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´
                                 ALGEBRA LINEAR
                                          ´
                         Baseado no livro Algebra Linear e Aplica¸˜es1
                                                                 co


1       Transforma¸˜es Lineares
                  co
Defini¸˜o 1.0.1 (Transforma¸oes Lineares) Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R. Uma
       ca                    c˜                                c
aplica¸˜o T : U → V ´ chamada transforma¸˜o linear se, e somente se,
      ca            e                   ca

    • T (u1 + u2 ) = T (u1 ) + T (u2 ); ∀u1 , u2 ∈ U e

    • T (αu) = αT (u), ∀u ∈ R e ∀u ∈ U .


1.1     Propriedades
    1. T (0) = 0

    2. T (−u) = −T (u), ∀u ∈ U

    3. T (u1 − u2 ) = T (u1 ) − T (u2 ), ∀u1 , u2 ∈ U

    4. Se W ´ um sub-espa¸o de U , ent˜o a imagem de W por T ´ um sub-espa¸o de V .
            e            c            a                      e            c

    5. Sendo T : U → V linear ent˜o
                                 a
                                               n                 n
                                         T          ai u i   =         ai T (ui )
                                              i=1                i=1


1.2     Injetividade e Sobrejetividade
Defini¸˜o 1.2.1 (Injetividade) Uma aplica¸˜o T : U → V ´ injetora se, e somente se,
     ca                                 ca            e

                                ∀u1 , u2 ∈ U, u1 = u2 =⇒ T (u1 ) = T (u2 )

ou, equivalementemente, a contra-positiva

                               ∀u1 , u2 ∈ U, T (u1 ) = T (u2 ) =⇒ u1 = u2 .

Defini¸˜o 1.2.2 (Sobrejetividade) Uma aplica¸˜o T : U → V ´ sobrejetora se, e somente
      ca                                     ca             e
se, Im(T ) = V , i.e.,
                          ∀v ∈ V, ∃u ∈ U tal que T (u) = v.

Defini¸˜o 1.2.3 (Bijetividade) Uma aplica¸˜o T : U → V ´ bijetora se, e somente se, T ´
       ca                               ca            e                              e
injetora e sobrejetora.
    1                                   ´
   CALLIOLI, C. DOMINGUES, H. COSTA, R. Algebra Linear e Aplica¸˜es. 6 ed. rev. S˜o Paulo:
                                                               co                a
Atual, 1990. ISBN 978-85-7056-297-5.




                                                        1
1.3    N´ cleo e Imagem
        u
Defini¸˜o 1.3.1 (N´ cleo) Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R e T : U → V uma trans-
      ca            u                        c
forma¸˜o linear. Indica-se por Ker(T ) e denomina-se n´cleo de T o seguinte subconjunto de
     ca                                                u
U:
                               Ker(T ) = {u ∈ U |T (u) = 0}


Defini¸˜o 1.3.2 (Imagem) Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R e T : U → V uma trans-
      ca                                        c
forma¸˜o linear. Indica-se por Im(T ) e denomina-se imagem de F o seguinte subconjunto de
     ca
U:
               Im(T ) = {v ∈ V |v = T (u) para algum v ∈ V } = {T (u)|u ∈ U },
i.e., o conjunto dos vetores de V que s˜o imagem dos vetores de U .
                                       a

Proposi¸˜o Seja T : U → V uma transforma¸ao linear. Ent˜o:
       ca                               c˜             a
   • Ker(T ) ´ um sub-espa¸o vetorial de U ;
             e            c

   • A transforma¸ao linear T ´ injetora se, e somente se, Ker(T ) = 0.
                 c˜           e

Teorema 1.3.1 (do N´ cleo e da Imagem) Seja U e V espa¸os vetoriais de dimens˜o finita
                     u                                   c                   a
sobre R. Dada uma transforma¸˜o linear T : U → V , ent˜o
                            ca                        a

                             dim U = dim ker(T ) + dim Im(T )

Corol´rio – Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R com a mesma dimens˜o finita n e supo-
     a                      c                                          a
nhamos T : U → V uma transforma¸ao linear. Ent˜o s˜o equivalentes as seguintes afirma¸˜es:
                                c˜              a a                                 co
   • T ´ sobrejetora.
       e

   • T ´ bijetora.
       e

   • T ´ injetora.
       e

   • T transforma uma base de U em uma base de V (i.e., se B ´ uma base de U , ent˜o T (B)
                                                             e                    a
     ´ uma base de V ).
     e


1.4    Isomorfismos e Automorfismos
Defini¸˜o 1.4.1 (Isomorfismo) Entende-se por isomorfismo do espa¸o vetorial U no espa¸o
       ca                                                        c                c
vetorial V uma transforma¸˜o linear T : U → V que seja bijetora.
                         ca

Defini¸˜o 1.4.2 (Automorfismo) Um isomorfismo T : U → U ´ um automorfismo de U .
     ca                                              e

Proposi¸˜o – Se T ´ um isomorfismo de U em V , ent˜o T −1 : V → U tamb´m ´ um isomorfismo
         ca          e                           a                   e e
(de V em U ). Em outras palaras, sempre que existe um isomorfismo T : U → V existe um
isomorfismo T −1 : V → U (isomorfismo inverso de T ). Neste caso, dizemos que U e V s˜oa
espa¸os vetoriais isomorfos.
    c

Teorema 1.4.1 Dois espa¸os vetoriais U e V de dimens˜o finita s˜o isomorfos se, e somente
                       c                            a         a
se,
                                   dim U = dim V.

                                               2
2     Matriz de uma Transforma¸˜o Linear
                              ca
2.1     Opera¸˜es com Transforma¸oes Lineares
             co                 c˜
Sejam U e V espa¸os vetoriais de R. Indicaremos por L(U, V ) o conjunto das transforma¸oes
                    c                                                                     c˜
lineares de U e V . Se U = V , o conjunto dos operadores lineares de U ser´ denotado por L(U ).
                                                                          a

Defini¸˜o 2.1.1 (Soma) Dados F, G ∈ L(U, V ), definimos soma F + G de F com G:
     ca

                  F +G:U →V           e       (F + G)(u) = F (u) + G(u), ∀u ∈ U.

Propriedades

    1. Associativa: F + (G + H) = (F + G) + H, ∀F, G, H ∈ L(U, V );

    2. Comutativa: F + G = G + F, ∀F, G ∈ L(U, V );

    3. Existe elemento neutro: a transforma¸ao linear nula 0 : U → V ´ tal que F + 0 = F, ∀F ∈
                                           c˜                        e
       L(U, V );

    4. Elemento oposto: ∀F ∈ L(U, V ), ∃(−F ) ∈ L(U, V )|F + (−F ) = 0.

Defini¸˜o 2.1.2 (Multiplica¸˜o) Dados F ∈ L(U, V ) e α ∈ R, definimos produto αF :
     ca                   ca

                         αF : U → V       e     (αF )(u) = αF (u), ∀u ∈ U.

Propriedades

Seja F ∈ L(U, V ) e α, β ∈ R.

    1. (αβ)F = α(βF );

    2. (α + β)F = αF + βF ;

    3. α(F + G) = αF + αG;

    4. 1F = F .

Defini¸˜o 2.1.3 (Composi¸˜o) Sejam U, V e W espa¸os vetoriais sobre R. Se F : U → V
       ca                 ca                         c
e G : V → W s˜o transforma¸˜es lineares, define-se a aplica¸˜o composta de F e G:
             a            co                              ca

                  (G ◦ F ) : U → W        e     (G ◦ F )(u) = G((F (u)), ∀u ∈ U.

Propriedades

    1. Associativa: (H ◦ G) ◦ F = H ◦ (G ◦ F ), ∀H, G, F ∈ L(U );

    2. Operador idˆntico ´ elemento neutro da composi¸ao: I ◦ F = F ◦ I = F, ∀F ∈ L(U );
                  e      e                           c˜

    3. Distribuitiva: H ◦(F +G) = H ◦F +H ◦G e (F +G)◦H = F ◦H +G◦H, ∀F, G, H ∈ L(U ).




                                                  3
2.2     Matriz de um Transforma¸˜o Linear
                               ca
Sejam U e V espa¸os vetoriais de dimens˜o n e m, respectivamente, sobre R. Consideremos
                   c                         a
uma transforma¸ao linear F : U → V . Dadas as bases B = {u1 , ..., un } de U e C = {v1 , ..., vm }
                c˜
de V , ent˜o cada um dos vetores F (u1 ), ..., F (un ) est´ em V e conseq¨entemente ´ combina¸ao
          a                                               a              u          e         c˜
linear da base C:        
                         F (u1 ) = α11 v1 + α21 v2 + · · · + αm1 vm
                         
                         
                         
                         F (u2 ) = α12 v1 + α22 v2 + · · · + αm2 vm
                         

                         .
                         .
                         .
                         
                         F (u ) = α v + α v + · · · + α v
                         
                               n       1n 1        2n 2          mn m

onde αij ´ unico.
         e´

Defini¸˜o 2.2.1 A matriz m × n sobre R
     ca
                                                                        
                                α11 α12                       ···    α1n
                               α21 α22
                                                             ···    α2n 
                                                                         
                               .     .                       ..      . 
                               ..    .
                                      .                          .    . 
                                                                      .
                                               αm1 αm2 · · ·         αmn

que se obt´m das considera¸˜es anteriores ´ chamada matriz de F em rela¸˜o `s bases B e C.
          e               co              e                            ca a
Ser´ denontada por (F )B,C .
   a

Consequencia da defini¸˜o – Se a aplica¸˜o linear for o operador identidade, a matriz
                           ca               ca
(F )B,C = (I)B,C ser´ a matriz de mudan¸a da base C para a base B.
                    a                  c


2.3     Matriz de um Transforma¸˜o Composta
                               ca
Seja U , V e W espa¸os vetoriais sobre R de dimens˜es m, n e p, que admitem bases B =
                       c                                      o
{u1 , ..., un }, C = {v1 , ..., vm } e D = {w1 , ..., wp } respectivamente. Supondo F ∈ L(U, V ),
G ∈ L(V, W ) e que (F )B,C = (αij ) e (G)C,D = (βki ), ent˜o    a
                            m
                    γkj =         βki αij ,    onde γkj ´ o termo geral de (G ◦ F )B,D .
                                                        e
                            i=1

Logo,
                                        (G ◦ F )B,D = (G)C,D · (F )B,C .
Consequˆncia da defini¸˜o da matriz de um transforma¸˜o composta – Sejam U e V
         e                ca                               ca
espa¸os vetoriais sobre R de dimens˜o m. Se B e C s˜o bases de U e V , respectivamente, e
    c                              a               a
F : U → V ´ um isomorfismo, (F )B,C ´ invers´ e sua inversa ´ dada por
           e                         e     ıvel            e

                                              ((F )B,C )−1 = (F −1 )C,B .

Proposi¸˜o – Seja U um espa¸o vetorial de dimens˜o n sobre R. Dadas as bases B =
            ca                           c                    a
{u1 , ..., un } e C = {v1 , ..., vn } de U e dado T ∈ L(U ) ´ v´lida a f´rmula
                                                            e a         o

                                              (T )C = M −1 · (T )B · M,

onde M ´ a matriz de mudan¸a da base B para a base C (M = (I)C,B ).
       e                  c

                                                          4
3     Determinantes
3.1     Permuta¸˜es
               co
Defini¸˜o 3.1.1 (Permuta¸˜o) Seja n ≥ 1 um n´mero natural e Nn = {1, ..., n}. Toda
       ca                   ca                    u
aplica¸˜o bijetora σ : Nn → Nn chama-se permuta¸˜o do conjunto Nn .
      ca                                       ca
Nota¸˜o – uma permuta¸˜o σ de Nn ´ denotada por
    ca               ca          e
                                             1    2   ···          n
                                    σ=                                 .
                                            σ(1) σ(2) · · ·       σ(n)
Defini¸˜o 3.1.2 Consideremos uma permuta¸˜o
     ca                                ca
                                             1    2   ···           n
                                     σ=
                                            σ(1) σ(2) · · ·        σ(n)
de Nn . Seja r o n´mero de pares ordenados (i, j) com 1 ≤ i < j ≤ n tais que σ(i) > σ(j).
                  u
Chama-se sinal da permuta¸˜o σ o n´mero inteiro representado por sgn (σ), que ´
                         ca        u                                          e
                                                 1,        se r ´ par
                                                                e
                                  sgn (σ) =
                                                 −1,        se r ´ ´mpar
                                                                 eı
Observa¸˜o – O valor de r ´ igual ao n´mero de trocas que s˜o necess´rias para que a per-
         ca                    e           u                      a      a
muta¸˜o fique na forma crescente. Se tivermos a permuta¸˜o (2 3 1) precisamos fazer as
     ca                                                        ca
sequintes trocas: (1 3 2) e (1 2 3). Ou seja, r = 2 e portanto sgn = +1.

                            1 2 3
Exemplo 3.1 Seja σ =                . Os pares (i, j) com 1 ≤ i < j ≤ 3 e σ(i) > σ(j) s˜o (1, 2)
                                                                                       a
                            3 1 2
e (1, 3); logo r = 2 e sgn (σ) = 1.

3.2     Determinantes
Defini¸˜o 3.2.1 Seja A = (aij ) uma matriz real de ordem n, chama-se determinante da matriz
      ca
A de ordem n o n´mero real
                u
                               det(A) =         sgn(σ)a1σ(1) a2σ(2) · · · anσ(n) .
                                            σ
                                  
                       a11 a12 a13
Exemplo 3.2 Seja A = a21 a22 a23  ∈ M3 (R). As permuta¸˜es do conjunto {1, 2, 3} e
                                                        co
                       a31 a32 a33
respectivos sinais s˜o
                    a
                           1 2 3                                1 2 3
                                           (+1)                                      (−1)
                           1 2 3                                1 3 2
                           1 2 3                                1 2 3
                                           (+1)                                      (−1)
                           2 3 1                                3 2 1
                           1 2 3                                1 2 3
                                           (+1)                                      (−1)
                           3 1 2                                2 1 3
Logo, det(A) = a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 − a11 a23 a32 − a13 a22 a31 − a12 a21 a33 .

Observa¸˜o: O n´mero de parcelas ´ sempre igual ao n´mero de permuta¸˜es poss´vel (n!).
       ca      u                 e                  u               co       ı

                                                       5
3.3    Propriedades dos Determinantes
Seja A = (aij ) uma matriz de ordem n. A i-´sima linha da matriz ´ Ai = ai1 ai2 · · ·
                                           e                     e                                               ain .
Ent˜o a matriz A pode ser representada pela sequˆncia de vetores-linha
    a                                             e
                                              1
                                               A
                                              A2 
                                       A =  . .
                                              
                                              . 
                                                .
                                                           An

  1. A fun¸ao determinante ´ linear em cada uma das vari´veis A1 , A2 , ..., An , isto ´:
          c˜               e                            a                              e

      (a) det(A1 , A2 , ..., Ai +A i , ..., An ) = det(A1 , A2 , ..., Ai , ..., An )+det(A1 , A2 , ..., A i , ..., An );
      (b) det(A1 , A2 , ..., λAi , ..., An ) = λ det(A1 , A2 , ..., Ai , ..., An )

      para todo 1 ≤ i ≤ n e para todo λ ∈ R.

      Exemplo 3.3

                          x+1 y−1 z−3
                                                              
                                               x y z          1 1 3
                     det  1   0   2  = det  1 0 2 + det 1 0 2
                           2   2   1           2 2 1          2 2 1
                                                                 
                                            3λ 2λ λ            3 2 1
                                       det  1 0 2  = λ det 1 0 2
                                             2 2 1             2 2 1

  2. Se A = (A1 , A2 , ..., An ) ´ uma matriz de ordem n e se Aj = Ak , com j < k ent˜o
                                 e                                                   a
     det(A) = 0.

  3. Dada uma matriz A de ordem n suponhamos que B ´ a matriz obtida da seguinte maneira:
                                                   e

                                          B = (A1 , ..., Aj , ..., Ai , ..., An ),

      sendo que
                                           A = (A1 , ..., Ai , ..., Aj , ..., An ).
      Ent˜o det(B) = − det(A).
         a

  4. Seja A = (A1 , ..., An ). Ent˜o vale sempre a igualdade:
                                  a
                                                                           n
                                   1        n             1        i
               det(A) = det(A , ..., A ) = det(A , ..., A +                       αk Ak , ..., An ), ∀ak ∈ R.
                                                                        k=1,k=i


  5. det(A) = det(At ), para toda matriz A de ordem n.




                                                          6
4        Espa¸os com Produto Interno
             c
Defini¸˜o 4.0.1 (Produto Interno) Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o finita sobre R.
       ca                                         c                   a
Entende-se por produto interno sobre V uma aplica¸˜o que transforma cada par ordenado
                                                 ca
(u, v) ∈ V × V em um n´mero real (que ser´ denotado por u, v ) obedecendo `s seguintes
                        u                 a                               a
condi¸˜es:
      co
    • u + v, w = u, w + v, w , ∀u, v, w ∈ V ;

    • αu, v = α u, v , ∀α ∈ Re∀u, v ∈ V ;

    • u, v = v, u , ∀u, v ∈ V ; e

    • u, u ´ um n´mero real maior que zero para todo vetor u = 0.
           e     u
Defini¸˜o 4.0.2 Um espa¸o vetorial real com produto interno ou espa¸o euclidiano e um espa¸o
       ca                c                                        c                      c
vetorial sobre R munido de um produto interno.

4.1      Propriedades
    1. 0, u = u, 0 = 0, ∀u ∈ V .

    2. u, αv = α u, v , ∀α ∈ R, ∀u, v ∈ V .

    3. u, v + w = u, v + u, w , ∀u, v, w ∈ V .

    4. Dado um n´mero inteiro m ≥ 1,
                u
                                                        m                     m
                                                            αi ui , v     =         αi ui , v .
                                                    i=1                       i=1

                n                     m
    5.   u,     j=1    αj vj =        i=1   αi ui , v       (n ≥ 1).

              m               n                   m         n
    6.        i=1   αi ui ,   j=1   βj vj =       i=1       j=1   αi βj ui , vj .

4.2      Norma e Distˆncia
                     a
Defini¸˜o 4.2.1 (Norma) Seja V um espa¸o vetorial euclidiano com o produto interno (u, v) →
        ca                                c
 u, v . Dado um vetor u ∈ V indica-se por u e chama-se norma de u o n´mero real positivo
                                                                     u
dado por
                                       u =    u, u .
Proposi¸˜o
       ca
    • αu = |α| u , ∀α ∈ R, ∀u ∈ V .

    • u ≥ 0, ∀u ∈ V e u = 0 ⇐⇒ u = 0.
Proposi¸˜o (Desigualdade de Cauchy-Schwarz) – Se V ´ um espa¸o vetorial euclidiano, ent˜o
       ca                                          e        c                          a
                                               | u, v | ≤ u              v , ∀u, v ∈ V.
Corol´rio (Desigualdade triangular) – Num espa¸o euclidiano vale a seguinte desigualdade:
     a                                        c
                                               u + v ≤ u + v , ∀u, v ∈ V.

                                                                     7
4.2.1   M´trica
         e
Seja V um espa¸o vetorial euclidiano. Consideremos a aplica¸˜o d : V × V → R, assim definida:
              c                                            ca

                                   d(u, v) = u − v , ∀u, v ∈ V.

Valem as seguintes proprieades:

  1. d(u, v) ≥ 0, ∀u, v ∈ V e d(u, v) = 0 ⇐⇒ u = v.

  2. d(u, v) = d(v, u), ∀u, v, ∈ V .

  3. d(u, v) ≤ d(u, w) + d(w, v), ∀u, v, w ∈ V .

Pelo fato de valerem as trˆs propriedades acima, damos ` aplica¸˜o d : V × V → R o nome de
                          e                            a       ca
m´trica sobre V , induzida pela norma. O n´mero d(u, v) ´ chamado distˆncia de u a v.
 e                                         u             e              a

4.2.2   ˆ
        Angulo entre dois vetores
Da desigualdade de Caughy-Schawarz segue que
                                                                   u, v
                      − u     v ≤ u, v ≤ u             v ⇒ −1 ≤         ≤ 1.
                                                                  u v
Logo, existe um unico θ ∈ R, tal que 0 ≤ θ ≤ π e
                ´
                                                        u, v
                                        cos θ =              .
                                                       u v

4.3     Ortogonalidade
Defini¸˜o 4.3.1 Seja V um espa¸o euclidiano. Dizemos que dois vetores u, v ∈ V s˜o orto-
       ca                        c                                                   a
gonais se, e somente se, u, v = 0. Um conjunto S = {u1 , ..., ur } ⊂ V se diz ortonormal se, e
somente se

   • ui = 1 (i = 1, 2, ..., r) e

   • dois vetores quaisquer de S, distintos entre si, s˜o ortogonais.
                                                       a

Proposi¸˜o – Seja S = {g1 , ..., gr } um subconjunto ortonormal do espa¸o euclidiano V . Ent˜o,
         ca                                                              c                   a
∀u ∈ V , o vetor v = u− u, g1 g1 −· · ·− u, gr gr ´ ortogonal a todo vetor do sub-espa¸o vetorial
                                                  e                                   c
gerado pelos vetores de S.

Teorema 4.3.1 (Processo de Ortonormaliza¸˜o de Gram-Schmidt) Todo espa¸o veto-
                                                ca                    c
rial euclidiano de dimens˜o finita (= 0) admite uma base ortonormal.
                         a

Exemplo 4.1 Sendo B = {u1 = (1, 0, 0), u2 = (0, 1, 1), u3 = (0, 1, 2)} uma base de R3 , utiliza-
remos o processo de ortogonaliza¸˜o de Gram-Schmidt para ortonormalizar a base.
                                ca

´
E claro que g1 = u1 = u1 = (1, 0, 0). Por outro lado, v2 = u2 − u2 , g1 g1 = (0, 1, 1) −
                       u1
0(1, 0, 0) = (0, 1, 1). Logo,
                                                     √ √
                                   v2  (0, 1, 1       2 2
                              g2 =    = √       = 0,   ,   .
                                   v2      2         2 2

                                                   8
Finalmente,
                                                             √       √     √
                                                            3 2         2 2            1 1
      v3 = u3 − u3 , g1 g1 − u3 , g2 g2 = (0, 1, 2) − 0g1 −         0,   ,     =   0, − ,    .
                                                             2         2 2             2 2

Da´
  ı                                                          √ √
                                  v3   0, − 1 , 1
                                            2 2               2 2
                             g3 =    =            =     0, −   ,         .
                                  v3      1
                                            +1               2 2
                                          4     4

Logo,
                                           √ √               √ √
                                            2 2               2 2
                             (1, 0, 0), 0,   ,        , 0, −   ,
                                           2 2               2 2
´ uma base ortonormal do R3 ,constru´da a partir da base B.
e                                   ı

Defini¸˜o 4.3.2 (Complemento Ortogonal) Seja V um espa¸o vetorial euclidiano. Dado
      ca                                                      c
                                               ⊥
um subespa¸o vetorial U de V , indiquemos por U o seguinte subconjunto de V
          c

                                 U ⊥ = {v ∈ V | u, v = 0, ∀u ∈ U.

Exemplo 4.2 Achar uma base do sub-espa¸o V ⊥ , onde V ´ subespa¸o de R4 gerado por
                                                  c   e        c
(1, 0, 1, 1) e (1, 1, 2, 0). Ortonormalize esta base.

v = (x, y, z, t) ∈ R4 pertece a V ⊥ se e somente se

                                  v, (1, 0, 1, 1) = x + z + t = 0
                                  v, (1, 1, 2, 0) = x + y + 2z = 0

A solu¸˜o do sistema ´ V ⊥ = {(−z − t, −z + t, z, t |z, t ∈ R}.
      ca             e


4.4      Operadores Auto-Adjuntos
Defini¸˜o 4.4.1 Seja V um espa¸o vetorial euclidiano. Um operador A ∈ L(V ) se diz auto-
      ca                     c
adjunto se
                          A(u), v = u, A(v) , ∀u, v ∈ V.


Proposi¸˜o – Seja V um espa¸o euclidiano de dimens˜o finita. Ent˜o, um operador A ∈ L(V )
         ca                  c                    a            a
´ auto-adjunto se, e somente se, a matriz de A em rela¸ao a uma base ortonormal de V ´
e                                                     c˜                               e
                     T
sim´trica (i.e. A = A ).
   e


5       Diagonaliza¸˜o de Operadores Lineares e Forma de
                   ca
        Jordan
5.1      Valores e Vetores pr´prios
                             o
Defini¸˜o 5.1.1 Seja V um espa¸o vetorial (sobre R ou C) e seja T : V → V um operador
        ca                        c
linear. Um vetor u ∈ V , u = 0, ´ um vetor pr´prio (autovetor) de T se existe um escalar λ (de
                                e            o
R ou C, respectivamente) tal que T (u) = λu. Neste caso λ ´ um valor pr´prio associado a u.
                                                           e             o

                                                 9
Defini¸˜o 5.1.2 O sub-espa¸o
     ca                  c

                          V (λ) = {u ∈ V |T (u) = λu} = ker(T − λI)

´ chamado de sub-espa¸o pr´prio de λ e ser´ indicado por V (λ).
e                    c    o               a

Defini¸˜o 5.1.3 Dada uma matriz A = (aij ) de ordem n (real ou complexa), chama-se po-
      ca
linˆmio caracter´stico de A o seguinte polinˆmio de grau n:
   o            ı                            o
                                                           
                               a11 − t    a12   ···    a1n
                              a21      a22 − t · · ·  a2n 
                Pt (A) = det  .                        .  = det(A − tIn ).
                                                           
                                  .        .
                                           .    ..      . 
                              .           .        .   .
                                an1    an2 − t · · ·   ann − t

Proposi¸˜o – Matrizes semelhantes tem o mesmo polinˆmio caracter´
       ca                                          o            ıstico.

Defini¸˜o 5.1.4 Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o n e T : V → V um operador linear.
       ca                        c                   a
Chama-se polinˆmio caracter´stico de T o polinˆmio caracter´stico da matriz de T em rela¸˜o
               o             ı                o            ı                            ca
a qualquer base de V . Nota¸˜o: pT (t).
                           ca

Proposi¸˜o – Seja T um operador linear de um espa¸o vetorial sobre K(KS = R ou K = C)
        ca                                          c
de dimens˜o n. Ent˜o os valores pr´prios de T s˜o as ra´ de pT (t) em K.
         a        a               o            a       ızes

Exemplo 5.1 Seja T : R2 → R2 dado por T (x, y) = (y, x).
A matriz de T na base canˆnica ´
                         o     e
                                        0 1
                                        1 0
Logo,
                                             −x 1
                              pT (x) = det               = x2 − 1
                                              1 −x
cujas ra´zes s˜o 1 e −1.
        ı     a
Uma vez conhecidos os valores pr´prios de um operador T , podemos achar seus vetores pr´prios.
                                o                                                      o
Os autovetores s˜o os vetores n˜o nulos de ker(T − λI).
                 a             a
Para λ = 1 temos (T − I)(x, y) = T (x, y) − I(x, y) = 0 ⇒ T (x, y) = I(x, y) ⇒ (y, x) = (x, y).
Portanto, x = y e os autovetores associados ao autovalor λ = 1 tem a forma (x, x) = x(1, 1),
∀x ∈ R∗. Analogamente, para λ = −1 teremos x(1, −1).


5.2     Diagonaliza¸˜o de Operadores
                   ca
Defini¸˜o 5.2.1 Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o finita. Um operador T : V → V se
       ca                          c                  a
diz diagonaliz´vel se existe uma base de V formada por vetores pr´prios de T .
              a                                                  o

   Se B = {e1 , ..., en } for uma base formada de vetores pr´prios de T ent˜o
                                                            o              a
                                                            
                                              λ1
                                                λ2          
                                    (T )B = 
                                                            
                                                     ..      
                                                       .    
                                                          λn

                                              10
onde λ1 , ..., λn s˜o os valores pr´prios de T . Da´
                   a               o               ı
                                                       
                           λ1 − x
                                  λ2 − x               
           pT (x) = det                                 = (λ1 − x)(λ2 − x) · · · (λn − x)
                                                       
                                            ..
                                              .        
                                                 λn − x

e assim pT (x) se decomp˜e em fatores lineares.
                        o

Teorema 5.2.1 Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o finita sobre K (K = R ou K = C).
                                c                     a
Um operador linear T ∈ L(V ) ´ diagonaliz´vel se, e somente se,
                             e           a

   • o polinˆmio caracter´stico de T tem todas as suas ra´zes em K;
            o            ı                               ı

   • a multiplicidade alg´brica de cada valor pr´prio λi de T ´ igual ` dimens˜o de V (λi ).
                         e                      o             e       a       a


5.3    Diagonaliza¸˜o de Operadores Auto-adjuntos (ou de matrizes
                   ca
       sim´tricas reais)
          e
Como visto na defini¸˜o 4.4.1, um operador linear A de um espa¸o vetorial euclidiano V tal
                   ca                                        c
que
                             A(u), v = u, A(v) , ∀u, v ∈ V.

Teorema 5.3.1 Um operador linear A de um espa¸o euclidiano V , de dimens˜o finita n ≥ 1,
                                                  c                       a
´ auto-adjunto se, somente se, existe uma base ortonormal de V formada de vetores pr´prios
e                                                                                   o
de A.




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Resumo - Álgebra Linear

  • 1. ´ ALGEBRA LINEAR ´ Baseado no livro Algebra Linear e Aplica¸˜es1 co 1 Transforma¸˜es Lineares co Defini¸˜o 1.0.1 (Transforma¸oes Lineares) Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R. Uma ca c˜ c aplica¸˜o T : U → V ´ chamada transforma¸˜o linear se, e somente se, ca e ca • T (u1 + u2 ) = T (u1 ) + T (u2 ); ∀u1 , u2 ∈ U e • T (αu) = αT (u), ∀u ∈ R e ∀u ∈ U . 1.1 Propriedades 1. T (0) = 0 2. T (−u) = −T (u), ∀u ∈ U 3. T (u1 − u2 ) = T (u1 ) − T (u2 ), ∀u1 , u2 ∈ U 4. Se W ´ um sub-espa¸o de U , ent˜o a imagem de W por T ´ um sub-espa¸o de V . e c a e c 5. Sendo T : U → V linear ent˜o a n n T ai u i = ai T (ui ) i=1 i=1 1.2 Injetividade e Sobrejetividade Defini¸˜o 1.2.1 (Injetividade) Uma aplica¸˜o T : U → V ´ injetora se, e somente se, ca ca e ∀u1 , u2 ∈ U, u1 = u2 =⇒ T (u1 ) = T (u2 ) ou, equivalementemente, a contra-positiva ∀u1 , u2 ∈ U, T (u1 ) = T (u2 ) =⇒ u1 = u2 . Defini¸˜o 1.2.2 (Sobrejetividade) Uma aplica¸˜o T : U → V ´ sobrejetora se, e somente ca ca e se, Im(T ) = V , i.e., ∀v ∈ V, ∃u ∈ U tal que T (u) = v. Defini¸˜o 1.2.3 (Bijetividade) Uma aplica¸˜o T : U → V ´ bijetora se, e somente se, T ´ ca ca e e injetora e sobrejetora. 1 ´ CALLIOLI, C. DOMINGUES, H. COSTA, R. Algebra Linear e Aplica¸˜es. 6 ed. rev. S˜o Paulo: co a Atual, 1990. ISBN 978-85-7056-297-5. 1
  • 2. 1.3 N´ cleo e Imagem u Defini¸˜o 1.3.1 (N´ cleo) Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R e T : U → V uma trans- ca u c forma¸˜o linear. Indica-se por Ker(T ) e denomina-se n´cleo de T o seguinte subconjunto de ca u U: Ker(T ) = {u ∈ U |T (u) = 0} Defini¸˜o 1.3.2 (Imagem) Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R e T : U → V uma trans- ca c forma¸˜o linear. Indica-se por Im(T ) e denomina-se imagem de F o seguinte subconjunto de ca U: Im(T ) = {v ∈ V |v = T (u) para algum v ∈ V } = {T (u)|u ∈ U }, i.e., o conjunto dos vetores de V que s˜o imagem dos vetores de U . a Proposi¸˜o Seja T : U → V uma transforma¸ao linear. Ent˜o: ca c˜ a • Ker(T ) ´ um sub-espa¸o vetorial de U ; e c • A transforma¸ao linear T ´ injetora se, e somente se, Ker(T ) = 0. c˜ e Teorema 1.3.1 (do N´ cleo e da Imagem) Seja U e V espa¸os vetoriais de dimens˜o finita u c a sobre R. Dada uma transforma¸˜o linear T : U → V , ent˜o ca a dim U = dim ker(T ) + dim Im(T ) Corol´rio – Sejam U e V espa¸os vetoriais sobre R com a mesma dimens˜o finita n e supo- a c a nhamos T : U → V uma transforma¸ao linear. Ent˜o s˜o equivalentes as seguintes afirma¸˜es: c˜ a a co • T ´ sobrejetora. e • T ´ bijetora. e • T ´ injetora. e • T transforma uma base de U em uma base de V (i.e., se B ´ uma base de U , ent˜o T (B) e a ´ uma base de V ). e 1.4 Isomorfismos e Automorfismos Defini¸˜o 1.4.1 (Isomorfismo) Entende-se por isomorfismo do espa¸o vetorial U no espa¸o ca c c vetorial V uma transforma¸˜o linear T : U → V que seja bijetora. ca Defini¸˜o 1.4.2 (Automorfismo) Um isomorfismo T : U → U ´ um automorfismo de U . ca e Proposi¸˜o – Se T ´ um isomorfismo de U em V , ent˜o T −1 : V → U tamb´m ´ um isomorfismo ca e a e e (de V em U ). Em outras palaras, sempre que existe um isomorfismo T : U → V existe um isomorfismo T −1 : V → U (isomorfismo inverso de T ). Neste caso, dizemos que U e V s˜oa espa¸os vetoriais isomorfos. c Teorema 1.4.1 Dois espa¸os vetoriais U e V de dimens˜o finita s˜o isomorfos se, e somente c a a se, dim U = dim V. 2
  • 3. 2 Matriz de uma Transforma¸˜o Linear ca 2.1 Opera¸˜es com Transforma¸oes Lineares co c˜ Sejam U e V espa¸os vetoriais de R. Indicaremos por L(U, V ) o conjunto das transforma¸oes c c˜ lineares de U e V . Se U = V , o conjunto dos operadores lineares de U ser´ denotado por L(U ). a Defini¸˜o 2.1.1 (Soma) Dados F, G ∈ L(U, V ), definimos soma F + G de F com G: ca F +G:U →V e (F + G)(u) = F (u) + G(u), ∀u ∈ U. Propriedades 1. Associativa: F + (G + H) = (F + G) + H, ∀F, G, H ∈ L(U, V ); 2. Comutativa: F + G = G + F, ∀F, G ∈ L(U, V ); 3. Existe elemento neutro: a transforma¸ao linear nula 0 : U → V ´ tal que F + 0 = F, ∀F ∈ c˜ e L(U, V ); 4. Elemento oposto: ∀F ∈ L(U, V ), ∃(−F ) ∈ L(U, V )|F + (−F ) = 0. Defini¸˜o 2.1.2 (Multiplica¸˜o) Dados F ∈ L(U, V ) e α ∈ R, definimos produto αF : ca ca αF : U → V e (αF )(u) = αF (u), ∀u ∈ U. Propriedades Seja F ∈ L(U, V ) e α, β ∈ R. 1. (αβ)F = α(βF ); 2. (α + β)F = αF + βF ; 3. α(F + G) = αF + αG; 4. 1F = F . Defini¸˜o 2.1.3 (Composi¸˜o) Sejam U, V e W espa¸os vetoriais sobre R. Se F : U → V ca ca c e G : V → W s˜o transforma¸˜es lineares, define-se a aplica¸˜o composta de F e G: a co ca (G ◦ F ) : U → W e (G ◦ F )(u) = G((F (u)), ∀u ∈ U. Propriedades 1. Associativa: (H ◦ G) ◦ F = H ◦ (G ◦ F ), ∀H, G, F ∈ L(U ); 2. Operador idˆntico ´ elemento neutro da composi¸ao: I ◦ F = F ◦ I = F, ∀F ∈ L(U ); e e c˜ 3. Distribuitiva: H ◦(F +G) = H ◦F +H ◦G e (F +G)◦H = F ◦H +G◦H, ∀F, G, H ∈ L(U ). 3
  • 4. 2.2 Matriz de um Transforma¸˜o Linear ca Sejam U e V espa¸os vetoriais de dimens˜o n e m, respectivamente, sobre R. Consideremos c a uma transforma¸ao linear F : U → V . Dadas as bases B = {u1 , ..., un } de U e C = {v1 , ..., vm } c˜ de V , ent˜o cada um dos vetores F (u1 ), ..., F (un ) est´ em V e conseq¨entemente ´ combina¸ao a a u e c˜ linear da base C:  F (u1 ) = α11 v1 + α21 v2 + · · · + αm1 vm    F (u2 ) = α12 v1 + α22 v2 + · · · + αm2 vm  . . .  F (u ) = α v + α v + · · · + α v  n 1n 1 2n 2 mn m onde αij ´ unico. e´ Defini¸˜o 2.2.1 A matriz m × n sobre R ca   α11 α12 ··· α1n  α21 α22  ··· α2n    . . .. .   .. . . . .  . αm1 αm2 · · · αmn que se obt´m das considera¸˜es anteriores ´ chamada matriz de F em rela¸˜o `s bases B e C. e co e ca a Ser´ denontada por (F )B,C . a Consequencia da defini¸˜o – Se a aplica¸˜o linear for o operador identidade, a matriz ca ca (F )B,C = (I)B,C ser´ a matriz de mudan¸a da base C para a base B. a c 2.3 Matriz de um Transforma¸˜o Composta ca Seja U , V e W espa¸os vetoriais sobre R de dimens˜es m, n e p, que admitem bases B = c o {u1 , ..., un }, C = {v1 , ..., vm } e D = {w1 , ..., wp } respectivamente. Supondo F ∈ L(U, V ), G ∈ L(V, W ) e que (F )B,C = (αij ) e (G)C,D = (βki ), ent˜o a m γkj = βki αij , onde γkj ´ o termo geral de (G ◦ F )B,D . e i=1 Logo, (G ◦ F )B,D = (G)C,D · (F )B,C . Consequˆncia da defini¸˜o da matriz de um transforma¸˜o composta – Sejam U e V e ca ca espa¸os vetoriais sobre R de dimens˜o m. Se B e C s˜o bases de U e V , respectivamente, e c a a F : U → V ´ um isomorfismo, (F )B,C ´ invers´ e sua inversa ´ dada por e e ıvel e ((F )B,C )−1 = (F −1 )C,B . Proposi¸˜o – Seja U um espa¸o vetorial de dimens˜o n sobre R. Dadas as bases B = ca c a {u1 , ..., un } e C = {v1 , ..., vn } de U e dado T ∈ L(U ) ´ v´lida a f´rmula e a o (T )C = M −1 · (T )B · M, onde M ´ a matriz de mudan¸a da base B para a base C (M = (I)C,B ). e c 4
  • 5. 3 Determinantes 3.1 Permuta¸˜es co Defini¸˜o 3.1.1 (Permuta¸˜o) Seja n ≥ 1 um n´mero natural e Nn = {1, ..., n}. Toda ca ca u aplica¸˜o bijetora σ : Nn → Nn chama-se permuta¸˜o do conjunto Nn . ca ca Nota¸˜o – uma permuta¸˜o σ de Nn ´ denotada por ca ca e 1 2 ··· n σ= . σ(1) σ(2) · · · σ(n) Defini¸˜o 3.1.2 Consideremos uma permuta¸˜o ca ca 1 2 ··· n σ= σ(1) σ(2) · · · σ(n) de Nn . Seja r o n´mero de pares ordenados (i, j) com 1 ≤ i < j ≤ n tais que σ(i) > σ(j). u Chama-se sinal da permuta¸˜o σ o n´mero inteiro representado por sgn (σ), que ´ ca u e 1, se r ´ par e sgn (σ) = −1, se r ´ ´mpar eı Observa¸˜o – O valor de r ´ igual ao n´mero de trocas que s˜o necess´rias para que a per- ca e u a a muta¸˜o fique na forma crescente. Se tivermos a permuta¸˜o (2 3 1) precisamos fazer as ca ca sequintes trocas: (1 3 2) e (1 2 3). Ou seja, r = 2 e portanto sgn = +1. 1 2 3 Exemplo 3.1 Seja σ = . Os pares (i, j) com 1 ≤ i < j ≤ 3 e σ(i) > σ(j) s˜o (1, 2) a 3 1 2 e (1, 3); logo r = 2 e sgn (σ) = 1. 3.2 Determinantes Defini¸˜o 3.2.1 Seja A = (aij ) uma matriz real de ordem n, chama-se determinante da matriz ca A de ordem n o n´mero real u det(A) = sgn(σ)a1σ(1) a2σ(2) · · · anσ(n) . σ   a11 a12 a13 Exemplo 3.2 Seja A = a21 a22 a23  ∈ M3 (R). As permuta¸˜es do conjunto {1, 2, 3} e co a31 a32 a33 respectivos sinais s˜o a 1 2 3 1 2 3 (+1) (−1) 1 2 3 1 3 2 1 2 3 1 2 3 (+1) (−1) 2 3 1 3 2 1 1 2 3 1 2 3 (+1) (−1) 3 1 2 2 1 3 Logo, det(A) = a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 − a11 a23 a32 − a13 a22 a31 − a12 a21 a33 . Observa¸˜o: O n´mero de parcelas ´ sempre igual ao n´mero de permuta¸˜es poss´vel (n!). ca u e u co ı 5
  • 6. 3.3 Propriedades dos Determinantes Seja A = (aij ) uma matriz de ordem n. A i-´sima linha da matriz ´ Ai = ai1 ai2 · · · e e ain . Ent˜o a matriz A pode ser representada pela sequˆncia de vetores-linha a e  1 A  A2  A =  . .    .  . An 1. A fun¸ao determinante ´ linear em cada uma das vari´veis A1 , A2 , ..., An , isto ´: c˜ e a e (a) det(A1 , A2 , ..., Ai +A i , ..., An ) = det(A1 , A2 , ..., Ai , ..., An )+det(A1 , A2 , ..., A i , ..., An ); (b) det(A1 , A2 , ..., λAi , ..., An ) = λ det(A1 , A2 , ..., Ai , ..., An ) para todo 1 ≤ i ≤ n e para todo λ ∈ R. Exemplo 3.3 x+1 y−1 z−3       x y z 1 1 3 det  1 0 2  = det  1 0 2 + det 1 0 2 2 2 1 2 2 1 2 2 1     3λ 2λ λ 3 2 1 det  1 0 2  = λ det 1 0 2 2 2 1 2 2 1 2. Se A = (A1 , A2 , ..., An ) ´ uma matriz de ordem n e se Aj = Ak , com j < k ent˜o e a det(A) = 0. 3. Dada uma matriz A de ordem n suponhamos que B ´ a matriz obtida da seguinte maneira: e B = (A1 , ..., Aj , ..., Ai , ..., An ), sendo que A = (A1 , ..., Ai , ..., Aj , ..., An ). Ent˜o det(B) = − det(A). a 4. Seja A = (A1 , ..., An ). Ent˜o vale sempre a igualdade: a n 1 n 1 i det(A) = det(A , ..., A ) = det(A , ..., A + αk Ak , ..., An ), ∀ak ∈ R. k=1,k=i 5. det(A) = det(At ), para toda matriz A de ordem n. 6
  • 7. 4 Espa¸os com Produto Interno c Defini¸˜o 4.0.1 (Produto Interno) Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o finita sobre R. ca c a Entende-se por produto interno sobre V uma aplica¸˜o que transforma cada par ordenado ca (u, v) ∈ V × V em um n´mero real (que ser´ denotado por u, v ) obedecendo `s seguintes u a a condi¸˜es: co • u + v, w = u, w + v, w , ∀u, v, w ∈ V ; • αu, v = α u, v , ∀α ∈ Re∀u, v ∈ V ; • u, v = v, u , ∀u, v ∈ V ; e • u, u ´ um n´mero real maior que zero para todo vetor u = 0. e u Defini¸˜o 4.0.2 Um espa¸o vetorial real com produto interno ou espa¸o euclidiano e um espa¸o ca c c c vetorial sobre R munido de um produto interno. 4.1 Propriedades 1. 0, u = u, 0 = 0, ∀u ∈ V . 2. u, αv = α u, v , ∀α ∈ R, ∀u, v ∈ V . 3. u, v + w = u, v + u, w , ∀u, v, w ∈ V . 4. Dado um n´mero inteiro m ≥ 1, u m m αi ui , v = αi ui , v . i=1 i=1 n m 5. u, j=1 αj vj = i=1 αi ui , v (n ≥ 1). m n m n 6. i=1 αi ui , j=1 βj vj = i=1 j=1 αi βj ui , vj . 4.2 Norma e Distˆncia a Defini¸˜o 4.2.1 (Norma) Seja V um espa¸o vetorial euclidiano com o produto interno (u, v) → ca c u, v . Dado um vetor u ∈ V indica-se por u e chama-se norma de u o n´mero real positivo u dado por u = u, u . Proposi¸˜o ca • αu = |α| u , ∀α ∈ R, ∀u ∈ V . • u ≥ 0, ∀u ∈ V e u = 0 ⇐⇒ u = 0. Proposi¸˜o (Desigualdade de Cauchy-Schwarz) – Se V ´ um espa¸o vetorial euclidiano, ent˜o ca e c a | u, v | ≤ u v , ∀u, v ∈ V. Corol´rio (Desigualdade triangular) – Num espa¸o euclidiano vale a seguinte desigualdade: a c u + v ≤ u + v , ∀u, v ∈ V. 7
  • 8. 4.2.1 M´trica e Seja V um espa¸o vetorial euclidiano. Consideremos a aplica¸˜o d : V × V → R, assim definida: c ca d(u, v) = u − v , ∀u, v ∈ V. Valem as seguintes proprieades: 1. d(u, v) ≥ 0, ∀u, v ∈ V e d(u, v) = 0 ⇐⇒ u = v. 2. d(u, v) = d(v, u), ∀u, v, ∈ V . 3. d(u, v) ≤ d(u, w) + d(w, v), ∀u, v, w ∈ V . Pelo fato de valerem as trˆs propriedades acima, damos ` aplica¸˜o d : V × V → R o nome de e a ca m´trica sobre V , induzida pela norma. O n´mero d(u, v) ´ chamado distˆncia de u a v. e u e a 4.2.2 ˆ Angulo entre dois vetores Da desigualdade de Caughy-Schawarz segue que u, v − u v ≤ u, v ≤ u v ⇒ −1 ≤ ≤ 1. u v Logo, existe um unico θ ∈ R, tal que 0 ≤ θ ≤ π e ´ u, v cos θ = . u v 4.3 Ortogonalidade Defini¸˜o 4.3.1 Seja V um espa¸o euclidiano. Dizemos que dois vetores u, v ∈ V s˜o orto- ca c a gonais se, e somente se, u, v = 0. Um conjunto S = {u1 , ..., ur } ⊂ V se diz ortonormal se, e somente se • ui = 1 (i = 1, 2, ..., r) e • dois vetores quaisquer de S, distintos entre si, s˜o ortogonais. a Proposi¸˜o – Seja S = {g1 , ..., gr } um subconjunto ortonormal do espa¸o euclidiano V . Ent˜o, ca c a ∀u ∈ V , o vetor v = u− u, g1 g1 −· · ·− u, gr gr ´ ortogonal a todo vetor do sub-espa¸o vetorial e c gerado pelos vetores de S. Teorema 4.3.1 (Processo de Ortonormaliza¸˜o de Gram-Schmidt) Todo espa¸o veto- ca c rial euclidiano de dimens˜o finita (= 0) admite uma base ortonormal. a Exemplo 4.1 Sendo B = {u1 = (1, 0, 0), u2 = (0, 1, 1), u3 = (0, 1, 2)} uma base de R3 , utiliza- remos o processo de ortogonaliza¸˜o de Gram-Schmidt para ortonormalizar a base. ca ´ E claro que g1 = u1 = u1 = (1, 0, 0). Por outro lado, v2 = u2 − u2 , g1 g1 = (0, 1, 1) − u1 0(1, 0, 0) = (0, 1, 1). Logo, √ √ v2 (0, 1, 1 2 2 g2 = = √ = 0, , . v2 2 2 2 8
  • 9. Finalmente, √ √ √ 3 2 2 2 1 1 v3 = u3 − u3 , g1 g1 − u3 , g2 g2 = (0, 1, 2) − 0g1 − 0, , = 0, − , . 2 2 2 2 2 Da´ ı √ √ v3 0, − 1 , 1 2 2 2 2 g3 = = = 0, − , . v3 1 +1 2 2 4 4 Logo, √ √ √ √ 2 2 2 2 (1, 0, 0), 0, , , 0, − , 2 2 2 2 ´ uma base ortonormal do R3 ,constru´da a partir da base B. e ı Defini¸˜o 4.3.2 (Complemento Ortogonal) Seja V um espa¸o vetorial euclidiano. Dado ca c ⊥ um subespa¸o vetorial U de V , indiquemos por U o seguinte subconjunto de V c U ⊥ = {v ∈ V | u, v = 0, ∀u ∈ U. Exemplo 4.2 Achar uma base do sub-espa¸o V ⊥ , onde V ´ subespa¸o de R4 gerado por c e c (1, 0, 1, 1) e (1, 1, 2, 0). Ortonormalize esta base. v = (x, y, z, t) ∈ R4 pertece a V ⊥ se e somente se v, (1, 0, 1, 1) = x + z + t = 0 v, (1, 1, 2, 0) = x + y + 2z = 0 A solu¸˜o do sistema ´ V ⊥ = {(−z − t, −z + t, z, t |z, t ∈ R}. ca e 4.4 Operadores Auto-Adjuntos Defini¸˜o 4.4.1 Seja V um espa¸o vetorial euclidiano. Um operador A ∈ L(V ) se diz auto- ca c adjunto se A(u), v = u, A(v) , ∀u, v ∈ V. Proposi¸˜o – Seja V um espa¸o euclidiano de dimens˜o finita. Ent˜o, um operador A ∈ L(V ) ca c a a ´ auto-adjunto se, e somente se, a matriz de A em rela¸ao a uma base ortonormal de V ´ e c˜ e T sim´trica (i.e. A = A ). e 5 Diagonaliza¸˜o de Operadores Lineares e Forma de ca Jordan 5.1 Valores e Vetores pr´prios o Defini¸˜o 5.1.1 Seja V um espa¸o vetorial (sobre R ou C) e seja T : V → V um operador ca c linear. Um vetor u ∈ V , u = 0, ´ um vetor pr´prio (autovetor) de T se existe um escalar λ (de e o R ou C, respectivamente) tal que T (u) = λu. Neste caso λ ´ um valor pr´prio associado a u. e o 9
  • 10. Defini¸˜o 5.1.2 O sub-espa¸o ca c V (λ) = {u ∈ V |T (u) = λu} = ker(T − λI) ´ chamado de sub-espa¸o pr´prio de λ e ser´ indicado por V (λ). e c o a Defini¸˜o 5.1.3 Dada uma matriz A = (aij ) de ordem n (real ou complexa), chama-se po- ca linˆmio caracter´stico de A o seguinte polinˆmio de grau n: o ı o   a11 − t a12 ··· a1n  a21 a22 − t · · · a2n  Pt (A) = det  . .  = det(A − tIn ).   . . . .. .   . . . . an1 an2 − t · · · ann − t Proposi¸˜o – Matrizes semelhantes tem o mesmo polinˆmio caracter´ ca o ıstico. Defini¸˜o 5.1.4 Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o n e T : V → V um operador linear. ca c a Chama-se polinˆmio caracter´stico de T o polinˆmio caracter´stico da matriz de T em rela¸˜o o ı o ı ca a qualquer base de V . Nota¸˜o: pT (t). ca Proposi¸˜o – Seja T um operador linear de um espa¸o vetorial sobre K(KS = R ou K = C) ca c de dimens˜o n. Ent˜o os valores pr´prios de T s˜o as ra´ de pT (t) em K. a a o a ızes Exemplo 5.1 Seja T : R2 → R2 dado por T (x, y) = (y, x). A matriz de T na base canˆnica ´ o e 0 1 1 0 Logo, −x 1 pT (x) = det = x2 − 1 1 −x cujas ra´zes s˜o 1 e −1. ı a Uma vez conhecidos os valores pr´prios de um operador T , podemos achar seus vetores pr´prios. o o Os autovetores s˜o os vetores n˜o nulos de ker(T − λI). a a Para λ = 1 temos (T − I)(x, y) = T (x, y) − I(x, y) = 0 ⇒ T (x, y) = I(x, y) ⇒ (y, x) = (x, y). Portanto, x = y e os autovetores associados ao autovalor λ = 1 tem a forma (x, x) = x(1, 1), ∀x ∈ R∗. Analogamente, para λ = −1 teremos x(1, −1). 5.2 Diagonaliza¸˜o de Operadores ca Defini¸˜o 5.2.1 Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o finita. Um operador T : V → V se ca c a diz diagonaliz´vel se existe uma base de V formada por vetores pr´prios de T . a o Se B = {e1 , ..., en } for uma base formada de vetores pr´prios de T ent˜o o a   λ1  λ2  (T )B =    ..   .  λn 10
  • 11. onde λ1 , ..., λn s˜o os valores pr´prios de T . Da´ a o ı   λ1 − x  λ2 − x  pT (x) = det   = (λ1 − x)(λ2 − x) · · · (λn − x)   ..  .  λn − x e assim pT (x) se decomp˜e em fatores lineares. o Teorema 5.2.1 Seja V um espa¸o vetorial de dimens˜o finita sobre K (K = R ou K = C). c a Um operador linear T ∈ L(V ) ´ diagonaliz´vel se, e somente se, e a • o polinˆmio caracter´stico de T tem todas as suas ra´zes em K; o ı ı • a multiplicidade alg´brica de cada valor pr´prio λi de T ´ igual ` dimens˜o de V (λi ). e o e a a 5.3 Diagonaliza¸˜o de Operadores Auto-adjuntos (ou de matrizes ca sim´tricas reais) e Como visto na defini¸˜o 4.4.1, um operador linear A de um espa¸o vetorial euclidiano V tal ca c que A(u), v = u, A(v) , ∀u, v ∈ V. Teorema 5.3.1 Um operador linear A de um espa¸o euclidiano V , de dimens˜o finita n ≥ 1, c a ´ auto-adjunto se, somente se, existe uma base ortonormal de V formada de vetores pr´prios e o de A. 11