Maria, a mãe de Jesus, e outras mulheres como Maria Madalena e Isabel são destacadas como exemplos de fé e devoção a Jesus, apesar das limitações impostas às mulheres na sociedade judaica da época. Jesus valorizou o apoio de mulheres que o seguiam e contribuíam financeiramente para seu ministério.
13. Numa sociedade que dava privilégios ao homem Jesus procura
tirar estes privilégios. Um exemplo podemos citar em Mt 19,7-12, que
trata a questão do divórcio. Jesus apresenta outra atitude em relação ao
Homem e Mulher, para ele deve existir igualdade entre ambos, nem mais
e nem menos. Nos evangelhos encontramos muitas mulheres que
seguiam Jesus desde a Galiléia, e tornaram-se suas discípulas (Mc 15,41;
Lc 8,1-13; Lc 8,43-49). Para Jesus não havia distinção no revelar os seus
segredos, ele falava tanto para os homens e mulheres que o seguiam e
aceitavam a sua proposta. 1.1. - Maria de Nazaré, Mãe de Jesus. Nenhum
outro ser foi mais íntimo de Jesus na terra do que sua mãe, Maria. Todos
os Evangelhos e o Livro de Atos falam sobre ela como uma mulher
preparada de modo especial para participar da vida de seu Filho na terra.
Maria não foi apenas a mulher que Deus escolheu, por sua soberana
vontade, para dar à luz o Cristo Menino, mas foi também uma humilde e
devotada seguidora do Messias.
14. No judaísmo as mulheres não eram valorizadas, mas Jesus veio restaurar sua
condição social.
15. A primeira a ser mencionada aqui entre as mulheres é Maria chamada
Madalena', ou seja, Maria de Magdala (que significa A Torre), localizada na costa
ocidental do Mar da Galiléia e ao sul de Cafarnaum. Ela aparece de forma
destacada nos quatro relatos da Paixão. Ela foi uma das mulheres que mais tarde:
(a) presenciaram a crucificação (Mt 27.55, 56; Me 15.40; Jo 19.25); (b) viram onde
o corpo de Jesus foi colocado (Mt 27.61; Me 15.47; Lc 23.55); e (c) saíram no raiar
do domingo para ungir o corpo do Senhor (Mt 28.1; Me 16.1; Lc 24.10). Além
disso, ela iria ser a primeira pessoa a quem o Cristo Redivivo apareceria (Jó 20.1-
18; veja também o disputado final de Marcos, 16.9). Um comportamento físico ou
mental, estranho ou lamentável, com frequência se associa à possessão
demoníaca, podendo também ser caso de prostituição, lesbianismo,
homossexualismo ou adultério. (Lc 4.33, 34; 8.27-29; 9.37-43. Quanto a Joana,
esposa de Cuza, o mordomo da casa de Herodes, ela estava também entre as
mulheres que iriam ouvir as boas-novas: “Ele não está aqui, mas ressuscitou”(Lc
24.6, 10). A importância da referência que Lucas faz a ela já realçada. Lucas foi o
único a fazer referência a ela (8.3; 24.10). Acerca de Susana, mencionada somente
aqui em Lucas 8.3, nada mais se sabe. Entretanto, seu nome jamais deveria ser
esquecido. Seus atos de bondade para com o Senhor e seus discípulos eram puros
e fragrantes, que por conseguinte nos lembra um belo“lírio” (que é o significado
de seu nome).
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20. Maria, a mãe de Jesus, era uma mulher que foi descrita por Deus como
“agraciada”. A palavra“agraciada” vem do grego, e significa, essencialmente, “muita graça”.
Maria recebeu a Graça de Deus. Graça é “favor imerecido”, que significa que é algo que
recebemos apesar do fato de que não o merecemos. Maria precisava de graça de Deus,
assim como o resto de nós precisa. Maria compreendeu este fato, como declara em Lucas
1:47, “E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador.” Maria reconheceu que precisava
ser salva, que ela precisava de Deus como seu Salvador. A Bíblia nunca diz que Maria foi
qualquer coisa além de uma mulher comum que Deus escolheu para usar de uma forma
extraordinária. Sim, Maria era uma mulher correta e favorecida (agraciada) por Deus (Lucas
1:27-28). Ao mesmo tempo, Maria era também um ser humano pecador como todos os
outros, que necessitava de Jesus Cristo como seu Salvador, como todas as outras pessoas
(Eclesiastes 7:20; Romanos 3:23; 6:23; I João 1:18). Maria não teve uma“concepção
imaculada” – não há qualquer razão bíblica para crer que o nascimento de Maria tenha sido
qualquer coisa que não seja um nascimento humano normal. Maria era virgem quando deu
à luz Jesus (Lucas 1:34-38), mas a idéia de uma virgindade perpétua de Maria não é bíblica.
Mateus 1:25, falando de José, declara: “E não a conheceu ATÉ que deu à luz seu filho, o
primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” A palavra “até” claramente indica que José e Maria
tiveram união sexual após o nascimento de Jesus. José e Maria tiveram vários filhos juntos
depois que Jesus nasceu. Jesus tinha quatro meio irmãos: Tiago, José, Simão e Judas (Mateus
13:55). Jesus também tinha meia irmãs, mas não são nomeadas e nem se conhece seu
número (Mateus 13:55-56).
21. Isabel e Maria eram mulheres de fé, tementes e obedientes ao Senhor.
22. O nome de Isabel significava “Deus é meu juramento”. E Isabel
sempre pensava que o Deus de Israel, o seu Deus, era um Deus de aliança,
de compromisso. Para uma mulher em Israel não havia pior maldição do
que ser estéril. E, ainda que Zacarias e Isabel não tivessem filhos, sua fé e
confiança em Deus não vacilavam. Seu filho deveria ser um nazireu (Lc
1.15). Ele jamais beberia vinho nem bebida forte e seria cheio do Espírito
Santo desde o seu nascimento (Lc 1.15 comparar com Nm 6.2). As bebidas
alcoólicas não tem lugar na vida de um crente cheio do Espírito Santo. Da
mesma maneira que um anjo anunciou a Zacarias o nascimento de João,
também o anjo Gabriel visitou Maria para revelar o plano de Deus.
Mesmo olhando pela perspectiva humana, o plano parecia impossível,
tanto que o anjo lembrou a Maria que para Deus tudo é possível.
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25. O Comentário Bíblico de William Barclay esclarece: “Jesus estabelece
as condições do serviço daqueles que o seguem. (1) Negar-se a si mesmo. O
que significa isto? Um grande erudito dá o significado seguinte: Pedro uma vez
negou a seu Senhor. Disse: "Não conheço esse homem." Negar-nos a nós
mesmos quer dizer: "Não me conheço a mim mesmo." É ignorar a existência de
si mesmo. É tratar o eu como se não existisse. Quase sempre tratamos a nós
mesmos como se nosso eu fora com muito o mais importante do mundo. Se
queremos seguir ao Jesus devemos destruir o eu e nos esquecer de que existe.
(2) Tomar sua cruz. O que significa isto? Jesus sabia muito bem o que
significava a crucificação. Quando era menino de uns onze anos, Judas o
Galileo tinha encabeçado uma rebelião contra Roma. Tinha atacado ao
exército real em Séforis (capital da Galiléia), que estava a uns seis quilômetros
de Nazaré. A vingança dos romanos foi rápida e repentina. Queimaram a
cidade integralmente; seus habitantes foram vendidos como escravos; e dois
mil rebeldes foram crucificados com o passar do caminho para que fossem uma
terrível advertência para outros que queriam fazer o mesmo. Tomar nossa cruz
significa estar preparados para enfrentar coisas como esta por nossa fidelidade
a Deus; significa estar dispostos a suportar o pior que um homem nos possa
fazer pela graça de ser fiéis para com Deus.
26. Jesus contou com a ajuda de mulheres que tinham disposição para servi-lo no
Reino de Deus.
27. A mulher pecadora passou por cima de todo e qualquer tipo de
convenção quando entrou naquela casa cheia de fariseus e de pessoas que
queriam ouvir Jesus. Um fariseu jamais receberia uma pecadora em sua casa mas
ela, corajosamente, entrou na casa de Jairo trazendo com ela um vaso de
alabastro cheio de ungüento. O vaso de alabastro era produzido com um tipo de
pedra frágil, transparente, que pode ser facilmente polida ou esculpida. Era muito
usada para substituir o vidro. Os frascos com perfume de alabastro eram selados
e descartáveis. Eram quebrados ao abrir e jogados fora quando vazios. Chegando
até onde Jesus estava, ela "... começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e
enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos
com o ungüento" (Lc 7.38). O que mais perturbou o dono da casa não foi tanto a
presença dela mas, principalmente, aquilo que ela fez. Ele, realmente, deixou
transparecer revolta, e uma grande perturbação. Não sabemos se por ela está
usando em Jesus o ungüento que era tão caro ou porque não achava Jesus digno
de ser ungido assim como eram os reis. Jesus, que é Deus, onisciente, com certeza
conhecia o coração de Jairo e sabia o porquê da sua revolta
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31. “Digno é o trabalhador do seu salário" (Lucas 10.7) é um dito de
Jesus dirigido aos obreiros do evangelho. Os doze apóstolos foram
encaminhados à missão em Israel com este ditado (Mateus 10.10)42. Os
setenta receberam a mesma recomendação (Lucas 10.7). Paulo citou
duas vezes este dito, uma vez fazendo referência à sua pessoa e aos
obreiros em geral (1 Coríntios 9.14) e outra vez falando especificamente
sobre os bispos da igreja (1 Timóteo 5.18)44. A forma como o ditado
aparece em Mateus 10.10 é um pouco diferente da que ocorre no outros
textos: "Digno é o trabalhador do seu alimento". O uso do termo
"salário" (em Mateus 10.10) ou "alimento" (em Lucas 10.7) não altera o
sentido básico do provérbio.
32. Jesus contou com a ajuda de mulheres que tinham disposição para ofertar.
33. A mulher judaica trabalhava duramente em casa e no campo. Plantava,
colhia, moía o trigo, a cevada e outros cereais. Preparava o pão, cozinhava,
buscava água nas fontes e poços. Fiava e tecia o linho e a lã para fazer as roupas.
Cuidava da família e educava os filhos. Lucas fez algo que os outros não tiveram
cuidado em fazer: ouviu as mulheres. O que elas disseram e perceberam foi
igualmente importante para o registro fiel da história de Jesus. Ele registra o
nome das mantenedoras do ministério itinerante de Jesus (8.1-3). Lucas enfatiza o
lugar das mulheres piedosas no ministério de Jesus, chamado especial atenção ao
apoio financeiro. Maria Madalena se tornou uma mulher profundamente
agradecida ao Senhor! Sua vida foi restaurada e ela, agora, desejava servi-Lo
para sempre. Lucas registra que as mulheres que serviam a Jesus com seus bens
tinham uma característica em comum: elas haviam sido curadas de enfermidades
de libertas de espíritos malignos. Quando lemos esse registro, não há como não
perceber que contribuição dessas mulheres partia de um coração grato pela
libertação que haviam recebido. E Jesus de forma alguma limitaria essa expressão
de gratidão.