O documento descreve a história e cultura do antigo Egito. O Egito era um país altamente dependente do rio Nilo, que permitia a agricultura e o desenvolvimento da civilização ao longo de suas margens. A sociedade egípcia era hierarquizada, com o faraó no topo como governante absoluto considerado divino. A religião policteísta legitimava o poder dos faraós e a servidão dos camponeses. A cultura egípcia é notável por suas grandes construções como as pirâmides e sua mumificação dos
2. Introdução
“O Egito é uma dádiva do Nilo.” – Heródoto
O Egito é, praticamente, um deserto cortado ao meio por um rio. A
importância desse rio é tanta, que em pleno século XXI, 90% da população
ainda vive às suas margens.
O Nilo é o segundo maior rio do mundo em volume e tem mais de
7000km de extensão.
A vida girava em torno do ciclo de cheias e vazantes do rio – De junho a
setembro, caem chuvas abundantes, provocando enchentes. Quando
voltam ao normal, as águas deixam nas terras húmus, tornando-a muito
fértil.
O rio divide o país em duas partes distintas: Alto e Baixo Egito.
A civilização egípcia manteve-se isolada por causa da sua localização
(território cercado por desertos), permitindo que houvesse o
desenvolvimento de características culturais homogêneas.
3. Antigo Império (3200 a.C – 2300 a.C)
A história do Egito começa quando as populações que viviam às margens
do Nilo tornam-se sedentárias, formando comunidades dedicadas mais à
agricultura que à caça ou à pesca. Esses aglomerados evoluem para
pequenas unidades políticas, chamadas nomos, que inicialmente
somavam 22 ao total. Posteriormente, os nomos foram unificados em dois
reinos, um ao norte e outro ao sul.
Por volta de 3200 aC, o faraó Menés unificou os dois reinos, com capital
em Tinis.
Os sucessores de Menés organizaram uma monarquia poderosa,
atribuindo-lhe origem divina.
O soberano governava com poder absoluto, auxiliado por altos
funcionários que administravam os nomos, chamados nomarcas,
oriundos da nobreza local.
Havia um funcionário responsável pelo controle das indundações do
Nilo, o arquiteto real.
4. Médio Império (2000 a.C – 1750 a.C)
Entre 2700 e 2600 aC, foram
construídas as pirâmides de Gizé –
Quéops, Quéfren e Miquerinos.
O Antigo império terminou em um
período de anarquia, no qual os
nomarcas subiram ao poder apoiados
pela nobreza.
O Egito foi reunificado pelo faraó Mentuhotep II, que estabeleceu o
poder teocrático centralizado.
Os exércitos encontraram minas de cobre e ouro na Palestina e Núbia,
fortalecendo o Estado.
Entre 1800 e 1700 aC, o Egito foi invadido pelos hicsos, povo vindos da
Arábia que usavam cavalos e carros de combate (egípcios
desconheciam). Eles dominaram o país e construíram uma nova capital.
5. Novo Império (1580 a.C – 525 a.C)
É muito provável que os hebreus tenham se fixado no Egito nessa
época.
Amósis I, tornou-se o primeiro faraó da nova era, pois conduziu de forma
vitoriosa a luta final pela expulsão dos hicsos.
Nessa época, o Egito passou a ser uma potência imperialista,
expansionista e escravista.
Na dinastia de Ramsés II, enfrentaram novos obstáculos com a invasão
dos hititas. O império entrava em declínio; De fora, invasores
ameaçavam e internamente, a rivalidade entre o faraó e grandes
senhores enriquecidos pela guerra enfraquecia o Estado.
Os assírios e persas invadem e dominam o vale do rio Nilo. Foi o fim da
independência egípcia, agora eles seriam dominados pelos gregos, e
finalmente, cairiam nas mãos do imperialismo romano, em 30 aC.
6. Economia
A base da economia egípcia era a
agricultura irrigada.
São famosos pela construção de diques,
reservatórios e canais de irrigação –
Essas obras eram realizadas por milhares
de camponeses.
Todos eram submetidos ao poder de um
Estado centralizado, rigidamente
hierarquizado e teocrático, que os
submetia à vontade de um Rei – deus, a
quem pertencia toda a produção.
Destacava-se o cultivo de cevada, trigo,
legumes e papiro.
7. Sociedade
No topo estava o faraó, o soberano absoluto
e “deus vivo”. O sangue do faraó era tratado
como divino, por isso, era comum haver
casamento entre membros da própria família
(endogamia). Os nobres junto com os
sacerdotes (tinham muito prestígio, pois
conviviam com os faraós), detinham terras e
riquezas. Os escribas tinham uma posição
intermediária, eram isentos de impostos e
donos do conhecimento.
Mais abaixo, estava os comerciantes e artesãos, e na base da pirâmide estava a massa de
camponeses e escravos. Os camponeses (felás) formavam a maioria da população e pelo
seu trabalho construiu-se o esplendor da civilização, além disso, eles pagavam altos
impostos e faziam diversos trabalhos forçados para o governo. Os escravos eram
geralmente estrangeiros e prisioneiros de guerra que podiam ser usados na construção de
obras públicas ou em caráter doméstico. Convém ressaltar que a figura feminina tinha
prestígio social no Egito antigo, elas administravam negócios e possuíam vários bens.
8. Religião
São considerados um dos povos mais religiosos do
mundo. A religião tinha um papel muito importante na
sociedade deles, ela legitimava o poder do faraó, já
que ele era conhecido como a encarnação do deus
falcão Hórus; Isso fazia os camponeses aceitarem a
servidão coletiva sob a promessa de melhores vidas
futuras.
Era considerada politeísta e antropozo-omórfica, ou seja, cria vário deuses com a
forma de homens e animais. Acreditavam na vida após a morte, na verdade,
pregavam que a vida é uma sucessão de nascimentos ininterruptos.
Principais deuses: Amon – Rá (Protetor dos faraós), a santíssima trindade egípcia
Osíris ( o sol poente) – Ísis (deusa da vegetação) – Hórus (deus falcão, o sol
levante), Set (vento quente do deserto), Ptah (protetor dos artesãos), Anúbis (deus –
chacal, protetor dos embalsamadores), Thot (deus – gato, protetor dos escribas) e
Maat (deusa – coruja, protetora da justiça).
9. Para os egípcios, a morte apenas separava o corpo da alma, a vida poderia durar
eternamente, desde que a alma encontrasse no túmulo, o corpo destinado a servi-
lhe de moradia. Por isso, era preciso conservar o corpo.
Com esta finalidade, os egípcios criaram técnicas de mumificação, eles extraíam as
vísceras e imergiam o corpo em uma mistura de água e carbonato de sódio. Dentro
do corpo, colocavam substâncias aromáticas que evitavam a deterioração,
envolviam-no em faixas de pano e passavam cola por cima para impedir o contato
com o ar, daí colocavam num sarcófago, e levavam ao túmulo.
Segundo as suas crenças, o coração dos que morriam eram postos numa balança e
deveria pesar menos que uma pena. Se fosse condenado, sua alma seria devorada
por uma deusa com cabeça de crocodilo.
10. Cultura
Arquitetura: As grandes construções foram os
templos, pirâmides, as mastabas (túmulos dos
sacerdotes) e os hipogeus (túmulos
subterrâneos cavados no barranco do Nilo).
Escultura: Sarcófagos de pedra e madeira,
reproduziam feições dos mortos para ajudar a
alma encontrar o corpo.
Matemática: Precisavam para a construção
civil.
Astronomia: Localizaram alguns planetas e
constelações. Construíram um relógio de água
e organizaram um calendário solar. Dividiram o
dia em 24 horas e o ano em 365 dias.
Medicina: Conheciam a circulação do sangue e
infecções nos olhos e dentes.
Escrita: Havia três
modalidades básicas.
Hieroglífica – Escrita sagrada
de túmulos e tempos,
Hierática – Simplificação da
anterior e demótica – Escrita
popular.