O documento discute a contribuição de filósofos e missionários do oriente, como Lao Zi, Confúcio, Krishna e Buda, para a evolução moral da humanidade. Estes ensinaram sobre conceitos como o Tao, a virtude, a compaixão e a renúncia aos prazeres materiais para alcançar a iluminação. Seus ensinamentos se assemelham aos da Doutrina Espírita no que diz respeito à evolução moral e espiritual da humanidade.
2. Deus jamais deixou de revelar suas leis.
A orientação divina chega à
Humanidade em todas as épocas,
utilizando todos os meios, direta ou
indiretamente pelo trabalho dos
missionários ou porta vozes do Senhor.
3. Esses gênios, que aparecem através dos séculos
como estrelas brilhantes, deixando longo
traço luminoso sobre a Humanidade, são
missionários ou, se o quiserem, messias. O
que de novo ensinam aos homens, quer na
ordem física, quer na ordem filosófica, são
revelações. Se Deus suscita reveladores para
as verdades científicas, pode, com mais forte
razão, suscitá-los para as verdades morais,
que constituem elementos essenciais do
progresso. Tais são os filósofos cujas idéias
atravessam os séculos.
A Gênese, Allan Kardec
4. Todas as manifestações religiosas foram transmitidas de
acordo com o nível de entendimento e de moralidade
dos habitantes do Planeta.
Cada coisa acontece no tempo propício, pois o processo
evolutivo é lento, sobretudo no homem primitivo ou
de pouca evolução moral e intelectual.
É preciso que cada coisa venha a seu tempo. A verdade é
como a luz: é preciso se habituar a ela pouco a pouco;
de outro modo, fica-se deslumbrado. (O Livro dos
Espíritos questão 628)
5. Há um plano Divino que direciona
todo o processo de melhoria da
Humanidade terrestre. Sob a
supervisão de Jesus, missionários
renascem para transmitir aos
encarnados não somente lições de
progresso científico ou filosófico, mas
também ensinamentos morais e
religiosos.
6. Vamos agora conhecer alguns destes
missionários do oriente, da Grécia e da
Índia:
O que eles ensinaram?
Qual foi a sua contribuição na evolução moral
da Humanidade?
Em que seus ensinamentos se assemelham
aos ensinamentos da Doutrina Espírita?
9. Ele escreveu um dos mais antigos livros existentes, o I-Ching. Em
todo o seu reinado esse sábio empregou seu poder para espalhar
o conhecimento das virtudes e dos dons morais entre o povo.
Àquela época o povo Chinês era um povo nômade, vivendo do
pastoreio e começaram observando que havia um ciclo binário
na natureza: as alternâncias de luz e sombra, dia e noite, o ciclo
natural das estações regulando os trabalhos agrícolas, a vida em
comunidades que obedeciam a períodos de atividade e repouso,
segundo a posição aparente do sol acima ou abaixo do
horizonte.Perceberam as contradições existentes em toda a
Natureza: o tempo frio se opondo aos dias quentes e ensolarados,
o céu e a terra, a terra e o mar, o macho e a fêmea, o homem e a
mulher, o homem e o animal, o animal e o vegetal, o vegetal e o
mineral, o orgânico e o inorgânico, o dinâmico e o estático, a vida
e a morte... o nascimento contendo o germe da morte e a morte
contendo o germe da vida, o dia gerando a noite e a noite gerando
o dia ...
10. Essas oscilações de atividade, esses dois tempos alternos e
complementares que encontramos em todas as coisas e
fenômenos, foram designados pelos termos Yin e Yang.
Originariamente, o Yin é tudo o que é inerte e o Yang é tudo o
que é ativo. Um, o repouso e o outro o movimento. A Vida gera a
Morte e a Morte gera a Vida... Não há nascimento para coisa
alguma mortal no Universo criado e a morte não põe fim a
nenhuma existência. Existe, sim, uma difusão e uma
condensação.
O Yang foi relacionado ao sol, dia, claro, luminoso, vida,
despertar, trabalho, alegria, quente, ativo, masculino, positivo,
movimento, com o Céu, o Pai, a Energia, a Difusão, o Tempo e,
simbolicamente, expresso pelo círculo, pelo número ímpar e pelo
sinal ―.
O Yin, com a lua, a noite, trevas, morte, repouso, inatividade,
inércia, tristeza, frio, feminino, negativo, receptivo, com a Terra,
a Mãe, a Matéria, a Condensação, Limitação, expresso pelo
Quadrado, pelo par e pelo sinal+
11.
12. Lao Zi, ou Laozi, Lao Tzu, Lao Tsé, Láucio, Lao Tzi, Lao
Tseu ou Lao Tze, foi um famoso filósofo e alquimista
chinês.
Filho de camponeses da China meridional, foge para a
solidão, sem amigos nem discípulos. Só consigo
mesmo, rodeado de seus pensamentos, escreve seu livro
maravilhoso o Tao Te Ching, onde Tao quer dizer caminho
e Tê a força coordenadora que depois chamará virtude. Era
um místico, emotivo, iluminado. Acreditava que os homens
ao se afastarem da doçura e da compaixão, se afastaram
também da justiça, do saber e da inteligência e daí geraram-
se todos os males como o crime, a mentira, a hipocrisia, a
guerra e o saque. Por isso dizia que os homens deviam
abandonar o mundo de desejos, de prazeres, do afâ para
alcançar a riqueza e voltar para a luz, para a eternidade e
santidade.
13. “Lao Tse teria nascido no período entre 1324 a.C. – 1408 a.C. “Lao Tse
teria nascido com cabelos brancos e orelhas grandes. Por isso, recebeu o
nome de Lao Tse (filho velho).
Segundo a tradição Chinesa, Lao Zi trabalhou muitos anos como
bibliotecário real. Desgostoso com as intrigas e disputas da vida na
corte ele decidiu abandonar esta vida, seguindo para as Terras do Oeste,
em direção à Índia.
Ao chegar a fronteira, o guardião de fronteiras Yin-hsi reconheceu sua
sabedoria, o reverenciou conforme a tradição chinesa pedindo para
tornar-se seu discípulo e pediu a ele que antes de sair da China deixasse
um registro de seus ensinamentos por escrito.
Assim, antes de partir Lao Zi escreveu os 81 pequenos poemas que
receberam o título de Tao Te Ching.
“Muitos anos depois, teve sua ascensão no deserto de Gobi, durante a
qual emanou raios de luz em cinco cores, transformando-se em corpo de
luz dourada e desaparecendo no céu.”
14. “Após sua ascensão, retornou novamente à terra encarnado como
filho único do senhor Li Po Yang da província Shu.” Seu discípulo
Yi Shi, o oficial da fronteira, o reencontrou na aldeia da família
Li. Diante dele a criança de três anos de idade revelou sua
verdadeira imagem. Seu corpo cresceu, transformando-se em luz
dourada branca. “Depois do segundo nascimento e ascensão, Lao
Tse ainda retornou inúmeras vezes para transmitir os
ensinamentos e para ordenar as novas tradições. Por isso, é
chamado pelos taoístas como Sublime Patriarca do Caminho.”
O seu contato com os livros e a sua sabedoria pessoal induziram-
no a criar uma doutrina de caráter panteísta segundo a qual o
Tao, ou caminho, é o princípio material e espiritual, criador e
ordenador do mundo. No terreno prático, preconizou a vida
contemplativa e a supressão de qualquer desejo.
Lao-Tsé é tradicionalmente considerado o fundador do taoísmo
que junto com o confucionismo e o budismo, integra os
fundamentos da tradição espiritual da China.
15.
16. Conheceu a pobreza muito jovem. Trabalhou muito desde
cedo, mas não cessava de observar à sua volta. Acabou por ter
ideias bastante pessoais. Na sua opinião , a única maneira de sair
do caos e ressuscitar a harmonia e o entendimento, era ensinar
aos homens a conduzirem-se bem. Para ele, era necessário que
cada um fosse justo, bom, leal, sincero e desprovido de egoísmo.
Para viver, pôs-se a fazer conferências e a instruir aqueles que o
queriam escutar. A maioria desses ouvintes eram jovens que não
tardaram em tornarem-se seus verdadeiros discípulos.
Assim, fundou a doutrina filosófica denominada
"Confucionismo ",
Falava pouco dos espíritos dos ancestrais e dos deuses. Mas não
negava sua existência. De uma maneira geral, mantinha-se
afastado das questões puramente religiosas.
Confúcio tinha um comportamento exemplar, demonstrando sua
doutrina nos seus atos. Pescava com anzol, dando opção aos
peixes, e caçava com um arco pequeno, para que os animais
pudessem fugir. Comia sem falar, era direto, franco, acreditava
ser um representante do céu.
17. Desapareceu em 480 a.c. Suas ideias no entanto não
desapareceram com ele. Confúcio formulou máximas de
sabedoria prática para todos nós ainda hoje, como por
exemplo:
“Não faça aos outros aquilo que não queres que te façam”.
"Há homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e
depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde, por
pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o
presente, de tal forma que acabam por nem viver no
presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem
morrer e morrem como se nunca tivessem vivido".
"Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na
escuridão".
"Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis
uma montanha".
"Nada é bastante para quem considera pouco o que é
suficiente”.
18. "O que eu ouço, esqueço. O que eu vejo,lembro. O que eu
faço, aprendo".
"Ao examinarmos os erros de um homem, conhecemos o seu
caráter".
"O homem de bem exige tudo de si próprio; o homem medíocre
espera tudo dos outros"
"Escolha um trabalho que ama e não terás que trabalhar um
único dia em sua vida"
"Quando vires um homem bom, tenta imitá-lo; quando vires um
homem mau, examina-te a ti mesmo".
"A maior glória não está em jamais cair, mas levantar-se cada
queda”.
"Aquele que cometeu um erro e não corrigiu, está cometendo
outro erro".
"A vaidade é o pior dos defeitos porque engana a nós mesmos."
19.
20. Krishna é uma figura central do Hinduísmo.
Krishna é facilmente reconhecido por suas
representações artísticas. Sua pele é retratada na cor
azul.
Ele aparece usando um dhoti de seda amarelo, e uma
coroa de penas de pavão. Representações comuns
mostram-no como um bebê, um menino ou um jovem.
Normalmente está com uma perna dobrada na frente
da outra, levando uma flauta aos lábios, esboçando um
sorriso misterioso, e acompanhado por vacas.
21. Sua morte: Krishna se retirou para a floresta e sentou-
se debaixo de uma árvore em meditação. Um caçador
chamado Jara confundiu o pé parcialmente visível de
Krishna com um veado, e atirou uma flecha ferindo-o
mortalmente.
Ao ver que tinha ferido Krishna, o caçador ficou muito
perturbado e pediu perdão. Krishna então respondeu-
lhe: "Você era Vali em seu nascimento anterior, e eu era
Rama, que o matei secretamente. Você queria se
vingar, e, assim, neste meu aparecimento, estou
cumprindo seu desejo; tudo isso fazia parte do meu
plano". Dizendo isso, Krishna partiu para Goloka, sua
morada celestial.
22. O corpo, envoltório da alma que aí faz sua morada, é uma coisa
finita, porém a alma que o habita é invisível, imponderável e
eterna.
Todo renascimento, feliz ou desgraçado é conseqüência das obras
praticadas nas vidas anteriores.
Para atingir a perfeição, cumpre conquistar a ciência da unidade,
que está acima de todos os conhecimentos, é preciso elevar-se ao
Ser divino, que está acima da alma e da inteligência.
Os males com que afligimos o próximo perseguem-nos, assim
como a sombra segue o corpo.
As obras inspiradas pelo amor dos nossos semelhantes são as que
mais pesarão na balança celeste. Se convives com os bons, teus
exemplos serão inúteis, não receeis habitar entre os maus para os
reconduzir ao bem”.
O homem de bem deve cair aos golpes dos maus como o sândalo
que, ao ser abatido, perfuma o machado que o fere.
23.
24. Cerca de seiscentos anos antes da era Cristã, um filho
de rei, Çãkyamuni ou Buddha (=iluminado) , foi
acometido de profunda tristeza e imensa piedade pelos
sofrimentos dos homens. A corrupção invadira a Índia,
logo depois de alteradas as tradições religiosas, e, em
seguida, vieram os abusos da teocracia ávida do poder.
Renunciando às grandezas, à vida faustosa, o Buddha
deixa o seu palácio e embrenha-se na floresta
silenciosa. Após longos anos de meditação, reaparece
para levar ao mundo asiático senão uma crença nova,
ao menos uma outra expressão da Lei.
25. Segundo o Budismo, está no desejo a causa do mal, da
dor, da morte e do renascimento. É o desejo, é a paixão
que nos prende às formas materiais, e que desperta em
nós mil necessidades sem cessar, reverdecentes e
nunca saciadas tornando-se assim, outros tantos
tiranos. O fim elevado da vida é arrancar a alma aos
turbilhões do desejo. Consegue-se isso pela
reflexão, austeridade, pelo desprendimento de todas as
coisas terrenas, pelo sacrifício do eu, pela isenção do
cativeiro egoísta da personalidade. A Ignorância é o
mal soberano de que decorrem o sofrimento e a
miséria; o principal meio para se melhorar a vida no
presente e no futuro é adquirir-se o Conhecimento.
26. O Conhecimento compreende a ciência da natureza
visível e invisível, o estudo do homem e dos princípios
das coisas. Estes são absolutos e eternos. O
mundo, saido por sua própria atividade de um estado
uniforme, está numa evolução continua. Os
seres, descidos do Grande-Todo a fim de operarem o
problema da Perfeição, Inseparável do estado de
liberdade e, por conseguinte, do movimento e do
progresso, tendem sempre a voltar ao Bem perfeito.
Não penetram no mundo da forma senão para
trabalharem no complemento da sua obra de
aperfeiçoamento e elevação. Podem realizar isso pela
Ciência, ou Upanishacl, e completá-lo pelo Amor, ou
Purana.
27. Budha ensinou aos hindus a reencarnação, a doutrina do
Karma (o homem colhe aquilo que semeou), a renúncia às
coisas terrenas e recomendava a prática do bem, não
visando a recompensa futura como meio de atingir a
perfeição e sabedoria.
A maior parte das representações do Buda contém certas
marcas que simbolizam seu despertar espiritual. Essas
marcas variam de acordo com a região, mas três se
destacam:
Uma protuberância no topo da cabeça (simbolizando uma
grande acuidade mental)
Longos glóbulos ouriculares (simbolizando uma grande
percepção)
Um terceiro olho (simbolizando, também, grande
percepção)
28.
29. Os gregos, sempre que possível iam buscar no Egito, os
segredos da crença invisível e Pitágoras foi o que
melhor soube coordenar e pôr em evidência essa
crença. Fez dela uma síntese que abraçava ao mesmo
tempo a moral, a ciência e a religião. Pitágoras havia
estudado durante 30 anos no Egito. A esses
conhecimentos juntava uma intuição maravilhosa.
30. Deus é um, e sempre semelhante a si mesmo; porém, os deuses
são inumeráveis e diversos, porque a divindade é eterna e
infinita.
“Amai, porque tudo ama; amai, porém, a luz e não as trevas.
Durante a vossa viagem tende sempre em mira esse alvo. Quando
as almas voltam ao espaço, trazem, como hediondas
manchas, todas as faltas da sua vida es-tampadas no corpo
etéreo... E, para apagá-las, cumpre que expiem e voltem à Terra.
Entretanto, os puros, os fortes, vão para o sol de Dionisos.”
“Vosso ser, vossa alma é um pequeno universo, mas está cheio de
tempestades e de discórdias. Trata-se de realizar aí a unidade na
harmonia. Somente então des-cerá Deus até vossa
consciência, participareis assim do seu poder, e da vossa vontade
fareis a pedra da ladeira, o altar de Hestia, o trono de Júpiter.”
31. a evolução material dos mundos e a evolução espiritual das almas
são paralelas, concordantes, e explicam-se uma pela outra.
Educai as crianças e não será preciso punir os homens.
Não é livre quem não obteve domínio sobre si.
Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece justo.
O que fala semeia; o que escuta recolhe.
Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues.
Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e
tudo fazer bem.
A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é
aproximar-se de Deus.
A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a
Unidade é a Lei de Deus.
A vida é como uma sala de espetáculos: entra-se, vê-se e sai-se.
Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira
desgraça consiste em cometê-las
32. Pitágoras percorreu por 30 anos o Egito, Babilônia,
Síria, Fenícia e talvez a Índia e a Pérsia, onde acumulou
ecléticos conhecimentos: astronomia, matemática,
ciência, filosofia, misticismo e religião. Ele foi
contemporâneo de Tales de Mileto, Buda, Confúcio e
Lao-Tsé.
A Escola Pitagórica e as atividades se viram desde
então envoltas por um véu de lendas. Foi uma entidade
parcialmente secreta com centenas de alunos que
compunham uma irmandade religiosa e intelectual.
Entre os conceitos que defendiam, destacam-se:
33.
34. Ainda muito jovem possuia um raciocinio limpo e claro,
desligado dos preconceitos da época e deduziu sem
necessidade de iniciação, as grandes verdades espirituais
que ensinavam no interior dos templos secretos. Preferia o
convívio com os jovens aos quais instruía em campo aberto,
parques, praças e bosques, sempre fazendo com que eles
mesmo através de perguntas habilmente conduzidas,
deduzissem as respostas às suas indagações.
Suas idéias a respeito de um deus único em desprezo ao
politeísmo reinante, e suas convicções contrárias,
despertaram contra ele o desagrado da classe sacerdotal a
qual se juntaram seus inimigos pessoais. Acusado de
corromper a juventude com suas idéias reacionárias e
convocado a renegar em público suas crenças, delas não
desistiu, sendo condenado, então, à morte, bebendo cicuta.
35. Sócrates poderia ter escapado da prisão, pois seus
discípulos, que muito o amaram e respeitaram como
um pai, organizaram uma fuga na véspera da execução.
Porém ele declarou aos organizadores: “Se um homem
não é capaz de sacrificar o seu corpo em favor da
verdade, de que lhe adianta possuir uma alma?”.
E permaneceu na prisão sereno e lúcido até os
instantes finais, rodeado pelos jovens aos quais sempre
amou, falando a eles, mesmo em agonia, a respeito das
verdades sublimes que esposava.
Sócrates nada escreveu de próprio punho, mas seu
discípulo Platão, mais tarde, reuniu as idéias do mestre
em conjunto com as suas próprias em várias obras.
36.
37. Tão logo as idéias de Sócrates foram se espalhando pela
cidade, ele angariava mais e mais discípulos.
Assim, os antigos professores foram ficando irados. Pensavam
eles: Como um homem poderia ensinar de graça e pregar que não
se precisavam de professores como eles?. E mais: Eles não
concordavam com os pensamentos de Sócrates, que dizia que
para se acreditar em algo, era preciso verificar se aquilo
realmente era verdade.
Logo Sócrates começou a colecionar muitos inimigos.
Foi preso e acusado de 3 crimes:
1- Não acreditar nos costumes e nos deuses gregos;
2- Unir-se a deuses malignos que gostam de destruir as cidades;
3- Corromper jovens com suas idéias;
"...Sócrates é culpado do crime de não reconhecer os deuses
reconhecidos pelo Estado e de introduzir divindades novas; ele é
ainda culpado de corromper a juventude. Castigo pedido: a
morte"
38. Dado a ele a chance de se defender destas
acusações, Sócrates mostra toda a sua capacidade de
pensamento.
Em sua defesa, ele mostra que as acusações eram
contraditórias, questionando: Como posso não acreditar
nos deuses e ao mesmo tempo me unir a eles?
Mesmo assim, o tribunal, constituído por 501 cidadãos, o
condenou. Mas não a morte, pois sabiam que se o
condenassem à morte, milhares de jovens iriam se revoltar.
Condenaram-no a se exilar para sempre, ou a lhe ser
cortada a língua, impossibilitando-o assim de ensinar aos
demais. Caso se negasse, ele seria morto.
Após receber sua sentença, Sócrates proferiu: - Vocês me
deixam a escolha entre duas coisas: uma que eu sei ser
horrível, que é viver sem poder passar meus conhecimentos
a diante. A outra, que eu não conheço, que é a morte ...
escolho pois o desconhecido!
39. “Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o
melhor rumo ninguém o sabe, excepto os deuses”. Sócrates
Ao se dirigir aos atenienses que o julgaram, Sócrates disse que lhes era grato e
que os amava, mas que obedeceria antes ao deus do que a eles, pois enquanto
tivesse um sopro de vida, poderiam estar seguros de que não deixaria de
filosofar, tendo como sua única preocupação andar pelas ruas, a fim de
persuadir seus concidadãos, moços e velhos, a não se preocupar nem com o
corpo nem com a fortuna, tão apaixonadamente quanto a alma, a fim de torná-
la tão boa quanto possível.
Durante 30 dias, ele recebeu os seus amigos e conversou com eles. Declarando
não querer absolutamente desobedecer às leis da pátria, Sócrates recusava a
ajuda dos amigos para fugir. E passou o tempo preparando-se para o passo
extremo em palestras espirituais com os amigos.
Chegado o momento da execução, pouco antes de beber o veneno, Sócrates, de
forma irônica e sarcástica (como de costume), proferiu suas últimas palavras:
- "Críton, somos devedores de um galo a Asclépio; pois bem, pagai a minha
dívida. Pensai nisso!".
Após essas palavras, Sócrates bebeu a cicuta (Conium maculatum) e, diante dos
amigos, aos 70 anos, morreu por envenenamento.
Platão, no seu livro Fédon, assim narrou a morte de seu mestre:
40.
41. Por volta dos 20 anos, encontrou o filósofo Sócrates e
tornou-se seu discípulo até a morte deste.
Sócrates e Platão são legítimos precursores da idéia
cristã e dos postulados espíritas. Uma diferença porém
há entre eles: Sócrates não quis jamais fazer-se iniciar,
porque preferia liberdade de ensinar a toda a gente as
verdades que a sua razão lhe havia feito descobrir.
Porque os iniciados nada podiam revelar ao povo do
que aprendiam no interior dos templos. Mas Platão,
depois da morte de Sócrates foi para o Egito e iniciou-
se nos mistérios fundando depois sua academia na
qual falava da doutrina de modo velado, devido à sua
condição de iniciado.
42.
43. O homem é uma alma encarnada. Antes de sua
encarnação, ela existia junto aos modelos primordiais, às
idéias do verdadeiro, do bem e do belo. Separou-se delas ao
encarnar-se, e lembrando seu passado, sente-se mais ou
menos atormentada pelo desejo de a elas voltar.
Não se deve nunca retribuir a injustiça com a injustiça, nem
fazer mal a ninguém, qualquer que seja o mal que nos
tenham feito.
É pelos frutos que se conhece a árvore. É necessário
qualificar cada ação segundo o que ela produz: chamá-la
má quando a sua conseqüência é má, e boa quando produz
o bem.
Há uma disposição natural,em cada um de nós, para nos
apercebermos bem menos dos nossos defeitos, do que dos
defeitos alheios.
44. Platão acreditava que a alma depois da morte
reencarnava em outro corpo, mas a alma que se
ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era
privilegiada com a morte do corpo. A ela era concedida
o privilégio de passar o resto dos seus tempos em
companhia dos deuses.
Tais ensinamentos foram quase textualmente iguais
aos registrados pelos evangelistas, muitos séculos mais
tarde.