SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 5
Downloaden Sie, um offline zu lesen
O uso da escultura como estratégia
na promoção e identidade
do empreendimento
Imagens Ilustrativas de esculturas de diversos autores: Tomie Ohtake, Niemeyer, Athos Bulcão e Bruno Giorgi
A escultura é um derivativo da arquitetura e sua natureza tem o poder de simbolizar algo -
sempre esteve em pedestal, no altar - é o epicentro cognitivo da construção que a abriga. A
escultura difere dos outros materiais que compõe um empreedimento. Ela é de outra ordem e
não deve ser vista como item de decoração - não se confunde com sofá ou tapete.
Por sua natureza simbólica, a escultura é subutilizada como ferramenta na estratégia de estru-
turação e promoção de um empreendimento.
O excesso de informações em todas as esferas de nossa vida é uma das características do nosso
tempo. Um empreendimento é uma atividade complexa, com muita informação para ser assi-
milada pelo cliente. Neste sentido, a escultura pode ajudar o cliente, como ícone que traduz o
todo. Por cognição, nosso cérebro sempre reduz e compartimentaliza as massas de informa-
ções em uma síntese.
Conseguir fixar um empreendimento de centenas de milhões de reais na percepção do cliente
é uma operação de ótimo custo/benefício.
A Escultura, por sua natureza simbólica, tem sido subutili-
zada como ferramenta na estratégia de estruturação e pro-
moção de um empreendimento.
Ela sempre esteve em pedestal, no altar e é o epicentro cog-
nitivo da construção que a abriga. A escultura difere dos
outros materiais que compõe um empreedimento. Ela é de
outra ordem e não deve ser vista como item de decoração -
não se confunde com sofá ou tapete.
Athos Bulcao foi a síntese dos 50 anos de Brasília. O clichê
da escultura na frente do edifício, na parede principal do
hall ou no centro do pátio interno: é o ícone, a síntese.
Um empreendimento, tem inúmeros vetores, é uma galáxia
de coisas, especificações, logística, fornecedores, materiais
diversos, pessoas a serem gerenciadas, alvarás, documen-
tos, registros, verificações, leis, novas tecnologias, risco
constante.
Acima desta operação, há ainda o encaixe deste empreen-
dimento específico no ecosistema da economia da cidade.
A necessidade de ser um produto inovador, atarente, efi-
ciente, financeiramente viável e posicionado em nicho de
mercado. Se ao final do empreendimento, mesmo que o
resultado seja uma obra perfeita, ainda resta o problema de
fazer ver ao mercado esta informação.
O sufocante excesso de informações e escassez de tempo
disponível para assimilação, é uma das marcas do nosso
tempo. Na disputa pela percepção do cliente, a escultura
pode funcionar como ícone que traduz o todo. Para cog-
nição, nosso cérebro sempre reduz e compartimentaliza as
massas de informações em uma síntese.
Como na comunicação, é a frase-síntese de impacto que
fica. O uso do computador seguiu esta mesma fórmula, dos
ícones da Apple/Windows – que traduziu o complexo.
A escultura pode funcionar como um avatar do empreendi-
mento na percepção do cliente.
Conseguir fazer brilhar um empreendimento de centenas
de milhões de reais na mente do cliente melhorando subs-
tancialmente o ícone, é uma operação de alto custo/bene-
fício.
O clichê da escultura
na frente do edifício, na
parede principal
do hall ou no centro do
pátio interno:
é o ícone, a síntese do
todo. Escultura sempre
esteve em pedestal,
no altar, é o epicentro
cognitivo da construção
que a abriga.
Na disputa pela
percepção do cliente,
a escultura pode
funcionar como um
ícone que traduz o todo.
É um tipo de avatar
do empreendimento
no cérebro do cliente.
Por cognição, nosso
cérebro sempre reduz
e compartimentaliza as
massas de informações
em uma síntese.
Como na comunicação,
é a frase-síntese de
impacto que fica. Athos
Bulcao foi a síntese dos
50 anos de Brasília.
É possível usar esta
fómula cognitiva
fazendo brilhar um
empreendimento de
centenas de milhões
de reais na mente do
cliente otimizando o
custo/benefício.
Esta proposta visa agregar valor duradouro para marcas
no segmento de Incorporação. Através de baixo inves-
timento, o uso eficiente desta ferramenta pode trazer
enormes benefícios para o empreendimento específico, o
negócio como um todo, a marca da construtora, o setor
da construção civil, a imagem da cidade, a comunidade e
o patrimônio cultural do país.
1.	 O custo-benefício é alto e mensurável. O percentu-
al de investimento é ínfimo diante do custo total da
construção e o retorno é desproporcional ao investi-
do. Quanto custa pender o cliente na comercialização
de uma única unidade diante do similar concorrente?
As construções que hoje possuem obras de Athos Bul-
cão ou edificações com assinatura de Niemeyer são
lugares quase-míticos. Esta mística é o sonho que
toda empresa, por maior que seja, almeja para seus
produtos. Porém, é uma operação empresarial extre-
mamente dispendiosa e na maior parte dos casos é
inalcançável.
2.	 Investimento em arte não é efêmero como a comuni-
cação de varejo ou promoção de eventos. É uma ação
que irá agregar valor por tempo infinito e que possui
retorno a médio e longo prazo.
3.	 Ao colar a imagem da obra de arte ao empreendimen-
to, o imóvel torna-se mais valioso no imaginário do
cliente e esteticamente mais agradável que um similar,
com ganho comercial efetivo.
4.	 A imagem da construtora reveste-se de responsabili-
dade cultural.
5.	 Brasília não tem construtora identificada com mecena-
to ou patrocínio cultural. Em termos de investimento
em mídia, posicionar uma empresa em determinado
nicho custa caro - e com risco do investimento não ter
garantia de sucesso.
6.	 Nas comemorações de 50 anos de Brasília, o símbo-
lo maior e sem contestação foi Athos Bulcão. Há uma
enorme generosidade da História e da mídia ao abor-
dar o patrimônio cultural no tempo futuro. Por algum
motivo, isso não acontece no tempo do agora, mas o
gestor empresarial pode criar ativos com esta situação.
Através de baixo
investimento, o uso
consciente desta
ferramenta pode
trazer enormes
benefícios para o
empreendimento
específico, o negócio
como um todo, a
marca da construtora,
o setor da construção
civil, a imagem da
cidade, a comunidade
e o patrimônio
cultural do país.
O retorno é
desproporcional
ao investido.
Quanto custa
pender o cliente na
comercialização de
uma única unidade
diante do similar
concorrente?
O imóvel torna-
se mais valioso
no imaginário do
cliente, com ganho
comercial efetivo
É um investimento
que irá agregar
valor por tempo
infinito. A escultura
é visualmente
sólida e imponente,
emprestando este tipo
de reputação à marca.
7.	 Brasília é a capital do Brasil, e o Brasil ganhou dimen-
são inesperada de grande player mundial. Nossas as-
pirações como brasileiros e brasilienses são grandes.
Nossa construção cultural sempre ansiou por reconhe-
cimento global. Vide o Futebol, e agora nossa econo-
mia ultrapassou a economia britânica. Brasília deve ri-
valizar com Paris ou Londres. Por que não rivalizar com
eles? O que falta para isso, ao menos no que tange a
nossa responsabilidade?
8.	 Os artistas regionais ainda possuem valores assimilá-
veis pelo mercado da construção civil. Artistas con-
sagrados possuem valores inviáveis, que orbitam em
centenas de milhares de reais ou mais. Em mercados
mais maduros, como o europeu e o chinês, os valores
são dezenas de milhões.
9.	 Brasília já possui um tipo de imagem com nicho cog-
nitivo que tangencia arquitetura e modernidade. A
assimilação de investimento em escultura contempo-
rânea é uma extensão natural. Brasília é uma cidade-
-conceito, uma arquitetura única no mundo. Escultura
é um derivativo, um desdobramento da arquitetura,
uma linguagem de material sólido e diálogo espacial.
10.	O setor de construção civil é historicamente associado
de forma negativa ao pior da atividade política. Inves-
timento em escultura é investimento em valores posi-
tivos como cultura e criatividade. É uma modalidade
de generosidade empresarial, traduzida pela comuni-
dade como responsabilidade social.
11.	Diferente das outras artes, escultura é visualmente só-
lida e imponente, emprestando este tipo de reputação
à marca.
12.	Ao inserir uma escultura na construção, nosso mode-
lo de cognição a torna uma representação do empre-
endimento. Esta é a importância de utilizar conceito,
materiais e formas de alto nível.
Brasília deve
rivalizar com Paris
ou Londres. Por
que não rivalizar
com eles? O que
falta para isso,
ao menos no que
tange a nossa
responsabilidade?
Posicionar uma
empresa em
determinado nicho
com investimento em
mídia custa caro e
não há garantia de
sucesso.
Nossa construção
cultural sempre
ansiou por
reconhecimento
global
Os artistas regionais
ainda possuem
valores assimiláveis
pelo mercado da
construção civil.
Brasília é uma
cidade-conceito,
uma arquitetura
única no mundo.
Escultura é um
derivativo, um
desdobramento da
arquitetura.
Sobre o autor
Rogério Reis é Formado em Desenho Industrial pela UFRJ
(Escola de Belas Artes) e com MBA em Gestão de Negócios
com ênfase em Marketing pela ESPM (Escola Superior de
propaganda e Marketing). Trabalhou muitos anos na área
de criação em agências de publicidade e design.
Como artista plástico desenvolveu o conceito de escultu-
ras contemporâneas intituladas Morfoses, linguagem que
se situa na fronteira entre arte, design e pensamento. Ver
portfólio em anexo com imagens e texto.
Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Laje com
Daniel Senise, Fernando Cocchiaralle (curador do MAM),
Nelson Leiner (Bienal de Veneza) e Charles Watson.
Artista com identificação em Brasília, suas formas foram
influenciadas pelas curvas de Niemeyer. No Brasil, sua obra
tem proximidade com Tomie Ohtake e no exterior com
Anish Kapoor.
__________
As Morfoses fazem parte da trilogia do autor onde cons-
tam ainda 2 outros projetos com a mesma linha de pes-
quisa, com o tema da civilização brasileira como fio con-
dutor: “Futebol paixão, o delírio de uma Nação” e O.M.I.B.
– Origens mitológicas do Inconsciente Brasileiro. Este últi-
mo, um estudo do âmago das raças que formaram o Bra-
sil. Cada qual com abordagem distinta: mito, antropologia
cultural e utopia.

Weitere ähnliche Inhalte

Ähnlich wie A escultura como estratégia de valorização de empreendimentos imobiliários

O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)
O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)
O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)+ Aloisio Magalhães
 
Design empresa-sociedade
Design empresa-sociedadeDesign empresa-sociedade
Design empresa-sociedaderamoneslid
 
Design empresa sociedade
Design empresa sociedadeDesign empresa sociedade
Design empresa sociedadeRodrigo Ollicom
 
Felipe cavalcante complan v2
Felipe cavalcante   complan v2Felipe cavalcante   complan v2
Felipe cavalcante complan v2licianecosta
 
Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21
Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21
Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21FGV | Fundação Getulio Vargas
 
O que é Design Estratégico - Escola de Design Unisinos
O que é Design Estratégico - Escola de Design UnisinosO que é Design Estratégico - Escola de Design Unisinos
O que é Design Estratégico - Escola de Design UnisinosEscola de Design Unisinos
 
Jornal ABD Setembro
Jornal ABD SetembroJornal ABD Setembro
Jornal ABD SetembroAndressa Luz
 
LISBOA: ECONOMIA CRIATIVA / LISBON CREATIVE ECONOMY
LISBOA: ECONOMIA CRIATIVA  /  LISBON CREATIVE ECONOMYLISBOA: ECONOMIA CRIATIVA  /  LISBON CREATIVE ECONOMY
LISBOA: ECONOMIA CRIATIVA / LISBON CREATIVE ECONOMYPaulo Carvalho
 
Lisboa economia criativa
Lisboa economia criativaLisboa economia criativa
Lisboa economia criativaPedro Dias
 
Relações entre design gráfico e estética
Relações entre design gráfico e estéticaRelações entre design gráfico e estética
Relações entre design gráfico e estéticaCarol Gusmão
 

Ähnlich wie A escultura como estratégia de valorização de empreendimentos imobiliários (20)

O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)
O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)
O que o desenho industrial pode fazer pelo país? (8a13)
 
Texto7 midia arquiteturapedroarantes
Texto7 midia arquiteturapedroarantesTexto7 midia arquiteturapedroarantes
Texto7 midia arquiteturapedroarantes
 
Economia criativa
Economia criativaEconomia criativa
Economia criativa
 
Pedro fiori arantes
Pedro fiori arantesPedro fiori arantes
Pedro fiori arantes
 
Design empresa-sociedade
Design empresa-sociedadeDesign empresa-sociedade
Design empresa-sociedade
 
Design empresa sociedade
Design empresa sociedadeDesign empresa sociedade
Design empresa sociedade
 
Design empresa sociedade
Design empresa sociedadeDesign empresa sociedade
Design empresa sociedade
 
Adit brasil
Adit brasilAdit brasil
Adit brasil
 
Felipe cavalcante complan v2
Felipe cavalcante   complan v2Felipe cavalcante   complan v2
Felipe cavalcante complan v2
 
Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21
Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21
Caderno de Inovação | Inovação nas Indústrias Criativas - Número 21
 
O que é Design Estratégico - Escola de Design Unisinos
O que é Design Estratégico - Escola de Design UnisinosO que é Design Estratégico - Escola de Design Unisinos
O que é Design Estratégico - Escola de Design Unisinos
 
C D Rio Resumo
C D Rio ResumoC D Rio Resumo
C D Rio Resumo
 
Cv m01
Cv  m01Cv  m01
Cv m01
 
Cv m01
Cv  m01Cv  m01
Cv m01
 
Design, Empresa, Sociedade
Design, Empresa, SociedadeDesign, Empresa, Sociedade
Design, Empresa, Sociedade
 
Jornal ABD Setembro
Jornal ABD SetembroJornal ABD Setembro
Jornal ABD Setembro
 
LISBOA: ECONOMIA CRIATIVA / LISBON CREATIVE ECONOMY
LISBOA: ECONOMIA CRIATIVA  /  LISBON CREATIVE ECONOMYLISBOA: ECONOMIA CRIATIVA  /  LISBON CREATIVE ECONOMY
LISBOA: ECONOMIA CRIATIVA / LISBON CREATIVE ECONOMY
 
Lisboa economia criativa
Lisboa economia criativaLisboa economia criativa
Lisboa economia criativa
 
Relações entre design gráfico e estética
Relações entre design gráfico e estéticaRelações entre design gráfico e estética
Relações entre design gráfico e estética
 
Guia Design Weekend São Paulo 2014
Guia Design Weekend São Paulo 2014Guia Design Weekend São Paulo 2014
Guia Design Weekend São Paulo 2014
 

A escultura como estratégia de valorização de empreendimentos imobiliários

  • 1. O uso da escultura como estratégia na promoção e identidade do empreendimento Imagens Ilustrativas de esculturas de diversos autores: Tomie Ohtake, Niemeyer, Athos Bulcão e Bruno Giorgi A escultura é um derivativo da arquitetura e sua natureza tem o poder de simbolizar algo - sempre esteve em pedestal, no altar - é o epicentro cognitivo da construção que a abriga. A escultura difere dos outros materiais que compõe um empreedimento. Ela é de outra ordem e não deve ser vista como item de decoração - não se confunde com sofá ou tapete. Por sua natureza simbólica, a escultura é subutilizada como ferramenta na estratégia de estru- turação e promoção de um empreendimento. O excesso de informações em todas as esferas de nossa vida é uma das características do nosso tempo. Um empreendimento é uma atividade complexa, com muita informação para ser assi- milada pelo cliente. Neste sentido, a escultura pode ajudar o cliente, como ícone que traduz o todo. Por cognição, nosso cérebro sempre reduz e compartimentaliza as massas de informa- ções em uma síntese. Conseguir fixar um empreendimento de centenas de milhões de reais na percepção do cliente é uma operação de ótimo custo/benefício.
  • 2. A Escultura, por sua natureza simbólica, tem sido subutili- zada como ferramenta na estratégia de estruturação e pro- moção de um empreendimento. Ela sempre esteve em pedestal, no altar e é o epicentro cog- nitivo da construção que a abriga. A escultura difere dos outros materiais que compõe um empreedimento. Ela é de outra ordem e não deve ser vista como item de decoração - não se confunde com sofá ou tapete. Athos Bulcao foi a síntese dos 50 anos de Brasília. O clichê da escultura na frente do edifício, na parede principal do hall ou no centro do pátio interno: é o ícone, a síntese. Um empreendimento, tem inúmeros vetores, é uma galáxia de coisas, especificações, logística, fornecedores, materiais diversos, pessoas a serem gerenciadas, alvarás, documen- tos, registros, verificações, leis, novas tecnologias, risco constante. Acima desta operação, há ainda o encaixe deste empreen- dimento específico no ecosistema da economia da cidade. A necessidade de ser um produto inovador, atarente, efi- ciente, financeiramente viável e posicionado em nicho de mercado. Se ao final do empreendimento, mesmo que o resultado seja uma obra perfeita, ainda resta o problema de fazer ver ao mercado esta informação. O sufocante excesso de informações e escassez de tempo disponível para assimilação, é uma das marcas do nosso tempo. Na disputa pela percepção do cliente, a escultura pode funcionar como ícone que traduz o todo. Para cog- nição, nosso cérebro sempre reduz e compartimentaliza as massas de informações em uma síntese. Como na comunicação, é a frase-síntese de impacto que fica. O uso do computador seguiu esta mesma fórmula, dos ícones da Apple/Windows – que traduziu o complexo. A escultura pode funcionar como um avatar do empreendi- mento na percepção do cliente. Conseguir fazer brilhar um empreendimento de centenas de milhões de reais na mente do cliente melhorando subs- tancialmente o ícone, é uma operação de alto custo/bene- fício. O clichê da escultura na frente do edifício, na parede principal do hall ou no centro do pátio interno: é o ícone, a síntese do todo. Escultura sempre esteve em pedestal, no altar, é o epicentro cognitivo da construção que a abriga. Na disputa pela percepção do cliente, a escultura pode funcionar como um ícone que traduz o todo. É um tipo de avatar do empreendimento no cérebro do cliente. Por cognição, nosso cérebro sempre reduz e compartimentaliza as massas de informações em uma síntese. Como na comunicação, é a frase-síntese de impacto que fica. Athos Bulcao foi a síntese dos 50 anos de Brasília. É possível usar esta fómula cognitiva fazendo brilhar um empreendimento de centenas de milhões de reais na mente do cliente otimizando o custo/benefício.
  • 3. Esta proposta visa agregar valor duradouro para marcas no segmento de Incorporação. Através de baixo inves- timento, o uso eficiente desta ferramenta pode trazer enormes benefícios para o empreendimento específico, o negócio como um todo, a marca da construtora, o setor da construção civil, a imagem da cidade, a comunidade e o patrimônio cultural do país. 1. O custo-benefício é alto e mensurável. O percentu- al de investimento é ínfimo diante do custo total da construção e o retorno é desproporcional ao investi- do. Quanto custa pender o cliente na comercialização de uma única unidade diante do similar concorrente? As construções que hoje possuem obras de Athos Bul- cão ou edificações com assinatura de Niemeyer são lugares quase-míticos. Esta mística é o sonho que toda empresa, por maior que seja, almeja para seus produtos. Porém, é uma operação empresarial extre- mamente dispendiosa e na maior parte dos casos é inalcançável. 2. Investimento em arte não é efêmero como a comuni- cação de varejo ou promoção de eventos. É uma ação que irá agregar valor por tempo infinito e que possui retorno a médio e longo prazo. 3. Ao colar a imagem da obra de arte ao empreendimen- to, o imóvel torna-se mais valioso no imaginário do cliente e esteticamente mais agradável que um similar, com ganho comercial efetivo. 4. A imagem da construtora reveste-se de responsabili- dade cultural. 5. Brasília não tem construtora identificada com mecena- to ou patrocínio cultural. Em termos de investimento em mídia, posicionar uma empresa em determinado nicho custa caro - e com risco do investimento não ter garantia de sucesso. 6. Nas comemorações de 50 anos de Brasília, o símbo- lo maior e sem contestação foi Athos Bulcão. Há uma enorme generosidade da História e da mídia ao abor- dar o patrimônio cultural no tempo futuro. Por algum motivo, isso não acontece no tempo do agora, mas o gestor empresarial pode criar ativos com esta situação. Através de baixo investimento, o uso consciente desta ferramenta pode trazer enormes benefícios para o empreendimento específico, o negócio como um todo, a marca da construtora, o setor da construção civil, a imagem da cidade, a comunidade e o patrimônio cultural do país. O retorno é desproporcional ao investido. Quanto custa pender o cliente na comercialização de uma única unidade diante do similar concorrente? O imóvel torna- se mais valioso no imaginário do cliente, com ganho comercial efetivo É um investimento que irá agregar valor por tempo infinito. A escultura é visualmente sólida e imponente, emprestando este tipo de reputação à marca.
  • 4. 7. Brasília é a capital do Brasil, e o Brasil ganhou dimen- são inesperada de grande player mundial. Nossas as- pirações como brasileiros e brasilienses são grandes. Nossa construção cultural sempre ansiou por reconhe- cimento global. Vide o Futebol, e agora nossa econo- mia ultrapassou a economia britânica. Brasília deve ri- valizar com Paris ou Londres. Por que não rivalizar com eles? O que falta para isso, ao menos no que tange a nossa responsabilidade? 8. Os artistas regionais ainda possuem valores assimilá- veis pelo mercado da construção civil. Artistas con- sagrados possuem valores inviáveis, que orbitam em centenas de milhares de reais ou mais. Em mercados mais maduros, como o europeu e o chinês, os valores são dezenas de milhões. 9. Brasília já possui um tipo de imagem com nicho cog- nitivo que tangencia arquitetura e modernidade. A assimilação de investimento em escultura contempo- rânea é uma extensão natural. Brasília é uma cidade- -conceito, uma arquitetura única no mundo. Escultura é um derivativo, um desdobramento da arquitetura, uma linguagem de material sólido e diálogo espacial. 10. O setor de construção civil é historicamente associado de forma negativa ao pior da atividade política. Inves- timento em escultura é investimento em valores posi- tivos como cultura e criatividade. É uma modalidade de generosidade empresarial, traduzida pela comuni- dade como responsabilidade social. 11. Diferente das outras artes, escultura é visualmente só- lida e imponente, emprestando este tipo de reputação à marca. 12. Ao inserir uma escultura na construção, nosso mode- lo de cognição a torna uma representação do empre- endimento. Esta é a importância de utilizar conceito, materiais e formas de alto nível. Brasília deve rivalizar com Paris ou Londres. Por que não rivalizar com eles? O que falta para isso, ao menos no que tange a nossa responsabilidade? Posicionar uma empresa em determinado nicho com investimento em mídia custa caro e não há garantia de sucesso. Nossa construção cultural sempre ansiou por reconhecimento global Os artistas regionais ainda possuem valores assimiláveis pelo mercado da construção civil. Brasília é uma cidade-conceito, uma arquitetura única no mundo. Escultura é um derivativo, um desdobramento da arquitetura.
  • 5. Sobre o autor Rogério Reis é Formado em Desenho Industrial pela UFRJ (Escola de Belas Artes) e com MBA em Gestão de Negócios com ênfase em Marketing pela ESPM (Escola Superior de propaganda e Marketing). Trabalhou muitos anos na área de criação em agências de publicidade e design. Como artista plástico desenvolveu o conceito de escultu- ras contemporâneas intituladas Morfoses, linguagem que se situa na fronteira entre arte, design e pensamento. Ver portfólio em anexo com imagens e texto. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Laje com Daniel Senise, Fernando Cocchiaralle (curador do MAM), Nelson Leiner (Bienal de Veneza) e Charles Watson. Artista com identificação em Brasília, suas formas foram influenciadas pelas curvas de Niemeyer. No Brasil, sua obra tem proximidade com Tomie Ohtake e no exterior com Anish Kapoor. __________ As Morfoses fazem parte da trilogia do autor onde cons- tam ainda 2 outros projetos com a mesma linha de pes- quisa, com o tema da civilização brasileira como fio con- dutor: “Futebol paixão, o delírio de uma Nação” e O.M.I.B. – Origens mitológicas do Inconsciente Brasileiro. Este últi- mo, um estudo do âmago das raças que formaram o Bra- sil. Cada qual com abordagem distinta: mito, antropologia cultural e utopia.