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Soneto


         Magro, de olhos azuis, carão moreno,
         Bem servido de pés, meão na altura,
         Triste de facha, o mesmo de figura,
         Nariz alto no meio, e não pequeno;

         Incapaz de assistir num só terreno,
         Mais propenso ao furor do que à ternura,
         Bebendo em níveas, por taça escura,
         De zelos infernais letal veneno;

         Devoto incensador de mil deidades
         (Digo, de moças mil) num só momento,
         E somente no altar amando os frades;

         Eis Bocage em quem luz algum talento;
         Saíram dele mesmo estas verdades,
         Num dia em que se achou mais pachorrento.
Bocage
ESTRUTURA EXTERNA:

   •   1º. Momento/ parte: 2 quadras, 1º. terceto;
   •   2º. Momento / parte: 2º. terceto.

Esquema rimático:

   •   abba, abba, cdc, dcd

Tipos de rima:

   •   emparelhada (bb), interpolada (aa), cruzada (cdc, dcd);
   •   toda grave;
   •   rica: talento/pachorrento; pobre: a restante;
   •   consoante: toda.
ESTRUTURA INTERNA



       o    1ª parte,

           - Nesta parte, o sujeito poético esboça o seu auto-retrato (tema do poema)

           - Há dois momentos distintos:

            1ª quadra, que respeita ao retrato físico;

            2ª quadra e o primeiro terceto evidenciam o retrato psicológico.




       o    2ª parte

       - Nesta parte, o sujeito poético revela a sua identidade e as circunstâncias
       que proporcionaram a criação do soneto.

       - Aspectos psicológicos/ subjectividade:

   •       inconstante;
   •       triste;
   •       propenso ao furor;
   •       propenso a paixões amorosas;
   •       anticlerical;
   •       Bebendo… veneno.

       - Alguns recursos estilísticos:

              o   adjectivação (magro, azuis, moreno, meão, triste, alto, pequeno,
                  incapaz, propenso, níveas, escura, infernais, letal, devoto, pachorrento);
                  antítese (vv 6, 7, 9/11); hipérbole (vv 9, 10

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Interpretação de um soneto de bocage

  • 1. Soneto Magro, de olhos azuis, carão moreno, Bem servido de pés, meão na altura, Triste de facha, o mesmo de figura, Nariz alto no meio, e não pequeno; Incapaz de assistir num só terreno, Mais propenso ao furor do que à ternura, Bebendo em níveas, por taça escura, De zelos infernais letal veneno; Devoto incensador de mil deidades (Digo, de moças mil) num só momento, E somente no altar amando os frades; Eis Bocage em quem luz algum talento; Saíram dele mesmo estas verdades, Num dia em que se achou mais pachorrento. Bocage
  • 2. ESTRUTURA EXTERNA: • 1º. Momento/ parte: 2 quadras, 1º. terceto; • 2º. Momento / parte: 2º. terceto. Esquema rimático: • abba, abba, cdc, dcd Tipos de rima: • emparelhada (bb), interpolada (aa), cruzada (cdc, dcd); • toda grave; • rica: talento/pachorrento; pobre: a restante; • consoante: toda.
  • 3. ESTRUTURA INTERNA o 1ª parte, - Nesta parte, o sujeito poético esboça o seu auto-retrato (tema do poema) - Há dois momentos distintos: 1ª quadra, que respeita ao retrato físico; 2ª quadra e o primeiro terceto evidenciam o retrato psicológico. o 2ª parte - Nesta parte, o sujeito poético revela a sua identidade e as circunstâncias que proporcionaram a criação do soneto. - Aspectos psicológicos/ subjectividade: • inconstante; • triste; • propenso ao furor; • propenso a paixões amorosas; • anticlerical; • Bebendo… veneno. - Alguns recursos estilísticos: o adjectivação (magro, azuis, moreno, meão, triste, alto, pequeno, incapaz, propenso, níveas, escura, infernais, letal, devoto, pachorrento); antítese (vv 6, 7, 9/11); hipérbole (vv 9, 10