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Revista
Literatura e Música
Revista Literatura e Música -  Ano 1 -  Nº 001
BandaPythia
eamúsicaArmyof
Damned
Conheça
opoeta-soldado
SiegfriedSassoon
Sumário
05-
Literatura, música e sociedade
06-
Guerra e modernismo
09-
Siegfried sassoon: o poeta da
guerra
14-
suicídio nas trincheiras
18-
Tradução Intersemiótica
20-
banda pythia e a música army of
damned
Literatura, música e sociedade
	 Geralmente, dois campos de estudo que se convergem
em um espelho refletor de um determinado momento
vivenciado na história da sociedade, é a literatura e a música.
Na 1ª, autores de diferentes movimentos exploram diversos
assuntos inerentes a sua realidade, experiências de vida, uma
crítica a sistemas políticos, econômicos, a forma de “pensar,
agir e ser de cada um de nós”, etc, valendo–se também, em
certas ocasiões, de elementos que permitam uma “fuga” dessa
realidade cruel que passa a assombrar a mente do escritor.
Segundo Schollhammer (2008, p. 81 e 82), há	
possíveis relações entre mundos fictícios atribuídos a textos
literários e os modelos prevalecentes do mundo social,
supostamenteancoradosnoreal.(...)Ascategoriastradicionais
de realidade e de verdade podem ser confrontadas
	 Quando se fala em música, esta no decorrer de sua
trajetória foi passando por transformações na forma de
concepção, de conceitos, etc. Vários movimentos ao longoda
história da música refletiam também a própria cultura daquele
povo, conforme Perpetuo (2009, p. 117 e 118) nos lembra:
A música nos recorda o que somos, ouvi-la nos faz reconhecer
algo, uma identidade, uma paixão ou uma ausência. (...) A
música (...) só pode ser entendida enquanto parte de um
contexto cultural (...) A música, antes de tudo, é um bem
cultural e social.
	 A literatura e a música possuem afinidades inimagináveis.
Pode–se dizer que a literatura seria uma “fonte inspiradora de
grande parte da criação musical.” (RUCKENT, s/d, p. 09).
p. 05
guerra
e
modernismo
	 O século XX é marcado
porumperíodode“incertezas”
que giravam em torno das
questõespolíticas,econômicas
e sociais. O prenúncio de uma
guerra, que a princípio seria
“rápida e gloriosa”, aumentou
ainda mais o sentimento de
incerteza.
	 A“Guerraparaacabarcom
todas as guerras”, como foi
chamada a 1ª Guerra Mundial,
se converteu num horrendo
“espetáculo” de carnificina
e sacrifícios que deixariam
impressas, conseqüências
que durariam anos e anos,
gerações e gerações...
A literatura, portanto, não
poderia deixar de lado, toda essa
problemática vigente naquela
época. Os escritores do período
modernista inglês oscilavam entre o
refúgio em uma mente perturbada
pelas terríveis lembranças da guerra,
como também denunciariam “a
opressão dos governos totalitários
e tecnocráticos que dominariam a
1ª metade do século XX”. No final,
os temas centrais que permeiam a
literatura modernista são: a 1ª Guerra
Mundial, os regimes totalitários e a
2ª Guerra Mundial (SILVA, 2005, p.
261).
p. 06
Falando especificamente da 1ª Guerra Mundial, esta
iniciou–se em 1914 e “enterrou a noção de que uma guerra
se inicia e termina no campo de batalha, sem deixar seqüelas
para as partes envolvidas”, ou seja, a luta também residia
nos corações de homens que já não tinham mais esperança
alguma, nos corações de mulheres e crianças, que tiveram
seus sonhos arruinados com a guerra. (SILVA, 2005, p. 262)
	 O assassinato do herdeiro do império austríaco–húngaro
Francisco Ferdinando, por um militante da Sérvia, foi o estopim
da guerra:
De um lado estavam as forças militares da Tríplice Aliança
e seus aliados, formados pela Alemanha, império austro-
húngaro, Itália, Turquia e Bulgária; do outro, a Tríplice Entente
e seus aliados, constituída pela França, Inglaterra, Rússia,
Bélgica, Sérvia, Japão, EUA e Grécia (SILVA, 2005, p. 263).
	 À princípio, o “espírito romântico” dos jovens soldados,
criou uma imagem de uma guerra que não condizia com a
realidade. Embalados por sedutoras campanhas “patrióticas”,
que omitiam o perigo de uma realidade cruel e indescritível,
jovens inexperientes e inocentes se “aventuravam” numa
viagem muitas vezes sem volta.
Até mesmo pelo seu caráter inédito, milhares de jovens se
apresentaram como voluntários. Todos queriam participar
do que era considerado um momento glorioso, um evento
necessário para o engrandecimento das nações (...) Pela 1ª
vez, a tecnologia e os avanços da Revolução Industrial seriam
usados para matar (...). (SILVA, 2005, p. 263)
	 Segundo Banerjee (s/d, p. 10), “o entusiasmo para
participar da guerra era tanto”, que eles (os jovens garotos)
mentiam a respeito de sua real idade. Naquele tempo criou–
se também uma diretoria específica para tais alistamentos/
recrutamentos. p. 07
Não demorou muito para que o véu da inocência fosse
encharcado por lágrimas de sangue: diante de todo aquele
horror, o sentimento crescente na mente dos soldados
despreparados foi o desespero. “O furor patriótico de jovens
vestidos com belos uniformes de pantalonas vermelhas, deu
lugar ao desespero de soldados com uniformes e espíritos
em frangalhos (...).” (SILVA, 2005, p. 264)
	 AentradadosEUAnaguerrafoifundamentalparaavitória
da Tríplice Entente. O governo alemão, em 11 de novembro
de 1918, viu como única solução, assinar um acordo de paz,
apesar da desvantagem. “Ali mesmo já seriam plantados as
sementes do 2º grande evento que eclodiria apenas duas
décadas depois: a 2ª Guerra Mundial.” (SILVA, 2005, p. 264)
Siegfried Sassoon: O poeta da
guerra
	 Siegfried Loraine Sassoon foi um poeta modernista
britânico, conhecido por seus poemas sobre a 1ª Guerra
Mundial. Nasceu em 08 de setembro de 1886 em Matfield,
Kent. Era filho de Alfred Ezra Sassoon, um rico comerciante
judeu, que foi deserdado por casar com Theresa, mãe de
Siegfried. Ele tinha dois irmãos: Michael e Hamo. Por um
bom tempo viveu na mansão neo¬–gótica, chamada
“Weirleigh”. Aos 4 anos de idade, seus pais se divorciaram.
	 Sassoon estudou no New Beacon Preparatory School
(Kent), Marlborough College (Wiltshire), estudou Direito e
História no Clare College (Cambridge). Depois de formado,
alistou–se no Exército Britânico, motivado por um espírito
patriótico, exatamente no período em que o Reino Unido
envolvera–se na 1ª Guerra Mundial (aproximadamente no
dia 04 de julho de 1914).
	 A morte de seu irmão, na Campanha Galliooli em 1915
é um choque para Sassoon. No mesmo ano também, ele
é contratado pelo 3º Batalhão Especial. É promovido a 2º
Tenente e enviado ao 1º Batalhão na França, onde se tornou
amigo íntimo de Robert Graves.
	 Foi nesse mesmo ano que o horror da guerra se tornou
eminente na vida do futuro escritor. Isso fez com que os seus
escritos literários mudassem drasticamente de foco: o que
anteseraaindaumarelutantepoesiacomtraçosromânticos,
logo aborda a verdade horrenda das trincheiras, mais uma
ramificação da guerra já existente, que era distorcida pela
propaganda patriótica.
Emsuapoesia,eranítidoadescriçãodecadáveresdecadentes,
homens mutilados, sujeira, covardia, o “cansaço de uma guerra
interminável”, o suicídio, etc. Este último (o suicídio) era um tema
recorrente e enfatizado em suas obras sobre a guerra. O autor
também tecia sátiras políticas, religiosas e ao governo, o qual
acusa diretamente por gerar uma “guerra ufanista”. Siegfried
também teve trabalhos em prosa e autobiografia ficcional em
três volumes, intitulada “Sherston Trilogy.
	 Durante o período em que esteve envolvido na guerra, foi
apelidado de “Mad Jack” por suas façanhas quase suicidas, que
inspiravam bravura aos soldados que seguiam Siegfried. Por seus
exemplos de bravura, foi condecorado em 27 de julho de 1916
com a “Cruz Militar”.
p. 11
A morte de seu amigo David Cuthbert Thomas faz com
que o autor se afaste temporariamente do serviço militar e que
alimente ainda mais, a postura anti¬–guerra.
	 Quando termina o prazo de sua licença de convalescença,
o escritor se recusa voltar ao campo de batalha, e é enviado
ao Craiglockhart War Hospital, por decisão da Corte Marcial, a
fim de ser tratado de uma neurastenia . Durante o tempo que
permaneceu lá, conheceu o poeta Wilfred Owen, outro nome
importante na literatura inglesa.
	 Ao retornar ao serviço militar, Owen é morto em 1918. No
mesmo ano, em 13 de julho de 1918, Sassoon é ferido em “fogo
amigo”. Em 12 de março de 1919, mesmo depois de ter sido
promovido a capitão, ele renuncia por motivos de saúde. Nesse
período, aproveita para divulgar as obras de seu amigo morto,
Wilfred Owen e trabalha no jornal socialista Daily Herald, como
editor literário.
	 Novamente a morte assombra a vida de Sassoon. O
falecimento de três amigos (Edmund Gosse, Thomas Hardy e
Frankie Schuster) deixa o espírito do escritor abalado.
	 Noâmbitopessoal,Siegfriedmanteverelaçõeshomossexuais
com o pintor, paisagista e desenhista William Park “Gabriel” Atkin,
os atores Ivor Novello e Glen Byam Shaw, o escritor Beverley
Nichols, o príncipe germânico Philip de Hesse e o aristocrata
decadente Stephen Tennant.
	 Mas em dezembro de 1933, o escritor casou–se com Hester
Gatty e dessa união nasceu seu único filho, George. Entretanto
o casamento acabou depois da 2ª Guerra Mundial. Em 1951, ele
foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico. Em
1957, converteu–se ao catolicismo romano e se interessou pelos
assuntosvoltadosaosobrenatural.Morreunodia01desetembro
de 1967, em Heytesbury, Wiltshire.
p. 12
A história e a literatura
daquele período demonstram
que os soldados não estavam
preparados para o conflito
armado. Milhares de pessoas
morreram e aquelas que
sobreviveram, carregaram
traumas para o resto de suas
vidas (estresse pós–traumático,
feridas, mutilações, loucura,
cegueira, etc).
	 No dia 11 de novembro
de 1985, Sassoon se tornou
um, dentre os 16 grandes
poetas da guerra. Seu nome
está em uma pedra na Abadia
de Westminster (Abbey’s Poets
Corner). Entretanto, destacamos
outros dois principais autores
literários da guerra: Wilfred
Owen e Rupert Brooke. Todos
eles participaram do “evento” e
se sentiram desiludidos.
de batalha, porque mais
humilhante, era ser tachado de
covarde, caso a decisão fosse
retornar ao lar.
Esses traumas eram causados
pela incapacidade, falta de
experiência, brutalidade e a falta
de humanidade da guerra (...) O
número de soldados atingidos
pelo shell-shock foram 80 mil
casos (...) Os médicos britânicos
não sabiam o que fazer para tratar
desta moléstia (...).” (BANERJEE,
s/d, p. 18, 19 e 20)
	 Os médicos desesperados
com o crescimento deste
distúrbio, a princípio, tentaram
uma terapia com eletro–choque
que não surtiu efeito. Depois
de um tempo, o doutor William
Halse Rivers desenvolveu uma
terapia de acordo com as suas
descobertas: o problema do
shell–shock era porque os
soldados baniam de sua mente,
qualquer memória angustiante
da guerra. “O doutor encoraja
os soldados a tentar lembrar
em vez de esquecer o que havia
acontecido”. (BANERJEE, s/d, p.
21)
	 Muitos soldados também
relataram em prosa ou poesia
sobre suas experiências na
guerra, inclusive aqueles que
foram “vítimas” de um colapso
mental chamado “shell–shock ”
e mesmo após tratados, eram
obrigados a retornar ao campo
p. 13
suicídio nas trincheiras
	 O poema de Siegfried a ser analisado neste trabalho, é
o “Suicide in the trenches” (Suicídio nas Trincheiras), escrito
durante a prestação de serviço militar na 1ª Guerra Mundial.
Foi publicado em 1918, em sua coleção “Counter–Attack and
Other Poems”.
Suicídio nas Trincheiras
Eu conheci um soldado, um simples garoto
Que sorriu para uma vida de alegria vazia
Dormiu profundamente através da solitária escuridão
E assobiou cedo com a cotovia.
Em trincheiras, no inverno, intimado e triste
p. 14
Com um som alto e piolhos, e ausência de rum
Ele colocou uma bala em seu cérebro
Ninguém falou dele novamente.
Você,vê multidões de faces convencidas e olhos em brasa
Que alegria quando os garotos soldados marcham
Espreito em casa e rezo para que você nunca saiba
O inferno onde vão jovens e risos!
	 Podemos dizer o “narrador–observador”, que também
participou desta luta, conheceu um rapaz que cometera
suicídio em virtude dos seus traumas pessoais em relação a
guerra.Eestejovem,quepossivelmentepresenciouosuicídio
deumamigo,ouretornouaolaroudesistiudelutar.Eelereza
pedindo que ninguém passe pelas terríveis experiências que
fora acometido, cuja lembrança será sempre um fantasma
disposto a atormentá–lo, e que ninguém conheça o inferno,
que é uma metáfora da guerra, onde jovens outrora felizes,
presenciam diariamente a face da morte. Após a leitura do
poema é nítido encontrarmos as seguintes características:
*sentimento de melancolia, frustração e medo
*negativismo/pessimismo e ilusão/sonho x realidade
*honra/glória x desgraça/desespero
*atmosfera sombria: Banerjee (s/d, p. 23), acrescenta que:
*morte: Sem sombra de dúvida, a morte é o segundo tema
central do texto acima. O suicídio, muitas vezes, é visto como
uma “válvula de escape” do mundo ao seu redor. Segundo
Banerjee (s/d, p. 14):
Metáforas de inverno, neve e gelo são freqüentemente usados
para representar a morte e sugerir a miséria do inverno nas
trincheiras. Essas metáforas reforçam o impacto da morte
Muitos soldados incapazes de lidar com o horror de seus diários
ao vivo (que muitas vezes incluía ver seus amigos mortos) tiraram
suas próprias vidas (geralmente atirando em suas bocas).
	 O sociólogo Émile Durkheim estudou a respeito do
suicídio,eéapartirdesuaóticaquemebaseioparaexplicara
questão referente ao suicídio, visto como “algo” pertencente
ao “fato social”, que a grosso modo, pode ser definido como
“a maneira de ser,de pensar e de agir” do indivíduo. Segundo
Durkheim,
O suicídio é um ato da pessoa e que só a ela atinge, tudo indica
que deva depender exclusivamente de fatores individuais e que
sua explicação, por conseguinte, caiba tão somente a psicologia
(QUNTANEIRO, 2003, p. 77).
	 De fato, o suicídio atinge uma pessoa, que neste caso, é
aquele que praticou o ato contra si mesmo. Entretanto, julgo
ser mais ampla a discussão: atinge e abala também todas as
pessoas que pertenciam ao vínculo social do indivíduo, ou
seja, o grupo social, que segundo o sociólogo, esse mesmo
grupo social também “tem uma disposição coletiva
p. 16
para o suicídio, e desta derivam as inclinações individuais”
(QUINTANEIRO, 2003, p.78).
	 Durkheim aponta que existem três tipos de suicídio:
A depressão, a melancolia, a sensação de desamparo moral
provocados pela desintegração social, tornaram–se, então
causas do suicídio egoísta (...) O suicídio altruísta compreende
os praticados por enfermos ou pessoas que chegaram no
início da velhice (...) Nas sociedades modernas, a ocorrência do
suicídio altruísta se dá entre (...) os militares, já que a sociedade
militar expressa em certos aspectos, uma sobrevivência da
moral primitiva e da estrutura das sociedades interiores,
além de promover uma fraca individualização, estimulando
a impessoalidade e a abnegação. O terceiro tipo– o suicídio
anômico–éaquelequesedeveaumasituaçãodedesregramento
social devido as normas que estão ausentes ou perderam o
respeito (QUINTANEIRO, 2003, p. 79).
No caso do poema, a atitude de tirar sua própria vida, deve–
se aos conflitos internos e pessoais, oriundos de traumas
externos (horrores da guerra), levando o jovem a tomar uma
decisão, na qual, buscava–se somente a paz de espírito ou
uma evasão daquela realidade, visto que, muitas vezes, os
soldados eram obrigados a voltar a guerra, mesmo depois
de terem sidos submetidos a tratamentos médicos, além do
que, conforme fora relatado anteriormente, uma quantidade
considerável de soldados sofreram da moléstia denominada
de “shell–shock”.
p. 17
Tradução intersemiótica
/imagem do site: http://chocoladesign.com
	 Uma outra abordagem
deste trabalho, é a tradução
intersemiótica que, de uma
maneira mais simplificada,
pode ser entendida como
uma transformação em outro
signo ou código, a partir de
um mesmo signo primário ou
original. Esta nova tradução/
interpretação/intertextualidade
pode remeter ao signo anterior
ou apenas fazer uma menção,
sem perder as significações
originais.
	 Resumindo: o signo
original ou norteador de todas
as discussões, é o poema de
Siegfried Sassoon, “Suicide in
the trenches”, apresentado
numa linguagem escrita. A
banda Pythia se apropria deste
poema e o inseriu na música
"Army of Damned", de forma
recitada,convertendoumsigno
escrito em um signo sonoro
(música).
	 A letra da música trabalha
com as mesmas questões
apresentadas no poema,
havendo, portanto, uma
intertextualidade que pode
ser através de “citações ou
recriações” que evidenciam
a relação entre os temas
discutidos. Segundo Oliveira
(2012, p. 54, 55, 63 e 68):
Cada obra de arte é, simultaneamente
uma realidade única e tradução de
outras (...) A tradução intersemiótica (...)
engloba códigos diferentes circulando,
por exemplo, entre a literatura e outros
sistemas (...) como a música.
	 Júlio Praza (2003, p. 13)
um profundo pesquisador dos
assuntos inerentes a tradução
intersemiótica acrescenta que,
p. 18
Passado-presente-futuro,ouoriginal-tradução-recepção,estãonecessariamente
atravessados pelos meios de produção social e artística, pois é na tradução dos
momentos da história, para o presente que aparece como forma dominante
‘não a verdade do passado, mas a construção inteligível de nosso tempo’.
	 Desse modo, podemos dizer que a música da banda “traduz
ou faz menção” a um momento histórico, o qual é reforçado com
a presença do poema de Siegfried Sassoon, enfatizando aspectos a
serem analisados posteriormente.
banda pythia e a música army of damned
	 Pythiaéumabandademetalsinfônico,metalgótico emedieval
power metal , que foi fundada em 2007 no Reino Unido. Seu nome
tem origem do grego e faz menção a “sacerdotisa do Oráculo de
Apolo, em Delfos”.
	 A líder e fundadora da banda é a cantora e escritora Emily Alice
Ovenden(integrantetambémdasbandasCelticLegendeMediaeval
Baebes).
	 As músicas abordam temas oriundos do gosto de Emily: o
universo gótico, obras literárias, fantasia, e é claro, Heavy Metal. Os
outros membros que compõem a banda são: Marc Dyos (baterista),
Ross White e Oz Wright (guitarristas) e Mark Harrington (baixo).
Discografia	
Demos	 Cd’s
2009– Sarah (Bury Her)	 2009– Beneath the veiled embrace
2010– Army of Damned	
2011– Betray my Heart	
2012– The Circle (Just a lie)	 2012– The Serpent’s Curse
p. 20
A música a ser analisada é a faixa 09, “Army of Damned” do
cd “Beneath the Veiled Embrace” lançado em 2009 e conta com a
participação do ator britânico Brian Blessed, que recita o poema de
Sassoon, “Suicide in the trenches”. Abaixo, segue a letra da música:
Exército dos Malditos
As mãos são da Morte, mas a Alma é Divina!
Nós somos o Exército dos Malditos
Homens de uma esquecida terra distante
Milhares de anos passaram por nós
E ainda você ouvirá os nossos choros
Nós deixamos nossos lares por esta guerra
Nós não lembramos para que foi (o motivo)
Ainda nós avançamos tanto de dia e de noite
Até chegar o tempo de lutar
E então eles fogem de nós
Nossos parentes e nossos amados
Eles não permanecerão por nós
E tudo que nós temos sido
O sangue fluirá por nós
Para sempre e um dia
Nossos juramentos serão quebrados pelos pecados deles
Nós desistimos de tudo o que poderíamos dar
Para que nossos filhos pudessem viver
Nós marcharemos ao som do tambor
Da batalha que não virá
p. 21
Nós ouvimos nossos amantes chorarem
Apesar deles estarem mortos e terem partido
Nós ouvimos nossos camaradas tocarem
Esse som eterno
Nós não podemos sentir o sol
Apesar da manhã acabar de chegar
Nós somos apenas a sombra do passado
Nós encontraremos perdão, nós encontraremos?
Tem misericórdia para nossos pais, perdoem todos esses homens
Quem não pode sentir o sol, apesar da manhã apenas não ter
chegado?
Nós somos apenas a sombra do passado
Nós somos o Exército dos Malditos
Homens de uma esquecida terra distante
O que eu daria para ver a face dela
E amá–la mais uma vez...
Brian Blessed recita o poema: “Eu conheci um soldado, um simples
garoto (...).”
	 Lendo a tradução é possível perceber que o tema é a guerra.
O signo original, que é o poema, é composto por palavras (escrito)
e serve de inspiração e referência na composição da música e se
converge, nesse segundo signo (sonoro), a partir do momento em
queérecitado.Issoétraduçãointersemiótica,conformeasdiscussões
apresentadas anteriormente.
	 A música também em sua temática, apresenta o medo,
pessimismo, desilusão, a morte (Nós não podemos sentir o sol,
p. 22
Apesar da manhã acabar de chegar, Nós somos apenas a sombra
do passado...), da escuridão como cenário que reveste o mundo
exterior e interior, a ausência dos entes queridos (família e amantes),
arrependimento, etc.
	 A música consegue penetrar em nossas almas, através da
magnitude poderosa de sua sonoridade e na sua composição
como todo, na qual o som dos instrumentos pode carregar em si,
“sentimentos humanizados”, que podem transparecer, por exemplo,
tristeza. Logo no início da música “Army Of Damned”, o compasso
da bateria lembra o toque de marchas de guerra. Segundo Perpetuo
(2009, p.209),
Não sei se as outras artes têm essa mesma capacidade ou dom. A literatura o
faz de outra forma, com o suporte das palavras. Nós músicos, temos o som (...)
A mensagem que esse som carrega (...) pode ser lida e entendida de diversas
maneiras, e está sujeita aos ouvidos de cada ouvinte (...) embora evoque (...) uma
história diferente, de acordo com o seu background, memória e vivência
p. 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BANERJEE,Dr.Bidisha.WarPoetry.Disponívelem:http://http://engres.
ied.edu.hk/literature/Electure(Mat)/Week10(WarPoetry)/War%20
Poetry%202.pdf. Acessado em 01 de julho de 2013.
Biografia da banda Pythia. Disponível em http://www.pythiamusic.
com. Acessado em 04 de julho de 2013.
BiografiadabandaPythia.Disponívelemhttp://www.som13.com.br/
pythia/biografia.
Biography of Siegfried Sassoon. Disponível em: http://www.
poetryfoundation.org/bio/siegfried_sassoon. Acessado em 02 de
julho de 2013.
CHACON, Paulo. O que é Rock? 3ª edição. Coleção Primeiros Passos.
Editora Brasiliense.
LEÃO, Tom. Heavy Metal: Guitarras em Fúria. Editora 34. São Paulo,
1997.
Neurastenia. Disponível em: http://www.infoescola.com/psicologia/
neurastenia/. Acessado em 03 de julho de 2013.
Letra da Música Army of Damned. Disponível em: http://www.letras.
mus.br/pythia/
OLIVEIRA, Solange Ribeiro de. Perdida entre signos: Literatura, Artes
e Mídias hoje. Faculdade de Letras da UFMG. Belo Horizonte, 2012.
PERPETUO, Irineu Franco e Amadeu da Silveira (Organizadores). O
futuro da música depois da morte do cd. Momento Editorial. São
Paulo, 2009.
PRAZA, Júlio. Tradução Intersemiótica. 1ª edição. Editora Perspectiva.
São Paulo, 2003.
QUINTANEIRO, Tânia, Maria Lígia de Oliveira Barbosa e Márcia
GardêniaMonteirodeOliveira.Umtoquedeclássicos:Marx,Durkheim
e Weber. Editora UFMG. Belo Horizonte, 2003.
RUCKERT, Ernesto Von. Música e Literatura. Disponível em: http://
www.ruckert.pro.br/texts/musicaeliteratura.pdf‎. Acessado em 01 de
julho de 2013.
SCHOLLHAMMER,KarlErikeHeidrunKriegerOlinto(Organizadores).
Literatura e Cultura. Editora PUC Rio. Rio de Janeiro, 2008.
SILVA,AlexanderMeirelesda.LiteraturaInglesaparaBrasileiros–Curso
Completo de Literatura Inglesa para estudantes brasileiros. Editora:
Ciência Moderna. 2ª edição. Rio de Janeiro, 2005.
Literatura, música e a 1a Guerra Mundial

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  • 4. Sumário 05- Literatura, música e sociedade 06- Guerra e modernismo 09- Siegfried sassoon: o poeta da guerra 14- suicídio nas trincheiras 18- Tradução Intersemiótica 20- banda pythia e a música army of damned
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  • 6. Literatura, música e sociedade Geralmente, dois campos de estudo que se convergem em um espelho refletor de um determinado momento vivenciado na história da sociedade, é a literatura e a música. Na 1ª, autores de diferentes movimentos exploram diversos assuntos inerentes a sua realidade, experiências de vida, uma crítica a sistemas políticos, econômicos, a forma de “pensar, agir e ser de cada um de nós”, etc, valendo–se também, em certas ocasiões, de elementos que permitam uma “fuga” dessa realidade cruel que passa a assombrar a mente do escritor. Segundo Schollhammer (2008, p. 81 e 82), há possíveis relações entre mundos fictícios atribuídos a textos literários e os modelos prevalecentes do mundo social, supostamenteancoradosnoreal.(...)Ascategoriastradicionais de realidade e de verdade podem ser confrontadas Quando se fala em música, esta no decorrer de sua trajetória foi passando por transformações na forma de concepção, de conceitos, etc. Vários movimentos ao longoda história da música refletiam também a própria cultura daquele povo, conforme Perpetuo (2009, p. 117 e 118) nos lembra: A música nos recorda o que somos, ouvi-la nos faz reconhecer algo, uma identidade, uma paixão ou uma ausência. (...) A música (...) só pode ser entendida enquanto parte de um contexto cultural (...) A música, antes de tudo, é um bem cultural e social. A literatura e a música possuem afinidades inimagináveis. Pode–se dizer que a literatura seria uma “fonte inspiradora de grande parte da criação musical.” (RUCKENT, s/d, p. 09). p. 05
  • 7. guerra e modernismo O século XX é marcado porumperíodode“incertezas” que giravam em torno das questõespolíticas,econômicas e sociais. O prenúncio de uma guerra, que a princípio seria “rápida e gloriosa”, aumentou ainda mais o sentimento de incerteza. A“Guerraparaacabarcom todas as guerras”, como foi chamada a 1ª Guerra Mundial, se converteu num horrendo “espetáculo” de carnificina e sacrifícios que deixariam impressas, conseqüências que durariam anos e anos, gerações e gerações... A literatura, portanto, não poderia deixar de lado, toda essa problemática vigente naquela época. Os escritores do período modernista inglês oscilavam entre o refúgio em uma mente perturbada pelas terríveis lembranças da guerra, como também denunciariam “a opressão dos governos totalitários e tecnocráticos que dominariam a 1ª metade do século XX”. No final, os temas centrais que permeiam a literatura modernista são: a 1ª Guerra Mundial, os regimes totalitários e a 2ª Guerra Mundial (SILVA, 2005, p. 261). p. 06
  • 8. Falando especificamente da 1ª Guerra Mundial, esta iniciou–se em 1914 e “enterrou a noção de que uma guerra se inicia e termina no campo de batalha, sem deixar seqüelas para as partes envolvidas”, ou seja, a luta também residia nos corações de homens que já não tinham mais esperança alguma, nos corações de mulheres e crianças, que tiveram seus sonhos arruinados com a guerra. (SILVA, 2005, p. 262) O assassinato do herdeiro do império austríaco–húngaro Francisco Ferdinando, por um militante da Sérvia, foi o estopim da guerra: De um lado estavam as forças militares da Tríplice Aliança e seus aliados, formados pela Alemanha, império austro- húngaro, Itália, Turquia e Bulgária; do outro, a Tríplice Entente e seus aliados, constituída pela França, Inglaterra, Rússia, Bélgica, Sérvia, Japão, EUA e Grécia (SILVA, 2005, p. 263). À princípio, o “espírito romântico” dos jovens soldados, criou uma imagem de uma guerra que não condizia com a realidade. Embalados por sedutoras campanhas “patrióticas”, que omitiam o perigo de uma realidade cruel e indescritível, jovens inexperientes e inocentes se “aventuravam” numa viagem muitas vezes sem volta. Até mesmo pelo seu caráter inédito, milhares de jovens se apresentaram como voluntários. Todos queriam participar do que era considerado um momento glorioso, um evento necessário para o engrandecimento das nações (...) Pela 1ª vez, a tecnologia e os avanços da Revolução Industrial seriam usados para matar (...). (SILVA, 2005, p. 263) Segundo Banerjee (s/d, p. 10), “o entusiasmo para participar da guerra era tanto”, que eles (os jovens garotos) mentiam a respeito de sua real idade. Naquele tempo criou– se também uma diretoria específica para tais alistamentos/ recrutamentos. p. 07
  • 9. Não demorou muito para que o véu da inocência fosse encharcado por lágrimas de sangue: diante de todo aquele horror, o sentimento crescente na mente dos soldados despreparados foi o desespero. “O furor patriótico de jovens vestidos com belos uniformes de pantalonas vermelhas, deu lugar ao desespero de soldados com uniformes e espíritos em frangalhos (...).” (SILVA, 2005, p. 264) AentradadosEUAnaguerrafoifundamentalparaavitória da Tríplice Entente. O governo alemão, em 11 de novembro de 1918, viu como única solução, assinar um acordo de paz, apesar da desvantagem. “Ali mesmo já seriam plantados as sementes do 2º grande evento que eclodiria apenas duas décadas depois: a 2ª Guerra Mundial.” (SILVA, 2005, p. 264)
  • 10.
  • 11. Siegfried Sassoon: O poeta da guerra Siegfried Loraine Sassoon foi um poeta modernista britânico, conhecido por seus poemas sobre a 1ª Guerra Mundial. Nasceu em 08 de setembro de 1886 em Matfield, Kent. Era filho de Alfred Ezra Sassoon, um rico comerciante judeu, que foi deserdado por casar com Theresa, mãe de Siegfried. Ele tinha dois irmãos: Michael e Hamo. Por um bom tempo viveu na mansão neo¬–gótica, chamada “Weirleigh”. Aos 4 anos de idade, seus pais se divorciaram. Sassoon estudou no New Beacon Preparatory School (Kent), Marlborough College (Wiltshire), estudou Direito e História no Clare College (Cambridge). Depois de formado, alistou–se no Exército Britânico, motivado por um espírito patriótico, exatamente no período em que o Reino Unido envolvera–se na 1ª Guerra Mundial (aproximadamente no dia 04 de julho de 1914). A morte de seu irmão, na Campanha Galliooli em 1915 é um choque para Sassoon. No mesmo ano também, ele é contratado pelo 3º Batalhão Especial. É promovido a 2º Tenente e enviado ao 1º Batalhão na França, onde se tornou amigo íntimo de Robert Graves. Foi nesse mesmo ano que o horror da guerra se tornou eminente na vida do futuro escritor. Isso fez com que os seus escritos literários mudassem drasticamente de foco: o que anteseraaindaumarelutantepoesiacomtraçosromânticos, logo aborda a verdade horrenda das trincheiras, mais uma ramificação da guerra já existente, que era distorcida pela propaganda patriótica.
  • 12. Emsuapoesia,eranítidoadescriçãodecadáveresdecadentes, homens mutilados, sujeira, covardia, o “cansaço de uma guerra interminável”, o suicídio, etc. Este último (o suicídio) era um tema recorrente e enfatizado em suas obras sobre a guerra. O autor também tecia sátiras políticas, religiosas e ao governo, o qual acusa diretamente por gerar uma “guerra ufanista”. Siegfried também teve trabalhos em prosa e autobiografia ficcional em três volumes, intitulada “Sherston Trilogy. Durante o período em que esteve envolvido na guerra, foi apelidado de “Mad Jack” por suas façanhas quase suicidas, que inspiravam bravura aos soldados que seguiam Siegfried. Por seus exemplos de bravura, foi condecorado em 27 de julho de 1916 com a “Cruz Militar”. p. 11
  • 13. A morte de seu amigo David Cuthbert Thomas faz com que o autor se afaste temporariamente do serviço militar e que alimente ainda mais, a postura anti¬–guerra. Quando termina o prazo de sua licença de convalescença, o escritor se recusa voltar ao campo de batalha, e é enviado ao Craiglockhart War Hospital, por decisão da Corte Marcial, a fim de ser tratado de uma neurastenia . Durante o tempo que permaneceu lá, conheceu o poeta Wilfred Owen, outro nome importante na literatura inglesa. Ao retornar ao serviço militar, Owen é morto em 1918. No mesmo ano, em 13 de julho de 1918, Sassoon é ferido em “fogo amigo”. Em 12 de março de 1919, mesmo depois de ter sido promovido a capitão, ele renuncia por motivos de saúde. Nesse período, aproveita para divulgar as obras de seu amigo morto, Wilfred Owen e trabalha no jornal socialista Daily Herald, como editor literário. Novamente a morte assombra a vida de Sassoon. O falecimento de três amigos (Edmund Gosse, Thomas Hardy e Frankie Schuster) deixa o espírito do escritor abalado. Noâmbitopessoal,Siegfriedmanteverelaçõeshomossexuais com o pintor, paisagista e desenhista William Park “Gabriel” Atkin, os atores Ivor Novello e Glen Byam Shaw, o escritor Beverley Nichols, o príncipe germânico Philip de Hesse e o aristocrata decadente Stephen Tennant. Mas em dezembro de 1933, o escritor casou–se com Hester Gatty e dessa união nasceu seu único filho, George. Entretanto o casamento acabou depois da 2ª Guerra Mundial. Em 1951, ele foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico. Em 1957, converteu–se ao catolicismo romano e se interessou pelos assuntosvoltadosaosobrenatural.Morreunodia01desetembro de 1967, em Heytesbury, Wiltshire. p. 12
  • 14. A história e a literatura daquele período demonstram que os soldados não estavam preparados para o conflito armado. Milhares de pessoas morreram e aquelas que sobreviveram, carregaram traumas para o resto de suas vidas (estresse pós–traumático, feridas, mutilações, loucura, cegueira, etc). No dia 11 de novembro de 1985, Sassoon se tornou um, dentre os 16 grandes poetas da guerra. Seu nome está em uma pedra na Abadia de Westminster (Abbey’s Poets Corner). Entretanto, destacamos outros dois principais autores literários da guerra: Wilfred Owen e Rupert Brooke. Todos eles participaram do “evento” e se sentiram desiludidos. de batalha, porque mais humilhante, era ser tachado de covarde, caso a decisão fosse retornar ao lar. Esses traumas eram causados pela incapacidade, falta de experiência, brutalidade e a falta de humanidade da guerra (...) O número de soldados atingidos pelo shell-shock foram 80 mil casos (...) Os médicos britânicos não sabiam o que fazer para tratar desta moléstia (...).” (BANERJEE, s/d, p. 18, 19 e 20) Os médicos desesperados com o crescimento deste distúrbio, a princípio, tentaram uma terapia com eletro–choque que não surtiu efeito. Depois de um tempo, o doutor William Halse Rivers desenvolveu uma terapia de acordo com as suas descobertas: o problema do shell–shock era porque os soldados baniam de sua mente, qualquer memória angustiante da guerra. “O doutor encoraja os soldados a tentar lembrar em vez de esquecer o que havia acontecido”. (BANERJEE, s/d, p. 21) Muitos soldados também relataram em prosa ou poesia sobre suas experiências na guerra, inclusive aqueles que foram “vítimas” de um colapso mental chamado “shell–shock ” e mesmo após tratados, eram obrigados a retornar ao campo p. 13
  • 15. suicídio nas trincheiras O poema de Siegfried a ser analisado neste trabalho, é o “Suicide in the trenches” (Suicídio nas Trincheiras), escrito durante a prestação de serviço militar na 1ª Guerra Mundial. Foi publicado em 1918, em sua coleção “Counter–Attack and Other Poems”. Suicídio nas Trincheiras Eu conheci um soldado, um simples garoto Que sorriu para uma vida de alegria vazia Dormiu profundamente através da solitária escuridão E assobiou cedo com a cotovia. Em trincheiras, no inverno, intimado e triste p. 14
  • 16. Com um som alto e piolhos, e ausência de rum Ele colocou uma bala em seu cérebro Ninguém falou dele novamente. Você,vê multidões de faces convencidas e olhos em brasa Que alegria quando os garotos soldados marcham Espreito em casa e rezo para que você nunca saiba O inferno onde vão jovens e risos! Podemos dizer o “narrador–observador”, que também participou desta luta, conheceu um rapaz que cometera suicídio em virtude dos seus traumas pessoais em relação a guerra.Eestejovem,quepossivelmentepresenciouosuicídio deumamigo,ouretornouaolaroudesistiudelutar.Eelereza pedindo que ninguém passe pelas terríveis experiências que fora acometido, cuja lembrança será sempre um fantasma disposto a atormentá–lo, e que ninguém conheça o inferno, que é uma metáfora da guerra, onde jovens outrora felizes, presenciam diariamente a face da morte. Após a leitura do poema é nítido encontrarmos as seguintes características: *sentimento de melancolia, frustração e medo *negativismo/pessimismo e ilusão/sonho x realidade *honra/glória x desgraça/desespero *atmosfera sombria: Banerjee (s/d, p. 23), acrescenta que:
  • 17. *morte: Sem sombra de dúvida, a morte é o segundo tema central do texto acima. O suicídio, muitas vezes, é visto como uma “válvula de escape” do mundo ao seu redor. Segundo Banerjee (s/d, p. 14): Metáforas de inverno, neve e gelo são freqüentemente usados para representar a morte e sugerir a miséria do inverno nas trincheiras. Essas metáforas reforçam o impacto da morte Muitos soldados incapazes de lidar com o horror de seus diários ao vivo (que muitas vezes incluía ver seus amigos mortos) tiraram suas próprias vidas (geralmente atirando em suas bocas). O sociólogo Émile Durkheim estudou a respeito do suicídio,eéapartirdesuaóticaquemebaseioparaexplicara questão referente ao suicídio, visto como “algo” pertencente ao “fato social”, que a grosso modo, pode ser definido como “a maneira de ser,de pensar e de agir” do indivíduo. Segundo Durkheim, O suicídio é um ato da pessoa e que só a ela atinge, tudo indica que deva depender exclusivamente de fatores individuais e que sua explicação, por conseguinte, caiba tão somente a psicologia (QUNTANEIRO, 2003, p. 77). De fato, o suicídio atinge uma pessoa, que neste caso, é aquele que praticou o ato contra si mesmo. Entretanto, julgo ser mais ampla a discussão: atinge e abala também todas as pessoas que pertenciam ao vínculo social do indivíduo, ou seja, o grupo social, que segundo o sociólogo, esse mesmo grupo social também “tem uma disposição coletiva p. 16
  • 18. para o suicídio, e desta derivam as inclinações individuais” (QUINTANEIRO, 2003, p.78). Durkheim aponta que existem três tipos de suicídio: A depressão, a melancolia, a sensação de desamparo moral provocados pela desintegração social, tornaram–se, então causas do suicídio egoísta (...) O suicídio altruísta compreende os praticados por enfermos ou pessoas que chegaram no início da velhice (...) Nas sociedades modernas, a ocorrência do suicídio altruísta se dá entre (...) os militares, já que a sociedade militar expressa em certos aspectos, uma sobrevivência da moral primitiva e da estrutura das sociedades interiores, além de promover uma fraca individualização, estimulando a impessoalidade e a abnegação. O terceiro tipo– o suicídio anômico–éaquelequesedeveaumasituaçãodedesregramento social devido as normas que estão ausentes ou perderam o respeito (QUINTANEIRO, 2003, p. 79). No caso do poema, a atitude de tirar sua própria vida, deve– se aos conflitos internos e pessoais, oriundos de traumas externos (horrores da guerra), levando o jovem a tomar uma decisão, na qual, buscava–se somente a paz de espírito ou uma evasão daquela realidade, visto que, muitas vezes, os soldados eram obrigados a voltar a guerra, mesmo depois de terem sidos submetidos a tratamentos médicos, além do que, conforme fora relatado anteriormente, uma quantidade considerável de soldados sofreram da moléstia denominada de “shell–shock”. p. 17
  • 19. Tradução intersemiótica /imagem do site: http://chocoladesign.com Uma outra abordagem deste trabalho, é a tradução intersemiótica que, de uma maneira mais simplificada, pode ser entendida como uma transformação em outro signo ou código, a partir de um mesmo signo primário ou original. Esta nova tradução/ interpretação/intertextualidade pode remeter ao signo anterior ou apenas fazer uma menção, sem perder as significações originais. Resumindo: o signo original ou norteador de todas as discussões, é o poema de Siegfried Sassoon, “Suicide in the trenches”, apresentado numa linguagem escrita. A banda Pythia se apropria deste poema e o inseriu na música "Army of Damned", de forma recitada,convertendoumsigno escrito em um signo sonoro (música). A letra da música trabalha com as mesmas questões apresentadas no poema, havendo, portanto, uma intertextualidade que pode ser através de “citações ou recriações” que evidenciam a relação entre os temas discutidos. Segundo Oliveira (2012, p. 54, 55, 63 e 68): Cada obra de arte é, simultaneamente uma realidade única e tradução de outras (...) A tradução intersemiótica (...) engloba códigos diferentes circulando, por exemplo, entre a literatura e outros sistemas (...) como a música. Júlio Praza (2003, p. 13) um profundo pesquisador dos assuntos inerentes a tradução intersemiótica acrescenta que, p. 18
  • 20. Passado-presente-futuro,ouoriginal-tradução-recepção,estãonecessariamente atravessados pelos meios de produção social e artística, pois é na tradução dos momentos da história, para o presente que aparece como forma dominante ‘não a verdade do passado, mas a construção inteligível de nosso tempo’. Desse modo, podemos dizer que a música da banda “traduz ou faz menção” a um momento histórico, o qual é reforçado com a presença do poema de Siegfried Sassoon, enfatizando aspectos a serem analisados posteriormente.
  • 21. banda pythia e a música army of damned Pythiaéumabandademetalsinfônico,metalgótico emedieval power metal , que foi fundada em 2007 no Reino Unido. Seu nome tem origem do grego e faz menção a “sacerdotisa do Oráculo de Apolo, em Delfos”. A líder e fundadora da banda é a cantora e escritora Emily Alice Ovenden(integrantetambémdasbandasCelticLegendeMediaeval Baebes). As músicas abordam temas oriundos do gosto de Emily: o universo gótico, obras literárias, fantasia, e é claro, Heavy Metal. Os outros membros que compõem a banda são: Marc Dyos (baterista), Ross White e Oz Wright (guitarristas) e Mark Harrington (baixo). Discografia Demos Cd’s 2009– Sarah (Bury Her) 2009– Beneath the veiled embrace 2010– Army of Damned 2011– Betray my Heart 2012– The Circle (Just a lie) 2012– The Serpent’s Curse p. 20
  • 22. A música a ser analisada é a faixa 09, “Army of Damned” do cd “Beneath the Veiled Embrace” lançado em 2009 e conta com a participação do ator britânico Brian Blessed, que recita o poema de Sassoon, “Suicide in the trenches”. Abaixo, segue a letra da música: Exército dos Malditos As mãos são da Morte, mas a Alma é Divina! Nós somos o Exército dos Malditos Homens de uma esquecida terra distante Milhares de anos passaram por nós E ainda você ouvirá os nossos choros Nós deixamos nossos lares por esta guerra Nós não lembramos para que foi (o motivo) Ainda nós avançamos tanto de dia e de noite Até chegar o tempo de lutar E então eles fogem de nós Nossos parentes e nossos amados Eles não permanecerão por nós E tudo que nós temos sido O sangue fluirá por nós Para sempre e um dia Nossos juramentos serão quebrados pelos pecados deles Nós desistimos de tudo o que poderíamos dar Para que nossos filhos pudessem viver Nós marcharemos ao som do tambor Da batalha que não virá p. 21
  • 23. Nós ouvimos nossos amantes chorarem Apesar deles estarem mortos e terem partido Nós ouvimos nossos camaradas tocarem Esse som eterno Nós não podemos sentir o sol Apesar da manhã acabar de chegar Nós somos apenas a sombra do passado Nós encontraremos perdão, nós encontraremos? Tem misericórdia para nossos pais, perdoem todos esses homens Quem não pode sentir o sol, apesar da manhã apenas não ter chegado? Nós somos apenas a sombra do passado Nós somos o Exército dos Malditos Homens de uma esquecida terra distante O que eu daria para ver a face dela E amá–la mais uma vez... Brian Blessed recita o poema: “Eu conheci um soldado, um simples garoto (...).” Lendo a tradução é possível perceber que o tema é a guerra. O signo original, que é o poema, é composto por palavras (escrito) e serve de inspiração e referência na composição da música e se converge, nesse segundo signo (sonoro), a partir do momento em queérecitado.Issoétraduçãointersemiótica,conformeasdiscussões apresentadas anteriormente. A música também em sua temática, apresenta o medo, pessimismo, desilusão, a morte (Nós não podemos sentir o sol, p. 22
  • 24. Apesar da manhã acabar de chegar, Nós somos apenas a sombra do passado...), da escuridão como cenário que reveste o mundo exterior e interior, a ausência dos entes queridos (família e amantes), arrependimento, etc. A música consegue penetrar em nossas almas, através da magnitude poderosa de sua sonoridade e na sua composição como todo, na qual o som dos instrumentos pode carregar em si, “sentimentos humanizados”, que podem transparecer, por exemplo, tristeza. Logo no início da música “Army Of Damned”, o compasso da bateria lembra o toque de marchas de guerra. Segundo Perpetuo (2009, p.209), Não sei se as outras artes têm essa mesma capacidade ou dom. A literatura o faz de outra forma, com o suporte das palavras. Nós músicos, temos o som (...) A mensagem que esse som carrega (...) pode ser lida e entendida de diversas maneiras, e está sujeita aos ouvidos de cada ouvinte (...) embora evoque (...) uma história diferente, de acordo com o seu background, memória e vivência p. 23
  • 25. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BANERJEE,Dr.Bidisha.WarPoetry.Disponívelem:http://http://engres. ied.edu.hk/literature/Electure(Mat)/Week10(WarPoetry)/War%20 Poetry%202.pdf. Acessado em 01 de julho de 2013. Biografia da banda Pythia. Disponível em http://www.pythiamusic. com. Acessado em 04 de julho de 2013. BiografiadabandaPythia.Disponívelemhttp://www.som13.com.br/ pythia/biografia. Biography of Siegfried Sassoon. Disponível em: http://www. poetryfoundation.org/bio/siegfried_sassoon. Acessado em 02 de julho de 2013. CHACON, Paulo. O que é Rock? 3ª edição. Coleção Primeiros Passos. Editora Brasiliense. LEÃO, Tom. Heavy Metal: Guitarras em Fúria. Editora 34. São Paulo, 1997. Neurastenia. Disponível em: http://www.infoescola.com/psicologia/ neurastenia/. Acessado em 03 de julho de 2013. Letra da Música Army of Damned. Disponível em: http://www.letras. mus.br/pythia/ OLIVEIRA, Solange Ribeiro de. Perdida entre signos: Literatura, Artes e Mídias hoje. Faculdade de Letras da UFMG. Belo Horizonte, 2012.
  • 26. PERPETUO, Irineu Franco e Amadeu da Silveira (Organizadores). O futuro da música depois da morte do cd. Momento Editorial. São Paulo, 2009. PRAZA, Júlio. Tradução Intersemiótica. 1ª edição. Editora Perspectiva. São Paulo, 2003. QUINTANEIRO, Tânia, Maria Lígia de Oliveira Barbosa e Márcia GardêniaMonteirodeOliveira.Umtoquedeclássicos:Marx,Durkheim e Weber. Editora UFMG. Belo Horizonte, 2003. RUCKERT, Ernesto Von. Música e Literatura. Disponível em: http:// www.ruckert.pro.br/texts/musicaeliteratura.pdf‎. Acessado em 01 de julho de 2013. SCHOLLHAMMER,KarlErikeHeidrunKriegerOlinto(Organizadores). Literatura e Cultura. Editora PUC Rio. Rio de Janeiro, 2008. SILVA,AlexanderMeirelesda.LiteraturaInglesaparaBrasileiros–Curso Completo de Literatura Inglesa para estudantes brasileiros. Editora: Ciência Moderna. 2ª edição. Rio de Janeiro, 2005.