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Foi proposto um trabalho para dar resposta á nota de imprensa do museu da Guarda a entidades jornalísticas, que sendo dirigida para formadora Carla Campanela, achou por bem organizar uma saída de estudo ao local dos achados de Época pré-romana dos quais falaremos ao longo do trabalho, aprofundando o tema exaustivamente para dar a entender ao público-alvo a temática que antecedeu á inscrição dos achados agora abordados em contexto Histórico.   Museu O Museu Regional da Guarda foi criado em 1940, pelo dinamismo e empenho daquele que foi o seu primeiro director Dr. Ernesto Pereira, com objectivos claros de preservação da identidade regional e de afirmação do movimento regionalista local. Durante a dependência autárquica, que durou quarenta e três anos, não conseguiu afirmar-se como instituição museológica plena. Esse desiderato só viria a tornar-se realidade a partir do momento em que, o então Museu Regional da Guarda, passou para a dependência do ex. Instituto Português do Património Cultural. Depois de dois anos de obras de requalificação reabriu, em 1985, com a designação de Museu da Guarda. A Missão do Museu da Guarda é o estudo, a conservação e a divulgação das suas diversas colecções bem como o desenvolvimento de acções de extensão cultural que fomentam a sua capacidade de comunicação, cumprindo assim as suas relevantes tarefas de serviço público. É Visão do Museu da Guarda a sua projecção como instituição museológica de referência ao serviço da sociedade e da cultura. Os seus Valores são a preservação do património, a promoção cultural, a competência e a excelência dos serviços que presta. Depois de dar a conhecer a instituição que vai acolher o molde preparado em tamanho original das inscrições que datam de época Pré- Romana já publicadas em 1956, por Adriano Vasco Rodrigues pela primeira vez e que agora graças a uma técnica que recorre á tecnologia LaserScan levada a cabo por empresa especializada Portuguesa leva este legado ao museu da Guarda assim como achados desta civilização, que vão estar no museu a partir de 2010. Iniciamos uma abordagem através do tempo para melhor compreender a grande importância do trabalho de pesquisa dos Arqueólogos chefiados por Maria João Santos, trabalhos custeados pelo Instituto Arqueológico Alemão de Madrid e pela firma Noraktrad do grupo Norak.      A norte da Bendada, situa-se o Cabeço das Fráguas, local de difícil subida, mas cuja dificuldade é compensada pela excelente vista que proporciona no alto dos seus 1018mts. É no topo que se encontram as inscrições lá deixadas pelos nossos antepassados Lusitanos e bem perto destas inscrições que foi deixada esta cache.  A inscrição rupestre do Cabeço das Fráguas (Sabugal, Portugal) A primeira referência conhecida a esta inscrição figura nas Memórias Paroquiais do séc. XVIII, em que o pároco de Pousafoles do Bispo menciona existir 
em todo o cume
 do Cabeço das Fráguas 
uma pequena planície, e uma lage virada ao Nascente com uns caracteres que se não deixam conhecer
 (Curado, 1989:350). É, contudo, a partir da publicação em 1959, de Adriano Vasco Rodrigues, que esta inscrição conhecerá o interesse da comunidade científica, tendo desde então, sido objecto de aturados estudos linguísticos e etimológicos. A lage encontra-se disposta ao nível do solo, no cume do Cabeço das Fráguas (fig.1), maciço granítico com 1015 m de altitude, a c. de 15 km a sul da Guarda. Apresenta o canto inferior direito mutilado, afectando a leitura da linha 6 e da linha 7, sendo no entanto possível, como chamou a atenção F. Curado (1989: 350), já existir a falha originalmente, conforme parece apontar a inclinação oblíqua da 6ª linha, pelo que faltaria assim, apenas o final da linha 7. As letras, de ductus grosseiro e irregular, encontram-se profundamente gravadas, não oferecendo quaisquer dificuldades de leitura, à excepção da 3ª letra de LAEBO, que Untermann (1997) recentemente propôs corrigir-se para LABBO. Não nos interessa aqui debruçarmo-nos sobre o estudo linguístico e etimológico dos vários componentes do texto epigráfico, mas sim analisar a presença do grupo de vítimas da suovetaurilia romana - oilam, porcom, taurom -, e a pertinência da sua correlação com as cinco divindades mencionadas: Trebopala, Laebo, Iccona Loiminna, Trebaruna e Reva. A Laebo (uel Labbo) é oferecido um porco, a Trebopala e a Trebaruna uma ovelha, a Iccona Loiminna um animal que podemos talvez identificar com uma vaca e finalmente, é Reva quem recebe a oferenda maior, o touro semental. Regra geral, consideram-se todos os teónimos em dativo. No entanto, se isso se pode aplicar a Laebo - partindo do principio de que se trata de facto de um tema em -o-, não invalidando, porém, tratar-se de um nominativo indígena presente em -bho -, dificilmente se aplica em relação a Trebopala e Iccona Loiminna, ambos temas em -a que deveriam fazer o dativo em -ae/-e, á semelhança de Trebaruna e Reva. Uma solução poderia passar por considerarmos os primeiros três teónimos no nominativo e os dois últimos no dativo, articulados assim, em dois blocos distintos, possivelmente divindades menores/ divindades supremas. Todavia e para efeito prático, nesta primeira abordagem, consideraremos apenas a etimologia dos teónimos em si. Para Trebopala é comummente aceite o composto treb- e -pala. O radical treb-, amplamente atestado nas línguas célticas, não coloca problemas quanto ao seu sentido de 
povo, tribo
; já a voz -pala é mais difícil de definir. Uma das propostas é a sua aproximação à Víspala védica e aos Pales romanos, ambos vinculados à protecção dos rebanhos (Dúmezil, 1958: 80 e Witczak, 1999: 66). A este propósito, Patrício Curado (1989: 250) chama a atenção para o facto de em Trás-os-Montes e no Gerês (Portugal), 
pala
 manter o significado de 
empenho, protecção
. Trebopala encerraria, assim, o possível sentido de 
protectora da tribo
, com eventual conotação agrária. Laebo encontra-se unicamente representado no Cabeço das Fráguas - com um total de quatro dedicatórias -, tratando-se ao que tudo indica de uma divindade tópica. A sua análise etimológica apresenta, contudo, grandes dificuldades. Recentemente, Witczak (1999: 68-69) propôs considerar-se Laebo no dativo do plural, por aproximação a formas como o gaulês matrebo, que surje em vez de matribus. Segundo esta interpretação poder-se-ia supôr em Laebo uma derivação de Lahebo, possivelmente equivalente a Laribus. Esta proposta choca, porém, com a ocorrência da terminação -po em todas as outras dedicatórias conhecidas, a menos que se considere a evoluçãp b>p, em testemunhos que são decerto posteriores. O presente estado de conhecimentos não permite assim, avançar nada de minimamente concreto relativo a esta divindade. Iccona Loiminna corresponderá a um teónimo seguido de epíteto. O teónimo em si parece corresponder-se ao gaulês Epona (Gil, 1980; Maggi, 1983: 8 e Witczak, 1999: 66-67). A possível derivação do epíteto de *louksmena, 
brilhante
 e a sua ocorrência numa das inscrições em língua lusitana de Arroyo de la Luz (Masdeu, 1800), poderia eventualmente sugerir estarmos ante uma divindade de 2ª função. O difícil sentido etimológico, o facto desta inscrição constituir a sua única referência e a impossibilidade de definir ao certo o carácter da sua oferenda não permitem, todavia, tecer quaisquer outras considerações. Relativamente a Trebaruna, divindade amplamente atestada no núcleo lusitano, estamos ante uma forma que comporta igualmente o radical treb-, seguido de aruna. Blanca Prósper (1994) propõe para -aruna, a relação com o gót. runs < *runós, 
corrente, fonte
, assinalando a existência de diversos hidrónimos com esta raiz e a possível relação etimológica com o celta Arawn, rei de Annwfn, do muito profundo (*araunos). Buá Carballo, considera, por outro lado, a derivação *Trebaro-, com paralelo no a.irl. trebar, 
sábio
 (2000: 73-74). Atendendo a esta conjugação etimológica, somos tentados a ver em Trebaruna, o possível sentido de 
segredo do povo
, 
a sabedoria do povo
, integrável, portanto, no âmbito de uma eventual divindade de 1ª função. A última divindade mencionada é Reva, também de ampla difusão cultual em toda a zona lusitano-galaica, seguida de TRE-, que porém, não podemos classificar seguramente como seu epíteto. A opinião mais difundida é a de que se trata de um tema em -a, fazendo o dativo em -ae = e. Recentemente, com base na possibilidade do R lusitano reflectir o D indo-europeu, Witczak (1999: 71) avançou a proposta de Reue constituir o dativo de *Reus, portanto, uma divindade uraniana assimilável a Diaus, Zeus e Júpiter, corroborando assim a anterior interpretação de Mª de Lourdes Albertos de Reva como derivado do radical *reg, 
direito, lei
 (1983) e as várias situações de identificação desta divindade com importantes orogenias. Voltando agora à análise do rito sacrificial, teríamos assim uma possível sequência de duas divindades de conotação agrária (ou de 3ª função) - Trebopala e Laebo -, a quem são oferecidos, respectivamente, uma ovelha e um porco; uma divindade de conotação indefinida que poderíamos colocar, a título de hipótese, eventualmente no âmbito da 2ª função – Iccona Loiminna -, à qual é sacrificado um animal também ele indeterminado, possivelmente uma vaca(?); uma eventual divindade de carácter soberano - Trebaruna -, à qual é, porém, oferecida uma ovelha e, finalmente uma divindade suprema, uraniana - *Revs -, a quem é consagrada a vítima mais importante, o touro de cobrição. A primeira divergência que imediatamente se destaca entre este rito e os seus eventuais congéneres védico e romano, é o facto de a maior oferenda, o touro, ser dedicada a uma divindade de 
primeira função
 e não a uma entidade de conotação guerreira. Por outro lado, a comprovar-se a identificação de commaiam com 
vaca
, teríamos uma segunda divergência e, ainda uma terceira, expressa no sacrifício de uma ovelha a uma divindade de possível carácter soberano como Trebaruna. Não sabemos se oilam corresponde a 
ovelha
 ou 
carneiro
, ou constitui um neutro, o que também dificulta a análise da sequência sacrificial. O contexto ritual - de propriação agrária -, parece ser, porém, o mesmo nos três ritos, encontrando-se entre nós sublinhado pela caracterização do touro como semental e possivelmente, pelas entidades divinas envolvidas. In O Sacrifício entre os Lusitanos http://pt.wikipedia.org/wiki/Lusitanos Lusitanos. Os lusitanos constituíam um conjunto de povos de origem indo-europeia, habitando a porção oeste da Península Ibérica (hoje grande parte de Portugal e da Extremadura espanhola). A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius, Apuleius, Connoba e Tantalus. Origem Os antepassados dos lusitanos compunham um mosaico de diferentes tribos que habitaram Portugal desde o Neolítico. Não se sabe ao certo a origem destas tribos, mas é provável que fossem oriundas dos alpes suíços ou mesmo nativas de Portugal. Miscigenaram-se parcialmente com os invasores celtas, dando origem aos lusitanos. Entre as numerosas tribos que habitavam a Península Ibérica quando chegaram os romanos, encontrava-se, na parte ocidental, a dos lusitani, considerada por alguns autores a maior das tribos ibéricas, com a qual durante muitos anos lutaram os romanos.  etnia segundo os autores da antiguidade Diodoro considerava os lusitanos um povo celta 
Os que são chamados de lusitanos são os mais valentes de todos os cimbros
. Viriato foi referido como líder dos celtiberos  Os Lusitanos também eram chamados de Belitanos, segundo Artemidoro.  Língua e escrita : Língua lusitana Bronze de Alcántara, ou Tabula Alcantarensis, inscrição romana na Lusitânia As principais inscrições foram feitas em território português em Lomas de Moledo e Cabeço das Fráguas; a outra inscrição procede de Arroyo de Cáceres (Extremadura, Espanha). Como exemplo segue-se a inscrição de Cabeço das Fráguas do século III d.C.: Esta inscrição traduz-se habitualmente como: 
[é sacrificada] uma ovelha a Trebopala, e um porco a Laebo, oferenda a Iccona Luminosa, uma ovelha de um ano a Trebaruna e um touro semental a Reve Tre[baruna(?)]
. Descrição linguística: As inscrições lusitanas (escritas em alfabeto latino) mostram uma língua celtóide facilmente traduzível e interpretável, já que conserva em maior grau a sua semelhança com o celta comum. A conservação do p- inicial nalgumas inscrições lusitanas, faz com que muitos autores não considerem o lusitano como uma língua celta mas celtóide. O celta comum perde o p- indoeuropeu inicial. Por exemplo: 
porc/om
 em lusitano seria dito 
orc/os
 em outras línguas celtas como o celtibero, goidélico ou gaulês. Para estes autores, o lusitano mais do que uma língua descendente do celta comum ,seria uma língua aparentada ao celta comum, ou seja, uma variante separada do celta mas com muita relação a ele.  Guerreiro lusitano Os lusitanos foram considerados pelos historiadores, como sendo hábeis na luta de guerrilhas, num determinado acontecimento quando chefiados por Viriato, livraram-se do cerco de Vetílio e perseguiram-no até ao desfiladeiro da Serra de Ronda, onde dispersaram as tropas romanas. 
Dizem que os Lusitanos são hábeis em armar emboscadas e descobrir pistas; são ágeis, rápidos e de grande destreza. Usam um pequeno escudo de dois pés de diâmetro, côncavo para diante, que é preso ao corpo por correias de couro, porque não tem nem braçadeiras nem asa. Usam também um punhal ou um gládio. A maior parte dos guerreiros veste couraças de linho, e apenas alguns cotas de malha e capacete de tríplice cimeira. Mas em geral usam elmos de nervos. Os peões calçam polainas de couro e estão armados com lanças de ponta de bronze.
 Estrabão, Geografia 3.3.6 
Em tempo de guerra eles marcham observando tempo e medida;e cantam hinos (paeans) quando estão prontos para investir sobre o inimigo.
 Pela indicação de Tito Livio, (cento e trinta e quatro estandartes num exercito de doze mil quinhentos e quarenta guerreiros), cada estandarte deveria guiar unidades de cerca de noventa guerreiros lusitanos unidades semelhante à centúria romana ou apenas divisões por nações como faziam os Iberos. Utilizavam como armas o punhal e a espada, o dardo ou lança de arremesso, todo de ferro, e a lança de ponta de bronze. Estrutura dos povoados As casas de pedra tinham forma redonda ou rectangular; eram cobertas de palha, e ficavam situadas no alto de morros ou colinas, agrupando-se em aldeias - os castros citados pelos historiadores antigos. Os grandes castros tinham muralhas defensivas feitas de grandes pedras, chegando a alcançar um quilómetro de perímetro. Os instrumentos musicais incluíam a flauta e a trombeta, com que acompanhavam seus coros e danças, de que os romanos nos deixaram algumas descrições. Os locais de culto funerários são sempre de grande interesse para os arqueólogos que se encontram por todo o território da antiga Lusitânia. Do período paleolítico conhecem-se cemitérios onde os corpos estavam dispostos com restos de alimentos, utensílios e armas; do megalítico abundam os dólmens, conhecidos em Portugal como antas, ou mamoas - porque os montículos de terra que se acumularam sobre eles, criaram essa forma arredondada.  Sociedade A sociedade lusitana essencialmente guerreira denotava a presença de uma hierarquia social em que o guerreiro ocupava uma importante posição. Era uma sociedade aristocrática em que a maior parte da riqueza estava nas mãos de um grupo reduzido de pessoas. A presença de joias e de armas nos túmulos indica a presença de uma elite guerreira. A organização da família lusitana revela uma estrutura gentílica da sua sociedade, o qual era referida nas fontes epigráficas com a designação de de gentes ou gentiliates. Os lusitanos encontravam-se unidos entre si por laços de sangue ou parentesco e não pelo território ocupado. O tipo de governo era a chefia militar, em que o líder era eleito em assembleia popular escolhido entre aqueles que se distinguiam pela coragem, valor, capacidade de liderança e vitórias obtidas em tempo de guerra. Os autores gregos referiam-se a estes chefes militares como hegoumenos, isto é, líder, chefe e os romanos dux. No entanto o nome de regnator, rei, e principe, também foram referidos. O hospitium, em que adoptavam-se estranhos na comunidade, é também considerado um costume dos lusitanos. É referido também que os lusitanos tinham o hábito de untar o corpo, tomavam banhos de vapor em balneários decorado com gravuras em baixo relevo, lançando água sobre pedras ao rubro, e tomavam em seguida um banho frio e que comiam apenas uma vez por dia. O alimento mais característico era o pão de bolota ou glande de carvalho; bebiam leite de cabra e cerveja de cevada, reservando o vinho para as festas com uma produção desde a época pré-romana  A caça, pesca, produção de gado bovino e equino, a produção de mel e lã assim como o trigo a cevada o linho e a mineração eram actividades referenciadas.  O escambo era usado nas regiões do interior onde também usavam peças cortadas de prata batida como dinheiro.  Culto religioso : Mitologia lusitana Praticavam sacrifícios humanos e quando o sacerdote feria o prisioneiro no ventre, faziam-se vaticínios segundo a maneira como a vítima caía. Sacrificavam a Ares, deus da guerra, não só prisioneiros, como igualmente cavalos e bodes. Os santuários eram erigidos nas massas rochosas de locais com certo domínio da paisagem, à beira de cursos de água ou junto a montes.  Praticavam exercícios de ginástica como o pugilato e corridas, simulacros de combates a pé ou a cavalo: bailavam em danças de roda, homens e mulheres de mãos dadas, ao som de flautas e cornetas; eram tipicamente monogâmicos Usavam barcos feitos de couro, ou de um tronco de árvore. As lutas dos lusitanos contra os romanos começaram em 193 a.C.. Em 150 a.C. o pretor Sérvio Galba, após ter infligido grandes punições aos lusitanos, aceitou um acordo de paz com a condição de entregarem as armas, aproveitando depois para os chacinar. Isto fez lavrar ainda mais a revolta e durante oito anos, os romanos sofreram pesadas baixas. Esta luta só acabou com o assassínio traiçoeiro de Viriato por três companheiros tentados pelo ouro romano. Mas a luta não parou e para tentar acabá-la mandou Roma à Península o cônsul Décimo Júnio Bruto, que fortificou Olisipo, estabeleceu a base de operações em Méron próximo de Santarém, e marchou para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do Rio Lima. Mas nem assim Roma conseguiu a submissão total e o domínio do norte da Lusitânia só foi conseguido com a tomada de Numância, na Celtibéria que apoiava os castros de Noroeste. Em 60 a.C. Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos. Acaba assim a nossa incursão pela história da Península Ibérica que achamos pertinente no contexto que se insere em prol da informação e no âmbito da Pesquisa e Divulgação da Informação, disciplina que enlaça todo o pretexto do nosso trabalho só superado pela verdadeira vontade de divulgar a informação pondo em contexto passagens da história que enriquecem o pecúlio dos achados e o valor que vai ter o presente projecto já iniciado com as escavações em 2006 e que se mantêm até aos dias de hoje tal a importância dos achados até aqui e os que se crê virem a ser concretizados para que o projecto esteja concluído com a informação que se crê ser muito maior, acreditando-se na possível Acrópole existente no local dos achados e não uma mera fortificação para sazonalmente se ofertarem sacrifícios aos deuses já descritos, como em todo se acredita com base nas dimensões dos achados das escavações em que apresenta o dobro do tamanho em relação ao actual achado até aqui. Paula Monteiro,   José Carvalho/Carla Campanela
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Trabalho Sobre Quinta Das Fráguas Carla Campanela

  • 1. Foi proposto um trabalho para dar resposta á nota de imprensa do museu da Guarda a entidades jornalísticas, que sendo dirigida para formadora Carla Campanela, achou por bem organizar uma saída de estudo ao local dos achados de Época pré-romana dos quais falaremos ao longo do trabalho, aprofundando o tema exaustivamente para dar a entender ao público-alvo a temática que antecedeu á inscrição dos achados agora abordados em contexto Histórico. Museu O Museu Regional da Guarda foi criado em 1940, pelo dinamismo e empenho daquele que foi o seu primeiro director Dr. Ernesto Pereira, com objectivos claros de preservação da identidade regional e de afirmação do movimento regionalista local. Durante a dependência autárquica, que durou quarenta e três anos, não conseguiu afirmar-se como instituição museológica plena. Esse desiderato só viria a tornar-se realidade a partir do momento em que, o então Museu Regional da Guarda, passou para a dependência do ex. Instituto Português do Património Cultural. Depois de dois anos de obras de requalificação reabriu, em 1985, com a designação de Museu da Guarda. A Missão do Museu da Guarda é o estudo, a conservação e a divulgação das suas diversas colecções bem como o desenvolvimento de acções de extensão cultural que fomentam a sua capacidade de comunicação, cumprindo assim as suas relevantes tarefas de serviço público. É Visão do Museu da Guarda a sua projecção como instituição museológica de referência ao serviço da sociedade e da cultura. Os seus Valores são a preservação do património, a promoção cultural, a competência e a excelência dos serviços que presta. Depois de dar a conhecer a instituição que vai acolher o molde preparado em tamanho original das inscrições que datam de época Pré- Romana já publicadas em 1956, por Adriano Vasco Rodrigues pela primeira vez e que agora graças a uma técnica que recorre á tecnologia LaserScan levada a cabo por empresa especializada Portuguesa leva este legado ao museu da Guarda assim como achados desta civilização, que vão estar no museu a partir de 2010. Iniciamos uma abordagem através do tempo para melhor compreender a grande importância do trabalho de pesquisa dos Arqueólogos chefiados por Maria João Santos, trabalhos custeados pelo Instituto Arqueológico Alemão de Madrid e pela firma Noraktrad do grupo Norak. A norte da Bendada, situa-se o Cabeço das Fráguas, local de difícil subida, mas cuja dificuldade é compensada pela excelente vista que proporciona no alto dos seus 1018mts. É no topo que se encontram as inscrições lá deixadas pelos nossos antepassados Lusitanos e bem perto destas inscrições que foi deixada esta cache. A inscrição rupestre do Cabeço das Fráguas (Sabugal, Portugal) A primeira referência conhecida a esta inscrição figura nas Memórias Paroquiais do séc. XVIII, em que o pároco de Pousafoles do Bispo menciona existir em todo o cume do Cabeço das Fráguas uma pequena planície, e uma lage virada ao Nascente com uns caracteres que se não deixam conhecer (Curado, 1989:350). É, contudo, a partir da publicação em 1959, de Adriano Vasco Rodrigues, que esta inscrição conhecerá o interesse da comunidade científica, tendo desde então, sido objecto de aturados estudos linguísticos e etimológicos. A lage encontra-se disposta ao nível do solo, no cume do Cabeço das Fráguas (fig.1), maciço granítico com 1015 m de altitude, a c. de 15 km a sul da Guarda. Apresenta o canto inferior direito mutilado, afectando a leitura da linha 6 e da linha 7, sendo no entanto possível, como chamou a atenção F. Curado (1989: 350), já existir a falha originalmente, conforme parece apontar a inclinação oblíqua da 6ª linha, pelo que faltaria assim, apenas o final da linha 7. As letras, de ductus grosseiro e irregular, encontram-se profundamente gravadas, não oferecendo quaisquer dificuldades de leitura, à excepção da 3ª letra de LAEBO, que Untermann (1997) recentemente propôs corrigir-se para LABBO. Não nos interessa aqui debruçarmo-nos sobre o estudo linguístico e etimológico dos vários componentes do texto epigráfico, mas sim analisar a presença do grupo de vítimas da suovetaurilia romana - oilam, porcom, taurom -, e a pertinência da sua correlação com as cinco divindades mencionadas: Trebopala, Laebo, Iccona Loiminna, Trebaruna e Reva. A Laebo (uel Labbo) é oferecido um porco, a Trebopala e a Trebaruna uma ovelha, a Iccona Loiminna um animal que podemos talvez identificar com uma vaca e finalmente, é Reva quem recebe a oferenda maior, o touro semental. Regra geral, consideram-se todos os teónimos em dativo. No entanto, se isso se pode aplicar a Laebo - partindo do principio de que se trata de facto de um tema em -o-, não invalidando, porém, tratar-se de um nominativo indígena presente em -bho -, dificilmente se aplica em relação a Trebopala e Iccona Loiminna, ambos temas em -a que deveriam fazer o dativo em -ae/-e, á semelhança de Trebaruna e Reva. Uma solução poderia passar por considerarmos os primeiros três teónimos no nominativo e os dois últimos no dativo, articulados assim, em dois blocos distintos, possivelmente divindades menores/ divindades supremas. Todavia e para efeito prático, nesta primeira abordagem, consideraremos apenas a etimologia dos teónimos em si. Para Trebopala é comummente aceite o composto treb- e -pala. O radical treb-, amplamente atestado nas línguas célticas, não coloca problemas quanto ao seu sentido de povo, tribo ; já a voz -pala é mais difícil de definir. Uma das propostas é a sua aproximação à Víspala védica e aos Pales romanos, ambos vinculados à protecção dos rebanhos (Dúmezil, 1958: 80 e Witczak, 1999: 66). A este propósito, Patrício Curado (1989: 250) chama a atenção para o facto de em Trás-os-Montes e no Gerês (Portugal), pala manter o significado de empenho, protecção . Trebopala encerraria, assim, o possível sentido de protectora da tribo , com eventual conotação agrária. Laebo encontra-se unicamente representado no Cabeço das Fráguas - com um total de quatro dedicatórias -, tratando-se ao que tudo indica de uma divindade tópica. A sua análise etimológica apresenta, contudo, grandes dificuldades. Recentemente, Witczak (1999: 68-69) propôs considerar-se Laebo no dativo do plural, por aproximação a formas como o gaulês matrebo, que surje em vez de matribus. Segundo esta interpretação poder-se-ia supôr em Laebo uma derivação de Lahebo, possivelmente equivalente a Laribus. Esta proposta choca, porém, com a ocorrência da terminação -po em todas as outras dedicatórias conhecidas, a menos que se considere a evoluçãp b>p, em testemunhos que são decerto posteriores. O presente estado de conhecimentos não permite assim, avançar nada de minimamente concreto relativo a esta divindade. Iccona Loiminna corresponderá a um teónimo seguido de epíteto. O teónimo em si parece corresponder-se ao gaulês Epona (Gil, 1980; Maggi, 1983: 8 e Witczak, 1999: 66-67). A possível derivação do epíteto de *louksmena, brilhante e a sua ocorrência numa das inscrições em língua lusitana de Arroyo de la Luz (Masdeu, 1800), poderia eventualmente sugerir estarmos ante uma divindade de 2ª função. O difícil sentido etimológico, o facto desta inscrição constituir a sua única referência e a impossibilidade de definir ao certo o carácter da sua oferenda não permitem, todavia, tecer quaisquer outras considerações. Relativamente a Trebaruna, divindade amplamente atestada no núcleo lusitano, estamos ante uma forma que comporta igualmente o radical treb-, seguido de aruna. Blanca Prósper (1994) propõe para -aruna, a relação com o gót. runs < *runós, corrente, fonte , assinalando a existência de diversos hidrónimos com esta raiz e a possível relação etimológica com o celta Arawn, rei de Annwfn, do muito profundo (*araunos). Buá Carballo, considera, por outro lado, a derivação *Trebaro-, com paralelo no a.irl. trebar, sábio (2000: 73-74). Atendendo a esta conjugação etimológica, somos tentados a ver em Trebaruna, o possível sentido de segredo do povo , a sabedoria do povo , integrável, portanto, no âmbito de uma eventual divindade de 1ª função. A última divindade mencionada é Reva, também de ampla difusão cultual em toda a zona lusitano-galaica, seguida de TRE-, que porém, não podemos classificar seguramente como seu epíteto. A opinião mais difundida é a de que se trata de um tema em -a, fazendo o dativo em -ae = e. Recentemente, com base na possibilidade do R lusitano reflectir o D indo-europeu, Witczak (1999: 71) avançou a proposta de Reue constituir o dativo de *Reus, portanto, uma divindade uraniana assimilável a Diaus, Zeus e Júpiter, corroborando assim a anterior interpretação de Mª de Lourdes Albertos de Reva como derivado do radical *reg, direito, lei (1983) e as várias situações de identificação desta divindade com importantes orogenias. Voltando agora à análise do rito sacrificial, teríamos assim uma possível sequência de duas divindades de conotação agrária (ou de 3ª função) - Trebopala e Laebo -, a quem são oferecidos, respectivamente, uma ovelha e um porco; uma divindade de conotação indefinida que poderíamos colocar, a título de hipótese, eventualmente no âmbito da 2ª função – Iccona Loiminna -, à qual é sacrificado um animal também ele indeterminado, possivelmente uma vaca(?); uma eventual divindade de carácter soberano - Trebaruna -, à qual é, porém, oferecida uma ovelha e, finalmente uma divindade suprema, uraniana - *Revs -, a quem é consagrada a vítima mais importante, o touro de cobrição. A primeira divergência que imediatamente se destaca entre este rito e os seus eventuais congéneres védico e romano, é o facto de a maior oferenda, o touro, ser dedicada a uma divindade de primeira função e não a uma entidade de conotação guerreira. Por outro lado, a comprovar-se a identificação de commaiam com vaca , teríamos uma segunda divergência e, ainda uma terceira, expressa no sacrifício de uma ovelha a uma divindade de possível carácter soberano como Trebaruna. Não sabemos se oilam corresponde a ovelha ou carneiro , ou constitui um neutro, o que também dificulta a análise da sequência sacrificial. O contexto ritual - de propriação agrária -, parece ser, porém, o mesmo nos três ritos, encontrando-se entre nós sublinhado pela caracterização do touro como semental e possivelmente, pelas entidades divinas envolvidas. In O Sacrifício entre os Lusitanos http://pt.wikipedia.org/wiki/Lusitanos Lusitanos. Os lusitanos constituíam um conjunto de povos de origem indo-europeia, habitando a porção oeste da Península Ibérica (hoje grande parte de Portugal e da Extremadura espanhola). A figura mais notável entre os lusitanos foi Viriato, um dos seus líderes no combate aos romanos. Outros líderes conhecidos eram Punicus, Cæsarus, Caucenus, Curius, Apuleius, Connoba e Tantalus. Origem Os antepassados dos lusitanos compunham um mosaico de diferentes tribos que habitaram Portugal desde o Neolítico. Não se sabe ao certo a origem destas tribos, mas é provável que fossem oriundas dos alpes suíços ou mesmo nativas de Portugal. Miscigenaram-se parcialmente com os invasores celtas, dando origem aos lusitanos. Entre as numerosas tribos que habitavam a Península Ibérica quando chegaram os romanos, encontrava-se, na parte ocidental, a dos lusitani, considerada por alguns autores a maior das tribos ibéricas, com a qual durante muitos anos lutaram os romanos. etnia segundo os autores da antiguidade Diodoro considerava os lusitanos um povo celta Os que são chamados de lusitanos são os mais valentes de todos os cimbros . Viriato foi referido como líder dos celtiberos Os Lusitanos também eram chamados de Belitanos, segundo Artemidoro. Língua e escrita : Língua lusitana Bronze de Alcántara, ou Tabula Alcantarensis, inscrição romana na Lusitânia As principais inscrições foram feitas em território português em Lomas de Moledo e Cabeço das Fráguas; a outra inscrição procede de Arroyo de Cáceres (Extremadura, Espanha). Como exemplo segue-se a inscrição de Cabeço das Fráguas do século III d.C.: Esta inscrição traduz-se habitualmente como: [é sacrificada] uma ovelha a Trebopala, e um porco a Laebo, oferenda a Iccona Luminosa, uma ovelha de um ano a Trebaruna e um touro semental a Reve Tre[baruna(?)] . Descrição linguística: As inscrições lusitanas (escritas em alfabeto latino) mostram uma língua celtóide facilmente traduzível e interpretável, já que conserva em maior grau a sua semelhança com o celta comum. A conservação do p- inicial nalgumas inscrições lusitanas, faz com que muitos autores não considerem o lusitano como uma língua celta mas celtóide. O celta comum perde o p- indoeuropeu inicial. Por exemplo: porc/om em lusitano seria dito orc/os em outras línguas celtas como o celtibero, goidélico ou gaulês. Para estes autores, o lusitano mais do que uma língua descendente do celta comum ,seria uma língua aparentada ao celta comum, ou seja, uma variante separada do celta mas com muita relação a ele. Guerreiro lusitano Os lusitanos foram considerados pelos historiadores, como sendo hábeis na luta de guerrilhas, num determinado acontecimento quando chefiados por Viriato, livraram-se do cerco de Vetílio e perseguiram-no até ao desfiladeiro da Serra de Ronda, onde dispersaram as tropas romanas. Dizem que os Lusitanos são hábeis em armar emboscadas e descobrir pistas; são ágeis, rápidos e de grande destreza. Usam um pequeno escudo de dois pés de diâmetro, côncavo para diante, que é preso ao corpo por correias de couro, porque não tem nem braçadeiras nem asa. Usam também um punhal ou um gládio. A maior parte dos guerreiros veste couraças de linho, e apenas alguns cotas de malha e capacete de tríplice cimeira. Mas em geral usam elmos de nervos. Os peões calçam polainas de couro e estão armados com lanças de ponta de bronze. Estrabão, Geografia 3.3.6 Em tempo de guerra eles marcham observando tempo e medida;e cantam hinos (paeans) quando estão prontos para investir sobre o inimigo. Pela indicação de Tito Livio, (cento e trinta e quatro estandartes num exercito de doze mil quinhentos e quarenta guerreiros), cada estandarte deveria guiar unidades de cerca de noventa guerreiros lusitanos unidades semelhante à centúria romana ou apenas divisões por nações como faziam os Iberos. Utilizavam como armas o punhal e a espada, o dardo ou lança de arremesso, todo de ferro, e a lança de ponta de bronze. Estrutura dos povoados As casas de pedra tinham forma redonda ou rectangular; eram cobertas de palha, e ficavam situadas no alto de morros ou colinas, agrupando-se em aldeias - os castros citados pelos historiadores antigos. Os grandes castros tinham muralhas defensivas feitas de grandes pedras, chegando a alcançar um quilómetro de perímetro. Os instrumentos musicais incluíam a flauta e a trombeta, com que acompanhavam seus coros e danças, de que os romanos nos deixaram algumas descrições. Os locais de culto funerários são sempre de grande interesse para os arqueólogos que se encontram por todo o território da antiga Lusitânia. Do período paleolítico conhecem-se cemitérios onde os corpos estavam dispostos com restos de alimentos, utensílios e armas; do megalítico abundam os dólmens, conhecidos em Portugal como antas, ou mamoas - porque os montículos de terra que se acumularam sobre eles, criaram essa forma arredondada. Sociedade A sociedade lusitana essencialmente guerreira denotava a presença de uma hierarquia social em que o guerreiro ocupava uma importante posição. Era uma sociedade aristocrática em que a maior parte da riqueza estava nas mãos de um grupo reduzido de pessoas. A presença de joias e de armas nos túmulos indica a presença de uma elite guerreira. A organização da família lusitana revela uma estrutura gentílica da sua sociedade, o qual era referida nas fontes epigráficas com a designação de de gentes ou gentiliates. Os lusitanos encontravam-se unidos entre si por laços de sangue ou parentesco e não pelo território ocupado. O tipo de governo era a chefia militar, em que o líder era eleito em assembleia popular escolhido entre aqueles que se distinguiam pela coragem, valor, capacidade de liderança e vitórias obtidas em tempo de guerra. Os autores gregos referiam-se a estes chefes militares como hegoumenos, isto é, líder, chefe e os romanos dux. No entanto o nome de regnator, rei, e principe, também foram referidos. O hospitium, em que adoptavam-se estranhos na comunidade, é também considerado um costume dos lusitanos. É referido também que os lusitanos tinham o hábito de untar o corpo, tomavam banhos de vapor em balneários decorado com gravuras em baixo relevo, lançando água sobre pedras ao rubro, e tomavam em seguida um banho frio e que comiam apenas uma vez por dia. O alimento mais característico era o pão de bolota ou glande de carvalho; bebiam leite de cabra e cerveja de cevada, reservando o vinho para as festas com uma produção desde a época pré-romana A caça, pesca, produção de gado bovino e equino, a produção de mel e lã assim como o trigo a cevada o linho e a mineração eram actividades referenciadas. O escambo era usado nas regiões do interior onde também usavam peças cortadas de prata batida como dinheiro. Culto religioso : Mitologia lusitana Praticavam sacrifícios humanos e quando o sacerdote feria o prisioneiro no ventre, faziam-se vaticínios segundo a maneira como a vítima caía. Sacrificavam a Ares, deus da guerra, não só prisioneiros, como igualmente cavalos e bodes. Os santuários eram erigidos nas massas rochosas de locais com certo domínio da paisagem, à beira de cursos de água ou junto a montes. Praticavam exercícios de ginástica como o pugilato e corridas, simulacros de combates a pé ou a cavalo: bailavam em danças de roda, homens e mulheres de mãos dadas, ao som de flautas e cornetas; eram tipicamente monogâmicos Usavam barcos feitos de couro, ou de um tronco de árvore. As lutas dos lusitanos contra os romanos começaram em 193 a.C.. Em 150 a.C. o pretor Sérvio Galba, após ter infligido grandes punições aos lusitanos, aceitou um acordo de paz com a condição de entregarem as armas, aproveitando depois para os chacinar. Isto fez lavrar ainda mais a revolta e durante oito anos, os romanos sofreram pesadas baixas. Esta luta só acabou com o assassínio traiçoeiro de Viriato por três companheiros tentados pelo ouro romano. Mas a luta não parou e para tentar acabá-la mandou Roma à Península o cônsul Décimo Júnio Bruto, que fortificou Olisipo, estabeleceu a base de operações em Méron próximo de Santarém, e marchou para o Norte, matando e destruindo tudo o que encontrou até à margem do Rio Lima. Mas nem assim Roma conseguiu a submissão total e o domínio do norte da Lusitânia só foi conseguido com a tomada de Numância, na Celtibéria que apoiava os castros de Noroeste. Em 60 a.C. Júlio César dá o golpe de misericórdia aos lusitanos. Acaba assim a nossa incursão pela história da Península Ibérica que achamos pertinente no contexto que se insere em prol da informação e no âmbito da Pesquisa e Divulgação da Informação, disciplina que enlaça todo o pretexto do nosso trabalho só superado pela verdadeira vontade de divulgar a informação pondo em contexto passagens da história que enriquecem o pecúlio dos achados e o valor que vai ter o presente projecto já iniciado com as escavações em 2006 e que se mantêm até aos dias de hoje tal a importância dos achados até aqui e os que se crê virem a ser concretizados para que o projecto esteja concluído com a informação que se crê ser muito maior, acreditando-se na possível Acrópole existente no local dos achados e não uma mera fortificação para sazonalmente se ofertarem sacrifícios aos deuses já descritos, como em todo se acredita com base nas dimensões dos achados das escavações em que apresenta o dobro do tamanho em relação ao actual achado até aqui. Paula Monteiro, José Carvalho/Carla Campanela