Este documento resume um seminário sobre apicultura e florestas que abordou tópicos como o manejo de colmeias, doenças, pragas e acidentes com abelhas, além de técnicas de desinfecção e alimentação. O documento fornece detalhes sobre a limpeza e desinfecção adequada de equipamentos apícolas, os principais tipos de alimentação para abelhas, e as formas de prevenção de doenças e pragas como a traça da cera e a nosemose.
Seminário “A FLORESTA E A APICULTURA” - XXV FEIRA DO MEL DO ESPINHAL
1. SEMINÁRIO FLORESTA E APICULTURA XXV FEIRA DO MEL DO ESPINHAL LOUSAMEL CRL, 6 DE SETEMBRO
2. 1. MANEIO EM APICULTURA
Renovação de ceras (alvéolos livres para postura)
Rainha jovem (renovação anual – 42 dias antes do fluxo principal de néctar – Março?)
Teste de comportamento higiénico colónia
Comportamento higiénico do apicultor (contaminação)
Desinfecção de material (madeiras, utensílios, alimentadores, fatos, etc – maçarico, lixívia)
Colónia fortes (maior nº obreiras – melhores defesas)
4. Não colocar colmeias em sítios húmidos (doenças, obreiras gastam mais energia para retirar humidade do mel – produzem menos)
Evitar Stress – doenças, predadores, zonas ventosas, humidade, transito de maquinas, pessoas e animais, etc.
Consanguinidade – “Refrescamento”
5. -- Verificar o estado sanitário das colmeias periodicamente;
-- Não utilizar medicamentos como forma preventiva, só como curativa;
-- Não realizar tratamentos sanitários na época da colheita;
-- Renovar 2 a 3 quadros do ninho por ano;
-- Não colher os quadros de mel do ninho;
6. Proteger as colmeias das chuvas;
Manter as colmeias acima do nível do solo;
Não comprar colónias de abelhas, a não ser as provenientes de apiários isentos de doenças, e nunca apanhar enxames de origem desconhecida;
Esterilizar sempre as colmeias velhas antes de as voltar a utilizar;
Não utilizar mel na alimentação das abelhas sem conhecer a sua proveniência;
Tomar precauções para prevenir a pilhagem.
7. LIMPEZA DO MATERIAL E MANEIO SANITÁRIO Desinfecção
MATERIAL DESINFECÇÃO
SODA – solução a 10% (1 parte de soda + 9 partes de água)
Lavar com uma escova
Enxaguar com água limpa
Deixar secar ao sol
SABÃO
Lavar com uma escova
Enxaguar com água limpa
Deixar secar ao sol
HIPOCLORITO DE SÓDIO (lixívia) - solução a 10% (1 lixívia + 9 de água)
Lavar com uma escova
Enxaguar com água limpa
Deixar secar ao sol
8. 1. Alimentação de subsistência ou por necessidade:
a) É maciça: de forma as colónias recuperarem vários kg de alimento, armazenando-o nos alvéolos;
b) É rápida: devem ser utilizados alimentadores de grande capacidade, para ser colocada e operculada rapidamente nos alvéolos;
c) É intermitente: deve ser dada apenas de tempos a tempos, nos momentos mesmos necessários, e durante curto espaço de tempo;
d) É espessa: deve ser de consistência pastosa ou mesmo sólida;
e) Deve ser fornecida à temperatura ambiente.
2. ALIMENTAÇÃO PARA A SANIDADE
9. 2. Alimentação estimulante:
a)É fraccionada: deve ser dada em pequenas quantidades diárias, as necessárias para o consumo de uma noite, de forma a não ser armazenada;
b)É lenta: deve ser fornecida através de um alimentador com uma saída lenta, de forma a incentivar o desenvolvimento da criação;
c)É contínua: porque uma interrupção provocaria a morte pela fome e deixaria de fazer crer às abelhas uma forte secreção nectarífera, impedindo consequentemente o desenvolvimento da postura;
d)É progressiva: deve ser dada em proporções moderadas, mas que se vão aumentando á medida que a criação progride;
e)É fluida: para se aproximar do teor em água do néctar, devendo ser complementada com pólen, farinha ou outras substâncias energéticas;
f)Deve ser distribuída morna ou ligeiramente quente (15-20ºC).
10. NOTA:
A alimentação estimulante de Primavera só deve efectuar-se nas seguintes condições:
a)preparação de colónias para a transumância;
b) criação de rainhas;
c) produção de geleia real.
11. Razões para a prática da alimentação
-Evitar a fome;
-Estimular o desenvolvimento da postura;
-Ajudar colónias médias e fracas;
-Sobrepovoar precocemente colmeias destinadas à polinização de pomares;
-Provocar a construção de favos;
-Tratar doenças;
-Substituir provisões insalubres ou deterioradas;
-Criar rainhas de qualidade;
-Antecipar o voo nupcial dos novos progenitores;
12. Precauções durante a alimentação de colónias
-Reduzir as fendas de voo;
-Colocar o alimento só ao anoitecer;
-Colocar apenas as doses de absorção total e durante a noite;
-De preferência utilizar alimentadores individuais;
-Não derramar alimento no chão
EVITA-SE A PILHAGEM
13. ACIDENTES Excesso de frio – as abelhas aconchegam-se umas contra as outras, deixando de proteger a criação que morre, sendo depois expulsa da colmeia. Excesso de calor – as abelhas vêm para a parte exterior da colmeia e formam “barba” (cacho), as ceras derretem e o mel escorre dos favos. Excesso de humidade – acera fica quebradiça e aparecem bolores no pólen que provocam diarreia às abelhas. Insuficiência de ar – principalmente quando se fecham as colmeias para transporte, sem arejamento apropriado (asfixia).
3. ACIDENTES, PRAGAS E DOENÇAS
14. TRAÇA DA CERA
A traça da cera é uma Parasitose que provoca a
destruição da cera das colmeias, originada pelo insecto
Mellonella galleria, que passa pelos seus estados larvares
até atingir a forma de borboleta.
PROFILÁXIA:
Manter as colónias fortes; Vigilância.
3. ACIDENTES, PRAGAS E DOENÇAS
24. Resistência dos esporos do Bacillus larvae
ESPOROS
SOBREVIVÊNCIA
Isolados em suspensão de água
Resistem á temperatura de 100 ºC durante 15 minutos
Nas larvas doentes (não mergulhados)
Resistem 8 horas ao calor a 100 ºC (estufa)
Favos contaminados tratados no autoclave
Os esporos morrem no autoclave à temperatura de 110ºC durante 30 minutos
Incluídos no mel
Sobrevivem anos às temperaturas normais do meio ambiente
Dissecados pela exposição directa do sol
Morrem em 4 a 6 semanas
35. SANIDADE APÍCOLA
Doença da criação e abelha adulta
NOME
AGENTE CAUSAL
PROFILAXIA
Varroose
Varroa destructor
Tratamentos alternativos e químicos
Acarapisose
Acarapis woodi
Eliminação das colónias atingidas; dar alimento (época de carência)
Amebíase
Malpighamoeba mellificae
Desinfecção do material apícola com ácido acético
Nosemose
Nosema apis
Desinfecção do material apícola com ácido acético; boa localização do apiário
Piolho
Braula sp.
Tratamento biológicos e químicos
Senotainiose
Senotainia tricuspis
Remover o chão onde o apiário está localizado, aplicando cal viva
Viroses
Vários agentes
Mudança das colmeias afectadas para outro local