2. Como se desenvolve o cancro?
O desenvolvimento do cancro inicia-se com a exposição celular a
carcinogénicos (factores promotores do cancro) endógenos ou exógenos.
Após esta exposição, poderá verificar-se proliferação celular mais rápida do que
o normal, com formação de aglomerados de células denominadas de tumor.
3. Célula Cancerígena
– Capacidade de se multiplicar rapidamente
– Inibição da morte celular
– Desenvolvimento de vasos sanguíneos
– Invasão de outros tecidos
– Migração (através do sangue e sistema linfático)
para áreas distantes da sua origem (metastização)
– Estado inflamatório permanente (imunosupressão)
4. Classificação
Os tumores benignos não se designam de cancro
e podem frequentemente ser removidos e/ou
regredirem, não se verificando metastização
(invasão de outros tecidos ou órgãos)
Os tumores malignos são designados de
cancro, por possuírem capacidade de
metastização, podendo colocar em risco a
vida do paciente
5. Classificação
• A denominação do cancro relaciona-se com o local de origem
do tumor, mesmo que ocorram metástases.
– Por exemplo, um tumor maligno com início no colo do útero
denomina-se cancro do colo do útero
6. Classificação
Carcinoma Origem na pele ou nos tecidos que envolvem os órgãos
internos
Sarcoma Origem no tecido ósseo, cartilagem, tecido adiposo, tecido
muscular, vasos sanguíneos ou outros tecidos de conexão
ou de suporte
Blastomas Composto de células embrionárias derivadas
do blastema (grupo de células que dá origem a (ou parte
de) um órgão ou tecido, em qualquer desenvolvimento
normal ou em regeneração
Leucemia Origem na medula óssea (produz células sanguíneas)
libertação de células cancerígenas para o sangue
Linfoma e Origem em células do sistema imunitário
mieloma
Cancros do Origem em tecidos do cérebro e da medula espinhal
sistema
nervoso central
ESPEN 2006
7. Prevalência - Portugal
2a causa de morte
4a causa de hospitalização
Ponderância nos Custos de saúde – 20%
Anualmente são diagnosticados ~45.000 novos casos
Incidência = 3/1000
SPO 2009
8. Causas Malnutrição
CANCRO
Citoquinas pro-inflamatórias
Factores catabólicos derivados do tumor Efeitos Tratamento Efeitos locais
sistémicos clínico do tumor
Alterações no
metabolismo dos Factores
Alterações no gasto
de energia hidratos carbono psicológicos
lípidos
proteínas
DISTURBIOS INGESTÃO REDUZIDA
METABÓLICOS
Malnutrição
CAQUEXIA
ESPEN 2009
9. Prevalência de Perda de peso
• A perda de peso com depleção do tecido muscular
pode levar à
– Diminuição da dose administrada
– Interrupção ou adiamento do tratamento
10. Estado Nutricional
• A importância de prevenir o desenvolvimento de
malnutrição está associada com:
↓ resposta à quimioterapia
↑ risco de complicações no pós-cirúrgico
↓ qualidade de vida
↓ função muscular
↓ função imune
↑ período de internamento
↑ visitas e prescrições médicas
↑ mortalidade (cancro do TGI)
↓ sobrevida
↑ risco de toxicidade induzida pela quimioterapia
11. Estado Nutricional
Pré-diagnóstico Diagnóstico Tratamento Pós-tratamento
• ↓ ingestão • Quimio
• Alimentação
• ↓ perda de peso − Impacto variável: − Perda de peso
ainda sem Nausea
relevância Dores de
e falta de
estômago apetite
• Ausência de
Desconforto ao persistem
deglutir
preocupação Diarreia − Recuperar força
associada Sabor metálico e energia
Alteração do
• Preferência por paladar
alimentos
“saudáveis”
vitaminas e
minerais
12. Tratamento clínico
• Cirurgia Remoção cirúrgica do tumor na sua totalidade
ou parcial
• Radioterapia Exposição a radiação de elevado teor
energético
• Quimioterapia – Administração de fármacos que inibem a
proliferação das células cancerígenas ou induzem a sua
morte. O tipo de fármaco, a dose administrada, a duração
do tratamento, e a via de administração são factores que
determinam o impacto da quimioterapia no sistema
digestivo.
13. Tratamento clínico
• O tratamento deverá ser específico e
individualizado de acordo com o tipo e
severidade do cancro
• O tipo de tratamento deverá, também,
considerar a origem do cancro, uma vez
que mesmo que se verifiquem
metastizações, as células terão
características iguais às do tumor inicial
• Nem todos os pacientes experienciam os
efeitos secundários associados a cada
tipo de tratamento, pelo que cada caso
deverá ser avaliado individualmente.
14. Tratamento clínico
• O impacto físico depende:
– Tipo de cancro
– Resposta individual ao tratamento
– Número de repetições dos ciclos de tratamento agravamento do
impacto associado ao tratamento
• Sintomas:
– Cansaço extremo durante e após o ciclo de tratamento, é comum e
persistente.
– Para muitos pacientes a dor é temporária:
• Enxaquecas, náuseas associadas à quimioterapia
– O tipo de fármaco, a dose administrada, a duração do tratamento, e a
via de administração são factores que determinam o impacto da
quimioterapia no sistema digestivo
– Perda de apetite é comum em todos os tipos de tratamentos e pode
ter início mesmo antes do início dos mesmos
16. Sintomas associados
Factores que contribuem para a ↓ da ingestão Efeitos da
Quimioterapia
Geral
Anorexia
Fadiga
Alterações no sabor e olfacto
Saciedade precoce
TGI superior
Estomatite
Esofagite
Xerostomia
Disfagia
Odinofagia
Estenose
Fistulas
Enterite
Malabsorção
TGI inferior
Colite
Diarreia
Estenose / obstrução
Fistulas
17. Terapêutica Nutricional
Rastreio Nutricional
– Implementação de plano nutricional
individualizado o mais precocemente possível
– Avaliação e monitorização da evolução clínica
com adequação do plano
Objectivos Prevenir ou reverter estado de malnutrição
Melhorar sintomas associados ao tratamento
Promover melhoria da qualidade de vida
18. Benefícios Suplementos Orais
Pre-diagnóstico Diagnóstico Tratamento: Pós-tratamento
− Sem energia para
• Sem relevância • Suplemento à cozinhar ou • Em remissão ou
dieta habitual mesmo alimentar- terminal
Sabor ainda sem se (esp. quando impacto a longo
relevância sozinho) prazo (letargia)
− Dor ao ingerir
• Tratamento Sabor torna-se
mensagem chave relevante − Sabor de
extrema
• Adiciona relevância
− Permite: força,
credibilidade ao energia, auxilia
suporte na recuperação
terapêutico. mais rápida
Hiperproteico,
− Hiperproteico e
hipercalórico,
hipercalórico,
completo.
completo
− Manutenção ou
recuperação do
peso adequado