POLÍTICAS ECOAMBIENTAIS APLICADAS NAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÀO CIVIL
1. FACULDADE 7 DE SETEMBRO – FA7
CURSO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
POLÍTICAS ECOAMBIENTAIS APLICADAS NAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÀO CIVIL
JUSTIN MULDER
FORTALEZA – 2009
2. JUSTIN MULDER
POLÍTICAS ECOAMBIENTAIS APLICADAS NAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÀO CIVIL
Artigo apresentado à Faculdade 7 de Setembro como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Administração de Empresas.
Orientador: Prof. Maiso Dias Alves Júnior, Mestre.
FORTALEZA – 2009
3. RESUMO
O artigo concentrou-se na identificação de políticas ecoambientais aplicadas em
empresas de construção civil. A metodologia adotada para identificação destas políticas
ecoambientais, inclui uma pesquisa de campo com as 8 (oito) principais empreiteiras atuantes
na cidade de Fortaleza (CE), adotando um questionário elaborado à partir de assuntos
presentes na gestão ambiental, como o Desenvolvimento Sustentável, a Ecoeficiência e a
Produção Mais Limpa. Os resultados mostram que há interesse das empreiteiras em possuírem
um desenvolvimento sustentável dentro da organização, mas poucas ações e falhas de
comunicação dessas políticas não as tornam definitivamente sustentáveis. As conclusões
retratam que possuir diretrizes ambientais claras e objetivas, é a maneira mais fácil à aplicação
e o controle de ações sustentáveis da organização.
Palavras-Chave: Desenvolvimento Sustentável, Ecoeficiência e Produção Mais Limpa.
ABSTRACT
The article focused on identifying environmental policies applied in the civil
construction companies. The methodology adopted to identification of these environmental
policies includes a field search with 8 main contractors engaged in the city of Fortaleza (CE),
a questionnaire was made, with issues about environmental management, such as sustainable
development, the ecoefficiency and cleaner production. The results show that there is interest
of contractors in possession of a sustainable development within the organization, but few
actions and communication failures of these policies does not turn them permanently
sustainable. The conclusions portray that have clear and straightforward environmental
guidelines, it is the easiest to implement and sustainable actions control of the organization.
Key words: Sustainable Development, ecoefficiency and Cleaner Production.
1 INTRODUÇÃO
O planeta vem sofrendo sérias transformações em seu meio ambiente ao longo dos
séculos, principalmente nas últimas décadas. O crescimento descontrolado da população, o
consumo desenfreado e as grandes corporações contribuíram para que os efeitos viessem à
tona. Buraco na camada de ozônio causado pelo excesso de CO² (Dióxido de Carbono)
causado pelas empresas e automóveis, aumento da maré causado pelo derretimento das
4. geleiras em conseqüência do aquecimento global, população mais sensível às doenças
respiratórias em conseqüência da poluição das grandes metrópoles e a extinção de inúmeras
espécies da fauna e da flora causados pelas queimadas e desmatamentos irregulares são alguns
exemplos do que o homem fez ao planeta.
O ser humano, para sua sobrevivência, de um modo ou outro, sempre modificou o
ambiente natural (DIAS, 2009). Mas ao invés de adotar um consumo sustentável, já que o
homem é o animal que mais fácil se adapta ao meio ambiente natural, ele adotou um consumo
predatório e sem precedentes, levando o planeta a caminho da extinção.
No entanto, as empresas são os grandes motores desta máquina que vem degradando o
planeta. Essas práticas poluidoras têm repercutido e denegrindo cada vez mais a sua imagem.
Ainda assim, há empresas que buscam reverter essa situação adotando políticas ambientais
sustentáveis, adotando, por exemplo, a certificação Leed (Leadership in Energy and
Environmental Design), que confere à empresa o status de green building, ou seja, o
certificado de construção verde, seguindo normas e padrões ecoambientais. No Brasil, os
números de empresas brasileiras que adotaram esse tipo de certificação são pouco
significativos. Desde 2004, apenas 139 construções brasileiras procuraram a LEED, sendo que
66% desse total nos últimos dois anos (INFOMONEY, 2009). Outro tipo de certificação
muito importante e adotada por algumas empresas é a da série ISO – International
Organization for Standartization, uma organização internacional que elabora normas
internacionais para serem adotadas nas mais diversas empresas. E a ISO 14000 é um
certificado específico para práticas ambientais aplicadas nas empresas, aonde é subdivida em
ISSO 14001 e ISSO 14004, a primeira é ligada a um Sistema de Gestão Ambiental e a
segunda é ligada a princípios e elementos integrantes a um Sistema de Gestão Ambiental
eficaz.
Contudo, a problemática ambiental hoje faz parte da pauta obrigatória da maior parte dos
encontros mundiais e torna-se uma preocupação crescente da maioria das empresas que não
querem continuar fazendo o papel de vilãs da sociedade (DIAS, 2009). E as organizações que
decidirem utilizar de um sistema estratégico integrado às questões ambientais, irão conseguir
vantagens competitivas e redução de custos, por exemplo. E no Brasil essas práticas
ambientais já vêm sendo adotadas por algumas empresas, principalmente na área da
construção civil. Mas ainda existem algumas empresas que são vistas como vilãs por
construírem em áreas ambientalmente protegidas, passando por cima de leis e normas. Outras
por utilizarem um sistema de construção que não visa a economia de recursos no processo
5. produtivo e, há ainda aquelas que não se preocupam com a reciclagem de resíduos após o
processo produtivo.
Assim, diante do contexto abordado, o objetivo geral desse artigo é analisar as políticas
ecoambientais aplicadas pelas principais empreiteiras da cidade de Fortaleza (empresas com
faturamento bruto anual maior que R$ 60 milhões, denominadas como Empresas de Grande
Porte, segundo classificação do BNDES), levando em consideração os impactos que elas
causam nestas organizações. O cumprimento deste se dará a partir dos seguintes objetivos
específicos: identificar as ações ambientais presentes no processo produtivo (construção)
destas empreiteiras e; analisar o grau de comprometimento das empreiteiras com relação às
políticas ambientais aplicadas na organização como um todo (processos internos /
fornecedores / clientes).
No entanto, no desenvolvimento desse artigo, serão abordados os aspectos teóricos sobre
Desenvolvimento Sustentável e, Ecoeficiência e Produção Mais Limpa (PML) presentes no
questionário da pesquisa aplicada.
2 AS EMPRESAS E O MEIO AMBIENTE
Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento sustentável nada mais é do que uma harmonização de diversas ações
voltada para um só objetivo: o pleno equilíbrio. Há um envolvimento que passa tanto pelos
aspectos ambientais até aos socioculturais.
É um modelo que extingue o desenvolvimento predatório, onde se dá apenas pelo
consumo desenfreado de matérias-primas sem pensar nas implicações em um futuro de
escassez desses recursos naturais.
A definição mais aceita como conceito de desenvolvimento sustentável surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU que defende que o
mesmo corresponde ao:
Desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o
desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro (WWF BRASIL, 2009).
Mas embora o desenvolvimento sustentável seja um conceito muito debatido, há uma
visão sobre o tema que pode se diferenciar de um conceito para o outro. Pois se para um pode
6. ser motivo de crescimento econômico através do uso racional dos recursos naturais, para outro
pode ser o desenvolvimento harmônico da sociedade como resultado final dessas ações
racionais desses recursos.
Entretanto, hoje há empresas que utilizam dessa gestão baseada no desenvolvimento
sustentável, a sustentabilidade corporativa. A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento
Sustentável - FBDS define Sustentabilidade Corporativa como:
Corporações preocupadas com sua inserção no meio onde operam que buscam levar
em conta necessidades e preocupações de todos os seus públicos de interesse -
clientes, empregados, comunidades, governo, parceiros, fornecedores. E mais:
visam a criação de valor ao acionista no longo prazo.
Contudo, o desenvolvimento sustentável nas organizações apresenta três dimensões, que
são: a econômica, a social e a ambiental (DIAS, 2009). No que diz respeito à econômica, ela
leva em consideração se é viável no quesito rentabilidade. No âmbito social, ela leva em
consideração desde ao ambiente de trabalho que a organização proporciona aos funcionários
até as participações socioculturais da comunidade. Já no ponto de vista ambiental, leva-se em
consideração desde a produção mais limpa até o desenvolvimento de uma cultura ambiental na
organização. No entanto, o mais importante na abordagem das três dimensões da
sustentabilidade empresarial é o equilíbrio dinâmico necessário e permanente que devem ter
(DIAS, 2009).
Ecoeficiência e Produção Mais Limpa (PML)
Quando falamos em ações ecológicas aplicadas pelas empresas, logo lembramos de
empresas que direcionam essas ações para o marketing através de parcerias com ONGs ou
patrocínios de eventos ambientais por exemplo. Mas ninguém se dá conta que a área produtiva
é a que anda de mãos dadas a ela. Segundo Donaire (2009), a área de produção é aquela que
possui o maior envolvimento com a questão ambiental. É a área que irá reduzir ou eliminar os
impactos ambientais no processo produtivo através da ecoeficiência e da Produção Mais
Limpa (PML).
A PML ou Produção Mais Limpa é uma estratégia ambiental que engloba processos
produtivos, produtos e serviços. Assim, no que se refere a processos, o foco estará na
conservação de matérias-primas e energia; no que se remete aos produtos à redução de
impactos negativos em seu ciclo de vida ; e no que se refere aos serviços, à preocupação
7. ambiental quanto ao projeto e fornecimento. Segundo o Centro Nacional de Tecnologia Limpa
- CNTL (2009):
Produção mais limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica,
ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a
eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não-geração,
minimização ou reciclagem de resíduos gerados em um processo produtivo. Esta
abordagem induz inovação nas empresas, dando um passo em direção ao
desenvolvimento econômico sustentado e competitivo, não apenas para elas, mas
para toda a região que abrangem.
Já ecoeficiência é a relação de eficiência dos recursos naturais disponíveis à
responsabilidade ambiental. Portanto, ecoeficiência é o uso mais eficiente de materiais e
energia, a fim de reduzir os custos econômicos e os impactos ambientais (CEBDS, 2009).
Segundo a World Business Council For Sustainable Development - WBCSD (1996 apud
DIAS 2009, p. 130) os sete fatores para alcançar com êxito a ecoeficiência são:
1. Reduzir a intensidade de uso de materiais.
2. Diminuir a demanda intensa de energia.
3. Reduzir a dispersão de substâncias tóxicas.
4. Incentivar a reciclagem dos materiais.
5. Maximizar o uso sustentável dos recursos renováveis.
6. Prolongar a vida útil dos produtos.
7. Incrementar a intensidade de serviços.
Contudo, tanto a Ecoeficiência como a Produção Mais Limpa, são temas discutidos que
fortalecem o conceito de sistemas de gestão ambiental nas empresas. Segundo Dias (2009), O
Sistema de Gestão Ambiental é o conjunto de responsabilidades organizacionais,
procedimentos, processos e meios que se adotam para a implantação de uma política
ambiental em determinada empresa. No entanto, é um método que faz com que as
organizações funcionem estabelecendo as normas e tendo como conseqüência uma política
ambiental bem definida.
E segundo Elkington e Burke (1989 apud DONAIRE, 2009, p. 50) os dez passos para a
excelência ambiental são os seguintes:
1. Desenvolva e publique uma política ambiental.
2. Estabeleça metas e continue a avaliar ganhos.
3. Defina claramente as responsabilidades ambientais de cada uma das áreas e do
pessoal administrativo (Linha ou Assessoria)
8. 4. Divulgue interna e externamente a política, os objetivos e metas e as
responsabilidade.
5. Obtenha recursos adequados.
6. Eduque e treine seu pessoal e informe os consumidores e a comunidade.
7. Acompanhe a situação ambiental da empresa e faça auditorias e relatórios.
8. Acompanhe a evolução da discussão sobre a questão ambiental.
9. Contribua para os programas ambientais da comunidade e invista em pesquisa e
desenvolvimento aplicado à área ambiental.
10. Ajude a conciliar os diferentes interesses existentes entre todos os envolvidos:
empresas, consumidores, comunidades, acionistas, etc.
3 METODOLOGIA
O desenvolvimento da pesquisa se deu através de uma pesquisa quantitativa descritiva e
com caráter exploratório. Quanto ao tipo de amostra utilizado na pesquisa, foi abordada a
amostra intencional ou por julgamento, onde são escolhidos os casos a serem incluídos na
pesquisa.
Quanto ao delineamento da pesquisa, foi através de questionário com perguntas
fechadas. Já a formatação para as respostas se deu através de respostas múltiplas. E quanto à
técnica de coleta de dados utilizado para aplicação da pesquisa, foi através de e-mail.
Assim, para realização dessa pesquisa foram selecionadas 8 (oito) empreiteiras. Os
critérios utilizados para a escolha dessas empreiteiras foram: empresas atuantes na cidade de
Fortaleza e estando classificadas como empresas de Grande Porte (empresas com faturamento
bruto anual acima de R$ 60 milhões segundo BNDES). E no que se refere ao período para a
aplicação da pesquisa, foram dedicados entre os dias 9 e 26 de novembro de 2009.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Os dados apresentados têm por finalidade abordar as políticas ecoambientais aplicadas
nas empreiteiras, analisando o grau de comprometimento ambiental que a empresa possui em
seu processo produtivo e na organização como toda.
9. Desenvolvimento Sustentável na Organização
O Desenvolvimento Sustentável nas organizações tem como característica principal
estabelecer diretrizes a respeito de ações socioambientais internas e externas na organização.
Assim, ao analisar a presença do desenvolvimento sustentável nas empreiteiras, verificou-se
com unanimidade que todas as 8 (oito) empreiteiras possuem esse compromisso.
Mas, o gráfico 01 a seguir, apresenta dados referentes ao tipo de formalização assumida
com esse compromisso aplicado nas organizações.
Certificações
Ambientais
Não está Formalizado
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Gráfico 01 – Formalização do Compromisso Sustentável na Organização
Fonte: Pesquisa de Campo (2009)
Analisando o gráfico acima, conclui-se que há uma grande falha no que se diz respeito a
formalização desse compromisso. A falta de um compromisso formalmente assumido faz com
que a empresa perca essa credibilidade a frente do mercado e de seus colaboradores, pelo
simples fato de não ter nenhum tipo de formalização que possa ser percebida.
Contudo, das oito empresas presentes na pesquisa, apenas uma possui um tipo de
formalização deste compromisso, através da certificação ambiental. Sendo assim, a única com
o compromisso formalmente descrito, bem como a única que possui certificações ambientais,
como a Green Building Council Brasil – Conselho Brasileiro de Construções Verdes e a
Bureau Veritas Certification – Certificação Bureau Veritas.
Entretanto, percebe-se que há falhas na comunicação para disseminação dos
compromissos firmados pelas empreiteiras logo nas diretrizes das empresas, pois sete
10. empresas não possuem nenhuma formalização e outra que restringe apenas em certificações
ambientais. Deixando de publicar esses compromissos em website da organização, em códigos
de éticas, bem como em balanços socioambientais que poderiam agregar mais conhecimento e
valor aos seus colaboradores e clientes.
Procedimentos de Divulgação dos Compromissos
Para as organizações, possuir compromissos referentes ao Desenvolvimento Sustentável
não é o suficiente, as empresas devem repassá-los aos seus colaboradores e clientes para
agregar mais valor e conhecimento, bem como para firmar parcerias para que a organização
seja vista como uma empresa sustentável, por exemplo. A seguir, segue o gráfico 02 que
refere ao direcionamento desses compromissos firmados nas empreiteiras:
Outros
Instituições Financeiras
Fornecedores
Cliente PJ
Cliente PF
Público Interno
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Gráfico 02 – Divulgações dos Compromissos
Fonte: Pesquisa de Campo (2009)
Analisando o gráfico acima, concluí-se que todas as empreiteiras focam na disseminação
dos compromissos ao público interno. Mas há apenas uma minoria que disseminam além
desse público, como em clientes PF e PJ, fornecedores e instituições financeiras.
Porém percebe-se que essa falta de disseminação pode ser referente à falta de um
compromisso sustentável formalizado. Assim, dificultando a disseminação de informações e
dificultando a implantação de políticas ecoambientais com seus colaboradores.
11. A seguir, segue o gráfico 03 referente à empresa com a adoção de procedimentos de
comunicação, conscientização e mobilização do público interno em relação a política
ambiental:
Não Adotam
Adotam
0 1 2 3 4 5 6 7
Gráfico 03 – Procedimentos de Comunicação das Políticas Ambientais
Fonte: Pesquisa de Campo 2009
Analisando o gráfico acima nota-se que apenas duas empresas adotam algum tipo de
procedimento de comunicação em geral do público interno em relação a política ambiental.
No entanto, percebe-se que a falta de conhecimento do público interno referente a ações
ambientais dentro da organização é consequência da pouca importância que a própria
empreiteira se posiciona à frente de seus funcionários. Deixando a desejar em aspectos
referentes a políticas ambientais que deveriam ser prioritários na organização.
Política de Comunicação do Desempenho Ambiental
Segue o gráfico 04 abaixo referente a política de comunicação do desempenho ambiental
adotado pelas empreiteiras. No que se refere a legenda: A – a empresa não divulga
informações relacionadas ao aspecto; B - a empresa só informa mediante demanda da parte
interessada; C - a empresa divulga informações por meio de relatórios e website, mas não
atende demanda específicas de partes interessadas; D - a empresa divulga informações por
meio de relatórios, website e atende demanda específicas de partes interessadas e; N/A - o
aspecto identificado não está presente na companhia.
12. Investimentos ambientais
Licenças e autorizações ambientais
Qualidade ambiental no entorno
Riscos Ambientais
Efluentes Líquidos N/A
Resíduos sólidos D
C
Emissões atmosféricas significativos B
Emissões de ruídos A
Consumo de energia
Consumo de água
Consumo de recursos naturais não renováveis
Consumo de recursos naturais renováveis
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Gráfico 04 - Política de Comunicação do Desempenho Ambiental
Fonte: Pesquisa de Campo 2009
Analisando o gráfico acima, percebe-se que quase todos os itens referentes ao
desempenho ambiental são divulgados pelas empreiteiras apenas mediante da demanda da
parte interessada. Nas quais podemos citar: investimentos ambientais, licenças e autorizações
ambientais, qualidade ambiental no entorno, riscos ambientais, efluentes líquidos, resíduos
sólidos, consumo de energia, água e recursos naturais não renováveis.
Já os itens referentes a consumo de recursos naturais renováveis e emissões atmosféricas
significativos, quase todas as empreiteiras não divulgam esses aspectos.
Entretanto, nota-se que as empreiteiras usam uma política de comunicação do
desempenho ambiental muito fraco, adotando em sua maioria, políticas de divulgação
mediante da demanda da parte interessada, ou até, nem divulgam tais desempenho. Reflexo de
uma política de desempenho ambiental muito fraco que se divulgado todos os itens, para
diversos canais de comunicação, poderiam comprometer a empresa no que diz respeito ao
desenvolvimento sustentável, por não adotar diversos desempenhos ambientais de forma
eficaz, por exemplo.
13. Gestão Ambiental
Cada vez mais as empresas buscam ser sustentáveis. Para agregar mais valor a empresa e
consequentemente a sua imagem. Entretanto, precisam de uma gestão adequada para criação e
aplicação de diretrizes ecoambientais. Mas para isso, precisam de um setor, ou cargos que
possam cumprir com esses compromissos.
Mediante a pesquisa aplicada nas empreiteiras, é notável que haja falhas nesse processo
de gestão. Pois segundo resultados obtidos, nenhuma organização possui um setor exclusivo
para tratar de sustentabilidade. E as sete das oito empreiteiras, não possuem também um cargo
de liderança ambiental que poderiam aplicar tais compromissos ambientais. No entanto, o
gráfico 05 a seguir demonstra a que nível hierárquico das empreiteiras responde ao principal
gestor ambiental:
Outro
Gerencia Operacional
Diretoria
Vice Presidência
Presidência
0 1 2 3 4 5 6
Gráfico 05 - Gestor Ambiental
Fonte: Pesquisa de Campo 2009
Nota-se, que na maioria das empreiteiras, o cargo de gestor ambiental responde a
diretoria da organização. Mesmo sem conhecimento específicos, a diretoria é responsável
pelas diretrizes e tomadas de decisões no que se refere a sustentabilidade. Aonde a
presidência, a vice-presidência e a gerencia operacional mostram-se ausentes na gestão
ambiental conforme resultado da pesquisa. Aonde o nível “outro”, se refere na sua maioria, a
consultores ambientais, por exemplo.
14. Uso Sustentável dos Recursos Naturais
Para algumas empresas, principalmente as que atuam com processos produtivos, o uso
sustentável de recursos naturais estão presentes muitas vezes para redução dos custos, mas
também para melhorar a imagem da organização.
Segundo pesquisa aplicada nas empreiteiras, foi constatado que apenas uma empresa das
oito presentes na pesquisa, incorpora o uso sustentável dos recursos naturais renováveis como
requisito prioritário, sendo ela encontrada nas diretrizes e objetivos da empresa. Esse item
mostra que, mesmo as empreiteiras aderindo ao desenvolvimento sustentável, a grande
maioria não levam em consideração o uso sustentável desses recursos como prioritário, um
ponto que pode contradizer a empresa se adere mesmo o desenvolvimento sustentável na
organização, pelo fato das empreiteiras utilizarem muito desses recursos renováveis no
processo produtivo, como por exemplo, a utilização da água.
Mas no que se refere às Políticas Ambientais aplicadas nas empreiteiras em relação ao
uso/consumo sustentável de seus produtos/serviços, segue a tabela 01 referente à mesma:
Tabela 01 – Políticas Ambientais
Políticas Ambientais Sim Não N/A
Programas de conscientização e orientação de consumidores finais com vistas
ao uso sustentável de produtos e serviços. 2 6 -
Programas de suporte técnico aos consumidores finais com vistas ao uso
sustentável dos produtos e serviços. 1 7 -
Estimulo financeiro aos consumidores finais com o uso sustentável dos
produtos e serviços. 1 7 -
Fonte: Pesquisa de Campo 2009
Na tabela acima, nota-se que as principais empreiteiras não possuem uma Política
Ambiental bem implantada na organização. Deixar a desejar desde programas de
conscientização e orientação de consumidores finais com vistas ao uso sustentável de produtos
e serviços, a estímulos financeiros aos consumidores finais com o uso sustentável dos
produtos e serviços. Percebe-se apenas uma ligeira importância do programa de
conscientização em relação aos suportes técnicos e estímulos financeiros, mas que no geral
são quase insignificantes diante dos resultados obtidos.
15. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho discorreu sobre as políticas ecoambientais aplicadas em algumas
empreiteiras da cidade de Fortaleza (CE). Abordando temas teóricos como desenvolvimento
sustentável, produção mais limpa e ecoeficiência, aplicadas no dia-a-dia dessas organizações.
Hoje, para não serem reconhecidas como vilãs da natureza, muitas empresas vêm
aderindo políticas sustentáveis dentro e fora da organização. No Brasil, muitas destas práticas
são aderidas por empresas de construção civil. No entanto, como objetivo geral, o trabalho
teve como finalidade analisar as políticas ecoambientais aplicadas pelas principais
empreiteiras da capital, onde a mesma foi subdividida em dois objetivos específicos que
atingiram o resultado esperado, em identificar as ações ambientais presentes no processo
produtivo (construção) e analisar o grau de comprometimento das empreiteiras com relação às
políticas ambientais aplicadas na organização como um todo.
Mesmo a amostra sendo relativamente pequena, é notável que grande parte das
empreiteiras possuem diversas falhas no que responde a uma organização sustentável. Não é
porque uma pessoa faz coleta seletiva de seu lixo que ela é considerada amiga da natureza,
pois, para ter uma política de desenvolvimento sustentável, tanto na vida pessoal como na
organização, é preciso ter diretrizes que direcionam diversas ações do seu dia-a-dia em prol
desse desenvolvimento.
Nesta pesquisa constatou-se que as empreiteiras têm sim, interesse em ser sustentáveis,
mas em parte. Há muitas falhas na gestão dessas políticas, desde a comunicação interna para
conscientização ambiental, ao uso racional de recursos naturais renováveis, por exemplo.
Muitas dessas empreiteiras possuem algumas políticas ambientais adotadas, muitas delas
aplicadas no processo produtivo, mas de forma pouco eficaz. Pois como já foi dito
anteriormente, uma ação não nos dá o mérito de considerarmos a organização sustentável.
No entanto, percebe-se que, para ter ações sustentáveis como Produção Mais Limpa de
forma eficaz, por exemplo, formalizar as políticas ambientais nas diretrizes da organização,
vinculando-as em diversas formas de comunicação, é o primeiro passo a ser feito para que a
empresa seja percebida de forma clara. E em consequência disso, por possuir diretrizes
ambientais claras e objetivas, é mais fácil a aplicação e o controle das demais ações
sustentáveis da organização. Não precisando necessariamente de um setor exclusivo a
sustentabilidade, mas possuir cargos de liderança ambiental na empresa ajudaria muito as
organizações para a criação e para a aplicação dessas políticas ambientais, deixando as
16. decisões referentes ao meio ambiente com especialistas e não mais nas mãos da diretoria,
como foi constatado na pesquisa.
17. REFERÊNCIAS
BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Disponível em:
<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Navegacao_Suplementar/Perfil/>.
Acesso em: 7 de nov. 2009.
CEBDS - Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível
em: <http://www.cebds.org.br/cebds/eco-rbe-ecoeficiencia.asp>. Acesso em: 12 de set. 2009.
CNTL - Centro Nacional de Tecnologia Limpa. Disponível em: <www.rs.senai.br/cntl>.
Acesso em: 12 de set. 2009.
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 1. ed. - 5.
reimpr. - São Paulo: Atlas, 2009.
DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Empresa. 2. ed. – 11. reimpr. – São Paulo: Atlas,
2009.
FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em:
<http://www.fbds.org.br/rubrique.php3?id_rubrique=62>. Acesso em: 6 de nov. 2009.
TACHIZAWA, Takeshy. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa. 6. ed.
revista e ampliada – São Paulo: Atlas, 2009.
WWF BRASIL - World Wild Found Brasil. Disponível em:
<http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/>. Acesso em: 08 set. 2009.