
mia ultrapassou a economia britânica. Brasília deve ri-
valizar com Paris ou Londres. Por que não rivalizar com
eles? O que falta para isso, ao menos no que tange a
nossa responsabilidade?
8. Os artistas regionais ainda possuem valores assimilá-
veis pelo mercado da construção civil. Artistas con-
sagrados possuem valores inviáveis, que orbitam em
centenas de milhares de reais ou mais. Em mercados
mais maduros, como o europeu e o chinês, os valores
são dezenas de milhões.
9. Brasília já possui um tipo de imagem com nicho cog-
nitivo que tangencia arquitetura e modernidade. A
assimilação de investimento em escultura contempo-
rânea é uma extensão natural. Brasília é uma cidade-
-conceito, uma arquitetura única no mundo. Escultura
é um derivativo, um desdobramento da arquitetura,
uma linguagem de material sólido e diálogo espacial.
10. O setor de construção civil é historicamente associado
de forma negativa ao pior da atividade política. Inves-
timento em escultura é investimento em valores posi-
tivos como cultura e criatividade. É uma modalidade
de generosidade empresarial, traduzida pela comuni-
dade como responsabilidade social.
11. Diferente das outras artes, escultura é visualmente só-
lida e imponente, emprestando este tipo de reputação
à marca.
12. Ao inserir uma escultura na construção, nosso mode-
lo de cognição a torna uma representação do empre-
endimento. Esta é a importância de utilizar conceito,
materiais e formas de alto nível.
Brasília deve
rivalizar com Paris
ou Londres. Por
que não rivalizar
com eles? O que
falta para isso,
ao menos no que
tange a nossa
responsabilidade?
Posicionar uma
empresa em
determinado nicho
com investimento em
mídia custa caro e
não há garantia de
sucesso.
Nossa construção
cultural sempre
ansiou por
reconhecimento
global
Os artistas regionais
ainda possuem
valores assimiláveis
pelo mercado da
construção civil.
Brasília é uma
cidade-conceito,
uma arquitetura
única no mundo.
Escultura é um
derivativo, um
desdobramento da
arquitetura.
5. Sobre o autor
Rogério Reis é Formado em Desenho Industrial pela UFRJ
(Escola de Belas Artes) e com MBA em Gestão de Negócios
com ênfase em Marketing pela ESPM (Escola Superior de
propaganda e Marketing). Trabalhou muitos anos na área
de criação em agências de publicidade e design.
Como artista plástico desenvolveu o conceito de escultu-
ras contemporâneas intituladas Morfoses, linguagem que
se situa na fronteira entre arte, design e pensamento. Ver
portfólio em anexo com imagens e texto.
Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Laje com
Daniel Senise, Fernando Cocchiaralle (curador do MAM),
Nelson Leiner (Bienal de Veneza) e Charles Watson.
Artista com identificação em Brasília, suas formas foram
influenciadas pelas curvas de Niemeyer. No Brasil, sua obra
tem proximidade com Tomie Ohtake e no exterior com
Anish Kapoor.
__________
As Morfoses fazem parte da trilogia do autor onde cons-
tam ainda 2 outros projetos com a mesma linha de pes-
quisa, com o tema da civilização brasileira como fio con-
dutor: “Futebol paixão, o delírio de uma Nação” e O.M.I.B.
– Origens mitológicas do Inconsciente Brasileiro. Este últi-
mo, um estudo do âmago das raças que formaram o Bra-
sil. Cada qual com abordagem distinta: mito, antropologia
cultural e utopia.