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Classificação geomorfológica das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo
Paraíba do Sul - RJ
Leidiana Alonso Alves¹
Vinícius Santos Lima²
José Maria Ribeiro Miro¹
André Luiz Nascentes Coelho²
¹Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Fluminense – IFF
Rua Dr. Siqueira, 273, P. Dom Bosco – Campos - RJ, Brasil – CEP: 28030-130
leididialves@hotmail.com; jmiro.geo@hotmail.com
²Universidade Federal do Espírito Santo – UFES
Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras – Vitória – ES, Brasil – CEP: 29075-910
vinicius_ahriman@hotmail.com; alnc.ufes@gmail.com
Resumo
A geomorfologia lacustre se mostra como uma área pouco expressiva, sobretudo, quando se tratam
de grandes escalas de análise. A paisagem da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul é
marcada pela ocorrência de dezenas de lagoas. Este trabalho propõe uma tipologia própria para seus
corpos lênticos pautada em estudos de autores de áreas interdisciplinares e das singularidades da
paisagem regional. Objetivou-se a elaboração de uma classificação geomorfológica utilizando as
geotecnologias, sobretudo o Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGIS 10 e o software
SketchUp Pro versão 8.0 que forneceram subsídios metodológicos para a boa condução do trabalho.
Aliadas a isso, múltiplas campanhas de campo e consulta a bibliografia especializada, possibilitou
determinar cinco tipos de lagoas: lagunas de rios barrados; lagoas deltaicas; lagoas de meandro
abandonados; lagoas reliquiares; e lagoas de tabuleiros. Dessa forma, foi criado um modelo para
ilustrar um universo de 70 corpos lênticos existentes na área. Dada sua importância e grande
ocorrência na região, o trabalho poderá subsidiar estudos posteriores, contribuir para este ramo da
geomorfologia e subsidiar o planejamento, gestão e tomada de decisão visando à melhoria da
qualidade de vida das comunidades que habitam as suas margens, como no caso da vila de
pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos, localizada as margens da lagoa Feia.

Palavras chaves: Geomorfologia Lacustre, Geotecnologias, Paisagem.
Abstract
The lacustrine geomorphology showed as area little significant, especially when dealing with large
scales of analysis. The landscape of the region of lower course of the river Paraíba do Sul is marked
by the occurrence of dozens of ponds. This paper proposes a typology to their own bodies’ lentic
guided studies in interdisciplinary areas and authors of the singularities of the regional landscape. The
objective of the development is a geomorphologic classification using geotechnology, especially
Geographic Information System (GIS) and ArcGIS 10 software SketchUp Pro version 8.0 which
provided subsidies for the smooth conduct methodological work. Allied to this, multiple field campaigns
and consulting specialized literature, allowed us to determine five types of ponds: lagoon barred by
rivers; ponds deltaic; abandoned meander ponds; ponds relics; and ponds trays. Thus, a model was
created to illustrate a universe of 70 lentic bodies in the area. Given its importance and frequent
occurrence in the region, work may subsidize further studies, contribute to this branch of
geomorphology and support the planning, management and decision-making aimed at improving the
quality of life of communities living on its banks, as in the case the fishing village of Ponta Grossa dos
Fidalgos, the shores of the lagoa Feia.
Keywords: Lacustrine Geomorphology, Geotechnology, Landscape.
1. Introdução
Os estudos sobre geomorfologia lacustre vêm sendo desenvolvido no Brasil por
um pequeno grupo de pesquisadores, dentre os quais se podem citar os trabalhos
de Latrubesse (1998) e França (2002). Apesar da relevância do recurso enquanto
reservatório natural em nosso planeta, aproximadamente 0,019% da água do mundo
está contida em rios, lagos e outros depósitos superficiais continentais. Através de
estudos dos recursos hídricos é possível o planejamento do uso da água e seu
gerenciamento, fornecendo subsídios para a complexa tarefa de manejo destes
ambientes, muitos dos quais, já se encontram em acelerado processo de
degradação (FRANÇA, 2002). A Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul possui
em sua paisagem a ocorrência frequente de lagoas e lagunas, como exposto por
Carneiro (2003), Soffiati Netto (2011) e Lima (2012).
A área correspondente a Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul abrange
parcialmente municípios das macrorregiões administrativas do Norte, Noroeste e
Serrana do estado do Rio de Janeiro (Fundação CIDE, 2001). Para Ramalho (2005),
nela há diferentes unidades geomorfológicas, a saber: a Serra do Mar, de gênese
Pré-Cambriana; os Tabuleiros Terciários do Grupo Barreiras; e uma extensa Planície
Quaternária Flúvio-Marinha.
As unidades geomorfológicas representam compartimentos do relevo – ou
regiões – pertencentes a uma determinada morfoestrutura, correspondendo às
manchas na extensão territorial, definidas por um conjunto de formas de relevos,
que guardam em si elevado grau de semelhança e aspecto fisionômico com
diferentes intensidades de dissecação ou rugosidade topográfica, influenciadas por
canais de drenagem temporários e perenes. Estas manchas poligonais
representadas em mapas apresentam similitudes em função de sua gênese comum
e da generalização de processos morfogenéticos atuantes (ARGENTO, 1995 e
COELHO, 2008).
Miro et al. (2012) discutiram o Balanço Hídro-climatológico da região,
correlacionando-o com a morfologia do terreno e a capacidade de vazão dos seus
principais corpos lênticos. Concluíram que, apesar das seculares obras de
engenharia realizada até então, as concentrações de chuvas no verão causam
inundações frequentes, tornando necessários mais subsídios científicos para o
planejamento, a tomada de decisões e gestão dos seus recursos hídricos.
Amador (1986), Trindade (1996), Esteves (1998) e Suguio (2003) propuseram
tipologias de lagoas que possuem ocorrência espacial na área de estudo baseados
nos processos formadores, nas forças atuantes e nas características limnológicas
destas entidades geomorfológicas. Contudo, estes trabalhos apresentam resultados
em escalas de pouco detalhe, não havendo estudos geomorfológicos detalhados
que as explique sob a perspectiva da análise da paisagem.
As lagoas possuem expressiva ocorrência espacial no Baixo Paraíba do Sul,
sobretudo, em sua planície deltaica. Apresentam ainda importância econômica,
enquanto fonte de renda para muitas famílias que vivem da pesca, como as que
habitam a vila de pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos; ecológica, enquanto
complexos ecossistemas que estão interligados superficial e subsuperficialmente e;
social, sendo destino de turistas ou autóctones para a prática do lazer e da
educação ambiental (LIMA, 2012). Para tanto, este trabalho tem como objetivo
principal elaborar uma proposta de classificação que modele geomorfologicamente
as lagoas desta área com base em tipologia própria, construída a partir de propostas
e de elementos singulares da paisagem regional, visando subsidiar estudos futuros,
o planejamento e a gestão destes ambientes.
2. MÉTODO
Entendendo que a adoção da metodologia vai ao encontro da natureza do
trabalho, para que os objetivos deste estudo fossem alcançados, foi necessário
dividi-lo em três partes principais. A primeira constituiu-se de levantamentos teóricoconceituais em livros, teses, dissertações e artigos, bem como consultas a
documentos cartográficos que abordam o recorte espacial, tais como: as cartas
Geológica, Geomorfológica, Pedológica, e de Vegetação, desenvolvida pelo projeto
RADAM/BRASIL (1983), Volume 32. Ainda nesta etapa, foram adquiridos, os Planos
de Informações (PIs) junto aos Instituto Estadual do Ambiente do estado Rio de
Janeiro (INEA – RJ) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no
formato Shapefile (shp). A segunda etapa iniciou-se com a organização dos dados
criando um projeto no SIG ArcGIS 10.0 composto pelos seguintes layers: Limites
Macrorregionais, Regiões Hidrográficas, Geomorfologia, Unidades de Conservação
e Uso do Solo, todos do estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, os layers foram
ajustados para a projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), Datum WGS 84
e Fuso 24 S. Este critério foi estabelecido para que o mapa seguisse uma
padronização cartográfica. Após a organização das informações espaciais o mapa
foi exportado para o formato PDF.
A terceira etapa consistiu na aquisição do software SketchUp Pro versão 8.0
para o desenvolvimento de modelagem em ambiente 3D. Através dele, foi possível
elaborar os blocos diagramas, aqui apresentados, ativando as seguintes
ferramentas: 1) o suporte principal do bloco foi criado com a ferramenta Retângulo;
2) ferramenta Empurrar/Puxar, utilizando-se dela, aplica-se o tamanho e a altura
desejável para o modelo; 3) em seguida, foram utilizadas as ferramentas contidas na
“Caixa de Areia”, encontrada no menu Visualizar/Barra de Ferramentas/Caixa de
areia, no qual, estão as ferramentas para criação de terrenos; 4) ao habilitar a
ferramenta “A partir do zero”, foi criado um terreno que posteriormente foi anexado
no bloco modelado; 5) em seguida foi criado uma representação de relevo com a
ferramenta “modelar” e; 6) como etapa final as lagoas foram desenhadas a partir da
utilização da ferramenta “Desenho à mão livre”, ao término destes procedimentos, os
elementos foram coloridos utilizando a ferramenta “Pintura”. Os trabalhos de campo
realizados permitiram um olhar mais detalhado da paisagem, o que veio a facilitar o
processo de criação da tipologia aqui proposta.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
As lagoas na Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul apresentam-se como
entidades geomorfológicas frequentes e sua distribuição se dá, sobretudo, em
função dos aspectos morfodinâmicos. Na Figura 1 é apresentado o mapa
geoambiental da área de estudo com a localização dos corpos lênticos de maior
representatividade espacial e as unidades geomorfológicas as quais estão inseridos.
Destaca-se a norte do rio Paraíba do Sul, além dos compartimentos morfoestruturais
descritos no mapa, o rio Muriaé que com seus 250 km de extensão drena e
direciona os recursos hídricos para a Baixada Campista; e a sul o Parque Estadual
do Desengano que com suas vertentes íngremes, cobertas por Mata Atlântica
preservadas, abastece continuamente os corpos hídricos a montante da Planície
Goitacá.
Figura 1. Mapa geoambiental da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul.
Fonte: Organizado pelos autores.

Para este projeto foram inventariadas 70 lagoas ao todo, destas: 22 encontramse na planície de gênese Pleistocênica, 28 em ambiente Holocênico e 20 sobre os
Tabuleiros Terciários do Grupo Barreiras. A Tabela 1 apresenta a distribuição
espacial dessas lagoas e sua gênese, tendo como referência o curso principal do rio
Paraíba do Sul.
Tabela 1. Distribuição espacial das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul.

Fonte: Organizado pelos autores.

Com base em elementos da paisagem, tais como: barras arenosas costeiras,
cordões litorâneos, rios meandrantes, vales encaixados no Grupo Barreiras e
depressões nas restingas; obras de autores consagrados; e nas unidades
geoambientais descritas na Figura 1, determinou-se uma classificação para as
lagoas da região, como segue abaixo:
1 – Laguna de rios barrados – formada através da obstrução da foz de rios no
litoral; ocorre quando sedimentos marinhos são depositados na desembocadura de
rios, isolando seus estuários, formando barras arenosas que impedem a ligação
direta com o oceano. Estas barras podem ser removidas naturalmente em
momentos de grande precipitação nas cabeceiras dos rios, coincidindo com os
fenômenos de ressacas marinhas. Outra forma de abertura de barra é aquela
realizada por comunidades tradicionais de pescadores com a finalidade de promover
a comunicação da lagoa com o mar, permitindo a entrada de alevinos, para garantir
seu modo de vida. Atualmente, o Estado também promove a abertura das barras
para fins de saneamento de áreas ocupadas nas suas faixas marginais. Ex: Lagunas
de Iquipari, Grussaí e Açu.
2 – Lagoa deltaica – formada por depressões nos depósitos flúvio-marinhos;
são lagoas constituídas nas depressões dos sedimentos oriundos tanto do mar
quanto do rio no processo de formação da planície costeira, como ocorreu no
Holoceno, quando a posição da foz do rio Paraíba do Sul se alterou para norte
deixando um delta interior que, somando a barras arenosas marinhas, aprisionou
lagoas no relevo, como é o caso das lagoas Feia e de Dentro.
3 – Lagoa de meandro abandonado – formada pelo abandono de trechos de
rios; os corpos lênticos que possuem esta formação advêm de rios que meandram
na planície durante seu processo de migração lateral. Dessa forma, os antigos
talvegues desses canais abandonados, formados por processos de auto-regulação
fluvial, resultam em lagoas em forma de meia lua, que ainda se comunicam com seu
rio formador através do lençol freático, como por exemplo, as lagoas do Vigário,
Taquaruçu e Jacu.
4 – Lagoa reliquiar – formada entre cordões de restinga; são lagoas ou lagunas
constituídas nas depressões entre faixas de areia construídas pelos processos de
regressão e transgressão marinha. Possuem formatos variados, acompanhando os
espaços paralelos de paleopraias, e algumas vezes se estendem da barra junto ao
mar aos cordões mais internos da restinga, resultando na forma de “espinha de
peixe” como a lagoa Comprida ou de forma “alongada” como as lagoas Salgada e do
Campelo.
5 – Lagoa de tabuleiro – formada nos vales do Grupo Barreiras; são corpos
lênticos construídos nas depressões esculpidas por erosão diferencial no tabuleiro
sedimentar. São alimentadas por águas oriundas do lençol freático, por
transbordamentos de rios e pelas cabeceiras de drenagens até o nível da linha de
cumeada no cristalino, formando lagoas alongadas e com orientação para a planície
Holocênica. São exemplos as lagoas das Pedras, Limpa e do Lameiro.
O Gráfico 1 ilustra a distribuição das lagoas na Região Hidrográfica do Baixo
Paraíba do Sul, evidenciando que sua maior ocorrência se dá nas classes “Lagunas
de rios barrados” e “Lagoas reliquiares”. Isso ocorre, provavelmente, devido às
frequentes oscilações climáticas ocorridas no Quaternário recente e pela baixa
declividade do terreno que deixa nas suas depressões estes corpos lênticos
permanentes. Em contrapartida, as lagoas das outras classes, que somam 22,9% do
total, expressam a maior continuidade e área, estando neste enquadramento duas
das mais expressivas lagoas da região, a saber: a lagoa Feia, no que se refere ao
espelho d’água, com área de 200 km² (LIMA, 2012) e a lagoa de Cima com até 5,0
metros de profundidade (PEDROSA e RESENDE, 1999).
Gráfico1. Distribuição das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul por classes.
Fonte: Organizado pelos autores.

Baseada nas singularidades da paisagem regional e na tipologia apresentada foi
elaborado um bloco diagrama que serve para ilustrar o universo total das 70 lagoas
existentes na área de estudo, como se vê abaixo.

Figura 2. Bloco diagrama das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul.
As fotos são tomadas das lagunas/lagoas: do Açu, Feia, Vigário, Campelo e Limpa sucessivamente.
Fonte: Organizado pelos autores.
A partir desta visualização foi possível observar que independente da sua classe,
todas as lagoas da região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul recebem águas
oriundas dos maciços da Serra do Mar, algumas vezes de forma direta através de
rios que descem suas encostas, outras por subsuperfície através do lençol freático.
Desta forma é possível falar de uma ligação entre as águas superficiais na região,
ratificando a imagem de Pantanal Fluminense já proposta por Lamego em 1945.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A produção acadêmica na área da Geomorfologia de Lagoas no Brasil ainda se
mostra pouco expressiva dada à sua importância e ocorrência em todo território
nacional. Para este trabalho, pesquisadores de reconhecimento nacional forneceram
subsídios teórico-metodológicos para a tipologia aqui proposta. A metodologia
adotada para a criação de uma classificação geomorfológica pautada nas
singularidades das 70 lagoas da área de estudo se mostrou satisfatória,
evidenciando a utilidade das modernas geotecnologias, tais como o SIG ArcGIS 10,
o software SketchUp Pro versão 8.0 de Modelagem em 3D, juntamente com as
múltiplas campanhas em campo. Desta forma, foi possível classificar os corpos
lênticos da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul em cinco classes, a saber:
lagunas de rios barrados, lagoas deltaicas, lagoas de meandro abandonados, lagoas
reliquiares e lagoas de tabuleiros. Acredita-se que esta análise poderá subsidiar
estudos futuros para o planejamento e tomada de decisões que visem colaborar com
uma melhor gestão territorial regional destes corpos lênticos, o que pode beneficiar
muitas comunidades, principalmente aquelas que habitam as suas margens.
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto Federal Fluminense e ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação.
Ao Sala Verde Campos – IFF.
Ao Conselho Nacional de Pesquisas – CNPq.
Ao Laboratório de Cartografia Geográfica e Geotecnologias – LCGGEO/UFES.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES.
REFERÊNCIAS
Amador, E. da S. (1986). Lagunas fluminenses: classificação com base na origem, idade e processos
da evolução. Anais do 1º Seminário sobre conservação de recursos pesqueiros. SUDEPE – RJ,
1986. p. 11 e 12.
Argento, M. S. F. Mapeamento Geomorfológico. In: Guerra, A. J. T. e Cunha, S. B. da.
Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995, 2ed.
472 p.
Carneiro, P. R. F. Dos pântanos à escassez: uso da água e conflito na Baixada dos Goytacazes.
Rio de Janeiro: Annablume, Coppe/UFRJ, 2003. 138 p.
Coelho, A. L. N. Uso de dados SRTM como ferramenta de apoio ao mapeamento geomorfológico de
bacia de médio-grande porte. In: Revista Geográfica Acadêmica v.2 n.2 (viii.2008) 138-153.
Disponível em: < http://rga.ggf.br/index.php?journal=rga&page=article&op=viewFile&path[]=38&path[]
=35> Acesso em: 01/02/2013.
Esteves, F. A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 602 p.
França, A. M. da S. Ordenamento geomorfológico dos sistemas lacustres da planície aluvial do rio
Araguaia. Goiânia-GO: UFG, 2002. Monografia (Geografia) – Universidade Federal de Goiás.
Fundação CIDE. Mapa do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em:
<http://www.zonu.com/imapa/americas/Rio_Janeiro_State_Political_Administrative_Divisions_Map_Br
azil_2.jpg>. Acesso em 01/02/2013.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Planos de Informação: Infra-estrutura urbana e
rural, cursos d`água, massa de água (lagoas e barragens) bacias e sub-bacias hidrográficas, bairros,
vias urbanas e interurbanas, marcos geodésicos adjacentes. Disponível em: <mapas.ibge.gov.br>
Acessado em 9/07/2010.
INEA – Instituto Estadual do Ambiente. Base Temática – O Estado do Ambiente. Planos de
Informações:
indicadores
ambientais
do
Rio
de
Janeiro.
Disponível
em:
<http://www.inea.rj.gov.br/basetematica_estadoambiente/>. Acesso em: 10/09/2012.
Lamego, A. R. O homem e o brejo. Rio de Janeiro: IBGE, 1945.
Latrubesse, E. M., Rodrigues, S. C., Mamede, L. Sistema de classificação e mapeamento
geomorfológicos: Uma nova proposta. Geosul. vol. 14 (17), 682- 687. 1998.
Lima, V. S. Os Sistemas de Informações Geográficas como método de Análise Ambiental na variação
sazonal do espelho d’água da lagoa Feia no período de 2000 a 2011. Campos dos Goytacazes-RJ:
IFF, 2012. Monografia (Licenciatura em Geografia) – Instituto Federal Fluminense.
Miro, J. M. R.; Lima, V. S.; Correa, W. S. C.; Coelho, A. L. N. O balanço hídrico climatológico como
subsídio ao planejamento e gestão da lagoa Feia na região norte do estado do Rio de Janeiro. In:
Revista Geonorte, Edição Especial 2, v.1, N.5, p.1060 – 1069, 2012. Disponível em: <
http://www.revistageonorte.ufam.edu.br>. Acesso em: 14/03/2013.
Pedrosa, P.; Resende, C. E. As muitas faces de uma lagoa. In: Revista Ciência Hoje, v. 26, n. 153,
p. 40-47, setembro de 1999. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/projetofurnas/doc/lagoa.pdf>
Acesso em: 01/02/2013.
Projeto RadamBrasil - Levantamento de Recursos Naturais. Geologia, Geomorfologia, Solos,
Vegetação e Uso Potencial da Terra. v. 32, Folhas SF 23/24 Rio de Janeiro / Vitória. Rio de Janeiro:
IBGE/Ministério das minas e energia – Secretaria Geral, 1983, 775 p.
Ramalho, R. de S. Diagnóstico do Meio Físico como Contribuição ao Planejamento do Uso da Terra
do Município de Campos dos Goytacazes. Campos dos Goytacazes-RJ: UENF, 2005. Tese
(Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro.
Soffiati Netto, A. A. Proteção de Ecossistemas e da Biodiversidade Nativos na Ecorregião de São
Tomé. [S.l.]: IV Seminário de Pesquisa do ESR/UFF, (2011).
Suguio, K. Geologia sedimentar. São Paulo: Edgard Blucher, 2003. 400 p.
Trindade, M. Lagos: Origem, Classificação e Distribuição Geográfica. Departamento de Ciências
Biológicas. São Carlos, Universidade Federal de São Carlos, 1996. 274 p.

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Classificação geomorfológica das lagoas da região hidrográfica do baixo paraíba do sul rj

  • 1. Classificação geomorfológica das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul - RJ Leidiana Alonso Alves¹ Vinícius Santos Lima² José Maria Ribeiro Miro¹ André Luiz Nascentes Coelho² ¹Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Fluminense – IFF Rua Dr. Siqueira, 273, P. Dom Bosco – Campos - RJ, Brasil – CEP: 28030-130 leididialves@hotmail.com; jmiro.geo@hotmail.com ²Universidade Federal do Espírito Santo – UFES Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras – Vitória – ES, Brasil – CEP: 29075-910 vinicius_ahriman@hotmail.com; alnc.ufes@gmail.com Resumo A geomorfologia lacustre se mostra como uma área pouco expressiva, sobretudo, quando se tratam de grandes escalas de análise. A paisagem da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul é marcada pela ocorrência de dezenas de lagoas. Este trabalho propõe uma tipologia própria para seus corpos lênticos pautada em estudos de autores de áreas interdisciplinares e das singularidades da paisagem regional. Objetivou-se a elaboração de uma classificação geomorfológica utilizando as geotecnologias, sobretudo o Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGIS 10 e o software SketchUp Pro versão 8.0 que forneceram subsídios metodológicos para a boa condução do trabalho. Aliadas a isso, múltiplas campanhas de campo e consulta a bibliografia especializada, possibilitou determinar cinco tipos de lagoas: lagunas de rios barrados; lagoas deltaicas; lagoas de meandro abandonados; lagoas reliquiares; e lagoas de tabuleiros. Dessa forma, foi criado um modelo para ilustrar um universo de 70 corpos lênticos existentes na área. Dada sua importância e grande ocorrência na região, o trabalho poderá subsidiar estudos posteriores, contribuir para este ramo da geomorfologia e subsidiar o planejamento, gestão e tomada de decisão visando à melhoria da qualidade de vida das comunidades que habitam as suas margens, como no caso da vila de pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos, localizada as margens da lagoa Feia. Palavras chaves: Geomorfologia Lacustre, Geotecnologias, Paisagem. Abstract The lacustrine geomorphology showed as area little significant, especially when dealing with large scales of analysis. The landscape of the region of lower course of the river Paraíba do Sul is marked by the occurrence of dozens of ponds. This paper proposes a typology to their own bodies’ lentic guided studies in interdisciplinary areas and authors of the singularities of the regional landscape. The objective of the development is a geomorphologic classification using geotechnology, especially Geographic Information System (GIS) and ArcGIS 10 software SketchUp Pro version 8.0 which provided subsidies for the smooth conduct methodological work. Allied to this, multiple field campaigns and consulting specialized literature, allowed us to determine five types of ponds: lagoon barred by rivers; ponds deltaic; abandoned meander ponds; ponds relics; and ponds trays. Thus, a model was created to illustrate a universe of 70 lentic bodies in the area. Given its importance and frequent occurrence in the region, work may subsidize further studies, contribute to this branch of geomorphology and support the planning, management and decision-making aimed at improving the quality of life of communities living on its banks, as in the case the fishing village of Ponta Grossa dos Fidalgos, the shores of the lagoa Feia. Keywords: Lacustrine Geomorphology, Geotechnology, Landscape.
  • 2. 1. Introdução Os estudos sobre geomorfologia lacustre vêm sendo desenvolvido no Brasil por um pequeno grupo de pesquisadores, dentre os quais se podem citar os trabalhos de Latrubesse (1998) e França (2002). Apesar da relevância do recurso enquanto reservatório natural em nosso planeta, aproximadamente 0,019% da água do mundo está contida em rios, lagos e outros depósitos superficiais continentais. Através de estudos dos recursos hídricos é possível o planejamento do uso da água e seu gerenciamento, fornecendo subsídios para a complexa tarefa de manejo destes ambientes, muitos dos quais, já se encontram em acelerado processo de degradação (FRANÇA, 2002). A Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul possui em sua paisagem a ocorrência frequente de lagoas e lagunas, como exposto por Carneiro (2003), Soffiati Netto (2011) e Lima (2012). A área correspondente a Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul abrange parcialmente municípios das macrorregiões administrativas do Norte, Noroeste e Serrana do estado do Rio de Janeiro (Fundação CIDE, 2001). Para Ramalho (2005), nela há diferentes unidades geomorfológicas, a saber: a Serra do Mar, de gênese Pré-Cambriana; os Tabuleiros Terciários do Grupo Barreiras; e uma extensa Planície Quaternária Flúvio-Marinha. As unidades geomorfológicas representam compartimentos do relevo – ou regiões – pertencentes a uma determinada morfoestrutura, correspondendo às manchas na extensão territorial, definidas por um conjunto de formas de relevos, que guardam em si elevado grau de semelhança e aspecto fisionômico com diferentes intensidades de dissecação ou rugosidade topográfica, influenciadas por canais de drenagem temporários e perenes. Estas manchas poligonais representadas em mapas apresentam similitudes em função de sua gênese comum e da generalização de processos morfogenéticos atuantes (ARGENTO, 1995 e COELHO, 2008). Miro et al. (2012) discutiram o Balanço Hídro-climatológico da região, correlacionando-o com a morfologia do terreno e a capacidade de vazão dos seus principais corpos lênticos. Concluíram que, apesar das seculares obras de engenharia realizada até então, as concentrações de chuvas no verão causam inundações frequentes, tornando necessários mais subsídios científicos para o planejamento, a tomada de decisões e gestão dos seus recursos hídricos. Amador (1986), Trindade (1996), Esteves (1998) e Suguio (2003) propuseram tipologias de lagoas que possuem ocorrência espacial na área de estudo baseados nos processos formadores, nas forças atuantes e nas características limnológicas destas entidades geomorfológicas. Contudo, estes trabalhos apresentam resultados em escalas de pouco detalhe, não havendo estudos geomorfológicos detalhados que as explique sob a perspectiva da análise da paisagem. As lagoas possuem expressiva ocorrência espacial no Baixo Paraíba do Sul, sobretudo, em sua planície deltaica. Apresentam ainda importância econômica, enquanto fonte de renda para muitas famílias que vivem da pesca, como as que habitam a vila de pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos; ecológica, enquanto complexos ecossistemas que estão interligados superficial e subsuperficialmente e; social, sendo destino de turistas ou autóctones para a prática do lazer e da educação ambiental (LIMA, 2012). Para tanto, este trabalho tem como objetivo principal elaborar uma proposta de classificação que modele geomorfologicamente as lagoas desta área com base em tipologia própria, construída a partir de propostas e de elementos singulares da paisagem regional, visando subsidiar estudos futuros, o planejamento e a gestão destes ambientes.
  • 3. 2. MÉTODO Entendendo que a adoção da metodologia vai ao encontro da natureza do trabalho, para que os objetivos deste estudo fossem alcançados, foi necessário dividi-lo em três partes principais. A primeira constituiu-se de levantamentos teóricoconceituais em livros, teses, dissertações e artigos, bem como consultas a documentos cartográficos que abordam o recorte espacial, tais como: as cartas Geológica, Geomorfológica, Pedológica, e de Vegetação, desenvolvida pelo projeto RADAM/BRASIL (1983), Volume 32. Ainda nesta etapa, foram adquiridos, os Planos de Informações (PIs) junto aos Instituto Estadual do Ambiente do estado Rio de Janeiro (INEA – RJ) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no formato Shapefile (shp). A segunda etapa iniciou-se com a organização dos dados criando um projeto no SIG ArcGIS 10.0 composto pelos seguintes layers: Limites Macrorregionais, Regiões Hidrográficas, Geomorfologia, Unidades de Conservação e Uso do Solo, todos do estado do Rio de Janeiro. Posteriormente, os layers foram ajustados para a projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), Datum WGS 84 e Fuso 24 S. Este critério foi estabelecido para que o mapa seguisse uma padronização cartográfica. Após a organização das informações espaciais o mapa foi exportado para o formato PDF. A terceira etapa consistiu na aquisição do software SketchUp Pro versão 8.0 para o desenvolvimento de modelagem em ambiente 3D. Através dele, foi possível elaborar os blocos diagramas, aqui apresentados, ativando as seguintes ferramentas: 1) o suporte principal do bloco foi criado com a ferramenta Retângulo; 2) ferramenta Empurrar/Puxar, utilizando-se dela, aplica-se o tamanho e a altura desejável para o modelo; 3) em seguida, foram utilizadas as ferramentas contidas na “Caixa de Areia”, encontrada no menu Visualizar/Barra de Ferramentas/Caixa de areia, no qual, estão as ferramentas para criação de terrenos; 4) ao habilitar a ferramenta “A partir do zero”, foi criado um terreno que posteriormente foi anexado no bloco modelado; 5) em seguida foi criado uma representação de relevo com a ferramenta “modelar” e; 6) como etapa final as lagoas foram desenhadas a partir da utilização da ferramenta “Desenho à mão livre”, ao término destes procedimentos, os elementos foram coloridos utilizando a ferramenta “Pintura”. Os trabalhos de campo realizados permitiram um olhar mais detalhado da paisagem, o que veio a facilitar o processo de criação da tipologia aqui proposta. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO As lagoas na Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul apresentam-se como entidades geomorfológicas frequentes e sua distribuição se dá, sobretudo, em função dos aspectos morfodinâmicos. Na Figura 1 é apresentado o mapa geoambiental da área de estudo com a localização dos corpos lênticos de maior representatividade espacial e as unidades geomorfológicas as quais estão inseridos. Destaca-se a norte do rio Paraíba do Sul, além dos compartimentos morfoestruturais descritos no mapa, o rio Muriaé que com seus 250 km de extensão drena e direciona os recursos hídricos para a Baixada Campista; e a sul o Parque Estadual do Desengano que com suas vertentes íngremes, cobertas por Mata Atlântica preservadas, abastece continuamente os corpos hídricos a montante da Planície Goitacá.
  • 4. Figura 1. Mapa geoambiental da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul. Fonte: Organizado pelos autores. Para este projeto foram inventariadas 70 lagoas ao todo, destas: 22 encontramse na planície de gênese Pleistocênica, 28 em ambiente Holocênico e 20 sobre os Tabuleiros Terciários do Grupo Barreiras. A Tabela 1 apresenta a distribuição espacial dessas lagoas e sua gênese, tendo como referência o curso principal do rio Paraíba do Sul. Tabela 1. Distribuição espacial das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul. Fonte: Organizado pelos autores. Com base em elementos da paisagem, tais como: barras arenosas costeiras, cordões litorâneos, rios meandrantes, vales encaixados no Grupo Barreiras e depressões nas restingas; obras de autores consagrados; e nas unidades geoambientais descritas na Figura 1, determinou-se uma classificação para as lagoas da região, como segue abaixo: 1 – Laguna de rios barrados – formada através da obstrução da foz de rios no litoral; ocorre quando sedimentos marinhos são depositados na desembocadura de rios, isolando seus estuários, formando barras arenosas que impedem a ligação
  • 5. direta com o oceano. Estas barras podem ser removidas naturalmente em momentos de grande precipitação nas cabeceiras dos rios, coincidindo com os fenômenos de ressacas marinhas. Outra forma de abertura de barra é aquela realizada por comunidades tradicionais de pescadores com a finalidade de promover a comunicação da lagoa com o mar, permitindo a entrada de alevinos, para garantir seu modo de vida. Atualmente, o Estado também promove a abertura das barras para fins de saneamento de áreas ocupadas nas suas faixas marginais. Ex: Lagunas de Iquipari, Grussaí e Açu. 2 – Lagoa deltaica – formada por depressões nos depósitos flúvio-marinhos; são lagoas constituídas nas depressões dos sedimentos oriundos tanto do mar quanto do rio no processo de formação da planície costeira, como ocorreu no Holoceno, quando a posição da foz do rio Paraíba do Sul se alterou para norte deixando um delta interior que, somando a barras arenosas marinhas, aprisionou lagoas no relevo, como é o caso das lagoas Feia e de Dentro. 3 – Lagoa de meandro abandonado – formada pelo abandono de trechos de rios; os corpos lênticos que possuem esta formação advêm de rios que meandram na planície durante seu processo de migração lateral. Dessa forma, os antigos talvegues desses canais abandonados, formados por processos de auto-regulação fluvial, resultam em lagoas em forma de meia lua, que ainda se comunicam com seu rio formador através do lençol freático, como por exemplo, as lagoas do Vigário, Taquaruçu e Jacu. 4 – Lagoa reliquiar – formada entre cordões de restinga; são lagoas ou lagunas constituídas nas depressões entre faixas de areia construídas pelos processos de regressão e transgressão marinha. Possuem formatos variados, acompanhando os espaços paralelos de paleopraias, e algumas vezes se estendem da barra junto ao mar aos cordões mais internos da restinga, resultando na forma de “espinha de peixe” como a lagoa Comprida ou de forma “alongada” como as lagoas Salgada e do Campelo. 5 – Lagoa de tabuleiro – formada nos vales do Grupo Barreiras; são corpos lênticos construídos nas depressões esculpidas por erosão diferencial no tabuleiro sedimentar. São alimentadas por águas oriundas do lençol freático, por transbordamentos de rios e pelas cabeceiras de drenagens até o nível da linha de cumeada no cristalino, formando lagoas alongadas e com orientação para a planície Holocênica. São exemplos as lagoas das Pedras, Limpa e do Lameiro. O Gráfico 1 ilustra a distribuição das lagoas na Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul, evidenciando que sua maior ocorrência se dá nas classes “Lagunas de rios barrados” e “Lagoas reliquiares”. Isso ocorre, provavelmente, devido às frequentes oscilações climáticas ocorridas no Quaternário recente e pela baixa declividade do terreno que deixa nas suas depressões estes corpos lênticos permanentes. Em contrapartida, as lagoas das outras classes, que somam 22,9% do total, expressam a maior continuidade e área, estando neste enquadramento duas das mais expressivas lagoas da região, a saber: a lagoa Feia, no que se refere ao espelho d’água, com área de 200 km² (LIMA, 2012) e a lagoa de Cima com até 5,0 metros de profundidade (PEDROSA e RESENDE, 1999).
  • 6. Gráfico1. Distribuição das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul por classes. Fonte: Organizado pelos autores. Baseada nas singularidades da paisagem regional e na tipologia apresentada foi elaborado um bloco diagrama que serve para ilustrar o universo total das 70 lagoas existentes na área de estudo, como se vê abaixo. Figura 2. Bloco diagrama das lagoas da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul. As fotos são tomadas das lagunas/lagoas: do Açu, Feia, Vigário, Campelo e Limpa sucessivamente. Fonte: Organizado pelos autores.
  • 7. A partir desta visualização foi possível observar que independente da sua classe, todas as lagoas da região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul recebem águas oriundas dos maciços da Serra do Mar, algumas vezes de forma direta através de rios que descem suas encostas, outras por subsuperfície através do lençol freático. Desta forma é possível falar de uma ligação entre as águas superficiais na região, ratificando a imagem de Pantanal Fluminense já proposta por Lamego em 1945. CONSIDERAÇÕES FINAIS A produção acadêmica na área da Geomorfologia de Lagoas no Brasil ainda se mostra pouco expressiva dada à sua importância e ocorrência em todo território nacional. Para este trabalho, pesquisadores de reconhecimento nacional forneceram subsídios teórico-metodológicos para a tipologia aqui proposta. A metodologia adotada para a criação de uma classificação geomorfológica pautada nas singularidades das 70 lagoas da área de estudo se mostrou satisfatória, evidenciando a utilidade das modernas geotecnologias, tais como o SIG ArcGIS 10, o software SketchUp Pro versão 8.0 de Modelagem em 3D, juntamente com as múltiplas campanhas em campo. Desta forma, foi possível classificar os corpos lênticos da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul em cinco classes, a saber: lagunas de rios barrados, lagoas deltaicas, lagoas de meandro abandonados, lagoas reliquiares e lagoas de tabuleiros. Acredita-se que esta análise poderá subsidiar estudos futuros para o planejamento e tomada de decisões que visem colaborar com uma melhor gestão territorial regional destes corpos lênticos, o que pode beneficiar muitas comunidades, principalmente aquelas que habitam as suas margens. AGRADECIMENTOS Ao Instituto Federal Fluminense e ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação. Ao Sala Verde Campos – IFF. Ao Conselho Nacional de Pesquisas – CNPq. Ao Laboratório de Cartografia Geográfica e Geotecnologias – LCGGEO/UFES. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. REFERÊNCIAS Amador, E. da S. (1986). Lagunas fluminenses: classificação com base na origem, idade e processos da evolução. Anais do 1º Seminário sobre conservação de recursos pesqueiros. SUDEPE – RJ, 1986. p. 11 e 12. Argento, M. S. F. Mapeamento Geomorfológico. In: Guerra, A. J. T. e Cunha, S. B. da. Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995, 2ed. 472 p. Carneiro, P. R. F. Dos pântanos à escassez: uso da água e conflito na Baixada dos Goytacazes. Rio de Janeiro: Annablume, Coppe/UFRJ, 2003. 138 p. Coelho, A. L. N. Uso de dados SRTM como ferramenta de apoio ao mapeamento geomorfológico de bacia de médio-grande porte. In: Revista Geográfica Acadêmica v.2 n.2 (viii.2008) 138-153. Disponível em: < http://rga.ggf.br/index.php?journal=rga&page=article&op=viewFile&path[]=38&path[] =35> Acesso em: 01/02/2013. Esteves, F. A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 602 p. França, A. M. da S. Ordenamento geomorfológico dos sistemas lacustres da planície aluvial do rio Araguaia. Goiânia-GO: UFG, 2002. Monografia (Geografia) – Universidade Federal de Goiás.
  • 8. Fundação CIDE. Mapa do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: <http://www.zonu.com/imapa/americas/Rio_Janeiro_State_Political_Administrative_Divisions_Map_Br azil_2.jpg>. Acesso em 01/02/2013. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Planos de Informação: Infra-estrutura urbana e rural, cursos d`água, massa de água (lagoas e barragens) bacias e sub-bacias hidrográficas, bairros, vias urbanas e interurbanas, marcos geodésicos adjacentes. Disponível em: <mapas.ibge.gov.br> Acessado em 9/07/2010. INEA – Instituto Estadual do Ambiente. Base Temática – O Estado do Ambiente. Planos de Informações: indicadores ambientais do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.inea.rj.gov.br/basetematica_estadoambiente/>. Acesso em: 10/09/2012. Lamego, A. R. O homem e o brejo. Rio de Janeiro: IBGE, 1945. Latrubesse, E. M., Rodrigues, S. C., Mamede, L. Sistema de classificação e mapeamento geomorfológicos: Uma nova proposta. Geosul. vol. 14 (17), 682- 687. 1998. Lima, V. S. Os Sistemas de Informações Geográficas como método de Análise Ambiental na variação sazonal do espelho d’água da lagoa Feia no período de 2000 a 2011. Campos dos Goytacazes-RJ: IFF, 2012. Monografia (Licenciatura em Geografia) – Instituto Federal Fluminense. Miro, J. M. R.; Lima, V. S.; Correa, W. S. C.; Coelho, A. L. N. O balanço hídrico climatológico como subsídio ao planejamento e gestão da lagoa Feia na região norte do estado do Rio de Janeiro. In: Revista Geonorte, Edição Especial 2, v.1, N.5, p.1060 – 1069, 2012. Disponível em: < http://www.revistageonorte.ufam.edu.br>. Acesso em: 14/03/2013. Pedrosa, P.; Resende, C. E. As muitas faces de uma lagoa. In: Revista Ciência Hoje, v. 26, n. 153, p. 40-47, setembro de 1999. Disponível em: <http://www.dsr.inpe.br/projetofurnas/doc/lagoa.pdf> Acesso em: 01/02/2013. Projeto RadamBrasil - Levantamento de Recursos Naturais. Geologia, Geomorfologia, Solos, Vegetação e Uso Potencial da Terra. v. 32, Folhas SF 23/24 Rio de Janeiro / Vitória. Rio de Janeiro: IBGE/Ministério das minas e energia – Secretaria Geral, 1983, 775 p. Ramalho, R. de S. Diagnóstico do Meio Físico como Contribuição ao Planejamento do Uso da Terra do Município de Campos dos Goytacazes. Campos dos Goytacazes-RJ: UENF, 2005. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Soffiati Netto, A. A. Proteção de Ecossistemas e da Biodiversidade Nativos na Ecorregião de São Tomé. [S.l.]: IV Seminário de Pesquisa do ESR/UFF, (2011). Suguio, K. Geologia sedimentar. São Paulo: Edgard Blucher, 2003. 400 p. Trindade, M. Lagos: Origem, Classificação e Distribuição Geográfica. Departamento de Ciências Biológicas. São Carlos, Universidade Federal de São Carlos, 1996. 274 p.