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Factos e Mitos Associados ao Suicídio
Filipe Freitas Pinto
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Psicologia
Joana Silva
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Oficina de Psicologia
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Oficina de Psicologia
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Definição de “Suicídio” pela OMS
 Acto deliberado, iniciado e levado a cabo por um indivíduo com pleno
conhecimento ou expectativa de um resultado fatal
Léxico da Suicidologia
 Suicídio
 Comportamento suicidário (termo mais abrangente)
 Tentativa de Suicídio / Suicídio Frustrado
 Comportamentos auto-lesivos / Para-suicidários
Epidemiologia Mundial (OMS)
 Taxa de suicídio global a nível mundial é de 16/100.000 habitantes
 1 milhão de mortes por ano ou cerca de 3000 pessoas por dia - uma a cada 40 segundos
 13ª causa de morte mais frequente no Mundo
 Estima-se que em 2020 o número de suicídios atinja 1,5 milhões
 Por cada suicídio há 20+ tentativas de suicídio
 Umas das três principais causas de morte no grupo etário dos 15 aos 34 anos e a segunda nos
jovens dos 15 aos 19 anos, imediatamente a seguir aos acidentes de viação
 Na maioria dos países da Europa, o número anual de suicídios supera o de vítimas de acidentes de
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Mito 1 – O Suicídio é mais comum nos
países desenvolvidos (high-income
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Epidemiologia Mundial
 Comportamento suicidário é crime em 25 países, na sua maioria em África, América do Sul e Ásia.
 Os países com maior taxa de suicídio são Guiana, Coreia do Norte e Coreia do Sul
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UN goal is to cut national suicide rates by 10 per cent by 2020. A major challenge is that
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Epidemiologia Nacional
 4,5/100.000 habitantes em 1999
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 Portugal e os restantes países mediterrânicos têm apresentado taxas anuais de suicídio
relativamente baixas (inferiores 10/100.000 habitantes)
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 Relação directa com a idade
 Mediana mais alta da Europa: 64 anos
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Epidemiologia Nacional: Para-suicídio
 Comportamentos autolesivos (para-suicidários) são cerca de 20 vezes mais frequentes do que o
suicídio consumado.
 No PARA-Suicídio: A relação feminino/masculino é de 2 para 1, com taxas particularmente elevadas
em mulheres com idade inferior a 25 anos (>600/100.000 nalguns estudos), enquanto o pico nos
homens ocorre entre os 25-35 anos (entre 200 e 300/100.000). Taxas mais elevadas são encontradas
em mulheres economicamente não-activas (domésticas e estudantes).
Epidemiologia Nacional – Distribuição Geográfica
 Taxas de suicídio são mais elevadas em meios rurais e no Sul do país
 Região mais afetada: Alentejo
 Motivo provável: isolamento geográfico (medido através da percentagem da população que vive
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 Solidão: factor de risco de natureza social mais importante
Fatores Protetores
 Bom suporte social (família, amigos e outros relacionamentos significativos);
 Casamento;
 Religiosidade (compromisso religioso mínimo);
 Boa integração social (emprego e uso construtivo do tempo de lazer);
 Gravidez;
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Factores de Risco
 Sexo masculino (3x >)
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devido aos problemas
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Factores de Risco
 Sexo masculino (3x >)
 Idade entre os 15 e os 24 anos – idade de início das principais doenças mentais graves
(Esquizofrenia, Doença Bipolar)
Factores de Risco - Demográficos
 Sexo masculino (3x >)
 Idade entre os 15 e os 24 anos – idade de início das principais doenças mentais graves
(Esquizofrenia, Doença Bipolar)
 Mais de 70 anos
 Estado civil não-casado: separado, divorciado, viuvez
 Desemprego
 Baixo estatuto sócio-económico
 Solidão/Isolamento social
 Emigração
MITO 3 – Só alguém com uma
perturbação mental se suicida
Factores de Risco – Doença Psiquiátrica
 90% apresentam doença psiquiátrica, 60% apresentam episódio depressivo
 Tentativa de suicídio prévia
 Perturbação do humor
 Alcoolismo e/ou abuso de substâncias
 Perturbação do comportamento ou depressão em adolescentes
 Fases iniciais de demência e estados confusionais em idosos
 Fases inicias da Esquizofrenia (50% tentam) e Doença Bipolar
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Factores de Risco – Sinais e Sintomas de Risco
 Desesperança (Hopelessness)
 Humor deprimido
 Sentimentos de culpa e/ou fracasso
 Desespero aprendido (Helplessness)
 Inquietação ou agitação
 Insónia persistente
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 Lentificação psicomotora, discurso pobre, astenia, isolamento social
 Ideação suicida e plano
MITO 4 – O verdadeiro suicida escolhe
métodos infalíveis
Factores de Risco – Relacionados com Suicídio
 História de Comportamentos Suicidários anteriores
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 Existência de Plano
 Atos preparatórios
 Acesso aos métodos mais letais
 Consciência da letalidade do método
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Factores de Risco – Personalidade
 Impulsividade
 Agressividade e hostilidade
 Rigidez cognitiva e pessimismo
 Desesperança
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procura ajuda!
Os potenciais suicidas PROCURAM ajuda
 Mais de dois terços dos suicidas procuraram um médico no mês anterior à sua morte (Matthews,
1994)
 Cerca de 75% procuram um Clínico Geral ou recorrem a Urgências Gerais
Avaliação Clínica
 Entrevista é crucial na avaliação do risco imediato de suicídio ou de nova tentativa de suicídio;
 Entrevista de carácter terapêutico
 Ventilação de sentimentos
 Exposição de problemas secretos/ocultos
 Auxílio na reflexão.
 Estas emoções devem ser ventiladas nas primeiras 48 horas, durante o período de crise suicidária
(Hawton & Catalan, 1987).
 A pergunta inaugural deve ser sempre aberta e não invasiva, isenta de qualquer juízo de valor
(Hawton & Catalan, 1987).
MITO 6 – Perguntar sobre ideias
suicidas aumenta o risco
Avaliação Clínica
 Maioria dos doentes com ideação suicida que procura o médico está ambivalente
 Conflito “viver-morrer” com pedidos de ajuda explícitos ou subtis
 Grande alívio da tensão emocional quando questionados sobre suicídio
 A maioria fala francamente sobre os seus pensamentos de suicídio quando lhes é dada essa
oportunidade mas resistem em abordar espontaneamente o assunto (Blumenthal, 1988).
 Objetivo da Entrevista em Consulta:
 formar uma ideia clara sobre todos os aspetos preditivos de um comportamento suicidário
 delibrar acerca da capacidade de controlar as suas emoções e comportamentos e não agir impulsivamente.
Avaliação Clínica
 Se houver grande risco e/ou impulsividade e/ou instabilidade emocional, deve ser referenciado para
observação psiquiátrica urgente, pois poderá ser necessário o seu internamento num ambiente
protetor para estabilização clínica (Waltezer, 1979);
 Controvérsia do Internamento compulsivo nos pacientes com Ideação Suicida Estruturada
Estratificação do Risco
• Intenção suicida com plano e acesso ao método;
• Sintomas psicóticos, sobretudo AAV de carácter imperativo;
• Expressão de desesperança, desespero, pessimismo extremo em relação ao futuro.
Risco iminente (48h)
• Comorbilidade com depressão ou alcoolismo
• Antecedentes de comportamento suicidários
• Hx de suicídio na família
Risco a curto prazo (dias ou semanas)
• Ausência de comportamentos suicidários
• Algum dos factores de risco já enunciados mas de carácter não-grave
Risco Moderado
Tratamento
 Internamento
 Psicoterapia breve de suporte (na fase aguda do stress)
 Psicofármacos (atenção aos Antidepressivos na fase aguda)
 Formas de psicoterapia estruturadas
 Vários estudos reportaram uma redução significativa na ideação suicida e desesperança após uma
abordagem com psicoterapia cognitivo-comportamental.
 A Terapia Dialético-Comportamental (DBT) é um tipo de psicoterapia dirigida a adultos diagnosticados com
Perturbação de Personalidade Borderline e com comportamento autolesivo crónico
 Outras formas individuais ou em grupo
Prevenção
 Na Internet:
 Sociedade Portuguesa de Suicidologia (www.spsuicidologia.pt)
 Núcleo de Estudos do Suicídio (www.nes.pt)
 Feliz Mente (http://felizmente.esenfc.pt/felizmente) - jovens
 Linhas SOS - papel importante no apoio a pessoas em crise e em risco de suicídio
 Conversa Amiga 808 237 327, 210 027 159
 Escutar – Voz de Apoio 225 506 070, sos.vozdeapoio@sapo.pt
 SOS – Estudante 808 200 204, 969 554 545
 SOS – Voz Amiga 800 202 669, 213 544 545, 912 802 669, 963 524 660
 Telefone da Amizade 808 223 353, 228 323 535, jo@telefone-amizade.pt
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  • 4. Léxico da Suicidologia  Suicídio  Comportamento suicidário (termo mais abrangente)  Tentativa de Suicídio / Suicídio Frustrado  Comportamentos auto-lesivos / Para-suicidários
  • 5. Epidemiologia Mundial (OMS)  Taxa de suicídio global a nível mundial é de 16/100.000 habitantes  1 milhão de mortes por ano ou cerca de 3000 pessoas por dia - uma a cada 40 segundos  13ª causa de morte mais frequente no Mundo  Estima-se que em 2020 o número de suicídios atinja 1,5 milhões  Por cada suicídio há 20+ tentativas de suicídio  Umas das três principais causas de morte no grupo etário dos 15 aos 34 anos e a segunda nos jovens dos 15 aos 19 anos, imediatamente a seguir aos acidentes de viação  Na maioria dos países da Europa, o número anual de suicídios supera o de vítimas de acidentes de viação
  • 6. Mito 1 – O Suicídio é mais comum nos países desenvolvidos (high-income countries)
  • 7.
  • 8. Epidemiologia Mundial  Comportamento suicidário é crime em 25 países, na sua maioria em África, América do Sul e Ásia.  Os países com maior taxa de suicídio são Guiana, Coreia do Norte e Coreia do Sul  Logo após: Sri Lanka, Lituânia, Suriname, Moçambique, Nepal e Tanzânia, Burundi, India, Sudão, Rússia, Uganda, Hungria, Japão e Bielorrússia UN goal is to cut national suicide rates by 10 per cent by 2020. A major challenge is that suicide victims are often from marginalized groups of the population, many of them poor and vulnerable.
  • 9. Epidemiologia Nacional  4,5/100.000 habitantes em 1999  10,3/100.00 em 2010  Portugal e os restantes países mediterrânicos têm apresentado taxas anuais de suicídio relativamente baixas (inferiores 10/100.000 habitantes)  Rácio 3 homens para 1 mulher  Relação directa com a idade  Mediana mais alta da Europa: 64 anos  Mediana de idade dos suicidas no Alentejo: 70 anos
  • 10. Epidemiologia Nacional: Para-suicídio  Comportamentos autolesivos (para-suicidários) são cerca de 20 vezes mais frequentes do que o suicídio consumado.  No PARA-Suicídio: A relação feminino/masculino é de 2 para 1, com taxas particularmente elevadas em mulheres com idade inferior a 25 anos (>600/100.000 nalguns estudos), enquanto o pico nos homens ocorre entre os 25-35 anos (entre 200 e 300/100.000). Taxas mais elevadas são encontradas em mulheres economicamente não-activas (domésticas e estudantes).
  • 11. Epidemiologia Nacional – Distribuição Geográfica  Taxas de suicídio são mais elevadas em meios rurais e no Sul do país  Região mais afetada: Alentejo  Motivo provável: isolamento geográfico (medido através da percentagem da população que vive em aglomerados com menos de 10 habitações)  Solidão: factor de risco de natureza social mais importante
  • 12. Fatores Protetores  Bom suporte social (família, amigos e outros relacionamentos significativos);  Casamento;  Religiosidade (compromisso religioso mínimo);  Boa integração social (emprego e uso construtivo do tempo de lazer);  Gravidez;  Ausência de doença mental;  Acesso a serviços e cuidados de saúde mental.
  • 13. Factores de Risco  Sexo masculino (3x >)  Idade entre os 15 e os 24 anos
  • 14. MITO 2 – O Suicídio na Adolescência é devido aos problemas sociais/vivenciais próprios dessa fase da vida
  • 15. Factores de Risco  Sexo masculino (3x >)  Idade entre os 15 e os 24 anos – idade de início das principais doenças mentais graves (Esquizofrenia, Doença Bipolar)
  • 16. Factores de Risco - Demográficos  Sexo masculino (3x >)  Idade entre os 15 e os 24 anos – idade de início das principais doenças mentais graves (Esquizofrenia, Doença Bipolar)  Mais de 70 anos  Estado civil não-casado: separado, divorciado, viuvez  Desemprego  Baixo estatuto sócio-económico  Solidão/Isolamento social  Emigração
  • 17. MITO 3 – Só alguém com uma perturbação mental se suicida
  • 18. Factores de Risco – Doença Psiquiátrica  90% apresentam doença psiquiátrica, 60% apresentam episódio depressivo  Tentativa de suicídio prévia  Perturbação do humor  Alcoolismo e/ou abuso de substâncias  Perturbação do comportamento ou depressão em adolescentes  Fases iniciais de demência e estados confusionais em idosos  Fases inicias da Esquizofrenia (50% tentam) e Doença Bipolar  Eventos stressores (abuso, negligência, perdas)  Perturbação de Dor Crónica ou Doença Orgânica Crónica
  • 19. Factores de Risco – Sinais e Sintomas de Risco  Desesperança (Hopelessness)  Humor deprimido  Sentimentos de culpa e/ou fracasso  Desespero aprendido (Helplessness)  Inquietação ou agitação  Insónia persistente  Perda de peso  Lentificação psicomotora, discurso pobre, astenia, isolamento social  Ideação suicida e plano
  • 20. MITO 4 – O verdadeiro suicida escolhe métodos infalíveis
  • 21. Factores de Risco – Relacionados com Suicídio  História de Comportamentos Suicidários anteriores  (cerca de 15% suicidam-se, maior risco nos primeiros 6 meses)  Existência de Plano  Atos preparatórios  Acesso aos métodos mais letais  Consciência da letalidade do método  Ocultação da preparação
  • 22. Factores de Risco – Personalidade  Impulsividade  Agressividade e hostilidade  Rigidez cognitiva e pessimismo  Desesperança  Baixa auto-estima  Perturbação de personalidade borderline ou antissocial
  • 23. MITO 5 – Quem se quer suicidar não procura ajuda!
  • 24. Os potenciais suicidas PROCURAM ajuda  Mais de dois terços dos suicidas procuraram um médico no mês anterior à sua morte (Matthews, 1994)  Cerca de 75% procuram um Clínico Geral ou recorrem a Urgências Gerais
  • 25. Avaliação Clínica  Entrevista é crucial na avaliação do risco imediato de suicídio ou de nova tentativa de suicídio;  Entrevista de carácter terapêutico  Ventilação de sentimentos  Exposição de problemas secretos/ocultos  Auxílio na reflexão.  Estas emoções devem ser ventiladas nas primeiras 48 horas, durante o período de crise suicidária (Hawton & Catalan, 1987).  A pergunta inaugural deve ser sempre aberta e não invasiva, isenta de qualquer juízo de valor (Hawton & Catalan, 1987).
  • 26. MITO 6 – Perguntar sobre ideias suicidas aumenta o risco
  • 27. Avaliação Clínica  Maioria dos doentes com ideação suicida que procura o médico está ambivalente  Conflito “viver-morrer” com pedidos de ajuda explícitos ou subtis  Grande alívio da tensão emocional quando questionados sobre suicídio  A maioria fala francamente sobre os seus pensamentos de suicídio quando lhes é dada essa oportunidade mas resistem em abordar espontaneamente o assunto (Blumenthal, 1988).  Objetivo da Entrevista em Consulta:  formar uma ideia clara sobre todos os aspetos preditivos de um comportamento suicidário  delibrar acerca da capacidade de controlar as suas emoções e comportamentos e não agir impulsivamente.
  • 28. Avaliação Clínica  Se houver grande risco e/ou impulsividade e/ou instabilidade emocional, deve ser referenciado para observação psiquiátrica urgente, pois poderá ser necessário o seu internamento num ambiente protetor para estabilização clínica (Waltezer, 1979);  Controvérsia do Internamento compulsivo nos pacientes com Ideação Suicida Estruturada
  • 29. Estratificação do Risco • Intenção suicida com plano e acesso ao método; • Sintomas psicóticos, sobretudo AAV de carácter imperativo; • Expressão de desesperança, desespero, pessimismo extremo em relação ao futuro. Risco iminente (48h) • Comorbilidade com depressão ou alcoolismo • Antecedentes de comportamento suicidários • Hx de suicídio na família Risco a curto prazo (dias ou semanas) • Ausência de comportamentos suicidários • Algum dos factores de risco já enunciados mas de carácter não-grave Risco Moderado
  • 30. Tratamento  Internamento  Psicoterapia breve de suporte (na fase aguda do stress)  Psicofármacos (atenção aos Antidepressivos na fase aguda)  Formas de psicoterapia estruturadas  Vários estudos reportaram uma redução significativa na ideação suicida e desesperança após uma abordagem com psicoterapia cognitivo-comportamental.  A Terapia Dialético-Comportamental (DBT) é um tipo de psicoterapia dirigida a adultos diagnosticados com Perturbação de Personalidade Borderline e com comportamento autolesivo crónico  Outras formas individuais ou em grupo
  • 31. Prevenção  Na Internet:  Sociedade Portuguesa de Suicidologia (www.spsuicidologia.pt)  Núcleo de Estudos do Suicídio (www.nes.pt)  Feliz Mente (http://felizmente.esenfc.pt/felizmente) - jovens  Linhas SOS - papel importante no apoio a pessoas em crise e em risco de suicídio  Conversa Amiga 808 237 327, 210 027 159  Escutar – Voz de Apoio 225 506 070, sos.vozdeapoio@sapo.pt  SOS – Estudante 808 200 204, 969 554 545  SOS – Voz Amiga 800 202 669, 213 544 545, 912 802 669, 963 524 660  Telefone da Amizade 808 223 353, 228 323 535, jo@telefone-amizade.pt  Telefone da Esperança 222 030 707