2. A L Í N G UA P O R T U G U E S A F A L A D A N O B R A S I L
A P R E S E N TA U M A U N I DA D E S U R P R E E N D E N T E
É maior preconceito linguístico no Brasil, pois existe uma longa
tradição filológica e gramatical que se baseou nesse (pre)conceito irreal da
“unidade linguística do Brasil”. Esse mito é prejudicial à educação, porque a
escola tenta impor sua norma como se ela fosse a língua comum a todos,
independente da idade, origem geográfica, situação socioeconômica, grau de
escolarização, etc.
3. Unidade Linguística
Embora a língua falada pela maioria seja o português, ele
apresenta um alto grau de diversidade e de variabilidade, principalmente por
causa da injustiça social do Brasil. São essas diferenças de status social
que explicam a existência de um abismo linguístico das variedades
não-padrão e a suposta linguagem culta ensinada nas escolas do
português brasileiro.
4. Uma quantidade gigantesca de brasileiros permanece
à margem do domínio de uma norma culta. É claro
que eles também falam o português, no entanto é
desprestigiado.
5. Pesquisas
Muitos estudos têm mostrado que os falantes das variedades
linguísticas desprestigiadas têm dificuldades em compreender
mensagens enviadas pelo poder público, que se serve da língua
padrão.
6. O que especialistas dizem
Segundo Maurizzio Gnerre, a Constituição afirma que todos são
iguais perante a lei, mas essa lei é redigida numa língua que só uma
parcela pequena de brasileiros consegue entender. Alguns falantes
deixam de usufruir de serviços que têm direito por não
compreenderem a linguagem empregada.
7. Ações necessárias
É preciso que a escola e todas as demais instituições educacionais e
culturais abandonem esse mito de “unidade” do português no Brasil e
reconheçam a verdadeira diversidade linguística do nosso país.