O documento discute o controle bibliográfico no Brasil, realizado pelo CBU e pela Biblioteca Nacional. O CBU tem como objetivo tornar acessíveis os dados bibliográficos de todas as publicações dos países de forma internacionalmente aceita. A Biblioteca Nacional é responsável pelo controle do depósito legal e pela produção da bibliografia nacional brasileira.
Workshop de Producao Cientifica para Equipes do SIBiUSP
Controle bibliográfico nacional e internacional
1.
2. Resumo
• O controle bibliográfico de um país ocorre
através do CBU, que funciona como um
catalisador de informações. Esse controle
bibliográfico não é novo e tem estado
sempre presente, desde a Antigüidade, no
trabalho de indivíduos que buscam o
conhecimento.
• Historicamente, com o desenvolvimento
da produção bibliográfica e o
estabelecimento da sociedade do
conhecimento, chega-se ao consenso de
que guardar informação ou armazená-la
em acervos não é fator determinante de
poder algum, visto que a disseminação é
o grande elo para a prosperidade e
3. • Atualmente, com a incorporação
acelerada da Internet, o destaque fica a
cargo da explosão das publicações
eletrônicas/digitais que crescem a cada
dia e chegam a “sufocar” editores e
livreiros paralelamente com produções
impressas. O devido cadastro das obras
no ISBN e o envio das obras para as
agências do CBU seriam a fórmula exata
para um controle acessível das
produções.
• Dentre as áreas do conhecimento, a área
de Humanidades aparece como
disseminadora nata de publicações, tais
como livros. Em conseqüência, as demais
4. • O advento da Internet e a disponibilização
on-line de parte importante da produção
científica poderá reduzir a desigualdade
no acesso às informações entre as
universidades e outras instituições de
ensino e pesquisa e entre pesquisadores
individuais também.
• Desta forma, pode-se concluir com
Machado
(2003, p.41):
“[...] o uso dos recursos bibliográficos de
qualquer acervo depende especialmente
da organização de seu material (ou seja,
da qualidade).”
Afirmativa que se comprova desde que o
homem começa a registrar o
5. • O CBU apresenta-se como uma utopia,
mas espera-se a definição de uma política
em que haja a adesão de bibliotecários,
editores e autores. Esta política consiste
em, principalmente, adotar normas para a
representação documentária aceitas
internacionalmente (tendo em mente a
cooperação bibliográfica), permitindo assim
a troca de informações e o intercâmbio de
dados.
• Estabelecida uma forma de representação
das informações contidas em documentos
convencionais ou não, benefícios seriam
percebidos por autores, pesquisadores e
profissionais envolvidos no trabalho de
tratamento e recuperação da informação,
6. • A idéia de um controle bibliográfico contou
com tentativas realizadas de maneira não
planejada, dificultando seu funcionamento
efetivo. As bibliotecas com a construção
de catálogos bibliográficos podem atuar
como responsáveis pelo controle dos
acervos. Nesse sentido podemos resgatar
o catálogo elaborado por Calímaco, na
Biblioteca de Alexandria, que contava com
120 rolos de papiro, representando, ainda
que seletivamente, grande parte do
acervo da biblioteca, como um marco na
história do controle bibliográfico.
7. • Dois aspectos básicos são fortemente
enfatizados no CBU:
- o reconhecimento de que cada país está
bem capacitado para identificar e registrar
sua produção editorial;
- a aceitação, pelos países, de normas
internacionais para o registro da descrição
de sua produção bibliográfica.
• Os componentes básicos do CBU são,
portanto, os países, que devem integrar-
se para formar o sistema universal. Esses
aspectos do CBU fazem parte do
compromisso dos 19 países que integram
o sistema de controle universal; dentre
8. Conceito
• quot;Pressupõe um domínio completo sobre os
materiais que registram o conhecimento,
objetivando sua identificação, localização e
obtenção.quot; (Campello e Magalhães, 1997).
• Sistema mundial para permuta de
informações bibliográficas.
• Baseia-se em uma estrutura de cooperação
(cooperação significando respeito aos
padrões e a responsabilidade de cada país
pelo seu controle bibliográfico nacional).
• O CBU deve ser entendido como um
programa com objetivos de longo alcance e
9. Objetivo
• Tornar acessível a todos e com rapidez,
em forma internacionalmente aceitável, os
dados bibliográficos fundamentais
relativos a todas as publicações de todos
os países e proporcionar o controle de
registros bibliográficos de qualquer tipo de
material, tornando cada item
documentário único e ao mesmo tempo
multidimensionar suas possibilidades de
recuperação e uso.
10. Breve cronologia
• Em 1545, Conrad Gesner (bibliógrafo,
1516-1565) compilou a Bibliotheca
Universalis, precursora do CBU.
• No século XVIII, o inglês Michael Maittaire
(1668-1747); o alemão Gottieb Georgi no
século XIX e o francês Jacques Charles
Brunet (1780-1867)produziram
bibliografias que contemplavam a
produção tipográfica da Europa ocidental.
• Charles A. Jewett, no ano de 1851, já
preconizava a importância de um livro ser
catalogado uma única vez
(o que, depois, foi considerado como
condição essencial para o perfeito
11. • No ano de 1892 os belgas Paul Otlet e
Henri La Fontaine demonstraram
interesse em organizar uma biblioteca
universal.
• A FIAB (Federação Internacional de
Associação de Bibliotecas) já fazia um
trabalho referente ao CBU desde 1954.
• Em 1961 consolidou-se esta cooperação
internacional com a Conferência
Internacional sobre Princípios de
Catalogação em Paris (Conferência de
Paris).
• Em 1965 a Library of Congress lançou o
projeto MARC (Machine Readable
Cataloging).
• Iniciativas mais especializadas também
ocorreram, mas não com sucesso
12. No âmbito do CBU:
• A nível geral: controle dos registros que
interessam à nação, de responsabilidade
governamental.
• A nível particular: controle dos registros
que interessam a um determinado grupos
de indivíduos/instituições com interesses
específicos comuns, como as bibliografias
especializadas.
• A nível interno: controle dos registros que
interessam aos usuários em particular ou
de determinadas instituições. Papel
desempenhado pelas bibliotecas ou
13. Mecanismos de Controle
Bibliográfico:
• Biblioteca Nacional: no papel de ABN,
ABN
responsabiliza-se pelo controle do
depósito legal e da produção da
bibliografia nacional.
• Bibliografia Nacional/Bibliografia
comercial: divulga publicações editadas
dentro das fronteiras de cada país
(Unesco).
• Depósito Legal: exigência, definida por lei,
de se efetuar a entrega a um órgão
público de um ou mais exemplares de
toda a publicação editada em um país.
• Catalogação na Fonte: catalogação na
14. • Dependendo da concepção e do
funcionamento da BN de cada país, suas
atribuições são:
• manter a coleção dos materiais bibliográficos
produzidos no país;
• colecionar manuscritos e obras raras;
• pesquisar e treinar pessoal em técnicas
biblioteconômicas;
• pesquisar técnicas de conservação e
restauração de documentos;
• fornecer documentos (empréstimos ou cópias);
• manter o escritório de registro de direitos
autorais;
15. • As bibliografias nacionais também atuam
como instrumentos para o CBU. A
expressão “bibliografia nacional” foi usada
pela primeira vez na literatura
biblioteconômica, como relatam Campello
& Magalhães (1997, p. 32), “por volta de
1860, por alguns autores, que entretanto,
não apresentaram uma definição formal”,
e a bibliografia nacional pode ser
entendida como:
• lista de materiais na(s) língua(s) do país;
• lista de materiais escritos por pessoas naturais
do país;
• lista de materiais sobre o país;
• lista de materiais cujos direitos autorais foram
obtidos no país. (CAMPELLO; MAGALHÃES,
1997, p. 32).
16. • A bibliografia nacional também tem como
finalidade atuar
[...] como instrumento de seleção e aquisição,
além de modelo para a catalogação. Para a
indústria editorial, funciona como registro
estatístico de sua produção. Finalmente, a
bibliografia nacional serve como base para a
compilação de bibliografias retrospectivas
geradas a partir dos registros acumulados ao
longo do tempo. (CAMPELLO; MAGALHÃES,
1997, p. 33).
17. CBN: Controle
Bibliográfico Nacional (da
• No Biblioteca a América Latina há
Brasil e em toda Nacional).
problemas que afetam a organização e
publicação das bibliografias nacionais e
sua atualização, tais como edições
limitadas, distribuição mal articulada do
material bibliográfico, o não cumprimento
ou desconhecimento da lei do Depósito
Legal, entre outros.
• ABN: Agência Bibliográfica Nacional.
Cada país assume, perante o CBU, a
responsabilidade de elaborar e colocar à
disposição de todos os interessados os
registros de sua produção bibliográfica.
18. Agência Bibliográfica
Nacional e Biblioteca
Nacional.
• Observam-se então dois pontos que a
ABN e a BN se encarregam:
• do controle do depósito legal
• da produção de registros catalográficos na
publicação.
• As funções da BN são:
• preservação e restauração de
documentos; direitos autorais; depósito
legal; incentivo à leitura; agência brasileira
de ISBN; acesso às informações;
integração de bibliotecas do país e
produção da bibliografia nacional.
19. Controle bibliográfico
especializado
• O Controle Bibliográfico Especializado tem
por objetivo:
“[...] a produção de bibliografias seletivas para
atender às recomendações de uma comunidade
especializada e relativamente restrita.”
(CAMPELLO; MAGALHÃES, 1997, p. 83),
devendo ainda evitar a grande
fragmentação de serviços e sim uma
união na elaboração de bases de dados.
• O mesmo deve primeiramente pensar no:
[...] tipo de usuário a que se destina. Assim, o
objetivo principal não é o registro de todos os
trabalhos publicados, mas, sim, dos mais
importantes, selecionados de acordo com
20. Controle Bibliográfico
Especializado Brasileiro.
• Controle da literatura especializada feito
através das bibliografias especializadas,
também chamadas de quot;Índicesquot; e
quot;Abstractsquot;, como, por exemplo, produtos
impressos de bases de dados
bibliográficos.
• Dedicam-se a cobrir uma área do
conhecimento, de um assunto, permitindo
o controle da informação contida em
diversos tipos de documentos,
principalmente artigos de periódicos. Os
21. Paul Otlet e Henri La
Fontaine
• Documentalista belga, Paul Otlet tinha
como sonho algo que está ligado à idéia
da Internet (o espaço virtual onde as
bibliotecas virtuais tornam-se reais.
• Na Bélgica, há o Mundaneum:
Mundaneum
representação do sonho de Otlet; um
depósito do repertório mundial de
conhecimentos em fichas catalográficas.
Para ordenar este repertório (que
chamava-se Repertóire Bibliographique
Universel), Otlet desenvolve, juntamente
22. • Foi com eles que começaram as
preocupações de uma centralização
internacional de todos os registros
bibliográficos (final do século XIX). Logo,
foram os pioneiros na idéia de CBU.
• Ambos eram pacifistas por excelência e
acreditavam que a disseminação do
conhecimento produzido em todas as
nações propiciaria a paz. Assim, criaram o
Instituto Internacional de Bibliografia (atual
Federação Internacional de Informação e
Documentação), onde desenvolveram
sistemas manuais próprios à
disseminação e chegaram a um número
de 12 a 20 milhões de registros
23. • Sonhavam com o CBU como sendo um
grande sistema centralizador de registros
bibliográficos, porém, a partir da década
de 50, pensava-se no CBU como um
tratamento uniforme padronizado e
elaborado por todos os países.
Paul Otlet. Henri La Fontaine.
24. Considerando os objetivos de
uma Unidade de Informação e
do CBU, qual seria o papel da
Catalogação?
• Os objetivos de uma unidade de
informação são justamente armazenar
toda a produção científica e intelectual
(que são os que determinam o
desenvolvimento de um país), esteja ela
em qualquer suporte; disseminar este
conhecimento armazenado e incentivar a
produção científica para seu próprio
reabastecimento.
25. • Uma biblioteca, hoje, além de ser um local
de armazenamento de documentos, é um
portal de comunicações onde usuários
podem obter informações do mundo todo
para a produção de novos documentos
informacionais. É justamente neste ponto
que entra a catalogação, tornando-se um
poderoso instrumento de padronização
para a posterior disseminação de
documentos informacionais de forma
eficiente em qualquer lugar do mundo,
graças ao amparo pelo CBU.