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Prof. Pr. Weverton Gleison Mendes Costa
E-mail: wevertontheos@hotmail.com
Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD
O QUE É HERMENÊUTICA?
 É UMA CIÊNCIA
 É A ARTE DE INTERPRETAR
 É a “disciplina que estuda os princípios e as teorias de
como os textos devem ser interpretados. (...) se preocupa
com o atendimento dos papéis e dos relacionamentos
singulares entre o autor, o texto, o público-leitor original e
posterior”.
 ETIMOLOGIA: HERMENEUEIN (verbo)
 Interpretar / Traduzir
 Gr. Hermeios, sacerdote do oráculo de Delfos
 Fazia a proclamação e traduzia a mensagem dos deuses
 HERMENÊUTICA É UMA CIÊNCIA DENTRO DA EXEGESE
BÍBLICA
“A TEOLOGIA É MUTÁVEL, DIVERSIFICADA,
ENQUANTO A FÉ TEM UM CARÁTER ABSOLUTO,
DEFINITIVO”
FÉ - TEOLOGIA IMPLÍCITA
TEOLOGIA – FÉ EXPLÍCITA
 A Teologia é a Ciência centrada no TEXTO.
 Necessidade de Métodos e Interpretações que trarão
clareza ao texto e farão emergir um significado:
CONTEXTO/ LEITOR
 AUTOR ----- TEXTO ---- LEITOR =
HERMENÊUTICA
UNIDADE I
FUNDAMENTOS DA HERMENÊUTICA
BÍBLICA
I - O VALOR E A NECESSIDADE DA
HERMENÊUTICA BÍBLICA
1.1 – A IMPORTÂNCIA DA HERMENÊUTICA
• Compreender as múltiplas interpretações das Escrituras
• Interpretar as Escrituras em detrimento de seitas e religiões
• A Bíblia é O Livro por Excelência
• Estudo correto requer caráter e espírito reverente
1.2 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA TEMPORAL
• Lacuna de Tempo: escritores/ ouvintes/ leitores
• Mudanças: costumes/ idioma / cultura
• O que mudou ao longo dos anos?
• Que fatos históricos influenciaram as idéias e características
culturais presentes no tempo do autor?
• Sincronia Bíblica / espaço temporal de 1600 anos
• Cada escritor viveu seu momento histórico diferente
• Período Interbíblico: uma lacuna de 400 anos. Surgiram os
Fariseus, Saduceus, Zelotes, Essênios, etc...
1.3 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA GEOGRÁFICA
 Mundo Ocidental -- Mundo Oriental – Mundo Antigo
 Oriente Médio, Egito, nações mediterrâneas meridionais da
Europa
 A Geografia foi relevante para a Revelação de Deus –
ESCRITA
 Revelação de Deus: Jardim, Moriá, Betel, Sinai, Deserto
 Mateus 4.18 = o referido mar é também o “LAGO DE
GENESARÉ” , 45 km de profundidade, 24 km de comprimento
por 14 km de largura
1.4 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA CULTURAL
 O povo bíblico tinha sua cultura e costumes próprios
 Como aquele povo pensa? Em que acreditam? O que diz? O
que faz? O que produz?
 CHOQUE CULTURAL: o desconhecido provoca impacto em
virtude do ambiente e hábitos diferentes de um povo
 Primordial o Estudos das Culturas e Costumes, vislumbre do
pano-de-fundo dos contextos bíblicos
 Sentido original/ literal/ social do significado de certa palavra,
expressão ou hábito
 Análise do contexto
1.5 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA LINGUÍSTICA
 Fala e Escrita
 Originais: grego, hebraico, aramaico. Cada um com sua
particularidade diferente do nosso idioma.
 Língua hebraica não continha vogais.
 Diferenças linguísticas de região para região no mesmo país
 A linguagem bíblica e modos de expressões foram diferentes e
variados. Material de apoio: dicionários etimológico
 1 REIS 12. 8 -10
 A palavra é um processo vivo e dinâmico em constante
modificação
 A TRADUÇÃO será influenciada pelo TEMPO
 Antigo Testamento: cosmovisão hebraica
 Novo Testamento: cosmovisão helênica = cultura grega/ filosofia/
militarismo romano
1.6 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA LITERÁRIA
 Modo de escrita dos tempos bíblicos (simbólicas,
apocalípticas, etc)
 Modo de escrita contemporâneo
 Provérbios e Parábolas comuns nos tempos bíblicos
 Cânticos de Salomão: expressão sensual e não pornográfica
 Figuras de Linguagens e Figuras de Retórica
 Paralelos de Palavras: “marcas de Jesus”, “de Cristo vos
revestistes”,
 Para Paulo “obras” em Romanos e Gálatas significa o oposto à
fé, a saber, as práticas da lei antiga como fundamento para a
salvação. Para Tiago a mesma palavra tem o significado de
obediência e santidade que a verdadeira fé em Cristo produz.
II – A INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS PELOS
JUDEUS
2.1 – OS PRIMEIROS OUVINTES E LEITORES DAS
ESCRITURAS SAGRADAS
 A Família no Aprendizado: gerações futuras/ mandamentos de
Deus
 Tradição oral: valores éticos e princípios de festas e memoriais
 Interpretação da Torá: preservar a identidade original do povo
 Memorial: o Verdadeiro e Único Deus/ Seus feitos/ Misericórdia
dada ao seu povo/ Apologia à Santidade em detrimento da
degradação moral dos povos estrangeiros
2.2 – O RESGATE DA CORRETA INTERPRETAÇÃO DAS
ESCRITURAS NOS DIAS DE ESDRAS
 O povo do exílio havia perdido a sua identidade linguística
 Influenciados pelo idioma aramaico
 Neemias 8.8: a Lei teve que ser traduzida
 O Escriba: ensinar e copiar os textos sagrados
 Extremismos etimológico: alguns rabinos imaginavam que se
poderia esperar numerosos significados de determinados
textos
 Especulações absurdas têm surgido ao longo dos séculos
2.3 – CLASSES DE JUDEUS E SUAS FORMAS DE
INTERPRETAR AS ESCRITURAS
 Período do Pós-exílio: ocorreu grande desenvolvimento nas
escolas judaicas de interpretação das Escrituras
 JUDEUS PALESTINOS
 A Bíblia era a Palavra de Deus. Das Letras às frases eram
inspiradas. Minuciosos e criteriosos nas compilações.
Estimavam mais a Lei do que os Escritos e os Profetas
 A Bíblia era a PESHAT, a exposição exegética era a MIDRASH
 Os escribas valorizavam mais a Lei Oral do que a Lei Escrita.
Surgiu várias formas errôneas de interpretação
 Hillel foi grande rabino expoente desta escola.
 Jesus os condena em Marcos 7.13
 JUDEUS ALEXANDRINOS
 Interpretações, de certa forma, determinada pela filosofia
dominante na grande cidade de Alexandria, Egito
 Princípio fundamental de Platão: ninguém deve acreditar em
algo que seja indigno de Deus
 A alegoria judaica sofreu influência da alegoria grega. Os
escritos de Homero e Hesíodo eram admirados, mas era
reprovado o comportamento imoral dos deuses do panteão
grego
 Uso habitual de Antropomorfismos para apaziguar as ações de
divindades. Alegorizavam o AT como defesa dos textos
sagrados perante os gregos
 Filo foi o grande expoente desta escola. Para ele o significado
oculto tinha primazia sobre a interpretação literal
 OS JUDEUS CARAÍTAS
 Descendentes espirituais dos Saduceus. Consideravam as
Escrituras como única autoridade em matéria de fé. Caraítas:
filhos da leitura
 Desprezavam a Tradição Oral e a Interpretação Rabínica. Sua
exegese como um todo era mais correta que dos judeus
tradicionais
 A seita foi fundada por Anan bem David, cerca de 760 d.C.
 OS CABALISTAS
 Surgiram a partir do Sec. XII.
 O Cabalismo: distorção do método de interpretação usado
pelos judeus palestinos, e do método alegórico dos judeus
alexandrinos.
 Misticismo exagerado. Toda a Lei em todo o seu escopo havia
sido entregue a Moisés: versos/ palavras/ letras
 As letras obteriam um poder sobrenatural nas palavras
 Caráter Especulativo
 Métodos usados: GEMATRIA / NOTARIKON / TEMOORAH
 JUDEUS DE QUMRAN
 Uso da interpretação PESHER = Explicação. Interpretação
oriunda das práticas midráshicas, mas com significado
escatológico
 Diziam ser os detentores de fazer cumprir o significado
profético dos Antigos Profetas
 Método: interpretação apocalíptica. Os mistérios ocultos, para
eles, tinham sido revelados
 Essênios. Acreditavam ser o remanescente de justos na Terra
QUNRAN
III – A INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS DO
NOVO TESTAMENTO
 O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e aramaico e teve
como ênfase a relação dos hebreus com Yahweh. Já o Novo
Testamento foi escrito em grego e marcado com um público
misto de judeus e gentios.
3.1 – A PRESENÇA DO ANTIGO TESTAMENTO NO NOVO
TESTAMENTO
 Lucas é o único não-judeu entre os escritores do NT.
 “aproximadamente 10% do NT constitui-se de citações diretas,
de paráfrases do AT ou de alusões a ele”
 Algumas mudanças significativas ocorreram entre o período
veterotestamentário e o neotestamentário
 TEMPLO
 O retorno dos exilados possibilitou a reconstrução, no entanto
o segundo templo não tinha mais o mesmo fulgor do primeiro
 As descrições do templo no NT nos fazem perceber um
monumento que causava admiração a todos
 Herodes, o Grande: reformador do segundo templo.
Intencionava conquistar popularidade entre os judeus
 A força religiosa de Jerusalém era em virtude do templo
 A FESTA DOS JUDEUS
 Os judeus do NT cultivavam as práticas de festas instituídas
por Deus na época de Moisés
 Festas dos Tabernáculos (Jo 7.2); a Páscoa (Lc 22.1);
Pentecostes (At 2.1)
 O MINISTÉRIO SACERDOTAL
 A instituição que foi iniciada no AT continuou no NT, o Sacerdócio
Levítico
 Mesmo com traços de corrupção no ministério sacerdotal em
Israel, os sacerdotes ainda desfrutavam de prestígio
 Sacrifícios e ofertas, antes, indicadores da preservação da
consciência do favor de YHWH, agora, de caráter mercantilista
 A EXPECTATIVA MESSIÂNICA
 Os judeus cultivaram ao longo dos anos essa expectativa
 O NT e seu ambiente era propício para a manifestação do
Messias
 Grupo de judeus sectários aguardavam ansiosos esse Messias
para sua emancipação política através da guerra
 O Messias veio mais não fora reconhecido politicamente
 Todas as características proféticas indicavam para Jesus mas
não souberam discernir em Cristo tudo que se havia anunciado
3.2 – JESUS E O ANTIGO TESTAMENTO
 Sua Bíblia foi o AT – Septuaginta. Em diversos momentos, ele
utilizou passagens do AT para corroborar uma afirmação, etc.
 Abel (Lc 11.51); Noé (Mt24.37-39); Abraão (Jo 8.56)
 Para Jesus a Antiga Aliança era o competente tribunal de
apelação em seus debates com os escribas e fariseus
 Eram refutados não por desvalorizarem-na, mas por distorcerem
ensinos claros para sua própria conveniência
 ALGUMAS CONTROVÉRSIAS SOBRE A INTERPRETAÇÃO
DO ANTIGO TESTAMENTO POR JESUS
 Alguns teólogos acham que nãos somos obrigados a ter uma
mesma postura como Jesus teve ao validar os escritos do AT
 Para estes teólogos é possível que a interpretação de Jesus
não fosse literal mas uma finalidade ilustrativa
 Cremos que o uso de Jesus considerou os fatos históricos
como reais (Mc 12. 18-27)
 A perspectiva do AT de Jesus o apontava para uma
continuidade histórica com base na Revelação Progressiva de
Deus
 Seriam as expressões atribuídas ao Mestre, na verdade,
pontos de vistas dos autores dos Evangelhos do que
propriamente de Jesus?
 MÉTODOS DE CRISTO INTERPRETAR O ANTIGO
TESTAMENTO
 Período neotestamentário: época de vários
segmentos dentro do Judaísmo
 Vários grupos divergiam acerca de diversos
pontos nas Escrituras
 Interpretação literal exagerada e a
interpretação alegórica
 Cristo usava o método literal, normal do
texto. Sem alegorias, sem superficialidades
e sem profundidades de idéias místicas
 Jesus não ensinava baseado nas interpretações rabínicas das
Escrituras, ele ensinava baseado nas Escrituras
 Os Escribas e Fariseus jamais conseguiram encontrar em
Jesus interpolações no uso das Escrituras
 O rigor da lei: fruto de uma visão extremada
3.3 – OS APÓSTOLOS E O ANTIGO TESTAMENTO
 CRISTO: a realização das profecias sobre o Messias: intenção
dos escritores
 JESUS, a Revelação do Messias: realce das pregações da Era
Apostólica
 OS DISCÍPULOS E A INTERPRETAÇÃO DO ANTIGO
TESTAMENTO
 Os Evangelhos que trataram especificamente do ministério
terreno de Cristo, especialmente Mateus, tiveram como
preocupação mostrar que Jesus era o legítimo descendente de
Davi.
 A genealogia : mostrar o Herdeiro do trono davídico
 A influência de Jesus: os evangelistas entenderam que o
Messias não tinha sua missão em um plano meramente humano
 João 1.1. Para eles a encarnação de Cristo inaugurava um novo
tempo na história. O VT foi o anúncio. O NT foi a concretização
 1 João 1.1,3: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o
que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as
nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida; sim, o
que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós
também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é
com o Pai, e com seu Filho JESUS CRISTO”
 Sensibilidade espiritual para ler os fatos e associá-los às
profecias do Antigo Testamento. Ex: o dia de Pentecostes e a
profecia de Joel
 PAULO E O ANTIGO TESTAMENTO
 Tinha profundo conhecimento da teologia judaica, era fariseu
 Discípulo de Gamaliel, um rabino da escola de Hillel
 Os 12 Apóstolos estavam confinados às fronteiras da
Palestina, inicialmente fazendo do Cristianismo uma espécie
de continuidade do Judaísmo
 O chamado de Paulo foi para além das fronteiras de Israel
 Interpretou o Cristo como o Messias prometido do AT, assim
como compreendeu o caráter universal da salvação
 A promessa a Abraão (Gen. 12.2-3) incluía todos aqueles que
cressem (Rm 4.17)
 A grande revelação da Nova Aliança é a IGREJA que não
passou a existir acidentalmente, mas surgiu dos planos eternos
de Deus (Efésios 1.4-11)
 A EPÍSTOLA AOS HEBREUS E O ANTIGO TESTAMENTO
 Dentre os livros do NT, certamente nenhum faz alusão ao AT
como esta Epístola
 Seu conteúdo concentra-se em interpretar os ritos judaicos, o
Tabernáculo, o sacerdócio levítico. Representavam a Velha
Aliança como figuras que tipificavam a Nova Aliança
 A figura de Melquisedeque e o Sacerdócio de Cristo
3.4 – CONTROVÉRSIAS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO
ANTIGO TESTAMENTO PELOS APÓSTOLOS
 Há os que afirmam que os escritores do NT parecem usar partes
do VT de forma arbitrária em certos pontos, até mesmo
alterando seu sentido original
 Gálatas 3.16
 Paulo teria utilizado um método rabínico ilegítimo na tentativa de
provar seu ponto de vista
 Parece impossível que uma palavra tenha, simultaneamente dois
significados, um para o singular e outro para o plural
 “Descendente” pode ter no singular um sentido coletivo
 As promessas são para Abraão e à sua descendência, mas o
cumprimento dessa promessa se realiza em Cristo.
 Jesus Cristo é a figura representativa do grupo: judeus e gentios
 Judeus – Jesus, o Messias / Gentios – Jesus, o Desejado das
Nações
IV – A HERMENÊUTICA BÍBLICA NA HISTÓRIA DA
IGREJA - DA PATRÍSTICA À REFORMA
 Por volta do ano 100 d.C., todos os livros das Escrituras
estavam escritos
 Os textos já eram usados como regra de fé nas comunidades
 Surgiram controvérsias teológicas nos anos posteriores
 Necessidade de ratificar os livros do Cânon
 A Hermenêutica serviu como parâmetro ao longo da história
eclesiástica
4.1 – PERÍODO PATRÍSTICO
 No período dos Pais da Igreja o desenvolvimento dos
princípios hermenêuticos dependiam dos três diferentes
centros da vida da Igreja: Escola de Alexandria-Egito, a Escola
de Antioquia-Síria e a Escola Ocidental
 Cada escola de alguma forma contribuiu nessa área
 ESCOLA DE ALEXANDRIA
 Final do segundo século, a hermenêutica bíblica foi
influenciada especialmente pela escola catequética de
Alexandria
 Judaísmo e filosofia grega se encontraram e se influenciam
 Pateno, o mais antigo mestre, foi professor de Clemente
 Principais expoentes foram Clemente de Alexandria e Orígenes
 Defendiam que somente a interpretação alegórica contribuía
para um conhecimento oral
 Para Clemente somente através de alegorias toda a Escritura
seria devidamente entendida. Seria o verdadeiro conhecimento
 Sentido literal – apenas um tipo de fé elementar
 Teoria dos cinco sentidos: HISTÓRICO/ DOUTRINAL/
PROFÉTICO/ FILOSÓFICO/ MÍSTICO
 Orígenes foi além de seu mestre, em saber e em influência.
Maior teólogo de seu tempo
 Toda a Escritura é uma vasta alegoria, cada detalhe simbólico
 Os textos bíblicos: triplo sentido – literal/ moral / alegórico
 Reflexão: como você alegorizaria a história de Noé?
 ESCOLA DE ANTIOQUIA
 A escola se empenhou na ênfase da interpretação histórico-
gramatical
 Devemos buscar e conhecer o sentido original do escritor e
atentar ao significado daquele texto aos primeiros leitores
 Faziam uso das línguas originais: hebraico e grego
 Os mais ilustres expoentes: Teodoro de Mopsuéstia e João
Crisóstomo
 Teodoro questionou a canonicidade de alguns livros sagrados, é
chamado de “príncipe da exegese primitiva”
 João Crisóstomo o “boca de ouro” (por causa de sua eloquência),
era arcebispo de Constantinopla e considerado o maior
comentarista dentre os pais da igreja
 Os princípios exegéticos da escola de Antioquia lançaram a base
da hermenêutica moderna
 ESCOLA OCIDENTAL
 Características: elementos alegóricos e elementos histórico-
gramatical
 Incorporou um outro elemento: a autoridade da Tradição e da
Igreja na interpretação bíblica
 Maiores expoentes: Jerônimo e Agostinho de Hipona
 Jerônimo foi o tradutor da Vulgata Latina
 Seu trabalho: notas linguísticas, históricas e arqueológicas. Foi
grande teólogo na sistematização das doutrinas e não na
interpretação das mesmas
 Agostinho enfatizou a necessidade do uso do sentido literal,
mas também usou livremente a interpretação alegórica
 Adotou o método de quatro sentidos às Escrituras:
histórico/etiológico/ analógico/alegórico. Rejeitava a eixegese
4.2 – IDADE MÉDIA
 O desenvolvimento da hermenêutica bíblica adquirido pelas
escolas anteriores perdeu-se na Idade Média devido à profunda
ignorância bíblica de muitos clérigos
 Conhecia-se somente a Vulgata e os escritos dos Pais
 A Tradição amarrou a Hermenêutica. Destaque maior à alegoria
 No último período medieval, os cabalistas na Europa e na
Palestina continuaram na tradição do misticismo judaico
 Destaque para Gregório, o Grande. Considerado o primeiro Papa
da Igreja Católica Romana. Foi defensor da interpretação
alegórica
 EX: 3 amigos de Jó – hereges/ 7 filhos – 12 apóstolos/ 7000
ovelhas – pensamentos inocentes/ 3000 camelos – concepções
vãs/ 500 juntas de bois – virtudes/ 500 jumentos – tendências
lascivas
 Maior teólogo: Tomás de Aquino. Além do sentido literal,
defendeu o sentido espiritual por Deus ser o Autor de Sua
Palavra
4.3 – A REFORMA (SÉC. XVI)
 O Final da Idade Média teve um grande divisor de águas, o
Renascimento, período de profundas transformações na história
 Séc. XIV e XV, grande ignorância quanto às Escrituras
(conteúdo)
 A Vulgata era lida por idioma limitado e a Renascença chamou a
necessidade de se recorrer aos originais
 Reuchlin e Erasmo: publicações sobre gramática hebraica e
crítica do NT grego. Concentrou-se mais na ideia de um único
sentido para interpretação bíblica. Reforma hermenêutica
 A Bíblia era a inspirada palavra de Deus. Autoridade final em
todas as questões teológicas
 Infalibilidade da Igreja = Infalibilidade das Escrituras
 Principal princípio: a Escritura é a intérprete da Escritura
 Sua compreensão deve ser de acordo com a analogia da fé
 MARTINHO LUTERO
 Para ele a interpretação da Bíblia é feita através
da fé e iluminada pelo Espírito Santo. Nesse
sentido, as Escrituras devem determinar o que a
Igreja ensina
 O método em vigor era o literal e cristocêntrico
do texto. A exegese consistia em considerar a
história, gramática e contexto
 A Bíblia e sua compreensão não são exclusividades de um grupo
privilegiado. Todos podem conhecê-la
 Ao defender sua interpretação em desacordo com as alegorias
do passado explica que tanto o AT quanto o NT apontam para
Cristo
 Fez a distinção entre Lei e Evangelho, sendo errado repudiar a
Lei como fundi-la no Evangelho
 JOÃO CALVINO
 Calvino se destaca como o maior exegeta da
Reforma Protestante
 Concordava com Lutero e via a necessidade da
iluminação espiritual
 Interpretações alegóricas: “jogos fúteis”,
artimanha satânica
 Harmonizou as práticas teológicas com a teoria.
 Discordou da ideia luterana de que Cristo pode ser encontrado
em toda parte da Escritura.
 Reduziu o número de salmos que poderiam ser considerados
messiânicos
 Profecias bíblicas dependiam das circunstâncias históricas para
sua real significação
 Suas Institutas contêm 1.755 citações do AT e 3.098 do NT
V – A HERMENÊUTICA BÍBLICA NA HISTÓRIA DA
IGREJA – DA PÓS-REFORMA AOS DIAS ATUAIS
 A Igreja logo reagiu ao vulto impactante da Reforma Protestante
com a Contra-Reforma surgida no Concílio de Trento
5.1 – PERÍODO PÓS-REFORMA – SÉC. XVII E XVIII
 Desafios iriam surgir em face às transformações correntes na
história que afetariam a Hermenêutica
 Surgiram grandes nomes: Louis Cappell, primeiro crítico textual
do AT e Johann A. Bengel, conhecido como “o pai da crítica
textual moderna”.
 Foi o primeiro a identificar famílias ou grupos de manuscritos,
com base em características comuns
 CONFESSIONALISMO
 Preocupação desse período foi em não se submeter ao domínio
da Tradição e da Igreja, dogmas da Contra-Reforma
 Período das Confissões. Cada cidade importante tinha seu
credo preferido
 Exegese tornou-se serva da Dogmática. Ia-se à Bíblia para
justificar as verdades incorporadas nas Confissões
 O PIETISMO
 Reagiram à exegese dogmática. Spener (1635-1705) é o pai do
pietismo
 Retorno ao interesse cristão e às boas obras
 Melhor conhecimento da Bíblia e melhor preparo espiritual para
os ministros. Interpretação ora histórico-gramatical, ora com
base na “luz interior” ou uma “unção do alto”
 RACIONALISMO
 Posição filosófica que aceita a razão como única autoridade
que determina o que é verdadeiro e falso. Milagres e
afirmações sem explicação racional devem ser rejeitados
 Verdades comprovadas na Bíblia somente as que
correspondem à razão humana
 A Igreja também enfatiza da razão com ressalvas de que a
Revelação superior era o meio de entender a Verdade
 Thomas Hobbes, filósofo inglês: As Escrituras eram apenas um
livro contendo regras e princípios para a república inglesa
 Baruch Spinoza: judeu, para ele a razão humana está
desvinculada da teologia. Teologia (revelação) e Filosofia
(razão) são distintas. Contestou os milagres; via a necessidade
de conhecer os idiomas originais; o contexto de cada livro. A
razão é o critério absoluto para quaisquer interpretação bíblica
5.2 – DA HERMENÊUTICA MODERNA AOS DIAS ATUAIS
 A partir do Século XIX, a crítica da Bíblia alcançou uma
dimensão jamais vista
 A autoria divina em cheque em detrimento da autoria humana e
as circunstâncias históricas da elaboração das Escrituras
 A interpretação histórica desconfia do método hermenêutico
 Semler: fundador da escola de interpretação histórica. Filho de
pais pietistas. Sobre o Cânon, enfatiza o aspecto humano de
sua origem e da composição da Bíblia
 Bíblia e Cânon por terem origem de modo histórico era
historicamente condicionados. Diferentes autores fazem o
conteúdo ser, na maioria, local e passageiro. Sem valor
normativo no tempo e espaço
 A razão tornou-se o árbitro da fé. As Escrituras, meras
produções falíveis
 O Período Histórico-Crítico expressou as teorias que se
destacam: Teoria da Inspiração Natural Humana/ Teoria da
Inspiração Divina Comum/ Teoria da Inspiração Parcial/ Teoria
do Ditado Verbal/ Teoria da Inspiração das Ideias
 LIBERALISMO TEOLÓGICO
 Liberalismo Teológico é fruto do Racionalismo Filosófico
 A Bíblia contém vários graus de inspiração. Os graus inferiores
se relacionam a detalhes históricos (poderiam conter erros)
 Alguns teólogos negaram totalmente o caráter sobrenatural da
Bíblia
 Shleirmacher: o pai do liberalismo teológico. A inspiração
refere-se à capacidade da Bíblia inspirar a experiência religiosa
 Benjamin Jowett: A Bíblia é apenas um livro como qualquer
outro, sem caráter sobrenatural, em nada difere de qualquer
outra produção
 As leis naturais da ciência é que ditam as regras. Os milagres
são exemplos de uma mentalidade ultrapassada
 Darwin e Hegel influenciaram o Liberalismo teológico
 A Bíblia passa a ser vista como apenas um registro do
desenvolvimento evolucionista da consciência religiosa de
Israel, e mais tarde da igreja
 OS NEO-ORTODOXOS
 A neo-ortodoxia é um fenômeno do século XX
 Faz uma posição intermediária entre o liberalismo e a ortodoxia
 As Escrituras são o testemunho do homem acerca da
revelação que Deus deu de si próprio. A reação à presença
divina com fé é a revelação. Revelação, então, é uma
experiência presente acompanhada de uma reação existencial
da pessoa
 A Bíblia não é infalível e nem inerrante. Histórias de ações
sobrenaturais são meros “Mitos” que visam verdades
teológicas
 Bultmman formulou a “desmistificação” das Escrituras
 O FUNDAMENTALISMO
 Teólogos e líderes conservadores reagiram fortemente ao
liberalismo teológico. Surgiu o Fundamentalismo que incentiva
uma abordagem literal da Bíblia, como livro sobrenatural que é
 A tarefa do intérprete é tentar compreender mais plenamente o
significado intencional dos escritores inspirados por Deus
 Muitos estudiosos, contemporâneos e anteriores, têm-se
dedicado a uma concepção ortodoxa da Bíblia, priorizando a
interpretação gramatical e histórica, legados da escola de
Antioquia e da Reforma
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
1) RESUMO DOS CAP. 1 A 4 DA UNIDADE II. (Entrega dia 16/11)
2) Defina Hermenêutica e o porquê de sua importância para a Igreja hodierna
3) “Porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” Gen. 6.12
(ARC). Quais os reais significados das palavras grifadas no texto?
4) “Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe... Não pode ser
meu discípulo” Lucas 14.26. Qual versículo que podemos comparar com o
texto acima, para descobrirmos o real significado do texto grifado? OBS: está
em Mateus
5) Mateus 20.29-32 / Marcos 10.46-49 / Lucas 18. 35-38. Considerando que:
 Um escritor menciona dois cegos/ outros mencionam apenas um
 Jesus estava entrando em Jericó / Jesus estava saindo de Jericó
Procure a maneira adequada de interpretar o texto, considerando os métodos
de hermenêutica bíblica (figuras de linguagens e paralelismo de texto)
UNIDADE II
A HERMENÊUTICA E OS ESTILOS LITERÁRIOS
DA BÍBLIA
I – QUESTÕES HERMENÊUTICAS DA LEI DO
ANTIGO TESTAMENTO
 Pentateuco ou “Lei”, pois de Êxodo a Deuteronômio
encontramos os preceitos que YHWH determinou, aos filhos de
Israel, que fossem cumpridos.
 Do caráter específico sobre os preceitos de outrora, podemos
dizer que tais princípios se aplicam aos nossos dias?
1.1 – O CRISTÃO E A INTERPRETAÇÃO DA LEI DO AT
 A Nova Aliança propõe um novo relacionamento do homem
com Deus
 Passagens específicas da Lei Veterotestamentária foram
inseridas no Novo testamento
 Validadas todas as Escrituras como divinamente inspirada por
Deus, surgiram questões de interpretação: Como aplicar as
passagens que tratam da Lei do AT à realidade cristã da Nova
Aliança?
 A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO REPRESENTA UMA
ALIANÇA ENTRE DEUS E ISRAEL
 O contexto do AT estabelecia alianças entre o senhor, um
chefe supremo e um vassalo, um servo obediente e fiel ao seu
chefe
 Alianças de contratos com direitos e deveres de ambos os
lados
 O senhor oferecia benefícios e proteção/ o servo, cabia a
 Por obediência o servo desfrutaria de cuidado e bondade do
patrão
 Por desobediência sofria sanções penais
 Elohim (senhor) e Israel (servo) = Levítico 26.3-6
 ALGUNS PRECEITOS DA ANTIGA ALIANÇA CLARAMENTE
NÃO SÃO RENOVADOS NA NOVA ALIANÇA
 As leis referentes à vida social dos hebreus e as leis
relacionadas à prática religiosa daquele povo
 Leis Sobre a Vida Social: apresentam punições por atos de
crimes, grandes e pequenos. Objetivava a convivência e zelo
da ordem social. Não se aplica para os nossos dias
 Leis Sobre a Prática Religiosa: informavam Israel como
proceder na prática da adoração, do processo específico
detalhado de cada atribuição sacerdotal aos tipos de animais
para o sacrifício
 ALGUNS PRECEITOS DA LEI SÃO REAFIRMADOS NA
NOVA ALIANÇA
 Estes princípios se referem aos aspectos da lei ética
 Deus quer que esses aspectos da Antiga Lei continuem sendo
aplicáveis ao seu povo no sentido pleno. Mateus 22.37-40 /
Deuteronômio 6.5; Levítico 19.18
 Outros preceitos éticos tiveram uma nova aplicabilidade com
Jesus, como vemos em Mateus 5.21-48
1.2 – LEIS INCOMUNS AOS NOSSOS DIAS
 Tinham o propósito de manter o povo hebreu separado das
más influências dos povos cananeus
 LEIS DO ALIMENTO
 Levítico 11.4-7
 Expressavam um cuidado especial divino sério com a saúde
física e espiritual do povo escolhido
 Os alimentos proibidos tinham probabilidade de transmitir
doenças do ambiente árido do deserto e Canaã/ a produção
era rara naquele contexto específico
 Eram alimentos de sacrifícios pagãos, práticas abomináveis p/
Deus
 Na visão do NT, esse cuidado com relação a “comer carne”
deveria ser regido pelo critério do Amor (Rm 14.15,21; I Co
8.13)
 LEIS ACERCA DO SACRIFÍCIO
 Êxodo 29.10-12
 Pecado resulta em castigo
 Perante a Lei o pecado não merece viver
 Para remover o pecado somente através da Expiação
 Única forma aceita perante Deus naqueles tempos
 Aquele contexto específico eram sombras de uma realidade
futura e perfeita: a pessoa de Jesus e o sacrifício da Cruz
 “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”
Hebreus 9.22b). O alvo dessas leis era a morte do Cordeiro de
Deus
 LEIS ESPECÍFICAS
 Levítico 19.19
 Você já se deparou com essas orientações que, a priori, não
fazem nenhum sentido para a nossa realidade?
 O ponto X da questão: proibir o povo hebreu de participar das
práticas canaanitas de cultuarem a fertilidade. O povo era
Kadosh
 “cozer o cabrito no leite da própria mãe era uma magia de
fertilidade perpétua do rebanho”. A mistura de raças de animais,
sementes ou tecidos, produziria abundantes frutos agrícolas
 Leiamos tais textos sempre de olho no seu contexto
1.3 – COMO INTERPRETAR A LEI DO ANTIGO
TESTAMENTO
 Atenção à categoria das leis mencionadas, considerando o
contexto histórico de tais preceitos
 Leis específicas para o Judaísmo, não se aplicam literalmente à
realidade atual
 Preceitos sem aplicação literal à nossa realidade podem conter
uma aplicação de valor espiritual. Com lições importantes para a
vida em geral
 Compreender o Pentateuco e Maneiras e Costumes nos Tempos
Bíblicos com o auxílio de livros e enciclopédias específicas
 Jamais use textos isolados da realidade histórica, nem busque
aplicação atual para os ouvintes sem considerar o sentido literal
 Manter uma interpretação cuidadosa para não causar uma
fundamentação errônea, equivocada, alegórica e herética
II – A HERMENÊUTICA DAS NARRATIVAS DO
ANTIGO TESTAMENTO
 As histórias bíblicas compreendem boa parte das Escrituras.
40% só no AT. No NT temos algumas porções nos Evangelhos
e nos Atos dos Apóstolos
 Temos que ter algumas considerações quanto à sua
interpretação hermenêutica: pergunte ao texto COMO?
AONDE? QUANDO? PORQUÊ/PARA QUÊ?
 Analisemos Marcos 10.46-52
 Desenvolva uma estrutura coerente e adequada usando as
perguntas chaves da interpretação
 AONDE? Jericó
 QUANDO isso aconteceu? Ministério de Jesus
 COMO que isso aconteceu? Alguém clamou em meio à uma
grande multidão e Jesus ouviu. (tema enfatizado – Clamor)
 PORQUE isso aconteceu? Para mostrar que só Jesus tem o
poder
 PARA QUÊ isso aconteceu? Para mostrar ao homem que por
onde Jesus passar não se deve perder as Oportunidades para
mudar de vida
 ANALISEM LUCAS 7.11-17; 15.11-24
2.1 – AS NARRATIVAS BÍBLICAS SÃO FATOS REAIS
 Suas narrações são situações reais que envolveram pessoas,
tempo e lugar
 É a história de Deus e de seu povo. Não há lugar para
“estórias”
 Sua veracidade é autenticada por outros autores conceituados,
histórias de outros autores e achados arqueológicos
 Como divulgadoras das verdades, as ações dos personagens
bíblicos não são omitidas, mesmo as escandalosas e
reprováveis. O pecado está lá contido para ser exposto, pois
nada se esconde de Deus
2.2 – EXISTEM TRÊS DIMENSÕES NAS NARRATIVAS
BÍBLICAS
 Elas não são fatos isolados. Toda sequência histórica se
relaciona entre si
 A DIMENSÃO SUPERIOR
 Compreende os fatos de envolvimento universal: o Deus da
Humanidade/ a Criação do mundo/ a universalidade do
pecado/ juízos universais de Deus/ a promessa Messiânica
 A mensagem bíblica é de relevância universal. Profecias para
outras nações gentílicas revelando o interesse e o domínio de
Deus sobre todos os povos
 A desobediência da ordem no Éden teve implicações
universais, afetando a relação de Deus com o homem
 A dimensão superior das narrativas bíblicas é o caminho
traçado por YHWH para a chegada do salvador do mundo
 A DIMENSÃO INTERMEDIÁRIA
 Envolve a chamada de Abraão. A Aliança de Deus para com o
homem
 No Plano Superior, pela encarnação do Unigênito, Deus
planejou salvar a humanidade; e no Plano Intermediário,
escolheu Israel para o nascimento do Salvador
 A família hebréia revela-nos seus dramas, principais
personagens, e os ancestrais diretos na linhagem Messiânica.
 A DIMESÃO INFERIOR
 A narrativa individual é parte da intermediária da história
israelita, que faz parte do plano universal de Elohim: da
Criação à Redenção
 Revela-nos os detalhes da vida dos personagens das
narrativas bíblicas.
 Conhecer essa hierarquia das narrativas nos ajuda a evitar
riscos de fragmentarmos o texto, concluindo-o isoladamente
sem o sentido mais amplo
 Sem conhecimento dessas hierarquias dificilmente o leitor
entenderia os textos das narrativas de Josué acerca da tomada
da Terra Prometida. O que justificaria a invasão do hebreus às
terras dos cananeus e a forma de sua destruição?
 As narrativas de Sansão, que após ficar cego e sem forças,
orou ao Senhor para se vingar dos seus inimigos. Foi atendido,
suicidou-se, matou os filisteus em plena festa pagã
 Essas narrativas tornam-se compreensíveis ao considerarmos
as dimensões maiores que compreendem as narrativas
individuais
2.3 – AS NARRATIVAS BÍBLICAS NÃO SÃO HISTÓRIAS
CHEIAS DE SIGNIFICADOS OCULTOS
 Nem sempre as formas de Deus operar ao longo da história
serão plenamente compreensíveis a todos nós
 As narrativas não nos dão todas as respostas, mas apenas
uma parte do quadro geral das ações divinas na história
(significados obscuros não nos pertencem)
 Tentar achar significados ocultos nas entrelinhas poderá levar
alguém a acrescentar coisas que não estão na história. (Ex:
numerologia)
 “Deus simplesmente não nos contou na Bíblia como fez tudo
quanto fez” (Fee e Stuart, 1984, p.67). Vejamos Isaías 64.4; II
Co 12.2-4
2.4 – AS NARRATIVAS NEM SEMPRE ENSINAM DE
FORMA DIRETA
 Frequentemente ilustram aquilo que é ensinado em outros
trechos. Um ensino implícito que se encaixam no ensino
explícito das Escrituras. Isto é eficaz em produzir o
aprendizado espiritual
 Ex: Davi e Bate-Seba (II Samuel 11). Adulterar e assassinar
foram atos errados do rei Davi, mas estão explícitos em Êxodo
III – A HERMENÊUTICA DA LITERATURA POÉTICA
E DOS PROFETAS
 Observaremos a hermenêutica da literatura poética e das
profecias no Antigo Testamento
3.1 – A LITERATURA POÉTICA
 O poema era utilizado nas culturas orientais como meio de
preservar a história dos povos. Em Israel, a poesia era
apreciada como meio de aprendizagem
 A composição dos poemas se dava por meio de um ritmo,
chamado métrica, e de uma estrutura, chamada paralelismo.
Deus se utilizou desse estilo para falar ao seu povo, numa
época em que ler e escrever eram habilidades raras.
Memorizar e relembrar coisas compostas em poesia era fácil
para os judeus
 A POESIA HEBRAICA CONTÉM PARALELISMO
 Os poemas eram palavras inspiradas por Deus através do
coração do poeta.
 A natureza da poesia hebraica sempre envolve paralelismo, e
uma das formas de expressão é o paralelismo sinonímico (em
que a segunda linha repete ou reforça a ideia da primeira linha).
Expressam a intenção do poeta.
 Salmo 114.1: “Quando Israel saiu do Egito, / e a casa de Jacó de
um povo bárbaro”
 Paralelismo antitético (ideia da primeira linha é apresentada na
segunda, pela evocação da ideia contrária, oposta)
 Salmo 30.5: “Pois a tua ira dura só um momento/ Mas no seu
favor está a vida / o choro pode dura uma noite / mas a alegria
vem pela manhã
 A LITERATURA POÉTICA É COMPOSTA DE POEMAS
MUSICAIS
 Um poema musical tem a intenção de apelar às emoções mais
do que escritos narrativos, ou uma seção da Lei.
 Os Salmos são poemas musicais. Não se esqueça, os Salmos
não são um sistema de doutrinas. Mesmo abordando questões
de forma musical e poética não se pode interpretar
racionalmente tomando de forma literal os termos usados
 Salmo 18.6-8. Davi entoa esse cântico ao Senhor pela vitória
sobre seus inimigos e utiliza termos da poesia para relatar como
se deu a intervenção divina
 O VOCABULÁRIO DA LITERATURA POÉTICA É EM GRANDE
PARTE METAFÓRICO
 Devemos atentar para as metáforas e buscar sua verdadeira
intenção
 Salmo 114.4 “os montes saltam como carneiros” – mostram uma
forma de louvar ao Senhor pelos milagres que ocorreram no
 Deus: pastor/ fortaleza/ escudo / rocha/. Deve-se buscar sua
compreensão e o seu significado
 É necessário não forçar as metáforas, nem entendê-las
literalmente
 Uma incapacidade de apreciar a linguagem simbólica e de
traduzir as noções mais abstratas da literatura poética pode
levar a pessoa a aplicar erroneamente essas figuras de
linguagem
3.2 – INTERPRETANDO OS TEXTOS PROFÉTICOS
 Os livros proféticos compõem a maioria entre as categorias
existentes na Bíblia. São quatro Profetas Maiores e doze
Profetas Menores. Tratam-se dos textos mais difíceis de serem
interpretados ou lidos com entendimento. A causa disso diz
respeito à falta de clareza quanto à sua função e forma
 AS PROFECIAS NÃO ERAM SOMENTE PREDIÇÕES DE UM
FUTURO DISTANTE
 Na maioria dos dicionários, profecia significa “prenúncio ou
predição daquilo que está por vir”. Assim, muitos leem textos
proféticos atentando sempre para o fim dos tempos, como se a
predição de eventos muitos distantes dos seus próprios dias
fosse a principal preocupação dos Profetas
 Os profetas eram pessoas que acompanhavam diariamente a
realidade do povo. Suas mensagens eram de: exortações,
denúncias contra o sistema corrupto instaurado, consolo ao povo
sofrido, anunciavam o futuro (usualmente, o futuro imediato de
Israel, Judá e nações circunvizinhas)
 Os tempos que para eles ainda eram futuros, para nós são
passados
 Materiais de apoio nos ajudam a interpretação no contexto
 Dimensão maior, contexto em que o Profeta viveu;
 Dimensão específica, contexto de uma única profecia
 O CONTEXTO GERAL DAS PROFECIAS
 Os dezesseis livros proféticos do AT provêm de um período
relativamente pequeno em relação a todo panorama histórico de
Israel (760 – 460 a.C)
 Concentra-se um registro profético de três séculos entre Amós e
Malaquias. Foi um período dado ao povo para que observasse a
Aliança. Essa era uma tarefa do Profeta
 Contexto: transtornos políticos/ militares / econômicos e sociais
sem precedentes / infidelidade e desrespeito fora do comum
para o a aliança mosaica / mudança das populações e das
fronteiras nacionais
 760 a.C. Israel era uma nação dividida entre Reino do Norte e
 Reino do Sul: centro religioso = Jerusalém / capital: Jerusalém
 Reino do Norte: centro religioso = Betel / capital: Samaria. O
pecado crescia desenfreadamente. Destruído pelos assírios
como predisse Amós e Oséias
 O Sul foi advertido por Isaías, Jeremias, Joel, Miquéias, Naum,
Habacuque e Sofonias. Não se arrependeu, por isso foi
destruído pelos babilônios
 Profetas do pós-exílio: Ezequiel, Daniel, Ageu, Zacarias e
Malaquias
 VEJAMOS O MAPA DA PALESTINA
 O CONTEXTO ESPECÍFICO DAS PROFECIAS
 Deus usou os profetas num determinado lugar, tempo e
circunstancias específicas
 Um conhecimento da data, do público e da situação contribui
substancialmente para a capacidade do leitor compreender o
texto profético
 EX: Oséias 5.8-10. data é 734 a.C. e o público são os judeus do
Norte. A mensagem era dirigida a certas cidades no caminho da
capital de Judá, Jerusalém, para o centro do falso culto israelita,
Betel. A situação é de guerra. Judá se aliou à Assíria e contra-
atacou o Norte, por este com a Síria ter invadido Judá.
 Oséias anuncia o castigo tanto para cidades do Norte como para
do Sul (v.8). A destruição será certa (v.9). Deus castigará por
esse ato de guerra e idolatria
 Conhecer esses fatos da profecia de Oséias 5.8-10 ajudou a
compreender o texto. Nem sempre esta tarefa é fácil
 Nem todos os textos proféticos nos levarão ao tempo em que
eles foram proferidos
 Em Ageu e nos primeiros capítulos de Zacarias, cada profecia
tem sua data. É necessário o intérprete ter o auxílio de um
Manual Bíblico
 AS FORMAS LITERÁRIAS DA MENSAGEM PROFÉTICA
 A Bíblia é composta de vários estilos literários. Os Profetas
tinham um modo peculiar de transmitir suas mensagens. Eles se
utilizaram de termos usuais da sua época a fim de tornar claro o
oráculo de Deus ao povo
 Termos jurídicos: Deus = um juiz num processo jurídico contra o
réu, Israel (Isaías 3.13-26). Veja o cenário de um processo
jurídico
 O tribunal é convocado e o processo é instaurado (vv. 13-14). A
acusação: (vv. 15-16). Pelas provas, o réu é culpado, sai o
veredicto da condenação.
 Essa alegoria é um modo dramático de comunicar a Israel o seu
pecado e o castigo como consequência
 “Ai”: palavra que os israelitas exclamavam quando enfrentavam
a desgraça ou a morte, ou quando lamentavam num enterro.
Nenhum israelita deixaria de perceber a relevância do emprego
daquela palavra (Habacuque)
 Promessas: onde houver profecias acerca do futuro, se verá
mudanças radicais, e haverá a menção de bênçãos. O futuro:
era comum o termo “naquele dia”. Mudanças radicais:
enfatizavam a restauração do trono de Davi. Bênçãos: o retorno
do Exílio, incluindo a vida, saúde, prosperidade, abundância
agrícola, respeito e segurança (Joel)
IV – INTERPRETANDO OS EVANGELHOS
 Todo intérprete deve atentar para alguns detalhes: primeiro, os
escritores escreveram acerca do ministério de Jesus vivendo
em um contexto judaico, no entanto, fortemente influenciado
pelos gregos e romanos. Segundo, mesmo escrevendo sobre
basicamente o mesmo assunto, percebe-se algumas
diferenças de detalhes que não passam despercebidos ao
leitor
 Propósito: narrar os fatos acerca de Jesus com o objetivo de
mostrar ser ele o Messias prometido de Deus, o Cristo
(Ungido)
 Tinham um público em mente que deveria ser alcançado com
seus escritos.
 O intérprete tem a árdua tarefa de captar o máximo possível
da intenção dos autores, bem como o entendimento dos
leitores das primeiras cópias dos seus escritos
4.1 – AS CARATERÍSTICAS DOS EVANGELHOS
 Os escritores tiveram características particulares que podem
claramente ser percebidas nos termos utilizados e no
destinatário dos seus escritos
 Mateus: vida e ministério de Jesus mostram ser ele o Messias,
o Cristo, herdeiro do trono de Davi. (Mt 1.1). Ele usa o termo
“reino de Deus”, “reino dos céus” para enfatizar a realeza do
Messias. Para atingir seus leitores ele cita frequentemente
instituições judaicas
 Marcos: o primeiro a ser escrito. Cristo é o “Servo” a fim de
encorajar os irmãos romanos em meio as perseguições. (Mc
8.34). Uso de termos que indicam ação, uso próprio do
militarismo romano
 Lucas: autor não-judeu. Grego erudito. Cristo é o “Homem
Perfeito”. Alvo eram os gregos. Lucas dá detalhes minuciosos
dos últimos dias de Cristo, de sua morte e ressurreição que os
demais não deram, por ser médico e especialista em observar
traços
 João: Cristo é o “Filho de Deus”. É o mais teológico de todos
os Evangelhos. A intenção primordial de João é enfatizar a
Divindade de Cristo. As primeiras palavras destacam o papel
do Unigênito de Deus na criação do mundo e na execução do
plano redentor.
 o uso do termo “Eu Sou” nas afirmações de Cristo; relato de
vários milagres, são provas suficientes de que Jesus era, de
fato, o Deus Encarnado.
 Propósito joanino: João 20.30-31
4.2 – FIGURAS DE LINGUAGEM NOS EVANGELHOS
 Nos Evangelhos, por diversas vezes os escritores
transcreveram as palavras de Cristo. Frequentemente, Jesus
ensinava por parábolas, mas ele utilizou diversas formas de
ensino.
 Ex: Mateus 5.29-30
 O propósito de Jesus era de ensinar seus seguidores a tirar
das suas vidas aquilo que os induzia ao pecado
 Estejamos atentos para as figuras de linguagens e não vamos
interpretá-las literalmente. Esteja munido de um dicionário
bíblico, etc.
4.3 – ESTUDANDO PARALELAMENTE OS
EVANGELHOS
 Nenhum evangelista pretendeu que seu Evangelho fosse lido
paralelamente com os demais
 É de suma importância vermos os textos dos Evangelhos de
forma horizontal. Pois a existência de quatro livros que narram
o mesmo assunto, significa que não devem ser lidos totalmente
isolados
 Os textos paralelos nos fornecem uma percepção dos
aspectos que distinguem cada Evangelho, características
similares e fontes de consulta dos autores
 Apresentam auto grau de semelhança verbal Mateus, Marcos e
Lucas
 Jesus falava em aramaico, e a escrita foi em grego, sendo livre
a ordem das palavras nas compilações
 Concordância: Mateus com marcos 59% / Mateus com Lucas
44% / Lucas com Marcos 40%
 Marcos escreveu primeiro seu Evangelho. Tornou-se fonte de
pesquisa para Lucas e Mateus. Usaram outras fontes acerca
da vida de Jesus
 As histórias em comum raramente são apresentadas na
mesma ordem nos dois Evangelhos. Talvez nenhum deles teve
acesso aos escritos do outro.
 Observemos alguns detalhes semelhantes na tabela do
próximo tópico:
Mateus 24.15-16 Marcos 13.14 Lucas 21.20-21
Quando, pois, virdes Quando, pois, virdes Quando, porém, virdes
Jerusalém sitiada de
exércitos, sabei que está
próximo a sua
O abominável da
desolação de que falou o
profeta Daniel
O abominável da
desolação
Devastação
No lugar santo Situado onde não se
deve estar
(quem lê, entenda), (quem lê, entenda),
Então, os que estiverem
na Judéia fujam para os
montes
Então, os que estiverem
na Judéia fujam para os
montes
Então, os que estiverem
na Judéia fujam para os
montes;
• Tais palavras acima foram pronunciadas no Sermão Profético,
exatamente na mesma sequência em todos os três Evangelhos.
Marcos queria uma reflexão de seus leitores a cerca do que Jesus
queria dizer “o abominável da desolação situado onde não deve
estar”. Mateus, pelo Espirito Santo, tornou as palavras mais
explícitas: “o abominável da desolação de que falou o profeta
Daniel”, e “onde não de seve estar” era “no lugar santo”. Lucas,
tendo leitores gentios, relatou da seguinte maneira: “Quando, porém,
virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua
devastação”.
4.4 – AS NARRATIVAS NOS EVANGELHOS
 Alguns eruditos destacam o aspecto histórico dos Evangelhos.
Na verdade, as narrativas tendem a funcionar de várias
maneiras no entendimento dos evangelistas.
 As histórias dos milagres: o alvo não são as lições de moral, ou
para servir de precedentes; funcionam como ilustrações vitais do
poder de Cristo instaurado no Reino.
 Mesmo ilustrando a fé, o medo ou fracasso de modo indireto,
essa não é a sua função primária.
 A história de Mc 10.35-45, está inserida num contexto de ensino
em que a própria história serve como ilustração daquilo que está
sendo ensinado. Isto não significa que todo seguidor deve
vender todas as suas posses. A lição é outra, é difícil se
desprender dos bens materiais quando estes são muitos na
posse de um ser humano
 Veja o contexto dos “perdidos e achados” de Lucas 15
V – A HERMENÊUTICA DAS EPÍSTOLAS
 A carta era um meio de comunicação usual nos primeiros
séculos.
 Geralmente composta de seis partes: o nome do escritor, o
destinatário, a saudação, oração – um desejo ou ações de
graças, o corpo e a saudação final.
 A Igreja Cristã utilizou esse recurso para circular orientações da
parte dos apóstolos.
 Nota: tipo de literatura muito comum no império romano. A
carta é mais curta em seu conteúdo e tem um caráter
pessoal. A epístola consiste de variedade de temas,
abordados de maneira sistemática, na forma de uma
circular dirigida a várias comunidades. A Epístola aos
Gálatas, por exemplo, é dirigida às igrejas da Galácia.
Entretanto, a prática de algumas igrejas de usarem
coletivamente cartas menores dirigidas a indivíduos (a
carta de Paulo a Filemom, lida e conservada pela igreja de
5.1 – AS EPÍSTOLAS COMO RESPOSTAS AOS
DESAFIOS DA IGREJA PRIMITIVA
 A mensagem epistolar foi dirigida par atender a um problema
específico que a igreja primitiva enfrentava
 Foram uma resposta doutrinária e apologética aos desafios de
fé dos primeiros cristãos
 Foram escritas tanto no contexto do autor quanto dos
receptores originais. Documentos ocasionais
 As Epístolas respondem o que perguntas ocultas indagavam ou
necessitavam ser corrigidas
5.2 – O CONTEXTO HISTÓRICO DAS EPÍSTOLAS
 Cabe ao intérprete buscar informações adicionais quanto a
igreja destinatária da carta, a cidade, os desafios e o momento
histórico.
 Necessidade de dicionário bíblico, manual bíblico e comentários
 Todas foram escritas no Primeiro Século. Domínio do Império
Romano
 Haviam muitas cidades altamente idólatras (Éfeso e Corinto)
fluxo intenso de pessoas. As religiões pagãs usava da
exploração comercial
 Quanto mais a igreja crescia, mais desafiador tornava-se o
ensino da verdade
5.3 – MÉTODOS DE ESTUDOS DAS EPÍSTOLAS
 Ler a carta inteira, buscando uma visão panorâmica
 Fazer anotações com referências dos pontos principais da
carta
 Exemplo da Exegese:
O que pode ser percebido acerca do destinatário, de
quem se trata, seus problemas, suas atitudes, etc.
As atitudes do escritor
Quaisquer informações mencionadas quanto à ocasião
específica da carta
As divisões lógicas da carta
 I Coríntios:
Os crentes de Corinto são principalmente gentios,
embora haja também judeus (6.9-11); gostam muito do
conhecimento (1.18-2.5); são sectaristas, orgulhosos e
arrogantes (4.18) até ao ponto de julgar Paulo (4.1-5).
Eles têm grandes problemas internos,
A atitude de Paulo diante da igreja de Corinto foi de
repreensão (4.8-21), apelo (16.10-11) e exortação
5.4 – A QUESTÃO DA RELATIVIDADE CULTURAL NAS
EPÍSTOLAS
 Os termos utilizados (culturais ou de orientações específicas)
podem ter um caráter exclusivo ao contexto vivido pelo escritor
e seu destinatário original
 Use o bom senso ao distinguir as situações
 Epístolas: documentos ocasionais do Séc. I, condicionados pela
linguagem e cultura desse período, que falavam para as
situações vivenciadas naquela época
 Há situações específicas e restritas e com inválidas aplicações
pessoais para os nossos dias
 A doutrina teológica é universal: “todos pecamos” e “pela graça
somos salvos”. Isto é, ainda é válido para nossos dias e o futuro
 Como as respostas aos problemas do séc. I falam aos cristãos
do séc. XXI? Busque o significado original do texto para os
primeiros ouvintes. Analise o princípio espiritual que é o cerne
do que se escreveu.
 Cuidados: quanto à relativização cultural dos ensinos sagrados.
 Ex1: o âmago central da Bíblia: o pecado levou à queda toda a
humanidade, pela graça de Deus, o Unigênito encarnou-se e
consumou a obra redentora por intermédio da sua expiação e
ressurreição.
 Ex2: o que é inerentemente moral e tem testemunho de toda a
Escritura. Pecados: idolatria, embriaguez, homossexualismo,
furto, avareza, etc. são sempre errados em quaisquer cultura.
 O que não é inerentemente moral: o ósculo santo, mulheres
usando véu quando oram ou profetizam, celibato, ensino por
mulheres dentro da igreja. Todavia, torna-se assim, quando o
seu uso ou abuso em determinados contextos envolve
desobediência e falta de amor
UNIDADE III
SEGUINDO REGRAS NA INTERPRETAÇÃO
BÍBLICA
I – A RESPONSABILIDADE DO INTÉRPRETE DAS
ESCRITURAS
 O intérprete deve ser cônscio de que ele está lidando com o Livro
que determina o destino dos seres humanos
 Disciplina espiritual: devemos colocar em prática o que lemos e
aprendemos
 Espírito humilde, trato com a Palavra em reverência e respeito,
reconhecendo Seu Autor. Buscar o máximo esforço no estudo
diligente de interpretar corretamente a “revelação de Deus”
1.1 – O AUXÍLIO DO ESPÍRITO SANTO AO INTÉRPRETE
DAS ESCRITURAS
 “a mente carnal tende à inimizade contra Deus” (Rm 8.7)
 A ação do Espírito Santo sobre a mente do intérprete das
Escrituras é o fator mais importante a ser considerado
 O homem necessita da iluminação espiritual para compreender
a intenção de Deus expressa na sua Palavra (I Co 2.14)
 Compreender não significa entender com o intelecto, e sim por
experiência
 A experiência é fruto da regeneração pelo Espírito Santo
 Apatia e arrogância são obstáculos para o entendimento
espiritual
 2 Pedro 1.21. O Espírito Santo é o autor das verdades eternas
 João 16.13. O Espírito Santo é quem nos guia em toda a
Verdade
 O Espírito Santo conduz o cristão através do estudo
sistemático da Bíblia à verdade de Deus, não por vislumbre
intuitivo e repentino sobre o sentido do texto (outra revelação
1.2 – CUIDADOS NECESSÁRIOS QUANTO À
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
 O homem é inclinado ao erro, torna-se resistente àquilo que é
correto. Torna-se incapaz de julgar o que é certo e errado
 Interpretação correta das Escrituras: ferramenta para a
pregação e para a apologia
 Cuidado de não aceitar tudo o que se lê e se ouve
ingenuamente sem avaliar o conteúdo e a fonte. Devemos ouvir,
analisar e avaliar
 Há pessoas de mentes cauterizadas já pelos falsos ensinos
 A verdade ensinada pode desconstruir paradigmas
estabelecidos erroneamente ao longo do tempo. A Bíblia é o
critério de nosso julgamento entre certo e errado
 Quem estuda a Palavra deve estar ciente do confrontamento de
seus posicionamentos ideológicos a fim de aprender a real
verdade do texto
1.3 – O INTÉRPRETE E A LEITURA DIÁRIA DAS
ESCRITURAS
 A leitura bíblica casual e superficial pelo
intérprete não o fará absorver as instruções
e profundas lições contidas na Palavra
 Perseverança e paciência se requer para
extrair as riquezas espirituais contidas nas
Escrituras Sagradas (At 17.11)
 Leia toda a Bíblia a fim de obter dela um
maior entendimento
 O NT é mais fácil interpretá-lo do que outros livros do AT, assim
como os Evangelhos em relação as Cartas Paulinas (que
trazem ensinos doutrinários mais complexos)
 Não se pode ensinar o que não se estuda e não se sabe
compreender corretamente
 O devocional torna-se imprescindível. Isto é, leitura diária
permanente por parte de quem ensina.
1.4 – O INTÉRPRETE E A EXPOSIÇÃO DAS SAGRADAS
ESCRITURAS
 Deve ser prudente no sentido de restringir sua interpretação e
aplicação ao que o texto realmente fala. Sem esse cuidado,
pode-se provocar sérias distorções doutrinárias, e por
conseguinte, pessoas aprendendo erros como verdades
incontestáveis
 A Bíblia é simples e de fácil compreensão, necessitando apenas
de explicações mais detalhadas em textos vagos ou polêmicos
 Cabe ao intérprete alicerçar seus ouvintes sobre os sólidos
princípios das Escrituras (Neemias 8, exemplo de Esdras)
 Estudos e pregações: esteja atento na escolha dos tópicos e
trechos bíblicos. Partir de pontos de fácil entendimento
 Textos proféticos são polêmicos e oferecem várias dificuldades
para uma clara interpretação
 Os ensinos bíblicos devocionais são compreensíveis (Jo 3.36). O
texto deixa claro a revelação de Deus por intermédio de Jesus
Cristo
II – FATORES DETERMINANTES SOBRE A
INTERPRETAÇÃO BÍBLICA
 O exercício de interpretar a Bíblia corretamente deve ser
submetido a regras necessárias que facilitam o caminho do
leitor.
2.1 – CUIDADO QUANTO AO USO DAS APLICAÇÕES
 A interpretação começa com a compreensão do sentido real do
texto, o que ele de fato quer dizer
 Em seguida, tendo o texto em mãos, perguntar como essa
passagem bíblica foi aplicada aos primeiros leitores? (aplicação
primária)
 Como esse texto se aplica à minha vida? (aplicação
secundária)
 Existe um sentido profético e escatológico nesse texto?
(aplicação profética)
 APLICAÇÃO PRIMÁRIA
 É o significado histórico dos textos sagrados e se restringe ao
momento da história em que o escritor escreveu o texto
 Ex: A Tanach foi escrita para o povo judeu. Contém todo o
código de instruções para a vida civil, moral, social e religiosa da
nação judia
 A expressão “fala aos filhos de Israel” é encontrada em mais de
20 vezes somente em Levítico (instruções divinas para Moisés
falar ao povo no seu modus vivendi)
 O VT se refere a nação israelita: atividades, desafios históricos,
limitações geográficas e religiosidade
 O NT: a pessoa de Jesus é o centro, instruindo as multidões,
anunciando a chegada do Reino de Deus aos judeus e a todos
que aceitassem sua mensagem
 Os Apóstolos deram continuidade a esses ensinamentos
 As Cartas às igrejas da Ásia e Apocalipse revelam as possíveis
características de cada cidade mencionada em sua realidade
histórica
 APLICAÇÃO SECUNDÁRIA
 O conteúdo das Escrituras Sagradas abrange todas as épocas
(Salmos 119.89; Is. 40.8)
 Esta aplicação alude a todos os períodos da história desde
quando as Escrituras foram escritas
 Pecados de rebelião dos hebreus, idolatria, atos imorais
humanos abomináveis para Deus como depravação, homicídios,
guerras, promiscuidade são fortemente combatidos no AT e no
NT
 Em nosso tempos tais práticas continuam sendo pecado e
abomináveis
 Os princípios sagrados devem ser aplicados à nossa realidade
 Gênesis já revelava explicitamente o caráter santo de Deus
 Em Êxodo o povo é chamado para viver em santidade. Isso não
se limita a um período da história
 Legalismo como obras necessárias à salvação foram
combatidas por Paulo em Gálatas. Ainda hoje há pessoas e
igrejas que creem assim
 APLICAÇÃO PROFÉTICA
 Aplicação primária = sentido histórico do texto
 Aplicação secundária = significado do texto para a vida atual
 Aplicação profética = se refere à realidade futura
 Poderá haver as três aplicações em um só texto bíblico, em
certas situações
 Há passagens do AT que indicam o seu cumprimento no NT.
Porém vão além dos escritos neotestamentários
 Ex: a promessa de Joel do derramar do Espírito Santo se
cumpriu em At 2.1-18. Profecia dada 8 séculos antes do
Pentecostes. Ainda hoje cumpre-se essa promessa ao longo
da história
 Mateus 24 abrange a três aplicações. O sermão profético
apontava para a destruição de Jerusalém no ano 70, o
Arrebatamento da Igreja e ainda relata o fim e a Parousia após
a Grande Tribulação
2.2 – A REGRA FUNDAMENTAL DA
HERMENÊUTICA E SUA APLICAÇÃO
 A principal regra é simples e prática, no entanto, fundamental
para a correta interpretação da Palavra de Deus: A Bíblia é sua
própria intérprete
 OS PERIGOS DA FALTA DE USO DA REGRA
FUNDAMENTAL
 A falta de conhecimento ou integridade por parte dos “falsos
mestres” ao ensinarem a Palavra fora do sentido geral da
própria Palavra, induzem muitos ouvintes ao erro.
 Não se pode dar explicações pessoais aos textos sagrados,
haja vista que, tem que se observar que a própria Palavra
fornece guias para a sua reta interpretação. Quando isso não
acontece criam-se falsas seitas e diversas religiões com falsos
ensinos: Mormonismo, Só Jesus Testemunhas de Jeová,
Ciência Cristã, Espiritismo, Universalismo, etc
 OS BENEFÍCIOS DO USO DA REGRA FUNDAMENTAL
 Quem compreende que a Bíblia se explica por si mesma terá
mais possibilidade de descobrir qual o verdadeiro significado
dos textos sagrados
 Nenhuma doutrina bíblica é construída sobre um só versículo
apenas. Deve-se considerar outros textos que falem do mesmo
tema antes de tomar uma posição doutrinária
 O desejo de Deus é que nós conheçamos e entendamos sua
Palavra, seus desígnios e planos. O desejo do Espírito Santo é
nos guiar na verdade e nos conduzir ao verdadeiro
entendimento da Palavra de Deus
 É um dever apresentar os ensinos da Bíblia na sua integridade
e verdade, não torcendo ou ajustando ao pensamento pessoal
III – A PRIMEIRA E A SEGUNDA REGRA FORMAL
DA HERMENÊUTICA E SUA APLICAÇÃO
 A hermenêutica propões cinco regras simples e práticas para a
correta interpretação da Bíblia Sagrada.
3.1 – A PRIMEIRA REGRA FORMAL E SUA
APLICAÇÃO
 “Enquanto for possível, devemos tomar as palavras e trechos
bíblicos no seu sentido comum e popular”.
 Leva em consideração que a maioria dos escritores da Bíblia
escreveu para pessoas simples que tinham atividades comuns
diariamente
 Sentido comum e popular ≠ sentido literal
 Expressões idiomáticas que interpretadas literalmente perdem
o seu sentido original
 EMPREGANDO A PRIMEIRA REGRA EM ALGUMAS
REFERÊNCIAS BÍBLICAS
 Gn. 6.12: “Porque toda carne havia corrompido o seu
caminho...”. Qual o significado desse texto? Aqui, tomado do
sentido comum e repetido várias vezes na Bíblia, entendemos
“carne” como “pessoas”, “seres humanos” / “caminho” como
“comportamento”, “maneira de viver”, veja agora em Isaías
53.6; Rm 3.12
 Ez 3.1: Deus ordena ao profeta “comer o rolo de um livro”, e o
profeta afirma que “comeu”. No v.10 é explicado o termo
quando o profeta deveria “receber em seu coração todas as
palavras do Senhor”
 Nota-se que as palavras são consideradas ao mesmo tempo
um modo de falar popularmente e também um hebraísmo, ou
seja, uma expressão idiomática comum aos israelitas
 CUIDADO QUANTO AO USO DA PRIMEIRA REGRA
 Uma observação necessária é o termo formal “sempre que
possível”. Nem sempre as palavras poderão ser tomadas no
seu sentido comum e popular
 A palavra “comer” em Ezequiel 3, é uma expressão idiomática,
mas em Lc 24.43, a palavra “comer” sem dúvida, nesse texto é
literal. Em Nm 16.32, a expressão “a terra abriu a sua boca e
devorou...” trata-se de um texto figurado, com significado
simbólico
 I Co 15.31: Paulo declara “dia após dia eu morro”. Tal
expressão não pode ser literal. É uma expressão em
linguagem figurada: “eu não vivo mais para o mundo e seus
prazeres. Somente vivo pela fé em Cristo”. Compare Rm 7.8-
13; Gl 2.19,20
 Embora a primeira regra elucide alguns textos, ela não pode
ser utilizada aleatoriamente
3.2 – A SEGUNDA REGRA FORMAL E SUA
APLICAÇÃO
 “Sempre se deve tomar as palavras bíblicas no sentido
indicado pelo conjunto da frase”
 Há palavras nas Escrituras cuja definição variam de acordo
com o conjunto da frase (texto no contexto / sentido e
significado)
 EMPREGANDO A SEGUNDA REGRA EM ALGUMAS
REFERÊNCIAS BÍBLICAS
 Entendemos a palavra “salvação” imediatamente à Obra
Redentora no Calvário, que nos trouxe perdão dos pecados.
Todavia, essa mesma palavra no grego tem vários significados:
libertação, livramento, preservação, tirado do perigo, escape
de castigo, liberdade temporal, a revelação do Evangelho, etc.
 Vejamos o termo em outras passagens bíblicas: At 7.25 (ARA):
salvação = liberdade temporal / Rm 13.11: salvação = vinda de
 As Escrituras articulam três aspectos da salvação: a pessoa é
perdoada dos seus pecados e regenerada pelo Espírito Santo
no ato da conversão (Tt3.5-6; I Jo 1.9); o pecador é salvo do
castigo eterno
 Segundo aspecto: acontece após a conversão e a
transformação de vida. O salvo torna-se livre do poder do
pecado, através do domínio do Espírito Santo sobre ele (Rm
6.14). Mesmo se vier a pecar, sua atitude é buscar o perdão
imediato e o restabelecimento da comunhão com Cristo
 Terceiro aspecto: escatológico. Aponta para o futuro da igreja,
quando definitivamente seremos salvos da presença do
pecado. Algo que se dará no momento do Arrebatamento (Rm
13.11; I Co 15.51-54)
 CUIDADO QUANTO AO USO DA SEGUNDA REGRA
FORMAL
 O intérprete atento deve observar criteriosamente palavras-
chaves no texto. Essas palavras dão sentido ao pensamento
 Uma vez encontrados os termos enfáticos no texto, devemos
atentar para o conjunto da frase e perceber o verdadeiro
sentido das palavras-chaves
 “graça”, palavra frequentemente enfatizada no NT. Tem vários
sentidos.
 Ef 2.8: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto
não vem de vós, é dom de Deus”. O termo grifado, pelo
conjunto da frase, significa “pelo favor imerecido de Deus
somos salvos”. (I Jo 1.16)
 Ester 2.9: “graça” significa “privilégios”; Colossenses 3.15:
“graça” significa “agradecimento”. (Mt 11.25); Atos 4.33: “graça”
significa “fraternidade de amor”; Atos 13.43: “graça” significa
“os ensinos do Evangelho”; Romanos 5.20: “graça” significa
“perdão”
 “debaixo da lei” e “debaixo da graça”: estar “debaixo da lei” era
estar sob domínio da lei veterotestamentária, código de leis
que deveriam ser observados, e estar “debaixo da graça” é
estar sob o domínio de Cristo e se apropriar do seu sacrifício
como meio suficiente para a salvação. (ambos se referem a
IV – A TERCEIRA E A QUARTA REGRA FORMAL DA
HERMENÊUTICA E SUA APLICAÇÃO
4.1 – A TERCEIRA REGRA FORMAL E SUA
APLICAÇÃO
 “Sempre se deve consultar o contexto, isto é, os versículos ou
capítulos que procedem e seguem o trecho em questão”
 É necessário consultar os versículos ou até mesmo os capítulos
que antecedem e precedem o texto-chave
 Regra do bom senso
 EMPREGANDO A TERCEIRA REGRA EM ALGUMAS
PASSAGENS BÍBLICAS
 Mt 13.3-8: Parábola do Semeador. A linguagem é clara e parece
permitir várias interpretações. Os vv. 18 a 23 explicam a mesma
 “Em verdade vos digo que alguns dos que aqui se encontram,
de maneira nenhuma provarão a morte até que vejam o Filho
do Homem no seu reino”. (Mt 16.28; Mc 9.1; Lc 9.27) O que
Jesus queria dizer com tais palavras? Sabemos que todos os
discípulos morreram
 A explicação está nos versículos seguintes (Mt 17.1,2; Mc 9.2;
Lc 9.28). Três apóstolos viram o Jesus Glorificado conversando
com Moisés e Elias na transfiguração diante deles. O contexto
esclarece e explica a declaração de Cristo
 A que “mistério de Cristo” Paulo estava se referindo em Efésios
3.4? No versículo anterior ele declara: “foi me dado a conhecer
o mistério”. O contexto esclarece, mais adiante nos versículos 5
e 6 (Rm 16.25,26)
 Há muitas passagens alegóricas que contêm sua própria
explicação no contexto. João 6.31-35: ensino sobre o pão,
acerca do maná, alimento dos filhos de Israel no deserto.
Porque abordara esse assunto? Porque a multidão havia
participado do milagre da multiplicação dos pães e peixes.
Jesus aproveitou para ensinar sobre o verdadeiro pão que
 CUIDADO QUANTO AO USO DA TERCEIRA REGRA
FORMAL
 Existem alguns cuidados (detalhes) necessários a se observar
nessa regra
 Primeiro: algumas passagens bíblicas contêm parênteses que
dão uma explicação ao assunto. Às vezes, colocados em textos
longos e que nem sempre são perceptíveis em toda a Bíblia.
Efésios 3, o parêntese vai do v.2 até o último vv, somente
retorna ao assunto no início do cap. 4. outros ex: Ef 2.14-18;
Rm 2.13-16
 Segundo: refere-se a um cap. ou vv que começa com uma
conjunção, como mas, porque, porém, pois, assim, sendo que,
portanto, entretanto, por esta razão, a fim de, de sorte que,
visto que, etc. ou indica que a próxima declaração depende de
alguma forma do assunto anterior. Deve-se consultar a
passagem bíblica que a precede e a antecede para a devida
interpretação
 Terceiro: certos cap. Da Bíblia estão unidos sem
4.2 – A QUARTA REGRA FORMAL E SUA
APLICAÇÃO
 “Sempre levar em consideração o desígnio ou objetivo de livros
ou passagens bíblicas que apresentam expressões ou
ensinamentos obscuros de difícil entendimento”
 Quando uma declaração, ou ensino na Bíblia Sagrada,
apresenta certa dificuldade na compreensão, podemos
encontrar sua interpretação considerando o objetivo geral e a
finalidade daquele livro ou texto: o autor, época e contexto
histórico, destinatário (quem escreveu? Em que época
escreveu? Sob quais circunstâncias? Para quem escreveu?)
 EMPREGANDO A QUARTA REGRA EM ALGUMAS
PASSAGENS BÍBLICAS
 Uma das dificuldades dessa regra é descobrir o desígnio e
propósito de um livro da Bíblia
 Algumas passagens indicam o propósito do livro: II Tm 3.16,17;
Jo 20.31; I Co 10.1-11 e I Jo 2.12-14
 O intérprete deve atentar para o estudo minucioso de um livro
sagrado visando discernir o propósito deste e para compreender
e explicar passagens obscuras na sua interpretação
 A questão de João 8. A mulher pega em adultério. Os
acusadores queriam a aplicação da Tanach, todavia, o vers. 6
revela o verdadeiro motivo obscuro dos fariseus. Jesus utilizou o
episódio para revelar a hipocrisia religiosa e a pecaminosidade
dos acusadores
 A questão de Lucas 10.25-37. A parábola do Samaritano. O
objetivo da parábola era revelar a resposta da indagação: “quem
é o meu próximo?”
 UTILIZANDO A QUARTA REGRA PARA ENTENDER OS
ESCRITOS DE PAULO E TIAGO
 Parece haver certa contradição entre Romanos, Gálatas e Tiago
(dirigida aos judeus cristãos da diáspora). Importante: Tiago redigiu
a carta primeiro que Paulo e sob circunstâncias totalmente diferente
 Epístola aos Romanos: Paulo nunca visitou Roma. As informações
dessa igreja eram oriundas de notícias. Era uma igreja de gentios e
judeus, daí haver certa polêmica doutrinária (observância da Lei do
Sinai) entre os cristãos. Paulo expôs o assunto tanto pela ótica
judaica como pela ótica gentílica. A salvação não é pela guarda da
Lei, mas pela Obra expiatória de Cristo
 Igreja da Galácia: Paulo ensinou-os enfatizando a liberdade cristã.
Os judaizantes foram o problema. Ao saber sobre os desvios
doutrinários, Paulo redigiu sua epístola para adverti-los dos perigos
dos falsos ensinos
 Romanos e Gálatas: é a fé que justifica o cristão e não as obras.
 Tiago: cristãos foram além da sua liberdade em Cristo, esqueceram
de produzir boas obras, não pela Lei Mosaica, mas pelo fato de
serem seguidor de Cristo e de seus ensinos. Nossas boas obras
V – A QUINTA REGRA FORMAL E SUA APLICAÇÃO
 “Sempre se deve consultar passagens paralelas”
 Uma doutrina bíblica, para ser estabelecida, deve ser apoiada
pela repetição segura em outros textos das Sagradas Escrituras
 Seu valor e necessidade: disciplina o hermeneuta a comparar
textos e o ajuda a esclarecer passagens obscuras
 Esta regra se divide em três partes: paralelas de palavras,
paralelas de ideias e paralelas de ensinos gerais
5.1 – PARALELAS DE PALAVRAS
 Certas palavras e frases apresentarão nas Escrituras Sagradas
certa dificuldade de compreensão. Suas interpretações estarão
na própria Bíblia, através de outros textos que contêm
declaração ou palavras semelhantes
 EMPREGANDO PARALELAS DE PALAVRAS EM ALGUNS
TEXTOS
 Mateus 7.7: “Pedi, e dar-se-vos-á...” uns entendem que num
estalar de dedos tudo que alguém pedir alcançará. Seria um
cheque em branco da parte de Deus para qualquer pessoa. Mas
em Marcos 11.24, Jesus ensina que se tem que “pedir com fé” e
necessita haver duas condições básicas: “a pessoa estar em
Jesus e a Sua Palavra estar na pessoa”
 A conjunção “se” revela uma condição exigida por Deus para
que alguém possa reivindicar alguma promessa. Tg 4.3 diz que
poderemos pedir e não receber. Que motivos nos impulsionam a
pedir? Egoísmo?
 I João 5.14: a vontade de Deus é que prevalecerá
 Gálatas 3.37: “porque todos quantos fostes batizados em Cristo
já vos revestistes de Cristo”. Rm 13.12; devemos nos revestir
das armas da luz; Col 3.8-10,12-14, devemos nos despojar do
velho homem e suas concupiscências para revestir-nos do novo
homem em Cristo Jesus. I Pe 3.3, ser revestido de Cristo é o
 CUIDADOS QUANTO AO USO DE PARALELAS DE
PALAVRAS
 Esta regra auxilia o intérprete a compreender diversos textos
que necessitam de esclarecimentos. A concordância bíblica é
indispensável
 Analise os termos e perceba se têm o mesmo sentido em
passagens diferentes. Por motivo de tradução, alguns
vocábulos, não têm mesmo significado quando utilizados em
outros textos. Será preciso dispor da terceira regra
 “Arrepender”: NT. 34 vezes como verbo = arrepender / 23 vezes
como substantivo = arrependimento. Em sua maioria quer dizer
uma mudança de mente e comportamento do pecador para
com Deus. No AT aparece 35 vezes, significando uma mudança
no trato de Deus para com os homens; segundo Seu justo
julgamento (I Sm 15.11,35; Jn 3.9,10). O termo, às vezes,
revelará o Deus que não se desviará do Seu propósito (I Sm
15.29; Sl 110.4; Jr 4.28). Apenas em cinco ocasiões no AT
refere-se ao arrependimento humano
5.2 – PARALELAS DE IDEIAS
 Havendo dificuldade a compreensão de um texto bíblico deve-se
consultar outros textos que abordem o mesmo assunto
 Algumas terminologias serão metafóricas: “a corrida cristã”, “o
jugo de Cristo”, “armadura espiritual”, etc
 EMPREGANDO PARALELAS DE IDEIAS EM ALGUNS
TEXTOS BÍBLICOS
 Hebreus 13.8: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e
eternamente”. Isto se refere à imutabilidade de Cristo. Sob que
circunstâncias ele não muda? Aqui não se trata de
circunstâncias humanas, mas que Jesus continua o mesmo em
essência e nesse aspecto jamais houve mudança. Cristo é
Deus, a Segunda Pessoa da Triunidade com todos os atributos
divinos
 Mateus 16.18: alguns entendem que é sobre Pedro que Cristo
está edificando a sua Igreja. Todavia, outras passagens
paralelas que tratam do mesmo assunto mostram claramente
que é sobre o próprio Cristo que a sua Igreja está edificada. Em
I Co 3.11: só há um fundamento, que é Cristo. I Pe 2.7: Cristo é
a pedra de esquina
 CUIDADOS QUANTO AO USO DE PASSAGENS
PARALELAS DE IDEIAS
 Para certificar-se de que as passagens paralelas das mesmas
ideias tratam de um assunto comum, deve-se utilizar a terceira
regra e consultar o contexto.
 O sábado foi uma obrigatoriedade da lei mosaica. No NT Jesus
provou que os líderes judaicos tinham distorcido o sentido do
sábado, por isso tentavam matá-lo (Jo 5.17,18). Paulo
esclarece que pela Nova Aliança o sábado não é mais uma
questão obrigatória (Col 2.16)
5.3 - PARALELAS DE ENSINOS GERAIS
 Em determinadas passagens bíblicas, uma interpretação clara
das Escrituras exigirá consultar o ensino geral de toda a Bíblia
sobre o assunto
 Todas as doutrinas fundamentais das Escrituras são claramente
ensinadas nas Escrituras: a existência de Deus, a Divindade de
Cristo, a Trindade, a Salvação, o Pecado, a existência de Anjos,
Demônios, céu, etc
 Surgem as heresias a partir da incompreensão desses ensinos,
ou por conta da linguagem bíblica ou por intenção consciente
de distorcer a verdade
 O equívoco de João 1.1 e Colossenses 1.15, das Testemunhas
de Jeová que asseveram que cristo era apenas uma criatura de
Deus
 a Divindade de Cristo e afirmada por todos os escritores do NT,
assim como, as narrativas do ministério terreno de Jesus
UNIDADE IV
A LINGUAGEM BÍBLICA E AS FIGURAS DE
RETÓRICA
I - IMPORTANTES OBSERVAÇÕES SOBRE A
LINGUAGEM BÍBLICA
 Na interpretação das Escrituras, o cuidado devido com a
linguagem bíblica nunca pode ser ignorado. não nos é
permitido, em hipótese alguma, modificar, alterar ou tirar a força
e impacto dos termos bíblicos. Temos de buscar o sentido exato
da terminologia bíblica e evitar inserir pensamentos pessoais
1.1 - O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
 Em sua maioria, as palavras que sobrevivem por longe tempo
numa língua adquirem muitas denotações e conotações. Fora
os seus significados literais, muitas vezes as palavras têm uma
variedade de denotações vulgares. isto é, o uso comum nas
conversações do cotidiano
 Ex: “O muro está acabado” = o muro está concluído, completo.
 Ex: “José está acabado” = José está envelhecido, esgotado e
abatido
 Denotações vulgares e ou técnicas: “há uma onda de
coqueluche na cidade” = empregado com termo médico. “a
coqueluche da cidade é andar de calças jeans desbotada” =
linguagem vulgar
 O vocábulo “verde”: significa literalmente uma cor. Mas
metaforicamente ou conotativamente, poderá significar uma
fruta ainda imadura; uma pessoa imatura e inexperiente.
Sentido literal = sentido neutro / sentido metafórico = sentido
pejorativo
1.2 – CONHECENDO OS SENTIDOS DAS PALAVRAS
NA BÍBLIA SAGRADA
 Literal: (ao pé da letra), figurativo (simbólico), popular
(comum/usual)
 As regras 2 e 3 dirão qual sentido uma palavra ou termo serão
classificados ou aplicados
 Ex: Mt 27.40 e Mt 16.24: “Cruz”: uso literal como um suplício aos
criminosos condenados e também como uso figurativo da
crucificação do nosso “eu”, da nossa vontade e d renúncia de
nós mesmos em detrimento da primazia de Jesus em nossas
vidas (Lc 14.27). Em Fp 3.18 a “...cruz de Cristo” refere-se aos
seguidores de Jesus. Os falsos seguidores de Cristo, são de
fato, inimigos de Jesus e da sua igreja
 Compare e classifique as palavras das colunas baseando-se
nas ref.
Comer Ez 3.2,3 Lc 24.43 Nm 16.32
Templo Jo 2.19 I Co 6.19 II Co 5.1
Trevas Ef 5.8 Mt 27.45 Lc 1.79
Dormir I Ts 4.15 Mt 8.24 Sl 44.23
 É muito importante saber se o vocábulo está no sentido literal ou
figurativo
 Por não haver entendimento adequado em algumas
declarações de Jesus acerca da instituição da Ceia, ao partir o
pão “isto é o meu corpo”, gerou fonte de divisão na Reforma
 A linguagem figurativa da Bíblia se deriva especialmente dos
aspectos físicos da Terra Santa, das instituições religiosas de
Israel, da história do povo hebreu e da sua vida cotidiana e de
vários povos que ocupam lugar de destaque na Bíblia
 Ex: Salmo 51.7: “Purifica-me com hissopo, e ficarei puro”.
Revela aqui um método de purificação cerimonial entre os
judeus
1.3 – A INTERPRETAÇÃO DE EXPRESSÕES
HEBRAICAS
 Em grande parte as Escrituras foram elaboradas no ambiente
cultural dos hebreus. Vê-se pela linguagem e o modo de
expressar alguns pensamentos. Alguns termos serão
 TEXTOS BÍBLICOS COM EXPRESSÕES HEBRAICAS
 Figuras de linguagens nunca se emprega no sentido literal em
se tratando de hebraísmo, mas no figurativo ou comum ao povo
hebreu
 Ex: Lc 14.26: “aborrecer aos pais”, parece contradizer o sentido
literal bíblico (Mt 15.4; Mc 7.10). Como hebraísmo, a expressão
“aborrecer” indica o contraste do sentimento que a pessoa deve
nutrir pelos seus parentes e o sentimento por Jesus. O
hebraísmo explicado: Mt 10.37
 Ex: Mt 26.8: “os discípulos se indignaram” pela perda do
unguento. Por João sabemos que foi um deles, Judas, que sem
dúvida expressou o pensamento dos demais
 Uso frequente do nome dos pais para designar seus
descendentes. Salmos 14.7. A menção do nome “Jacó” é
representativa, este já havia morrido. O salmista queria dizer “a
nação de Israel”
 Pessoas sendo chamadas por mais de um nome. O contexto
identificará a que pessoa o escritor se refere (Natanael e
 OS NOMES DE LUGARES NO MODO DE EXPRESSÃO DOS
HEBREUS
 Quando o leitor estuda a Geografia Bíblica, nota que várias
localidades são mencionados nas Escrituras com mais de um
nome Através do hebraísmo, o povo hebreu tem preservado sua
cultura, que inclui expressões idiomáticas que continuam em
uso nos tempos atuais
 Sinai = Horebe (nomes do mesmo monte)
 Etiópia. No passado foi Abissínia; para os hebreus era o país de
Cuxe
 Mar da Galiléia = Mar de Tiberíades, Lago de Genesaré (Mc
1.16; Jo 6.1, Lc 5.1). Outrora chamado de Mar de Quinerete
(Nm 34.11)
 Mar Morto = Mar da Planície, Mar Salgado, e às vezes, Mar do
Leste
 Mar Mediterrâneo = Mar dos Filisteus, Mar Grande (Ez 47.15;
48.28; Dn 7.2). Em Dt 11.24 é o Mar Ocidental
 Nação de Israel: Terra Santa, Terra de Israel, Canaã, Palestina,
1.4 – A INTERPRETAÇÃO DE EXPRESSÕES
GREGAS
 A Bíblia contém também expressões comuns aos gregos. Essas
duas culturas destacam-se e justificam-se pela grande influência
que exerceram no AT e NT
 A diferença de linguagem é em parte pelos escritores e pelos
intérpretes. A Antiga Aliança: lida e interpretada por judeus. A
Nova Aliança: alcance imediato dos gentios. Daí ser utilizável
termos próprios do pensamento helênico, para tornar o
Evangelho compreensível a todas as pessoas da época
 Col 2.14: uma analogia entendida pelos leitores originais. Um
fato comum aos gregos gentios: Quando uma pessoa contraía
uma dívida no mercado ou centro comercial na época, ao pagar,
o credor não somente riscava o documento da dívida com tinta
vermelha, como também enviava o documento riscado para ser
cravado na porta da pessoa que pagou. Essa era uma indicação
de sua honestidade
 Jesus cancelou a dívida que era contra nós, riscou-a e cravou-a
II – OS SÍMBOLOS E AS TIPOLOGIAS NA BÍBLIA
SAGRADA
 Os escritores bíblicos influenciados pelo modo de expressão da
sua época utilizaram diversas formas de comunicar as verdades
eternas de Deus. Duas formas: Simbolismo bíblico:
representações figurativas de eventos, pessoas ou objetos.
Tipologia: instituições, eventos, pessoas, cerimônias ou eventos
que representam uma realidade futura designada por Deus.
2.1 – O USO DOS SÍMBOLOS NA BÍBLIA SAGRADA
 As passagens bíblicas que utilizam símbolos mostram
claramente que não podem ter uma aplicação literal, e sim
somente figurativa. Essa distinção é fundamental para uma
interpretação correta da Bíblia
 Objetos, eventos, nomes e países que são simbólicos numa
passagem bíblica nem sempre são simbólicos em outras. Em
Daniel 1.1 a Babilônia aqui é literal; mas a Babilônia de
 Deve-se aceitar como símbolo somente elementos que mostram
claramente a impossibilidade de ser reais ou literais
2.2 – NOMES SIMBÓLICOS NA BÍBLIA
 Alguns nomes bíblicos são associados a características e
comportamentos daquela pessoa ou lugar. Ex: “traição” a
“Judas”. “dúvida” a “Tomé”. Tais associações não são bíblicas
nem simbólicas em se tratando da hermenêutica
 Nomes simbólicos na Bíblia geralmente se dão por meio de
características ou atribuições da pessoa, lugar ou objeto. Ex:
Egito, país do Norte da África (Gn. 41.46); a Bíblia o cita como
símbolo de idolatria e de um mundo ímpio (Os 9.3)
 A Bíblia e seus símbolos: Lâmpada, Espelho, Lavatório, Pão,
Leite, Carne, Mel, Fogo, Martelo, Espada, Semente, Luz (Sl
119.105; Tg 1.23; Ef 5.26; Is 55.10; Hb 5.12; I Co 3.2; Ez 3.3; Jr
23.29; Ef 6.17; Lc 8.11; Sl 119.130
 Considere os seguintes nomes e sua classificação em diferentes
textos bíblicos:
SIMBÓLICO LITERAL OU COMUM
Abelha – reis da Assíria (Is 7.18) Abelha (Jz 14.8)
Árvore – um reinado (Jz 9.8) Árvore (Gn. 1.12; Sl
1.3)
Arca – Cristo (1 Pe 3.20-22) Arca (Gn. 6.14)
Balança – o peso que Deus usa (Dn 5.27) Balança (Lv 19.35)
Bosque – governo idólatra (Ez 20.46,47) Bosque (1 Sm 22.5)
Braço – força e poder (Sl 10.15) Braço (Mc 9.36)
Cadeia – a escravidão da condenação eterna (2 Pe
2.4)
Cadeia (At 16.26)
Cálice – beber a ira de Deus (Is 51.17) Cálice (1 Co 11.25)
Cães – vigias, pastores negligentes (Is 56.10,11) Cães (Lc 16.21)
O Cedro – o reinado da Assíria (Ez 31.3) Cedro (Sl 104.16)
O Leopardo – inimigo cruel e terrível Leopardo (Jr 13.23)
2.3 – A TIPOLOGIA BÍBLICA
 Tipologia é o estudo ou ciência dos tipos
 Tipo: trata de uma relação preordenada que certa pessoas,
eventos e instituições têm com outras pessoas, eventos e
instituições correspondentes, que ocorrem numa época
posterior na história da salvação.
 Tipos são elementos reais que apontam uma realidade futura
chamada antítipo. O antítipo sempre será superior ao tipo
 A tipologia baseia-se na suposição de que há um padrão na
obra de Deus através da história da salvação. Deus prefigurou
sua obra redentora no AT e cumpriu-a no NT
 A Epístola aos Hebreus: nos mostra a revelação progressiva e o
significado espiritual das instituições do Velho Testamento que
apontavam para a Nova Aliança
 Tipo = realidade do Antigo Testamento
 Antítipo = cumprimento dessa realidade no Novo Testamento
 CUIDADOS NECESSÁRIOS QUANTO AO USO DOS TIPOS
NA BÍBLIA
 Primeiro: o antítipo é mais forte, superior que o tipo. O tipo é
apenas a sombra de uma realidade encontrada no antítipo,
portanto, imperfeito e inferior.
 Segundo: o tipo é sempre algo terrestre, enquanto que seu
antítipo pode ser terrestre ou celeste (Hb 9.24)
 Terceiro: o tipo é profético, pois sempre anuncia algo futuro (Rm
5.14)
 Os tipos se assemelham aos símbolos e podem até ser
considerados uma espécie particular de símbolo. Há duas
diferenças entre tipo e símbolo: os símbolos representam algo
sem a necessidade de serem semelhantes ao aspecto, já os
tipos se assemelham com uma ou mais formas, às coisas que
prefiguram. A outra diferença é que os tipos apontam para o
futuro, ao passo que os símbolos podem não fazê-lo
 Tipologia é diferente de alegorismo
 Tipologia = busca de vínculos entre os eventos históricos
 Não há muitos tipos na Bíblia como alguns podem imaginar
 Três características fundamentais dos tipos: primeiro, deve
haver um ponto evidente de semelhança e analogia entre o tipo
e o seu antítipo.
 Segundo, deve haver evidência de que a coisa tipificada
representa o tipo que Deus indicou
 Terceiro, o tipo deve prefigurar alguma coisa futura
 Os tipos não são bases para as doutrinas fundamentais da fé
cristã
 ALGUNS EXEMPLOS DE TIPOS A BÍBLIA
 Grande parte da tipologia bíblica encontra-se no Antigo
Testamento: o tabernáculo, o sacerdócio, os sacrifícios, são
temas explicados no NT em Hebreus
 Em João podemos encontrar vários tipos de Cristo: cordeiro de
Deus (1.29); Templo (2.19-21); serpente de bronze levantada no
deserto (3.14); a água da vida (4.14); o maná descido do céu
(6.35); a rocha da água da vida (7.37,38); o pastor de ovelhas
 Alguns tipos e seus significados
PESSOA
S
Enoque – tipo dos santos que serão arrebatados por Cristo
Eliezer – tipo do Espírito Santo que conduz a noiva de Cristo
ao encontro do noivo
Faraó - tipo do inimigo do povo de Deus que escraviza e
causa sofrimento
Rute – tipo do crente que deixa tudo para seguir a Cristo
EVENTO
S
O levantamento da serpente no deserto - tipifica Jesus
sendo levantado na cruz para a cura das nações
O sacrifício de Abraão – tipifica Deus oferecendo seu Filho
Unigênito
A noite de páscoa – significa que os crentes são guardados
na morte pelo sangue de Cristo
PAÍSES Egito – tipifica o mundo de escravidão e falso refúgio
Babilônia – tipifica o poder do mal, da apostasia, do orgulho,
da corrupção que busca dominar o mundo
ANIMAIS Cordeiro – tipo de Cristo
Ovelha – tipo de crente que segue o Bom Pastor, Jesus Cristo
Raposa – tipo de pessoa astuta
III – O USO DE PROVÉRBIOS E PARÁBOLAS NA
BÍBLIA
 Provérbios são mais frequentes no Antigo Testamento
 Parábolas são mais frequentes no Novo Testamento
3.1 – OS PROVÉRBIOS E SUA APLICAÇÃO NA
BÍBLIA SAGRADA
 Provérbios são expressões concisas acerca da vida no geral.
Um dos maiores problemas da religião é a falta de relação
prática da crença com a vida diária. Os provérbios demonstram
a verdadeira religião em termos práticos
 É possível a separação da vida religiosa das ações do dia a dia
 OS PROVÉRBIOS NO ANTIGO TESTAMENTO
 Estão redigidos em sua maior parte em forma poética,
consistentes em dois paralelismos, na maioria sinonímicos,
 Provérbios: variedades de provérbios, enigmas e ditos obscuros
 Foco de Provérbios: aspecto moral da Torá
 Focos específicos: sabedoria, moralidade, castidade, controle
da língua, associações interpessoais, indolência e justiça
 Seu propósito: Pv 1.2-6
 Existe essa relação intrínseca dos provérbios com o
entendimento e um modo de vida correto. Baseia-se no
compromisso ético-moral de atentar aos valores eternos de
Deus, reconhecendo sua soberana Vontade
 Os provérbios se tornam assim meios intensamente práticos,
significativos, e que inspiram m andar íntimo com Deus
 OS PROVÉRBIOS NO NOVO TESTAMENTO
 Jesus e também os Apóstolos utilizaram ditos comuns à sua
época para refutar ideias e ensinar princípios do Evangelho. O
uso de provérbios tinha o intuito de tornar clara a mensagem
que os escritores intencionavam transmitir
 Ex: “Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4.23), esse deve ter sido
um dito comum em Nazaré. Referia-se a médicos atacados de
enfermidades físicas, os quais tratavam de curá-las a outros. A
incredulidade dos nazarenos empregou esse provérbio contra
Jesus, mas o Mestre antecipadamente responde às indagações
destes com outro provérbio; “Nenhum profeta é bem recebido
em sua própria terra”.
 Ex: “O cão voltou ao seu próprio vômito e a porca lavada volto a
revolver-se no lamaçal” (II Pe 2.22). O Apóstolo referia-se aos
mestres apóstatas e reincidentes, que estavam prejudicando a
fé dos membros da igreja
 CUIDADOS QUANTO À INTERPRETAÇÃO DOS
PROVÉRBIOS
 Os provérbios não devem ser estendidos para além do seu
sentido específico, intencionado pelos escritor. A falta de
cuidado com a forma de ser objetiva e direta dos provérbios,
inevitavelmente leva o intérprete a aplicá-los inadequadamente
 Provérbios 31.14: o rei Lemuel comparou a mulher como um
“navio mercante”. Não se refere a aspectos físicos, mas à
semelhança do navio mercante, a mulher vai a vários lugares
em busca de alimento para as necessidades da família
 Os provérbios servem para transmitir um único pensamento ou
comparação que o autor tinha em mente (Virkler,1998, loc.cit.)
 Muitos provérbios bíblicos estão baseados em fatos e costumes
que se perderam ao longo do tempo
 Os provérbios podem ser divididos em classes ou categorias:
símiles, metáforas, parábolas ou alegorias
 AS PARÁBOLAS E SUA APLICAÇÃO NA BÍBLIA SAGRADA
 Parábola significa “colocar ao lado de”. É uma relação paralela
que possibilita uma comparação. É um método figurativo de
linguagem, cuja verdade moral ou espiritual é ilustrada por
analogia com experiência comum
 As parábolas = comparação, símile ampliada
 Símile = não é necessariamente uma parábola
 Parábolas se limitam ao que é real e não vai além dos limites da
possibilidade ou daquilo que pode acontecer
 As parábolas não trazem consigo, de forma explícita, sua
interpretação na narração; já a alegoria, geralmente, contém em
si mesma a interpretação
 A FINALIDADE DAS PARÁBOLAS
 O vocábulo aparece quase 50 vezes nos Evangelhos em
conexão com o ministério de Jesus, ferramenta esta utilizada
para transmitir verdades espirituais.
 Os propósitos de Cristo nas parábolas: revelar os mistérios do
reino de Deus a seus discípulos e ocultá-los daqueles que não
percebiam a realidade do mundo espiritual
 As parábolas trazem consigo uma impressão duradoura, mais
efetiva que o discurso comum. Ex: ilustrações adotadas por
pregadores
 Revelação de verdades = as parábolas das Escrituras servem
para confrontar pessoas nos seus erros.
 Ex: Davi e Natã (II Sm 12.1-7) o rei Davi compreendeu os
princípios morais intrínsecos na parábola; percebeu seu grave
erro quando a aplicação ligava-se ao seu próprio
comportamento
 MÉTODOS DE INTERPRETAR UMA PARÁBOLA
 Alguns cristãos podem achar certa facilidade na interpretação
das parábolas. Os textos de parábolas têm sofrido diversas
interpretações errôneas na igreja
 Não confunda parábolas com alegorias. A alegoria contém em
cada elemento um significado diferente próprio da história; a
parábola intenciona apenas uma lição específica
 A parábola tem um propósito lógico e claro. É necessário saber
a ocasião em que a parábola foi proferida
 Mateus 20: parábola dos trabalhadores na vinha – Cap. 19.27, a
sua ocasião
 O propósito da parábola se insere em sua introdução e na sua
conclusão (Lc 18.1; 12.21). A terceira regra formal da
hermenêutica poderá auxiliar em desvendar o propósito de uma
parábola
 A interpretação de Lucas 10.30-36, segundo Agostinho um dos
Pais da Igreja
Certo homem descia para Jericó Adão
Jerusalém A cidade celestial da paz, da qual Adão caiu
Jericó A mortalidade de Adão
Salteadores O diabo e os seus anjos
Roubaram-lhe A saber: a sua imortalidade
Causaram-lhe sofrimento Ao persuadi-lo a pecar
Deixando-o semimorto Como homem, vive, mas morreu espiritualmente
O sacerdote e o levita O sacerdócio veterotestamentário
O samaritano O próprio Cristo
Atou-lhe os ferimentos Restringir o constrangimento ao pecado
Óleo O consolo da boa esperança
Vinho Exortação para trabalhar com um espírito fervoroso
Animal A carne da encarnação de Cristo
Hospedaria A igreja
Dia seguinte Depois da ressurreição
 Sabemos que não era isso exatamente que Cristo queria dizer.
A parábola serviu para responder à indagação: “Quem é o meu
próximo?”
 Não se deve atribuir significações especiais a todos os
pormenores das parábolas, como se cada detalhe descrito
contivesse uma verdade oculta. Sem a devida discriminação
poderá surgir interpretações fantasiosas e arbitrárias
IV – AS FIGURAS DE RETÓRICA NA LIGUAGEM
BÍBLICA
 Dentre as diversas formas de comunicar a Revelação de Deus,
os escritores utilizaram as figuras de retórica. Trata-se de
figuras de linguagem que dão expressão, intensidade, beleza ou
significados às palavras
4.1 - METÁFORA
 Indica alguma semelhança entre dois objetos, que possuem
alguns dos mesmos elementos sejam eles coisas reais,
elementos simbólicos ou tipos
 A metáfora é declarada de forma direta. Ex: Is 40.6
 Salmo 18.2: “O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e
o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem
confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto
refúgio”. Aqui seis metáforas
 Os Evangelhos mencionam várias metáforas à pessoa de Jesus
JESUS
O cordeiro de Deus (Jo 1.29)
A água da vida (Jo 4)
O pão da vida (Jo 6)
A videira verdadeira (Jo 15)
O bom pastor (Jo 10)
OS
DISCÍPULOS
A luz do mundo (Mt 5.13)
O sal da terra (Mt 5.14)
Os ramos da videira (Jo
15.1)
O edifício de Deus (I Co 3.9)
A lavoura de Deus (I Co 3.9)
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Pr. Weverton Costa - Hermenêutica bíblica

  • 1. Prof. Pr. Weverton Gleison Mendes Costa E-mail: wevertontheos@hotmail.com Seminário Teológico das Assembléias de Deus - SETAD
  • 2. O QUE É HERMENÊUTICA?  É UMA CIÊNCIA  É A ARTE DE INTERPRETAR  É a “disciplina que estuda os princípios e as teorias de como os textos devem ser interpretados. (...) se preocupa com o atendimento dos papéis e dos relacionamentos singulares entre o autor, o texto, o público-leitor original e posterior”.  ETIMOLOGIA: HERMENEUEIN (verbo)  Interpretar / Traduzir  Gr. Hermeios, sacerdote do oráculo de Delfos  Fazia a proclamação e traduzia a mensagem dos deuses  HERMENÊUTICA É UMA CIÊNCIA DENTRO DA EXEGESE BÍBLICA
  • 3. “A TEOLOGIA É MUTÁVEL, DIVERSIFICADA, ENQUANTO A FÉ TEM UM CARÁTER ABSOLUTO, DEFINITIVO” FÉ - TEOLOGIA IMPLÍCITA TEOLOGIA – FÉ EXPLÍCITA  A Teologia é a Ciência centrada no TEXTO.  Necessidade de Métodos e Interpretações que trarão clareza ao texto e farão emergir um significado: CONTEXTO/ LEITOR  AUTOR ----- TEXTO ---- LEITOR = HERMENÊUTICA
  • 4. UNIDADE I FUNDAMENTOS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA I - O VALOR E A NECESSIDADE DA HERMENÊUTICA BÍBLICA 1.1 – A IMPORTÂNCIA DA HERMENÊUTICA • Compreender as múltiplas interpretações das Escrituras • Interpretar as Escrituras em detrimento de seitas e religiões • A Bíblia é O Livro por Excelência • Estudo correto requer caráter e espírito reverente
  • 5. 1.2 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA TEMPORAL • Lacuna de Tempo: escritores/ ouvintes/ leitores • Mudanças: costumes/ idioma / cultura • O que mudou ao longo dos anos? • Que fatos históricos influenciaram as idéias e características culturais presentes no tempo do autor? • Sincronia Bíblica / espaço temporal de 1600 anos • Cada escritor viveu seu momento histórico diferente • Período Interbíblico: uma lacuna de 400 anos. Surgiram os Fariseus, Saduceus, Zelotes, Essênios, etc...
  • 6. 1.3 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA GEOGRÁFICA  Mundo Ocidental -- Mundo Oriental – Mundo Antigo  Oriente Médio, Egito, nações mediterrâneas meridionais da Europa  A Geografia foi relevante para a Revelação de Deus – ESCRITA  Revelação de Deus: Jardim, Moriá, Betel, Sinai, Deserto  Mateus 4.18 = o referido mar é também o “LAGO DE GENESARÉ” , 45 km de profundidade, 24 km de comprimento por 14 km de largura
  • 7. 1.4 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA CULTURAL  O povo bíblico tinha sua cultura e costumes próprios  Como aquele povo pensa? Em que acreditam? O que diz? O que faz? O que produz?  CHOQUE CULTURAL: o desconhecido provoca impacto em virtude do ambiente e hábitos diferentes de um povo  Primordial o Estudos das Culturas e Costumes, vislumbre do pano-de-fundo dos contextos bíblicos  Sentido original/ literal/ social do significado de certa palavra, expressão ou hábito  Análise do contexto
  • 8. 1.5 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA LINGUÍSTICA  Fala e Escrita  Originais: grego, hebraico, aramaico. Cada um com sua particularidade diferente do nosso idioma.  Língua hebraica não continha vogais.  Diferenças linguísticas de região para região no mesmo país  A linguagem bíblica e modos de expressões foram diferentes e variados. Material de apoio: dicionários etimológico  1 REIS 12. 8 -10  A palavra é um processo vivo e dinâmico em constante modificação  A TRADUÇÃO será influenciada pelo TEMPO  Antigo Testamento: cosmovisão hebraica  Novo Testamento: cosmovisão helênica = cultura grega/ filosofia/ militarismo romano
  • 9. 1.6 – O PROBLEMA DA DISTÂNCIA LITERÁRIA  Modo de escrita dos tempos bíblicos (simbólicas, apocalípticas, etc)  Modo de escrita contemporâneo  Provérbios e Parábolas comuns nos tempos bíblicos  Cânticos de Salomão: expressão sensual e não pornográfica  Figuras de Linguagens e Figuras de Retórica  Paralelos de Palavras: “marcas de Jesus”, “de Cristo vos revestistes”,  Para Paulo “obras” em Romanos e Gálatas significa o oposto à fé, a saber, as práticas da lei antiga como fundamento para a salvação. Para Tiago a mesma palavra tem o significado de obediência e santidade que a verdadeira fé em Cristo produz.
  • 10. II – A INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS PELOS JUDEUS 2.1 – OS PRIMEIROS OUVINTES E LEITORES DAS ESCRITURAS SAGRADAS  A Família no Aprendizado: gerações futuras/ mandamentos de Deus  Tradição oral: valores éticos e princípios de festas e memoriais  Interpretação da Torá: preservar a identidade original do povo  Memorial: o Verdadeiro e Único Deus/ Seus feitos/ Misericórdia dada ao seu povo/ Apologia à Santidade em detrimento da degradação moral dos povos estrangeiros
  • 11. 2.2 – O RESGATE DA CORRETA INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS NOS DIAS DE ESDRAS  O povo do exílio havia perdido a sua identidade linguística  Influenciados pelo idioma aramaico  Neemias 8.8: a Lei teve que ser traduzida  O Escriba: ensinar e copiar os textos sagrados  Extremismos etimológico: alguns rabinos imaginavam que se poderia esperar numerosos significados de determinados textos  Especulações absurdas têm surgido ao longo dos séculos
  • 12. 2.3 – CLASSES DE JUDEUS E SUAS FORMAS DE INTERPRETAR AS ESCRITURAS  Período do Pós-exílio: ocorreu grande desenvolvimento nas escolas judaicas de interpretação das Escrituras  JUDEUS PALESTINOS  A Bíblia era a Palavra de Deus. Das Letras às frases eram inspiradas. Minuciosos e criteriosos nas compilações. Estimavam mais a Lei do que os Escritos e os Profetas  A Bíblia era a PESHAT, a exposição exegética era a MIDRASH  Os escribas valorizavam mais a Lei Oral do que a Lei Escrita. Surgiu várias formas errôneas de interpretação  Hillel foi grande rabino expoente desta escola.  Jesus os condena em Marcos 7.13
  • 13.  JUDEUS ALEXANDRINOS  Interpretações, de certa forma, determinada pela filosofia dominante na grande cidade de Alexandria, Egito  Princípio fundamental de Platão: ninguém deve acreditar em algo que seja indigno de Deus  A alegoria judaica sofreu influência da alegoria grega. Os escritos de Homero e Hesíodo eram admirados, mas era reprovado o comportamento imoral dos deuses do panteão grego  Uso habitual de Antropomorfismos para apaziguar as ações de divindades. Alegorizavam o AT como defesa dos textos sagrados perante os gregos  Filo foi o grande expoente desta escola. Para ele o significado oculto tinha primazia sobre a interpretação literal
  • 14.  OS JUDEUS CARAÍTAS  Descendentes espirituais dos Saduceus. Consideravam as Escrituras como única autoridade em matéria de fé. Caraítas: filhos da leitura  Desprezavam a Tradição Oral e a Interpretação Rabínica. Sua exegese como um todo era mais correta que dos judeus tradicionais  A seita foi fundada por Anan bem David, cerca de 760 d.C.  OS CABALISTAS  Surgiram a partir do Sec. XII.  O Cabalismo: distorção do método de interpretação usado pelos judeus palestinos, e do método alegórico dos judeus alexandrinos.  Misticismo exagerado. Toda a Lei em todo o seu escopo havia sido entregue a Moisés: versos/ palavras/ letras  As letras obteriam um poder sobrenatural nas palavras
  • 15.  Caráter Especulativo  Métodos usados: GEMATRIA / NOTARIKON / TEMOORAH  JUDEUS DE QUMRAN  Uso da interpretação PESHER = Explicação. Interpretação oriunda das práticas midráshicas, mas com significado escatológico  Diziam ser os detentores de fazer cumprir o significado profético dos Antigos Profetas  Método: interpretação apocalíptica. Os mistérios ocultos, para eles, tinham sido revelados  Essênios. Acreditavam ser o remanescente de justos na Terra
  • 17. III – A INTERPRETAÇÃO DAS ESCRITURAS DO NOVO TESTAMENTO  O Antigo Testamento foi escrito em hebraico e aramaico e teve como ênfase a relação dos hebreus com Yahweh. Já o Novo Testamento foi escrito em grego e marcado com um público misto de judeus e gentios. 3.1 – A PRESENÇA DO ANTIGO TESTAMENTO NO NOVO TESTAMENTO  Lucas é o único não-judeu entre os escritores do NT.  “aproximadamente 10% do NT constitui-se de citações diretas, de paráfrases do AT ou de alusões a ele”  Algumas mudanças significativas ocorreram entre o período veterotestamentário e o neotestamentário
  • 18.  TEMPLO  O retorno dos exilados possibilitou a reconstrução, no entanto o segundo templo não tinha mais o mesmo fulgor do primeiro  As descrições do templo no NT nos fazem perceber um monumento que causava admiração a todos  Herodes, o Grande: reformador do segundo templo. Intencionava conquistar popularidade entre os judeus  A força religiosa de Jerusalém era em virtude do templo  A FESTA DOS JUDEUS  Os judeus do NT cultivavam as práticas de festas instituídas por Deus na época de Moisés  Festas dos Tabernáculos (Jo 7.2); a Páscoa (Lc 22.1); Pentecostes (At 2.1)
  • 19.  O MINISTÉRIO SACERDOTAL  A instituição que foi iniciada no AT continuou no NT, o Sacerdócio Levítico  Mesmo com traços de corrupção no ministério sacerdotal em Israel, os sacerdotes ainda desfrutavam de prestígio  Sacrifícios e ofertas, antes, indicadores da preservação da consciência do favor de YHWH, agora, de caráter mercantilista  A EXPECTATIVA MESSIÂNICA  Os judeus cultivaram ao longo dos anos essa expectativa  O NT e seu ambiente era propício para a manifestação do Messias  Grupo de judeus sectários aguardavam ansiosos esse Messias para sua emancipação política através da guerra
  • 20.  O Messias veio mais não fora reconhecido politicamente  Todas as características proféticas indicavam para Jesus mas não souberam discernir em Cristo tudo que se havia anunciado 3.2 – JESUS E O ANTIGO TESTAMENTO  Sua Bíblia foi o AT – Septuaginta. Em diversos momentos, ele utilizou passagens do AT para corroborar uma afirmação, etc.  Abel (Lc 11.51); Noé (Mt24.37-39); Abraão (Jo 8.56)  Para Jesus a Antiga Aliança era o competente tribunal de apelação em seus debates com os escribas e fariseus  Eram refutados não por desvalorizarem-na, mas por distorcerem ensinos claros para sua própria conveniência
  • 21.  ALGUMAS CONTROVÉRSIAS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO POR JESUS  Alguns teólogos acham que nãos somos obrigados a ter uma mesma postura como Jesus teve ao validar os escritos do AT  Para estes teólogos é possível que a interpretação de Jesus não fosse literal mas uma finalidade ilustrativa  Cremos que o uso de Jesus considerou os fatos históricos como reais (Mc 12. 18-27)  A perspectiva do AT de Jesus o apontava para uma continuidade histórica com base na Revelação Progressiva de Deus  Seriam as expressões atribuídas ao Mestre, na verdade, pontos de vistas dos autores dos Evangelhos do que propriamente de Jesus?
  • 22.  MÉTODOS DE CRISTO INTERPRETAR O ANTIGO TESTAMENTO  Período neotestamentário: época de vários segmentos dentro do Judaísmo  Vários grupos divergiam acerca de diversos pontos nas Escrituras  Interpretação literal exagerada e a interpretação alegórica  Cristo usava o método literal, normal do texto. Sem alegorias, sem superficialidades e sem profundidades de idéias místicas  Jesus não ensinava baseado nas interpretações rabínicas das Escrituras, ele ensinava baseado nas Escrituras  Os Escribas e Fariseus jamais conseguiram encontrar em Jesus interpolações no uso das Escrituras  O rigor da lei: fruto de uma visão extremada
  • 23. 3.3 – OS APÓSTOLOS E O ANTIGO TESTAMENTO  CRISTO: a realização das profecias sobre o Messias: intenção dos escritores  JESUS, a Revelação do Messias: realce das pregações da Era Apostólica  OS DISCÍPULOS E A INTERPRETAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO  Os Evangelhos que trataram especificamente do ministério terreno de Cristo, especialmente Mateus, tiveram como preocupação mostrar que Jesus era o legítimo descendente de Davi.  A genealogia : mostrar o Herdeiro do trono davídico  A influência de Jesus: os evangelistas entenderam que o Messias não tinha sua missão em um plano meramente humano  João 1.1. Para eles a encarnação de Cristo inaugurava um novo tempo na história. O VT foi o anúncio. O NT foi a concretização
  • 24.  1 João 1.1,3: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida; sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho JESUS CRISTO”  Sensibilidade espiritual para ler os fatos e associá-los às profecias do Antigo Testamento. Ex: o dia de Pentecostes e a profecia de Joel  PAULO E O ANTIGO TESTAMENTO  Tinha profundo conhecimento da teologia judaica, era fariseu  Discípulo de Gamaliel, um rabino da escola de Hillel  Os 12 Apóstolos estavam confinados às fronteiras da Palestina, inicialmente fazendo do Cristianismo uma espécie de continuidade do Judaísmo
  • 25.  O chamado de Paulo foi para além das fronteiras de Israel  Interpretou o Cristo como o Messias prometido do AT, assim como compreendeu o caráter universal da salvação  A promessa a Abraão (Gen. 12.2-3) incluía todos aqueles que cressem (Rm 4.17)  A grande revelação da Nova Aliança é a IGREJA que não passou a existir acidentalmente, mas surgiu dos planos eternos de Deus (Efésios 1.4-11)
  • 26.  A EPÍSTOLA AOS HEBREUS E O ANTIGO TESTAMENTO  Dentre os livros do NT, certamente nenhum faz alusão ao AT como esta Epístola  Seu conteúdo concentra-se em interpretar os ritos judaicos, o Tabernáculo, o sacerdócio levítico. Representavam a Velha Aliança como figuras que tipificavam a Nova Aliança  A figura de Melquisedeque e o Sacerdócio de Cristo
  • 27. 3.4 – CONTROVÉRSIAS SOBRE A INTERPRETAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO PELOS APÓSTOLOS  Há os que afirmam que os escritores do NT parecem usar partes do VT de forma arbitrária em certos pontos, até mesmo alterando seu sentido original  Gálatas 3.16  Paulo teria utilizado um método rabínico ilegítimo na tentativa de provar seu ponto de vista  Parece impossível que uma palavra tenha, simultaneamente dois significados, um para o singular e outro para o plural  “Descendente” pode ter no singular um sentido coletivo  As promessas são para Abraão e à sua descendência, mas o cumprimento dessa promessa se realiza em Cristo.  Jesus Cristo é a figura representativa do grupo: judeus e gentios  Judeus – Jesus, o Messias / Gentios – Jesus, o Desejado das Nações
  • 28. IV – A HERMENÊUTICA BÍBLICA NA HISTÓRIA DA IGREJA - DA PATRÍSTICA À REFORMA  Por volta do ano 100 d.C., todos os livros das Escrituras estavam escritos  Os textos já eram usados como regra de fé nas comunidades  Surgiram controvérsias teológicas nos anos posteriores  Necessidade de ratificar os livros do Cânon  A Hermenêutica serviu como parâmetro ao longo da história eclesiástica
  • 29. 4.1 – PERÍODO PATRÍSTICO  No período dos Pais da Igreja o desenvolvimento dos princípios hermenêuticos dependiam dos três diferentes centros da vida da Igreja: Escola de Alexandria-Egito, a Escola de Antioquia-Síria e a Escola Ocidental  Cada escola de alguma forma contribuiu nessa área  ESCOLA DE ALEXANDRIA  Final do segundo século, a hermenêutica bíblica foi influenciada especialmente pela escola catequética de Alexandria  Judaísmo e filosofia grega se encontraram e se influenciam  Pateno, o mais antigo mestre, foi professor de Clemente
  • 30.  Principais expoentes foram Clemente de Alexandria e Orígenes  Defendiam que somente a interpretação alegórica contribuía para um conhecimento oral  Para Clemente somente através de alegorias toda a Escritura seria devidamente entendida. Seria o verdadeiro conhecimento  Sentido literal – apenas um tipo de fé elementar  Teoria dos cinco sentidos: HISTÓRICO/ DOUTRINAL/ PROFÉTICO/ FILOSÓFICO/ MÍSTICO  Orígenes foi além de seu mestre, em saber e em influência. Maior teólogo de seu tempo  Toda a Escritura é uma vasta alegoria, cada detalhe simbólico  Os textos bíblicos: triplo sentido – literal/ moral / alegórico  Reflexão: como você alegorizaria a história de Noé?
  • 31.  ESCOLA DE ANTIOQUIA  A escola se empenhou na ênfase da interpretação histórico- gramatical  Devemos buscar e conhecer o sentido original do escritor e atentar ao significado daquele texto aos primeiros leitores  Faziam uso das línguas originais: hebraico e grego  Os mais ilustres expoentes: Teodoro de Mopsuéstia e João Crisóstomo  Teodoro questionou a canonicidade de alguns livros sagrados, é chamado de “príncipe da exegese primitiva”  João Crisóstomo o “boca de ouro” (por causa de sua eloquência), era arcebispo de Constantinopla e considerado o maior comentarista dentre os pais da igreja  Os princípios exegéticos da escola de Antioquia lançaram a base da hermenêutica moderna
  • 32.  ESCOLA OCIDENTAL  Características: elementos alegóricos e elementos histórico- gramatical  Incorporou um outro elemento: a autoridade da Tradição e da Igreja na interpretação bíblica  Maiores expoentes: Jerônimo e Agostinho de Hipona  Jerônimo foi o tradutor da Vulgata Latina  Seu trabalho: notas linguísticas, históricas e arqueológicas. Foi grande teólogo na sistematização das doutrinas e não na interpretação das mesmas  Agostinho enfatizou a necessidade do uso do sentido literal, mas também usou livremente a interpretação alegórica  Adotou o método de quatro sentidos às Escrituras: histórico/etiológico/ analógico/alegórico. Rejeitava a eixegese
  • 33. 4.2 – IDADE MÉDIA  O desenvolvimento da hermenêutica bíblica adquirido pelas escolas anteriores perdeu-se na Idade Média devido à profunda ignorância bíblica de muitos clérigos  Conhecia-se somente a Vulgata e os escritos dos Pais  A Tradição amarrou a Hermenêutica. Destaque maior à alegoria  No último período medieval, os cabalistas na Europa e na Palestina continuaram na tradição do misticismo judaico  Destaque para Gregório, o Grande. Considerado o primeiro Papa da Igreja Católica Romana. Foi defensor da interpretação alegórica  EX: 3 amigos de Jó – hereges/ 7 filhos – 12 apóstolos/ 7000 ovelhas – pensamentos inocentes/ 3000 camelos – concepções vãs/ 500 juntas de bois – virtudes/ 500 jumentos – tendências lascivas  Maior teólogo: Tomás de Aquino. Além do sentido literal, defendeu o sentido espiritual por Deus ser o Autor de Sua Palavra
  • 34. 4.3 – A REFORMA (SÉC. XVI)  O Final da Idade Média teve um grande divisor de águas, o Renascimento, período de profundas transformações na história  Séc. XIV e XV, grande ignorância quanto às Escrituras (conteúdo)  A Vulgata era lida por idioma limitado e a Renascença chamou a necessidade de se recorrer aos originais  Reuchlin e Erasmo: publicações sobre gramática hebraica e crítica do NT grego. Concentrou-se mais na ideia de um único sentido para interpretação bíblica. Reforma hermenêutica  A Bíblia era a inspirada palavra de Deus. Autoridade final em todas as questões teológicas  Infalibilidade da Igreja = Infalibilidade das Escrituras  Principal princípio: a Escritura é a intérprete da Escritura  Sua compreensão deve ser de acordo com a analogia da fé
  • 35.  MARTINHO LUTERO  Para ele a interpretação da Bíblia é feita através da fé e iluminada pelo Espírito Santo. Nesse sentido, as Escrituras devem determinar o que a Igreja ensina  O método em vigor era o literal e cristocêntrico do texto. A exegese consistia em considerar a história, gramática e contexto  A Bíblia e sua compreensão não são exclusividades de um grupo privilegiado. Todos podem conhecê-la  Ao defender sua interpretação em desacordo com as alegorias do passado explica que tanto o AT quanto o NT apontam para Cristo  Fez a distinção entre Lei e Evangelho, sendo errado repudiar a Lei como fundi-la no Evangelho
  • 36.  JOÃO CALVINO  Calvino se destaca como o maior exegeta da Reforma Protestante  Concordava com Lutero e via a necessidade da iluminação espiritual  Interpretações alegóricas: “jogos fúteis”, artimanha satânica  Harmonizou as práticas teológicas com a teoria.  Discordou da ideia luterana de que Cristo pode ser encontrado em toda parte da Escritura.  Reduziu o número de salmos que poderiam ser considerados messiânicos  Profecias bíblicas dependiam das circunstâncias históricas para sua real significação  Suas Institutas contêm 1.755 citações do AT e 3.098 do NT
  • 37. V – A HERMENÊUTICA BÍBLICA NA HISTÓRIA DA IGREJA – DA PÓS-REFORMA AOS DIAS ATUAIS  A Igreja logo reagiu ao vulto impactante da Reforma Protestante com a Contra-Reforma surgida no Concílio de Trento 5.1 – PERÍODO PÓS-REFORMA – SÉC. XVII E XVIII  Desafios iriam surgir em face às transformações correntes na história que afetariam a Hermenêutica  Surgiram grandes nomes: Louis Cappell, primeiro crítico textual do AT e Johann A. Bengel, conhecido como “o pai da crítica textual moderna”.  Foi o primeiro a identificar famílias ou grupos de manuscritos, com base em características comuns
  • 38.  CONFESSIONALISMO  Preocupação desse período foi em não se submeter ao domínio da Tradição e da Igreja, dogmas da Contra-Reforma  Período das Confissões. Cada cidade importante tinha seu credo preferido  Exegese tornou-se serva da Dogmática. Ia-se à Bíblia para justificar as verdades incorporadas nas Confissões  O PIETISMO  Reagiram à exegese dogmática. Spener (1635-1705) é o pai do pietismo  Retorno ao interesse cristão e às boas obras  Melhor conhecimento da Bíblia e melhor preparo espiritual para os ministros. Interpretação ora histórico-gramatical, ora com base na “luz interior” ou uma “unção do alto”
  • 39.  RACIONALISMO  Posição filosófica que aceita a razão como única autoridade que determina o que é verdadeiro e falso. Milagres e afirmações sem explicação racional devem ser rejeitados  Verdades comprovadas na Bíblia somente as que correspondem à razão humana  A Igreja também enfatiza da razão com ressalvas de que a Revelação superior era o meio de entender a Verdade  Thomas Hobbes, filósofo inglês: As Escrituras eram apenas um livro contendo regras e princípios para a república inglesa  Baruch Spinoza: judeu, para ele a razão humana está desvinculada da teologia. Teologia (revelação) e Filosofia (razão) são distintas. Contestou os milagres; via a necessidade de conhecer os idiomas originais; o contexto de cada livro. A razão é o critério absoluto para quaisquer interpretação bíblica
  • 40. 5.2 – DA HERMENÊUTICA MODERNA AOS DIAS ATUAIS  A partir do Século XIX, a crítica da Bíblia alcançou uma dimensão jamais vista  A autoria divina em cheque em detrimento da autoria humana e as circunstâncias históricas da elaboração das Escrituras  A interpretação histórica desconfia do método hermenêutico  Semler: fundador da escola de interpretação histórica. Filho de pais pietistas. Sobre o Cânon, enfatiza o aspecto humano de sua origem e da composição da Bíblia  Bíblia e Cânon por terem origem de modo histórico era historicamente condicionados. Diferentes autores fazem o conteúdo ser, na maioria, local e passageiro. Sem valor normativo no tempo e espaço  A razão tornou-se o árbitro da fé. As Escrituras, meras produções falíveis
  • 41.  O Período Histórico-Crítico expressou as teorias que se destacam: Teoria da Inspiração Natural Humana/ Teoria da Inspiração Divina Comum/ Teoria da Inspiração Parcial/ Teoria do Ditado Verbal/ Teoria da Inspiração das Ideias  LIBERALISMO TEOLÓGICO  Liberalismo Teológico é fruto do Racionalismo Filosófico  A Bíblia contém vários graus de inspiração. Os graus inferiores se relacionam a detalhes históricos (poderiam conter erros)  Alguns teólogos negaram totalmente o caráter sobrenatural da Bíblia  Shleirmacher: o pai do liberalismo teológico. A inspiração refere-se à capacidade da Bíblia inspirar a experiência religiosa  Benjamin Jowett: A Bíblia é apenas um livro como qualquer outro, sem caráter sobrenatural, em nada difere de qualquer outra produção  As leis naturais da ciência é que ditam as regras. Os milagres são exemplos de uma mentalidade ultrapassada
  • 42.  Darwin e Hegel influenciaram o Liberalismo teológico  A Bíblia passa a ser vista como apenas um registro do desenvolvimento evolucionista da consciência religiosa de Israel, e mais tarde da igreja  OS NEO-ORTODOXOS  A neo-ortodoxia é um fenômeno do século XX  Faz uma posição intermediária entre o liberalismo e a ortodoxia  As Escrituras são o testemunho do homem acerca da revelação que Deus deu de si próprio. A reação à presença divina com fé é a revelação. Revelação, então, é uma experiência presente acompanhada de uma reação existencial da pessoa  A Bíblia não é infalível e nem inerrante. Histórias de ações sobrenaturais são meros “Mitos” que visam verdades teológicas  Bultmman formulou a “desmistificação” das Escrituras
  • 43.  O FUNDAMENTALISMO  Teólogos e líderes conservadores reagiram fortemente ao liberalismo teológico. Surgiu o Fundamentalismo que incentiva uma abordagem literal da Bíblia, como livro sobrenatural que é  A tarefa do intérprete é tentar compreender mais plenamente o significado intencional dos escritores inspirados por Deus  Muitos estudiosos, contemporâneos e anteriores, têm-se dedicado a uma concepção ortodoxa da Bíblia, priorizando a interpretação gramatical e histórica, legados da escola de Antioquia e da Reforma
  • 44. EXERCÍCIOS PRÁTICOS 1) RESUMO DOS CAP. 1 A 4 DA UNIDADE II. (Entrega dia 16/11) 2) Defina Hermenêutica e o porquê de sua importância para a Igreja hodierna 3) “Porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra” Gen. 6.12 (ARC). Quais os reais significados das palavras grifadas no texto? 4) “Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe... Não pode ser meu discípulo” Lucas 14.26. Qual versículo que podemos comparar com o texto acima, para descobrirmos o real significado do texto grifado? OBS: está em Mateus 5) Mateus 20.29-32 / Marcos 10.46-49 / Lucas 18. 35-38. Considerando que:  Um escritor menciona dois cegos/ outros mencionam apenas um  Jesus estava entrando em Jericó / Jesus estava saindo de Jericó Procure a maneira adequada de interpretar o texto, considerando os métodos de hermenêutica bíblica (figuras de linguagens e paralelismo de texto)
  • 45. UNIDADE II A HERMENÊUTICA E OS ESTILOS LITERÁRIOS DA BÍBLIA I – QUESTÕES HERMENÊUTICAS DA LEI DO ANTIGO TESTAMENTO  Pentateuco ou “Lei”, pois de Êxodo a Deuteronômio encontramos os preceitos que YHWH determinou, aos filhos de Israel, que fossem cumpridos.  Do caráter específico sobre os preceitos de outrora, podemos dizer que tais princípios se aplicam aos nossos dias?
  • 46. 1.1 – O CRISTÃO E A INTERPRETAÇÃO DA LEI DO AT  A Nova Aliança propõe um novo relacionamento do homem com Deus  Passagens específicas da Lei Veterotestamentária foram inseridas no Novo testamento  Validadas todas as Escrituras como divinamente inspirada por Deus, surgiram questões de interpretação: Como aplicar as passagens que tratam da Lei do AT à realidade cristã da Nova Aliança?  A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO REPRESENTA UMA ALIANÇA ENTRE DEUS E ISRAEL  O contexto do AT estabelecia alianças entre o senhor, um chefe supremo e um vassalo, um servo obediente e fiel ao seu chefe  Alianças de contratos com direitos e deveres de ambos os lados  O senhor oferecia benefícios e proteção/ o servo, cabia a
  • 47.  Por obediência o servo desfrutaria de cuidado e bondade do patrão  Por desobediência sofria sanções penais  Elohim (senhor) e Israel (servo) = Levítico 26.3-6  ALGUNS PRECEITOS DA ANTIGA ALIANÇA CLARAMENTE NÃO SÃO RENOVADOS NA NOVA ALIANÇA  As leis referentes à vida social dos hebreus e as leis relacionadas à prática religiosa daquele povo  Leis Sobre a Vida Social: apresentam punições por atos de crimes, grandes e pequenos. Objetivava a convivência e zelo da ordem social. Não se aplica para os nossos dias  Leis Sobre a Prática Religiosa: informavam Israel como proceder na prática da adoração, do processo específico detalhado de cada atribuição sacerdotal aos tipos de animais para o sacrifício
  • 48.  ALGUNS PRECEITOS DA LEI SÃO REAFIRMADOS NA NOVA ALIANÇA  Estes princípios se referem aos aspectos da lei ética  Deus quer que esses aspectos da Antiga Lei continuem sendo aplicáveis ao seu povo no sentido pleno. Mateus 22.37-40 / Deuteronômio 6.5; Levítico 19.18  Outros preceitos éticos tiveram uma nova aplicabilidade com Jesus, como vemos em Mateus 5.21-48 1.2 – LEIS INCOMUNS AOS NOSSOS DIAS  Tinham o propósito de manter o povo hebreu separado das más influências dos povos cananeus
  • 49.  LEIS DO ALIMENTO  Levítico 11.4-7  Expressavam um cuidado especial divino sério com a saúde física e espiritual do povo escolhido  Os alimentos proibidos tinham probabilidade de transmitir doenças do ambiente árido do deserto e Canaã/ a produção era rara naquele contexto específico  Eram alimentos de sacrifícios pagãos, práticas abomináveis p/ Deus  Na visão do NT, esse cuidado com relação a “comer carne” deveria ser regido pelo critério do Amor (Rm 14.15,21; I Co 8.13)  LEIS ACERCA DO SACRIFÍCIO  Êxodo 29.10-12  Pecado resulta em castigo  Perante a Lei o pecado não merece viver  Para remover o pecado somente através da Expiação
  • 50.  Única forma aceita perante Deus naqueles tempos  Aquele contexto específico eram sombras de uma realidade futura e perfeita: a pessoa de Jesus e o sacrifício da Cruz  “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” Hebreus 9.22b). O alvo dessas leis era a morte do Cordeiro de Deus  LEIS ESPECÍFICAS  Levítico 19.19  Você já se deparou com essas orientações que, a priori, não fazem nenhum sentido para a nossa realidade?  O ponto X da questão: proibir o povo hebreu de participar das práticas canaanitas de cultuarem a fertilidade. O povo era Kadosh  “cozer o cabrito no leite da própria mãe era uma magia de fertilidade perpétua do rebanho”. A mistura de raças de animais, sementes ou tecidos, produziria abundantes frutos agrícolas  Leiamos tais textos sempre de olho no seu contexto
  • 51. 1.3 – COMO INTERPRETAR A LEI DO ANTIGO TESTAMENTO  Atenção à categoria das leis mencionadas, considerando o contexto histórico de tais preceitos  Leis específicas para o Judaísmo, não se aplicam literalmente à realidade atual  Preceitos sem aplicação literal à nossa realidade podem conter uma aplicação de valor espiritual. Com lições importantes para a vida em geral  Compreender o Pentateuco e Maneiras e Costumes nos Tempos Bíblicos com o auxílio de livros e enciclopédias específicas  Jamais use textos isolados da realidade histórica, nem busque aplicação atual para os ouvintes sem considerar o sentido literal  Manter uma interpretação cuidadosa para não causar uma fundamentação errônea, equivocada, alegórica e herética
  • 52. II – A HERMENÊUTICA DAS NARRATIVAS DO ANTIGO TESTAMENTO  As histórias bíblicas compreendem boa parte das Escrituras. 40% só no AT. No NT temos algumas porções nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos  Temos que ter algumas considerações quanto à sua interpretação hermenêutica: pergunte ao texto COMO? AONDE? QUANDO? PORQUÊ/PARA QUÊ?  Analisemos Marcos 10.46-52  Desenvolva uma estrutura coerente e adequada usando as perguntas chaves da interpretação
  • 53.  AONDE? Jericó  QUANDO isso aconteceu? Ministério de Jesus  COMO que isso aconteceu? Alguém clamou em meio à uma grande multidão e Jesus ouviu. (tema enfatizado – Clamor)  PORQUE isso aconteceu? Para mostrar que só Jesus tem o poder  PARA QUÊ isso aconteceu? Para mostrar ao homem que por onde Jesus passar não se deve perder as Oportunidades para mudar de vida  ANALISEM LUCAS 7.11-17; 15.11-24
  • 54. 2.1 – AS NARRATIVAS BÍBLICAS SÃO FATOS REAIS  Suas narrações são situações reais que envolveram pessoas, tempo e lugar  É a história de Deus e de seu povo. Não há lugar para “estórias”  Sua veracidade é autenticada por outros autores conceituados, histórias de outros autores e achados arqueológicos  Como divulgadoras das verdades, as ações dos personagens bíblicos não são omitidas, mesmo as escandalosas e reprováveis. O pecado está lá contido para ser exposto, pois nada se esconde de Deus 2.2 – EXISTEM TRÊS DIMENSÕES NAS NARRATIVAS BÍBLICAS  Elas não são fatos isolados. Toda sequência histórica se relaciona entre si
  • 55.  A DIMENSÃO SUPERIOR  Compreende os fatos de envolvimento universal: o Deus da Humanidade/ a Criação do mundo/ a universalidade do pecado/ juízos universais de Deus/ a promessa Messiânica  A mensagem bíblica é de relevância universal. Profecias para outras nações gentílicas revelando o interesse e o domínio de Deus sobre todos os povos  A desobediência da ordem no Éden teve implicações universais, afetando a relação de Deus com o homem  A dimensão superior das narrativas bíblicas é o caminho traçado por YHWH para a chegada do salvador do mundo
  • 56.  A DIMENSÃO INTERMEDIÁRIA  Envolve a chamada de Abraão. A Aliança de Deus para com o homem  No Plano Superior, pela encarnação do Unigênito, Deus planejou salvar a humanidade; e no Plano Intermediário, escolheu Israel para o nascimento do Salvador  A família hebréia revela-nos seus dramas, principais personagens, e os ancestrais diretos na linhagem Messiânica.  A DIMESÃO INFERIOR  A narrativa individual é parte da intermediária da história israelita, que faz parte do plano universal de Elohim: da Criação à Redenção  Revela-nos os detalhes da vida dos personagens das narrativas bíblicas.  Conhecer essa hierarquia das narrativas nos ajuda a evitar riscos de fragmentarmos o texto, concluindo-o isoladamente sem o sentido mais amplo
  • 57.  Sem conhecimento dessas hierarquias dificilmente o leitor entenderia os textos das narrativas de Josué acerca da tomada da Terra Prometida. O que justificaria a invasão do hebreus às terras dos cananeus e a forma de sua destruição?  As narrativas de Sansão, que após ficar cego e sem forças, orou ao Senhor para se vingar dos seus inimigos. Foi atendido, suicidou-se, matou os filisteus em plena festa pagã  Essas narrativas tornam-se compreensíveis ao considerarmos as dimensões maiores que compreendem as narrativas individuais 2.3 – AS NARRATIVAS BÍBLICAS NÃO SÃO HISTÓRIAS CHEIAS DE SIGNIFICADOS OCULTOS  Nem sempre as formas de Deus operar ao longo da história serão plenamente compreensíveis a todos nós
  • 58.  As narrativas não nos dão todas as respostas, mas apenas uma parte do quadro geral das ações divinas na história (significados obscuros não nos pertencem)  Tentar achar significados ocultos nas entrelinhas poderá levar alguém a acrescentar coisas que não estão na história. (Ex: numerologia)  “Deus simplesmente não nos contou na Bíblia como fez tudo quanto fez” (Fee e Stuart, 1984, p.67). Vejamos Isaías 64.4; II Co 12.2-4 2.4 – AS NARRATIVAS NEM SEMPRE ENSINAM DE FORMA DIRETA  Frequentemente ilustram aquilo que é ensinado em outros trechos. Um ensino implícito que se encaixam no ensino explícito das Escrituras. Isto é eficaz em produzir o aprendizado espiritual  Ex: Davi e Bate-Seba (II Samuel 11). Adulterar e assassinar foram atos errados do rei Davi, mas estão explícitos em Êxodo
  • 59. III – A HERMENÊUTICA DA LITERATURA POÉTICA E DOS PROFETAS  Observaremos a hermenêutica da literatura poética e das profecias no Antigo Testamento 3.1 – A LITERATURA POÉTICA  O poema era utilizado nas culturas orientais como meio de preservar a história dos povos. Em Israel, a poesia era apreciada como meio de aprendizagem  A composição dos poemas se dava por meio de um ritmo, chamado métrica, e de uma estrutura, chamada paralelismo. Deus se utilizou desse estilo para falar ao seu povo, numa época em que ler e escrever eram habilidades raras. Memorizar e relembrar coisas compostas em poesia era fácil para os judeus
  • 60.  A POESIA HEBRAICA CONTÉM PARALELISMO  Os poemas eram palavras inspiradas por Deus através do coração do poeta.  A natureza da poesia hebraica sempre envolve paralelismo, e uma das formas de expressão é o paralelismo sinonímico (em que a segunda linha repete ou reforça a ideia da primeira linha). Expressam a intenção do poeta.  Salmo 114.1: “Quando Israel saiu do Egito, / e a casa de Jacó de um povo bárbaro”  Paralelismo antitético (ideia da primeira linha é apresentada na segunda, pela evocação da ideia contrária, oposta)  Salmo 30.5: “Pois a tua ira dura só um momento/ Mas no seu favor está a vida / o choro pode dura uma noite / mas a alegria vem pela manhã
  • 61.  A LITERATURA POÉTICA É COMPOSTA DE POEMAS MUSICAIS  Um poema musical tem a intenção de apelar às emoções mais do que escritos narrativos, ou uma seção da Lei.  Os Salmos são poemas musicais. Não se esqueça, os Salmos não são um sistema de doutrinas. Mesmo abordando questões de forma musical e poética não se pode interpretar racionalmente tomando de forma literal os termos usados  Salmo 18.6-8. Davi entoa esse cântico ao Senhor pela vitória sobre seus inimigos e utiliza termos da poesia para relatar como se deu a intervenção divina  O VOCABULÁRIO DA LITERATURA POÉTICA É EM GRANDE PARTE METAFÓRICO  Devemos atentar para as metáforas e buscar sua verdadeira intenção  Salmo 114.4 “os montes saltam como carneiros” – mostram uma forma de louvar ao Senhor pelos milagres que ocorreram no
  • 62.  Deus: pastor/ fortaleza/ escudo / rocha/. Deve-se buscar sua compreensão e o seu significado  É necessário não forçar as metáforas, nem entendê-las literalmente  Uma incapacidade de apreciar a linguagem simbólica e de traduzir as noções mais abstratas da literatura poética pode levar a pessoa a aplicar erroneamente essas figuras de linguagem 3.2 – INTERPRETANDO OS TEXTOS PROFÉTICOS  Os livros proféticos compõem a maioria entre as categorias existentes na Bíblia. São quatro Profetas Maiores e doze Profetas Menores. Tratam-se dos textos mais difíceis de serem interpretados ou lidos com entendimento. A causa disso diz respeito à falta de clareza quanto à sua função e forma
  • 63.  AS PROFECIAS NÃO ERAM SOMENTE PREDIÇÕES DE UM FUTURO DISTANTE  Na maioria dos dicionários, profecia significa “prenúncio ou predição daquilo que está por vir”. Assim, muitos leem textos proféticos atentando sempre para o fim dos tempos, como se a predição de eventos muitos distantes dos seus próprios dias fosse a principal preocupação dos Profetas  Os profetas eram pessoas que acompanhavam diariamente a realidade do povo. Suas mensagens eram de: exortações, denúncias contra o sistema corrupto instaurado, consolo ao povo sofrido, anunciavam o futuro (usualmente, o futuro imediato de Israel, Judá e nações circunvizinhas)  Os tempos que para eles ainda eram futuros, para nós são passados  Materiais de apoio nos ajudam a interpretação no contexto  Dimensão maior, contexto em que o Profeta viveu;  Dimensão específica, contexto de uma única profecia
  • 64.  O CONTEXTO GERAL DAS PROFECIAS  Os dezesseis livros proféticos do AT provêm de um período relativamente pequeno em relação a todo panorama histórico de Israel (760 – 460 a.C)  Concentra-se um registro profético de três séculos entre Amós e Malaquias. Foi um período dado ao povo para que observasse a Aliança. Essa era uma tarefa do Profeta  Contexto: transtornos políticos/ militares / econômicos e sociais sem precedentes / infidelidade e desrespeito fora do comum para o a aliança mosaica / mudança das populações e das fronteiras nacionais  760 a.C. Israel era uma nação dividida entre Reino do Norte e
  • 65.  Reino do Sul: centro religioso = Jerusalém / capital: Jerusalém  Reino do Norte: centro religioso = Betel / capital: Samaria. O pecado crescia desenfreadamente. Destruído pelos assírios como predisse Amós e Oséias  O Sul foi advertido por Isaías, Jeremias, Joel, Miquéias, Naum, Habacuque e Sofonias. Não se arrependeu, por isso foi destruído pelos babilônios  Profetas do pós-exílio: Ezequiel, Daniel, Ageu, Zacarias e Malaquias  VEJAMOS O MAPA DA PALESTINA
  • 66.
  • 67.  O CONTEXTO ESPECÍFICO DAS PROFECIAS  Deus usou os profetas num determinado lugar, tempo e circunstancias específicas  Um conhecimento da data, do público e da situação contribui substancialmente para a capacidade do leitor compreender o texto profético  EX: Oséias 5.8-10. data é 734 a.C. e o público são os judeus do Norte. A mensagem era dirigida a certas cidades no caminho da capital de Judá, Jerusalém, para o centro do falso culto israelita, Betel. A situação é de guerra. Judá se aliou à Assíria e contra- atacou o Norte, por este com a Síria ter invadido Judá.
  • 68.  Oséias anuncia o castigo tanto para cidades do Norte como para do Sul (v.8). A destruição será certa (v.9). Deus castigará por esse ato de guerra e idolatria  Conhecer esses fatos da profecia de Oséias 5.8-10 ajudou a compreender o texto. Nem sempre esta tarefa é fácil  Nem todos os textos proféticos nos levarão ao tempo em que eles foram proferidos  Em Ageu e nos primeiros capítulos de Zacarias, cada profecia tem sua data. É necessário o intérprete ter o auxílio de um Manual Bíblico  AS FORMAS LITERÁRIAS DA MENSAGEM PROFÉTICA  A Bíblia é composta de vários estilos literários. Os Profetas tinham um modo peculiar de transmitir suas mensagens. Eles se utilizaram de termos usuais da sua época a fim de tornar claro o oráculo de Deus ao povo
  • 69.  Termos jurídicos: Deus = um juiz num processo jurídico contra o réu, Israel (Isaías 3.13-26). Veja o cenário de um processo jurídico  O tribunal é convocado e o processo é instaurado (vv. 13-14). A acusação: (vv. 15-16). Pelas provas, o réu é culpado, sai o veredicto da condenação.  Essa alegoria é um modo dramático de comunicar a Israel o seu pecado e o castigo como consequência  “Ai”: palavra que os israelitas exclamavam quando enfrentavam a desgraça ou a morte, ou quando lamentavam num enterro. Nenhum israelita deixaria de perceber a relevância do emprego daquela palavra (Habacuque)  Promessas: onde houver profecias acerca do futuro, se verá mudanças radicais, e haverá a menção de bênçãos. O futuro: era comum o termo “naquele dia”. Mudanças radicais: enfatizavam a restauração do trono de Davi. Bênçãos: o retorno do Exílio, incluindo a vida, saúde, prosperidade, abundância agrícola, respeito e segurança (Joel)
  • 70. IV – INTERPRETANDO OS EVANGELHOS  Todo intérprete deve atentar para alguns detalhes: primeiro, os escritores escreveram acerca do ministério de Jesus vivendo em um contexto judaico, no entanto, fortemente influenciado pelos gregos e romanos. Segundo, mesmo escrevendo sobre basicamente o mesmo assunto, percebe-se algumas diferenças de detalhes que não passam despercebidos ao leitor  Propósito: narrar os fatos acerca de Jesus com o objetivo de mostrar ser ele o Messias prometido de Deus, o Cristo (Ungido)  Tinham um público em mente que deveria ser alcançado com seus escritos.  O intérprete tem a árdua tarefa de captar o máximo possível da intenção dos autores, bem como o entendimento dos leitores das primeiras cópias dos seus escritos
  • 71. 4.1 – AS CARATERÍSTICAS DOS EVANGELHOS  Os escritores tiveram características particulares que podem claramente ser percebidas nos termos utilizados e no destinatário dos seus escritos  Mateus: vida e ministério de Jesus mostram ser ele o Messias, o Cristo, herdeiro do trono de Davi. (Mt 1.1). Ele usa o termo “reino de Deus”, “reino dos céus” para enfatizar a realeza do Messias. Para atingir seus leitores ele cita frequentemente instituições judaicas  Marcos: o primeiro a ser escrito. Cristo é o “Servo” a fim de encorajar os irmãos romanos em meio as perseguições. (Mc 8.34). Uso de termos que indicam ação, uso próprio do militarismo romano  Lucas: autor não-judeu. Grego erudito. Cristo é o “Homem Perfeito”. Alvo eram os gregos. Lucas dá detalhes minuciosos dos últimos dias de Cristo, de sua morte e ressurreição que os demais não deram, por ser médico e especialista em observar traços
  • 72.  João: Cristo é o “Filho de Deus”. É o mais teológico de todos os Evangelhos. A intenção primordial de João é enfatizar a Divindade de Cristo. As primeiras palavras destacam o papel do Unigênito de Deus na criação do mundo e na execução do plano redentor.  o uso do termo “Eu Sou” nas afirmações de Cristo; relato de vários milagres, são provas suficientes de que Jesus era, de fato, o Deus Encarnado.  Propósito joanino: João 20.30-31 4.2 – FIGURAS DE LINGUAGEM NOS EVANGELHOS  Nos Evangelhos, por diversas vezes os escritores transcreveram as palavras de Cristo. Frequentemente, Jesus ensinava por parábolas, mas ele utilizou diversas formas de ensino.
  • 73.  Ex: Mateus 5.29-30  O propósito de Jesus era de ensinar seus seguidores a tirar das suas vidas aquilo que os induzia ao pecado  Estejamos atentos para as figuras de linguagens e não vamos interpretá-las literalmente. Esteja munido de um dicionário bíblico, etc. 4.3 – ESTUDANDO PARALELAMENTE OS EVANGELHOS  Nenhum evangelista pretendeu que seu Evangelho fosse lido paralelamente com os demais  É de suma importância vermos os textos dos Evangelhos de forma horizontal. Pois a existência de quatro livros que narram o mesmo assunto, significa que não devem ser lidos totalmente isolados  Os textos paralelos nos fornecem uma percepção dos aspectos que distinguem cada Evangelho, características similares e fontes de consulta dos autores
  • 74.  Apresentam auto grau de semelhança verbal Mateus, Marcos e Lucas  Jesus falava em aramaico, e a escrita foi em grego, sendo livre a ordem das palavras nas compilações  Concordância: Mateus com marcos 59% / Mateus com Lucas 44% / Lucas com Marcos 40%  Marcos escreveu primeiro seu Evangelho. Tornou-se fonte de pesquisa para Lucas e Mateus. Usaram outras fontes acerca da vida de Jesus  As histórias em comum raramente são apresentadas na mesma ordem nos dois Evangelhos. Talvez nenhum deles teve acesso aos escritos do outro.  Observemos alguns detalhes semelhantes na tabela do próximo tópico:
  • 75. Mateus 24.15-16 Marcos 13.14 Lucas 21.20-21 Quando, pois, virdes Quando, pois, virdes Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próximo a sua O abominável da desolação de que falou o profeta Daniel O abominável da desolação Devastação No lugar santo Situado onde não se deve estar (quem lê, entenda), (quem lê, entenda), Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes Então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; • Tais palavras acima foram pronunciadas no Sermão Profético, exatamente na mesma sequência em todos os três Evangelhos. Marcos queria uma reflexão de seus leitores a cerca do que Jesus queria dizer “o abominável da desolação situado onde não deve estar”. Mateus, pelo Espirito Santo, tornou as palavras mais explícitas: “o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel”, e “onde não de seve estar” era “no lugar santo”. Lucas, tendo leitores gentios, relatou da seguinte maneira: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação”.
  • 76. 4.4 – AS NARRATIVAS NOS EVANGELHOS  Alguns eruditos destacam o aspecto histórico dos Evangelhos. Na verdade, as narrativas tendem a funcionar de várias maneiras no entendimento dos evangelistas.  As histórias dos milagres: o alvo não são as lições de moral, ou para servir de precedentes; funcionam como ilustrações vitais do poder de Cristo instaurado no Reino.  Mesmo ilustrando a fé, o medo ou fracasso de modo indireto, essa não é a sua função primária.  A história de Mc 10.35-45, está inserida num contexto de ensino em que a própria história serve como ilustração daquilo que está sendo ensinado. Isto não significa que todo seguidor deve vender todas as suas posses. A lição é outra, é difícil se desprender dos bens materiais quando estes são muitos na posse de um ser humano  Veja o contexto dos “perdidos e achados” de Lucas 15
  • 77. V – A HERMENÊUTICA DAS EPÍSTOLAS  A carta era um meio de comunicação usual nos primeiros séculos.  Geralmente composta de seis partes: o nome do escritor, o destinatário, a saudação, oração – um desejo ou ações de graças, o corpo e a saudação final.  A Igreja Cristã utilizou esse recurso para circular orientações da parte dos apóstolos.  Nota: tipo de literatura muito comum no império romano. A carta é mais curta em seu conteúdo e tem um caráter pessoal. A epístola consiste de variedade de temas, abordados de maneira sistemática, na forma de uma circular dirigida a várias comunidades. A Epístola aos Gálatas, por exemplo, é dirigida às igrejas da Galácia. Entretanto, a prática de algumas igrejas de usarem coletivamente cartas menores dirigidas a indivíduos (a carta de Paulo a Filemom, lida e conservada pela igreja de
  • 78. 5.1 – AS EPÍSTOLAS COMO RESPOSTAS AOS DESAFIOS DA IGREJA PRIMITIVA  A mensagem epistolar foi dirigida par atender a um problema específico que a igreja primitiva enfrentava  Foram uma resposta doutrinária e apologética aos desafios de fé dos primeiros cristãos  Foram escritas tanto no contexto do autor quanto dos receptores originais. Documentos ocasionais  As Epístolas respondem o que perguntas ocultas indagavam ou necessitavam ser corrigidas
  • 79. 5.2 – O CONTEXTO HISTÓRICO DAS EPÍSTOLAS  Cabe ao intérprete buscar informações adicionais quanto a igreja destinatária da carta, a cidade, os desafios e o momento histórico.  Necessidade de dicionário bíblico, manual bíblico e comentários  Todas foram escritas no Primeiro Século. Domínio do Império Romano  Haviam muitas cidades altamente idólatras (Éfeso e Corinto) fluxo intenso de pessoas. As religiões pagãs usava da exploração comercial  Quanto mais a igreja crescia, mais desafiador tornava-se o ensino da verdade
  • 80. 5.3 – MÉTODOS DE ESTUDOS DAS EPÍSTOLAS  Ler a carta inteira, buscando uma visão panorâmica  Fazer anotações com referências dos pontos principais da carta  Exemplo da Exegese: O que pode ser percebido acerca do destinatário, de quem se trata, seus problemas, suas atitudes, etc. As atitudes do escritor Quaisquer informações mencionadas quanto à ocasião específica da carta As divisões lógicas da carta  I Coríntios: Os crentes de Corinto são principalmente gentios, embora haja também judeus (6.9-11); gostam muito do conhecimento (1.18-2.5); são sectaristas, orgulhosos e arrogantes (4.18) até ao ponto de julgar Paulo (4.1-5). Eles têm grandes problemas internos, A atitude de Paulo diante da igreja de Corinto foi de repreensão (4.8-21), apelo (16.10-11) e exortação
  • 81. 5.4 – A QUESTÃO DA RELATIVIDADE CULTURAL NAS EPÍSTOLAS  Os termos utilizados (culturais ou de orientações específicas) podem ter um caráter exclusivo ao contexto vivido pelo escritor e seu destinatário original  Use o bom senso ao distinguir as situações  Epístolas: documentos ocasionais do Séc. I, condicionados pela linguagem e cultura desse período, que falavam para as situações vivenciadas naquela época  Há situações específicas e restritas e com inválidas aplicações pessoais para os nossos dias  A doutrina teológica é universal: “todos pecamos” e “pela graça somos salvos”. Isto é, ainda é válido para nossos dias e o futuro  Como as respostas aos problemas do séc. I falam aos cristãos do séc. XXI? Busque o significado original do texto para os primeiros ouvintes. Analise o princípio espiritual que é o cerne do que se escreveu.
  • 82.  Cuidados: quanto à relativização cultural dos ensinos sagrados.  Ex1: o âmago central da Bíblia: o pecado levou à queda toda a humanidade, pela graça de Deus, o Unigênito encarnou-se e consumou a obra redentora por intermédio da sua expiação e ressurreição.  Ex2: o que é inerentemente moral e tem testemunho de toda a Escritura. Pecados: idolatria, embriaguez, homossexualismo, furto, avareza, etc. são sempre errados em quaisquer cultura.  O que não é inerentemente moral: o ósculo santo, mulheres usando véu quando oram ou profetizam, celibato, ensino por mulheres dentro da igreja. Todavia, torna-se assim, quando o seu uso ou abuso em determinados contextos envolve desobediência e falta de amor
  • 83. UNIDADE III SEGUINDO REGRAS NA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA I – A RESPONSABILIDADE DO INTÉRPRETE DAS ESCRITURAS  O intérprete deve ser cônscio de que ele está lidando com o Livro que determina o destino dos seres humanos  Disciplina espiritual: devemos colocar em prática o que lemos e aprendemos  Espírito humilde, trato com a Palavra em reverência e respeito, reconhecendo Seu Autor. Buscar o máximo esforço no estudo diligente de interpretar corretamente a “revelação de Deus”
  • 84. 1.1 – O AUXÍLIO DO ESPÍRITO SANTO AO INTÉRPRETE DAS ESCRITURAS  “a mente carnal tende à inimizade contra Deus” (Rm 8.7)  A ação do Espírito Santo sobre a mente do intérprete das Escrituras é o fator mais importante a ser considerado  O homem necessita da iluminação espiritual para compreender a intenção de Deus expressa na sua Palavra (I Co 2.14)  Compreender não significa entender com o intelecto, e sim por experiência  A experiência é fruto da regeneração pelo Espírito Santo  Apatia e arrogância são obstáculos para o entendimento espiritual  2 Pedro 1.21. O Espírito Santo é o autor das verdades eternas  João 16.13. O Espírito Santo é quem nos guia em toda a Verdade  O Espírito Santo conduz o cristão através do estudo sistemático da Bíblia à verdade de Deus, não por vislumbre intuitivo e repentino sobre o sentido do texto (outra revelação
  • 85. 1.2 – CUIDADOS NECESSÁRIOS QUANTO À INTERPRETAÇÃO BÍBLICA  O homem é inclinado ao erro, torna-se resistente àquilo que é correto. Torna-se incapaz de julgar o que é certo e errado  Interpretação correta das Escrituras: ferramenta para a pregação e para a apologia  Cuidado de não aceitar tudo o que se lê e se ouve ingenuamente sem avaliar o conteúdo e a fonte. Devemos ouvir, analisar e avaliar  Há pessoas de mentes cauterizadas já pelos falsos ensinos  A verdade ensinada pode desconstruir paradigmas estabelecidos erroneamente ao longo do tempo. A Bíblia é o critério de nosso julgamento entre certo e errado  Quem estuda a Palavra deve estar ciente do confrontamento de seus posicionamentos ideológicos a fim de aprender a real verdade do texto
  • 86. 1.3 – O INTÉRPRETE E A LEITURA DIÁRIA DAS ESCRITURAS  A leitura bíblica casual e superficial pelo intérprete não o fará absorver as instruções e profundas lições contidas na Palavra  Perseverança e paciência se requer para extrair as riquezas espirituais contidas nas Escrituras Sagradas (At 17.11)  Leia toda a Bíblia a fim de obter dela um maior entendimento  O NT é mais fácil interpretá-lo do que outros livros do AT, assim como os Evangelhos em relação as Cartas Paulinas (que trazem ensinos doutrinários mais complexos)  Não se pode ensinar o que não se estuda e não se sabe compreender corretamente  O devocional torna-se imprescindível. Isto é, leitura diária permanente por parte de quem ensina.
  • 87. 1.4 – O INTÉRPRETE E A EXPOSIÇÃO DAS SAGRADAS ESCRITURAS  Deve ser prudente no sentido de restringir sua interpretação e aplicação ao que o texto realmente fala. Sem esse cuidado, pode-se provocar sérias distorções doutrinárias, e por conseguinte, pessoas aprendendo erros como verdades incontestáveis  A Bíblia é simples e de fácil compreensão, necessitando apenas de explicações mais detalhadas em textos vagos ou polêmicos  Cabe ao intérprete alicerçar seus ouvintes sobre os sólidos princípios das Escrituras (Neemias 8, exemplo de Esdras)  Estudos e pregações: esteja atento na escolha dos tópicos e trechos bíblicos. Partir de pontos de fácil entendimento  Textos proféticos são polêmicos e oferecem várias dificuldades para uma clara interpretação  Os ensinos bíblicos devocionais são compreensíveis (Jo 3.36). O texto deixa claro a revelação de Deus por intermédio de Jesus Cristo
  • 88. II – FATORES DETERMINANTES SOBRE A INTERPRETAÇÃO BÍBLICA  O exercício de interpretar a Bíblia corretamente deve ser submetido a regras necessárias que facilitam o caminho do leitor. 2.1 – CUIDADO QUANTO AO USO DAS APLICAÇÕES  A interpretação começa com a compreensão do sentido real do texto, o que ele de fato quer dizer  Em seguida, tendo o texto em mãos, perguntar como essa passagem bíblica foi aplicada aos primeiros leitores? (aplicação primária)  Como esse texto se aplica à minha vida? (aplicação secundária)  Existe um sentido profético e escatológico nesse texto? (aplicação profética)
  • 89.  APLICAÇÃO PRIMÁRIA  É o significado histórico dos textos sagrados e se restringe ao momento da história em que o escritor escreveu o texto  Ex: A Tanach foi escrita para o povo judeu. Contém todo o código de instruções para a vida civil, moral, social e religiosa da nação judia  A expressão “fala aos filhos de Israel” é encontrada em mais de 20 vezes somente em Levítico (instruções divinas para Moisés falar ao povo no seu modus vivendi)  O VT se refere a nação israelita: atividades, desafios históricos, limitações geográficas e religiosidade  O NT: a pessoa de Jesus é o centro, instruindo as multidões, anunciando a chegada do Reino de Deus aos judeus e a todos que aceitassem sua mensagem  Os Apóstolos deram continuidade a esses ensinamentos  As Cartas às igrejas da Ásia e Apocalipse revelam as possíveis características de cada cidade mencionada em sua realidade histórica
  • 90.  APLICAÇÃO SECUNDÁRIA  O conteúdo das Escrituras Sagradas abrange todas as épocas (Salmos 119.89; Is. 40.8)  Esta aplicação alude a todos os períodos da história desde quando as Escrituras foram escritas  Pecados de rebelião dos hebreus, idolatria, atos imorais humanos abomináveis para Deus como depravação, homicídios, guerras, promiscuidade são fortemente combatidos no AT e no NT  Em nosso tempos tais práticas continuam sendo pecado e abomináveis  Os princípios sagrados devem ser aplicados à nossa realidade  Gênesis já revelava explicitamente o caráter santo de Deus  Em Êxodo o povo é chamado para viver em santidade. Isso não se limita a um período da história  Legalismo como obras necessárias à salvação foram combatidas por Paulo em Gálatas. Ainda hoje há pessoas e igrejas que creem assim
  • 91.  APLICAÇÃO PROFÉTICA  Aplicação primária = sentido histórico do texto  Aplicação secundária = significado do texto para a vida atual  Aplicação profética = se refere à realidade futura  Poderá haver as três aplicações em um só texto bíblico, em certas situações  Há passagens do AT que indicam o seu cumprimento no NT. Porém vão além dos escritos neotestamentários  Ex: a promessa de Joel do derramar do Espírito Santo se cumpriu em At 2.1-18. Profecia dada 8 séculos antes do Pentecostes. Ainda hoje cumpre-se essa promessa ao longo da história  Mateus 24 abrange a três aplicações. O sermão profético apontava para a destruição de Jerusalém no ano 70, o Arrebatamento da Igreja e ainda relata o fim e a Parousia após a Grande Tribulação
  • 92. 2.2 – A REGRA FUNDAMENTAL DA HERMENÊUTICA E SUA APLICAÇÃO  A principal regra é simples e prática, no entanto, fundamental para a correta interpretação da Palavra de Deus: A Bíblia é sua própria intérprete  OS PERIGOS DA FALTA DE USO DA REGRA FUNDAMENTAL  A falta de conhecimento ou integridade por parte dos “falsos mestres” ao ensinarem a Palavra fora do sentido geral da própria Palavra, induzem muitos ouvintes ao erro.  Não se pode dar explicações pessoais aos textos sagrados, haja vista que, tem que se observar que a própria Palavra fornece guias para a sua reta interpretação. Quando isso não acontece criam-se falsas seitas e diversas religiões com falsos ensinos: Mormonismo, Só Jesus Testemunhas de Jeová, Ciência Cristã, Espiritismo, Universalismo, etc
  • 93.  OS BENEFÍCIOS DO USO DA REGRA FUNDAMENTAL  Quem compreende que a Bíblia se explica por si mesma terá mais possibilidade de descobrir qual o verdadeiro significado dos textos sagrados  Nenhuma doutrina bíblica é construída sobre um só versículo apenas. Deve-se considerar outros textos que falem do mesmo tema antes de tomar uma posição doutrinária  O desejo de Deus é que nós conheçamos e entendamos sua Palavra, seus desígnios e planos. O desejo do Espírito Santo é nos guiar na verdade e nos conduzir ao verdadeiro entendimento da Palavra de Deus  É um dever apresentar os ensinos da Bíblia na sua integridade e verdade, não torcendo ou ajustando ao pensamento pessoal
  • 94. III – A PRIMEIRA E A SEGUNDA REGRA FORMAL DA HERMENÊUTICA E SUA APLICAÇÃO  A hermenêutica propões cinco regras simples e práticas para a correta interpretação da Bíblia Sagrada. 3.1 – A PRIMEIRA REGRA FORMAL E SUA APLICAÇÃO  “Enquanto for possível, devemos tomar as palavras e trechos bíblicos no seu sentido comum e popular”.  Leva em consideração que a maioria dos escritores da Bíblia escreveu para pessoas simples que tinham atividades comuns diariamente  Sentido comum e popular ≠ sentido literal  Expressões idiomáticas que interpretadas literalmente perdem o seu sentido original
  • 95.  EMPREGANDO A PRIMEIRA REGRA EM ALGUMAS REFERÊNCIAS BÍBLICAS  Gn. 6.12: “Porque toda carne havia corrompido o seu caminho...”. Qual o significado desse texto? Aqui, tomado do sentido comum e repetido várias vezes na Bíblia, entendemos “carne” como “pessoas”, “seres humanos” / “caminho” como “comportamento”, “maneira de viver”, veja agora em Isaías 53.6; Rm 3.12  Ez 3.1: Deus ordena ao profeta “comer o rolo de um livro”, e o profeta afirma que “comeu”. No v.10 é explicado o termo quando o profeta deveria “receber em seu coração todas as palavras do Senhor”  Nota-se que as palavras são consideradas ao mesmo tempo um modo de falar popularmente e também um hebraísmo, ou seja, uma expressão idiomática comum aos israelitas
  • 96.  CUIDADO QUANTO AO USO DA PRIMEIRA REGRA  Uma observação necessária é o termo formal “sempre que possível”. Nem sempre as palavras poderão ser tomadas no seu sentido comum e popular  A palavra “comer” em Ezequiel 3, é uma expressão idiomática, mas em Lc 24.43, a palavra “comer” sem dúvida, nesse texto é literal. Em Nm 16.32, a expressão “a terra abriu a sua boca e devorou...” trata-se de um texto figurado, com significado simbólico  I Co 15.31: Paulo declara “dia após dia eu morro”. Tal expressão não pode ser literal. É uma expressão em linguagem figurada: “eu não vivo mais para o mundo e seus prazeres. Somente vivo pela fé em Cristo”. Compare Rm 7.8- 13; Gl 2.19,20  Embora a primeira regra elucide alguns textos, ela não pode ser utilizada aleatoriamente
  • 97. 3.2 – A SEGUNDA REGRA FORMAL E SUA APLICAÇÃO  “Sempre se deve tomar as palavras bíblicas no sentido indicado pelo conjunto da frase”  Há palavras nas Escrituras cuja definição variam de acordo com o conjunto da frase (texto no contexto / sentido e significado)  EMPREGANDO A SEGUNDA REGRA EM ALGUMAS REFERÊNCIAS BÍBLICAS  Entendemos a palavra “salvação” imediatamente à Obra Redentora no Calvário, que nos trouxe perdão dos pecados. Todavia, essa mesma palavra no grego tem vários significados: libertação, livramento, preservação, tirado do perigo, escape de castigo, liberdade temporal, a revelação do Evangelho, etc.  Vejamos o termo em outras passagens bíblicas: At 7.25 (ARA): salvação = liberdade temporal / Rm 13.11: salvação = vinda de
  • 98.  As Escrituras articulam três aspectos da salvação: a pessoa é perdoada dos seus pecados e regenerada pelo Espírito Santo no ato da conversão (Tt3.5-6; I Jo 1.9); o pecador é salvo do castigo eterno  Segundo aspecto: acontece após a conversão e a transformação de vida. O salvo torna-se livre do poder do pecado, através do domínio do Espírito Santo sobre ele (Rm 6.14). Mesmo se vier a pecar, sua atitude é buscar o perdão imediato e o restabelecimento da comunhão com Cristo  Terceiro aspecto: escatológico. Aponta para o futuro da igreja, quando definitivamente seremos salvos da presença do pecado. Algo que se dará no momento do Arrebatamento (Rm 13.11; I Co 15.51-54)  CUIDADO QUANTO AO USO DA SEGUNDA REGRA FORMAL  O intérprete atento deve observar criteriosamente palavras- chaves no texto. Essas palavras dão sentido ao pensamento
  • 99.  Uma vez encontrados os termos enfáticos no texto, devemos atentar para o conjunto da frase e perceber o verdadeiro sentido das palavras-chaves  “graça”, palavra frequentemente enfatizada no NT. Tem vários sentidos.  Ef 2.8: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”. O termo grifado, pelo conjunto da frase, significa “pelo favor imerecido de Deus somos salvos”. (I Jo 1.16)  Ester 2.9: “graça” significa “privilégios”; Colossenses 3.15: “graça” significa “agradecimento”. (Mt 11.25); Atos 4.33: “graça” significa “fraternidade de amor”; Atos 13.43: “graça” significa “os ensinos do Evangelho”; Romanos 5.20: “graça” significa “perdão”  “debaixo da lei” e “debaixo da graça”: estar “debaixo da lei” era estar sob domínio da lei veterotestamentária, código de leis que deveriam ser observados, e estar “debaixo da graça” é estar sob o domínio de Cristo e se apropriar do seu sacrifício como meio suficiente para a salvação. (ambos se referem a
  • 100. IV – A TERCEIRA E A QUARTA REGRA FORMAL DA HERMENÊUTICA E SUA APLICAÇÃO 4.1 – A TERCEIRA REGRA FORMAL E SUA APLICAÇÃO  “Sempre se deve consultar o contexto, isto é, os versículos ou capítulos que procedem e seguem o trecho em questão”  É necessário consultar os versículos ou até mesmo os capítulos que antecedem e precedem o texto-chave  Regra do bom senso  EMPREGANDO A TERCEIRA REGRA EM ALGUMAS PASSAGENS BÍBLICAS  Mt 13.3-8: Parábola do Semeador. A linguagem é clara e parece permitir várias interpretações. Os vv. 18 a 23 explicam a mesma
  • 101.  “Em verdade vos digo que alguns dos que aqui se encontram, de maneira nenhuma provarão a morte até que vejam o Filho do Homem no seu reino”. (Mt 16.28; Mc 9.1; Lc 9.27) O que Jesus queria dizer com tais palavras? Sabemos que todos os discípulos morreram  A explicação está nos versículos seguintes (Mt 17.1,2; Mc 9.2; Lc 9.28). Três apóstolos viram o Jesus Glorificado conversando com Moisés e Elias na transfiguração diante deles. O contexto esclarece e explica a declaração de Cristo  A que “mistério de Cristo” Paulo estava se referindo em Efésios 3.4? No versículo anterior ele declara: “foi me dado a conhecer o mistério”. O contexto esclarece, mais adiante nos versículos 5 e 6 (Rm 16.25,26)  Há muitas passagens alegóricas que contêm sua própria explicação no contexto. João 6.31-35: ensino sobre o pão, acerca do maná, alimento dos filhos de Israel no deserto. Porque abordara esse assunto? Porque a multidão havia participado do milagre da multiplicação dos pães e peixes. Jesus aproveitou para ensinar sobre o verdadeiro pão que
  • 102.  CUIDADO QUANTO AO USO DA TERCEIRA REGRA FORMAL  Existem alguns cuidados (detalhes) necessários a se observar nessa regra  Primeiro: algumas passagens bíblicas contêm parênteses que dão uma explicação ao assunto. Às vezes, colocados em textos longos e que nem sempre são perceptíveis em toda a Bíblia. Efésios 3, o parêntese vai do v.2 até o último vv, somente retorna ao assunto no início do cap. 4. outros ex: Ef 2.14-18; Rm 2.13-16  Segundo: refere-se a um cap. ou vv que começa com uma conjunção, como mas, porque, porém, pois, assim, sendo que, portanto, entretanto, por esta razão, a fim de, de sorte que, visto que, etc. ou indica que a próxima declaração depende de alguma forma do assunto anterior. Deve-se consultar a passagem bíblica que a precede e a antecede para a devida interpretação  Terceiro: certos cap. Da Bíblia estão unidos sem
  • 103. 4.2 – A QUARTA REGRA FORMAL E SUA APLICAÇÃO  “Sempre levar em consideração o desígnio ou objetivo de livros ou passagens bíblicas que apresentam expressões ou ensinamentos obscuros de difícil entendimento”  Quando uma declaração, ou ensino na Bíblia Sagrada, apresenta certa dificuldade na compreensão, podemos encontrar sua interpretação considerando o objetivo geral e a finalidade daquele livro ou texto: o autor, época e contexto histórico, destinatário (quem escreveu? Em que época escreveu? Sob quais circunstâncias? Para quem escreveu?)
  • 104.  EMPREGANDO A QUARTA REGRA EM ALGUMAS PASSAGENS BÍBLICAS  Uma das dificuldades dessa regra é descobrir o desígnio e propósito de um livro da Bíblia  Algumas passagens indicam o propósito do livro: II Tm 3.16,17; Jo 20.31; I Co 10.1-11 e I Jo 2.12-14  O intérprete deve atentar para o estudo minucioso de um livro sagrado visando discernir o propósito deste e para compreender e explicar passagens obscuras na sua interpretação  A questão de João 8. A mulher pega em adultério. Os acusadores queriam a aplicação da Tanach, todavia, o vers. 6 revela o verdadeiro motivo obscuro dos fariseus. Jesus utilizou o episódio para revelar a hipocrisia religiosa e a pecaminosidade dos acusadores  A questão de Lucas 10.25-37. A parábola do Samaritano. O objetivo da parábola era revelar a resposta da indagação: “quem é o meu próximo?”
  • 105.  UTILIZANDO A QUARTA REGRA PARA ENTENDER OS ESCRITOS DE PAULO E TIAGO  Parece haver certa contradição entre Romanos, Gálatas e Tiago (dirigida aos judeus cristãos da diáspora). Importante: Tiago redigiu a carta primeiro que Paulo e sob circunstâncias totalmente diferente  Epístola aos Romanos: Paulo nunca visitou Roma. As informações dessa igreja eram oriundas de notícias. Era uma igreja de gentios e judeus, daí haver certa polêmica doutrinária (observância da Lei do Sinai) entre os cristãos. Paulo expôs o assunto tanto pela ótica judaica como pela ótica gentílica. A salvação não é pela guarda da Lei, mas pela Obra expiatória de Cristo  Igreja da Galácia: Paulo ensinou-os enfatizando a liberdade cristã. Os judaizantes foram o problema. Ao saber sobre os desvios doutrinários, Paulo redigiu sua epístola para adverti-los dos perigos dos falsos ensinos  Romanos e Gálatas: é a fé que justifica o cristão e não as obras.  Tiago: cristãos foram além da sua liberdade em Cristo, esqueceram de produzir boas obras, não pela Lei Mosaica, mas pelo fato de serem seguidor de Cristo e de seus ensinos. Nossas boas obras
  • 106. V – A QUINTA REGRA FORMAL E SUA APLICAÇÃO  “Sempre se deve consultar passagens paralelas”  Uma doutrina bíblica, para ser estabelecida, deve ser apoiada pela repetição segura em outros textos das Sagradas Escrituras  Seu valor e necessidade: disciplina o hermeneuta a comparar textos e o ajuda a esclarecer passagens obscuras  Esta regra se divide em três partes: paralelas de palavras, paralelas de ideias e paralelas de ensinos gerais 5.1 – PARALELAS DE PALAVRAS  Certas palavras e frases apresentarão nas Escrituras Sagradas certa dificuldade de compreensão. Suas interpretações estarão na própria Bíblia, através de outros textos que contêm declaração ou palavras semelhantes
  • 107.  EMPREGANDO PARALELAS DE PALAVRAS EM ALGUNS TEXTOS  Mateus 7.7: “Pedi, e dar-se-vos-á...” uns entendem que num estalar de dedos tudo que alguém pedir alcançará. Seria um cheque em branco da parte de Deus para qualquer pessoa. Mas em Marcos 11.24, Jesus ensina que se tem que “pedir com fé” e necessita haver duas condições básicas: “a pessoa estar em Jesus e a Sua Palavra estar na pessoa”  A conjunção “se” revela uma condição exigida por Deus para que alguém possa reivindicar alguma promessa. Tg 4.3 diz que poderemos pedir e não receber. Que motivos nos impulsionam a pedir? Egoísmo?  I João 5.14: a vontade de Deus é que prevalecerá  Gálatas 3.37: “porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo”. Rm 13.12; devemos nos revestir das armas da luz; Col 3.8-10,12-14, devemos nos despojar do velho homem e suas concupiscências para revestir-nos do novo homem em Cristo Jesus. I Pe 3.3, ser revestido de Cristo é o
  • 108.  CUIDADOS QUANTO AO USO DE PARALELAS DE PALAVRAS  Esta regra auxilia o intérprete a compreender diversos textos que necessitam de esclarecimentos. A concordância bíblica é indispensável  Analise os termos e perceba se têm o mesmo sentido em passagens diferentes. Por motivo de tradução, alguns vocábulos, não têm mesmo significado quando utilizados em outros textos. Será preciso dispor da terceira regra  “Arrepender”: NT. 34 vezes como verbo = arrepender / 23 vezes como substantivo = arrependimento. Em sua maioria quer dizer uma mudança de mente e comportamento do pecador para com Deus. No AT aparece 35 vezes, significando uma mudança no trato de Deus para com os homens; segundo Seu justo julgamento (I Sm 15.11,35; Jn 3.9,10). O termo, às vezes, revelará o Deus que não se desviará do Seu propósito (I Sm 15.29; Sl 110.4; Jr 4.28). Apenas em cinco ocasiões no AT refere-se ao arrependimento humano
  • 109. 5.2 – PARALELAS DE IDEIAS  Havendo dificuldade a compreensão de um texto bíblico deve-se consultar outros textos que abordem o mesmo assunto  Algumas terminologias serão metafóricas: “a corrida cristã”, “o jugo de Cristo”, “armadura espiritual”, etc  EMPREGANDO PARALELAS DE IDEIAS EM ALGUNS TEXTOS BÍBLICOS  Hebreus 13.8: “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente”. Isto se refere à imutabilidade de Cristo. Sob que circunstâncias ele não muda? Aqui não se trata de circunstâncias humanas, mas que Jesus continua o mesmo em essência e nesse aspecto jamais houve mudança. Cristo é Deus, a Segunda Pessoa da Triunidade com todos os atributos divinos
  • 110.  Mateus 16.18: alguns entendem que é sobre Pedro que Cristo está edificando a sua Igreja. Todavia, outras passagens paralelas que tratam do mesmo assunto mostram claramente que é sobre o próprio Cristo que a sua Igreja está edificada. Em I Co 3.11: só há um fundamento, que é Cristo. I Pe 2.7: Cristo é a pedra de esquina  CUIDADOS QUANTO AO USO DE PASSAGENS PARALELAS DE IDEIAS  Para certificar-se de que as passagens paralelas das mesmas ideias tratam de um assunto comum, deve-se utilizar a terceira regra e consultar o contexto.  O sábado foi uma obrigatoriedade da lei mosaica. No NT Jesus provou que os líderes judaicos tinham distorcido o sentido do sábado, por isso tentavam matá-lo (Jo 5.17,18). Paulo esclarece que pela Nova Aliança o sábado não é mais uma questão obrigatória (Col 2.16)
  • 111. 5.3 - PARALELAS DE ENSINOS GERAIS  Em determinadas passagens bíblicas, uma interpretação clara das Escrituras exigirá consultar o ensino geral de toda a Bíblia sobre o assunto  Todas as doutrinas fundamentais das Escrituras são claramente ensinadas nas Escrituras: a existência de Deus, a Divindade de Cristo, a Trindade, a Salvação, o Pecado, a existência de Anjos, Demônios, céu, etc  Surgem as heresias a partir da incompreensão desses ensinos, ou por conta da linguagem bíblica ou por intenção consciente de distorcer a verdade  O equívoco de João 1.1 e Colossenses 1.15, das Testemunhas de Jeová que asseveram que cristo era apenas uma criatura de Deus  a Divindade de Cristo e afirmada por todos os escritores do NT, assim como, as narrativas do ministério terreno de Jesus
  • 112. UNIDADE IV A LINGUAGEM BÍBLICA E AS FIGURAS DE RETÓRICA I - IMPORTANTES OBSERVAÇÕES SOBRE A LINGUAGEM BÍBLICA  Na interpretação das Escrituras, o cuidado devido com a linguagem bíblica nunca pode ser ignorado. não nos é permitido, em hipótese alguma, modificar, alterar ou tirar a força e impacto dos termos bíblicos. Temos de buscar o sentido exato da terminologia bíblica e evitar inserir pensamentos pessoais
  • 113. 1.1 - O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS  Em sua maioria, as palavras que sobrevivem por longe tempo numa língua adquirem muitas denotações e conotações. Fora os seus significados literais, muitas vezes as palavras têm uma variedade de denotações vulgares. isto é, o uso comum nas conversações do cotidiano  Ex: “O muro está acabado” = o muro está concluído, completo.  Ex: “José está acabado” = José está envelhecido, esgotado e abatido  Denotações vulgares e ou técnicas: “há uma onda de coqueluche na cidade” = empregado com termo médico. “a coqueluche da cidade é andar de calças jeans desbotada” = linguagem vulgar  O vocábulo “verde”: significa literalmente uma cor. Mas metaforicamente ou conotativamente, poderá significar uma fruta ainda imadura; uma pessoa imatura e inexperiente. Sentido literal = sentido neutro / sentido metafórico = sentido pejorativo
  • 114. 1.2 – CONHECENDO OS SENTIDOS DAS PALAVRAS NA BÍBLIA SAGRADA  Literal: (ao pé da letra), figurativo (simbólico), popular (comum/usual)  As regras 2 e 3 dirão qual sentido uma palavra ou termo serão classificados ou aplicados  Ex: Mt 27.40 e Mt 16.24: “Cruz”: uso literal como um suplício aos criminosos condenados e também como uso figurativo da crucificação do nosso “eu”, da nossa vontade e d renúncia de nós mesmos em detrimento da primazia de Jesus em nossas vidas (Lc 14.27). Em Fp 3.18 a “...cruz de Cristo” refere-se aos seguidores de Jesus. Os falsos seguidores de Cristo, são de fato, inimigos de Jesus e da sua igreja  Compare e classifique as palavras das colunas baseando-se nas ref. Comer Ez 3.2,3 Lc 24.43 Nm 16.32 Templo Jo 2.19 I Co 6.19 II Co 5.1 Trevas Ef 5.8 Mt 27.45 Lc 1.79 Dormir I Ts 4.15 Mt 8.24 Sl 44.23
  • 115.  É muito importante saber se o vocábulo está no sentido literal ou figurativo  Por não haver entendimento adequado em algumas declarações de Jesus acerca da instituição da Ceia, ao partir o pão “isto é o meu corpo”, gerou fonte de divisão na Reforma  A linguagem figurativa da Bíblia se deriva especialmente dos aspectos físicos da Terra Santa, das instituições religiosas de Israel, da história do povo hebreu e da sua vida cotidiana e de vários povos que ocupam lugar de destaque na Bíblia  Ex: Salmo 51.7: “Purifica-me com hissopo, e ficarei puro”. Revela aqui um método de purificação cerimonial entre os judeus 1.3 – A INTERPRETAÇÃO DE EXPRESSÕES HEBRAICAS  Em grande parte as Escrituras foram elaboradas no ambiente cultural dos hebreus. Vê-se pela linguagem e o modo de expressar alguns pensamentos. Alguns termos serão
  • 116.  TEXTOS BÍBLICOS COM EXPRESSÕES HEBRAICAS  Figuras de linguagens nunca se emprega no sentido literal em se tratando de hebraísmo, mas no figurativo ou comum ao povo hebreu  Ex: Lc 14.26: “aborrecer aos pais”, parece contradizer o sentido literal bíblico (Mt 15.4; Mc 7.10). Como hebraísmo, a expressão “aborrecer” indica o contraste do sentimento que a pessoa deve nutrir pelos seus parentes e o sentimento por Jesus. O hebraísmo explicado: Mt 10.37  Ex: Mt 26.8: “os discípulos se indignaram” pela perda do unguento. Por João sabemos que foi um deles, Judas, que sem dúvida expressou o pensamento dos demais  Uso frequente do nome dos pais para designar seus descendentes. Salmos 14.7. A menção do nome “Jacó” é representativa, este já havia morrido. O salmista queria dizer “a nação de Israel”  Pessoas sendo chamadas por mais de um nome. O contexto identificará a que pessoa o escritor se refere (Natanael e
  • 117.  OS NOMES DE LUGARES NO MODO DE EXPRESSÃO DOS HEBREUS  Quando o leitor estuda a Geografia Bíblica, nota que várias localidades são mencionados nas Escrituras com mais de um nome Através do hebraísmo, o povo hebreu tem preservado sua cultura, que inclui expressões idiomáticas que continuam em uso nos tempos atuais  Sinai = Horebe (nomes do mesmo monte)  Etiópia. No passado foi Abissínia; para os hebreus era o país de Cuxe  Mar da Galiléia = Mar de Tiberíades, Lago de Genesaré (Mc 1.16; Jo 6.1, Lc 5.1). Outrora chamado de Mar de Quinerete (Nm 34.11)  Mar Morto = Mar da Planície, Mar Salgado, e às vezes, Mar do Leste  Mar Mediterrâneo = Mar dos Filisteus, Mar Grande (Ez 47.15; 48.28; Dn 7.2). Em Dt 11.24 é o Mar Ocidental  Nação de Israel: Terra Santa, Terra de Israel, Canaã, Palestina,
  • 118. 1.4 – A INTERPRETAÇÃO DE EXPRESSÕES GREGAS  A Bíblia contém também expressões comuns aos gregos. Essas duas culturas destacam-se e justificam-se pela grande influência que exerceram no AT e NT  A diferença de linguagem é em parte pelos escritores e pelos intérpretes. A Antiga Aliança: lida e interpretada por judeus. A Nova Aliança: alcance imediato dos gentios. Daí ser utilizável termos próprios do pensamento helênico, para tornar o Evangelho compreensível a todas as pessoas da época  Col 2.14: uma analogia entendida pelos leitores originais. Um fato comum aos gregos gentios: Quando uma pessoa contraía uma dívida no mercado ou centro comercial na época, ao pagar, o credor não somente riscava o documento da dívida com tinta vermelha, como também enviava o documento riscado para ser cravado na porta da pessoa que pagou. Essa era uma indicação de sua honestidade  Jesus cancelou a dívida que era contra nós, riscou-a e cravou-a
  • 119. II – OS SÍMBOLOS E AS TIPOLOGIAS NA BÍBLIA SAGRADA  Os escritores bíblicos influenciados pelo modo de expressão da sua época utilizaram diversas formas de comunicar as verdades eternas de Deus. Duas formas: Simbolismo bíblico: representações figurativas de eventos, pessoas ou objetos. Tipologia: instituições, eventos, pessoas, cerimônias ou eventos que representam uma realidade futura designada por Deus. 2.1 – O USO DOS SÍMBOLOS NA BÍBLIA SAGRADA  As passagens bíblicas que utilizam símbolos mostram claramente que não podem ter uma aplicação literal, e sim somente figurativa. Essa distinção é fundamental para uma interpretação correta da Bíblia  Objetos, eventos, nomes e países que são simbólicos numa passagem bíblica nem sempre são simbólicos em outras. Em Daniel 1.1 a Babilônia aqui é literal; mas a Babilônia de
  • 120.  Deve-se aceitar como símbolo somente elementos que mostram claramente a impossibilidade de ser reais ou literais 2.2 – NOMES SIMBÓLICOS NA BÍBLIA  Alguns nomes bíblicos são associados a características e comportamentos daquela pessoa ou lugar. Ex: “traição” a “Judas”. “dúvida” a “Tomé”. Tais associações não são bíblicas nem simbólicas em se tratando da hermenêutica  Nomes simbólicos na Bíblia geralmente se dão por meio de características ou atribuições da pessoa, lugar ou objeto. Ex: Egito, país do Norte da África (Gn. 41.46); a Bíblia o cita como símbolo de idolatria e de um mundo ímpio (Os 9.3)  A Bíblia e seus símbolos: Lâmpada, Espelho, Lavatório, Pão, Leite, Carne, Mel, Fogo, Martelo, Espada, Semente, Luz (Sl 119.105; Tg 1.23; Ef 5.26; Is 55.10; Hb 5.12; I Co 3.2; Ez 3.3; Jr 23.29; Ef 6.17; Lc 8.11; Sl 119.130
  • 121.  Considere os seguintes nomes e sua classificação em diferentes textos bíblicos: SIMBÓLICO LITERAL OU COMUM Abelha – reis da Assíria (Is 7.18) Abelha (Jz 14.8) Árvore – um reinado (Jz 9.8) Árvore (Gn. 1.12; Sl 1.3) Arca – Cristo (1 Pe 3.20-22) Arca (Gn. 6.14) Balança – o peso que Deus usa (Dn 5.27) Balança (Lv 19.35) Bosque – governo idólatra (Ez 20.46,47) Bosque (1 Sm 22.5) Braço – força e poder (Sl 10.15) Braço (Mc 9.36) Cadeia – a escravidão da condenação eterna (2 Pe 2.4) Cadeia (At 16.26) Cálice – beber a ira de Deus (Is 51.17) Cálice (1 Co 11.25) Cães – vigias, pastores negligentes (Is 56.10,11) Cães (Lc 16.21) O Cedro – o reinado da Assíria (Ez 31.3) Cedro (Sl 104.16) O Leopardo – inimigo cruel e terrível Leopardo (Jr 13.23)
  • 122. 2.3 – A TIPOLOGIA BÍBLICA  Tipologia é o estudo ou ciência dos tipos  Tipo: trata de uma relação preordenada que certa pessoas, eventos e instituições têm com outras pessoas, eventos e instituições correspondentes, que ocorrem numa época posterior na história da salvação.  Tipos são elementos reais que apontam uma realidade futura chamada antítipo. O antítipo sempre será superior ao tipo  A tipologia baseia-se na suposição de que há um padrão na obra de Deus através da história da salvação. Deus prefigurou sua obra redentora no AT e cumpriu-a no NT  A Epístola aos Hebreus: nos mostra a revelação progressiva e o significado espiritual das instituições do Velho Testamento que apontavam para a Nova Aliança  Tipo = realidade do Antigo Testamento  Antítipo = cumprimento dessa realidade no Novo Testamento
  • 123.  CUIDADOS NECESSÁRIOS QUANTO AO USO DOS TIPOS NA BÍBLIA  Primeiro: o antítipo é mais forte, superior que o tipo. O tipo é apenas a sombra de uma realidade encontrada no antítipo, portanto, imperfeito e inferior.  Segundo: o tipo é sempre algo terrestre, enquanto que seu antítipo pode ser terrestre ou celeste (Hb 9.24)  Terceiro: o tipo é profético, pois sempre anuncia algo futuro (Rm 5.14)  Os tipos se assemelham aos símbolos e podem até ser considerados uma espécie particular de símbolo. Há duas diferenças entre tipo e símbolo: os símbolos representam algo sem a necessidade de serem semelhantes ao aspecto, já os tipos se assemelham com uma ou mais formas, às coisas que prefiguram. A outra diferença é que os tipos apontam para o futuro, ao passo que os símbolos podem não fazê-lo  Tipologia é diferente de alegorismo  Tipologia = busca de vínculos entre os eventos históricos
  • 124.  Não há muitos tipos na Bíblia como alguns podem imaginar  Três características fundamentais dos tipos: primeiro, deve haver um ponto evidente de semelhança e analogia entre o tipo e o seu antítipo.  Segundo, deve haver evidência de que a coisa tipificada representa o tipo que Deus indicou  Terceiro, o tipo deve prefigurar alguma coisa futura  Os tipos não são bases para as doutrinas fundamentais da fé cristã  ALGUNS EXEMPLOS DE TIPOS A BÍBLIA  Grande parte da tipologia bíblica encontra-se no Antigo Testamento: o tabernáculo, o sacerdócio, os sacrifícios, são temas explicados no NT em Hebreus  Em João podemos encontrar vários tipos de Cristo: cordeiro de Deus (1.29); Templo (2.19-21); serpente de bronze levantada no deserto (3.14); a água da vida (4.14); o maná descido do céu (6.35); a rocha da água da vida (7.37,38); o pastor de ovelhas
  • 125.  Alguns tipos e seus significados PESSOA S Enoque – tipo dos santos que serão arrebatados por Cristo Eliezer – tipo do Espírito Santo que conduz a noiva de Cristo ao encontro do noivo Faraó - tipo do inimigo do povo de Deus que escraviza e causa sofrimento Rute – tipo do crente que deixa tudo para seguir a Cristo EVENTO S O levantamento da serpente no deserto - tipifica Jesus sendo levantado na cruz para a cura das nações O sacrifício de Abraão – tipifica Deus oferecendo seu Filho Unigênito A noite de páscoa – significa que os crentes são guardados na morte pelo sangue de Cristo PAÍSES Egito – tipifica o mundo de escravidão e falso refúgio Babilônia – tipifica o poder do mal, da apostasia, do orgulho, da corrupção que busca dominar o mundo ANIMAIS Cordeiro – tipo de Cristo Ovelha – tipo de crente que segue o Bom Pastor, Jesus Cristo Raposa – tipo de pessoa astuta
  • 126. III – O USO DE PROVÉRBIOS E PARÁBOLAS NA BÍBLIA  Provérbios são mais frequentes no Antigo Testamento  Parábolas são mais frequentes no Novo Testamento 3.1 – OS PROVÉRBIOS E SUA APLICAÇÃO NA BÍBLIA SAGRADA  Provérbios são expressões concisas acerca da vida no geral. Um dos maiores problemas da religião é a falta de relação prática da crença com a vida diária. Os provérbios demonstram a verdadeira religião em termos práticos  É possível a separação da vida religiosa das ações do dia a dia  OS PROVÉRBIOS NO ANTIGO TESTAMENTO  Estão redigidos em sua maior parte em forma poética, consistentes em dois paralelismos, na maioria sinonímicos,
  • 127.  Provérbios: variedades de provérbios, enigmas e ditos obscuros  Foco de Provérbios: aspecto moral da Torá  Focos específicos: sabedoria, moralidade, castidade, controle da língua, associações interpessoais, indolência e justiça  Seu propósito: Pv 1.2-6  Existe essa relação intrínseca dos provérbios com o entendimento e um modo de vida correto. Baseia-se no compromisso ético-moral de atentar aos valores eternos de Deus, reconhecendo sua soberana Vontade  Os provérbios se tornam assim meios intensamente práticos, significativos, e que inspiram m andar íntimo com Deus  OS PROVÉRBIOS NO NOVO TESTAMENTO  Jesus e também os Apóstolos utilizaram ditos comuns à sua época para refutar ideias e ensinar princípios do Evangelho. O uso de provérbios tinha o intuito de tornar clara a mensagem que os escritores intencionavam transmitir
  • 128.  Ex: “Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4.23), esse deve ter sido um dito comum em Nazaré. Referia-se a médicos atacados de enfermidades físicas, os quais tratavam de curá-las a outros. A incredulidade dos nazarenos empregou esse provérbio contra Jesus, mas o Mestre antecipadamente responde às indagações destes com outro provérbio; “Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra”.  Ex: “O cão voltou ao seu próprio vômito e a porca lavada volto a revolver-se no lamaçal” (II Pe 2.22). O Apóstolo referia-se aos mestres apóstatas e reincidentes, que estavam prejudicando a fé dos membros da igreja  CUIDADOS QUANTO À INTERPRETAÇÃO DOS PROVÉRBIOS  Os provérbios não devem ser estendidos para além do seu sentido específico, intencionado pelos escritor. A falta de cuidado com a forma de ser objetiva e direta dos provérbios, inevitavelmente leva o intérprete a aplicá-los inadequadamente
  • 129.  Provérbios 31.14: o rei Lemuel comparou a mulher como um “navio mercante”. Não se refere a aspectos físicos, mas à semelhança do navio mercante, a mulher vai a vários lugares em busca de alimento para as necessidades da família  Os provérbios servem para transmitir um único pensamento ou comparação que o autor tinha em mente (Virkler,1998, loc.cit.)  Muitos provérbios bíblicos estão baseados em fatos e costumes que se perderam ao longo do tempo  Os provérbios podem ser divididos em classes ou categorias: símiles, metáforas, parábolas ou alegorias  AS PARÁBOLAS E SUA APLICAÇÃO NA BÍBLIA SAGRADA  Parábola significa “colocar ao lado de”. É uma relação paralela que possibilita uma comparação. É um método figurativo de linguagem, cuja verdade moral ou espiritual é ilustrada por analogia com experiência comum
  • 130.  As parábolas = comparação, símile ampliada  Símile = não é necessariamente uma parábola  Parábolas se limitam ao que é real e não vai além dos limites da possibilidade ou daquilo que pode acontecer  As parábolas não trazem consigo, de forma explícita, sua interpretação na narração; já a alegoria, geralmente, contém em si mesma a interpretação  A FINALIDADE DAS PARÁBOLAS  O vocábulo aparece quase 50 vezes nos Evangelhos em conexão com o ministério de Jesus, ferramenta esta utilizada para transmitir verdades espirituais.  Os propósitos de Cristo nas parábolas: revelar os mistérios do reino de Deus a seus discípulos e ocultá-los daqueles que não percebiam a realidade do mundo espiritual  As parábolas trazem consigo uma impressão duradoura, mais efetiva que o discurso comum. Ex: ilustrações adotadas por pregadores
  • 131.  Revelação de verdades = as parábolas das Escrituras servem para confrontar pessoas nos seus erros.  Ex: Davi e Natã (II Sm 12.1-7) o rei Davi compreendeu os princípios morais intrínsecos na parábola; percebeu seu grave erro quando a aplicação ligava-se ao seu próprio comportamento  MÉTODOS DE INTERPRETAR UMA PARÁBOLA  Alguns cristãos podem achar certa facilidade na interpretação das parábolas. Os textos de parábolas têm sofrido diversas interpretações errôneas na igreja  Não confunda parábolas com alegorias. A alegoria contém em cada elemento um significado diferente próprio da história; a parábola intenciona apenas uma lição específica  A parábola tem um propósito lógico e claro. É necessário saber a ocasião em que a parábola foi proferida  Mateus 20: parábola dos trabalhadores na vinha – Cap. 19.27, a sua ocasião
  • 132.  O propósito da parábola se insere em sua introdução e na sua conclusão (Lc 18.1; 12.21). A terceira regra formal da hermenêutica poderá auxiliar em desvendar o propósito de uma parábola  A interpretação de Lucas 10.30-36, segundo Agostinho um dos Pais da Igreja Certo homem descia para Jericó Adão Jerusalém A cidade celestial da paz, da qual Adão caiu Jericó A mortalidade de Adão Salteadores O diabo e os seus anjos Roubaram-lhe A saber: a sua imortalidade Causaram-lhe sofrimento Ao persuadi-lo a pecar Deixando-o semimorto Como homem, vive, mas morreu espiritualmente O sacerdote e o levita O sacerdócio veterotestamentário O samaritano O próprio Cristo Atou-lhe os ferimentos Restringir o constrangimento ao pecado Óleo O consolo da boa esperança Vinho Exortação para trabalhar com um espírito fervoroso Animal A carne da encarnação de Cristo Hospedaria A igreja Dia seguinte Depois da ressurreição
  • 133.  Sabemos que não era isso exatamente que Cristo queria dizer. A parábola serviu para responder à indagação: “Quem é o meu próximo?”  Não se deve atribuir significações especiais a todos os pormenores das parábolas, como se cada detalhe descrito contivesse uma verdade oculta. Sem a devida discriminação poderá surgir interpretações fantasiosas e arbitrárias
  • 134. IV – AS FIGURAS DE RETÓRICA NA LIGUAGEM BÍBLICA  Dentre as diversas formas de comunicar a Revelação de Deus, os escritores utilizaram as figuras de retórica. Trata-se de figuras de linguagem que dão expressão, intensidade, beleza ou significados às palavras 4.1 - METÁFORA  Indica alguma semelhança entre dois objetos, que possuem alguns dos mesmos elementos sejam eles coisas reais, elementos simbólicos ou tipos  A metáfora é declarada de forma direta. Ex: Is 40.6  Salmo 18.2: “O SENHOR é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio”. Aqui seis metáforas  Os Evangelhos mencionam várias metáforas à pessoa de Jesus
  • 135. JESUS O cordeiro de Deus (Jo 1.29) A água da vida (Jo 4) O pão da vida (Jo 6) A videira verdadeira (Jo 15) O bom pastor (Jo 10) OS DISCÍPULOS A luz do mundo (Mt 5.13) O sal da terra (Mt 5.14) Os ramos da videira (Jo 15.1) O edifício de Deus (I Co 3.9) A lavoura de Deus (I Co 3.9) O rebanho do pastor (Jo 10.14)