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            FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FA7
    CURSO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS




EMPREENDEDORISMO FEMININO: UM ESTUDO DAS MULHERES
EMPREENDEDORAS COM MODELO PROPOSTO POR DORNELAS




           LUIZA DÉBORA JUCÁ DAMASCENO




                   Fortaleza – 2010.1
1



          LUIZA DÉBORA JUCÁ DAMASCENO




EMPREENDEDORISMO FEMININO: UM ESTUDO DAS MULHERES
EMPREENDEDORAS COM MODELO PROPOSTO POR DORNELAS




                       Monografia apresentada à Faculdade 7 de
                       Setembro como requisito parcial para
                       obtenção do título de Bacharel em
                       Administração.



                        Orientador: Prof. Maiso Dias, Ms.




                 Fortaleza – 2010.1
2



 EMPREENDEDORISMO FEMININO: UM ESTUDO DAS MULHERES
 EMPREENDEDORAS COM MODELO PROPOSTO POR DORNELAS




Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção
do título de Bacharel em Administração.




                  ________________________________________
                        Luiza Débora Jucá Damasceno




Monografia aprovada em: ______ / ______ / ______




                    ___________________________________
                          Prof. Maiso Dias, Ms. (FA7)




1º Examinador: ______________________________________

Prof. ___________________________Instituição:__________



2º Examinador: ______________________________________

Prof. ___________________________Instituição:__________




                          ______________________________
                             Prof. Hercílio Brito, Ms. (FA7)
                              Coordenador do Curso
3




Dedico este trabalho ao meu avô (pai), Alci
Menezes Jucá, (in memoriam) que hoje
estaria muito feliz por essa conquista e
sonho realizado. À minha mãe que sempre
lutou para que eu pudesse chegar até aqui e
ao marido pelo incentivo em todos esses
anos de estudo, principalmente agora, em
que estão todos muito orgulhosos e felizes
por mais essa conquista.
4




                              AGRADECIMENTOS



Em primeiro lugar agradeço a Deus, fonte de todo amor e fortaleza, pelas bênçãos
derramadas em minha vida, pela graça de estar cursando essa faculdade, que
sempre foi um sonho, pela força e coragem durante esta longa jornada.


À minha mãe, Ana Célia Sales Jucá, pela formação, pelo grande apoio que me deu
em minha vida. E em especial ao meu esposo, Wladimir Damasceno Silva, que
sempre me incentivou e apostou plena confiança em minha trajetória acadêmica
esperando esse grande dia.


Aos amigos conquistados durante a jornada na faculdade e aqueles adquiridos ao
longo da vida, pelos momentos de alegrias e tristezas compartilhados e por tudo que
aprendemos e crescemos juntos.


Ao meu primo e sócio, Walter Winner de Andrade, pelas palavras de incentivo e
paciência nesse período difícil até a conclusão deste trabalho.


Ao meu professor e orientador Maiso Dias, por ter sido mais que um professor,
sendo um mestre e com certeza um grande amigo, que com seu incentivo e grande
conhecimento tornou este trabalho realizável, acreditando no meu potencial. Em
especial também, ao professor Teobaldo Mesquita, por toda a dedicação e paciência
por me ajudar na construção desse trabalho.


Às professoras Mariana Aguiar, Luciana Freire, Roseilda Nunes, Luciana Guilherme,
Liliane Ramalho e Madalena Matos que me apoiaram no meu dia a dia nos estudos
acadêmicos, nos momentos difíceis e principalmente nos momentos mais
importantes com palavras de incentivo que muito valeram à minha vida. Agradeço
também ao professor Ricardo Coimbra por me ajudar a aprender matemática da
forma mais simples da vida e a não temê-la. Aos demais professores e ao
coordenador Hercílio Brito, pela dedicação que sempre tiveram. Irei levá-los comigo
5



em todos os seus ensinamentos.


À Faculdade 7 de Setembro, por ser uma instituição séria que acredita em princípios
básicos e faz valer todos eles, ajudando e apoiando seus alunos incessantemente
para a edificação de um perfil profissional e ético, ideal para o mercado de trabalho.


Agradeço a colaboração de todas as empreendedoras que puderam me ajudar com
suas experiências para que esta pesquisa fosse concluída.


Por fim, agradeço a todos que acreditaram em mim e me incentivaram para que eu
pudesse chegar até aqui.
6



                                   RESUMO


De acordo com os dados atuais da pesquisa internacional GEM – Global
Entrepreneurship Monitor (2009) as mulheres pela primeira vez em dez anos da
pesquisa no Brasil superaram em 53% e os homens em 47%, diante desse
crescimento eminente das mulheres como empreendedoras no Brasil, decidiu-se
identificar o perfil empreendedor da mulher em Fortaleza e saber qual o grau de
adequação desse perfil às condições competitivas do mercado. Foi feita uma
pesquisa de natureza qualitativa e aplicado um roteiro de entrevista e um teste de
perfil com uma amostra de micro e pequenas empresárias de Fortaleza. O objetivo
geral da pesquisa foi analisar o perfil empreendedor das mulheres em Fortaleza de
acordo com a visão da teoria de Dornelas (DORNELAS, 2008) e concluiu-se que as
mulheres possuem muitas características similares de acordo com a visão do autor,
e que encaram o mercado competitivo com muito otimismo, garra, paixão pelo que
fazem e com o jeito feminino de ser. Visto que suas maiores dificuldades são suas
culpas e cobranças por estarem ausentes na vida familiar, porém, mesmo assim,
conseguem ser mulheres de sucesso como empreendedoras.


Palavras-chave: Empreendedorismo. Mulheres Empreendedoras.
7




                                   ABSTRACT


According to current data of the international research GEM – Global
Entrepreneurship Monitor (2009) the women for the first time in ten years of the
research in Brazil exceeded to 53% and men 47%, in face of this eminent growth of
women as entrepreneurs in Brazil, we decided to identify the profile of the
enterprising women in Fortaleza and learn what degree of adequacy of this profile is
in competitive market terms. A research of qualitative nature was created an
interview guide and a profile test with a sample of micro entrepreneurs from Fortaleza
was applied. The main purpose of this research was to assess the entrepreneurship
profile of women in Fortaleza according to Dornelas’s (DORNELAS, 2008) theory
overview and we concluded that women have many similar features according to the
author’s point of view and that they face the competitive market with a lot of
optimism, vigor, passion for what they do and with a feminine touch. Really having
their greatest difficulties in their blames and demands for being absent from family
life, however still being successful women as entrepreneurs.



KEY-WORDS: Entrepreneurship, Enterprising women.
8




                                      LISTAS DE ILUSTRAÇÕES




QUADROS


1 – Histórico do Empreendedorismo.........................................................................15
2 – Características de Acordo com Filion..................................................................23
3 – Oportunidade x Necessidade..............................................................................29




FIGURAS


1 – Evolução da Taxa de Empreendedores Iniciais (TEA) Brasileira em Comparação
com a Média dos Países Participantes do GEM de 2001 a 2008..............................26
2 – Evolução dos Empreendedores Iniciais, Empreendedores Nascentes e
Empreendedores Novos do Brasil de 2001 a 2008....................................................27
3 – Evolução das Proporções dos Empreendedores Nascentes e Novos do Brasil de
2001 a 2008.............................................................................................................. ..27
9




                                                   SUMÁRIO



1       INTRODUÇÃO............................................................................................           10

1.1     Objetivos.....................................................................................................   11

1.1.1   Objetivo Geral.............................................................................................      12

1.1.2   Objetivos Específicos..................................................................................          12

1.1.3   Estrutura do Trabalho .................................................................................          12

2       REFERENCIAL TEÓRICO..........................................................................                    14

2.1     Análise Histórica do Empreendedorismo....................................................                        14

2.2     Diferença entre Administrador e Empreendedor........................................                             18

2.3     Características do Empreendedor..............................................................                    21

2.4     O Perfil da Atividade Empreendedora do Brasil.........................................                           24

2.5     Empreendedorismo: Oportunidade x Necessidade....................................                                 28

2.6     Empreendedorismo Feminino....................................................................                    30

2.7     Dificuldades Enfrentadas pelas Mulheres

        Empreendedoras........................................................................................           35

3       METODOLOGIA........................................................................................              38

3.1     Pesquisa Qualitativa...................................................................................          38

3.2     Técnica de Coleta de Dados.......................................................................                39

4       RESULTADOS...........................................................................................            42

5       CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................                     50

        REFERÊNCIAS ..........................................................................................           52

        APÊNDICES................................................................................................        55
10



1 INTRODUÇÃO


       O empreendedorismo, bem como o perfil empreendedor e as razões que
levam ao ato de empreender são assuntos de muitos pesquisadores na área de
administração. Estudos referentes aos tipos de empreendedor, as razões de
sucesso de alguns empreendimentos e as variáveis que influenciam o processo de
empreender geram a cada dia novas variáveis e novos modelos a serem estudados.
       De acordo com algumas pesquisas realizadas em fontes de dados atuais em
alguns sites, pode-se observar que as mulheres têm crescido consideravelmente
como empreendedoras. Com o apoio do SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas e a SOFTEX – Sociedade Brasileira para Exportação de
Software, o empreendedorismo passou a ter visibilidade no Brasil.
       O SEBRAE e outras parcerias criaram o Prêmio SEBRAE Mulher de
Negócios e obtiveram na última edição 3.060 inscrições; o Ceará ficou em 3º lugar
no ranking do Nordeste, com 134 mulheres de negócios inscritas. Já a pesquisa
internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2008) mostrou que elas já
representam 46% do total de 14,6 milhões de empreendedores e em 2009 os dados
já superaram em 53% para as mulheres e em 47% para os homens. Os resultados
dessa pesquisa são representativos para aqueles que trabalham com o fenômeno
empreendedorismo e a grande novidade é que, pela primeira vez, as mulheres
obtiveram um resultado superior. Em dez anos da pesquisa GEM no Brasil, muita
coisa mudou no perfil e na postura empreendedora dos brasileiros. Empreendedores
e empresários de negócios de pequeno porte já entenderam que, para iniciar e
gerenciar um empreendimento com sustentabilidade, o melhor caminho é sempre o
do conhecimento. Quanto mais informação o empresário tiver, mais competitiva será
a empresa. Outro detalhe é que as mulheres também superaram os homens como
empreendedoras por oportunidade, intensificando ainda mais o grau de capacitação
e responsabilidade.
       Diante desse crescimento intensificado das mulheres como empreendedoras
no Brasil, decidiu-se identificar o perfil empreendedor das mulheres e saber como as
elas enfrentam dificuldades para tornarem-se mulheres de sucesso. Foi escolhido
para esta pesquisa o livro “Empreendedorismo – Transformando Idéias em
Negócios”, do Dornelas (2008) para ser feita uma análise comparativa de acordo
com a teoria abordada.
11



         Como destacado anteriormente, o empreendedorismo feminino ganha
importância para a economia nacional e desperta muitas curiosidades pelo tema. O
presente trabalho tem como objetivo analisar o perfil do empreendedorismo
feminino, através de conceitos e fundamentos, do contexto do cenário nacional e
explorar um pouco mais o cenário de Fortaleza, onde a pesquisa será aplicada.
         Gil (2007) afirma que toda pesquisa se inicia com algum tipo de problema. E
conceitua pesquisa como um procedimento racional e sistemático que tem como
objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos.
         O problema de pesquisa é um assunto em forma de questionamento que
carece de uma resposta. De acordo com o que foi apresentado até aqui, foi definido
como a problemática da pesquisa a seguinte pergunta: Como se caracteriza o
perfil empreendedor da mulher em Fortaleza e qual o grau de adequação desse
perfil às condições competitivas do mercado?
         A pesquisa é de natureza qualitativa, bibliográfica e de campo com a
aplicação de um roteiro estruturado através de uma entrevista com uma amostra por
julgamento de empresárias de segmentos diferentes, em Fortaleza.
         A escolha da amostragem de julgamento segundo Anderson (2008) é
quando    o   pesquisador    escolhe   seus   elementos    por   julgar   serem   mais
representativos sobre o assunto. Esse método torna-se um pouco mais simples de
selecionar a amostra. Quando se estuda uma amostra, pode-se obter melhor
resultado fazendo um trabalho mais cuidadoso do que seria feito em uma população
inteira. É visto que o estudo de uma amostra, desde que seja de tamanho adequado
e que represente adequadamente uma população, pode proporcionar resultado.
         Caso se possa conhecer a mente do empreendedor, como ele pensa, age,
executa e transforma a sua história abstrata em fato real, por meio de estudos
aplicados, será possível criar atributos que permitam identificar semelhanças e
diferenças entre os empreendedores pesquisados, estabelecendo índices que,
quando analisados e comparados, contribuirão para a criação de parâmetros de
análise e interpretação do potencial empreendedor (TIMMONS, 1989).
         A pesquisa terá a seguir o objetivo geral e os específicos e posteriormente o
referencial teórico sendo dividido por seções sumarizadas.
1.1 Objetivos


         Os objetivos a seguir são um resultado a ser alcançado no estudo, e é
12



através de sua definição que se comprovará o que será atingido e realizado durante
a investigação. Segundo os autores pesquisados, o objetivo é dividido em dois
momentos: o objetivo geral e os objetivos específicos.


1.1.1 Objetivo Geral


        Analisar o perfil empreendedor das mulheres em Fortaleza de acordo com a
visão da teoria de Dornelas.


1.1.2 Objetivos Específicos


      Identificar as principais características empreendedoras das mulheres no
       mercado de Fortaleza.
      Identificar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres empreendedoras no
       mercado competitivo de Fortaleza.
      Descobrir    dentro    do   perfil   das   mulheres   entrevistadas   se   houve
       empreendedorismo por necessidade ou por oportunidade.




1.1.3 Estrutura do Trabalho


        A seção de número dois contextualiza sobre referencial teórico e as
explicações das escolhas quanto aos temas abordados na presente pesquisa.
Descreve os fundamentos teóricos referentes ao tema tornando o discurso relevante
para a sua conceituação, em que são abordados e divididos em sete subseções.
        A primeira subseção abordará o empreendedorismo dentro do contexto
histórico, da sua fase inicial até os dias de hoje.
        A segunda subseção irá mostrar as diferenças entre o administrador e o
empreendedor. Onde esse tema vem se colocando e esclarecendo algumas dúvidas
através do perfil de comportamento e como se deve esse processo.
        A terceira vem relatar as características do empreendedor abordando as
principais de alguns autores e ainda mais detalhadamente do Dornelas que será
mais aprofundado neste trabalho.
13



          A quarta subseção tratará sobre o perfil da atividade empreendedora no
Brasil, como tem sido a evolução deste tema e os dados de acordo com pesquisas.
          A quinta subseção abordará um dos temas mais contemplados em várias
discussões que é o empreendedorismo por necessidade x o empreendedorismo por
oportunidade. Como os empreendedores estão entendendo que não se deve
empreender sem antes haver um planejamento mais adequado.
          A sexta subseção chegará ao tema da pesquisa, onde será tratado o que é o
empreendedorismo feminino. Como as mulheres iniciaram seu espaço e como se
comportam atualmente. A forma como reagem no estilo de acordo com suas
características particulares e como vêm alcançando novas taxas de crescimento
vistas sobre o tema.
          Na sétima e última subseção será visto como as empreendedoras enfrentam
dificuldades e superam o grande preconceito, às vezes, iniciado em casa. De que
forma encararem os negócios e a vida pessoal, incluindo, principalmente, marido e
filhos.
            A terceira seção será para a explanação da metodologia do presente
trabalho. Onde será vista a comparação com a teoria e a prática.
            A quarta seção será a análise dos resultados da pesquisa e em seguida
serão feitas as considerações finais, além de observações imprescindíveis sobre as
possíveis pesquisas no campo acadêmico, já que o tema é a cada momento movido
a mudanças de cenário.
          Para finalizar o presente trabalho estarão relacionadas as referências
bibliográficas e os anexos contendo o roteiro de entrevista e o teste de perfil
utilizados na pesquisa.
14




2 REFERENCIAL TEÓRICO


      As seções a seguir foram escolhidas por terem sido avaliadas de forma
necessária para que a pesquisa fundamente-se em uma base bibliográfica e assim
possa avaliar sua amostra e consiga obter as conclusões esperadas.
      A subseção seguinte resgatará a análise da história do empreendedorismo,
como esse tema foi evoluindo e vem ganhando espaço dentro do cenário
empresarial.


2.1 Análise Histórica do Empreendedorismo


       As transformações que o mundo vem sofrendo nos últimos períodos,
principalmente no século XX, revolucionaram o estilo de vida das pessoas, no
sentido da geração de técnicas e métodos ou mesmo do reaproveitamento do que já
existe, mas que ninguém ousou olhar diferente. Para que essas inovações possam
se tornar motivos de sucesso, existem pessoas ou grupos de pessoas com
características que são consideradas visionárias, que querem algo diferenciado e
fazem acontecer, ou seja, empreendem.
       Alves (2008), fala que o termo "empreendedor" surgiu na França por volta
dos séculos XVII e XVIII. Em francês, significa: aquele que se compromete com um
trabalho ou uma atividade específica e significante. Desde então, o termo tem sido
basicamente utilizado através de um olhar meramente economista, com forte viés de
uso para a geração de valor econômico e para a exploração das oportunidades de
mercado (MESQUITA, 2003). O quadro 1 relata de forma detalhada como seguiu
essa evolução.
       Dornelas (2008) considera que é importante fazer uma análise histórica,
desse processo, que é o desenvolvimento da teoria do empreendedorismo. Para
exemplificar, o primeiro uso do termo empreendedorismo, pode-se dizer que tudo
começou com um empreendedor chamado Marco Pólo, que tentou estabelecer uma
rota comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Pólo concordou em
vender as mercadorias de um homem que possuía dinheiro (hoje chamado de
capitalista). Enquanto o capitalista assumia os riscos de forma passiva, o
15



empreendedor aventureiro assumia o papel ativo, correndo riscos físicos e
emocionais. (MOTA, 2004).




                    Quadro 1- Histórico do Empreendedorismo


       De acordo com Dees (2008), um dos primeiros a utilizar o termo
entrepreneur foi o economista francês Jean Baptiste Say, para referir-se aos
indivíduos capazes de gerar valor ao estimular o progresso econômico através de
novas e melhores maneiras de fazer as coisas. Empreendedorismo é um
neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship, utilizada para
designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu
sistema de atividades e seu universo de atuação (MELO NETO; FROES, 2002).
       De acordo com os avanços tecnológicos surgiram mais empreendedores,
dando ênfase a que o empreendedorismo tenha surgido de fato como consequência
das mudanças tecnológicas e sua rapidez.
16



       Segundo alguns pesquisadores, o termo empreendedorismo é explicado e
amplamente debatido quando entendido por economistas como Cantillon, Say e
Schumpeter, citados por Filion (1999), e por comportamentalistas como Weber,
McClelland, também citados por Filion (1999). Considera-se, então, que, por eles, o
empreendedorismo teve início com seus primeiros pensadores, com suas ideias e
contribuições para a ciência na área, destacando-se algumas abordagens por eles
desenvolvidas em campos específicos (ALVES, 2008).
       Porém, merece destaque o campo dos economistas, as ideias de
Schumpeter, que realmente deram início ao empreendedorismo, através de sua
associação visível com a inovação, considerando que “[...] sempre tem a ver com
criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados
de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações” (SCHUMPETER,
1942). Schumpeter também contribui para o desenvolvimento econômico, mostrando
a importância dos empreendedores nesse contexto, compreendendo o papel do
empreendedor como motor do sistema econômico, sinalizador de oportunidades,
idealizador de negócios, criador de empreendimentos, e como aquele que assume
riscos. (ALVES, 2008).
       Segundo Drucker (1987), na visão dos economistas modernos, todo
empreendedor é importante para a economia e provoca impacto, a partir do
momento em que a influencia e molda profundamente. Ressalta, ainda, a diferença
entre a administração empreendedora e a tradicional, ao defender que as novas
iniciativas empresariais apresentam problemas, desafios e tendências distintos
daqueles apresentados pelas empresas já existentes. As primeiras precisam
especializar-se na administração dos novos negócios, para se manter no mercado,
enquanto as segundas já sabem como administrar o seu ramo de negócio,
precisando, contudo, aprender a empreender e inovar constantemente neste período
de rápidas mudanças (ALVES, 2008).
       Nesse período acreditava-se que não somente economistas poderiam ser
considerados empreendedores, já que apresentavam alguns comportamentos de
quem não só se importavam com o dinheiro propriamente dito.           Os mesmos
passaram a ser criticados pelo ponto de vista ideológico, com relação à
incapacidade de criar uma ciência do comportamento dos empreendedores, eles
precisavam, na realidade, quebrar seus paradigmas de racionalismo.
17



       No    campo      dos   comportamentalistas,         destacam-se   os    psicólogos,
psicanalistas, sociólogos e outros profissionais da área do comportamento humano,
que tentaram entender o empreendedorismo. Weber (1930) foi o precursor das
primeiras contribuições ao assunto, em que procurava associar o sistema de valores
dos empreendedores como elemento explicativo dos seus comportamentos. Outro
relevante   estudo   desenvolvido   por   Weber      foi    a   contribuição   acerca   do
desenvolvimento econômico do Brasil, marcadamente pelas análises evolucionistas
do Ocidente (VIANNA, 1999). Participando com suas teorias, baseadas em apenas
dois fatores principais, no caso a necessidade de realização e a necessidade de
poder dos empreendedores, McClelland consagrou-se como um grande idealizador
do empreendedorismo, aplicando seus estudos em certos setores de atividade
econômica (FILION, 1999). McClelland (1972) coloca como principal característica
do empreendedor a busca por seus objetivos, que em certa medida inclui
comprometimento, definição de métricas de desempenho e controle de resultados.
Suas ações nesse sentido são: analisar os riscos, buscar feedback a respeito de sua
performance, ser persistente e inovador. McClelland defendia, ainda, a necessidade
de autorrealização como característica da personalidade empreendedora. Desde
então, o campo tem examinado diferentes traços da personalidade, como o
autocontrole, a propensão ao risco e os valores pessoais, numa variedade de
diferentes estudos (MCCLELLAND, 1961).
       Embora nenhum perfil científico tenha sido traçado, algumas pesquisas têm
sido fonte de várias linhas, ajudando futuros empreendedores a se situar melhor. Do
ponto de vista do comportamento empreendedor, o empreendedorismo parece ser
um fenômeno regional, determinado por culturas, necessidades e hábitos de dada
região. (ALVES, 2008)
       Vale ressaltar, conforme Filion (1999), que mesmo não havendo um perfil
psicológico científico do empreendedor, as características empreendedoras são
determinadas quando se desenvolvem na prática, passam a ser parecidas de uma
forma ou de outra, o que implica dizer que há diferentes características para
diferentes tipos de negócios e áreas de atuação, ratificando ainda a impossibilidade
de se afirmar que uma pessoa será ou não bem-sucedida em seu negócio, pois
além de perfis para se poder garantir algo, implicam bem mais fatores do que
somente conjunto de características empreendedoras.
18



        Nos últimos anos o empreendedorismo no Brasil passou a ser um termo
bastante discutido, principalmente no final da década de 1990. Isso ocorreu devido à
preocupação com a criação de pequenas empresas que passaram a ter que inovar
para continuar no mercado. Assim encontraram diversas alternativas para reduzir
seus custos e permanecer competitivas.
      Com a criação do SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas e a SOFTEX – Sociedade Brasileira para Exportação de Software, o
empreendedorismo passou a ter visibilidade no Brasil.
      Em 1997 foi criada a pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship
Monitor, que tinha inicialmente como propósito apenas levar para o ambiente
acadêmico o melhor sobre o empreendedorismo e o crescimento econômico em
vários países, mas em 2000 o Brasil pode participar e levantaram a questão do
capital de risco “venture capital” em cada país participante.
      Após todos esses anos, com incubadoras, palestras em universidades,
consultoria para esses empreendedores, pesquisas detalhadas, o país hoje é
considerado preparado para o movimento de empreendedores e despertou para
saber que não se resume apenas em abrir um negócio. Hoje se pode diferenciar
claramente um empreendedor do empresário e as causas de sucesso ou de
fracasso de ambos.
      A seguir, a subseção abordará um tema bastante comentado pelos livros e
por pessoas em geral: as diferenças entre o administrador e o empreendedor. O que
na realidade difere nas suas características que, ao mesmo tempo, tornam-se
intrínsecas para a maioria.


2.2 Diferença entre Administrador e Empreendedor


      Antes de surgirem objetos de estudo para o empreendedor, já existia sobre o
administrador, porém mesmo assim, ainda existem muitas dúvidas sobre o que o
administrador faz.
      O principal divulgador foi Fayol, no início do século XX e desse período em
diante os demais autores reformularam ou complementaram os seus conceitos.
Fayol afirma que o administrador concentra-se nos atos de planejar, organizar, dirigir
e controlar. Ele ainda complementa que as organizações assumiram importância
sem precedentes na sociedade e na vida das pessoas, colocando assim que a
19



sociedade moderna é uma sociedade organizacional, em contraste com as
sociedades comunitárias do passado. (MAXIMIANO, 2004).
        Na construção do século XXI, aconteceram muitas mudanças em todos os
tipos de ambientes, sejam eles: competitivo, tecnológico, econômico e social e com
isso levaram ao surgimento de novas técnicas para administrar as organizações.
Essas mudanças foram chamadas de novos paradigmas da administração. Durante
muitos anos os paradigmas foram mudando constantemente, mas com a Revolução
Industrial provocou uma mudança de grande magnitude, em tempo relativamente
curto que moldou inúmeras características da sociedade atual (MAXIMIANO, 2004).
        Com a globalização, quando aconteceu a passagem da era pós-industrial e
a Revolução Digital provocou a mudança de muitos pensamentos tradicionais e
assim dentre as mudanças surge, a Administração Empreendedora.
        Segundo Maximiano, (2004, p.42):


                      Uma tendência do século XXI é o desemprego. A perda das perspectivas de
                      emprego duradouro e de carreira nas grandes organizações estimulou
                      muitas pessoas a procurarem ser seus próprios patrões. Com isso, a
                      administração empreendedora (complementando a tradicional formadora de
                      empregados) tornou-se uma tendência social importante. Ao mesmo tempo,
                      as grandes empresas procuram estimular o espírito dos empreendedores
                      internos, as pessoas capazes de descobrir e implementar novos negócios.


        Para Drucker (2003), o empreendedor é aquele que cria algo novo, algo que
mude os valores, ou seja, algo diferente. O espírito empreendedor é uma
característica distinta, seja de um indivíduo, ou de uma instituição. Não é um traço
de personalidade, mas sim um comportamento, e suas bases são o conceito e a
teoria, e não a intuição.
        Embora muitos autores definam o empreendedor de uma perspectiva um
pouco distinta, todas possuem noções semelhantes, como novidade, organização,
criação, riqueza e risco. Cada definição é um pouco restritiva, porque alguns
empreendedores são de profissões distintas, mas normalmente constam tipos de
comportamento semelhantes (HISRICH, 2004).
        O administrador se enquadra no mundo corporativo e está mais relacionado
aos processos gerenciais, à solução de conflitos e de circunstâncias desfavoráveis
para a empresa. O empreendedor nem sempre se faz presente nas corporações,
pois na grande parte do tempo está focado no mercado, nas oportunidades, nos
20



produtos, na inovação, na criatividade; pois é mais interessado no negócio presente
e futuro.
        As diferenças entre os estilos empreendedores e os administrativos podem
ser vistos em cinco dimensões importantes, tais como: orientação estratégica,
comprometimento com a oportunidade, comprometimento de recursos e estrutura
administrativa (HISRICH, 2004):


           Orientação estratégica
            A orientação estratégica do empreendedor é mais voltada para percepção
            da oportunidade. Já com o administrador é voltada para a pressão
            gerencial.
           Comprometimento com a oportunidade
            O domínio empreendedor é pressionado pela necessidade de ação,
            escassez de informações para a tomada de decisão, e muita disposição
            para assumir riscos e pouco especialista para tomada de decisões. O
            domínio administrativo não só é lento em agir com as oportunidades,
            como também quando as ações se concretizam, o comprometimento é
            geral e em alguns casos longo demais.
           Comprometimento de recursos
            O empreendedor na maioria das vezes está acostumado a ver seus
            recursos comprometidos a intervalos periódicos que com frequência se
            baseiam em cumprimento de metas. Já o administrador responde à fonte
            de compensações oferecidas e se sentem pessoalmente gratificados ao
            administrar seus recursos sob seu controle.
           Controle de recursos
            O administrador é recompensado pela eficiente administração de
            recursos, e na maioria das vezes ele acumula o máximo possível; porque
            na verdade existe a pressão pelo poder, pelo status e pela compensação
            financeira. O empreendedor é o oposto que luta para realizar qualquer
            tipo de transação, de acordo com a necessidade e não se importa em
            apenas acumular recursos e sim arriscar no que for mais viável.
           Estrutura administrativa
            Na estrutura dentro do domínio administrativo, é formalizada e hierárquica
            por natureza, tem suas linhas claramente definidas e tem como base na
21



          teoria da recompensa. Na estrutura dentro do domínio empreendedor,
          como é fiel ao seu desejo de independência, emprega a estrutura plana
          com redes informais.


       Chegando à conclusão sobre essas diferenças e similaridades pode-se
perceber que todo empreendedor precisa ser um bom administrador para poder
tomar as decisões mais adequadas. Já por outro lado, nem sempre o administrador
possui as habilidades de um empreendedor e isso pode fazer muita diferença dentro
de uma empresa. É preciso extrair a criatividade e a ousadia do empreendedor para
que o aprendizado diário possa ser mais motivador.
       A próxima subseção mostrará as características do empreendedor de acordo
com alguns autores e um pouco mais aprofundadas pelo autor Dornelas que foi o
escolhido para a visão dessa pesquisa.


2.3 Características do Empreendedor


       Em 1960, David McClelland, psicólogo da Universidade de Harvard,
identificou nos empreendedores bem-sucedidos um elemento psicológico crítico,
denominado por ele de motivação da realização.
       Segundo Dolabela (1991, p.70-71),


                     O indivíduo portador das condições para empreender saberá aprender o
                     que for necessário para criar, desenvolver e realizar sua visão. No
                     empreendedorismo, o ser é mais importante do que o saber: este será
                     conseqüência das características pessoais que determinam a metodologia
                     de aprendizagem do candidato a empreendedor.



       De acordo com Dornelas (2008), o empreendedor possui características
extras, que diferenciam do seu comportamento. Possuem atributos pessoais que se
somam a características sociológicas e do próprio cotidiano que eles acabam
inovando. Normalmente as mais citadas pelos empreendedores de sucesso são:


       a) São visionários
          Têm habilidade de saber como será o futuro para o negócio e para a sua
         própria vida.
22



b) Sabem tomar decisões
     São rápidos nas tomadas de decisão e são seguros quanto a elas.
c) São indivíduos que fazem a diferença
     São pessoas que sabem agregar valor aos serviços e produtos que se
     propõem a colocar no mercado.
d) Sabem explorar ao máximo as oportunidades
     Eles identificam a oportunidade na hora certa, ficando sempre atentos a
     tudo e aproveitam as chances para adquirir conhecimento.
e) São determinados e dinâmicos
     Sabem superar os obstáculos com vontade de fazer acontecer e não
     gostam da rotina.
f)    São dedicados
     Comprometem sua rotina e seus relacionamentos, pois dedicam-se 24
     horas ao próprio negócio. Adoram trabalhar e amam o que fazem.
g) São otimistas e apaixonados pelo que fazem
     O otimismo faz com que eles enxerguem o sucesso e não pensem no
     fracasso, pois adoram o que fazem.
h) São independentes e constroem o próprio negócio
     Não querem ser empregados e querem criar algo novo, podendo assim
     ser mais independentes e gerar empregos.
i) Ficam ricos
     Para eles não é o principal objetivo, pois acreditam que será uma
     consequência dos atos.
j) São líderes e formadores de equipe
     Eles possuem um perfil de liderança, normalmente são adorados pelos
     seus colaboradores. Sabem recrutar pessoas competentes e formam um
     ótimo time.
k) São bem relacionados
     Sabem criar uma rede de relacionamentos para servir de ajuda no
     ambiente externo.
l) São organizados
     São racionais e assim conseguem gerenciar recursos da melhor forma de
     organização.
m)Planejam, planejam, planejam
23



             Planejam desde o princípio tudo o que vão fazer no seu negócio e sabem
             apresentar aos seus investidores de forma ordenada.
           n) Possuem conhecimento
             Entendem que o conhecimento auxilia de forma importante para o
             sucesso, por isso buscam maior conhecimento em tudo que fazem no dia
             a dia como nas antigas experiências, como em cursos e livros.
           o) Assumem riscos calculados
             Essa é uma das principais características, pois eles sabem calcular o
             risco e fazem disso uma estimulante jornada para o sucesso.
           p) Criam valor para a sociedade
             Eles utilizam seu capital intelectual para gerar valor para a sociedade,
             gerando empregos e sempre buscando criatividade.


           Vale ressaltar também que a habilidade para desenvolver uma visão parece
conferir    liderança   e   esta,   para   o   empreendedor,     parece    depender   do
desenvolvimento da visão (FILION, 1991).
           De acordo com Filion (1991), a rede de contatos parece ser o fator mais
influente para explicar a evolução da visão. A família, por exemplo, certamente
moldará os tipos de visão inicial que um empreendedor possa vir a ter. As relações
que o indivíduo vai estabelecendo durante a vida, visando fortalecer suas visões
complementares, são de importância fundamental para o fortalecimento de sua visão
central (FILION, 1991). No entanto, quanto mais articulada for a visão, maior será
sua influência na escolha para o estabelecimento de um sistema de relações. O
quadro 2 extraído de Filion (1993) apresenta algumas das características atribuídas
aos empreendedores:


 Inovadores                                    Originais

 Líderes                                       Otimistas

 Tomadores Moderados de Riscos                 Orientados por Resultados

 Independentes                                 Flexíveis

 Criadores                                     Engenhosos

 Enérgicos                                     Uso de Recursos
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 Sensibilidade com os Outros              Tenacidade

 Necessidade de Realização                Agressivos

 Autoconhecimento                         Tendência para Confiar nas Pessoas

 Autoconfiança                            Dinheiro com Medida de Desempenho

 Aprendizagem                             Envolvimento de Longo Prazo

 Tolerantes a Ambigüidade e Incertezas    Iniciativa

Fonte: adaptado de Filion (1993).
                      Quadro 2 – Características de Acordo com Filion


       A subseção seguinte abordará o assunto sobre o perfil do empreendedor no
país e suas taxas, onde tem crescido e quais suas quedas de acordo com pesquisas
internacionais desde 1999. Mostrará de forma mais sucinta se detendo não nos
detalhes e sim no contexto da atividade como um todo no Brasil.


2.4 O Perfil da Atividade Empreendedora no Brasil


        Na Pesquisa GEM 2008, o Brasil, pela primeira vez, ficou fora do grupo dos
dez países com maiores taxas de empreendedorismo, situação gerada por causa da
inserção de países que não participaram em edições anteriores e que ocuparam
posições entre os dez primeiros colocadas no ranking, por apresentarem taxas de
empreendedorismo mais elevadas. Segundo a Pesquisa GEM 2007, a taxa de
empreendedorismo do brasileiro foi sempre superior a 10, sendo considerada uma
das mais dinâmicas do mundo.
       A pesquisa GEM é realizada no exterior desde 1999. Chegou ao Brasil em
2000 por meio do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBPQ). Em 2001,
passou a contar com a participação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE). A GEM tem entre suas finalidades avaliar, divulgar
e influenciar as políticas de incentivo ao empreendedorismo no Brasil e no mundo.
       A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial - TEA de 12,02% continua
superior a 10%; portanto, ter ficado fora do grupo dos dez países com maior taxa de
empreendedorismo não significa que o Brasil tenha piorado na última pesquisa. A
TEA média brasileira de 2001 a 2008 é de 12,72% contra uma TEA média dos
25



demais países GEM de apenas 7,25%. Isso reforça que o Brasil é um país de alta
capacidade empreendedora e que na média entre 2001 e 2008 o brasileiro é 75,58%
mais empreendedor que os outros (SEBRAE, 2010).
        Na décima edição da pesquisa no país, a Taxa de Empreendedores em
Estágio Inicial-TEA brasileira é a sexta maior entre os países com nível comparável
de desenvolvimento econômico, com 15,3%, o que equivale a 18,8 milhões de
pessoas (SEBRAE, 2010).
        A TEA é formada pela proporção de pessoas com idade entre 18 e 64 anos
envolvidas com empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de
existência. A taxa brasileira está acima da média histórica do país, que é de 13%.
Em 2008, por exemplo, a taxa foi de 12%. Em 2009, o Brasil ficou na frente de
países como Argentina, Uruguai e Irã (SEBRAE, 2010).
        De forma global, nota-se que o mercado de trabalho tem sofrido grandes
transformações nas últimas décadas, refletindo-se na forma de organização das
empresas; essa é uma das razões que fazem os empreendedores iniciarem seus
negócios.
        A motivação para iniciar uma atividade empreendedora é um dos temas
relevantes para a pesquisa GEM, principalmente para se conhecer melhor a
natureza do empreendedorismo em países em desenvolvimento.
        Para compor a pesquisa no Brasil, em 2009, foram entrevistados 2 mil
indivíduos de idade adulta, entre 18 e 64 anos, de todas as regiões brasileiras,
selecionados por meio de amostra probabilística, e mais de 180 mil pessoas no
mundo. A pesquisa, que tem nível de confiança de 95% e erro amostral de 1,47%,
conta ainda com opiniões de 36 especialistas brasileiros. Entre os anos de 2000 a
2009 foram entrevistados no Brasil, 21,9 mil adultos.
        A seguir são apresentadas as taxas de evolução dos empreendedores
iniciais entre 2001 a 2008, pois ainda não foram divulgadas todas as informações da
edição de 2009.
26




FONTE: Pesquisa GEM 2001 a 2008.
FIGURA 1 – EVOLUÇÃO DA TAXA DE EMPREENDEDORES INICIAIS (TEA) BRASILEIRA EM
COMPARAÇÃO COM A MÉDIA DOS PAÍSES PARTICIPANTES DO GEM DE 2001 A 2008


        Considerando a evolução da taxa de empreendedorismo nascente em
relação à taxa de empreendedores novos (figura 2), no período de 2001 a 2008,
observou-se uma inversão na proporção entre os empreendedores nascentes com
relação aos empreendedores novos, conforme a figura 3. Em 2001, se tinha 65% de
empreendedores nascentes para 35% de empreendedores novos, e em 2008 há
24% de empreendedores nascentes para 76% de empreendedores novos. Nesse
sentido, a atividade empreendedora demonstra um aumento do tempo de duração
que auxilia significativamente o conjunto da economia tanto do ponto de vista da
atividade quanto o da renda.
        A seguir, as figuras 2 e 3 mostram a evolução dos empreendimentos iniciais
e sua proporção dentro do período de 2001 a 2008.
27




      FONTE: Pesquisa GEM 2001 a 2008.
FIGURA 2 – EVOLUÇÃO DOS EMPREENDEDORES INICIAIS, EMPREENDEDORES NASCENTES
E EMPREENDEDORES NOVOS DO BRASIL DE 2001 A 2008




FONTE: Pesquisa GEM 2001 a 2008.
FIGURA 3 – EVOLUÇÃO DAS PROPORÇÕES DOS EMPREENDEDORES NASCENTES E NOVOS
DO BRASIL DE 2001 A 2008




        De acordo com a matéria da Revista Época (2010), para o presidente do
SEBRAE, Paulo Okamotto, mais importante do que verificar isoladamente a taxa de
empreendedorismo, o GEM também tem papel fundamental por analisar questões
28



como nível de inovação, motivação para empreender e recortes por gênero e faixa
etária. “Observamos que em termos quantitativos o Brasil vai muito bem, mas ainda
precisamos melhorar em termos qualitativos”, avalia Okamotto. O presidente do
SEBRE aproveita para destacar a evolução do empreendedorismo no Brasil nos
últimos anos. “Flagramos melhorias como a redução na mortalidade das empresas,
o aumento das capacitações dos trabalhadores e o surgimento de um ambiente mais
propício aos novos negócios a partir da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa”,
assinala.
        A GEM 2009 demonstra também que a população empreendedora brasileira
está concentrada entre os jovens, nas idades de 18 e 34 anos, atingindo 52,5%. Do
total de empreendedores, 20,8% estão na faixa de 18 a 24 anos enquanto 31,7%
encontram-se entre 25 e 34 anos. Ao analisar isoladamente os números, esta última
taxa se mantém inalterada em toda a série histórica do estudo, demonstrando que é
nesta faixa que se concentra a maior parte dos empreendedores brasileiros. A
menor taxa ficou entre os adultos de 55 a 64 anos, com representatividade de 4,3%.
        A   próxima    subseção     abordará    o     tema   das    diferenças   entre
empreendedorismo por oportunidade e empreendedorismo por necessidade. O que
tem crescido mais atualmente e o que realmente motiva cada empreendedor por
essa escolha.


2.5 Empreendedorismo: Oportunidade x Necessidade


        Empreendedorismo por oportunidade ocorre quando o indivíduo identifica
uma oportunidade de negócio, ou seja, escolhe o empreendimento dentre as
diversas e possíveis opções existentes no mercado.
        Empreendedorismo por necessidade ocorre quando o indivíduo sente-se
forçado a iniciar o próprio negócio por não haver outras opções de trabalho ou por
estar insatisfeito com as condições do trabalho existentes. E, em geral, demanda
menos recursos e um nível menor de serviços devido a sua baixa sofisticação
operacional e tecnológica.
        Através   de   dados   de   pesquisa,       apenas   no    ano   de   2002,   o
empreendedorismo por necessidade superou o índice de empreendedorismo por
oportunidade. Nos outros anos, o empreendedorismo motivado por oportunidade
teve crescimento significativo em relação ao empreendedorismo motivado por
29



necessidade. Isso demonstra que o mercado brasileiro está possibilitando a
implementação de novos empreendimentos e o empreendedor brasileiro está
identificando essa oportunidade e investindo em novos segmentos.
       O quadro 3 detalha um pouco mais as diferenças entre empreendedorismo
por oportunidade e empreendedorismo por necessidade:


OPORTUNIDADE                                 NECESSIDADE
Usam de habilidade para enxergar o           Enxergam como a forma de sair da
negócio atraente                             qualificação de empregado
Têm uma hora certa, oportuna                 Utilizam como forma de sustento
São ideias que agregam valor a um            Não procuram pesquisar um pouco mais
produto ou serviço                           se o negócio já existe
É sempre analisado onde poucos               Não procuram se capacitar antes de
enxergam                                     arriscarem
Fonte: elaboração da autora
                     Quadro 3 – Oportunidade x Necessidade


       De acordo com Greco (apud IBQP, 2009):


                    É impossível saltar, de um dia para o outro, do empreendedorismo por
                    necessidade para o empreendedorismo por oportunidade. Para que isso
                    ocorra, são necessárias medidas de caráter estrutural e, portanto, de longo
                    prazo, relacionadas à educação, a capacitação gerencial, ao
                    desenvolvimento tecnológico, econômico e inovativo.


       Um dos destaques da pesquisa GEM 2008, por exemplo, é a melhoria
observada entre empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. Em 2008,
foram registrados dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor
por necessidade. Já foi a proporção inversa, e esse dado é extremamente
promissor. Especialistas consultados pelo GEM acreditam que a desoneração fiscal
e trabalhista, linhas adequadas de crédito, capacitação e apoio institucional e de
infraestrutura são fundamentais para o fortalecimento do empreendedorismo no
país, em particular para as atividades associadas a processos de inovação, que
normalmente envolvem maior risco e requerem mais recursos.
       O principal alvo do SEBRAE está justamente no empreendedor por
oportunidade, que, pela opção escolhida, pode ter mais persistência e segurança no
que faz ou irá fazer. Os empreendedores por necessidade, no entanto, não podem
30



ser esquecidos e, na maioria das vezes, precisam ainda mais de apoio e
capacitação.
        O SEBRAE tem investido fortemente para disponibilizar conhecimento e
informação a um número cada vez maior de empreendedores, e os resultados desse
trabalho são na grande maioria gratificantes.
        De acordo com Dornelas (2008), é comum ouvir jovens empreendedores
falando que suas ideias são únicas e que não existem concorrentes. Esse tipo de
comportamento pode levar o empreendedor a acreditar que possui algo espetacular
e será levado pela paixão e não pela razão. Nunca poderão pensar racionalmente e
procurar ajuda para esclarecimento, pois envolvem riscos e precisarão de recursos.
É muito importante que o empreendedor teste sua ideia ou fale sobre o seu negócio
com pessoas mais experientes ou com clientes em potencial, pois isso o levará a
perceber a diferença de ideias e oportunidades.
        As brasileiras estão praticando um empreendedorismo cada vez mais
planejado e consistente. Sobre este aspecto, o estudo da pesquisa GEM 2009,
constatou que dos empreendedores por oportunidade 53,4% são mulheres e 46,6%,
homens, isso mostra como as mulheres estão identificando mais do que
normalmente querendo empreender por necessidade.
        A   seguir   a    subseção      detalhará      um     pouco     desse      fenômeno
empreendedorismo feminino, como iniciou e como atualmente se comporta dentro
de um cenário inicialmente feito para homens.


2.6 Empreendedorismo Feminino


        Analisando a questão da independência da mulher, Raposo e Astoni (2007)
ressaltam que foi importante a iniciativa das mulheres em reivindicar seus direitos,
mas que através dessa atitude, vieram muitas responsabilidades:


                     As condições de independência adquiridas pela mulher vão além da
                     Revolução Feminista de 1969, quando várias mulheres protestantes
                     queimaram peças íntimas em praça pública. A atual conjuntura econômica
                     empurra a mulher a auxiliar nas questões financeiras da família, tornando-
                     se, muitas vezes, a chefe da casa, como aponta a pesquisa realizada pelo
                     Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (RAPOSO; ASTONI,
                     2007, p. 36).
31



       Ao longo da história da humanidade, o papel da mulher na sociedade foi
sempre bem definido: dona de casa, responsável pelo zelo e bem-estar dos filhos e
da casa, invariavelmente submissa aos pais ou ao marido, não tendo direito de
expressar suas vontades ou de realizar seus sonhos. Mas a realidade hoje é outra:
pode-se verificar uma mudança no comportamento das mulheres, não para se
assimilarem aos homens, mas sim para competir em igualdade com os mesmos
(CATARDO, 2005). Segundo Mussak (2004), a Revolução dos sexos está para a
mulher hoje, assim como a Revolução Industrial se deu para os homens no século
XX.
       Qual foi o fator impulsionador daquela Revolução? Simples: a competência.
Segundo dados do Endeavor Empreendedorismo (2004), durante os anos 1990,
enquanto a renda média dos homens aumentou 19%, a das mulheres aumentou
43%; afora isso, são vários os dados que endossam essa tendência de igualdade:
54% dos médicos e 50% dos advogados são mulheres; 29% dos juízes também
pertencem ao sexo feminino; entre outros. E, pode-se esperar, ainda, uma melhora
nesses índices, visto que também a educação da parcela feminina vem,
visivelmente, apresentando melhores indicadores, seja na expansão nos níveis
educacionais ou na maior oferta de cursos superiores, preparando-as e qualificando-
as mais adequadamente para o mercado de trabalho (MUSSAK, 2004).
       A participação feminina no mercado de trabalho cresceu significativamente
nas últimas décadas e dados estatísticos mostram que as mulheres estão presentes
em todos os segmentos e classes empresariais, apesar de ainda existirem
desigualdades de oportunidades no mundo do trabalho, diferenciais de rendimentos
entre os dois sexos, obstáculos aos planos de ascensão a cargos de chefia, etc.
       Mesmo as características de empreendedores e empreendedoras sejam
semelhantes, as    mulheres diferem em termos de motivação, habilidades
empresariais e histórico profissional. O processo inicial de um negócio também
difere para homens e mulheres, especialmente em áreas como: sistema de apoio,
fontes de recursos e problemas. Em geral, ambos possuem o mesmo interesse e
experiência no seu negócio, mas os empreendedores normalmente se inserem em
algo relacionado ao seu emprego anterior ou até mesmo complementam o mesmo;
já as empreendedoras abandonam a antiga ocupação com alguma frustração e
assim passa a ser uma busca pessoal e não apenas profissional. (HISRICH, 2004)
32



       As mulheres apontam seus maridos como primeira opção de grupos de
apoio, em segundo os amigos e por ultimo os envolvidos no negócio. Agora os
homens escolhem como primeira opção, conselheiros externos como advogados ou
contadores, em segundo lugar ficam suas esposas; com esse perfil pode-se
perceber um pouco menos de confiança em aconselhamento dentro da própria casa,
onde deveria obter-se maior lealdade.
       Com certeza, o empreendedorismo é uma alternativa de muita importância
para as mulheres para a inserção no mercado de trabalho; mesmo sofrendo
dificuldades machistas, elas conseguem aos poucos um destaque na sociedade
atual. Vários autores costumam citar como exemplo a mulher enfrentando
dificuldades no meio empresarial, a metáfora de teto ou parede de vidro, algo frágil
que pode ser quebrado.
       Em termos de trabalho, alguns autores colocam as diferenças entre homens
e mulheres, mesmo tendo experiência no campo dos seus empreendimentos, os
homens possuem tendências em fabricação, finanças ou áreas técnicas; já a grande
maioria das mulheres tem experiência administrativa limitada ao nível de
administração intermediária, quase sempre em área de prestação de serviços.
       Mesmo as mulheres ficando em desvantagem quanto à parte administrativa,
na maioria elas possuem uma habilidade bem distinta dos homens e vem a cada
momento ganhando mais espaço dentro das empresas. Quando elas passam a ser
empreendedoras, possuem uma forma de administrar com mais segurança, mesmo
sendo mais flexíveis e mais tolerantes quanto a comportamento do que os homens.
       O histórico de mulheres e homens geralmente é semelhante, sendo que a
maioria das mulheres quando empreendem tem a faixa de 35 a 40 anos, ou seja, um
pouco mais tardio devido à família e filhos, ou quando mais cedo, deixando a vida
pessoal de lado e conciliando um pouco mais tarde.
       As novas análises mostram, entre outros aspectos, que as mulheres tendem
a não serem tão obsessivas com a carreira como os homens. Isso acontece porque
elas têm outras prioridades que podem ser tão ou mais importantes do que o
trabalho. Segundo um estudo publicado em 2009 pelo National Bureau of Economic
Research (ONG americana que realiza pesquisas no campo da economia), entre
trabalhadores com alto nível de educação, elas ganham menos por trabalharem
menos horas e por interromper a carreiras mais vezes, por causa da família.
33



           Se a dedicação ao emprego for maior do que aos filhos e ao marido, a
tendência é de que a mulher se sinta culpada por isso. Normalmente quando
decidem trabalhar juntos, marido e mulher passam a se dedicar muito e isso torna a
mulher um pouco dividida entre o trabalho e os filhos.
           Existem também as que fazem parte de outra estatística, que diz respeito às
mulheres no comando de empresas. O Instituto Brasileiro de Qualidade e
Produtividade (IBQP) estima que 40% dos micro e pequenos empreendimentos hoje
são gerenciados por elas. Apesar de dividirem o comando às vezes com o marido, é
Sônia quem cuida da administração da empresa, enquanto ele se ocupa com a
criação dos produtos.
           Durante o Fórum Econômico Mundial 2010, em Davos, na Suíça, foi
apresentada a última edição do ranking que mede a desigualdade entre mulheres e
homens no mercado de trabalho. O estudo Global Gender Gap Report (Relatório
Global sobre a Diferença entre os Gêneros) é feito em 134 países. Neste ano, o
Brasil perdeu nove posições e ocupa o 82º lugar. A queda na classificação
representa a discriminação, explícita ou velada, que permeia as relações de trabalho
no país.
           As diferenças salariais é uma forma de medir o tamanho da desigualdade
entre homens e mulheres nas empresas. As trabalhadoras ainda ganham menos. De
acordo com um levantamento do banco Goldman Sachs, no mundo, elas ganham
57% do que eles ganham. Essa porcentagem cai para 48% em onze grandes países
em desenvolvimento. No Brasil, a remuneração das mulheres que têm nível superior
completo representou 57,9% da que os homens com o mesmo grau de escolaridade.
O dado é referente ao ano de 2008 e foi divulgado pelo governo na Relação Anual
de Informações Sociais (REVISTA ÉPOCA, 2010).
           Apesar de ganhar menos do que os homens, as mulheres são tão
indisciplinadas quanto eles quando o assunto é poupar. É o que mostra uma
pesquisa exclusiva encomendada à Sophia Mind, consultoria recém-criada cuja
especialização é o mundo feminino. O levantamento foi feito virtualmente com mais
de 2 mil mulheres que moram em seis capitais brasileiras.
           Pouco menos que a metade, 40%, disseram não pensar na aposentadoria
ainda. O número é ligeiramente menor entre a faixa dos 31 a 40 anos de idade -
33% ainda não dedicaram algum tempo ao assunto. Entre as mulheres que têm
34



entre 41 e 50 anos, 43% ainda estão avaliando como vão se preparar para a
aposentadoria.
         As mulheres gostam mais de trabalhar em grupo e isso vem sendo um
grande diferencial do comportamento feminino. Entre altos executivos, elas são
muito mais assíduas a reuniões de conselho e tendem a participar mais de comitês
de monitoramento, controle e fiscalização. Com a presença de mulheres nessas
instâncias, os homens também se tornam mais assíduos, concluiu um estudo
publicado em 2009 no Journal of Financial Economics da Universidade Rochester,
nos EUA. Ou seja, um comportamento positivo das executivas contagia os colegas
de trabalho.
         Entretanto, o resultado não é bom se a inclusão de mulheres no alto escalão
for forçada. O estudo alerta que os indicadores não melhoraram nas empresas em
que elas são colocadas em determinados postos por meio de sistema de cotas.
         São vários os fatores que influenciaram nesse crescimento: importante
desempenho apresentado por empresas geridas por mulheres, representatividade
da força de trabalho feminino, bem como a intensificação da competitividade
econômica e o constante aumento na taxa de desemprego (MACHADO, 2002).
         Segundo dados do SEBRAE (2010) as mulheres empreendedoras, quando
indagadas dos motivos que as levaram a abrir um negócio por conta própria,
apontaram como principais as seguintes razões: identificação de uma oportunidade
de   negócios    (62,1%),   experiência   anterior   (30,3%),   ou   ainda   por   estar
desempregada, ter sido demitida ou estar insatisfeita com a empresa em que
trabalhava (13%). Assim, pode-se classificá-las em empreendedoras por acaso,
empreendedoras forçadas ou ainda empreendedoras criadoras, de acordo com o
motivo pelo qual adentraram no ramo do empreendedorismo.
         Os negócios iniciados por homens e mulheres diferem em termos da
natureza do empreendimento, levando as mulheres com empreendimentos de
menor porte e consequentemente ao um menor lucro líquido. Mesmo com essas
diferenças as oportunidades para as mulheres são maiores do que para os homens,
pois na área de crescimento mais acelerado na economia é na prestação de
serviços e isso leva às empreendedoras femininas um melhor resultado. (HISRICH,
2004).
         Devido a algumas transformações da estrutura familiar, mostra o
crescimento do desemprego dos chefes de família o que induz mais mulheres, em
35



particular as casadas e com filhos, a ingressar na força de trabalho buscando
complementar o orçamento familiar. O Relatório GEM de 2007 mostra que, entre
1996 e 2006, o número de mulheres indicadas como “chefe de família” aumentou
79%, quando essa variação em relação aos homens foi de apenas 25%.
       De acordo com Jonathan (2005) as mulheres empreendedoras caracterizam-
se por serem destemidas, autoconfiantes, apaixonadas e identificadas com seus
empreendimentos.
        Em 2008, o empreendedorismo feminino do Brasil foi o décimo mais atuante
no mundo, com taxa de 9,61% das entrevistadas, o que representa cerca de 5,5
milhões de mulheres empreendedoras em estágio inicial (IBQP, 2009). Segundo
Barboza (apud IBQP, 2009), esse crescimento ocorre devido ao aumento da
participação do setor de comércio e serviços no total do PIB brasileiro, setor em que
as mulheres respondem por dois terços dos novos negócios.
        Reconhecida pela sua força, a mulher brasileira supera os homens no
mundo dos negócios nos dados atuais. Dos 18,8 milhões de pessoas à frente de
empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência no
país, 53% são mulheres e 47%, homens. Esse é o resultado que mostra a mais nova
edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, o GEM 2009. Uma das
novidades do estudo é que pela primeira vez a proporção de mulheres
empreendendo por oportunidade supera a de homens na mesma condição.
        Em 2009, além do Brasil, apenas outros dois países registraram taxas de
empreendedorismo feminino mais elevadas que as dos homens: Tonga, com 61%, e
Guatemala, com 54%.
        A subseção a seguir trará o que as mulheres enfrentam para tornarem-se
mulheres empreendedoras de sucesso.


2.7 Dificuldades Enfrentadas pelas Mulheres Empreendedoras


       As dificuldades mencionadas pelas mulheres empresárias estão geralmente
relacionadas com os pais, maridos ou filhos. Pode-se dizer que um dos motivos para
que isso ocorra é porque as mulheres carregam consigo um peso adicional, que é a
preocupação vinculada à constituição de uma família (ANDREOLI, 2007 apud
MACHADO, 2002).
36



       A falta de apoio seja por parte de seus familiares ou amigos (emocional), ou
seja, por parte dos bancos que inviabilizam a concessão de empréstimos
(financeira), é a crítica mais argumentada por parte das mulheres. Logo em seguida
vem a descrença ou falta de confiabilidade por parte de clientes, fornecedores e
acionistas, ou ainda o desmerecimento e/ou menosprezo sofrido por colegas de
trabalho. Percebe-se que essas dificuldades são oriundas de uma sociedade
marcada por uma formação histórica predominantemente machista, exigindo da
mulher maior capacitação e um melhor empenho para a implementação e
gerenciamento de um novo negócio (ANDREOLI, 2007 apud MACHADO, 2002).
       Além dessas dificuldades mencionadas, as mulheres empreendedoras têm
de lidar com vários mitos associados ao fato de serem mulheres. Um deles é a
crença de que as mulheres apenas criam empresas em áreas que lhes parecem
familiares, como as de produtos alimentícios, cosméticos, vestimentas, entre outras.
Também se fala muito que as mulheres com o cargo de liderança da empresa só o
têm porque o herdaram de seus pais ou maridos.
       De acordo com algumas pesquisas realizadas relacionadas com a liderança
feminina do Babson College, nos Estados Unidos, demonstram que 88% das
proprietárias de empresas foram suas fundadoras, e apenas 12% correspondem a
empresas familiares. O terceiro e último mito é o de que as mulheres não criam
empresas de alto potencial e boa rentabilidade, um mito no mínimo contraditório, já
que, segundo (ANDREOLI, 2007 apud NAN LANGOWITS, 2004), que existem
incontáveis exemplos de sucesso na indústria da tecnologia norte-americana que
mostram o contrário.
       As mulheres parecem trabalhar para buscar algo mais do que dinheiro. Em
"The sexual paradox", a jornalista e psicóloga diz que elas querem recompensas não
apenas financeiras, mas também "intrínsecas", tais como: satisfação, bem-estar e
sensação de colaborar com algo importante. Elas têm interesses mais amplos,
gostam de ser úteis e se preocupam com o efeito que causam nos outros.
       Analisado o comportamento de um grupo de jornalistas, por especialistas,
chegaram a concluir que as mulheres estão menos inclinadas a negociar o salário
com a chefia em busca de aumento. No grupo de executivos estudados, o hábito de
negociar, mais masculino, reduziu em média 17 meses o tempo de espera até o
próximo aumento ou promoção. Na maioria, as mulheres avisam quando estão
saindo e homens esperam uma contraoferta. Assim mostra como as mulheres
37



conseguem enfrentar suas dificuldades com um pouco mais de equilíbrio emocional
e são mais cautelosas quanto às suas mudanças, mostrando o porquê de seus
empreendimentos serem mais suscetíveis a durabilidade e ao sucesso desejado.


        Quando trabalham como profissionais autônomas, as mulheres criam
vínculos mais longos com seus clientes. Elas trocam de clientes com menor
frequência do que seus concorrentes homens, de acordo com uma pesquisa
publicada no ano passado pela London Business School. No entanto, são nas trocas
que surgem os aumentos de remuneração. Por isso, os homens profissionais
autônomos são mais propensos a trocar de clientes e ganham mais.
        Os estudos mostram que há, sim, um jeito de trabalhar feminino. Apesar de
ser uma tarefa mais árdua para mulheres conciliar a vida pessoal e profissional, as
jovens acreditam cada vez mais que isso é possível. Segundo pesquisa realizada
pela Accenture, com mil mulheres entre 22 e 35 anos, 94% afirmam que creem
poder atingir uma vida profissional satisfatória e pessoal gratificante. E há exemplos
de que elas estão certas.
        A seção seguinte abordará a metodologia escolhida para a realização desta
pesquisa e como será a amostragem para a escolha da fonte que melhor conseguirá
extrair das suas entrevistadas.
38




3 METODOLOGIA


        A presente seção aborda os procedimentos metodológicos desenvolvidos
para o estudo em questão, que, por sua vez, segue uma construção orientada para
obtenção do máximo de confiabilidade da pesquisa científica.
        Primeiramente se faz importante que se conceituem métodos e técnicas
para poder ter um melhor entendimento sobre metodologia. Para Cervo e Bervian
(2002, p.23) “nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos
empregados na investigação e na demonstração da verdade”.
        O objetivo do método científico é descobrir a realidade dos fatos, e os
eventos ao serem desvendados devem guiar o uso do método. É através da
inteligência e reflexão que se descobrem o que os fatos e os fenômenos realmente
são. O método é apenas um meio de acesso (CERVO; BERVIAN, 2002).
        Os dados podem ser classificados como quantitativos ou qualitativos. Os
quantitativos necessitam de valores numéricos; os qualitativos incluem rótulos ou
nomes usados para identificar cada elemento. (ANDERSON, 2008).
        O método escolhido foi qualitativo e no decorrer desta subseção será
detalhado o método escolhido e todos os detalhes dessa construção.


3.1 Pesquisa Qualitativa


        A pesquisa será de uma abordagem qualitativa. Ela costuma ser
direcionada, ao longo do seu desenvolvimento, além disso, não busca enumerar ou
medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental estatístico para a análise de
dados. Nas pesquisas qualitativas, é frequente que o pesquisador procure entender
os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada, e a
partir daí situe sua interpretação dos fenômenos estudados.
        Essa investigação pode ser reforçada como uma pesquisa qualitativa por ter
sido fundamentada em análises das transcrições das falas das entrevistadas em
instrumentos de coleta de dados, utilizando-se um formulário de entrevista e um
roteiro de entrevista. Para esta pesquisa, utilizaram-se algumas técnicas qualitativas,
como, por exemplo, entrevistas estruturadas, técnicas de observação de campo e
39



análises de conteúdo, através da transcrição das mensagens captadas das
entrevistadas. (ALVES, 2008).
       A metodologia de pesquisa, para Minayo (2007), é o caminho do
pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar central na teoria e trata-se basicamente
do conjunto de técnicas a ser adotadas para construir uma realidade. A pesquisa é
assim, a atividade básica da ciência na sua construção da realidade. A pesquisa
qualitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da ciência, que visa a construção
da realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível de
realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças,
valores, significados e outros construtos profundos das relações que não podem ser
reduzidos à operacionalização de variáveis.
       A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no
processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o
pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a
analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos
principais de abordagem (LAKATOS, 1985).
       Na próxima subseção será abordada qual técnica escolhida para o resultado
da amostra.


3.2 Técnica de Coleta de Dados


       A técnica escolhida para amostragem não probabilística foi a por julgamento.
É uma maneira relativamente fácil, pois a seleção é feita quando a pessoa conhece
mais sobre o tema abordado. (ANDERSON, 2008).
       Para a de coleta de dados em levantamentos são utilizadas as técnicas de
interrogação: o roteiro de entrevista e o formulário como teste de avaliação.
Entrevista, por sua vez, pode ser entendida como uma técnica que envolve duas
pessoas numa situação “face a face”, em que uma delas formula questões e a outra
responde. Formulário, por fim, pode ser definido como a técnica de coleta em que o
pesquisador formula questões previamente elaboradas e anota as respostas (GIL,
1991). Nesta pesquisa foi utilizado o método de pesquisa através de um roteiro com
perguntas, sendo desenvolvida uma entrevista estruturada e um teste de avaliação
40



de perfil empreendedor extraído do livro do Dornelas (2008) com um universo de oito
empreendedoras de Fortaleza.
       A preparação da entrevista é uma das etapas mais importantes da pesquisa
que requer tempo e exige alguns cuidados, entre eles destacam-se: o planejamento
da entrevista, que deve ter em vista o objetivo a ser alcançado; a escolha do
entrevistado, que deve ser alguém que tenha familiaridade com o tema pesquisado;
a oportunidade da entrevista, ou seja, a disponibilidade do entrevistado em fornecer
a entrevista que deverá ser marcada com antecedência para que o pesquisador se
assegure de que será recebido; as condições favoráveis que possam garantir ao
entrevistado o segredo de suas confidências e de sua identidade e, por fim, a
preparação específica que consiste em organizar o roteiro ou formulário com as
questões importantes (LAKATOS, 1996).
       A coleta de dados para esta pesquisa obedeceu a duas situações, conforme
sugere Leite (2004), porém em duas etapas:
       1ª Etapa – Teste de Avaliação – em que foi aplicada para todos as
empreendedoras com escala de importância relacionadas para atribuição de notas
de 1 a 5, todas perguntas apenas de assinalar com um “X” na nota que mais se
adequava a resposta, visando obter das entrevistadas o que elas consideram os
aspectos mais relevantes de determinado problema;
       2ª Etapa – Roteiro de Entrevista – que utilizou um roteiro também aplicado a
todos os respondentes, explorado durante toda a entrevista. As perguntas foram
preformuladas, sendo feitas durante o processo da entrevista. As entrevistas
estruturadas são elaboradas mediante questionário totalmente estruturado, ou seja,
é aquela onde as perguntas são previamente formuladas e tem-se o cuidado de não
fugir delas. O principal motivo deste zelo é a possibilidade de comparação com o
mesmo conjunto de perguntas e que as diferenças devem refletir diferenças entre os
respondentes e não diferença nas perguntas (LODI, 1974 apud LAKATOS, 1996).
       Será aplicado um teste de avaliação de perfil empreendedor extraído do livro
do Dornelas “Transformando idéias em negócios” – 2008 onde será feito um paralelo
de acordo com as características empreendedoras do livro com as das
entrevistadas. O teste contendo 30 perguntas, sendo divididas quanto a algumas
características onde as entrevistadas assinalavam a nota correspondente com
apenas um “X”, sendo da seguinte forma:
41



      1. Insuficiente
      2. Fraco
      3. Regular
      4. Bom
      5. Excelente


        Ao final do teste, na análise de desempenho dos dados, (DORNELAS, 2008)
é feita a avaliação de acordo com a soma das notas:


120 a 150 pontos = considerado que já é uma empreendedora, pois possui
características comuns aos empreendedores.
90 a 119 pontos = considerado que possui características empreendedoras, mas
precisa equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos fortes.
60 a 89 pontos = ainda não é muito empreendedora, mas pode melhorar com
algumas atitudes.
Menos de 59 pontos = deve reavaliar sua carreira, pois não é empreendedor.


        As empreendedoras selecionadas foram de perfis de idade e classe sociais
diferentes, para que assim se pudesse intensificar a existência de semelhança de
características que as tornaram empreendedoras de sucesso.
        A pesquisa obterá os dados primários através de entrevistas contendo
quinze perguntas com uma amostra de oito mulheres microempresárias ou
empresárias de vários segmentos no estado do Ceará. Será aplicado um teste de
avaliação de perfil empreendedor extraído do livro do Dornelas “Transformando
idéias em negócios” – 2008 onde será feito um paralelo de acordo com as
características empreendedoras do livro com as das entrevistadas.
        A seguir será explanado o resultado da coleta de dados e a análise quanto
aos resultados da pesquisa.
42




4 RESULTADOS


         De acordo com o referencial teórico sobre a evolução do empreendedorismo
no Brasil e principalmente nas diferenças entre o administrador e o empreendedor
através dos dados analisados dentre a amostra pode ser avaliado que a grande
maioria já pode ser considerada empreendedora de fato e algumas que possuem
muitas características empreendedoras, mas precisam equilibrar alguns pontos
fracos aos pontos fortes para serem consideradas empreendedoras de fato, de
acordo com o autor Dornelas.
         Os negócios das empreendedoras foram todos bem diferentes:


    Loja de material de construção
    Indústria de lingerie
    Indústria de roupas femininas
    Rede de lojas de bijuterias
    Rede de lojas de sapatos
    Boutique de multimarcas femininas
    Gráfica
    Loja de variedades em bairro


         Primeiramente será explorado junto ao referencial teórico o resultado do
teste de avaliação de perfil empreendedor de acordo com a visão do Dornelas.
         O resultado quanto às características de comprometimento e determinação
eram das perguntas 1 a 6 , obteve-se a metade das entrevistadas o resultado bom e
a outra metade excelente. Mostra que elas realmente são apaixonadas pelo que
fazem.
         Das perguntas 7 a 9 tratava-se da obsessão pelas oportunidades e quase
por unanimidade as entrevistadas obtiveram o resultado bom; no caso gostam de
avaliar bem as oportunidade que surgem para elas.
         A próxima característica tratava da tolerância ao risco, ambiguidade e
incertezas relacionadas às perguntas 10 a 14; esse resultado foi bem diferenciado,
pois alguns deram regulares, outros bons e a minoria chegou a ser excelente. Pode-
se perceber que é uma das características em que muito se divergiu.
43



           Os itens 15 a 19 abordaram a relação com a criatividade, autoconfiança e
habilidade de adaptação; pode ser percebido que a maioria obteve o resultado bom
e apenas duas das entrevistadas deram o resultado regular. Pode se concluir que as
empreendedoras       possuem    autoconfiança   e   bastante   criatividade   para   se
reinventarem, caso seja necessário.
           O próximo perfil explorado no teste das perguntas 20 a 26 foi motivação e
superação, nesse as entrevistadas obtiveram o mesmo resultado com a nota 4 –
bom. Esse perfil é muito importante, pois sendo empreendedoras, elas devem ser as
primeiras em motivação para que seus colaboradores sejam também.
           Nas cinco e últimas perguntas foi abordado o tema liderança e o resultado
obtido foi a maioria com a nota 4-bom e apenas duas entrevistadas com a nota 5-
excelente. Esse perfil de liderança é de muita valia para que elas possam
desenvolver equipes e consigam o sucesso esperado, pois sozinhas não poderão
crescer.
           Da amostra das entrevistadas, quatro obtiveram a somatória abaixo de 119
pontos e por coincidência, duas delas obtiveram a mesma de 113 pontos; as demais
obtiveram a somatória superior a 120 pontos. Com isso pode-se concluir que todas
as entrevistadas são consideradas empreendedoras e possuem o perfil traçado por
Dornelas, respondendo ao primeiro objetivo específico da pesquisa.
           As principais características da amostra pesquisada através do teste e das
respostas de algumas perguntas do roteiro da entrevista foram que as
empreendedoras são:


    Otimistas
    Líderes
    Apaixonadas pelo que fazem
    Assumem riscos calculados
    Autoconfiantes
    Criativas
    Determinadas
    Comprometidas
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        O histórico dessas mulheres foram dentro da área do segmento atual,
algumas iniciando como autônomas; outras em empregos fixos; outras dentro do
negócio familiar e depois aconteceu o “disparo” para se tornarem empreendedoras.
        Segue a exploração dos próximos dados de acordo com a análise da
entrevista.
        A três primeiras perguntas foram importantes para se responder ao terceiro
objetivo da pesquisa, onde se questiona que fatores influenciaram para cada uma
tornar-se empreendedora e, de acordo com algumas respostas, sabe-se se foi por
necessidade ou oportunidade. Uma das respostas obtidas:


                    Necessidade de aumentar a renda da família e incentivo de amigos e
                    parentes. Entrevistada A

                    Houve sim, na verdade eu fabricava as lingeries para aumentar a
                    renda, como a procura aumentou, precisei sair do meu emprego fixo
                    e dedicar-me completamente ao novo negocio. Entrevistada A

                    A necessidade e o desejo de vencer, sempre batalhei muito para
                    conseguir as minhas coisas, desde criança, nunca gostei de pedir
                    nada nem a meus pais. Entrevistada B

                    Dinamismo do meu pai; ele sempre foi um ícone para mim.
                    Entrevistada C

                    Eu penso que foi o histórico familiar de avô, pai que eram
                    empresários. E desde pequena as minhas férias eram na empresa,
                    então para mim aquilo sempre foi a minha visão de futuro.
                    Entrevistada D

                    A nossa empresa é familiar e desde pequena cresci na empresa,
                    acompanhando o trabalho do meu pai. Entrevistada H

                    A possibilidade de ter um horário mais flexível depois que me casei e
                    tive filhos e a necessidade do meu marido em ter uma pessoa de
                    confiança e que entendesse do financeiro na empresa.
                    Entrevistada F

                    A vontade de proporcionar uma vida mais confortável aos meus
                    filhos. Entrevistada G

                    Foi daí que houve o disparo, a mercadoria agradou e eu tive que
                    pedir minhas contas para ajudar na produção das peças.
                    Entrevistada B


        Pode ser percebido claramente que as entrevistadas A, B, F e G foram por
necessidade e as C, D e H por oportunidade. De acordo com Filion (1991) no
45



referencial teórico relata que a rede de contatos parece ser o fator mais influente
para explicar a evolução da visão. A família, por exemplo, certamente moldará os
tipos de visão inicial que um empreendedor possa vir a ter. Sendo assim, as
empreendedoras C e D mostram de forma precisa que desenvolveram a visão
empreendedora para enxergar a oportunidade da abertura do negócio.
        As entrevistadas A, B e G trazem a necessidade de abrir seu próprio negócio
de acordo com o perfil abordado por Dornelas (2008) que são independentes e
constroem o próprio negócio, não querem ser empregados e querem criar algo novo,
podendo assim ser mais independentes e gerar empregos.
        A entrevistada relata que por necessidade de flexibilidade de horário e
novamente se encontra a questão da independência, seja ela financeira ou mesmo
de horário de trabalho.
        Todas as entrevistadas possuem certo tempo de negócio variando de 10 a
30 anos, mas todas não fizeram nenhum planejamento antes da abertura e nem
uma pesquisa de mercado. Sendo que na pergunta 13, que pede a elas o
aconselhariam as novas empreendedoras, todas colocaram que deveriam pesquisar
e entender mais do negócio, procurar conhecimento e etc.
        Como elas não abriram o negócio recentemente, se confirma de acordo com
os dados sobre este aspecto, o estudo da pesquisa GEM 2009, constatou que dos
empreendedores por oportunidade 53,4% são mulheres e 46,6%, homens, isso
mostra como as mulheres estão identificando mais do que normalmente, querendo
empreender por necessidade.
        Um das entrevistadas colocou o seguinte conselho para quem quer
empreender:
                     Confesso que não tenho muita habilidade em dar conselhos a esse
                     respeito, pois com as oscilações em relação ao mercado não nos
                     permite uma boa margem de acerto, mas aconselho que estude,
                     pesquise, buscando inovações para criar negócios diferenciados,
                     montando um plano de negócios, pois o empreendedor que montar
                     seu negócio por oportunidade terá mais chance de permanecer no
                     mercado. Entrevistada B

                     Contrate uma ótima consultoria e faça um estudo completo de
                     viabilidade do negócio (pesquisa de mercado, testes cegos); visite
                     em várias cidades negócios semelhantes no Brasil e fora do Brasil;
                     leia o livro Vendas 3.0 e faça todos os exemplos sugeridos em seus
                     futuros produtos; e ainda assim questione com todos seus amigos e
                     família. Entrevistada H
46



       A amostra respondeu ao terceiro objetivo específico de forma bem clara que
algumas foram por oportunidade e outras por necessidade e que em tempos atrás o
empreendedorismo por necessidade tinha maiores taxas e que atualmente é que
esses dados mudaram e as próprias já identificam isso como um fator muito
importante. Que hoje quem tiver vontade de tornar-se empreendedora em Fortaleza
deve fazer um bom plano de negócios para que não venha a falir, pois o mercado
tornou-se mais exigente. Com o crescimento do Estado, o consumidor tornou-se
mais especialista e não é tolerante com a falta de capacitação em alguns aspectos.
       De acordo com o período que as mulheres passaram a ser empreendedoras
se adéquam a alguns dados do referencial teórico, segundo dados do Endeavor
Empreendedorismo (2004), durante os anos 1990, enquanto a renda média dos
homens aumentou 19%, a das mulheres aumentou 43%; afora isso, são vários os
dados que endossam essa tendência de igualdade.
       No roteiro da entrevista consta uma pergunta sobre o grau de escolaridade,
se houve ajuda ou não para a abertura do negócio. As que abriram por oportunidade
responderam que sim, já as que foram por necessidade passaram a adquirir
conhecimento posteriormente. Algumas destacaram da seguinte forma:

                    Muito! Uso muito que aprendi na faculdade e em principal no MBA de
                    gestão. Penso que todos os cursos que fiz complementares, me
                    agregam sempre. Entrevistada D

                    Não, nessa época, há 25 anos eu só tinha o primeiro grau, só depois
                    concluí o segundo grau através de supletivo e em 2005 iniciei minha
                    faculdade. Entrevistada B


       Através desses dados pode ser visto como a partir da evolução do
empreendedorismo feminino elas tiveram a visão de se aperfeiçoarem para o
mercado atual.
       Em relação ao segundo objetivo específico, que precisa identificar as
dificuldades enfrentadas pelas mulheres empreendedoras no mercado competitivo
de Fortaleza, foram analisadas através de três perguntas que fizeram com que as
entrevistadas respondessem o que realmente enfrentaram ou até mesmo que
enfrentam.
      Quando as entrevistadas abordaram sobre a competitividade do mercado de
Fortaleza, transpareceram com muito otimismo e apesar do Estado ser polo
47



crescente, elas apostam no diferencial, seja ele: produto; tecnologia, qualidade no
atendimento; e chegaram até contar com a fé em Deus.
      Seguem abaixo alguns dos relatos:


                    Com muito otimismo, pois o que nos motiva a melhorar como
                    empreendedoras é a concorrência. Precisamos estar sempre atentos
                    ao mercado, não só de Fortaleza, mas a nível Brasil e até
                    internacional, principalmente quem trabalha com moda.
                    Entrevistada B

                    Já foi pior, quando a cidade ainda era meio provinciana. Tinha muito
                    peixe grande que se aproveitava das influências e conseguia muita
                    informação privilegiada. Hoje, com o crescimento da cidade e com a
                    informatização, as coisas estão mais equiparáveis.
                    Entrevistada F


       Ainda com algumas diferenças entre os homens, as empreendedoras de
acordo com o referencial abordado: em geral, ambos possuem o mesmo interesse e
experiência no seu negócio, mas os empreendedores normalmente se inserem em
algo relacionado ao seu emprego anterior ou até mesmo complementam o mesmo;
já as empreendedoras abandonam a antiga ocupação com alguma frustração e
assim passa a ser uma busca pessoal e não apenas profissional. (HISRICH, 2004).
       Realmente passa ser algo muito pessoal, pois todas colocam que amam o
que fazem, porém, quando foi visto quais pontos negativos ou o que afetou em sua
vida familiar, por serem empreendedoras. A maioria destacou:


                    O lado positivo é ver suas ideias serem colocadas em práticas, e
                    como negativo tem a questão do tempo que precisa ser dedicado, o
                    que afeta muitas vezes o dia a dia da família. Entrevistada A

                    Afeta em principal os meus filhos que precisam se adaptar à
                    ausência e se tornarem mais cedo independentes. É exaustivo
                    trabalhar mais que a carga horária, chegar a casa e verificar se as
                    crianças comeram, fizeram o dever, brincar com elas e nisso tudo
                    estar sempre disposta a ser companheira do esposo! Super mulher,
                    tomando muita vitamina e fazendo atividade física (6:00) para ter
                    condicionamento. Entrevistada D

                    O positivo é que nos tornamos independentes, e o negativo é a falta
                    de tempo para família. Entrevistada G

                    De certa forma me afastou um pouco dos meus pais e irmãs, devido
                    ao tempo que ficou pouco. Por outro lado, fez com que meu marido e
                    eu nós tornássemos mais unidos e com objetivos em comum.
                    Entrevistada F
48




       De acordo com os relatos acima percebe-se como as mulheres
empreendedoras lidam com essas questões até mais pessoais do que profissionais.
Como isso chega a afetar o convívio familiar e chega a gerar desconforto por parte
dos homens com relação às mulheres no mercado de trabalho. Já colocado no
referencial sobre como as mulheres encaram a questão da maternidade, que a
maioria das mulheres quando empreende está na faixa de 35 a 40 anos, ou seja, um
pouco mais tardio devido à família e filhos, ou quando mais cedo deixando a vida
pessoal de lado e conciliando um pouco mais tarde. No caso da amostra coletada,
apenas uma das empreendedoras não possui filhos, mas as demais tiveram no
decorrer do negócio e enxergaram de forma um pouco negativa essa ausência com
os filhos. Foi percebido em alguns momentos da entrevista que algumas das
entrevistadas se sensibilizaram quando foi abordada essa questão. Porém, como
amam o que fazem, logo justificam com esse perfil.
       Conforme abordado no referencial sobre isso, de acordo com Jonathan
(2005) as mulheres empreendedoras caracterizam-se por serem destemidas,
autoconfiantes, apaixonadas e identificadas com seus empreendimentos. Todas
colocaram que se identificam muito com os seus negócios e que lutam para
continuarem a crescer.
       Outros tipos de dificuldades elas também enfrentaram e até hoje, algumas
enfrentam dentro do mercado. Tais como:


                    A principal dificuldade foi o crédito e o capital de giro, pois precisava
                    esperar vender, receber para poder comprar novas matérias-primas
                    e produzir novamente. Entrevistada A

                    Foi quando o presidente Collor confiscou nosso dinheiro, ficamos
                    desesperadas, mas nessa época a minha outra irmã já estava
                    conosco e foi aí que ela mostrou sua habilidade com financeiro e
                    negociação, acabou achando uma saída que nos tirou do aperto.
                    Entrevistada B

                    Financeira do mercado. Enfrentamos diminuindo os custos, se
                    adequando à realidade do mercado, abrindo novos fornecedores e
                    conseguindo prazos maiores.Entrevistada E

                    No início eu não tinha noção do comércio, e fui aprendendo tudo no
                    dia a dia, e após dois anos (depois) resolvi contratar uma consultoria.
                    Entrevistada C
49



                     A falta de capital de giro, as crises econômicas no período de
                     inflação alta e as incertezas financeiras, que foram superadas com
                     muito sacrifício por parte dos dois e com a venda de alguns imóveis
                     para passar pelos apertos dos primeiros anos. Entrevistada F


       De acordo com os relatos das empreendedoras, as maiores dificuldades
foram as financeiras, pela falta de capital de giro, falta de experiência e até mesmo
das crises nacionais em determinados períodos. O que se pode perceber é que até
mesmo as que pouco sabiam lidar com aqueles fatores conseguiram uma saída
mostrando, mais uma vez, que possuem muita garra e determinação para enfrentar
as dificuldades do mercado diariamente. De acordo com os dados do GEM 2009,
reconhecida pela sua força, a mulher brasileira supera os homens no mundo dos
negócios nos dados atuais. Dos 18,8 milhões de pessoas à frente de
empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência no
país, 53% são mulheres e 47%, homens.
       A última pergunta do roteiro é sobre o tema do preconceito por serem
mulheres e foi surpreendente, pois apenas duas das entrevistas colocaram que sim,
com as seguintes declarações:


                     Preconceito sim, de alguns clientes, fornecedores e fiscais de não
                     gostarem de ser atendidos por uma mulher. Dificuldades, não, até
                     acho que ser mulher ajuda muitas vezes. Entrevistada F

                     Por ser mulher sofri muito no início, principalmente por ter começado
                     muito nova, mas o maior preconceito que sinto hoje é por ser
                     cearense, ou melhor, nordestina. Entrevistada D

       As demais empreendedoras relataram que não sofreram nenhum tipo de
preconceito por serem mulheres e donas de um negócio próprio. Outro detalhe é
que das empreendedoras entrevistadas, apenas duas não possuem sócio (a), as
demais ou iniciaram com sociedade ou vieram a adquirir no decorrer da trajetória. As
empreendedoras colocaram que seus sócios vieram a somar com suas habilidades
e que foi de muita importância para o seu sucesso.
       Os dados obtidos através da pesquisa foram muito importantes e com isso
pode-se obter as respostas a todos os objetivos específicos encerrando-se aqui a
análise dos dados. De acordo com o relatado anteriormente no referencial teórico
sobre a satisfação das mulheres, segundo pesquisa realizada pela Accenture, com
mil mulheres entre 22 e 35 anos, 94% afirmam que creem poder atingir uma vida
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EMPREENDEDORISMO FEMININO: UM ESTUDO DAS MULHERES EMPREENDEDORAS COM MODELO PROPOSTO POR DORNELAS

  • 1. 0 FACULDADE SETE DE SETEMBRO – FA7 CURSO GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS EMPREENDEDORISMO FEMININO: UM ESTUDO DAS MULHERES EMPREENDEDORAS COM MODELO PROPOSTO POR DORNELAS LUIZA DÉBORA JUCÁ DAMASCENO Fortaleza – 2010.1
  • 2. 1 LUIZA DÉBORA JUCÁ DAMASCENO EMPREENDEDORISMO FEMININO: UM ESTUDO DAS MULHERES EMPREENDEDORAS COM MODELO PROPOSTO POR DORNELAS Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Maiso Dias, Ms. Fortaleza – 2010.1
  • 3. 2 EMPREENDEDORISMO FEMININO: UM ESTUDO DAS MULHERES EMPREENDEDORAS COM MODELO PROPOSTO POR DORNELAS Monografia apresentada à Faculdade 7 de Setembro como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração. ________________________________________ Luiza Débora Jucá Damasceno Monografia aprovada em: ______ / ______ / ______ ___________________________________ Prof. Maiso Dias, Ms. (FA7) 1º Examinador: ______________________________________ Prof. ___________________________Instituição:__________ 2º Examinador: ______________________________________ Prof. ___________________________Instituição:__________ ______________________________ Prof. Hercílio Brito, Ms. (FA7) Coordenador do Curso
  • 4. 3 Dedico este trabalho ao meu avô (pai), Alci Menezes Jucá, (in memoriam) que hoje estaria muito feliz por essa conquista e sonho realizado. À minha mãe que sempre lutou para que eu pudesse chegar até aqui e ao marido pelo incentivo em todos esses anos de estudo, principalmente agora, em que estão todos muito orgulhosos e felizes por mais essa conquista.
  • 5. 4 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus, fonte de todo amor e fortaleza, pelas bênçãos derramadas em minha vida, pela graça de estar cursando essa faculdade, que sempre foi um sonho, pela força e coragem durante esta longa jornada. À minha mãe, Ana Célia Sales Jucá, pela formação, pelo grande apoio que me deu em minha vida. E em especial ao meu esposo, Wladimir Damasceno Silva, que sempre me incentivou e apostou plena confiança em minha trajetória acadêmica esperando esse grande dia. Aos amigos conquistados durante a jornada na faculdade e aqueles adquiridos ao longo da vida, pelos momentos de alegrias e tristezas compartilhados e por tudo que aprendemos e crescemos juntos. Ao meu primo e sócio, Walter Winner de Andrade, pelas palavras de incentivo e paciência nesse período difícil até a conclusão deste trabalho. Ao meu professor e orientador Maiso Dias, por ter sido mais que um professor, sendo um mestre e com certeza um grande amigo, que com seu incentivo e grande conhecimento tornou este trabalho realizável, acreditando no meu potencial. Em especial também, ao professor Teobaldo Mesquita, por toda a dedicação e paciência por me ajudar na construção desse trabalho. Às professoras Mariana Aguiar, Luciana Freire, Roseilda Nunes, Luciana Guilherme, Liliane Ramalho e Madalena Matos que me apoiaram no meu dia a dia nos estudos acadêmicos, nos momentos difíceis e principalmente nos momentos mais importantes com palavras de incentivo que muito valeram à minha vida. Agradeço também ao professor Ricardo Coimbra por me ajudar a aprender matemática da forma mais simples da vida e a não temê-la. Aos demais professores e ao coordenador Hercílio Brito, pela dedicação que sempre tiveram. Irei levá-los comigo
  • 6. 5 em todos os seus ensinamentos. À Faculdade 7 de Setembro, por ser uma instituição séria que acredita em princípios básicos e faz valer todos eles, ajudando e apoiando seus alunos incessantemente para a edificação de um perfil profissional e ético, ideal para o mercado de trabalho. Agradeço a colaboração de todas as empreendedoras que puderam me ajudar com suas experiências para que esta pesquisa fosse concluída. Por fim, agradeço a todos que acreditaram em mim e me incentivaram para que eu pudesse chegar até aqui.
  • 7. 6 RESUMO De acordo com os dados atuais da pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2009) as mulheres pela primeira vez em dez anos da pesquisa no Brasil superaram em 53% e os homens em 47%, diante desse crescimento eminente das mulheres como empreendedoras no Brasil, decidiu-se identificar o perfil empreendedor da mulher em Fortaleza e saber qual o grau de adequação desse perfil às condições competitivas do mercado. Foi feita uma pesquisa de natureza qualitativa e aplicado um roteiro de entrevista e um teste de perfil com uma amostra de micro e pequenas empresárias de Fortaleza. O objetivo geral da pesquisa foi analisar o perfil empreendedor das mulheres em Fortaleza de acordo com a visão da teoria de Dornelas (DORNELAS, 2008) e concluiu-se que as mulheres possuem muitas características similares de acordo com a visão do autor, e que encaram o mercado competitivo com muito otimismo, garra, paixão pelo que fazem e com o jeito feminino de ser. Visto que suas maiores dificuldades são suas culpas e cobranças por estarem ausentes na vida familiar, porém, mesmo assim, conseguem ser mulheres de sucesso como empreendedoras. Palavras-chave: Empreendedorismo. Mulheres Empreendedoras.
  • 8. 7 ABSTRACT According to current data of the international research GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2009) the women for the first time in ten years of the research in Brazil exceeded to 53% and men 47%, in face of this eminent growth of women as entrepreneurs in Brazil, we decided to identify the profile of the enterprising women in Fortaleza and learn what degree of adequacy of this profile is in competitive market terms. A research of qualitative nature was created an interview guide and a profile test with a sample of micro entrepreneurs from Fortaleza was applied. The main purpose of this research was to assess the entrepreneurship profile of women in Fortaleza according to Dornelas’s (DORNELAS, 2008) theory overview and we concluded that women have many similar features according to the author’s point of view and that they face the competitive market with a lot of optimism, vigor, passion for what they do and with a feminine touch. Really having their greatest difficulties in their blames and demands for being absent from family life, however still being successful women as entrepreneurs. KEY-WORDS: Entrepreneurship, Enterprising women.
  • 9. 8 LISTAS DE ILUSTRAÇÕES QUADROS 1 – Histórico do Empreendedorismo.........................................................................15 2 – Características de Acordo com Filion..................................................................23 3 – Oportunidade x Necessidade..............................................................................29 FIGURAS 1 – Evolução da Taxa de Empreendedores Iniciais (TEA) Brasileira em Comparação com a Média dos Países Participantes do GEM de 2001 a 2008..............................26 2 – Evolução dos Empreendedores Iniciais, Empreendedores Nascentes e Empreendedores Novos do Brasil de 2001 a 2008....................................................27 3 – Evolução das Proporções dos Empreendedores Nascentes e Novos do Brasil de 2001 a 2008.............................................................................................................. ..27
  • 10. 9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 10 1.1 Objetivos..................................................................................................... 11 1.1.1 Objetivo Geral............................................................................................. 12 1.1.2 Objetivos Específicos.................................................................................. 12 1.1.3 Estrutura do Trabalho ................................................................................. 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................... 14 2.1 Análise Histórica do Empreendedorismo.................................................... 14 2.2 Diferença entre Administrador e Empreendedor........................................ 18 2.3 Características do Empreendedor.............................................................. 21 2.4 O Perfil da Atividade Empreendedora do Brasil......................................... 24 2.5 Empreendedorismo: Oportunidade x Necessidade.................................... 28 2.6 Empreendedorismo Feminino.................................................................... 30 2.7 Dificuldades Enfrentadas pelas Mulheres Empreendedoras........................................................................................ 35 3 METODOLOGIA........................................................................................ 38 3.1 Pesquisa Qualitativa................................................................................... 38 3.2 Técnica de Coleta de Dados....................................................................... 39 4 RESULTADOS........................................................................................... 42 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................ 50 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 52 APÊNDICES................................................................................................ 55
  • 11. 10 1 INTRODUÇÃO O empreendedorismo, bem como o perfil empreendedor e as razões que levam ao ato de empreender são assuntos de muitos pesquisadores na área de administração. Estudos referentes aos tipos de empreendedor, as razões de sucesso de alguns empreendimentos e as variáveis que influenciam o processo de empreender geram a cada dia novas variáveis e novos modelos a serem estudados. De acordo com algumas pesquisas realizadas em fontes de dados atuais em alguns sites, pode-se observar que as mulheres têm crescido consideravelmente como empreendedoras. Com o apoio do SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e a SOFTEX – Sociedade Brasileira para Exportação de Software, o empreendedorismo passou a ter visibilidade no Brasil. O SEBRAE e outras parcerias criaram o Prêmio SEBRAE Mulher de Negócios e obtiveram na última edição 3.060 inscrições; o Ceará ficou em 3º lugar no ranking do Nordeste, com 134 mulheres de negócios inscritas. Já a pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor (2008) mostrou que elas já representam 46% do total de 14,6 milhões de empreendedores e em 2009 os dados já superaram em 53% para as mulheres e em 47% para os homens. Os resultados dessa pesquisa são representativos para aqueles que trabalham com o fenômeno empreendedorismo e a grande novidade é que, pela primeira vez, as mulheres obtiveram um resultado superior. Em dez anos da pesquisa GEM no Brasil, muita coisa mudou no perfil e na postura empreendedora dos brasileiros. Empreendedores e empresários de negócios de pequeno porte já entenderam que, para iniciar e gerenciar um empreendimento com sustentabilidade, o melhor caminho é sempre o do conhecimento. Quanto mais informação o empresário tiver, mais competitiva será a empresa. Outro detalhe é que as mulheres também superaram os homens como empreendedoras por oportunidade, intensificando ainda mais o grau de capacitação e responsabilidade. Diante desse crescimento intensificado das mulheres como empreendedoras no Brasil, decidiu-se identificar o perfil empreendedor das mulheres e saber como as elas enfrentam dificuldades para tornarem-se mulheres de sucesso. Foi escolhido para esta pesquisa o livro “Empreendedorismo – Transformando Idéias em Negócios”, do Dornelas (2008) para ser feita uma análise comparativa de acordo com a teoria abordada.
  • 12. 11 Como destacado anteriormente, o empreendedorismo feminino ganha importância para a economia nacional e desperta muitas curiosidades pelo tema. O presente trabalho tem como objetivo analisar o perfil do empreendedorismo feminino, através de conceitos e fundamentos, do contexto do cenário nacional e explorar um pouco mais o cenário de Fortaleza, onde a pesquisa será aplicada. Gil (2007) afirma que toda pesquisa se inicia com algum tipo de problema. E conceitua pesquisa como um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. O problema de pesquisa é um assunto em forma de questionamento que carece de uma resposta. De acordo com o que foi apresentado até aqui, foi definido como a problemática da pesquisa a seguinte pergunta: Como se caracteriza o perfil empreendedor da mulher em Fortaleza e qual o grau de adequação desse perfil às condições competitivas do mercado? A pesquisa é de natureza qualitativa, bibliográfica e de campo com a aplicação de um roteiro estruturado através de uma entrevista com uma amostra por julgamento de empresárias de segmentos diferentes, em Fortaleza. A escolha da amostragem de julgamento segundo Anderson (2008) é quando o pesquisador escolhe seus elementos por julgar serem mais representativos sobre o assunto. Esse método torna-se um pouco mais simples de selecionar a amostra. Quando se estuda uma amostra, pode-se obter melhor resultado fazendo um trabalho mais cuidadoso do que seria feito em uma população inteira. É visto que o estudo de uma amostra, desde que seja de tamanho adequado e que represente adequadamente uma população, pode proporcionar resultado. Caso se possa conhecer a mente do empreendedor, como ele pensa, age, executa e transforma a sua história abstrata em fato real, por meio de estudos aplicados, será possível criar atributos que permitam identificar semelhanças e diferenças entre os empreendedores pesquisados, estabelecendo índices que, quando analisados e comparados, contribuirão para a criação de parâmetros de análise e interpretação do potencial empreendedor (TIMMONS, 1989). A pesquisa terá a seguir o objetivo geral e os específicos e posteriormente o referencial teórico sendo dividido por seções sumarizadas. 1.1 Objetivos Os objetivos a seguir são um resultado a ser alcançado no estudo, e é
  • 13. 12 através de sua definição que se comprovará o que será atingido e realizado durante a investigação. Segundo os autores pesquisados, o objetivo é dividido em dois momentos: o objetivo geral e os objetivos específicos. 1.1.1 Objetivo Geral Analisar o perfil empreendedor das mulheres em Fortaleza de acordo com a visão da teoria de Dornelas. 1.1.2 Objetivos Específicos  Identificar as principais características empreendedoras das mulheres no mercado de Fortaleza.  Identificar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres empreendedoras no mercado competitivo de Fortaleza.  Descobrir dentro do perfil das mulheres entrevistadas se houve empreendedorismo por necessidade ou por oportunidade. 1.1.3 Estrutura do Trabalho A seção de número dois contextualiza sobre referencial teórico e as explicações das escolhas quanto aos temas abordados na presente pesquisa. Descreve os fundamentos teóricos referentes ao tema tornando o discurso relevante para a sua conceituação, em que são abordados e divididos em sete subseções. A primeira subseção abordará o empreendedorismo dentro do contexto histórico, da sua fase inicial até os dias de hoje. A segunda subseção irá mostrar as diferenças entre o administrador e o empreendedor. Onde esse tema vem se colocando e esclarecendo algumas dúvidas através do perfil de comportamento e como se deve esse processo. A terceira vem relatar as características do empreendedor abordando as principais de alguns autores e ainda mais detalhadamente do Dornelas que será mais aprofundado neste trabalho.
  • 14. 13 A quarta subseção tratará sobre o perfil da atividade empreendedora no Brasil, como tem sido a evolução deste tema e os dados de acordo com pesquisas. A quinta subseção abordará um dos temas mais contemplados em várias discussões que é o empreendedorismo por necessidade x o empreendedorismo por oportunidade. Como os empreendedores estão entendendo que não se deve empreender sem antes haver um planejamento mais adequado. A sexta subseção chegará ao tema da pesquisa, onde será tratado o que é o empreendedorismo feminino. Como as mulheres iniciaram seu espaço e como se comportam atualmente. A forma como reagem no estilo de acordo com suas características particulares e como vêm alcançando novas taxas de crescimento vistas sobre o tema. Na sétima e última subseção será visto como as empreendedoras enfrentam dificuldades e superam o grande preconceito, às vezes, iniciado em casa. De que forma encararem os negócios e a vida pessoal, incluindo, principalmente, marido e filhos. A terceira seção será para a explanação da metodologia do presente trabalho. Onde será vista a comparação com a teoria e a prática. A quarta seção será a análise dos resultados da pesquisa e em seguida serão feitas as considerações finais, além de observações imprescindíveis sobre as possíveis pesquisas no campo acadêmico, já que o tema é a cada momento movido a mudanças de cenário. Para finalizar o presente trabalho estarão relacionadas as referências bibliográficas e os anexos contendo o roteiro de entrevista e o teste de perfil utilizados na pesquisa.
  • 15. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO As seções a seguir foram escolhidas por terem sido avaliadas de forma necessária para que a pesquisa fundamente-se em uma base bibliográfica e assim possa avaliar sua amostra e consiga obter as conclusões esperadas. A subseção seguinte resgatará a análise da história do empreendedorismo, como esse tema foi evoluindo e vem ganhando espaço dentro do cenário empresarial. 2.1 Análise Histórica do Empreendedorismo As transformações que o mundo vem sofrendo nos últimos períodos, principalmente no século XX, revolucionaram o estilo de vida das pessoas, no sentido da geração de técnicas e métodos ou mesmo do reaproveitamento do que já existe, mas que ninguém ousou olhar diferente. Para que essas inovações possam se tornar motivos de sucesso, existem pessoas ou grupos de pessoas com características que são consideradas visionárias, que querem algo diferenciado e fazem acontecer, ou seja, empreendem. Alves (2008), fala que o termo "empreendedor" surgiu na França por volta dos séculos XVII e XVIII. Em francês, significa: aquele que se compromete com um trabalho ou uma atividade específica e significante. Desde então, o termo tem sido basicamente utilizado através de um olhar meramente economista, com forte viés de uso para a geração de valor econômico e para a exploração das oportunidades de mercado (MESQUITA, 2003). O quadro 1 relata de forma detalhada como seguiu essa evolução. Dornelas (2008) considera que é importante fazer uma análise histórica, desse processo, que é o desenvolvimento da teoria do empreendedorismo. Para exemplificar, o primeiro uso do termo empreendedorismo, pode-se dizer que tudo começou com um empreendedor chamado Marco Pólo, que tentou estabelecer uma rota comercial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Pólo concordou em vender as mercadorias de um homem que possuía dinheiro (hoje chamado de capitalista). Enquanto o capitalista assumia os riscos de forma passiva, o
  • 16. 15 empreendedor aventureiro assumia o papel ativo, correndo riscos físicos e emocionais. (MOTA, 2004). Quadro 1- Histórico do Empreendedorismo De acordo com Dees (2008), um dos primeiros a utilizar o termo entrepreneur foi o economista francês Jean Baptiste Say, para referir-se aos indivíduos capazes de gerar valor ao estimular o progresso econômico através de novas e melhores maneiras de fazer as coisas. Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship, utilizada para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades e seu universo de atuação (MELO NETO; FROES, 2002). De acordo com os avanços tecnológicos surgiram mais empreendedores, dando ênfase a que o empreendedorismo tenha surgido de fato como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez.
  • 17. 16 Segundo alguns pesquisadores, o termo empreendedorismo é explicado e amplamente debatido quando entendido por economistas como Cantillon, Say e Schumpeter, citados por Filion (1999), e por comportamentalistas como Weber, McClelland, também citados por Filion (1999). Considera-se, então, que, por eles, o empreendedorismo teve início com seus primeiros pensadores, com suas ideias e contribuições para a ciência na área, destacando-se algumas abordagens por eles desenvolvidas em campos específicos (ALVES, 2008). Porém, merece destaque o campo dos economistas, as ideias de Schumpeter, que realmente deram início ao empreendedorismo, através de sua associação visível com a inovação, considerando que “[...] sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações” (SCHUMPETER, 1942). Schumpeter também contribui para o desenvolvimento econômico, mostrando a importância dos empreendedores nesse contexto, compreendendo o papel do empreendedor como motor do sistema econômico, sinalizador de oportunidades, idealizador de negócios, criador de empreendimentos, e como aquele que assume riscos. (ALVES, 2008). Segundo Drucker (1987), na visão dos economistas modernos, todo empreendedor é importante para a economia e provoca impacto, a partir do momento em que a influencia e molda profundamente. Ressalta, ainda, a diferença entre a administração empreendedora e a tradicional, ao defender que as novas iniciativas empresariais apresentam problemas, desafios e tendências distintos daqueles apresentados pelas empresas já existentes. As primeiras precisam especializar-se na administração dos novos negócios, para se manter no mercado, enquanto as segundas já sabem como administrar o seu ramo de negócio, precisando, contudo, aprender a empreender e inovar constantemente neste período de rápidas mudanças (ALVES, 2008). Nesse período acreditava-se que não somente economistas poderiam ser considerados empreendedores, já que apresentavam alguns comportamentos de quem não só se importavam com o dinheiro propriamente dito. Os mesmos passaram a ser criticados pelo ponto de vista ideológico, com relação à incapacidade de criar uma ciência do comportamento dos empreendedores, eles precisavam, na realidade, quebrar seus paradigmas de racionalismo.
  • 18. 17 No campo dos comportamentalistas, destacam-se os psicólogos, psicanalistas, sociólogos e outros profissionais da área do comportamento humano, que tentaram entender o empreendedorismo. Weber (1930) foi o precursor das primeiras contribuições ao assunto, em que procurava associar o sistema de valores dos empreendedores como elemento explicativo dos seus comportamentos. Outro relevante estudo desenvolvido por Weber foi a contribuição acerca do desenvolvimento econômico do Brasil, marcadamente pelas análises evolucionistas do Ocidente (VIANNA, 1999). Participando com suas teorias, baseadas em apenas dois fatores principais, no caso a necessidade de realização e a necessidade de poder dos empreendedores, McClelland consagrou-se como um grande idealizador do empreendedorismo, aplicando seus estudos em certos setores de atividade econômica (FILION, 1999). McClelland (1972) coloca como principal característica do empreendedor a busca por seus objetivos, que em certa medida inclui comprometimento, definição de métricas de desempenho e controle de resultados. Suas ações nesse sentido são: analisar os riscos, buscar feedback a respeito de sua performance, ser persistente e inovador. McClelland defendia, ainda, a necessidade de autorrealização como característica da personalidade empreendedora. Desde então, o campo tem examinado diferentes traços da personalidade, como o autocontrole, a propensão ao risco e os valores pessoais, numa variedade de diferentes estudos (MCCLELLAND, 1961). Embora nenhum perfil científico tenha sido traçado, algumas pesquisas têm sido fonte de várias linhas, ajudando futuros empreendedores a se situar melhor. Do ponto de vista do comportamento empreendedor, o empreendedorismo parece ser um fenômeno regional, determinado por culturas, necessidades e hábitos de dada região. (ALVES, 2008) Vale ressaltar, conforme Filion (1999), que mesmo não havendo um perfil psicológico científico do empreendedor, as características empreendedoras são determinadas quando se desenvolvem na prática, passam a ser parecidas de uma forma ou de outra, o que implica dizer que há diferentes características para diferentes tipos de negócios e áreas de atuação, ratificando ainda a impossibilidade de se afirmar que uma pessoa será ou não bem-sucedida em seu negócio, pois além de perfis para se poder garantir algo, implicam bem mais fatores do que somente conjunto de características empreendedoras.
  • 19. 18 Nos últimos anos o empreendedorismo no Brasil passou a ser um termo bastante discutido, principalmente no final da década de 1990. Isso ocorreu devido à preocupação com a criação de pequenas empresas que passaram a ter que inovar para continuar no mercado. Assim encontraram diversas alternativas para reduzir seus custos e permanecer competitivas. Com a criação do SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e a SOFTEX – Sociedade Brasileira para Exportação de Software, o empreendedorismo passou a ter visibilidade no Brasil. Em 1997 foi criada a pesquisa internacional GEM – Global Entrepreneurship Monitor, que tinha inicialmente como propósito apenas levar para o ambiente acadêmico o melhor sobre o empreendedorismo e o crescimento econômico em vários países, mas em 2000 o Brasil pode participar e levantaram a questão do capital de risco “venture capital” em cada país participante. Após todos esses anos, com incubadoras, palestras em universidades, consultoria para esses empreendedores, pesquisas detalhadas, o país hoje é considerado preparado para o movimento de empreendedores e despertou para saber que não se resume apenas em abrir um negócio. Hoje se pode diferenciar claramente um empreendedor do empresário e as causas de sucesso ou de fracasso de ambos. A seguir, a subseção abordará um tema bastante comentado pelos livros e por pessoas em geral: as diferenças entre o administrador e o empreendedor. O que na realidade difere nas suas características que, ao mesmo tempo, tornam-se intrínsecas para a maioria. 2.2 Diferença entre Administrador e Empreendedor Antes de surgirem objetos de estudo para o empreendedor, já existia sobre o administrador, porém mesmo assim, ainda existem muitas dúvidas sobre o que o administrador faz. O principal divulgador foi Fayol, no início do século XX e desse período em diante os demais autores reformularam ou complementaram os seus conceitos. Fayol afirma que o administrador concentra-se nos atos de planejar, organizar, dirigir e controlar. Ele ainda complementa que as organizações assumiram importância sem precedentes na sociedade e na vida das pessoas, colocando assim que a
  • 20. 19 sociedade moderna é uma sociedade organizacional, em contraste com as sociedades comunitárias do passado. (MAXIMIANO, 2004). Na construção do século XXI, aconteceram muitas mudanças em todos os tipos de ambientes, sejam eles: competitivo, tecnológico, econômico e social e com isso levaram ao surgimento de novas técnicas para administrar as organizações. Essas mudanças foram chamadas de novos paradigmas da administração. Durante muitos anos os paradigmas foram mudando constantemente, mas com a Revolução Industrial provocou uma mudança de grande magnitude, em tempo relativamente curto que moldou inúmeras características da sociedade atual (MAXIMIANO, 2004). Com a globalização, quando aconteceu a passagem da era pós-industrial e a Revolução Digital provocou a mudança de muitos pensamentos tradicionais e assim dentre as mudanças surge, a Administração Empreendedora. Segundo Maximiano, (2004, p.42): Uma tendência do século XXI é o desemprego. A perda das perspectivas de emprego duradouro e de carreira nas grandes organizações estimulou muitas pessoas a procurarem ser seus próprios patrões. Com isso, a administração empreendedora (complementando a tradicional formadora de empregados) tornou-se uma tendência social importante. Ao mesmo tempo, as grandes empresas procuram estimular o espírito dos empreendedores internos, as pessoas capazes de descobrir e implementar novos negócios. Para Drucker (2003), o empreendedor é aquele que cria algo novo, algo que mude os valores, ou seja, algo diferente. O espírito empreendedor é uma característica distinta, seja de um indivíduo, ou de uma instituição. Não é um traço de personalidade, mas sim um comportamento, e suas bases são o conceito e a teoria, e não a intuição. Embora muitos autores definam o empreendedor de uma perspectiva um pouco distinta, todas possuem noções semelhantes, como novidade, organização, criação, riqueza e risco. Cada definição é um pouco restritiva, porque alguns empreendedores são de profissões distintas, mas normalmente constam tipos de comportamento semelhantes (HISRICH, 2004). O administrador se enquadra no mundo corporativo e está mais relacionado aos processos gerenciais, à solução de conflitos e de circunstâncias desfavoráveis para a empresa. O empreendedor nem sempre se faz presente nas corporações, pois na grande parte do tempo está focado no mercado, nas oportunidades, nos
  • 21. 20 produtos, na inovação, na criatividade; pois é mais interessado no negócio presente e futuro. As diferenças entre os estilos empreendedores e os administrativos podem ser vistos em cinco dimensões importantes, tais como: orientação estratégica, comprometimento com a oportunidade, comprometimento de recursos e estrutura administrativa (HISRICH, 2004):  Orientação estratégica A orientação estratégica do empreendedor é mais voltada para percepção da oportunidade. Já com o administrador é voltada para a pressão gerencial.  Comprometimento com a oportunidade O domínio empreendedor é pressionado pela necessidade de ação, escassez de informações para a tomada de decisão, e muita disposição para assumir riscos e pouco especialista para tomada de decisões. O domínio administrativo não só é lento em agir com as oportunidades, como também quando as ações se concretizam, o comprometimento é geral e em alguns casos longo demais.  Comprometimento de recursos O empreendedor na maioria das vezes está acostumado a ver seus recursos comprometidos a intervalos periódicos que com frequência se baseiam em cumprimento de metas. Já o administrador responde à fonte de compensações oferecidas e se sentem pessoalmente gratificados ao administrar seus recursos sob seu controle.  Controle de recursos O administrador é recompensado pela eficiente administração de recursos, e na maioria das vezes ele acumula o máximo possível; porque na verdade existe a pressão pelo poder, pelo status e pela compensação financeira. O empreendedor é o oposto que luta para realizar qualquer tipo de transação, de acordo com a necessidade e não se importa em apenas acumular recursos e sim arriscar no que for mais viável.  Estrutura administrativa Na estrutura dentro do domínio administrativo, é formalizada e hierárquica por natureza, tem suas linhas claramente definidas e tem como base na
  • 22. 21 teoria da recompensa. Na estrutura dentro do domínio empreendedor, como é fiel ao seu desejo de independência, emprega a estrutura plana com redes informais. Chegando à conclusão sobre essas diferenças e similaridades pode-se perceber que todo empreendedor precisa ser um bom administrador para poder tomar as decisões mais adequadas. Já por outro lado, nem sempre o administrador possui as habilidades de um empreendedor e isso pode fazer muita diferença dentro de uma empresa. É preciso extrair a criatividade e a ousadia do empreendedor para que o aprendizado diário possa ser mais motivador. A próxima subseção mostrará as características do empreendedor de acordo com alguns autores e um pouco mais aprofundadas pelo autor Dornelas que foi o escolhido para a visão dessa pesquisa. 2.3 Características do Empreendedor Em 1960, David McClelland, psicólogo da Universidade de Harvard, identificou nos empreendedores bem-sucedidos um elemento psicológico crítico, denominado por ele de motivação da realização. Segundo Dolabela (1991, p.70-71), O indivíduo portador das condições para empreender saberá aprender o que for necessário para criar, desenvolver e realizar sua visão. No empreendedorismo, o ser é mais importante do que o saber: este será conseqüência das características pessoais que determinam a metodologia de aprendizagem do candidato a empreendedor. De acordo com Dornelas (2008), o empreendedor possui características extras, que diferenciam do seu comportamento. Possuem atributos pessoais que se somam a características sociológicas e do próprio cotidiano que eles acabam inovando. Normalmente as mais citadas pelos empreendedores de sucesso são: a) São visionários Têm habilidade de saber como será o futuro para o negócio e para a sua própria vida.
  • 23. 22 b) Sabem tomar decisões São rápidos nas tomadas de decisão e são seguros quanto a elas. c) São indivíduos que fazem a diferença São pessoas que sabem agregar valor aos serviços e produtos que se propõem a colocar no mercado. d) Sabem explorar ao máximo as oportunidades Eles identificam a oportunidade na hora certa, ficando sempre atentos a tudo e aproveitam as chances para adquirir conhecimento. e) São determinados e dinâmicos Sabem superar os obstáculos com vontade de fazer acontecer e não gostam da rotina. f) São dedicados Comprometem sua rotina e seus relacionamentos, pois dedicam-se 24 horas ao próprio negócio. Adoram trabalhar e amam o que fazem. g) São otimistas e apaixonados pelo que fazem O otimismo faz com que eles enxerguem o sucesso e não pensem no fracasso, pois adoram o que fazem. h) São independentes e constroem o próprio negócio Não querem ser empregados e querem criar algo novo, podendo assim ser mais independentes e gerar empregos. i) Ficam ricos Para eles não é o principal objetivo, pois acreditam que será uma consequência dos atos. j) São líderes e formadores de equipe Eles possuem um perfil de liderança, normalmente são adorados pelos seus colaboradores. Sabem recrutar pessoas competentes e formam um ótimo time. k) São bem relacionados Sabem criar uma rede de relacionamentos para servir de ajuda no ambiente externo. l) São organizados São racionais e assim conseguem gerenciar recursos da melhor forma de organização. m)Planejam, planejam, planejam
  • 24. 23 Planejam desde o princípio tudo o que vão fazer no seu negócio e sabem apresentar aos seus investidores de forma ordenada. n) Possuem conhecimento Entendem que o conhecimento auxilia de forma importante para o sucesso, por isso buscam maior conhecimento em tudo que fazem no dia a dia como nas antigas experiências, como em cursos e livros. o) Assumem riscos calculados Essa é uma das principais características, pois eles sabem calcular o risco e fazem disso uma estimulante jornada para o sucesso. p) Criam valor para a sociedade Eles utilizam seu capital intelectual para gerar valor para a sociedade, gerando empregos e sempre buscando criatividade. Vale ressaltar também que a habilidade para desenvolver uma visão parece conferir liderança e esta, para o empreendedor, parece depender do desenvolvimento da visão (FILION, 1991). De acordo com Filion (1991), a rede de contatos parece ser o fator mais influente para explicar a evolução da visão. A família, por exemplo, certamente moldará os tipos de visão inicial que um empreendedor possa vir a ter. As relações que o indivíduo vai estabelecendo durante a vida, visando fortalecer suas visões complementares, são de importância fundamental para o fortalecimento de sua visão central (FILION, 1991). No entanto, quanto mais articulada for a visão, maior será sua influência na escolha para o estabelecimento de um sistema de relações. O quadro 2 extraído de Filion (1993) apresenta algumas das características atribuídas aos empreendedores: Inovadores Originais Líderes Otimistas Tomadores Moderados de Riscos Orientados por Resultados Independentes Flexíveis Criadores Engenhosos Enérgicos Uso de Recursos
  • 25. 24 Sensibilidade com os Outros Tenacidade Necessidade de Realização Agressivos Autoconhecimento Tendência para Confiar nas Pessoas Autoconfiança Dinheiro com Medida de Desempenho Aprendizagem Envolvimento de Longo Prazo Tolerantes a Ambigüidade e Incertezas Iniciativa Fonte: adaptado de Filion (1993). Quadro 2 – Características de Acordo com Filion A subseção seguinte abordará o assunto sobre o perfil do empreendedor no país e suas taxas, onde tem crescido e quais suas quedas de acordo com pesquisas internacionais desde 1999. Mostrará de forma mais sucinta se detendo não nos detalhes e sim no contexto da atividade como um todo no Brasil. 2.4 O Perfil da Atividade Empreendedora no Brasil Na Pesquisa GEM 2008, o Brasil, pela primeira vez, ficou fora do grupo dos dez países com maiores taxas de empreendedorismo, situação gerada por causa da inserção de países que não participaram em edições anteriores e que ocuparam posições entre os dez primeiros colocadas no ranking, por apresentarem taxas de empreendedorismo mais elevadas. Segundo a Pesquisa GEM 2007, a taxa de empreendedorismo do brasileiro foi sempre superior a 10, sendo considerada uma das mais dinâmicas do mundo. A pesquisa GEM é realizada no exterior desde 1999. Chegou ao Brasil em 2000 por meio do Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBPQ). Em 2001, passou a contar com a participação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). A GEM tem entre suas finalidades avaliar, divulgar e influenciar as políticas de incentivo ao empreendedorismo no Brasil e no mundo. A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial - TEA de 12,02% continua superior a 10%; portanto, ter ficado fora do grupo dos dez países com maior taxa de empreendedorismo não significa que o Brasil tenha piorado na última pesquisa. A TEA média brasileira de 2001 a 2008 é de 12,72% contra uma TEA média dos
  • 26. 25 demais países GEM de apenas 7,25%. Isso reforça que o Brasil é um país de alta capacidade empreendedora e que na média entre 2001 e 2008 o brasileiro é 75,58% mais empreendedor que os outros (SEBRAE, 2010). Na décima edição da pesquisa no país, a Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial-TEA brasileira é a sexta maior entre os países com nível comparável de desenvolvimento econômico, com 15,3%, o que equivale a 18,8 milhões de pessoas (SEBRAE, 2010). A TEA é formada pela proporção de pessoas com idade entre 18 e 64 anos envolvidas com empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência. A taxa brasileira está acima da média histórica do país, que é de 13%. Em 2008, por exemplo, a taxa foi de 12%. Em 2009, o Brasil ficou na frente de países como Argentina, Uruguai e Irã (SEBRAE, 2010). De forma global, nota-se que o mercado de trabalho tem sofrido grandes transformações nas últimas décadas, refletindo-se na forma de organização das empresas; essa é uma das razões que fazem os empreendedores iniciarem seus negócios. A motivação para iniciar uma atividade empreendedora é um dos temas relevantes para a pesquisa GEM, principalmente para se conhecer melhor a natureza do empreendedorismo em países em desenvolvimento. Para compor a pesquisa no Brasil, em 2009, foram entrevistados 2 mil indivíduos de idade adulta, entre 18 e 64 anos, de todas as regiões brasileiras, selecionados por meio de amostra probabilística, e mais de 180 mil pessoas no mundo. A pesquisa, que tem nível de confiança de 95% e erro amostral de 1,47%, conta ainda com opiniões de 36 especialistas brasileiros. Entre os anos de 2000 a 2009 foram entrevistados no Brasil, 21,9 mil adultos. A seguir são apresentadas as taxas de evolução dos empreendedores iniciais entre 2001 a 2008, pois ainda não foram divulgadas todas as informações da edição de 2009.
  • 27. 26 FONTE: Pesquisa GEM 2001 a 2008. FIGURA 1 – EVOLUÇÃO DA TAXA DE EMPREENDEDORES INICIAIS (TEA) BRASILEIRA EM COMPARAÇÃO COM A MÉDIA DOS PAÍSES PARTICIPANTES DO GEM DE 2001 A 2008 Considerando a evolução da taxa de empreendedorismo nascente em relação à taxa de empreendedores novos (figura 2), no período de 2001 a 2008, observou-se uma inversão na proporção entre os empreendedores nascentes com relação aos empreendedores novos, conforme a figura 3. Em 2001, se tinha 65% de empreendedores nascentes para 35% de empreendedores novos, e em 2008 há 24% de empreendedores nascentes para 76% de empreendedores novos. Nesse sentido, a atividade empreendedora demonstra um aumento do tempo de duração que auxilia significativamente o conjunto da economia tanto do ponto de vista da atividade quanto o da renda. A seguir, as figuras 2 e 3 mostram a evolução dos empreendimentos iniciais e sua proporção dentro do período de 2001 a 2008.
  • 28. 27 FONTE: Pesquisa GEM 2001 a 2008. FIGURA 2 – EVOLUÇÃO DOS EMPREENDEDORES INICIAIS, EMPREENDEDORES NASCENTES E EMPREENDEDORES NOVOS DO BRASIL DE 2001 A 2008 FONTE: Pesquisa GEM 2001 a 2008. FIGURA 3 – EVOLUÇÃO DAS PROPORÇÕES DOS EMPREENDEDORES NASCENTES E NOVOS DO BRASIL DE 2001 A 2008 De acordo com a matéria da Revista Época (2010), para o presidente do SEBRAE, Paulo Okamotto, mais importante do que verificar isoladamente a taxa de empreendedorismo, o GEM também tem papel fundamental por analisar questões
  • 29. 28 como nível de inovação, motivação para empreender e recortes por gênero e faixa etária. “Observamos que em termos quantitativos o Brasil vai muito bem, mas ainda precisamos melhorar em termos qualitativos”, avalia Okamotto. O presidente do SEBRE aproveita para destacar a evolução do empreendedorismo no Brasil nos últimos anos. “Flagramos melhorias como a redução na mortalidade das empresas, o aumento das capacitações dos trabalhadores e o surgimento de um ambiente mais propício aos novos negócios a partir da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa”, assinala. A GEM 2009 demonstra também que a população empreendedora brasileira está concentrada entre os jovens, nas idades de 18 e 34 anos, atingindo 52,5%. Do total de empreendedores, 20,8% estão na faixa de 18 a 24 anos enquanto 31,7% encontram-se entre 25 e 34 anos. Ao analisar isoladamente os números, esta última taxa se mantém inalterada em toda a série histórica do estudo, demonstrando que é nesta faixa que se concentra a maior parte dos empreendedores brasileiros. A menor taxa ficou entre os adultos de 55 a 64 anos, com representatividade de 4,3%. A próxima subseção abordará o tema das diferenças entre empreendedorismo por oportunidade e empreendedorismo por necessidade. O que tem crescido mais atualmente e o que realmente motiva cada empreendedor por essa escolha. 2.5 Empreendedorismo: Oportunidade x Necessidade Empreendedorismo por oportunidade ocorre quando o indivíduo identifica uma oportunidade de negócio, ou seja, escolhe o empreendimento dentre as diversas e possíveis opções existentes no mercado. Empreendedorismo por necessidade ocorre quando o indivíduo sente-se forçado a iniciar o próprio negócio por não haver outras opções de trabalho ou por estar insatisfeito com as condições do trabalho existentes. E, em geral, demanda menos recursos e um nível menor de serviços devido a sua baixa sofisticação operacional e tecnológica. Através de dados de pesquisa, apenas no ano de 2002, o empreendedorismo por necessidade superou o índice de empreendedorismo por oportunidade. Nos outros anos, o empreendedorismo motivado por oportunidade teve crescimento significativo em relação ao empreendedorismo motivado por
  • 30. 29 necessidade. Isso demonstra que o mercado brasileiro está possibilitando a implementação de novos empreendimentos e o empreendedor brasileiro está identificando essa oportunidade e investindo em novos segmentos. O quadro 3 detalha um pouco mais as diferenças entre empreendedorismo por oportunidade e empreendedorismo por necessidade: OPORTUNIDADE NECESSIDADE Usam de habilidade para enxergar o Enxergam como a forma de sair da negócio atraente qualificação de empregado Têm uma hora certa, oportuna Utilizam como forma de sustento São ideias que agregam valor a um Não procuram pesquisar um pouco mais produto ou serviço se o negócio já existe É sempre analisado onde poucos Não procuram se capacitar antes de enxergam arriscarem Fonte: elaboração da autora Quadro 3 – Oportunidade x Necessidade De acordo com Greco (apud IBQP, 2009): É impossível saltar, de um dia para o outro, do empreendedorismo por necessidade para o empreendedorismo por oportunidade. Para que isso ocorra, são necessárias medidas de caráter estrutural e, portanto, de longo prazo, relacionadas à educação, a capacitação gerencial, ao desenvolvimento tecnológico, econômico e inovativo. Um dos destaques da pesquisa GEM 2008, por exemplo, é a melhoria observada entre empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. Em 2008, foram registrados dois empreendedores por oportunidade para cada empreendedor por necessidade. Já foi a proporção inversa, e esse dado é extremamente promissor. Especialistas consultados pelo GEM acreditam que a desoneração fiscal e trabalhista, linhas adequadas de crédito, capacitação e apoio institucional e de infraestrutura são fundamentais para o fortalecimento do empreendedorismo no país, em particular para as atividades associadas a processos de inovação, que normalmente envolvem maior risco e requerem mais recursos. O principal alvo do SEBRAE está justamente no empreendedor por oportunidade, que, pela opção escolhida, pode ter mais persistência e segurança no que faz ou irá fazer. Os empreendedores por necessidade, no entanto, não podem
  • 31. 30 ser esquecidos e, na maioria das vezes, precisam ainda mais de apoio e capacitação. O SEBRAE tem investido fortemente para disponibilizar conhecimento e informação a um número cada vez maior de empreendedores, e os resultados desse trabalho são na grande maioria gratificantes. De acordo com Dornelas (2008), é comum ouvir jovens empreendedores falando que suas ideias são únicas e que não existem concorrentes. Esse tipo de comportamento pode levar o empreendedor a acreditar que possui algo espetacular e será levado pela paixão e não pela razão. Nunca poderão pensar racionalmente e procurar ajuda para esclarecimento, pois envolvem riscos e precisarão de recursos. É muito importante que o empreendedor teste sua ideia ou fale sobre o seu negócio com pessoas mais experientes ou com clientes em potencial, pois isso o levará a perceber a diferença de ideias e oportunidades. As brasileiras estão praticando um empreendedorismo cada vez mais planejado e consistente. Sobre este aspecto, o estudo da pesquisa GEM 2009, constatou que dos empreendedores por oportunidade 53,4% são mulheres e 46,6%, homens, isso mostra como as mulheres estão identificando mais do que normalmente querendo empreender por necessidade. A seguir a subseção detalhará um pouco desse fenômeno empreendedorismo feminino, como iniciou e como atualmente se comporta dentro de um cenário inicialmente feito para homens. 2.6 Empreendedorismo Feminino Analisando a questão da independência da mulher, Raposo e Astoni (2007) ressaltam que foi importante a iniciativa das mulheres em reivindicar seus direitos, mas que através dessa atitude, vieram muitas responsabilidades: As condições de independência adquiridas pela mulher vão além da Revolução Feminista de 1969, quando várias mulheres protestantes queimaram peças íntimas em praça pública. A atual conjuntura econômica empurra a mulher a auxiliar nas questões financeiras da família, tornando- se, muitas vezes, a chefe da casa, como aponta a pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (RAPOSO; ASTONI, 2007, p. 36).
  • 32. 31 Ao longo da história da humanidade, o papel da mulher na sociedade foi sempre bem definido: dona de casa, responsável pelo zelo e bem-estar dos filhos e da casa, invariavelmente submissa aos pais ou ao marido, não tendo direito de expressar suas vontades ou de realizar seus sonhos. Mas a realidade hoje é outra: pode-se verificar uma mudança no comportamento das mulheres, não para se assimilarem aos homens, mas sim para competir em igualdade com os mesmos (CATARDO, 2005). Segundo Mussak (2004), a Revolução dos sexos está para a mulher hoje, assim como a Revolução Industrial se deu para os homens no século XX. Qual foi o fator impulsionador daquela Revolução? Simples: a competência. Segundo dados do Endeavor Empreendedorismo (2004), durante os anos 1990, enquanto a renda média dos homens aumentou 19%, a das mulheres aumentou 43%; afora isso, são vários os dados que endossam essa tendência de igualdade: 54% dos médicos e 50% dos advogados são mulheres; 29% dos juízes também pertencem ao sexo feminino; entre outros. E, pode-se esperar, ainda, uma melhora nesses índices, visto que também a educação da parcela feminina vem, visivelmente, apresentando melhores indicadores, seja na expansão nos níveis educacionais ou na maior oferta de cursos superiores, preparando-as e qualificando- as mais adequadamente para o mercado de trabalho (MUSSAK, 2004). A participação feminina no mercado de trabalho cresceu significativamente nas últimas décadas e dados estatísticos mostram que as mulheres estão presentes em todos os segmentos e classes empresariais, apesar de ainda existirem desigualdades de oportunidades no mundo do trabalho, diferenciais de rendimentos entre os dois sexos, obstáculos aos planos de ascensão a cargos de chefia, etc. Mesmo as características de empreendedores e empreendedoras sejam semelhantes, as mulheres diferem em termos de motivação, habilidades empresariais e histórico profissional. O processo inicial de um negócio também difere para homens e mulheres, especialmente em áreas como: sistema de apoio, fontes de recursos e problemas. Em geral, ambos possuem o mesmo interesse e experiência no seu negócio, mas os empreendedores normalmente se inserem em algo relacionado ao seu emprego anterior ou até mesmo complementam o mesmo; já as empreendedoras abandonam a antiga ocupação com alguma frustração e assim passa a ser uma busca pessoal e não apenas profissional. (HISRICH, 2004)
  • 33. 32 As mulheres apontam seus maridos como primeira opção de grupos de apoio, em segundo os amigos e por ultimo os envolvidos no negócio. Agora os homens escolhem como primeira opção, conselheiros externos como advogados ou contadores, em segundo lugar ficam suas esposas; com esse perfil pode-se perceber um pouco menos de confiança em aconselhamento dentro da própria casa, onde deveria obter-se maior lealdade. Com certeza, o empreendedorismo é uma alternativa de muita importância para as mulheres para a inserção no mercado de trabalho; mesmo sofrendo dificuldades machistas, elas conseguem aos poucos um destaque na sociedade atual. Vários autores costumam citar como exemplo a mulher enfrentando dificuldades no meio empresarial, a metáfora de teto ou parede de vidro, algo frágil que pode ser quebrado. Em termos de trabalho, alguns autores colocam as diferenças entre homens e mulheres, mesmo tendo experiência no campo dos seus empreendimentos, os homens possuem tendências em fabricação, finanças ou áreas técnicas; já a grande maioria das mulheres tem experiência administrativa limitada ao nível de administração intermediária, quase sempre em área de prestação de serviços. Mesmo as mulheres ficando em desvantagem quanto à parte administrativa, na maioria elas possuem uma habilidade bem distinta dos homens e vem a cada momento ganhando mais espaço dentro das empresas. Quando elas passam a ser empreendedoras, possuem uma forma de administrar com mais segurança, mesmo sendo mais flexíveis e mais tolerantes quanto a comportamento do que os homens. O histórico de mulheres e homens geralmente é semelhante, sendo que a maioria das mulheres quando empreendem tem a faixa de 35 a 40 anos, ou seja, um pouco mais tardio devido à família e filhos, ou quando mais cedo, deixando a vida pessoal de lado e conciliando um pouco mais tarde. As novas análises mostram, entre outros aspectos, que as mulheres tendem a não serem tão obsessivas com a carreira como os homens. Isso acontece porque elas têm outras prioridades que podem ser tão ou mais importantes do que o trabalho. Segundo um estudo publicado em 2009 pelo National Bureau of Economic Research (ONG americana que realiza pesquisas no campo da economia), entre trabalhadores com alto nível de educação, elas ganham menos por trabalharem menos horas e por interromper a carreiras mais vezes, por causa da família.
  • 34. 33 Se a dedicação ao emprego for maior do que aos filhos e ao marido, a tendência é de que a mulher se sinta culpada por isso. Normalmente quando decidem trabalhar juntos, marido e mulher passam a se dedicar muito e isso torna a mulher um pouco dividida entre o trabalho e os filhos. Existem também as que fazem parte de outra estatística, que diz respeito às mulheres no comando de empresas. O Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) estima que 40% dos micro e pequenos empreendimentos hoje são gerenciados por elas. Apesar de dividirem o comando às vezes com o marido, é Sônia quem cuida da administração da empresa, enquanto ele se ocupa com a criação dos produtos. Durante o Fórum Econômico Mundial 2010, em Davos, na Suíça, foi apresentada a última edição do ranking que mede a desigualdade entre mulheres e homens no mercado de trabalho. O estudo Global Gender Gap Report (Relatório Global sobre a Diferença entre os Gêneros) é feito em 134 países. Neste ano, o Brasil perdeu nove posições e ocupa o 82º lugar. A queda na classificação representa a discriminação, explícita ou velada, que permeia as relações de trabalho no país. As diferenças salariais é uma forma de medir o tamanho da desigualdade entre homens e mulheres nas empresas. As trabalhadoras ainda ganham menos. De acordo com um levantamento do banco Goldman Sachs, no mundo, elas ganham 57% do que eles ganham. Essa porcentagem cai para 48% em onze grandes países em desenvolvimento. No Brasil, a remuneração das mulheres que têm nível superior completo representou 57,9% da que os homens com o mesmo grau de escolaridade. O dado é referente ao ano de 2008 e foi divulgado pelo governo na Relação Anual de Informações Sociais (REVISTA ÉPOCA, 2010). Apesar de ganhar menos do que os homens, as mulheres são tão indisciplinadas quanto eles quando o assunto é poupar. É o que mostra uma pesquisa exclusiva encomendada à Sophia Mind, consultoria recém-criada cuja especialização é o mundo feminino. O levantamento foi feito virtualmente com mais de 2 mil mulheres que moram em seis capitais brasileiras. Pouco menos que a metade, 40%, disseram não pensar na aposentadoria ainda. O número é ligeiramente menor entre a faixa dos 31 a 40 anos de idade - 33% ainda não dedicaram algum tempo ao assunto. Entre as mulheres que têm
  • 35. 34 entre 41 e 50 anos, 43% ainda estão avaliando como vão se preparar para a aposentadoria. As mulheres gostam mais de trabalhar em grupo e isso vem sendo um grande diferencial do comportamento feminino. Entre altos executivos, elas são muito mais assíduas a reuniões de conselho e tendem a participar mais de comitês de monitoramento, controle e fiscalização. Com a presença de mulheres nessas instâncias, os homens também se tornam mais assíduos, concluiu um estudo publicado em 2009 no Journal of Financial Economics da Universidade Rochester, nos EUA. Ou seja, um comportamento positivo das executivas contagia os colegas de trabalho. Entretanto, o resultado não é bom se a inclusão de mulheres no alto escalão for forçada. O estudo alerta que os indicadores não melhoraram nas empresas em que elas são colocadas em determinados postos por meio de sistema de cotas. São vários os fatores que influenciaram nesse crescimento: importante desempenho apresentado por empresas geridas por mulheres, representatividade da força de trabalho feminino, bem como a intensificação da competitividade econômica e o constante aumento na taxa de desemprego (MACHADO, 2002). Segundo dados do SEBRAE (2010) as mulheres empreendedoras, quando indagadas dos motivos que as levaram a abrir um negócio por conta própria, apontaram como principais as seguintes razões: identificação de uma oportunidade de negócios (62,1%), experiência anterior (30,3%), ou ainda por estar desempregada, ter sido demitida ou estar insatisfeita com a empresa em que trabalhava (13%). Assim, pode-se classificá-las em empreendedoras por acaso, empreendedoras forçadas ou ainda empreendedoras criadoras, de acordo com o motivo pelo qual adentraram no ramo do empreendedorismo. Os negócios iniciados por homens e mulheres diferem em termos da natureza do empreendimento, levando as mulheres com empreendimentos de menor porte e consequentemente ao um menor lucro líquido. Mesmo com essas diferenças as oportunidades para as mulheres são maiores do que para os homens, pois na área de crescimento mais acelerado na economia é na prestação de serviços e isso leva às empreendedoras femininas um melhor resultado. (HISRICH, 2004). Devido a algumas transformações da estrutura familiar, mostra o crescimento do desemprego dos chefes de família o que induz mais mulheres, em
  • 36. 35 particular as casadas e com filhos, a ingressar na força de trabalho buscando complementar o orçamento familiar. O Relatório GEM de 2007 mostra que, entre 1996 e 2006, o número de mulheres indicadas como “chefe de família” aumentou 79%, quando essa variação em relação aos homens foi de apenas 25%. De acordo com Jonathan (2005) as mulheres empreendedoras caracterizam- se por serem destemidas, autoconfiantes, apaixonadas e identificadas com seus empreendimentos. Em 2008, o empreendedorismo feminino do Brasil foi o décimo mais atuante no mundo, com taxa de 9,61% das entrevistadas, o que representa cerca de 5,5 milhões de mulheres empreendedoras em estágio inicial (IBQP, 2009). Segundo Barboza (apud IBQP, 2009), esse crescimento ocorre devido ao aumento da participação do setor de comércio e serviços no total do PIB brasileiro, setor em que as mulheres respondem por dois terços dos novos negócios. Reconhecida pela sua força, a mulher brasileira supera os homens no mundo dos negócios nos dados atuais. Dos 18,8 milhões de pessoas à frente de empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência no país, 53% são mulheres e 47%, homens. Esse é o resultado que mostra a mais nova edição da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor, o GEM 2009. Uma das novidades do estudo é que pela primeira vez a proporção de mulheres empreendendo por oportunidade supera a de homens na mesma condição. Em 2009, além do Brasil, apenas outros dois países registraram taxas de empreendedorismo feminino mais elevadas que as dos homens: Tonga, com 61%, e Guatemala, com 54%. A subseção a seguir trará o que as mulheres enfrentam para tornarem-se mulheres empreendedoras de sucesso. 2.7 Dificuldades Enfrentadas pelas Mulheres Empreendedoras As dificuldades mencionadas pelas mulheres empresárias estão geralmente relacionadas com os pais, maridos ou filhos. Pode-se dizer que um dos motivos para que isso ocorra é porque as mulheres carregam consigo um peso adicional, que é a preocupação vinculada à constituição de uma família (ANDREOLI, 2007 apud MACHADO, 2002).
  • 37. 36 A falta de apoio seja por parte de seus familiares ou amigos (emocional), ou seja, por parte dos bancos que inviabilizam a concessão de empréstimos (financeira), é a crítica mais argumentada por parte das mulheres. Logo em seguida vem a descrença ou falta de confiabilidade por parte de clientes, fornecedores e acionistas, ou ainda o desmerecimento e/ou menosprezo sofrido por colegas de trabalho. Percebe-se que essas dificuldades são oriundas de uma sociedade marcada por uma formação histórica predominantemente machista, exigindo da mulher maior capacitação e um melhor empenho para a implementação e gerenciamento de um novo negócio (ANDREOLI, 2007 apud MACHADO, 2002). Além dessas dificuldades mencionadas, as mulheres empreendedoras têm de lidar com vários mitos associados ao fato de serem mulheres. Um deles é a crença de que as mulheres apenas criam empresas em áreas que lhes parecem familiares, como as de produtos alimentícios, cosméticos, vestimentas, entre outras. Também se fala muito que as mulheres com o cargo de liderança da empresa só o têm porque o herdaram de seus pais ou maridos. De acordo com algumas pesquisas realizadas relacionadas com a liderança feminina do Babson College, nos Estados Unidos, demonstram que 88% das proprietárias de empresas foram suas fundadoras, e apenas 12% correspondem a empresas familiares. O terceiro e último mito é o de que as mulheres não criam empresas de alto potencial e boa rentabilidade, um mito no mínimo contraditório, já que, segundo (ANDREOLI, 2007 apud NAN LANGOWITS, 2004), que existem incontáveis exemplos de sucesso na indústria da tecnologia norte-americana que mostram o contrário. As mulheres parecem trabalhar para buscar algo mais do que dinheiro. Em "The sexual paradox", a jornalista e psicóloga diz que elas querem recompensas não apenas financeiras, mas também "intrínsecas", tais como: satisfação, bem-estar e sensação de colaborar com algo importante. Elas têm interesses mais amplos, gostam de ser úteis e se preocupam com o efeito que causam nos outros. Analisado o comportamento de um grupo de jornalistas, por especialistas, chegaram a concluir que as mulheres estão menos inclinadas a negociar o salário com a chefia em busca de aumento. No grupo de executivos estudados, o hábito de negociar, mais masculino, reduziu em média 17 meses o tempo de espera até o próximo aumento ou promoção. Na maioria, as mulheres avisam quando estão saindo e homens esperam uma contraoferta. Assim mostra como as mulheres
  • 38. 37 conseguem enfrentar suas dificuldades com um pouco mais de equilíbrio emocional e são mais cautelosas quanto às suas mudanças, mostrando o porquê de seus empreendimentos serem mais suscetíveis a durabilidade e ao sucesso desejado. Quando trabalham como profissionais autônomas, as mulheres criam vínculos mais longos com seus clientes. Elas trocam de clientes com menor frequência do que seus concorrentes homens, de acordo com uma pesquisa publicada no ano passado pela London Business School. No entanto, são nas trocas que surgem os aumentos de remuneração. Por isso, os homens profissionais autônomos são mais propensos a trocar de clientes e ganham mais. Os estudos mostram que há, sim, um jeito de trabalhar feminino. Apesar de ser uma tarefa mais árdua para mulheres conciliar a vida pessoal e profissional, as jovens acreditam cada vez mais que isso é possível. Segundo pesquisa realizada pela Accenture, com mil mulheres entre 22 e 35 anos, 94% afirmam que creem poder atingir uma vida profissional satisfatória e pessoal gratificante. E há exemplos de que elas estão certas. A seção seguinte abordará a metodologia escolhida para a realização desta pesquisa e como será a amostragem para a escolha da fonte que melhor conseguirá extrair das suas entrevistadas.
  • 39. 38 3 METODOLOGIA A presente seção aborda os procedimentos metodológicos desenvolvidos para o estudo em questão, que, por sua vez, segue uma construção orientada para obtenção do máximo de confiabilidade da pesquisa científica. Primeiramente se faz importante que se conceituem métodos e técnicas para poder ter um melhor entendimento sobre metodologia. Para Cervo e Bervian (2002, p.23) “nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos empregados na investigação e na demonstração da verdade”. O objetivo do método científico é descobrir a realidade dos fatos, e os eventos ao serem desvendados devem guiar o uso do método. É através da inteligência e reflexão que se descobrem o que os fatos e os fenômenos realmente são. O método é apenas um meio de acesso (CERVO; BERVIAN, 2002). Os dados podem ser classificados como quantitativos ou qualitativos. Os quantitativos necessitam de valores numéricos; os qualitativos incluem rótulos ou nomes usados para identificar cada elemento. (ANDERSON, 2008). O método escolhido foi qualitativo e no decorrer desta subseção será detalhado o método escolhido e todos os detalhes dessa construção. 3.1 Pesquisa Qualitativa A pesquisa será de uma abordagem qualitativa. Ela costuma ser direcionada, ao longo do seu desenvolvimento, além disso, não busca enumerar ou medir eventos e, geralmente, não emprega instrumental estatístico para a análise de dados. Nas pesquisas qualitativas, é frequente que o pesquisador procure entender os fenômenos, segundo a perspectiva dos participantes da situação estudada, e a partir daí situe sua interpretação dos fenômenos estudados. Essa investigação pode ser reforçada como uma pesquisa qualitativa por ter sido fundamentada em análises das transcrições das falas das entrevistadas em instrumentos de coleta de dados, utilizando-se um formulário de entrevista e um roteiro de entrevista. Para esta pesquisa, utilizaram-se algumas técnicas qualitativas, como, por exemplo, entrevistas estruturadas, técnicas de observação de campo e
  • 40. 39 análises de conteúdo, através da transcrição das mensagens captadas das entrevistadas. (ALVES, 2008). A metodologia de pesquisa, para Minayo (2007), é o caminho do pensamento a ser seguido. Ocupa um lugar central na teoria e trata-se basicamente do conjunto de técnicas a ser adotadas para construir uma realidade. A pesquisa é assim, a atividade básica da ciência na sua construção da realidade. A pesquisa qualitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da ciência, que visa a construção da realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros construtos profundos das relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem (LAKATOS, 1985). Na próxima subseção será abordada qual técnica escolhida para o resultado da amostra. 3.2 Técnica de Coleta de Dados A técnica escolhida para amostragem não probabilística foi a por julgamento. É uma maneira relativamente fácil, pois a seleção é feita quando a pessoa conhece mais sobre o tema abordado. (ANDERSON, 2008). Para a de coleta de dados em levantamentos são utilizadas as técnicas de interrogação: o roteiro de entrevista e o formulário como teste de avaliação. Entrevista, por sua vez, pode ser entendida como uma técnica que envolve duas pessoas numa situação “face a face”, em que uma delas formula questões e a outra responde. Formulário, por fim, pode ser definido como a técnica de coleta em que o pesquisador formula questões previamente elaboradas e anota as respostas (GIL, 1991). Nesta pesquisa foi utilizado o método de pesquisa através de um roteiro com perguntas, sendo desenvolvida uma entrevista estruturada e um teste de avaliação
  • 41. 40 de perfil empreendedor extraído do livro do Dornelas (2008) com um universo de oito empreendedoras de Fortaleza. A preparação da entrevista é uma das etapas mais importantes da pesquisa que requer tempo e exige alguns cuidados, entre eles destacam-se: o planejamento da entrevista, que deve ter em vista o objetivo a ser alcançado; a escolha do entrevistado, que deve ser alguém que tenha familiaridade com o tema pesquisado; a oportunidade da entrevista, ou seja, a disponibilidade do entrevistado em fornecer a entrevista que deverá ser marcada com antecedência para que o pesquisador se assegure de que será recebido; as condições favoráveis que possam garantir ao entrevistado o segredo de suas confidências e de sua identidade e, por fim, a preparação específica que consiste em organizar o roteiro ou formulário com as questões importantes (LAKATOS, 1996). A coleta de dados para esta pesquisa obedeceu a duas situações, conforme sugere Leite (2004), porém em duas etapas: 1ª Etapa – Teste de Avaliação – em que foi aplicada para todos as empreendedoras com escala de importância relacionadas para atribuição de notas de 1 a 5, todas perguntas apenas de assinalar com um “X” na nota que mais se adequava a resposta, visando obter das entrevistadas o que elas consideram os aspectos mais relevantes de determinado problema; 2ª Etapa – Roteiro de Entrevista – que utilizou um roteiro também aplicado a todos os respondentes, explorado durante toda a entrevista. As perguntas foram preformuladas, sendo feitas durante o processo da entrevista. As entrevistas estruturadas são elaboradas mediante questionário totalmente estruturado, ou seja, é aquela onde as perguntas são previamente formuladas e tem-se o cuidado de não fugir delas. O principal motivo deste zelo é a possibilidade de comparação com o mesmo conjunto de perguntas e que as diferenças devem refletir diferenças entre os respondentes e não diferença nas perguntas (LODI, 1974 apud LAKATOS, 1996). Será aplicado um teste de avaliação de perfil empreendedor extraído do livro do Dornelas “Transformando idéias em negócios” – 2008 onde será feito um paralelo de acordo com as características empreendedoras do livro com as das entrevistadas. O teste contendo 30 perguntas, sendo divididas quanto a algumas características onde as entrevistadas assinalavam a nota correspondente com apenas um “X”, sendo da seguinte forma:
  • 42. 41 1. Insuficiente 2. Fraco 3. Regular 4. Bom 5. Excelente Ao final do teste, na análise de desempenho dos dados, (DORNELAS, 2008) é feita a avaliação de acordo com a soma das notas: 120 a 150 pontos = considerado que já é uma empreendedora, pois possui características comuns aos empreendedores. 90 a 119 pontos = considerado que possui características empreendedoras, mas precisa equilibrar os pontos ainda fracos com os pontos fortes. 60 a 89 pontos = ainda não é muito empreendedora, mas pode melhorar com algumas atitudes. Menos de 59 pontos = deve reavaliar sua carreira, pois não é empreendedor. As empreendedoras selecionadas foram de perfis de idade e classe sociais diferentes, para que assim se pudesse intensificar a existência de semelhança de características que as tornaram empreendedoras de sucesso. A pesquisa obterá os dados primários através de entrevistas contendo quinze perguntas com uma amostra de oito mulheres microempresárias ou empresárias de vários segmentos no estado do Ceará. Será aplicado um teste de avaliação de perfil empreendedor extraído do livro do Dornelas “Transformando idéias em negócios” – 2008 onde será feito um paralelo de acordo com as características empreendedoras do livro com as das entrevistadas. A seguir será explanado o resultado da coleta de dados e a análise quanto aos resultados da pesquisa.
  • 43. 42 4 RESULTADOS De acordo com o referencial teórico sobre a evolução do empreendedorismo no Brasil e principalmente nas diferenças entre o administrador e o empreendedor através dos dados analisados dentre a amostra pode ser avaliado que a grande maioria já pode ser considerada empreendedora de fato e algumas que possuem muitas características empreendedoras, mas precisam equilibrar alguns pontos fracos aos pontos fortes para serem consideradas empreendedoras de fato, de acordo com o autor Dornelas. Os negócios das empreendedoras foram todos bem diferentes:  Loja de material de construção  Indústria de lingerie  Indústria de roupas femininas  Rede de lojas de bijuterias  Rede de lojas de sapatos  Boutique de multimarcas femininas  Gráfica  Loja de variedades em bairro Primeiramente será explorado junto ao referencial teórico o resultado do teste de avaliação de perfil empreendedor de acordo com a visão do Dornelas. O resultado quanto às características de comprometimento e determinação eram das perguntas 1 a 6 , obteve-se a metade das entrevistadas o resultado bom e a outra metade excelente. Mostra que elas realmente são apaixonadas pelo que fazem. Das perguntas 7 a 9 tratava-se da obsessão pelas oportunidades e quase por unanimidade as entrevistadas obtiveram o resultado bom; no caso gostam de avaliar bem as oportunidade que surgem para elas. A próxima característica tratava da tolerância ao risco, ambiguidade e incertezas relacionadas às perguntas 10 a 14; esse resultado foi bem diferenciado, pois alguns deram regulares, outros bons e a minoria chegou a ser excelente. Pode- se perceber que é uma das características em que muito se divergiu.
  • 44. 43 Os itens 15 a 19 abordaram a relação com a criatividade, autoconfiança e habilidade de adaptação; pode ser percebido que a maioria obteve o resultado bom e apenas duas das entrevistadas deram o resultado regular. Pode se concluir que as empreendedoras possuem autoconfiança e bastante criatividade para se reinventarem, caso seja necessário. O próximo perfil explorado no teste das perguntas 20 a 26 foi motivação e superação, nesse as entrevistadas obtiveram o mesmo resultado com a nota 4 – bom. Esse perfil é muito importante, pois sendo empreendedoras, elas devem ser as primeiras em motivação para que seus colaboradores sejam também. Nas cinco e últimas perguntas foi abordado o tema liderança e o resultado obtido foi a maioria com a nota 4-bom e apenas duas entrevistadas com a nota 5- excelente. Esse perfil de liderança é de muita valia para que elas possam desenvolver equipes e consigam o sucesso esperado, pois sozinhas não poderão crescer. Da amostra das entrevistadas, quatro obtiveram a somatória abaixo de 119 pontos e por coincidência, duas delas obtiveram a mesma de 113 pontos; as demais obtiveram a somatória superior a 120 pontos. Com isso pode-se concluir que todas as entrevistadas são consideradas empreendedoras e possuem o perfil traçado por Dornelas, respondendo ao primeiro objetivo específico da pesquisa. As principais características da amostra pesquisada através do teste e das respostas de algumas perguntas do roteiro da entrevista foram que as empreendedoras são:  Otimistas  Líderes  Apaixonadas pelo que fazem  Assumem riscos calculados  Autoconfiantes  Criativas  Determinadas  Comprometidas
  • 45. 44 O histórico dessas mulheres foram dentro da área do segmento atual, algumas iniciando como autônomas; outras em empregos fixos; outras dentro do negócio familiar e depois aconteceu o “disparo” para se tornarem empreendedoras. Segue a exploração dos próximos dados de acordo com a análise da entrevista. A três primeiras perguntas foram importantes para se responder ao terceiro objetivo da pesquisa, onde se questiona que fatores influenciaram para cada uma tornar-se empreendedora e, de acordo com algumas respostas, sabe-se se foi por necessidade ou oportunidade. Uma das respostas obtidas: Necessidade de aumentar a renda da família e incentivo de amigos e parentes. Entrevistada A Houve sim, na verdade eu fabricava as lingeries para aumentar a renda, como a procura aumentou, precisei sair do meu emprego fixo e dedicar-me completamente ao novo negocio. Entrevistada A A necessidade e o desejo de vencer, sempre batalhei muito para conseguir as minhas coisas, desde criança, nunca gostei de pedir nada nem a meus pais. Entrevistada B Dinamismo do meu pai; ele sempre foi um ícone para mim. Entrevistada C Eu penso que foi o histórico familiar de avô, pai que eram empresários. E desde pequena as minhas férias eram na empresa, então para mim aquilo sempre foi a minha visão de futuro. Entrevistada D A nossa empresa é familiar e desde pequena cresci na empresa, acompanhando o trabalho do meu pai. Entrevistada H A possibilidade de ter um horário mais flexível depois que me casei e tive filhos e a necessidade do meu marido em ter uma pessoa de confiança e que entendesse do financeiro na empresa. Entrevistada F A vontade de proporcionar uma vida mais confortável aos meus filhos. Entrevistada G Foi daí que houve o disparo, a mercadoria agradou e eu tive que pedir minhas contas para ajudar na produção das peças. Entrevistada B Pode ser percebido claramente que as entrevistadas A, B, F e G foram por necessidade e as C, D e H por oportunidade. De acordo com Filion (1991) no
  • 46. 45 referencial teórico relata que a rede de contatos parece ser o fator mais influente para explicar a evolução da visão. A família, por exemplo, certamente moldará os tipos de visão inicial que um empreendedor possa vir a ter. Sendo assim, as empreendedoras C e D mostram de forma precisa que desenvolveram a visão empreendedora para enxergar a oportunidade da abertura do negócio. As entrevistadas A, B e G trazem a necessidade de abrir seu próprio negócio de acordo com o perfil abordado por Dornelas (2008) que são independentes e constroem o próprio negócio, não querem ser empregados e querem criar algo novo, podendo assim ser mais independentes e gerar empregos. A entrevistada relata que por necessidade de flexibilidade de horário e novamente se encontra a questão da independência, seja ela financeira ou mesmo de horário de trabalho. Todas as entrevistadas possuem certo tempo de negócio variando de 10 a 30 anos, mas todas não fizeram nenhum planejamento antes da abertura e nem uma pesquisa de mercado. Sendo que na pergunta 13, que pede a elas o aconselhariam as novas empreendedoras, todas colocaram que deveriam pesquisar e entender mais do negócio, procurar conhecimento e etc. Como elas não abriram o negócio recentemente, se confirma de acordo com os dados sobre este aspecto, o estudo da pesquisa GEM 2009, constatou que dos empreendedores por oportunidade 53,4% são mulheres e 46,6%, homens, isso mostra como as mulheres estão identificando mais do que normalmente, querendo empreender por necessidade. Um das entrevistadas colocou o seguinte conselho para quem quer empreender: Confesso que não tenho muita habilidade em dar conselhos a esse respeito, pois com as oscilações em relação ao mercado não nos permite uma boa margem de acerto, mas aconselho que estude, pesquise, buscando inovações para criar negócios diferenciados, montando um plano de negócios, pois o empreendedor que montar seu negócio por oportunidade terá mais chance de permanecer no mercado. Entrevistada B Contrate uma ótima consultoria e faça um estudo completo de viabilidade do negócio (pesquisa de mercado, testes cegos); visite em várias cidades negócios semelhantes no Brasil e fora do Brasil; leia o livro Vendas 3.0 e faça todos os exemplos sugeridos em seus futuros produtos; e ainda assim questione com todos seus amigos e família. Entrevistada H
  • 47. 46 A amostra respondeu ao terceiro objetivo específico de forma bem clara que algumas foram por oportunidade e outras por necessidade e que em tempos atrás o empreendedorismo por necessidade tinha maiores taxas e que atualmente é que esses dados mudaram e as próprias já identificam isso como um fator muito importante. Que hoje quem tiver vontade de tornar-se empreendedora em Fortaleza deve fazer um bom plano de negócios para que não venha a falir, pois o mercado tornou-se mais exigente. Com o crescimento do Estado, o consumidor tornou-se mais especialista e não é tolerante com a falta de capacitação em alguns aspectos. De acordo com o período que as mulheres passaram a ser empreendedoras se adéquam a alguns dados do referencial teórico, segundo dados do Endeavor Empreendedorismo (2004), durante os anos 1990, enquanto a renda média dos homens aumentou 19%, a das mulheres aumentou 43%; afora isso, são vários os dados que endossam essa tendência de igualdade. No roteiro da entrevista consta uma pergunta sobre o grau de escolaridade, se houve ajuda ou não para a abertura do negócio. As que abriram por oportunidade responderam que sim, já as que foram por necessidade passaram a adquirir conhecimento posteriormente. Algumas destacaram da seguinte forma: Muito! Uso muito que aprendi na faculdade e em principal no MBA de gestão. Penso que todos os cursos que fiz complementares, me agregam sempre. Entrevistada D Não, nessa época, há 25 anos eu só tinha o primeiro grau, só depois concluí o segundo grau através de supletivo e em 2005 iniciei minha faculdade. Entrevistada B Através desses dados pode ser visto como a partir da evolução do empreendedorismo feminino elas tiveram a visão de se aperfeiçoarem para o mercado atual. Em relação ao segundo objetivo específico, que precisa identificar as dificuldades enfrentadas pelas mulheres empreendedoras no mercado competitivo de Fortaleza, foram analisadas através de três perguntas que fizeram com que as entrevistadas respondessem o que realmente enfrentaram ou até mesmo que enfrentam. Quando as entrevistadas abordaram sobre a competitividade do mercado de Fortaleza, transpareceram com muito otimismo e apesar do Estado ser polo
  • 48. 47 crescente, elas apostam no diferencial, seja ele: produto; tecnologia, qualidade no atendimento; e chegaram até contar com a fé em Deus. Seguem abaixo alguns dos relatos: Com muito otimismo, pois o que nos motiva a melhorar como empreendedoras é a concorrência. Precisamos estar sempre atentos ao mercado, não só de Fortaleza, mas a nível Brasil e até internacional, principalmente quem trabalha com moda. Entrevistada B Já foi pior, quando a cidade ainda era meio provinciana. Tinha muito peixe grande que se aproveitava das influências e conseguia muita informação privilegiada. Hoje, com o crescimento da cidade e com a informatização, as coisas estão mais equiparáveis. Entrevistada F Ainda com algumas diferenças entre os homens, as empreendedoras de acordo com o referencial abordado: em geral, ambos possuem o mesmo interesse e experiência no seu negócio, mas os empreendedores normalmente se inserem em algo relacionado ao seu emprego anterior ou até mesmo complementam o mesmo; já as empreendedoras abandonam a antiga ocupação com alguma frustração e assim passa a ser uma busca pessoal e não apenas profissional. (HISRICH, 2004). Realmente passa ser algo muito pessoal, pois todas colocam que amam o que fazem, porém, quando foi visto quais pontos negativos ou o que afetou em sua vida familiar, por serem empreendedoras. A maioria destacou: O lado positivo é ver suas ideias serem colocadas em práticas, e como negativo tem a questão do tempo que precisa ser dedicado, o que afeta muitas vezes o dia a dia da família. Entrevistada A Afeta em principal os meus filhos que precisam se adaptar à ausência e se tornarem mais cedo independentes. É exaustivo trabalhar mais que a carga horária, chegar a casa e verificar se as crianças comeram, fizeram o dever, brincar com elas e nisso tudo estar sempre disposta a ser companheira do esposo! Super mulher, tomando muita vitamina e fazendo atividade física (6:00) para ter condicionamento. Entrevistada D O positivo é que nos tornamos independentes, e o negativo é a falta de tempo para família. Entrevistada G De certa forma me afastou um pouco dos meus pais e irmãs, devido ao tempo que ficou pouco. Por outro lado, fez com que meu marido e eu nós tornássemos mais unidos e com objetivos em comum. Entrevistada F
  • 49. 48 De acordo com os relatos acima percebe-se como as mulheres empreendedoras lidam com essas questões até mais pessoais do que profissionais. Como isso chega a afetar o convívio familiar e chega a gerar desconforto por parte dos homens com relação às mulheres no mercado de trabalho. Já colocado no referencial sobre como as mulheres encaram a questão da maternidade, que a maioria das mulheres quando empreende está na faixa de 35 a 40 anos, ou seja, um pouco mais tardio devido à família e filhos, ou quando mais cedo deixando a vida pessoal de lado e conciliando um pouco mais tarde. No caso da amostra coletada, apenas uma das empreendedoras não possui filhos, mas as demais tiveram no decorrer do negócio e enxergaram de forma um pouco negativa essa ausência com os filhos. Foi percebido em alguns momentos da entrevista que algumas das entrevistadas se sensibilizaram quando foi abordada essa questão. Porém, como amam o que fazem, logo justificam com esse perfil. Conforme abordado no referencial sobre isso, de acordo com Jonathan (2005) as mulheres empreendedoras caracterizam-se por serem destemidas, autoconfiantes, apaixonadas e identificadas com seus empreendimentos. Todas colocaram que se identificam muito com os seus negócios e que lutam para continuarem a crescer. Outros tipos de dificuldades elas também enfrentaram e até hoje, algumas enfrentam dentro do mercado. Tais como: A principal dificuldade foi o crédito e o capital de giro, pois precisava esperar vender, receber para poder comprar novas matérias-primas e produzir novamente. Entrevistada A Foi quando o presidente Collor confiscou nosso dinheiro, ficamos desesperadas, mas nessa época a minha outra irmã já estava conosco e foi aí que ela mostrou sua habilidade com financeiro e negociação, acabou achando uma saída que nos tirou do aperto. Entrevistada B Financeira do mercado. Enfrentamos diminuindo os custos, se adequando à realidade do mercado, abrindo novos fornecedores e conseguindo prazos maiores.Entrevistada E No início eu não tinha noção do comércio, e fui aprendendo tudo no dia a dia, e após dois anos (depois) resolvi contratar uma consultoria. Entrevistada C
  • 50. 49 A falta de capital de giro, as crises econômicas no período de inflação alta e as incertezas financeiras, que foram superadas com muito sacrifício por parte dos dois e com a venda de alguns imóveis para passar pelos apertos dos primeiros anos. Entrevistada F De acordo com os relatos das empreendedoras, as maiores dificuldades foram as financeiras, pela falta de capital de giro, falta de experiência e até mesmo das crises nacionais em determinados períodos. O que se pode perceber é que até mesmo as que pouco sabiam lidar com aqueles fatores conseguiram uma saída mostrando, mais uma vez, que possuem muita garra e determinação para enfrentar as dificuldades do mercado diariamente. De acordo com os dados do GEM 2009, reconhecida pela sua força, a mulher brasileira supera os homens no mundo dos negócios nos dados atuais. Dos 18,8 milhões de pessoas à frente de empreendimentos em estágio inicial ou com menos de 42 meses de existência no país, 53% são mulheres e 47%, homens. A última pergunta do roteiro é sobre o tema do preconceito por serem mulheres e foi surpreendente, pois apenas duas das entrevistas colocaram que sim, com as seguintes declarações: Preconceito sim, de alguns clientes, fornecedores e fiscais de não gostarem de ser atendidos por uma mulher. Dificuldades, não, até acho que ser mulher ajuda muitas vezes. Entrevistada F Por ser mulher sofri muito no início, principalmente por ter começado muito nova, mas o maior preconceito que sinto hoje é por ser cearense, ou melhor, nordestina. Entrevistada D As demais empreendedoras relataram que não sofreram nenhum tipo de preconceito por serem mulheres e donas de um negócio próprio. Outro detalhe é que das empreendedoras entrevistadas, apenas duas não possuem sócio (a), as demais ou iniciaram com sociedade ou vieram a adquirir no decorrer da trajetória. As empreendedoras colocaram que seus sócios vieram a somar com suas habilidades e que foi de muita importância para o seu sucesso. Os dados obtidos através da pesquisa foram muito importantes e com isso pode-se obter as respostas a todos os objetivos específicos encerrando-se aqui a análise dos dados. De acordo com o relatado anteriormente no referencial teórico sobre a satisfação das mulheres, segundo pesquisa realizada pela Accenture, com mil mulheres entre 22 e 35 anos, 94% afirmam que creem poder atingir uma vida