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Luísa Silva

A ARTE NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Data: 19 de Fevereiro de 2014
1
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Objectivo Geral:
- Dotar as amas da resposta social – creche familiar, de ferramentas
capazes para uma optimização de conhecimentos, que levarão ao
desenvolvimento de actividades com o grupo de crianças, onde se
prevê maior desenrolamento das capacidades cognitivas.

2
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Conteúdos:
◊ A arte na primeira infância:
▪ “Importância da primeira infância”.

◊ O desenvolvimento das garatujas:
▪ Garatujas desordenadas;
▪ Garatujas controladas;
▪ Atribuição de nomes às garatujas.

3
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

◊ Significação da cor.
◊ As garatujas como processo de desenvolvimento:
▪ A criança que garatuja e o seu meio;
▪ As garatujas como reflexo do desenvolvimento.
◊ Motivação artística:
▪ Os materiais artísticos;
▪ O uso incorreto dos materiais.

4
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

A

criança

mobiliza

todo

o

seu

ser

quando

se

entrega

espontaneamente a uma atividade criadora. É um verdadeiro meio de

disciplina interior que envolve processos de formas superiores de vida
mental e que traz à criança, no plano geral, equilíbrio e harmonia,
preparando-a ainda para a aprendizagem formal.

Fig. 1

5
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

Nem sempre as palavras exprimem, em toda a sua plenitude, a
intensidade de uma vivência. Por vezes são necessários meios diferentes

de expressão, como os jogos, as actividades artísticas, que permitem a
realização dos desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a
afirmação do eu. É através da expressão livre que a criança realiza a
síntese entre a expressão do Eu e a submissão ao real.

Fig. 2

6
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Exercício 1:

Analise a seguinte afirmação:

“Criar é um dos atributos mais preciosos de uma pessoa humana.

Equivale a viver intensamente.”

Malylda Bessa

7
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



A arte na primeira infância
- Importância da primeira infância
Os primeiros anos de vida são, provavelmente, os mais decisivos

no desenvolvimento da criança. Durante esse período inicial, ela começa
a estabelecer padrões de aprendizagem, atitudes e um sentido de si
mesma como ser, tudo o que irá ter reflexos na sua vida toda.
A arte pode contribuir imensamente para esse desenvolvimento,

pois é a interação entre a criança e o seu meio que se inicia a
aprendizagem.

8
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Exercício 2:

Analise a seguinte afirmação:

“A arte é um veículo de intermediação entre pensar e saber. Se queremos
futuros adultos mais equilibrados, deveríamos ajudá-los a desenvolver a
capacidade de vincular sentimento com pensar e fazer. A arte é esse grande
vinculo do meio, do coração.”

Munir Dertkigil

9
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

A criança exprime-se vocalmente muito cedo, mas o seu primeiro
registo permanente assume, com frequência, a forma de garatuja, por
volta dos dezoito meses de idade.
Podemos assim dizer, que as garatujas são os primeiros
“gatafunhos” das crianças.

Fig. 3

10
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

É lamentável que a própria palavra “garatuja” tenha conotações
negativas para os adultos. Esse vocábulo pode sugerir uma perda de
tempo ou, então, ausência de conteúdo válido.

Na realidade, a garatuja pode ser exatamente o oposto de tudo
isso, pois o modo que se recebem esses primeiros rabiscos e a atenção
que se lhes presta podem ser a causa de a criança pequena desenvolver
atitudes que permanecerão nela, quando iniciar a sua escolaridade
formal.

11
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Desenvolvimento das garatujas
As garatujas tendem a seguir uma ordem bastante previsível.

Começam com traços desordenados, no papel, e, gradualmente, evoluem
para desenhos que têm um conteúdo reconhecível pelos adultos.

É entre os dezoito meses e quatro anos, aproximadamente, que
aparece a primeira imagem visual, então

ocorre o extraordinário

desenvolvimento.

12
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

As garatujas classificam-se em três principais categorias:

- garatujas desordenadas;

- garatujas controladas;

- garatujas com atribuição de nomes.

13
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

- Garatujas desordenadas
Fig. 4

Fig. 5

14
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

Podemos concluir que as principais características das garatujas
desordenadas são:
- primeiro contacto da criança com o lápis e o papel;
- desenha pelo prazer do movimento;
- as linhas ocorrem ao acaso em todas as direções;

- aparece como traço leve pois não há controle motor dos
movimentos;
- variam as formas de segurar o lápis;
- a criança não faz ligação do olho com a mão;
- não há representação do desenho.

15
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

- Garatujas controladas

Fig. 6

Fig. 7

16
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

Fig. 8

17
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

A maioria das crianças, nesta fase, aborda as garatujas com
grande entusiasmo, uma vez que as linhas se repetem e quase sempre,
são traçadas com grande vigor, pois nesta altura denota-se uma

coordenação

entre

o

desenvolvimento

visual

e

motor.

É

raro

encontrarmos pontos ou pequenos modelos repetidos, pois isto significa
que a criança teria de levantar o lápis do papel.

18
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

- Atribuição de nome às garatujas

Fig. 9

19
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

Nesta fase a criança atribui nomes às suas garatujas, sendo de
grande importância pois indica uma transformação no seu pensamento.
A criança opta por dar nome à sua garatuja, como por exemplo,
“esta é a mamã” ou “esta sou eu a correr”, podendo não ser
reconhecidos, mas para a criança é o que este indica.

20
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



O significado da cor
Selecionar

cores,

pode,

muitas

vezes,

distrair

a

criança,

desviando-a dos rabiscos para a atividade de jogar com elas. É de
grande importância que a criança possa distinguir os seus traços do resto

da página em que trabalha.

Fig. 10

21
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

As mudanças de cor são, às vezes, significativas na fase de
atribuição de nomes às garatujas, visto que, neste caso, as cores talvez
tenham significado para a criança.
É importante concluir que nas fases das garatujas a criança
mostre gozo na criação de linhas e formas, desenvolva o domínio da sua

coordenação e comece as suas primeiras relações pictóricas com o meio
circundante.

Fig. 11

22
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



As garatujas como processo do desenvolvimento
Através da garatujas a criança desenvolve métodos de trabalho,

sendo a interacção entre ela e o seu meio decisivo na aprendizagem, que
por sua vez favorece o progresso da criatividade infantil.

Torna-se necessário que o adulto transmita diversas sugestões,
aponte alternativas, dê estímulos e faça a criança sentir que o seu
produto final é digno de interesse.

23
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

- A criança que garatuja e o seu meio (26)

Existe uma grande relação entre a criança e a maneira como
aborda as suas garatujas de forma e as relaciona com o seu meio.

Assim sendo, é importante para a evolução emocional da criança
que esta seja encorajada a desenvolver conceitos e a compreender as

possibilidades das garatujas.

Fig. 12

24
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

- As garatujas como reflexo do desenvolvimento
A arte exprime as reacções do homem ao seu meio; na fase das
garatujas, isto é facilmente observado, pois a garatuja pode ser
considerada o reflexo do desenvolvimento físico e emocional da criança.

Fig. 13
25
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Exercício 3:

Analise a seguinte afirmação:

“Os cuidadores devem considerar os rabiscos da criança como parte total
da criança.”

Retirado do “Projecto A arte na primeira infância

26
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Motivação artística
Nas primeiras fases das garatujas, não é necessária motivação

especial, exceto a de proporcionar à criança os materiais adequados e
incentivá-la a que prossiga na sua atividade.

O adulto deve sempre cativar/encorajar a criança no seu
desenvolvimento artístico e nunca interferir.

Fig. 14
27
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

Tempo esperado que a criança desenvolva a atividade:

- criança muito pequena – alguns minutos;
- 3 anos – 15 minutos;
- 4 anos – 20 a 30 minutos.

Contudo é importante salientar que, não existe nenhum relógio
que deverá marcar o tempo que a criança deve assumir ou expressar no
papel.

Nenhum adulto deve interferir na atividade da garatuja, somente
deve observar a criança a pintar/desenhar.

28
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

- Materiais artísticos(aqui)
A criança, durante a fase das garatujas, precisa sentir, precisa
experimentar sensações, os materiais usados devem estimular a livre
expressão.

Fig. 15
29
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

Alguns exemplos de materiais que não consideram próprios para
crianças nesta idade:

-o tipo usual de lápis é pouco apropriado para a criança uma vez
que este não desliza com facilidade na superfície do papel e quebra com

demasia;
Fig. 16

-materiais como jornais velhos, amostras e papel de parede ou
retratos de papel de embrulho, estão deslocados no que diz respeito às
garatujas.
Fig. 17

30
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

idade:

(5)Alguns exemplos de materiais próprios para crianças nesta

-o lápis preto, de bom tamanho e sem invólucro, é um meio
excelente e fácil de se obter;
- o giz branco para o quadro negro;
- canetas “hidrográficas”, de ponta de feltro ou de nylon, com carga

de tinta preta;
- papel branco ou de cor clara, no formato A4 ou A3, é o mais
adequado para o trabalho em pintura;
- barro ou plasticina.

O uso da tinta satisfaz as necessidades emocionais da criança dando
o resultado de alegria.
31
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

A formação, por parte das crianças, como por exemplo de roscas
e bolas,

sem

tentar a representação

de um

objecto específico,

corresponde às garatujas controladas.

Psicologicamente, trata-se da mesma transformação no processo
mental que se descreve na parte “Atribuição de nomes às garatujas”.
Também, neste caso, a criança transferiu-se do pensamento cinestésico
para o pensamento imaginativo.

32
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

- O uso incorreto dos materiais

A finalidade principal dos materiais artísticos é facultar à criança o
momento de expressar-se, então, o uso incorreto dos materiais poderá
interferir na actividade.

Ocasionalmente, cuidadores e professores poderão programar certos
trabalhos artísticos, como por exemplo, colar, cortar, dobrar, etc… com o
objectivo de obter um produto final.

Qualquer material novo deve ser cuidadosamente examinado, para
assegurar que o seu emprego pode favorecer o desenvolvimento natural da
criança, desenvolvendo a sua própria expressão criativa.

33
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Exercício 4:

Analise a seguinte afirmação:

“Os cuidadores de crianças com idade de primeira infância e pré-escolar,

estão numa posição excelente para proporcionar a oportunidade de a criança
prosseguir, por meio das suas experiências artísticas, para ajudá-la a
desenvolver a confiança e a sensibilidade imprescindíveis à autoexpressão

e

para lhe proporcionar toda a gama de materiais e a atmosfera favorável às

atividades criativas”

34
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva

Resumindo, é extremamente importante facilitar a estimulação e
a

motivação

necessárias

ao

desenvolvimento

de

uma

crescente

conscientização do meio, assim como o incentivo e a aprovação dos atos
criadores. Todas estas responsabilidades recaem, indiscutivelmente ,
sobre os ombros dos pais e cuidadores.

Fig. 18
35
Curso: A arte na primeira infância
Nome da Formadora: Luísa Silva



Agradeço desde já a vossa colaboração, espero que esta
formação tenha sido fundamental para uma melhor compreensão no
que diz respeito “a arte na primeira infância”.

“Toda a criança é artista.

O problema é como permanecer artista depois de crescer.”
Picasso

Obrigado!
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A arte na primeira infancia

  • 1. Luísa Silva A ARTE NA PRIMEIRA INFÂNCIA Data: 19 de Fevereiro de 2014 1
  • 2. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Objectivo Geral: - Dotar as amas da resposta social – creche familiar, de ferramentas capazes para uma optimização de conhecimentos, que levarão ao desenvolvimento de actividades com o grupo de crianças, onde se prevê maior desenrolamento das capacidades cognitivas. 2
  • 3. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Conteúdos: ◊ A arte na primeira infância: ▪ “Importância da primeira infância”. ◊ O desenvolvimento das garatujas: ▪ Garatujas desordenadas; ▪ Garatujas controladas; ▪ Atribuição de nomes às garatujas. 3
  • 4. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva ◊ Significação da cor. ◊ As garatujas como processo de desenvolvimento: ▪ A criança que garatuja e o seu meio; ▪ As garatujas como reflexo do desenvolvimento. ◊ Motivação artística: ▪ Os materiais artísticos; ▪ O uso incorreto dos materiais. 4
  • 5. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva A criança mobiliza todo o seu ser quando se entrega espontaneamente a uma atividade criadora. É um verdadeiro meio de disciplina interior que envolve processos de formas superiores de vida mental e que traz à criança, no plano geral, equilíbrio e harmonia, preparando-a ainda para a aprendizagem formal. Fig. 1 5
  • 6. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva Nem sempre as palavras exprimem, em toda a sua plenitude, a intensidade de uma vivência. Por vezes são necessários meios diferentes de expressão, como os jogos, as actividades artísticas, que permitem a realização dos desejos, a satisfação de necessidades pessoais e a afirmação do eu. É através da expressão livre que a criança realiza a síntese entre a expressão do Eu e a submissão ao real. Fig. 2 6
  • 7. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Exercício 1: Analise a seguinte afirmação: “Criar é um dos atributos mais preciosos de uma pessoa humana. Equivale a viver intensamente.” Malylda Bessa 7
  • 8. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  A arte na primeira infância - Importância da primeira infância Os primeiros anos de vida são, provavelmente, os mais decisivos no desenvolvimento da criança. Durante esse período inicial, ela começa a estabelecer padrões de aprendizagem, atitudes e um sentido de si mesma como ser, tudo o que irá ter reflexos na sua vida toda. A arte pode contribuir imensamente para esse desenvolvimento, pois é a interação entre a criança e o seu meio que se inicia a aprendizagem. 8
  • 9. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Exercício 2: Analise a seguinte afirmação: “A arte é um veículo de intermediação entre pensar e saber. Se queremos futuros adultos mais equilibrados, deveríamos ajudá-los a desenvolver a capacidade de vincular sentimento com pensar e fazer. A arte é esse grande vinculo do meio, do coração.” Munir Dertkigil 9
  • 10. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva A criança exprime-se vocalmente muito cedo, mas o seu primeiro registo permanente assume, com frequência, a forma de garatuja, por volta dos dezoito meses de idade. Podemos assim dizer, que as garatujas são os primeiros “gatafunhos” das crianças. Fig. 3 10
  • 11. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva É lamentável que a própria palavra “garatuja” tenha conotações negativas para os adultos. Esse vocábulo pode sugerir uma perda de tempo ou, então, ausência de conteúdo válido. Na realidade, a garatuja pode ser exatamente o oposto de tudo isso, pois o modo que se recebem esses primeiros rabiscos e a atenção que se lhes presta podem ser a causa de a criança pequena desenvolver atitudes que permanecerão nela, quando iniciar a sua escolaridade formal. 11
  • 12. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Desenvolvimento das garatujas As garatujas tendem a seguir uma ordem bastante previsível. Começam com traços desordenados, no papel, e, gradualmente, evoluem para desenhos que têm um conteúdo reconhecível pelos adultos. É entre os dezoito meses e quatro anos, aproximadamente, que aparece a primeira imagem visual, então ocorre o extraordinário desenvolvimento. 12
  • 13. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva As garatujas classificam-se em três principais categorias: - garatujas desordenadas; - garatujas controladas; - garatujas com atribuição de nomes. 13
  • 14. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva - Garatujas desordenadas Fig. 4 Fig. 5 14
  • 15. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva Podemos concluir que as principais características das garatujas desordenadas são: - primeiro contacto da criança com o lápis e o papel; - desenha pelo prazer do movimento; - as linhas ocorrem ao acaso em todas as direções; - aparece como traço leve pois não há controle motor dos movimentos; - variam as formas de segurar o lápis; - a criança não faz ligação do olho com a mão; - não há representação do desenho. 15
  • 16. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva - Garatujas controladas Fig. 6 Fig. 7 16
  • 17. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva Fig. 8 17
  • 18. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva A maioria das crianças, nesta fase, aborda as garatujas com grande entusiasmo, uma vez que as linhas se repetem e quase sempre, são traçadas com grande vigor, pois nesta altura denota-se uma coordenação entre o desenvolvimento visual e motor. É raro encontrarmos pontos ou pequenos modelos repetidos, pois isto significa que a criança teria de levantar o lápis do papel. 18
  • 19. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva - Atribuição de nome às garatujas Fig. 9 19
  • 20. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva Nesta fase a criança atribui nomes às suas garatujas, sendo de grande importância pois indica uma transformação no seu pensamento. A criança opta por dar nome à sua garatuja, como por exemplo, “esta é a mamã” ou “esta sou eu a correr”, podendo não ser reconhecidos, mas para a criança é o que este indica. 20
  • 21. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  O significado da cor Selecionar cores, pode, muitas vezes, distrair a criança, desviando-a dos rabiscos para a atividade de jogar com elas. É de grande importância que a criança possa distinguir os seus traços do resto da página em que trabalha. Fig. 10 21
  • 22. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva As mudanças de cor são, às vezes, significativas na fase de atribuição de nomes às garatujas, visto que, neste caso, as cores talvez tenham significado para a criança. É importante concluir que nas fases das garatujas a criança mostre gozo na criação de linhas e formas, desenvolva o domínio da sua coordenação e comece as suas primeiras relações pictóricas com o meio circundante. Fig. 11 22
  • 23. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  As garatujas como processo do desenvolvimento Através da garatujas a criança desenvolve métodos de trabalho, sendo a interacção entre ela e o seu meio decisivo na aprendizagem, que por sua vez favorece o progresso da criatividade infantil. Torna-se necessário que o adulto transmita diversas sugestões, aponte alternativas, dê estímulos e faça a criança sentir que o seu produto final é digno de interesse. 23
  • 24. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva - A criança que garatuja e o seu meio (26) Existe uma grande relação entre a criança e a maneira como aborda as suas garatujas de forma e as relaciona com o seu meio. Assim sendo, é importante para a evolução emocional da criança que esta seja encorajada a desenvolver conceitos e a compreender as possibilidades das garatujas. Fig. 12 24
  • 25. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva - As garatujas como reflexo do desenvolvimento A arte exprime as reacções do homem ao seu meio; na fase das garatujas, isto é facilmente observado, pois a garatuja pode ser considerada o reflexo do desenvolvimento físico e emocional da criança. Fig. 13 25
  • 26. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Exercício 3: Analise a seguinte afirmação: “Os cuidadores devem considerar os rabiscos da criança como parte total da criança.” Retirado do “Projecto A arte na primeira infância 26
  • 27. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Motivação artística Nas primeiras fases das garatujas, não é necessária motivação especial, exceto a de proporcionar à criança os materiais adequados e incentivá-la a que prossiga na sua atividade. O adulto deve sempre cativar/encorajar a criança no seu desenvolvimento artístico e nunca interferir. Fig. 14 27
  • 28. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva Tempo esperado que a criança desenvolva a atividade: - criança muito pequena – alguns minutos; - 3 anos – 15 minutos; - 4 anos – 20 a 30 minutos. Contudo é importante salientar que, não existe nenhum relógio que deverá marcar o tempo que a criança deve assumir ou expressar no papel. Nenhum adulto deve interferir na atividade da garatuja, somente deve observar a criança a pintar/desenhar. 28
  • 29. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva - Materiais artísticos(aqui) A criança, durante a fase das garatujas, precisa sentir, precisa experimentar sensações, os materiais usados devem estimular a livre expressão. Fig. 15 29
  • 30. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva Alguns exemplos de materiais que não consideram próprios para crianças nesta idade: -o tipo usual de lápis é pouco apropriado para a criança uma vez que este não desliza com facilidade na superfície do papel e quebra com demasia; Fig. 16 -materiais como jornais velhos, amostras e papel de parede ou retratos de papel de embrulho, estão deslocados no que diz respeito às garatujas. Fig. 17 30
  • 31. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva idade: (5)Alguns exemplos de materiais próprios para crianças nesta -o lápis preto, de bom tamanho e sem invólucro, é um meio excelente e fácil de se obter; - o giz branco para o quadro negro; - canetas “hidrográficas”, de ponta de feltro ou de nylon, com carga de tinta preta; - papel branco ou de cor clara, no formato A4 ou A3, é o mais adequado para o trabalho em pintura; - barro ou plasticina. O uso da tinta satisfaz as necessidades emocionais da criança dando o resultado de alegria. 31
  • 32. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva A formação, por parte das crianças, como por exemplo de roscas e bolas, sem tentar a representação de um objecto específico, corresponde às garatujas controladas. Psicologicamente, trata-se da mesma transformação no processo mental que se descreve na parte “Atribuição de nomes às garatujas”. Também, neste caso, a criança transferiu-se do pensamento cinestésico para o pensamento imaginativo. 32
  • 33. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva - O uso incorreto dos materiais A finalidade principal dos materiais artísticos é facultar à criança o momento de expressar-se, então, o uso incorreto dos materiais poderá interferir na actividade. Ocasionalmente, cuidadores e professores poderão programar certos trabalhos artísticos, como por exemplo, colar, cortar, dobrar, etc… com o objectivo de obter um produto final. Qualquer material novo deve ser cuidadosamente examinado, para assegurar que o seu emprego pode favorecer o desenvolvimento natural da criança, desenvolvendo a sua própria expressão criativa. 33
  • 34. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Exercício 4: Analise a seguinte afirmação: “Os cuidadores de crianças com idade de primeira infância e pré-escolar, estão numa posição excelente para proporcionar a oportunidade de a criança prosseguir, por meio das suas experiências artísticas, para ajudá-la a desenvolver a confiança e a sensibilidade imprescindíveis à autoexpressão e para lhe proporcionar toda a gama de materiais e a atmosfera favorável às atividades criativas” 34
  • 35. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva Resumindo, é extremamente importante facilitar a estimulação e a motivação necessárias ao desenvolvimento de uma crescente conscientização do meio, assim como o incentivo e a aprovação dos atos criadores. Todas estas responsabilidades recaem, indiscutivelmente , sobre os ombros dos pais e cuidadores. Fig. 18 35
  • 36. Curso: A arte na primeira infância Nome da Formadora: Luísa Silva  Agradeço desde já a vossa colaboração, espero que esta formação tenha sido fundamental para uma melhor compreensão no que diz respeito “a arte na primeira infância”. “Toda a criança é artista. O problema é como permanecer artista depois de crescer.” Picasso Obrigado! 36