Apresentação do P. Luiz Fernando Klein, dia 19/10/11 no Colégio Santo Inácio, para ministros e frequentadores da igreja, membros da CVX e outros interessados, intitulada: O papel do leigo hoje na Igreja.
2. Quem são os leigos?
Todos os cristãos que:
∙ foram batizados no Povo de Deus
∙ são ramos enxertados em Cristo
∙ participam da tríplice missão de Cristo
∙ exercem sua missão na Igreja e no mundo,
a partir de dentro, como o fermento
∙ não são membros ordenados
∙ não fizeram os votos religiosos
∙ são todos chamados à santidade.
3. Identificados com Jesus Cristo
O Espírito do Senhor está sobre mim:
por isso me ungiu e me enviou
a anunciar a Boa Nova aos pobres,
para proclamar a libertação dos cativos,
e aos cegos o recobrar da vista,
para mandar em liberdade os oprimidos
e proclamar um ano de graça do Senhor
(Lc.4,18-19)
6. Os povos da América Latina
vivem hoje uma realidade marcada
por grandes mudanças
que afetam profundamente suas vidas.
Como discípulos de Jesus Cristo,
sentimo-nos desafiados
a discernir os ‘sinais dos tempos’ (DAp,n.33)
7. Bento 16 no Discurso em Aparecida:
...percebe-se um certo
enfraquecimento da vida cristã
no conjunto da sociedade
e da própria pertença à Igreja Católica
(DAp 100,b)
8. 1. Agudo relativismo > oscila entre as possibilidades
2. Fundamentalismo # pluralidade, caráter histórico
3. Laicismo militante
4. Irracionalidade dos meios de comunicação
5. Amoralismo generalizado
6. Desrespeito diante do povo
7. Propostas de felicidade # bem comum
8. Individualismo # atitudes de solidariedade
9. Pobres considerados como descartáveis
10. Falta de consciência cidadã
11. Negação e ameaça da vida
12. Práticas religiosas sentimentais, de momentos
13. Manipulação do Evangelho
9. Diante de mudanças profundas…
∙ Nem sempre é fácil compreender a realidade
∙ Necessidade de visão evangélica crítica
∙ Desafio para discernir
∙ Escolher ação evangelizadora específica
∙ Buscar aspectos centrais da fé
∙ Novo ardor, novos métodos, novas expressões!
10.
11. Constatamos que em nossa Igreja
existem numerosos católicos
que expressam sua fé e sua pertença
de forma esporádica...
Convidamos esses
a aprofundarem sua fé
e participarem mais plenamente
na vida da Igreja (DAp n.160).
12. São muitos os cristãos que:
não participam na Eucaristia dominical
nem recebem com regularidade
os sacramentos,
nem se inserem ativamente
na comunidade eclesial.
Temos alta porcentagem de católicos
sem a consciência de sua missão
de ser sal e fermento no mundo,
com identidade cristã fraca e vulnerável.
(DAp n.286)
13. Enfrentam-se dificuldades
para assumir a sustentação econômica
das estruturas pastorais.
Falta solidariedade
na comunhão de bens
no interior das igrejas locais
e entre elas (DAp n.100, e)
14.
15. O seguimento é fruto
de uma fascinação
que responde ao desejo
de realização humana,
ao desejo de vida plena.
O discípulo é alguém
apaixonado por Cristo,
a quem reconhece como o mestre
que conduz e acompanha (DAp n.277)
16. Bento 16: na missa de entronização:
Não há nada mais belo do que ser alcançado,
surpreendido pelo Evangelho, por Cristo.
Não há nada mais belo do que conhecê-lo
e comunicar aos outros a amizade com Ele.
17. Ser discípulo é…
∙ Colocar os passos sobre as suas pegadas
∙ Conviver com Ele
∙ Formar parte da sua comunidade
∙ Ouvir e ver acontecer o Reino de Deus
∙ Aprender uma ‘vida nova’
∙ Abrir caminho de vida e esperança para todos
∙ Mover a vida pelo amor e serviço aos demais
18. Não há discipulado sem comunhão.
Diante da tentação,
muito presente na cultura atual,
de ser cristão sem Igreja e das
novas buscas espirituais individualistas,
afirmamos que a fé em Jesus Cristo
nos chegou através
da comunidade eclesial (DAp. n.156)
19. A vida em comunidade
é essencial à vocação cristã.
O discipulado e a missão sempre
supõem a pertença a uma comunidade.
Deus não nos quis salvar isoladamente,
mas formando um Povo.
Este é um aspecto que distingue
a experiência da vocação cristã
de um simples sentimento
religioso individual (DAp. n.164)
20. Elã missionário
Discipulado e missão são como
os dois lados de uma mesma moeda:
quando o discípulo está
enamorado de Cristo,
não pode deixar de anunciar ao mundo
que só ele nos salva (At. 4,12).
21.
22. A Igreja no Brasil se empenhará
em ser uma Igreja
1. em estado permanente de missão,
2. casa da iniciação à vida cristã,
3. fonte da animação bíblica de toda a vida,
4. comunidade de comunidades,
5. a serviço da vida em todas as suas instâncias
23.
24. Ações a realizar…
1. Urgente saída em todas as direções…
2. Despertar cada batizado para a missão
3. Esquecer o que ficou para trás…
4. Procurar os pouco vinculados com a Igreja
5. Provocar forte comoção missionária
6. Anunciar J.Cristo # concorrência religiosa
7. Através do testemunho pessoal
8. Pastoral: de conservação a missionária
25. Afinal… o que queremos fazer?
A Igreja Católica é chamada para ser, no mundo,
testemunha do amor do Pai
que quer fazer da humanidade
uma única família em seu Filho (Deus é Amor, 19).
Por isso, a evangelização, o anúncio, o testemunho…
se fazem por atração, não por proselitismo.
Ajudar os fiéis a viverem sua fé,
com alegria e coerência.
26. O grande serviço da Igreja hoje:
Este é o grande serviço que a Igreja,
discípula missionária de Jesus Cristo,
é chamada a prestar neste momento da história.
Em atitude de diálogo,
cabe-lhe anunciar e reanunciar
a pessoa e a mensagem de seu Mestre,
conclamando à comunhão
todos os seres humanos,
para a busca da cultura da vida,
a caminho do Reino definitivo (DGAE,36)
27. A fé nos ensina que Deus vive
na cidade, em meio a suas alegrias,
desejos e esperanças,
como também em meio
a suas dores e sofrimentos.
As sombras que marcam
o cotidiano das cidades:
violência, pobreza, individualismo
e exclusão, não nos podem impedir
que busquemos e contemplemos
o Deus da vida também
nos ambientes urbanos (DAp. n.514)
28. As cidades são lugares
de liberdade e oportunidade (DAp. n.514)
Podemos realizar
com alegria e coragem
a evangelização da cidade atual (DAp. n.513)
Devemos empregar
esforço e criatividade
na evangelização de empresários,
políticos e formadores de opinião
no mundo do trabalho,
dirigentes sindicais,
cooperativos e comunitários (DAp. n.492)
29.
30. Não se começa a ser cristão
por uma decisão ética
ou uma grande idéia,
mas através do encontro
com um acontecimento,
com uma Pessoa,
que dá um novo horizonte à vida
e, com isso, uma orientação decisiva
(DAp. n.243)
31. Ações a realizar…
1. Descobrir o amor de Deus pela mediação de outros
2. Considerar tempo e lugar para apresentar Cristo
3. Meios antigos de anúncio já não contam mais
4. Atendimento personalizado
5. Não pressupor o anúncio, mas explicitá-lo
6. Formação não só doutrinal, mas para a vida
7. Iniciação cristã > encontro pessoal com Cristo
8. Não se esgota na preparação dos sacramentos
9. Não se reduz a cursos > celebrações, serviços…
10.Processo permanente, com estruturas adequadas
32.
33. Ações a realizar…
1. Difundir a Bíblia, sobretudo entre os pobres
2. Contato com a Palavra de Deus # momentâneo
3. Indispensável contato profundo com a Palavra
4. Introduzir novas gerações na Palavra de Deus
5. Problemas requerem firmeza na fé < Palavra
6. Escutar a voz de Cristo em meio a tantas vozes…
7. Acolhimento da Palavra no seio da Igreja
8. Experiência da Leitura Orante da Bíblia
9. Formar agentes do contato apaixonado com a SE
10.Fortalecer equipes de animação bíblica da pastoral
11.Formação contínua dos Ministros da Palavra
34.
35. A Igreja ‘nos dá uma família,
a família universal de Deus’.
A fé nos liberta do isolamento do eu,
porque nos conduz à comunhão’
(DAp. n.156)
36. Ações a realizar…
1. Necessidade de viver a fé em comunidade
2. Diálogo: caminho da boa convivência e comunhão
3. Reagir ao individualismo típico de nossa época
4. A própria comunidade precisa ser ela mesma anúncio
5. Tipos: territoriais, ambientais, afetivas, virtuais…
6. Paróquias: mais comunidades vivas e dinâmicas
7. Articuladas entre si, na partilha de fé e missão
8. Implica: profundidade, afetividade,
interesses comuns, estabilidade e solidariedade
37.
38. Defesa da vida
... só o Senhor
é o autor e o dono da vida,
e o ser humano,
sua imagem vivente,
é sempre sagrado,
desde sua concepção,
em todas as etapas da existência,
até sua morte natural
e depois da morte (DAp. n.388).
39. A nova época que, pela graça deste mesmo Deus,
haverá de surgir, precisa ser marcada
pelo amor e pela valorização da vida,
em todas as suas dimensões.
A omissão diante de tal desafio será cobrada
por Deus e pela história futura (DGAE, 66)
40. O discípulo missionário…
não se cala igualmente diante da vida
sem alimentação, casa, terra, trabalho, educação,
saúde, lazer, liberdade, esperança e fé.
O discípulo missionário deve ser, já nesta vida,
parceiro da vida e vida em plenitude (DGAE, 68).
41. Ações a realizar…
1. A missão dos discípulos é o serviço à vida plena
2. Maior compromisso com a cultura da vida
3. Práticas para desabrochar e florescer a vida
4. Começar pelo respeito à dignidade humana
5. Igreja é servidora do Deus da Vida
6. Abrir o coração para todas as ameaças à vida
7. Testemunhar a fé pela cultura da vida
8. Atenção a diversos grupos de pessoas
42. Família
A família é um dos tesouros
mais importantes
dos povos latino-americanos
e é patrimônio da humanidade inteira...
somos chamados a trabalhar
para que a família assuma
seu ser e sua missão
no âmbito da sociedade e da Igreja
(DAp. n.432)
43. ... a ‘opção preferencial pelos pobres
está implícita na fé cristológica
naquele Deus que se fez pobre por nós,
para nos enriquecer com sua pobreza’
(DAp. n.392)
[Então] os cristãos,
como discípulos missionários,
são chamados a contemplar,
nos rostos sofredores de nossos irmãos,
o rosto de Cristo que nos chama
a servi-lo neles (DAp. n.393)
44. Só a proximidade que nos faz amigos
nos permite apreciar profundamente
os valores dos pobres de hoje,
seus legítimos desejos
e seu modo próprio de viver a fé.
A opção pelos pobres deve conduzir-nos
à amizade com os pobres (DAp. n.398)
45. Dedicar tempo aos pobres,
prestar a eles amável atenção,
escutá-los com interesse,
acompanhá-los nos momentos difíceis,
escolhê-los para compartilhar horas,
semanas ou anos de nossa vida,
e procurando, a partir deles,
a transformação de sua situação
(DAp. n.397)
46. O Dia do Senhor!
Sem uma participação ativa
na celebração eucarística dominical
e nas festas de preceito, não existir
um discípulo missionário maduro.
Por causa disso, é importante promover
a ‘pastoral do domingo’ e dar a ela
‘prioridade nos programas pastorais’,
para novo impulso na evangelização
do povo de Deus
no continente latino-americano (DAp. n.252).
47. GRANDE DECISÃO:
Do cenáculo de Aparecida
nos dispomos a empreender
uma nova etapa de nosso caminhar pastoral
declarando-nos em missão permanente.
Com o fogo do Espírito vamos inflamar
de amor o nosso continente
(Mensagem Final, n .4)
48. Assumimos o compromisso
de uma grande missão
em todo o Continente...
Necessitamos desenvolver
a dimensão missionária da vida de Cristo.
A Igreja necessita de forte comoção
que a impeça de se instalar
na comodidade, no estancamento
e na indiferença, à margem do sofrimento
dos pobres do Continente (DAp. n.362).
49. Queremos abraçar todo o continente
para transmitir-lhes
o amor de Deus e nosso.
Desejamos que este abraço
alcance também o mundo inteiro
(Mensagem n.5)
50. Esta firme decisão missionária
deve impregnar
todas as estruturas eclesiais
e todos os planos pastorais de dioceses,
paróquias, comunidades religiosas,
movimentos e de qualquer
instituição da Igreja (DAp. n.365)
51. Nenhuma comunidade deve isentar-se
de entrar decididamente,
com todas as forças,
nos processos constantes
de renovação missionária
e de abandonar
as ultrapassadas estruturas
que já não favoreçam
a transmissão da fé (DAp. n.365).
52. CONVOCAÇÃO
Convocamos todos os nossos irmãos e irmãs
para que, unidos, com entusiasmo,
realizemos a GRANDE MISSÃO CONTINENTAL.
Será um novo Pentecostes
que nos impulsione a ir, de modo especial,
em busca dos católicos afastados
e dos que pouco ou nada conhecem de J.Cristo
para que formemos com alegria
a comunidade de amor do nosso Pai Deus.
53. ∙ Que ninguém fique de braços cruzados!
∙ Ser missionário
é ser anunciador de Jesus Cristo:
∙ com criatividade e audácia
∙ não só com a palavra,
∙ mas principalmente com a nossa própria vida,
∙ em todos os lugares onde o Evangelho não foi
suficientemente anunciado ou acolhido.
54. Necessitamos que cada comunidade cristã
se transforme num poderoso
centro de irradiação da vida em Cristo.
Esperamos um novo Pentecostes
que nos livre do cansaço, da desilusão,
da acomodação ao ambiente;
esperamos uma vinda do Espírito
que renove nossa alegria
e nossa esperança (n.362)
55. Como faremos isso?
∙ Com o vigor do Espírito Santo
∙ Formar comunidade, que já é parte do anúncio
∙ Tornar visível nossa solidariedade
∙ Promover diálogo com todos os atores sociais
∙ Ser integradores de forças para mundo justo
∙ Partilhar a mesa da vida, aberta, inclusiva…
∙ Defender os mais fracos, especialmente…
∙ Contribuir para haver condições de vida digna
56. Ações a realizar…
1. Missões populares… Pastoral da visitação…
2. Visitas sistemáticas: locais de trabalho,
∙ moradias de estudantes, favelas, cortiços,
∙ alojamentos de trabalhadores, albergues,
∙ instituições de saúde, assentamentos, prisões,
∙ moradores de rua…
3. Testemunhar uma Igreja Samaritana!
57.
58. Eu, o Senhor, te chamei para a justiça
e te tomei pela mão.
Eu te formei e te encarreguei
de seres a aliança do meu povo
e a luz das nações,
para abrires os olhos aos cegos,
tirares do cárcere os prisioneiros…
Não tenhas medo, eu estou contigo!
És muito precioso para mim,
e mesmo que seja alto o teu preço,
é a ti que eu quero! (Is.42 e 43)
59. Co-responsabilidade…
Em virtude
da comum dignidade batismal,
o fiel leigo é co-responsável,
juntamente com os ministros ordenados
e com os religiosos e as religiosas,
da missão da Igreja (ChFL, 15).
60. A evangelização do Continente,
dizia-nos o papa João Paulo II,
não pode realizar-se hoje
sem a colaboração dos fiéis leigos (DAp n.213).
Sua missão própria e específica
se realiza no mundo, de tal modo que,
com seu testemunho e sua atividade,
contribuam para a transformação das realidades
e para a criação de estruturas justas,
segundo os critérios do Evangelho (DAp n.210).
61. Onde atuar?
O campo próprio da sua atividade evangelizadora
é o mesmo mundo vasto e complicado
da política, da realidade social e da economia,
como também o da cultura,
das ciências e das artes, da vida internacional,
dos meios de comunicação…
Quanto mais leigos houver
impregnados do Evangelho… (EN,70)
62. Cinco aspectos fundamentais
na formação
1. O encontro com J.Cristo: origem
2. A conversão: forma de pensar e viver
3. O discipulado: amadurecimento…
4. A comunhão: vida em comunidade
5. A missão: necessidade de compartilhar
(DAp. n.278)
63. O discípulo e missionário de Cristo
que se empenha nos âmbitos
da política, da economia
e nos centros de decisões
sofre a influência de uma cultura
frequentemente dominada
pelo materialismo,
pelos interesses egoístas
e por uma concepção do homem
contrária à visão cristã (DAp. n.506).
64. Por isso é imprescindível
que o discípulo se fundamente
no seguimento do Senhor...
para construir ao redor dele
um consenso moral
sobre os valores fundamentais
que tornam possível
a construção de uma sociedade justa
(n.506)
65.
66. A própria natureza do Cristianismo
consiste, portanto, em reconhecer
a presença de Jesus Cristo e segui-lo.
Essa foi a maravilhosa experiência
daqueles primeiros discípulos
que, encontrando Jesus,
ficaram fascinados e cheios de assombro
frente à excepcionalidade de quem lhes falava,
diante da maneira como os tratava,
coincidindo com a fome e sede de vida
que havia em seus corações (DAp n.244).
67. Conhecer Jesus Cristo
é o melhor presente
que qualquer pessoa pode receber;
tê-lo encontrado foi o melhor
que ocorreu em nossas vidas,
e fazê-lo conhecido
com nossa palavra e obras
é nossa alegria (DAP. n.29).