O documento discute o desenvolvimento da criança entre 6-12 anos de idade. Nesta fase, a escola desempenha um papel central no desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial da criança. As crianças desenvolvem habilidades motoras, pensamento lógico, julgamento moral e competências sociais. Elas também começam a formar valores e identidade própria nesta idade, apesar da influência contínua dos pais.
2. O desenvolvimento da criança
A criança em idade escolar
(6-12 anos)
A criança dos 6 aos 12 anos
3. A idade escolar...
• Os anos intermédios da infância, desde os seis
aos doze anos, são frequentemente designados por
anos escolares, porque a escola constitui a
experiência central nesta fase da vida. Nesta fase a
escola é um ponto fulcral para o desenvolvimento
físico, cognitivo e psicossocial da criança.
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4. A idade escolar
As crianças desenvolvem competências em
todos os domínios:
→ Tornam-se mais altas, mais pesadas, mais fortes e
adquirem as competências motoras necessárias para
participarem em jogos organizados e desportos.
→ Esta idade cobre os progressos mais importantes no
pensamento lógico e criativo, no julgamento moral,
memória e capacidade de ler e de escrever.
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5. A idade escolar
→ À medida que as competências afectam o
sucesso na escola, as diferenças individuais
tornam-se mais evidentes e as necessidades
especiais mais importantes.
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6. A idade escolar
• As competências afectam igualmente a autoestima e a popularidade da criança na idade escolar.
• Apesar de os pais continuarem a ter um
importante impacto na personalidade da criança,
bem
como
noutros
aspectos
do
seu
desenvolvimento, o grupo de pares (colegas,
amigos) é mais influente que anteriormente.
•As crianças desenvolvem-se física, cognitiva e
emocionalmente, tanto quanto socialmente, através
dos contactos com outros jovens.
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7. O que é o desenvolvimento?
• O desenvolvimento é então o conjunto de processos
activos e contínuos que ocorrem no Ser Humano, desde
que nasce até que morre, e que deriva da interacção entre
o sistema nervoso, o sistema neuromuscular, o sistema
endócrino e o meio que rodeia o indivíduo ao longo da
sua vida
• O desenvolvimento é concebido como a interacção
entre a hereditariedade e o meio ao longo do tempo.
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8. Desenvolvimento psicológico
Tem sido prestada menos atenção aos anos escolares,
como um período de desenvolvimento, do que à
primeira infância ou adolescência, sob uma
perspectiva psicológica:
•Talvez se preste menos atenção aos anos escolares,
porque crianças dessa idade não são tão conhecidas;
talvez porque não sejam nem tão atraentes quanto as
crianças mais jovens nem tão dramáticas quanto os
adolescentes.
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9. Desenvolvimento psicológico
• Talvez porque as mudanças que sofrem não sejam
tão óbvias nem tão surpreendentes como as de
crianças mais novas ou mais velhas.
• Talvez porque teorias anteriores, sobre o
desenvolvimento da personalidade tenham descrito
este período de idade, como o menos importante para
o desenvolvimento da personalidade adulta.
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10. No entanto...
Quanto mais sabemos a respeito do desenvolvimento
durante os anos escolares, mais se torna claro que
mudanças importantes, mesmo discretas, se estão a
realizar. Essas mudanças são acentuadas pelo facto de
que as crianças, quando estão na escola, vão adaptar-se
a um novo conjunto de situações e expectativas que,
certamente, afectarão o seu desenvolvimento.
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11. Mas...
Não é unicamente porque as crianças
começam a frequentar a escola que as
mudanças têm lugar durante esses anos.
Evidentemente, as crianças nesta idade
adquirem capacidades que não tinham
antes, que lhes permitem começar um novo
período de desenvolvimento.
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12. Desenvolvimento psicológico
Existem mudanças marcantes de competência:
→ Competências em técnicas motoras e coordenação.
→ Na aprendizagem, no pensamento e nas
lembranças.
→ Nas técnicas sociais que se evidenciam em
interacção com outros.
→ Na capacidade de conhecimento do eu e do mundo
social.
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13. Desenvolvimento psicológico
→ Formulações preliminares de atitudes e valores
são estabelecidas.
→ Os primeiros passos em direcção à independência
da família são tomados.
→ Padrões de personalidade começam a
estabelecer-se.
→ E, pela primeira vez, amizades mais íntimas
tornam-se possíveis.
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14. O desenvolvimento psicológico
Durante a idade escolar, a criança vivencia um período
que ao mesmo tempo é de tranquilidade e de grandes
conquistas.
Tranquilidade - porque nesta fase a criança superou
algumas características anteriores, como a busca de
limites, as dúvidas sobre a sexualidade, e agora já possui
uma identidade mais definida. É mais estável
emocionalmente e o seu relacionamento com os pais e os
demais adultos adquire outras características, com muito
menos conflitos.
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15. A criança em idade escolar
• A idade escolar é rica em exigências, pois novas
habilidades e novos relacionamentos são postos à
prova.
• Agora a criança não vai só a escola para «brincar»,
a entrada no I ciclo significa um verdadeiro «ritual de
passagem».
• A atenção e a memória aprimoram-se, o que permite
à criança prestar atenção por um período de tempo
mais longo e o envolvimento em diversas
actividades.
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16. A criança em idade escolar
• Nesta fase a criança está habilitada a escrever, contar,
relatar factos e actividades da sua vida com lógica e
encadeamento.
• Pode reproduzir símbolos, sons, ocorrências pessoais
e atender a uma sequência de ordens.
• Possui raciocínio aritmético concreto: conta objectos,
identifica numerais e moedas e tem noções claras de
tempo e espaço (sabe quando foi ou quando será, onde
mora e onde se encontra).
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17. • Denota-se uma evolução na criança, uma
vez que, ela não baseia o seu julgamento
apenas no que vê (percepção), mas aplica o
seu raciocínio conceptual, utilizando o seu
repertório presente. Começa a formar os seus
valores éticos e morais, surgindo a noção de
justo ou injusto, do dever e da
responsabilidade.
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18. A criança em idade escolar
→ Ao encontrar uma esfera mais ampla de
influências na escola (colegas e amigos) surgem
numerosas oportunidades de interacção social.
→ Geralmente a criança integra-se bem no ambiente
escolar, onde por norma se junta a agrupamentos do
mesmo sexo, onde os interesses são iguais.
→ É frequente a inserção em grupos como o
escutismo, catecismo e clubes de jogos.
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19. Concluindo...
• A partir desta idade o grau de desenvolvimento é
avaliado principalmente pelo rendimento escolar,
pela maneira de assumir responsabilidades e pelas
suas condutas sociais e morais.
• No final da idade escolar pode-se ter alguma ideia
do que a criança será como um jovem adulto, e as
mudanças que têm lugar durante a adolescência
dependem, em grande parte, da pessoa em que a
criança se tornou na idade escolar.
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20. O desenvolvimento físico
Na idade escolar a criança é capaz de saltar,
correr, brincar, jogar e inventar. As capacidades
motoras das crianças continuam a desenvolverse e as crianças tornam-se mais fortes, mais
rápidas e melhor coordenadas.
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21. O desenvolvimento físico
Os processos motores manifestam-se de
várias formas complementares:
• A coordenação dos movimentos aumenta (domínio
do movimento da escrita, manipulação de certos
utensílios como as tesouras e prática de dança);
• A força aumenta (têm um grande gosto pelos jogos
violentos);
• A rapidez, a precisão e a resistência desenvolvemse de uma maneira muito acentuada.
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22. O desenvolvimento físico
Por vezes, os atributos físicos de uma criança
acarretam situações ridículas e gozação, tais reacções,
inevitavelmente afectaram a auto-imagem, a
interacção com os outros e os sentimentos em relação
aos outros. Neste caso, o desenvolvimento psicológico
da criança é influenciado indirectamente pelos
atributos físicos.
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23. O desenvolvimento psicossocial
Hoje já não se considera que o
desenvolvimento seja apenas o
resultado da maturação, faz-se cada
vez mais referência às oportunidades
de socialização nomeadamente as
familiares e as educativas.
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24. O desenvolvimento psicossocial
O tipo de família nuclear em que a criança vive,
bem como as relações que ela desenvolve com os
elementos da família podem ter efeitos profundos
no desenvolvimento psicossocial, uma vez que é
neste período que as crianças desenvolvem o seu
auto-conceito, tornando-se mais independentes,
auto-confiantes e com controlo das emoções.
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25. O desenvolvimento psicossocial
Ao ter consciência de si, a criança apercebe-se que
vive numa sociedade construída por adultos.
Apercebe-se ainda que a escola é então uma imagem
de sociedade onde mais tarde se irá integrar. No
entanto é constituída por crianças mais ou menos da
sua idade, que de certo modo irão acompanhar o seu
percurso.
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26. A descoberta dos outros é vivida com muita ansiedade, porém é
uma aprendizagem necessária e que não se realiza num só dia,
mas que permite desenvolver:
• Por um lado, sentimentos como a amizade, camaradagem e
solidariedade.
• Por outro as decepções, os atritos, disputas e até injustiças.
Este é um percurso longo, de êxitos e fracassos no qual a
criança tem a oportunidade de reconhecer alguns dos seus
limites e começar a traçar aspectos vincados e importantes da
sua personalidade.
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27. O desenvolvimento psicossocial
O desenvolvimento psicossocial inclui as
mudanças nas nossas interacções e a
compreensão dos outros, assim como o nosso
conhecimento e compreensão de nós próprios
como membros da sociedade.
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28. O desenvolvimento psicossocial
Neste período de desenvolvimento, as relações com
os pais continuam a ser muito importantes (embora a
criança passe grande parte do tempo junto do seu
grupo de pares - escola) visto que a estrutura e
atmosfera familiares contribuem para o equilíbrio
emocional que é fulcral nas relações sociais.
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29. O grupo de pares
O grupo de pares é formado, na maior parte das vezes, por
crianças semelhantes em idade, género, etnia e nível
sócio-económico, constituindo assim um factor importante
para o desenvolvimento de determinadas capacidades:
• O sentimento de pertença e o auto-conceito,
competências sociais, a adopção de valores, etc..
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30. O grupo de pares
Mas, o grupo de pares, também tem os seus
aspectos negativos:
• A conformidade, a segregação social ou étnica e o
preconceito.
Deste modo, torna-se possível o estabelecimento
das primeiras relações de amizade, que envolvem o
compromisso mútuo de dar e receber, normalmente
estabelecidas com crianças de características e
interesses comuns.
A criança dos 6 aos 12 anos
31. A amizade nestas crianças
• A partir dos 4/5 anos, a experiência de ter amigos é
das mais necessárias para o desenvolvimento da
criança.
• Através do contacto com os amigos, a criança ganha
mais sentido de si porque percebe que os outros a
estimam e gostam dela.
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32. A amizade
• Através do contacto com os amigos, a criança ganha
mais sentido do outro porque percebe que os outros
gostam de ser gostados e estimados.
• Sem amigos, a autonomia e intimidade da criança
ficariam gravemente afectadas.
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33. A amizade
• As crianças até aos 5/6 anos têm da amizade
uma ideia rudimentar: “Amigos são os que
brincam comigo; quando a mãe me chama
para jantar, acabam as amizades”.
• A amizade é entendida em termos físicos.
• A amizade dura enquanto dura a interacção
física: brincar, jogar, ou estar juntos.
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34. A amizade
• Nas crianças entre os 6-10 anos, os amigos podem
ser encarados como alguém que está atento aos
seus interesses materiais e psicológicos, não
havendo, porém, reciprocidade (não existe
correspondência) por parte da criança .
• No entanto, o ideal seria que as crianças por volta
dos 7-10 anos, gostassem de ter amigos porque os
amigos conhecem-se e ajudam-se mutuamente
(Amizade Recíproca).
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35. A amizade
MAS...
• Esta ideia de amizade recíproca tende a ser mais
frequente entre os 8-12 anos.
A Amizade Recíproca é já uma ideia mais avançada e
bela de amizade.
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36. A importância dos limites e das regras
•Apesar de impor limites às crianças ser uma
tarefa por vezes desgastante e cansativa, já que
exige repetição e paciência, ela é fundamental
para promover a capacidade de auto-controlo da
criança, na medida em que a ajuda a estabelecer
os seus próprios limites.
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37. Limites e Regras
Se os pais estabelecerem limites firmes
mas carinhosos desde os primeiros anos de
vida, ajudarão também a criança a
reconhecer os seus sentimentos, a ter a
percepção dos sentimentos dos outros, a
desenvolver o sentido de justiça e ainda a
descobrir a alegria de dar e até de fazer
sacrifício em prol do bem estar dos outros.
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38. As Regras
• Para que todo este processo seja simplificado, é
fundamental que as regras sejam claras e
consistentes e que se adaptam às capacidades e
necessidades de cada criança. É também
importante que ambos os pais estejam de acordo
com as regras estabelecidas e que façam avaliações
e revisões regulares dessas mesmas regras, uma
vez que, à medida que a criança cresce, será
necessário ajustar algumas delas.
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39. A importância das regras e dos limites
“ Uma criança sem disciplina é uma criança que
não se sente amada”
Por esta razão, é importante impor limites e
regras às crianças, pois só desta maneira se pode
ajudá-las a crescer de uma forma saudável.
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