1. VI ENCONCTRO DOS JARDINS BOTÂNICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Mesa 2 – Conservação da Biodiversidade
Conservação de Recursos Genéticos nos Jardins Botânicos
3. GARANTIA CONSTITUCIONAL
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao
Poder Público: I - preservar a diversidade e a integridade do
patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas
à pesquisa e manipulação de material genético;
4. •Agricultura tradicional: raças nativas, cultivares primitivas e
espécies de importância cultural (ex: uso religioso);
•Material melhorado: cultivares modernas e obsoletas,
linhas avançadas, mutantes, etc.
•Espécies silvestres: Através da Portaria 37-N, de 3 de abril
de 1992, o IBAMA torna pública a Lista Oficial de Espécies da
Flora
Brasileira
Ameaçada
de
Extinção:
http://www.biodiversitas.org.br/florabr/lista_ibama.asp.
•Formas regressivas: Ex: Arroz, milho, tomate e Cana-deaçúcar (Ex: Sacarum spontaneum: para rendimento, vigor e
resistência a pragas, em melhoramento de Cana-de-açúcar).
•Biotecnologia e Engenharia Genética: Transgênicos, Pólens,
Fragmentos de ADN, Genes Clonados, Genes Marcadores,
Genes Silenciosos, Genoma de Cloroplastos, etc.
9. Para cada 1% de aumento no teor de umidade da
semente, a longevidade é reduzida pela metade.
Para cada 5OC de aumento na temperatura a
longevidade é reduzida também pela metade.
Regeneração dos acessos: quando a viabilidade das
sementes for reduzida para 85% do poder germinativo
Foto: Banco Base de Amendoim ICRISAT- Índia (-20oC)
inicial.
10. Periodicidade da monitoração: 10 anos para os acessos incorporados
com viabilidade inicial acima de 85%.
5 anos para os acessos incorporados
com viabilidade inicial abaixo de 85%.
11. SOBREVIVÊNCIA DAS SEMENTES ORTODOXAS
Considera-se
que
a
conservação
de
sementes
ortodoxas, com umidade e temperatura (-10 oCa -20oC)
controladas, pode ser realizada “ad eternum” com poder
germinativo e vigor adequados.
Exemplos comprovados: AVEIA = 123 ANOS
Coleções a
Campo (17%)
In vitro (2%)
Banco Base (80%)
CEVADA = 123 ANOS
ERVILHA = 130 ANOS
QUIABO = 125 ANOS
TOMATE = 124 ANOS
12. Manutenção das coleções existentes
Existem cerca de 1.500 BAGs
espalhados pelo mundo, com
aproximados 7 milhões de
acessos. (FOTO Noruega)
Instituto Vavilov, URSS (1890)
Estados unidos da América
(1958)
Ghana (1964)
Japão (1996)
Canadá, Alemanha, Itália (1970)
Polônia (1971)
Turquia (1972)
Brasil (1974)
Etiópia (1976)
Portugal (1977)
Noruega (2008)
13. O QUE SE CONSERVA
EX SITU?
CONSERVAÇÃO
INTERNACIONAL
48% - cereais
(trigo,14%; arroz, 8%;
milho 5%);
16% são leguminosas
alimentícias;
10% forrageiras;
8% hortaliças;
4% fruteiras;
4% raízes e tubérculos;
2% fibrosas;
2% oleaginosas,
14. A estratégia aqui é a de monitorar e proteger diferentes
acessos e diferentes espécies cultivadas em um determinado
agroecossistema.
Assim a Pesquisa Científica trabalha integrada aos
agricultores, num sistema de parceria, onde o germoplasma
é mantido como parte do sistema agrícola, dentro da
própria comunidade, como bancos de sementes ou in vivo.
Neste Sistema incluem-se as raças locais, as cultivares
tradicionais e os parentes silvestres das espécies cultivadas.
15. OBJETIVOS DA CONSERVAÇÃO ON FARM
•Conservar o germoplasma, evitando sua erosão genética e permitindo a sua coleta;
• Disponibilizar sistemas de produção adequados às comunidades;
• Evitar a adoção involuntária de variedades melhoradas;
• Garantir o direito legal das comunidades sobre o seu germoplasma;
• Incentivar a comunidade a volorizar o seu germoplasma.
• Possibilitar o trabalho conjunto com a pesquisa científica;
• Possibilitar o intercâmbio entre comunidades;
• Restaurar a diversidade de cultivos alimentares;
Figura: Mapa da Fome indígena no Brasil
1.
2.
3.
4.
Caiçaras
Ribeirinhos
Quilombolas
Índígenas
16. COLEÇÃO NUCLEAR (Core collections)
1- COLEÇÃO ATUAL
Os BAGs têm problemas que limitam o seu uso, tais
como:
1. Tamanho da Coleção: O espaço é um fator
limitante, tanto no campo como em câmaras-frias.
2. Caracterização e Avaliação: Quanto maior o
BAG menor a possibilidade de realizar a
caracterização e avaliação.
3. Duplicações: comumente alguns acessos têm
mais de uma entrada na coleção, com diferentes
sinonímias.
4. Custo De Manutenção: quanto maior número
17. 2- PASSOS PARA FORMAÇÃO DA COLEÇÃO NUCLEAR
A estratificação da CN pode ser baseada em:
1. Distribuição geográfica: O local da coleta é determinante na
separação de acessos.
2. Caracterização: Dados morfológicos, citogenéticos, bioquímicos e
genéticos, são essenciais para uma perfeita distinção entre acessos,
inclusive para a detecção de duplicações.
3- RETIRADA DE AMOSTRAS DENTRO DE CADA ESTRATO PARA A
FORMAÇÃO DA COLEÇÃO NUCLEAR
Para a retirada das amostras pode-se utilizar:
1. Amostras iguais a aproximadamente 10% do tamanho do original,
com cerca de 70% da representatividade genética da coleção original,
não devendo exceder a 3.000 acessos.
18. Seleção dos acessos para compor a CN
Uso
dos
critérios
geográficos
na
estruturação
de
Coleções
Nucleares:
- Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) têm sido utilizados no estudo de
Recursos Genéticos, através do SIG é possível cruzar as informações geográficas
sobre os locais de coleta dos acessos com mapas ambientais, permitindo obter uma
classificação do germoplasma de acordo com o seu ambiente de origem.
19. COLEÇÕES NUCLEARES (CORE COLLECTIONS)
Idéia: surge com Frankel, 1970, Objetivando: Reduzir o tamanho das
coleções de germoplasma, mantendo a representatividade da diversidade
genética da espécie e seus parentes silvestres.
Representatividade: Brown (1989), sugere que 10% do total de acessos
representa aproximadamente 70% da variabilidade genética de uma
coleção. Para coleções muito grandes sugere não exceder a 3.000 acessos.
Informações fundamentais: Dados de passaporte;
dados de
caracterização e avaliação agronômica, morfológica, taxonômica e
Existem 51 espécies em coleções nucleares.
genética.
Exemplos: Alfafa (foto), Amendoim, Couve, Ervilha,
Vantagens: Segundo Vilela-Morales et al (1997) são o maior número de acessos
identificados, caracterizados e avaliados, a baixa redundância genética, 4 menor
Feijão, Grão-de-bico e Lentilha. No Brasil o são
número de acessos, o menor custo operacional e a maior chance de uso.
expressivas: Milho (300), Arroz (600) e Mandioca
(Embrapa) e Pupunha (Impa) – todas com caracteres
morfológicos e geográficos.
20. • É a conservação de plantas in vivo, ex situ,
plantadas de modo ordenado a facilitar a obtenção
dos dados.
Devido ao grande espaço ocupado, normalmente utiliza-se apenas 3 a
5 plantas de cada acesso, sem repetição, na conservação do BAG.
21. CONSERVAÇÃO EM TELADO E CAMPO
Pode ser utilizada para todas espécies, mas,
tradicionalmente é aplicada para espécies recalcitrantes e
intermediárias, pela dificuldade em conservar como
sementes. O lote tem que ser plantado de modo a
possibilitar o seu uso em pesquisas científicas. Ex: mandioca
e cará;
•RECOMENDADA: Para espécies perenes, arbóreas,
silvestres, semidomesticadas, heterozigotas, de reprodução
vegetativa, de sementes de vida curta, de sementes
sensíveis à secagem;
•PROBLEMAS: Ocupam muito espaço e não possibilitam
uma boa representatividade da diversidade genética da
espécie, estando sujeitas a desastres naturais, no caso do
campo.
22. • Cultura de Tecidos: conservam-se pequenas plantas em
tubos com Agar nutritivo;
• Apropriado para: clonagem em grande escala de um único
acesso, conservação em crescimento retardado;
• Variáveis: temperatura e nutrientes;
• Recomendado: plantas que não produzem sementes,
aquelas que se reproduzem por rizomas ou bulbos;
• Parte utilizada: embriões e pontas de raízes;
• Espécies: mandioca, batata, cana-de-açúcar, banana,
baunilha, cacau, fruteiras temperadas, raízes e tubérculos,
etc;.
• ProblemaS: Instabilidade genética e curto período de
conservação, sem repicagem.
23. Baixo custo
Coleta em qualquer época do ano
Eliminação de viroses
Produção de clones
Multiplicação rápida
Germinação de sementes imaturas
Facilita intercâmbio (troca de material)
Equipamentos caros
Necessidade de Treinamento
Necessidade de mão de obra
especializada
24. Técnicas de Conservação In vitro
1.Redução de temperatura
desacelera o metabolismo celular
2.Adição de inibidores Ex: SADH,
CCC, AAS
reduz alongamento das hastes
inibe divisão celular
inibe síntese de etileno
3.Emprego de osmóticos ao
meio na absorção de água e nutrientes
redução
Ex: manitol, sacarose
25. CONSERVAÇÃO IN VITRO
Tabela 3- Espécies conservadas in vitro na EmbrapaEMBRAPA
ESPÉCIES CONSERVADAS NA Recursos Genéticos
e Biotecnologia
RECURSOS GENÉTICOS (CENARGEN)
Abacaxi
Manihot
(Ananas comosus)
dichotoma
Aspargo
(Asparagus officinalis)
Banana
(Musa sp.)
Batata
(Solanum sp.)
Batata-doce
(Ipomea batatas )
E. dysenterica
Baunilha
(Vanilla sp)
Salacia sp.
Cará
(Dioscorea sp)
Estévia
(Stevia rebaudiana )
Inhame
(Colocasia sp)
Mandioca
(Maniot esculenta)
H. speciosa
Fotos: Exemplos de Conservação in vitro no CENARGEN
Menta
(Mentha sp)
Morango
T. esculenta
(Ananas comosus)
Orégano
(Origanum vulgare)
Uva
(Vitis sp.)
E. uniflora
26. Foto: Embrapa/Cenargen
• Esta parece ser a melhor solução para a conservação in
vitro a longo prazo. Nitrogênio líquido a –196ºC, com a
virtual paralisação de todos processos biológicos, os quais
poderiam ser teoricamente conservados indefinidamente
(Materiais: Sementes, Calos, Ápices caulinares, embriões
somáticos
ou
zigóticos,
in
vitro
(suspensões
celulares), gemas axilares e Pólens).
31. CONSERVAÇÃO “IN SITU”
•O IBPGR sugeriu, em 1984, as seguintes culturas e áreas prioritárias
para conservação “in situ”:
32. Áreas prioritárias de conservação In
Situ do Cerrado e Pantanal
87 ÁREAS PRIORITÁRIAS
33. BIBLIOGRAFIA
Hoyt, E. Conservação dos Parentes Silvestres das Plantas Cultivadas. Brasília. IBPGR,
IUCN, WWF, EMBRAPA/CENARGEN. 52p.1992.
Ministério do Meio Ambiente. Política Nacional de Biodiversidade: roteiro de
consulta para elaboração de uma proposta. Brasília: MMA/SBF, 2000. 48p.
Ministério do Meio Ambiente. Normas Internacionais de conservação para jardins
botânicos/Conselho Nacional do Meio Ambiente, Rede Brasileira de Jardins
Botânicos, Instituto de Pesuisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Botanic Gardens
Conservation International. Rio de Janeiro: EMC, 2001. 109p.
Primach, R.B & Rodrigues, E. Biologia da Conservação. Londrina: E.Rodrigues, 2001.
328p. 2001.
Diegues, A.C. Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos
trópicos. São Paulo: USP, 2000. 290p.
Ministério do Meio Ambiente. Estratégias para Conservação e Manejo de Recursos
Genéticos de Plantas Medicinais e Aromáticas: Resultados da 1a. Reunião Técnica/
Roberto Fontes Vieira... (et al.) – Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia/ Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA)/CNPq, 2002. 184p.