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PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE:
UMA INICIAÇÃO A DOCÊNCIA SINGULAR?
José Ângelo Gariglio; Bárbara Guimarães Rocha;
Carolina Guimarães Reis; Carolline Nunes Laguardia;
Juliana Araujo de Paula; Poliana Bretas; Eliza Salgado; Fabrícia Salome
Email: angelogariglio@hotmail.com; carolline.laguardia@hotmail.com;
polianabretas@hotmail.com; ju_de_paula@hotmail.com; ba.guima.rocha@gmail.com;
carolguir@yahoo.com.br; elizasalgado7@gmail.com; fabriciasalome@yahoo.com.br
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Palavras Chave: Formação de Professores; Ciclos de Desenvolvimento Profissional;
Iniciação a Docência; Professores de Educação Física
No Brasil as políticas de estado tem se mostrado pouco preocupada e interessada
em desenvolver ações institucionais permanentes que visem o contínuo
acompanhamento da trajetória profissional dos professores licenciados. Tal fato aponta
para o seguinte aspecto: o que caracteriza a docência é sua falta de preocupação pela
forma como os docentes se integram no ensino (GARCIA, 2009)
Neste contexto os professores recém formados ou iniciantes são o grupo mais
frágil e que requer uma atenção e um acompanhamento especial. O que se constata é
que esses professores têm tido muito pouco apoio nessa fase de transição da condição
de aluno para recém-professor (FREITAS, 2002; FERREIRA, 2005). Nos primeiros
passos na profissão docente na escola básica os professores acabam por experimentar
situações críticas de desamparo e solidão gerando em muitos casos um desencanto
precoce com a docência.
Tomando essa situação como referência geradora, nos pareceu importante
desenvolver um estudo sobre a experiência de iniciação a docência vivida por licenciados
em Educação Física. Com a pesquisa buscamos encontrar respostas para as seguintes
questões: como esses egressos pensam e agem na profissão nos primeiros anos de
contato com a docência? Como eles olham a sua formação inicial (universitária) a partir
dos desafios enfrentados na escola? Quais os principais desafios enfrentados pelos
2
professores de Educação Física iniciantes? Qual a relação entre a iniciação à docência e
a especificidade do ensino da Educação Física na escola?
O PROBLEMA DE PESQUISA
Nos últimos trinta anos parte da literatura internacional e nacional que trata da
formação de professores vem buscando compreender melhor os processos de
socialização e desenvolvimento profissional dos docentes. Esses estudos visam, entre
outros objetivos, compreender de que maneira os professores dão sentido a sua vida
profissional e de que forma se entregam a ela como atores cujas ações e projetos
contribuem para definir e construir sua carreira. Nesta perspectiva, entende-se a
modelação da carreira docente situada na confluência entre a ação dos indivíduos e as
normas e papéis que decorrem da institucionalização das ocupações, papéis que estes
indivíduos devem interiorizar e dominar para fazerem parte da profissão docente.
Estes estudos sobre a carreira docente permitiram conhecer melhor a dimensão
historicamente construída dos saberes, do saber-fazer e do saber-ser professor e de que
forma estes saberes são incorporados às atitudes e comportamentos dos professores por
intermédio de sua socialização profissional no campo da formação e atuação docente.
Desse ponto de vista, os estudos sobre a carreira permitiram analisar mais detidamente a
fundamentação da prática do professor – o que ele é e faz – em sua trajetória
profissional. (TARDIF & RAYMOND, 2000)
Sustentados por essa perspectiva de análise, vários autores no campo dos
estudos sobre a formação de professores vêm tratando a carreira docente como um
contínuo formativo marcado pela presença de ciclos ou fases de desenvolvimento
profissional. Michael Hubernam (1974; 2000) ao construir reflexões sobre essa hipótese,
levanta questões que, para o autor, ainda precisam ser tratadas de forma mais
consistente. Dentre essas questões destacamos três que expressam mais claramente o
que os estudos sobre os ciclos de desenvolvimento profissional de professores almejam
conhecer mais de perto: será que todos os professores passariam pelas mesmas etapas,
as mesmas crises, os mesmos acontecimentos, o mesmo termo de carreira,
independente da geração a que pertencem, ou haverá percursos diferentes, de acordo
com o momento histórico da carreira? Que imagem essas pessoas têm de si, como
professores, em situação de sala de sala de aula, em momentos diferentes da sua
carreira? Terão a percepção de que modificam os seus processos de animação, a sua
relação com os alunos, a organização das aulas, as suas prioridades ou domínio da
matéria que ensinam?
3
Na busca por construir respostas a estes questionamentos, algumas pesquisas
sobre tema vêm tentando nomear ou classificar quais seriam e como se caracterizariam
os diferentes ciclos de vida profissional dos professores. Dentre os estudos mais famosos
sobre o tema é emblemático a pesquisa feita por Michael Huberman sobre o ciclo de vida
profissional de professores do ensino médio. Nessa investigação o autor classifica as
fases da carreira docente em cinco momentos: de 1 a 3 anos seria a fase de entrada e
tatiamento da profissão; de 4 a 6 anos de estabilização e consolidação de um repertório
pedagógico; de 7 a 25 anos de diversificação, ativismo e questionamento; de 25 a 35
anos de serenidade, distanciamento afetivo e de certo conservadorismo e de 35 a 40
anos uma fase caracterizada pelo desinvestimento profissional e amargura com a
profissão ou de serenidade.
No caso específico do nosso estudo, nos interessa investigar os processos de
iniciação na docência (fase de tatiamento da profissão) de estudantes de Educação
Física licenciados. Esse ciclo é denominado pela literatura de diversas formas, a ver:
choque da realidade, choque de transição ou choque cultural. Esses termos buscam
retratar ou significar aspectos da transição da vida de estudantes para a vida mais
exigente de trabalho e o confronto inicial com a difícil e complexa realidade do exercício
da profissão. (TARDIF, 2002)
A entrada na carreira profissional é vista por Tardif e Raymond (2000) como um
período que duraria aproximadamente sete anos, divididos em duas fases com
características singulares. A fase de exploração (de um a três anos) na qual o professor
escolhe provisoriamente a sua profissão inicia-se através de tentativas e erros, sente a
necessidade de ser aceito por seu círculo profissional (alunos, colegas, diretores de
escolas, pais de alunos) e experimenta diferentes papéis. Essa fase variaria de acordo
com os professores, pois pode ser fácil ou difícil, instigante ou decepcionante e
condicionada pelas limitações e possibilidades de uma dada instituição escolar. A
segunda fase seria tida como de estabilização e de consolidação (de três a sete anos),
em que o professor investe a longo prazo na sua profissão e os outros membros da
instituição reconhecem as suas capacidades. Além disso, essa segunda fase se
caracterizaria por uma confiança maior do professor em si mesmo (e também dos outros
agentes no professor) e pelo domínio dos diversos aspectos do trabalho, principalmente
os pedagógicos (gestão de classe, planejamento do ensino, apropriação pessoal dos
programas), o que se manifesta através de um melhor equilíbrio profissional.
Estudos têm mostrado que o choque da realidade traduz-se na necessidade de
absorção pelas inúmeras informações que lhe chegam, a visualização da totalidade da
4
escola e a relação com os alunos; o contato com os outros docentes; a descoberta e a
necessidade de ter que dar conta de questões burocráticas da sala de aula como
preencher o diário de classe ou ainda planejar sua aula; dentre outras tantas tarefas.
Além do enfrentamento de uma nova situação profissional, os professores que iniciam a
carreira, geralmente recebem as salas mais complicadas; ressentem-se da falta de
colaboração e apoio por parte dos professores mais experientes da escola; passam por
um aumento do estresse no primeiro ano de docência; são cobrados, por parte da escola,
com as mesmas exigências que os professores mais antigos. (GUARNIERI, 1996;
FERREIRA, 2005; FONTANA, 2000)
Concomitantemente, as pesquisas também têm mostrado que a entrada na
profissão é vivida como uma descoberta positiva. O professor iniciante traduziria o
entusiasmo inicial, a experimentação, a exaltação por estar, finalmente, em situação de
responsabilidade (ter sua sala de aula, os seus alunos, o seu programa), por sentir parte
de um determinado corpo profissional. Com muita freqüência, a literatura tem indicado
que os dois aspectos, o da descoberta e o da sobrevivência, são vividos em paralelo e é
o segundo aspecto é que permitiria suportar o primeiro. (HUBERMAN, 2000)
A importância dos estudos que tratam da entrada na profissão tem recebido cada
vez mais reconhecimento, pois esse ciclo profissional é tido como um período crítico de
aprendizagem intensa da profissão docente. Esses anos iniciais constituem um período
realmente importante da história profissional do professor, determinando inclusive seu
futuro e sua relação com o trabalho (TARDIF & RAYMOND, 2000, GARCIA, 2009). Essa
fase é tão crucial que pode levar uma porcentagem importante de iniciantes a abandonar
a profissão1
ou se questionarem sobre essa escolha profissional, a sua continuidade e o
desejo de investimento formativo dentro da profissão.
O tema da iniciação da carreira docente está intimamente ligado, também, ao
tempo da formação inicial. É a partir das certezas e dos condicionantes da experiência
prática que os professores julgam sua formação universitária anterior. Ao estrearem na
profissão, muitos professores se lembram de que estavam mal preparados, sobretudo,
para enfrentar condições de trabalho difíceis, notadamente no que se refere a elementos
como o interesse pelas funções, a turma dos alunos e a carga de trabalho (TARDIF,
2002).
1
Segundo estudos realizados por Gold (1996), cerca de 33% dos professores abandonam a profissão nesse
ciclo da carreira profissional.
5
É neste quadro de questões que o nosso estudo se inscreve. É de nosso
interesse, portanto, investigar como professores de Educação Física recém formados
pela universidade lidam com essa experiência de iniciação na carreira docente.
PROFESSORES INICIANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA INICIAÇÃO A DOCÊNCIA
SINGULAR?
Os estudos que tratam dos ciclos de desenvolvimento profissional dos professores
alertam para o fato de que as sequências da vida profissional não deveriam ser tratadas
de predeterminadas e invariáveis e que estas fases não podem ser analisadas de forma
independente das condições de vida e de trabalho, do período histórico, das interações
socais imediatas, dos contextos situados de trabalho e ação individual dos atores sociais.
Trazendo esse debate para o campo da profissionalização docente Lessard et al.
(2003), chamam a atenção para o fato de que o mundo dos professores aparece como
uma diversidade ao plano das identidades profissionais afirmadas. Tal diversidade é
marcada fortemente pelas condições de trabalho realmente efetuadas pelos diferentes
subgrupos de professores, pelas missões educativas específicas e redefinidas por eles.
Os professores se constituem na realidade numa multiplicidade de subgrupos com a sua
própria identidade, a sua experiência do sistema escolar, vivendo tensões com outros
subgrupos e com o quadro institucional.
Arroyo (2000) vai ratificar essa visão fragmentada da profissão docente, ao
lembrar que a imagem social do professor não é única. Para ele, o campo da educação
não tem fronteiras bem definidas e, além do mais, é muito diversificado. Todos somos
professores, pertencemos ao professorado, mas há hierarquias, há níveis e graus e
imagens bastante diferenciadas, diversidade de salário, de carreira, de titulação e
prestígio. Os professores não são apenas professores do ensino fundamental, do ensino
médio, da educação infantil. Eles são vistos com traços diferenciados e vêem o
magistério com características bem distintas. Há, segundo o autor, imagens sociais
diversas do magistério e auto-imagens também variadas.
Feinama-Nemser et al. (1998) reforçam a tese de que existiriam, no campo de
atuação profissional, não apenas uma, mas várias culturas docentes. Para eles, a cultura
profissional pode ser considerada como um conjunto de sentimentos partilhados, de
hábitos mentais e de modelos de interação com os alunos, os colegas, os
administradores e os parentes. Essa cultura profissional compreenderia também para
eles as recompensas intrínsecas, associadas ao exercício do métier.
6
Esse debate sobre a contextualidade dos saberes profissionais nos instiga a
pensar sobre a existência de culturas docentes diferenciadas, isto é, a existência de
formas diferenciadas de saber-ser, saber-fazer e de habilidades pedagógicas peculiares
a cada subgrupo de professores presente num contexto escolar marcadamente
pulverizado (professores de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio,
educação profissional, de portadores de necessidades especiais e professores dos
diferentes campos disciplinares do currículo escolar). Como afirma Dubar (1997), o
espaço de reconhecimento das identidades é inseparável do espaço de legitimação dos
saberes e das competências associadas às identidades. A transação objetiva entre
indivíduos e as instituições são antes de tudo aquela que se organiza à volta do
reconhecimento e do não-reconhecimento das competências, dos saberes e das imagens
de si que constituem os núcleos duros das identidades reivindicadas.
Poderíamos dizer então que é, também, na relação específica com os
conhecimentos disciplinares que os saberes da base da ação profissional ganhariam
sentido e validade. Seriam, portanto, saberes intimamente relacionados à situação de
trabalho à qual devem atender. Nesta ordem de pensamento parece-nos instigante
questionar em que medida as experiências de iniciação a docência, vividas por
professores de professores de EF, guardam relação com as funções atribuídas pela
cultura ao componente curricular que ensinam, com o lugar que a Educação Física ocupa
na hierarquia dos saberes escolares e com do tipo de interação estabelecidas com
alunos na sala de aula em função do conteúdo que ensinam.
Pesquisas no campo da Educação Física escolar2
tem mostrado que o olhar mais
atento dirigido ao cotidiano escolar vai identificar que, apesar da Educação Física estar
presente no currículo em função de uma determinação do marco legal da educação, essa
disciplina apresenta no conjunto da cultura escolar um déficit crônico de legitimidade que
faz com que os seus responsáveis e partidários, particularmente os professores de
Educação Física, estejam envolvidos numa constante luta por reconhecimento. Essa
evidência não é nenhuma novidade, entretanto é interessante observar que isso se dá,
entre outros motivos, pela desvalorização da sua especificidade. A visão que se tem é a
da Educação Física como auxiliar de outras disciplinas, uma espécie de apêndice da
escola. Em observações do cotidiano escolar podem-se perceber gestores da escola e
professores de outras disciplinas referindo-se ao momento da aula de Educação Física
como espaço de distração para os alunos, no qual os alunos fugiriam e compensariam a
tensão proporcionada pelo esforço intelectual em sala de aula. Há uma grande
2
FARIA et al. (2009); MACHADO et al. (2009).
7
dificuldade de percepção pelos agentes escolares da aula de Educação Física como um
momento de aprendizado sistematizado e com objetivos de ensino próprios, com
importância para o desenvolvimento humano dos alunos. A inserção atual da Educação
Física na vida das escolas é, na maioria dos casos, potencialmente geradora de
manifestações de desrespeito à Educação Física e aos seus professores. As pesquisas
vêm mostrando que a visão (e as ações) que os demais agentes escolares têm da
Educação Física, particularmente, diretores e demais professores, justifica que ela seja
entendida como uma “disciplina de segunda classe”.3
A atual cultura escolar de Educação
Física está fortemente permeada por essa condição. Essa desvalorização configura-se,
às vezes, como uma forma de desrespeito nas dimensões do direito e da estima social
dos professores, que os motivam à luta por reconhecimento ou então, os levam a uma
condição de desinvestimento. O seu não reconhecimento como disciplina escolar pode
ser geradora de um movimento coletivo de resistência, mas também, geradora de
movimentos de desinvestimento tanto pessoal e profissional de determinados
professores. Tal realidade incide, portanto, diretamente na vida dos seus professores
uma vez que esses acabam desenvolvendo uma compreensão de si como docentes
também de “segunda classe”, pelo menos numa posição inferior aos professores das
demais disciplinas escolares. (BRACHT; FARIA, 2010)
Paralelamente a esta realidade de dificuldades no enfrentamento deste déficit
crônico de legitimidade da EF no currículo escolar, os professores de Educação Física
deparam-se com outros desafios colocados pelo caráter singular e próprio do ensino
deste componente curricular. Algumas das características da contextualidade pedagógica
da EF foram descritas em pesquisa realizada por Gariglio (2004) com professores de
uma escola profissionalizante. Os dados do seu estudo apontam que os professores de
EF precisam a aprender a lidar com modalidades de ordem e disciplina diferenciadas em
relação à maioria das demais disciplinas escolares (ensinar mediante a presença
constante de ruídos - risos, gritos, conversas -, e com intensa movimentação dos alunos
e com a ocupação mais livre dos espaços); com a singularidade das condições
ambientais da sala da aula da EF (a incidência forte do sol, do frio e de espaços e limites
físicos mais amplificados em relação à sala de aula tradicional); o cuidado e a atenção
com a segurança e a integridade física em função da movimentação corporal dos alunos;
a carência quase que absoluta de material didático orientador da ação pedagógica,
proporcionando, ao mesmo tempo, maior autonomia na condução do trabalho
pedagógico e sensação de desamparo em face da carência de referências ordenadoras
da prática pedagógica; a necessidade de desenvolver tecnologias de
3
Cf; JEBER (1996).
8
comunicação/interação humana com potencial de persuasão dos alunos em razão da
diluição de relações hierárquicas mais verticalizadas na relação professor/alunos,
desestabilizadas pela percepção dos alunos do caráter “inútil” da EF na luta por uma
vaga na universidade ou mesmo no mercado de trabalho. Nesse ambiente de ensino
mostrou-se imperioso aos professores pesquisados desenvolvessem estratégias de
implicação dos alunos nas aulas de EF, não tanto pelos mecanismos de controle muito
presentes nas demais disciplinas (risco da reprovação mediante avaliação em provas e
testes), mas por canais de comunicação e interação humana, capazes de persuadi-los,
seja pela motivação impressa pela ação dos professores, seja pela empatia nutrida pelos
discentes em relação aos docentes, seja também pela habilidade de tornar os conteúdos
de ensino agradáveis e prazerosos aos olhos dos alunos.
Tomando essas características sobre particularidades do contexto de ensino na
EF cabe perguntar: os processos de iniciação a docência de professores de EF
Educação Física, seriam os mesmos, por exemplo, de professores iniciantes da disciplina
de Matemática? Seria objeto de igual consideração? Entendendo que a profissão docente
comporta uma dimensão social fundamental e se insere em relações sociais marcadas
pela negociação com um tipo de trabalho específico, com seus conteúdos, com suas
exigências próprias, com suas finalidades situadas e com suas estratégias de controle e
autonomia, caberia perguntar o que seria próprio da experiência de iniciação a docência
vivida por professores de EF? Como pensam e agem esses professores diante do caráter
situado da ação pedagógica na escola?
METODOLOGIA DE PESQUISA
Os sujeitos da Pesquisa
A pesquisa será realizada com licenciados formados pela Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, nos últimos três anos e
que tenha, por via de conseqüência, no máximo três anos de experiência com a docência
em EF na escola. Mais especificamente, o estudo será feito apenas com aqueles
licenciados que já atuam como docentes na escola básica. A partir do banco de dados
disponíveis na secretaria do colegiado de graduação da referida instituição, buscaremos
fazer contatos com todos os estudantes formados no período mencionado, buscando
identificar quais deles já estão em pleno exercício da docência. Feito esse primeiro
levantamento, objetiva-se realizar a pesquisa com todos os professores situados neste
recorte. A opção por trabalhar com licenciados formados apenas em uma única
instituição facilitará a produção de análises que visem estabelecer relações mais críveis
9
entre o currículo da formação inicial e sua repercussão frente os desafios colocados
pelas situações de trabalho próprias de contexto de iniciação a docência em Educação
Física na escola.
O campo de pesquisa
O estudo com licenciados formados pela EEFFTO/UFMG nos parece ser um caso
de pesquisa representativo porque há décadas essa instituição vem formando
professores em Educação Física, constituindo-se, portanto, numa importante referência
na formação de professores dessa área no Estado de Minas Gerais. Esta
representatividade é ratificada pela constatação de que esta instituição é hoje a única
universidade pública da região metropolitana de Belo Horizonte a formar licenciados em
Educação Física. Este caso, portanto, nos parece digno de ser estudado, seja porque é
representativo de muitos outros casos, seja porque é completamente distinto de outros
casos.
Técnica de coleta de dados
Casos de Ensino
Investigadores da epistemologia da prática (L.S.Shulman, 1992; J.H.Shulman e
Colbert, 1990; Merseth, 1990) têm destacado a importância do conhecimento de casos
de ensino na construção do pensamento e das práticas do professor. Os casos de ensino
surgem como instância da prática e parecem oferecer oportunidades para exame e
reflexão sobre a prática de sala de aula. Eles apresentam situações de ensino, descritas
detalhadamente, que possibilitam aos futuros professores refletir sobre eventos ocorridos
em um determinado contexto. Shulman (apud Marcelo Garcia, 1992) afirma:
O conhecimento de casos é um conhecimento de eventos
específicos, bem documentados e bem descritos. Enquanto os
casos em si mesmos são informações de eventos ou seqüências
de eventos, o conhecimento que representam é que os converte
em casos. Os casos podem ser exemplos de aspectos concretos
da prática – descrições detalhadas de como ocorreu um evento –
completados com informação sobre o contexto, os pensamentos e
os sentimentos. (p.58)
Mizukami (2000) destaca algumas características dos casos de ensino, elencadas
por Shulman. O caso de ensino tem uma narrativa, uma história que ocorre em um tempo
e num local específicos. Os protagonistas da narrativa são geralmente humanos, embora
nem sempre isso seja necessário. O caso de ensino possui começo, meio e fim e [...]
10
revela o trabalho de mãos, mentes, motivos, concepções, necessidades, falsas
concepções, frustrações, ciúmes, falhas humanas (p.151).
A utilização da estratégia do estudo de casos de ensino parece oferecer
importantes vantagens para a compreensão da aprendizagem profissional da docência.
Ao revelar a complexidade das situações de ensino que ocorrem em sala de aula, os
casos podem ajudar os futuros professores a familiarizar-se com a necessidade de
pensar e agir frente a situações complexas. Podem ainda favorecer o desenvolvimento
de destrezas de análise crítica, de resolução de problemas e de tomada de decisões.
Possibilitam aos futuros professores a explicitação e o desenvolvimento de suas teorias
práticas de ensino. Ao analisar uma situação de ensino, o futuro professor recorre a seus
conhecimentos acadêmicos, suas experiências prévias, seus sentimentos, suas
preconcepções, podendo examinar sua validade frente à complexidade das situações de
sala de aula (NONO, 2001).
Cada caso oferece um fórum para apresentação e exame
crítico de princípios teóricos e abordagens alternativas, levando
em consideração os limites e as complexidades da situação de
sala de aula. (...) Eles oferecem oportunidades para que
professores e seus estudantes testem seu conhecimento de teoria
com a prática. Algumas vezes, princípios devem ser adaptados e
novas regras inventadas, para que se possa compreender as
complexidades das situações de sala de aula e dos episódios de
ensino. (J.H. Shulman, 1992, p.76)
A utilização dos casos de ensino na formação de professores pode ser feita a
partir de duas perspectivas. Os professores podem ler, analisar e discutir casos já
elaborados e que lhes são apresentados. Ou, podem também, redigir casos relacionados
com experiências próprias vividas em situações de ensino, para que sejam em seguida
analisados. A elaboração de um caso de ensino requer
[...] seleção de um tópico que requeira ação, análise ou
planejamento; apresentação de dados e a avaliação se a situação
é inerentemente interessante; oferecimento de um quadro tão
completo quanto possível de forma a evitar vieses; planejamento
que contenha decisões sobre o que incluir e omitir, assim como
clarificação das hipóteses sobre o leitor; redação que estimule a
discussão inicial e a apresentação da trama de múltiplos temas
que possibilite uma variedade de pontos de vista e níveis de
análise. (Merseth, 1990, p.14)
A análise e a elaboração de casos de ensino podem permitir aos futuros
professores desenvolver e explicitar seu conhecimento profissional, já que possibilita o
estudo de várias temáticas relacionadas a diversas áreas de conhecimento; a revisão de
11
concepções sobre ensino, aprendizagem, aluno, disciplina, avaliação, dificuldades de
aprendizagem etc. Ao mesmo tempo, os casos de ensino constituem-se em
[...] importantes instrumentos de pesquisa – ao possibilitar
não apenas apreender as teorias pessoais dos professores, o
processo de construção de conhecimentos profissionais, o
desenvolvimento do raciocínio pedagógico, como também
compreender o pensamento do professor. (Mizukami, 2000, p.156)
Considerando o potencial dos casos de ensino como instrumentos de pesquisa
capazes de [...] possibilitar a apreensão e o desenvolvimento das teorias práticas de
ensino que constituem o conhecimento profissional do professor (Mizukami, 2000, p.140),
apostamos nesse procedimento metodológico por entender ser este um poderoso
instrumento de acesso e reflexão sobre as situações práticas vividas pelos professores
iniciantes - como um determinado professor enfrenta o desafio de ensinar os conteúdos
de sua disciplina, como ele lida com os conflitos com os alunos, como ele se relaciona
com as normas da cultura institucional da escola, como experimenta a convivência
cotidiana com os seus pares. Os casos de ensino apresentam, portanto, [...] um retrato
de uma situação-problema enfrentada por um professor, uma variedade de abordagens
possíveis que poderiam ter sido adotadas e algumas informações sobre como o problema
foi resolvido (Mizukami, 2000, p.152).
Pretendemos desenvolver junto aos professores participantes da pesquisa a
produção de textos escritos de casos de ensino relacionados às suas experiências
práticas vividas nesse período de exploração da profissão. Essa descrição reflexiva sobre
essa experiência prática pretende levar em conta duas vertentes fundamentais: a
referencial e a existencial (ZABALA, 1994). A vertente referencial descreve sobre o objeto
narrado, ou seja, as características dos alunos, os objetivos da aula, as situações da
escola. Já a vertente existencial descreve sobre si mesmo, o que envolve as decisões do
professor, as emoções e as intenções.
Entrevistas
Juntamente com a narrativa escrita dos casos de ensino pretendemos fazer uso
de entrevistas semi-estruturadas que seriam construídas a partir de elementos da
realidade oriundos dos textos dos casos de ensino confeccionados pelos nossos
depoentes. A entrevista possibilitará o aprofundamento da leitura sobre a complexidade
singular das ações e reações dos sujeitos da pesquisa neste tempo de inserção na
profissão docente. A respeito dessa questão, cabe ressaltar a discussão sobre a
entrevista compreensiva desenvolvida por Kaufmann (1996). Para ele, a entrevista não
12
se limita apenas a colher informações sobre uma realidade. O entrevistado, ao se engajar
e se entregar no momento da entrevista, desenvolve intenso e profundo trabalho sobre si
mesmo para construir sua própria identidade, assim como a realidade social a qual está
inserido. Com a entrevista, portanto, buscaremos respostas mais amplas e profundas
acerca de duas questões centrais do nosso estudo: Como os professores/as se
apercebem da situação precisa perante a qual se encontram neste momento da carreira?
Como esses professores/as pensam e agem mediante a experiência de iniciar a docência
no campo da intervenção pedagógica em EF?
Com tais estratégias metodológicas, buscaremos comparar discursos distintos,
confrontar posições dos sujeitos da pesquisa sobre o mesmo tema e verificar
contradições e complementações entre as narrativas escritas e orais.
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2000.
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Iniciação à docência de professores de Educação Física

  • 1. 1 PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA E A ENTRADA NA PROFISSÃO DOCENTE: UMA INICIAÇÃO A DOCÊNCIA SINGULAR? José Ângelo Gariglio; Bárbara Guimarães Rocha; Carolina Guimarães Reis; Carolline Nunes Laguardia; Juliana Araujo de Paula; Poliana Bretas; Eliza Salgado; Fabrícia Salome Email: angelogariglio@hotmail.com; carolline.laguardia@hotmail.com; polianabretas@hotmail.com; ju_de_paula@hotmail.com; ba.guima.rocha@gmail.com; carolguir@yahoo.com.br; elizasalgado7@gmail.com; fabriciasalome@yahoo.com.br Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Palavras Chave: Formação de Professores; Ciclos de Desenvolvimento Profissional; Iniciação a Docência; Professores de Educação Física No Brasil as políticas de estado tem se mostrado pouco preocupada e interessada em desenvolver ações institucionais permanentes que visem o contínuo acompanhamento da trajetória profissional dos professores licenciados. Tal fato aponta para o seguinte aspecto: o que caracteriza a docência é sua falta de preocupação pela forma como os docentes se integram no ensino (GARCIA, 2009) Neste contexto os professores recém formados ou iniciantes são o grupo mais frágil e que requer uma atenção e um acompanhamento especial. O que se constata é que esses professores têm tido muito pouco apoio nessa fase de transição da condição de aluno para recém-professor (FREITAS, 2002; FERREIRA, 2005). Nos primeiros passos na profissão docente na escola básica os professores acabam por experimentar situações críticas de desamparo e solidão gerando em muitos casos um desencanto precoce com a docência. Tomando essa situação como referência geradora, nos pareceu importante desenvolver um estudo sobre a experiência de iniciação a docência vivida por licenciados em Educação Física. Com a pesquisa buscamos encontrar respostas para as seguintes questões: como esses egressos pensam e agem na profissão nos primeiros anos de contato com a docência? Como eles olham a sua formação inicial (universitária) a partir dos desafios enfrentados na escola? Quais os principais desafios enfrentados pelos
  • 2. 2 professores de Educação Física iniciantes? Qual a relação entre a iniciação à docência e a especificidade do ensino da Educação Física na escola? O PROBLEMA DE PESQUISA Nos últimos trinta anos parte da literatura internacional e nacional que trata da formação de professores vem buscando compreender melhor os processos de socialização e desenvolvimento profissional dos docentes. Esses estudos visam, entre outros objetivos, compreender de que maneira os professores dão sentido a sua vida profissional e de que forma se entregam a ela como atores cujas ações e projetos contribuem para definir e construir sua carreira. Nesta perspectiva, entende-se a modelação da carreira docente situada na confluência entre a ação dos indivíduos e as normas e papéis que decorrem da institucionalização das ocupações, papéis que estes indivíduos devem interiorizar e dominar para fazerem parte da profissão docente. Estes estudos sobre a carreira docente permitiram conhecer melhor a dimensão historicamente construída dos saberes, do saber-fazer e do saber-ser professor e de que forma estes saberes são incorporados às atitudes e comportamentos dos professores por intermédio de sua socialização profissional no campo da formação e atuação docente. Desse ponto de vista, os estudos sobre a carreira permitiram analisar mais detidamente a fundamentação da prática do professor – o que ele é e faz – em sua trajetória profissional. (TARDIF & RAYMOND, 2000) Sustentados por essa perspectiva de análise, vários autores no campo dos estudos sobre a formação de professores vêm tratando a carreira docente como um contínuo formativo marcado pela presença de ciclos ou fases de desenvolvimento profissional. Michael Hubernam (1974; 2000) ao construir reflexões sobre essa hipótese, levanta questões que, para o autor, ainda precisam ser tratadas de forma mais consistente. Dentre essas questões destacamos três que expressam mais claramente o que os estudos sobre os ciclos de desenvolvimento profissional de professores almejam conhecer mais de perto: será que todos os professores passariam pelas mesmas etapas, as mesmas crises, os mesmos acontecimentos, o mesmo termo de carreira, independente da geração a que pertencem, ou haverá percursos diferentes, de acordo com o momento histórico da carreira? Que imagem essas pessoas têm de si, como professores, em situação de sala de sala de aula, em momentos diferentes da sua carreira? Terão a percepção de que modificam os seus processos de animação, a sua relação com os alunos, a organização das aulas, as suas prioridades ou domínio da matéria que ensinam?
  • 3. 3 Na busca por construir respostas a estes questionamentos, algumas pesquisas sobre tema vêm tentando nomear ou classificar quais seriam e como se caracterizariam os diferentes ciclos de vida profissional dos professores. Dentre os estudos mais famosos sobre o tema é emblemático a pesquisa feita por Michael Huberman sobre o ciclo de vida profissional de professores do ensino médio. Nessa investigação o autor classifica as fases da carreira docente em cinco momentos: de 1 a 3 anos seria a fase de entrada e tatiamento da profissão; de 4 a 6 anos de estabilização e consolidação de um repertório pedagógico; de 7 a 25 anos de diversificação, ativismo e questionamento; de 25 a 35 anos de serenidade, distanciamento afetivo e de certo conservadorismo e de 35 a 40 anos uma fase caracterizada pelo desinvestimento profissional e amargura com a profissão ou de serenidade. No caso específico do nosso estudo, nos interessa investigar os processos de iniciação na docência (fase de tatiamento da profissão) de estudantes de Educação Física licenciados. Esse ciclo é denominado pela literatura de diversas formas, a ver: choque da realidade, choque de transição ou choque cultural. Esses termos buscam retratar ou significar aspectos da transição da vida de estudantes para a vida mais exigente de trabalho e o confronto inicial com a difícil e complexa realidade do exercício da profissão. (TARDIF, 2002) A entrada na carreira profissional é vista por Tardif e Raymond (2000) como um período que duraria aproximadamente sete anos, divididos em duas fases com características singulares. A fase de exploração (de um a três anos) na qual o professor escolhe provisoriamente a sua profissão inicia-se através de tentativas e erros, sente a necessidade de ser aceito por seu círculo profissional (alunos, colegas, diretores de escolas, pais de alunos) e experimenta diferentes papéis. Essa fase variaria de acordo com os professores, pois pode ser fácil ou difícil, instigante ou decepcionante e condicionada pelas limitações e possibilidades de uma dada instituição escolar. A segunda fase seria tida como de estabilização e de consolidação (de três a sete anos), em que o professor investe a longo prazo na sua profissão e os outros membros da instituição reconhecem as suas capacidades. Além disso, essa segunda fase se caracterizaria por uma confiança maior do professor em si mesmo (e também dos outros agentes no professor) e pelo domínio dos diversos aspectos do trabalho, principalmente os pedagógicos (gestão de classe, planejamento do ensino, apropriação pessoal dos programas), o que se manifesta através de um melhor equilíbrio profissional. Estudos têm mostrado que o choque da realidade traduz-se na necessidade de absorção pelas inúmeras informações que lhe chegam, a visualização da totalidade da
  • 4. 4 escola e a relação com os alunos; o contato com os outros docentes; a descoberta e a necessidade de ter que dar conta de questões burocráticas da sala de aula como preencher o diário de classe ou ainda planejar sua aula; dentre outras tantas tarefas. Além do enfrentamento de uma nova situação profissional, os professores que iniciam a carreira, geralmente recebem as salas mais complicadas; ressentem-se da falta de colaboração e apoio por parte dos professores mais experientes da escola; passam por um aumento do estresse no primeiro ano de docência; são cobrados, por parte da escola, com as mesmas exigências que os professores mais antigos. (GUARNIERI, 1996; FERREIRA, 2005; FONTANA, 2000) Concomitantemente, as pesquisas também têm mostrado que a entrada na profissão é vivida como uma descoberta positiva. O professor iniciante traduziria o entusiasmo inicial, a experimentação, a exaltação por estar, finalmente, em situação de responsabilidade (ter sua sala de aula, os seus alunos, o seu programa), por sentir parte de um determinado corpo profissional. Com muita freqüência, a literatura tem indicado que os dois aspectos, o da descoberta e o da sobrevivência, são vividos em paralelo e é o segundo aspecto é que permitiria suportar o primeiro. (HUBERMAN, 2000) A importância dos estudos que tratam da entrada na profissão tem recebido cada vez mais reconhecimento, pois esse ciclo profissional é tido como um período crítico de aprendizagem intensa da profissão docente. Esses anos iniciais constituem um período realmente importante da história profissional do professor, determinando inclusive seu futuro e sua relação com o trabalho (TARDIF & RAYMOND, 2000, GARCIA, 2009). Essa fase é tão crucial que pode levar uma porcentagem importante de iniciantes a abandonar a profissão1 ou se questionarem sobre essa escolha profissional, a sua continuidade e o desejo de investimento formativo dentro da profissão. O tema da iniciação da carreira docente está intimamente ligado, também, ao tempo da formação inicial. É a partir das certezas e dos condicionantes da experiência prática que os professores julgam sua formação universitária anterior. Ao estrearem na profissão, muitos professores se lembram de que estavam mal preparados, sobretudo, para enfrentar condições de trabalho difíceis, notadamente no que se refere a elementos como o interesse pelas funções, a turma dos alunos e a carga de trabalho (TARDIF, 2002). 1 Segundo estudos realizados por Gold (1996), cerca de 33% dos professores abandonam a profissão nesse ciclo da carreira profissional.
  • 5. 5 É neste quadro de questões que o nosso estudo se inscreve. É de nosso interesse, portanto, investigar como professores de Educação Física recém formados pela universidade lidam com essa experiência de iniciação na carreira docente. PROFESSORES INICIANTES DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UMA INICIAÇÃO A DOCÊNCIA SINGULAR? Os estudos que tratam dos ciclos de desenvolvimento profissional dos professores alertam para o fato de que as sequências da vida profissional não deveriam ser tratadas de predeterminadas e invariáveis e que estas fases não podem ser analisadas de forma independente das condições de vida e de trabalho, do período histórico, das interações socais imediatas, dos contextos situados de trabalho e ação individual dos atores sociais. Trazendo esse debate para o campo da profissionalização docente Lessard et al. (2003), chamam a atenção para o fato de que o mundo dos professores aparece como uma diversidade ao plano das identidades profissionais afirmadas. Tal diversidade é marcada fortemente pelas condições de trabalho realmente efetuadas pelos diferentes subgrupos de professores, pelas missões educativas específicas e redefinidas por eles. Os professores se constituem na realidade numa multiplicidade de subgrupos com a sua própria identidade, a sua experiência do sistema escolar, vivendo tensões com outros subgrupos e com o quadro institucional. Arroyo (2000) vai ratificar essa visão fragmentada da profissão docente, ao lembrar que a imagem social do professor não é única. Para ele, o campo da educação não tem fronteiras bem definidas e, além do mais, é muito diversificado. Todos somos professores, pertencemos ao professorado, mas há hierarquias, há níveis e graus e imagens bastante diferenciadas, diversidade de salário, de carreira, de titulação e prestígio. Os professores não são apenas professores do ensino fundamental, do ensino médio, da educação infantil. Eles são vistos com traços diferenciados e vêem o magistério com características bem distintas. Há, segundo o autor, imagens sociais diversas do magistério e auto-imagens também variadas. Feinama-Nemser et al. (1998) reforçam a tese de que existiriam, no campo de atuação profissional, não apenas uma, mas várias culturas docentes. Para eles, a cultura profissional pode ser considerada como um conjunto de sentimentos partilhados, de hábitos mentais e de modelos de interação com os alunos, os colegas, os administradores e os parentes. Essa cultura profissional compreenderia também para eles as recompensas intrínsecas, associadas ao exercício do métier.
  • 6. 6 Esse debate sobre a contextualidade dos saberes profissionais nos instiga a pensar sobre a existência de culturas docentes diferenciadas, isto é, a existência de formas diferenciadas de saber-ser, saber-fazer e de habilidades pedagógicas peculiares a cada subgrupo de professores presente num contexto escolar marcadamente pulverizado (professores de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação profissional, de portadores de necessidades especiais e professores dos diferentes campos disciplinares do currículo escolar). Como afirma Dubar (1997), o espaço de reconhecimento das identidades é inseparável do espaço de legitimação dos saberes e das competências associadas às identidades. A transação objetiva entre indivíduos e as instituições são antes de tudo aquela que se organiza à volta do reconhecimento e do não-reconhecimento das competências, dos saberes e das imagens de si que constituem os núcleos duros das identidades reivindicadas. Poderíamos dizer então que é, também, na relação específica com os conhecimentos disciplinares que os saberes da base da ação profissional ganhariam sentido e validade. Seriam, portanto, saberes intimamente relacionados à situação de trabalho à qual devem atender. Nesta ordem de pensamento parece-nos instigante questionar em que medida as experiências de iniciação a docência, vividas por professores de professores de EF, guardam relação com as funções atribuídas pela cultura ao componente curricular que ensinam, com o lugar que a Educação Física ocupa na hierarquia dos saberes escolares e com do tipo de interação estabelecidas com alunos na sala de aula em função do conteúdo que ensinam. Pesquisas no campo da Educação Física escolar2 tem mostrado que o olhar mais atento dirigido ao cotidiano escolar vai identificar que, apesar da Educação Física estar presente no currículo em função de uma determinação do marco legal da educação, essa disciplina apresenta no conjunto da cultura escolar um déficit crônico de legitimidade que faz com que os seus responsáveis e partidários, particularmente os professores de Educação Física, estejam envolvidos numa constante luta por reconhecimento. Essa evidência não é nenhuma novidade, entretanto é interessante observar que isso se dá, entre outros motivos, pela desvalorização da sua especificidade. A visão que se tem é a da Educação Física como auxiliar de outras disciplinas, uma espécie de apêndice da escola. Em observações do cotidiano escolar podem-se perceber gestores da escola e professores de outras disciplinas referindo-se ao momento da aula de Educação Física como espaço de distração para os alunos, no qual os alunos fugiriam e compensariam a tensão proporcionada pelo esforço intelectual em sala de aula. Há uma grande 2 FARIA et al. (2009); MACHADO et al. (2009).
  • 7. 7 dificuldade de percepção pelos agentes escolares da aula de Educação Física como um momento de aprendizado sistematizado e com objetivos de ensino próprios, com importância para o desenvolvimento humano dos alunos. A inserção atual da Educação Física na vida das escolas é, na maioria dos casos, potencialmente geradora de manifestações de desrespeito à Educação Física e aos seus professores. As pesquisas vêm mostrando que a visão (e as ações) que os demais agentes escolares têm da Educação Física, particularmente, diretores e demais professores, justifica que ela seja entendida como uma “disciplina de segunda classe”.3 A atual cultura escolar de Educação Física está fortemente permeada por essa condição. Essa desvalorização configura-se, às vezes, como uma forma de desrespeito nas dimensões do direito e da estima social dos professores, que os motivam à luta por reconhecimento ou então, os levam a uma condição de desinvestimento. O seu não reconhecimento como disciplina escolar pode ser geradora de um movimento coletivo de resistência, mas também, geradora de movimentos de desinvestimento tanto pessoal e profissional de determinados professores. Tal realidade incide, portanto, diretamente na vida dos seus professores uma vez que esses acabam desenvolvendo uma compreensão de si como docentes também de “segunda classe”, pelo menos numa posição inferior aos professores das demais disciplinas escolares. (BRACHT; FARIA, 2010) Paralelamente a esta realidade de dificuldades no enfrentamento deste déficit crônico de legitimidade da EF no currículo escolar, os professores de Educação Física deparam-se com outros desafios colocados pelo caráter singular e próprio do ensino deste componente curricular. Algumas das características da contextualidade pedagógica da EF foram descritas em pesquisa realizada por Gariglio (2004) com professores de uma escola profissionalizante. Os dados do seu estudo apontam que os professores de EF precisam a aprender a lidar com modalidades de ordem e disciplina diferenciadas em relação à maioria das demais disciplinas escolares (ensinar mediante a presença constante de ruídos - risos, gritos, conversas -, e com intensa movimentação dos alunos e com a ocupação mais livre dos espaços); com a singularidade das condições ambientais da sala da aula da EF (a incidência forte do sol, do frio e de espaços e limites físicos mais amplificados em relação à sala de aula tradicional); o cuidado e a atenção com a segurança e a integridade física em função da movimentação corporal dos alunos; a carência quase que absoluta de material didático orientador da ação pedagógica, proporcionando, ao mesmo tempo, maior autonomia na condução do trabalho pedagógico e sensação de desamparo em face da carência de referências ordenadoras da prática pedagógica; a necessidade de desenvolver tecnologias de 3 Cf; JEBER (1996).
  • 8. 8 comunicação/interação humana com potencial de persuasão dos alunos em razão da diluição de relações hierárquicas mais verticalizadas na relação professor/alunos, desestabilizadas pela percepção dos alunos do caráter “inútil” da EF na luta por uma vaga na universidade ou mesmo no mercado de trabalho. Nesse ambiente de ensino mostrou-se imperioso aos professores pesquisados desenvolvessem estratégias de implicação dos alunos nas aulas de EF, não tanto pelos mecanismos de controle muito presentes nas demais disciplinas (risco da reprovação mediante avaliação em provas e testes), mas por canais de comunicação e interação humana, capazes de persuadi-los, seja pela motivação impressa pela ação dos professores, seja pela empatia nutrida pelos discentes em relação aos docentes, seja também pela habilidade de tornar os conteúdos de ensino agradáveis e prazerosos aos olhos dos alunos. Tomando essas características sobre particularidades do contexto de ensino na EF cabe perguntar: os processos de iniciação a docência de professores de EF Educação Física, seriam os mesmos, por exemplo, de professores iniciantes da disciplina de Matemática? Seria objeto de igual consideração? Entendendo que a profissão docente comporta uma dimensão social fundamental e se insere em relações sociais marcadas pela negociação com um tipo de trabalho específico, com seus conteúdos, com suas exigências próprias, com suas finalidades situadas e com suas estratégias de controle e autonomia, caberia perguntar o que seria próprio da experiência de iniciação a docência vivida por professores de EF? Como pensam e agem esses professores diante do caráter situado da ação pedagógica na escola? METODOLOGIA DE PESQUISA Os sujeitos da Pesquisa A pesquisa será realizada com licenciados formados pela Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) da UFMG, nos últimos três anos e que tenha, por via de conseqüência, no máximo três anos de experiência com a docência em EF na escola. Mais especificamente, o estudo será feito apenas com aqueles licenciados que já atuam como docentes na escola básica. A partir do banco de dados disponíveis na secretaria do colegiado de graduação da referida instituição, buscaremos fazer contatos com todos os estudantes formados no período mencionado, buscando identificar quais deles já estão em pleno exercício da docência. Feito esse primeiro levantamento, objetiva-se realizar a pesquisa com todos os professores situados neste recorte. A opção por trabalhar com licenciados formados apenas em uma única instituição facilitará a produção de análises que visem estabelecer relações mais críveis
  • 9. 9 entre o currículo da formação inicial e sua repercussão frente os desafios colocados pelas situações de trabalho próprias de contexto de iniciação a docência em Educação Física na escola. O campo de pesquisa O estudo com licenciados formados pela EEFFTO/UFMG nos parece ser um caso de pesquisa representativo porque há décadas essa instituição vem formando professores em Educação Física, constituindo-se, portanto, numa importante referência na formação de professores dessa área no Estado de Minas Gerais. Esta representatividade é ratificada pela constatação de que esta instituição é hoje a única universidade pública da região metropolitana de Belo Horizonte a formar licenciados em Educação Física. Este caso, portanto, nos parece digno de ser estudado, seja porque é representativo de muitos outros casos, seja porque é completamente distinto de outros casos. Técnica de coleta de dados Casos de Ensino Investigadores da epistemologia da prática (L.S.Shulman, 1992; J.H.Shulman e Colbert, 1990; Merseth, 1990) têm destacado a importância do conhecimento de casos de ensino na construção do pensamento e das práticas do professor. Os casos de ensino surgem como instância da prática e parecem oferecer oportunidades para exame e reflexão sobre a prática de sala de aula. Eles apresentam situações de ensino, descritas detalhadamente, que possibilitam aos futuros professores refletir sobre eventos ocorridos em um determinado contexto. Shulman (apud Marcelo Garcia, 1992) afirma: O conhecimento de casos é um conhecimento de eventos específicos, bem documentados e bem descritos. Enquanto os casos em si mesmos são informações de eventos ou seqüências de eventos, o conhecimento que representam é que os converte em casos. Os casos podem ser exemplos de aspectos concretos da prática – descrições detalhadas de como ocorreu um evento – completados com informação sobre o contexto, os pensamentos e os sentimentos. (p.58) Mizukami (2000) destaca algumas características dos casos de ensino, elencadas por Shulman. O caso de ensino tem uma narrativa, uma história que ocorre em um tempo e num local específicos. Os protagonistas da narrativa são geralmente humanos, embora nem sempre isso seja necessário. O caso de ensino possui começo, meio e fim e [...]
  • 10. 10 revela o trabalho de mãos, mentes, motivos, concepções, necessidades, falsas concepções, frustrações, ciúmes, falhas humanas (p.151). A utilização da estratégia do estudo de casos de ensino parece oferecer importantes vantagens para a compreensão da aprendizagem profissional da docência. Ao revelar a complexidade das situações de ensino que ocorrem em sala de aula, os casos podem ajudar os futuros professores a familiarizar-se com a necessidade de pensar e agir frente a situações complexas. Podem ainda favorecer o desenvolvimento de destrezas de análise crítica, de resolução de problemas e de tomada de decisões. Possibilitam aos futuros professores a explicitação e o desenvolvimento de suas teorias práticas de ensino. Ao analisar uma situação de ensino, o futuro professor recorre a seus conhecimentos acadêmicos, suas experiências prévias, seus sentimentos, suas preconcepções, podendo examinar sua validade frente à complexidade das situações de sala de aula (NONO, 2001). Cada caso oferece um fórum para apresentação e exame crítico de princípios teóricos e abordagens alternativas, levando em consideração os limites e as complexidades da situação de sala de aula. (...) Eles oferecem oportunidades para que professores e seus estudantes testem seu conhecimento de teoria com a prática. Algumas vezes, princípios devem ser adaptados e novas regras inventadas, para que se possa compreender as complexidades das situações de sala de aula e dos episódios de ensino. (J.H. Shulman, 1992, p.76) A utilização dos casos de ensino na formação de professores pode ser feita a partir de duas perspectivas. Os professores podem ler, analisar e discutir casos já elaborados e que lhes são apresentados. Ou, podem também, redigir casos relacionados com experiências próprias vividas em situações de ensino, para que sejam em seguida analisados. A elaboração de um caso de ensino requer [...] seleção de um tópico que requeira ação, análise ou planejamento; apresentação de dados e a avaliação se a situação é inerentemente interessante; oferecimento de um quadro tão completo quanto possível de forma a evitar vieses; planejamento que contenha decisões sobre o que incluir e omitir, assim como clarificação das hipóteses sobre o leitor; redação que estimule a discussão inicial e a apresentação da trama de múltiplos temas que possibilite uma variedade de pontos de vista e níveis de análise. (Merseth, 1990, p.14) A análise e a elaboração de casos de ensino podem permitir aos futuros professores desenvolver e explicitar seu conhecimento profissional, já que possibilita o estudo de várias temáticas relacionadas a diversas áreas de conhecimento; a revisão de
  • 11. 11 concepções sobre ensino, aprendizagem, aluno, disciplina, avaliação, dificuldades de aprendizagem etc. Ao mesmo tempo, os casos de ensino constituem-se em [...] importantes instrumentos de pesquisa – ao possibilitar não apenas apreender as teorias pessoais dos professores, o processo de construção de conhecimentos profissionais, o desenvolvimento do raciocínio pedagógico, como também compreender o pensamento do professor. (Mizukami, 2000, p.156) Considerando o potencial dos casos de ensino como instrumentos de pesquisa capazes de [...] possibilitar a apreensão e o desenvolvimento das teorias práticas de ensino que constituem o conhecimento profissional do professor (Mizukami, 2000, p.140), apostamos nesse procedimento metodológico por entender ser este um poderoso instrumento de acesso e reflexão sobre as situações práticas vividas pelos professores iniciantes - como um determinado professor enfrenta o desafio de ensinar os conteúdos de sua disciplina, como ele lida com os conflitos com os alunos, como ele se relaciona com as normas da cultura institucional da escola, como experimenta a convivência cotidiana com os seus pares. Os casos de ensino apresentam, portanto, [...] um retrato de uma situação-problema enfrentada por um professor, uma variedade de abordagens possíveis que poderiam ter sido adotadas e algumas informações sobre como o problema foi resolvido (Mizukami, 2000, p.152). Pretendemos desenvolver junto aos professores participantes da pesquisa a produção de textos escritos de casos de ensino relacionados às suas experiências práticas vividas nesse período de exploração da profissão. Essa descrição reflexiva sobre essa experiência prática pretende levar em conta duas vertentes fundamentais: a referencial e a existencial (ZABALA, 1994). A vertente referencial descreve sobre o objeto narrado, ou seja, as características dos alunos, os objetivos da aula, as situações da escola. Já a vertente existencial descreve sobre si mesmo, o que envolve as decisões do professor, as emoções e as intenções. Entrevistas Juntamente com a narrativa escrita dos casos de ensino pretendemos fazer uso de entrevistas semi-estruturadas que seriam construídas a partir de elementos da realidade oriundos dos textos dos casos de ensino confeccionados pelos nossos depoentes. A entrevista possibilitará o aprofundamento da leitura sobre a complexidade singular das ações e reações dos sujeitos da pesquisa neste tempo de inserção na profissão docente. A respeito dessa questão, cabe ressaltar a discussão sobre a entrevista compreensiva desenvolvida por Kaufmann (1996). Para ele, a entrevista não
  • 12. 12 se limita apenas a colher informações sobre uma realidade. O entrevistado, ao se engajar e se entregar no momento da entrevista, desenvolve intenso e profundo trabalho sobre si mesmo para construir sua própria identidade, assim como a realidade social a qual está inserido. Com a entrevista, portanto, buscaremos respostas mais amplas e profundas acerca de duas questões centrais do nosso estudo: Como os professores/as se apercebem da situação precisa perante a qual se encontram neste momento da carreira? Como esses professores/as pensam e agem mediante a experiência de iniciar a docência no campo da intervenção pedagógica em EF? Com tais estratégias metodológicas, buscaremos comparar discursos distintos, confrontar posições dos sujeitos da pesquisa sobre o mesmo tema e verificar contradições e complementações entre as narrativas escritas e orais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. Petrópolis: Vozes, 2000. BRACHT, Valter; FARIA, Bruno Almeira. A cultura escolar e o ensino da Educação Física: reflexões a partir da teoria de do reconhecimento de Axel Honneth. In: SANTOS, Lucíola L. C. P. S. et. al. Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. – Belo Horizonte: Autêntica, 2010. DUBAR, Claude. A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. Porto: Porto Editora, 1997. FARIA, Bruno Almeida, BRACHT, Valter, MACHADO, Thiago Silva, ALMEIDA, Ueberson Ribeiro, MACHADO, Fernanda Xavier. Inovação pedagógica na educação física: o que aprender com práticas bem sucedidas? In: XVI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte/III Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2009, Salvador. Formação em Educação Física e Ciências do Esporte: políticas e cotidiano, 2009. FERREIRA, L. A. O professor de Educação Física no primeiro ano da carreira: análise da aprendizagem profissional a partir da promoção de um programa de iniciação à docência. Tese de Doutorado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2005. FONTANA, Roseli C. Trabalho e subjetividade: nos rituais da iniciação, a constituição do ser professora. Caderno CEDES [online], vol. 20, no. 50, abr. 2000. Disponível em: <http: //www.scielo.br. Acesso em: 26 out. 2004. FEIMAN-NEMSER, S.; FLODER, R. E. Cultural aspects of teaching. In: WITTOCK, M. C. (Dir.). Handbook of research on teaching. 3rd . edition, p. 505-526). New York: Macmillan, 1986. FREITAS, Maria N. de C. Organização escolar e socialização profissional de professores iniciantes. Cadernos de Pesquisa, no. 115, São Paulo, 2002.
  • 13. 13 GOLD, Y. Beginning teacher support – Attrotion, mentoring, and induction. In: SIKULA, J.(DIR.). Handbook of research Education. New York, Macmillan, 1996. GARIGLIO, José Angelo. A cultura docente de professores de Educação Física de uma escola profissionalizante: saberes e práticas em contexto de ações situadas. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2004. (Tese, Doutorado em Educação). GUARNIERI, Maria R. Tornando-se professor: o início na carreira docente e a consolidação da profissão. Tese de Doutorado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 1996. HUBERMAN, Michael. Cycle de vie et formation. Vevey: Éditions Delta, 1974. HUBERMAN, Michael. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, António (Org.). Vida de professores. Porto: Porto Editora, 1992. JEBER, Leonardo José. A educação física no ensino fundamental: o lugar ocupado na hierarquia dos saberes escolares. 1996. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1996. KAUFMANN, J. C. L’Entretien comprehensive. Paris: Éditions Nathan,1996. LESSARD, Claude; TARDIF, Maurice. Les identities enseignantes: analyse de facteurs de différenciation du corps enseignant québécois 1960- 1990. Editions du CRP, Université de Sherbrooke. 2003. MACHADO, Thiago da Silva ; BRACHT, Valter ; MORAES, Cláudia Emília Aguiar ; ALMEIDA, Felipe Quintao de ; SILVA, M. A. . As práticas de desinvestimento pedagógico na educação física escolar. In: XVI Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte/III Congresso Internacional de Ciências do Esporte, 2009, Salvador. Formação em Educação Física e Ciências do Esporte: políticas e cotidiano, 2009. MARCELO-GARCIA, Carlos. A formação de professores: novas perspectivas baseadas na investigação sobre o pensamento do professor. In: NÓVOA, A. (org.) Os professores e a sua formação. Lisboa : Publicações Dom Quixote, 1992. pp.51-75. MARCELO-GARCIA, Carlos. A identidade docente: constantes e desafios. Revista Brasileira de Pesquisa em Formação de Professores., vol 1, n. 1 Ago-Dez. 2009. MERSETH, K.K. Case studies and teacher education. Teacher Education Quartely 17(1), 1990, pp.53-61. MIZUKAMI, M.G.N. Casos de ensino e aprendizagem profissional da docência. In: ABRAMOWICZ,A.; MELLO, R.R. (orgs.) Educação: pesquisas e práticas. Campinas, SP : Papirus, 2000. pp.139-61. SHULMAN, L.S. Toward a pedagogy of cases. In: SHULMAN, J.H. (org.) Case methods in teacher education. New York : Teacher’s College Press, 1992. SHULMAN, J.H. et al. Case writing as a site for collaboration. Teacher Education Quartely 17(1), 1990, pp.63-77.
  • 14. 14 NONO, M. A. Aprendendo a ensinar: futuras professoras das séries iniciais do ensino fundamental e casos de ensino. Dissertação de Mestrado. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 1996. TARDIF, Maurice; RAYMOND, Danielle. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Educ. Soc., v. 21. n. 73. dez. 2000. TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. ZABALZA, Miguel A. Diários de aula. Porto/Portugal: Porto Editora, 1994.