2. O Romantismo foi uma corrente
estético-filosófica que surgiu no século
XVIII na Europa, em três países: Itália,
Alemanha e Inglaterra. No entanto, foi
na França que o movimento eclodiu. A
França apresentava clima propício,
devido às grandes mudanças sociais,
causadas pela Revolução Francesa e
pela Revolução Industrial. O
Romantismo estendeu-se ainda por um
grande período do século XIX.
3. Essa nova tendência impregnou-se das
reflexões do filósofo Jean-Jacques
Rousseau, que afirmava “que todo
homem nasce bom, mas a sociedade o
corrompe”.
O Romantismo opôs-se ao racionalismo e
ao rigor exacerbado do Neoclassicismo.
Influenciado pela ideia de liberdade e
pela valorização do indivíduo, contestou
os princípios da “idade da razão” Que nos
anos de 1800 a 1850, é chamada “idade
da sensibilidade”.
4. • Abordou a emoção, à intuição, ao
individualismo, à liberdade de criação, ao
amor platônico, temas religiosos.Era um
basta nas cópias de modelos greco-
romanos e renascentistas e uma
afirmação de busca pelo genuíno, pelo
próprio, pelo particular que só poderia vir
do sentimento, da vivência, das emoções.
Esse foi o grito dos artistas românticos.
Romperam com as convenções e os
ensinamentos acadêmicos praticados nas
escolas de belas-artes.
5. • Buscavam valorizar os sentimentos
e a criatividade e defendiam a livre
expressão do artista, que deveria se guiar
pelos sentimentos e não mais pela lógica, pela
frieza da razão.
• Nesse sentido, a produção artística do
Romantismo tornou mais intenso o
individualismo, uma vez que se baseava em
valores emocionais subjetivos e imaginários,
adotando como temática para suas obras
lendas heroicas, temas nacionais
e dramas amorosos.
6. O Romantismo manifestou-se
inicialmente na literatura e na filosofia, para
depois surgir nas artes plásticas, com
destaque para a pintura. Escultura e a
arquitetura tiveram manifestações menos
expressivas. A pintura prestou grande
contribuição ao Romantismo, pois,
valendo-se de temas dramáticos retirados
da literatura, criou obras que causariam
grande impacto em seus espectadores.
7. • A obra melancólica do poeta inglês
Lord Byron contagiou as demais
literaturas, despertando o gosto pelos
temas obscuros, como a morte, o
sobrenatural e os amores impossíveis. O
pessimismo imperava nessas temáticas e
às vezes a morte era a única solução. A
essa tendência foi dado o nome de “mal do
século”. Também estavam em voga
histórias góticas de horror, que faziam
referências ao sinistro, ao
macabro e ao oculto.
8. • Fazia-se, também, uma crítica ao poder
da razão, da ciência em dominar a
natureza. Um exemplo de tal postura
observa-se em Frankenstein, obra literária
de Mary Shelley publicada em 1818 e,
posteriormente, adaptada para teatro,
rádio, televisão e cinema. Essa obra
coloca em questão o poder do homem de
decidir sobre a vida.
9. A primeira adaptação do
romance Frankenstein, de Mary
Shelley, para o cinema
aconteceu em 1910, numa
produção de Thomas Edison.
10. • Até a arquitetura tentou reviver elementos
do gótico nas torres das Casas do
Parlamento de Londres e um grande
número de castelos pseudogóticos foi
construído nessa época.
13. Pintura
A pintura romântica caracterizou-se
pelo subjetivismo e pela espontaneidade,
exaltação à natureza, retratando paisagens
e animais selvagens. Mostrou também
narrativas de lutas heroicas e lendas.
Tecnicamente, utilizou-se de cores fortes,
ricas em tons, aplicadas com pinceladas
rápidas e vigorosas. Acentuou em suas
figuras o forte contraste entre a luz e a
sombra. Na composição das obras, aparece
o uso da diagonal, que imprime
ao quadro força e dinamismo.
14. França
• Jean-Louis André Théodore Géricault
(1791-1824) lançou o Romantismo na
França com a obra A balsa do Medusa.
Teve carreira meteórica, com apenas uma
década de duração, pois faleceu aos 32
anos. Apesar de ter feito apenas três
exposições, deixou para o Romantismo
um legado muito rico.
15. A balsa do Medusa (1818-19) óleo de 40,64
cm x 59,69 cm, exposto no Museu do Louvre,
em Paris. Retrata um acontecimento da
época, que comoveu a França e causou
grande escândalo político: o naufrágio, em 2
de julho de 1816, na costa de Marrocos, da
fragata francesa Medusa, que transportava
colonos franceses para o Senegal. O
naufrágio se deu pela incompetência do
capitão, que havia sido nomeado
politicamente, e grande número de mortes
aconteceu por não haver número suficiente
de botes salva-vidas a bordo.
16. Restos do navio serviram como balsa
para 149 sobreviventes, que foram arrastados,
sem rumo, por mar aberto, durante 27 dias. O
dramático episódio sensibilizou Géricault, que
estudou todos os detalhes do episódio,
procurou pelos sobreviventes e enfermos, viu
os mortos e, horrorizado, traduziu a íntima
realidade humana em pintura. O desespero, a
doença e a loucura, que afetam a condição
humana, tornaram-se temas favoritos de
Géricault durante uma fase de sua vida.
Chegava a visitar hospitais e necrotérios para
desenhar esse lado obscuro da existência
humana.
18. • Após a morte de Géricault, Eugène
Delacroix (1798-1863) tornou-se o
principal representante do movimento
romântico francês. Baseou – se em fatos
reais.
19. A Liberdade guiando o povo
(1830), exposta no Museu do
Louvre, em Paris. Nesta
obra, Delacroix expressa
toda a força e aspiração do
Romantismo, quando a
Liberdade, representada pela
figura de uma mulher
empunhando a bandeira
francesa, conduz seu povo à
vitória.
22. Espanha
• Francisco José de Goya y Lucientes
(1746-1828) trabalhou para a corte
espanhola, retratando seus nobres, mas
também se interessou por retratar
pessoas do povo. Cenas mitológicas e
históricas e os horrores da guerra também
foram temas de suas obras.
23. Os fuzilamentos de 3 de maio de 1808,
exposta no Museu do Prado, em Madri. Na
obra, que retrata o fuzilamento de cidadãos
espanhóis contrários à ocupação de seu país
por soldados franceses, a mando do
imperador Napoleão I, a disposição das
figuras e da luz na tela cria uma diagonal que
dá força e movimento à composição. A luz
incidente no homem de camisa branca, que
mantém os braços levantados, focaliza sua
coragem diante do iminente fuzilamento. Seu
rosto tem expressão, enquanto os soldados,
que matam, não têm rostos, são anônimos.
Goya traduz a revolta do povo contra a
tirania e a opressão.
26. Inglaterra
Dois nomes se destacam no romantismo
inglês: Joseph Mallord William Turner
(1775-1851) e John Constable (1776-1837),
que tinham em comum o interesse pela
pintura paisagística, gênero que já vinha
sendo cultivado desde o século XVIII.
Enquanto Constable retratava a natureza,
principalmente os lugares em que viveu,
com uma técnica suave e delicada, depois.
27. • sempre mostrando paisagens calmas,
com grande realismo e riqueza de
detalhes, Turner, que também começou
pintando paisagens bucólicas e com
técnica semelhante à de Constable, logo
se desviou deste caminho, desenvolvendo
um estilo bastante distinto. Passou a se
interessar pelos aspectos mais selvagens
e intranquilos da natureza, abandonando
as paisagens campestres e adotando a
instabilidade da atmosfera como tema
para suas obras.
28. • Priorizou a luz e as cores em seus
trabalhos, tornando-se gradativamente
mais abstrato, sem que tivesse esta
intenção. Por isso, Turner é considerado
um precursor do impressionismo francês,
movimento que só surgiria algumas
décadas
30. Chuva, vapor e velocidade (1844),
exposta na National Gallery de
Londres. O artista usa a paisagem
como pretexto para seu trabalho, pois
está mais preocupado em captar a luz
e as cores do local. Pela primeira vez
aparece, numa pintura, uma máquina:
a locomotiva que desponta em meio às
nebulosas pinceladas.
31. Brasil
O Romantismo no Brasil manifestou-se com
maior intensidade no campo da literatura, com
destaque para Casimiro de Abreu (As
primaveras, coletânea de poemas), José de
Alencar (Senhora, Lucíola), Castro Alves (A
cachoeira de Paulo Afonso, A Revolução de
Minas, Espumas flutuantes), Álvares de
Azevedo (Lira dos vinte anos), Joaquim Manuel
de Macedo (A moreninha, O moço loiro) e
Manuel Antônio de Almeida (Memórias de um
sargento de milícias).
32. • A arte no Brasil dependia do governo, que
declarara o Neoclássico como estilo oficial
do império, sob a direção de artistas da
Missão Francesa, trazidos pelo príncipe-
regente D. João. Alguns pintores
brasileiros, embora ainda contagiados pelo
academicismo, que se irradiava da Escola
Imperial de Belas Artes do Rio de Janeiro,
buscando valorizar o nacionalismo,
retrataram fatos históricos de nosso país e
com isso contribuíram para a formação de
uma identidade nacional.