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PREFÁCIO.
(Índice)
Nas escolas, a indisciplina dos alunos sem limites, se constitui numa forma de violência entre
outras tantas que ali são engendradas, para transformação dos templos sagrados do saber em
palco da violência generalizada, num local de discórdia, ódio, embate, impasse, confronto,
ato infracional, crimes, desobediência, resistência, desacato, desordem, entropia e caos.

A Escola se tornou depósito de gente sem parâmetros morais, éticos e espirituais, de
delinqüentes que violam as normas escolares e institucionais e cometem atos infracionais e
crimes de toda natureza.
Ali há gangues, malvados, bandidos, quadrilhas de crianças, jovens e adultos, usuários de
drogas, pichadores, depredadores, agressores, agentes da violência generalizada. Qual é a raiz
de tudo isto? É o que pretendemos demonstrar através deste livro, que aponta as causas da
indisciplina e da violência escolar e os meios para erradicá-las.
O ser humano, enquanto perfila a trajetória homemoidal, é um ser dual, possuindo dentro de
si mesmo, em sua bipolaridade psíquica, as causas do bem e do mal. A raiz do bem é essência
da consciência e a do mal é o ego.

Assim, na história da trajetória da humanidade, a violência e a paz sempre coexistiram. Por
isso o amor, a solidariedade, a paz e muitos outros valores se fazem presentes, mesmo em
meio ao ódio e á violência, como em nossos dias atuais. Devido a hipertrofiação do ego há,
em cada um de nós, os germes da violência, um potencial de animosidade, de agressividade,
que eclode na forma de violência generalizada diante de adversidades.

Não podemos confundir tenacidade, impetuosidade, perspicácia, etc, com agressividade. A
primeira é conseqüência da ação da consciência, enquanto que a agressividade é fruto da
reação do ego.

Infelizmente, iniciamos o Terceiro Milênio com um alto índice de violência nas escolas, na
ecologia, no futebol, na cidade, no campo e na sociedade em geral. O ódio, a ausência de
solidariedade e de alteridade, a indiferença, a agressividade, a miséria, a prostituição, a
corrupção em todos os níveis e a perda dos valores transcendentais, aumentam em proporções
alarmantes, esfriando o coração do homem, impulsionando a humanidade para um beco-sem-
saída.

O ego se robustece, aumenta o potencial de agressividade, de animosidade, reduz-se a
sensibilidade para com o sofrimento de nosso semelhante. Já não sabemos mais exercitar a
alteridade a empatia, se colocando no lugar do outro!

A humanidade involui sensivelmente, apesar do progresso material. Nossas crianças já usam
drogas, ar amas, as granadas e aparatos da violência já chegaram ás escolas. Há uso de
drogas, do fácil acesso às aramas bélicas e o aumentam os índices de mortalidade.

Enquanto vão crescendo a pobreza, a massa de excluídos, os sem-teto, o sem-nada e a
violência generalizada - em conseqüência da política neoliberal - vão decrescendo os valores
transcendentais da vida holística. O que certamente amplia a já extrema desigualdade na
distribuição de rendas e o abismo entre ricos e miseráveis, que somados à intolerância diante
das diferenças religiosas, étnicas, etc, vem aumentar a animosidade, acirrar os conflitos,
desencadear mais hostilidade e guerras.

Para ajudarmos a humanidade sair do beco-sem-saída, elevando-se da Cultura da Violência à
Cultura da Paz, temos que nos educarmos com os Três Fatores de Revolução da Consciência
contidos na Psicologia Revolucionária do Dr. Samael Aun Weor. Assim iremos aprender
como praticar o processo de transformação das impressões negativas em positivas, erradicar
de dentro de nós mesmos as causas da impulsividade, da agressividade e da violência. Aí
poderemos extirpar de dentro de casa um de nós os agentes que causam a raiva e nos
tornarmos melhores com nossos familiares, baixar os índices de violência doméstica,
violência nas escolas, na ecologia, nos esportes, etc.

A paz é um fator de construção, que depende de cada um de nós, começando dentro da gente
mesmo, aqui e agora, com os fatores revolutivos da consciência, trabalhando intensivamente,
de instante a instante, durante uma vida toda, com sacrifícios voluntários e esforços
permanentes.

Convencionalmente, apontam-se diversos fatores como causas da violência: exposição
acentuada das pessoas às cenasde violência da mídia, uso de drogas, acesso às armas,
corrupção oficial, crime organizado, impunidade, má distribuição de renda, desemprego, etc.
Entretanto, ao bem da verdade, convém dizer, à luz Psicologia Revolucionária, que os fatores
enumerados acima, não são causas, mas sim, conseqüências da violência. A real causa está
ocultada no ego, coisa que não ousam ensinar às crianças nas nossas escolas convencionais
antropocêntricas.

A maneira mais eficaz de se combater a violência é através da construção da paz, com os
fatores de revolução da consciência. Para isto, precisamos de uma educação para paz, que
conduza a sociedade ao caminho da liberdade; que os países instituam programas de
educação para paz, referenciando-se no Programa Cultura da Paz e Não-Violência, que foi
instituído pela Unesco, em 1994, objetivando construir um mundo de paz e justiça, melhor
para nós e para aqueles que virão depois, isto é, embasado nos parâmetros holísticos.

Qualquer programa de educação para paz passa pelo resgate dos valores humanos perdidos:
de democracia plena, liberdade, solidariedade, justiça, respeito mútuo entre indivíduos, entre
nações diferentes, entre crenças diversas, respeito às diferenças religiosas, culturais,
ideológicas, doutrinárias, sociais, culturais, etc.

Ao analisarmos algumas definições acerca da violência, vamos encontrar, de modo geral, que
violência é toda a ação física ou psicológica que prejudica o próximo, coisas e qualquer outro
ser vivo. Deste modo, os nossos atos egoístas, a má distribuição de rendas, o uso injusto ou
abusivo do poder, o uso da força que tortura, impõe sofrimento e morte, indisciplina na
família, na escola e na sociedade, se constituem em forma de violência generalizada.

As formas de violência nas escolas, na ecologia, nos esportes, na família e na sociedade, a
estas alturas dos acontecimentos, já tomaram uma proporção alarmante, que exigem soluções
imediatas, reflexões, programas, projetos, mobilização da sociedade, etc, para se fazer frente
a este movimento de destruição nefasto. Precisamos articular e mobilizar a sociedade para
uma tomada de posição em conjunto com todos os seus seguimentos, para buscarmos a paz,
por intermédio do combate às causas da violência, o que nos possibilita passar de uma cultura
de violência para uma cultura de paz.

A realidade escolar, cotidianamente, apresenta muitos pontos de conflitos que ampliam a
violência no interior das unidades escolares, onde há os impasses, os embates, agressões,
depredação, pichação, tráfico de drogas, tiros de armas de fogo, punhais, granadas, pancadas
e mortes. O hipertrofiamento dos agentes ps   icológicos do ego complica o relacionamento das
pessoas em qualquer aglomeração social, principalmente nas escolas, piorando a qualidade de
inteiração entre alunos, professores, pais de alunos, toda comunidade escolar.

A mobilização para educar as gerações, para se sair de uma cultura da violência, em direção a
uma cultura de paz, com um conteúdo programático de valores holísticos transcendentais,
com os fatores de revolução da consciência, as escolas ainda não ousaram fazer, salvo
honrosas exceções.

A cultura da reprovação nas escolas há muito tempo é utilizada como um componente de
controle da disciplina dos alunos. Agora que as escolas estão passando da cultura de
reprovação para cultura de aprovação, a onda de indisciplina vem emergindo com muita
força, a ponto de as autoridades escolares estarem perdendo o controle da sala de aula, onde
passa reinar o caos.

Há direção de escola que colabora com a cultura depositária das escolas, na medida em
matem os alunos no interior destas, mesmo quando estão com aulas vagas, sem professor,
sem direcionamento, na mais completa ociosidade, prontas para o delito.

A escola se tornou um grande depósito de alunos problemáticos, sem comportamento, sem
limites, que se constituem numa ameaça constante aos professores, aos funcionários e aos
demais alunos de bem.

Por outro lado, se escola não deposita estes alunos em seu interior, eles ficam na rua fazendo
coisas piores e aqueles que escola expul a ou que se evadem, se constituem numa ameaça aos
                                         s
professores. Eles esperam os professores nas esquinas, fazem emboscadas, rondam suas ruas,
suas casas, etc.

O presente escolar é negro, calcado numa cultura de violência generalizada, fruto de um
passado antropocêntrico nefasto, que tira esperança de um devir de luz para a humanidade.

O presente nasce do passado, assim como o futuro nasce do presente. O presente é o mais
importante, pois representa a síntese dialética do tempo, entre o passado que já se foi e o
futuro que é incógnito. Assim, o presente traz em seu seio a árvore do passado, que contém o
a semente do futuro, pois passado e futuro se interconectam através do presente. O passado
sobrevive no presente, que o transmite para o futuro. No presente está inserida a marca do
que se foi e a projeção do vamos ser. Então, o presente é o real. O passado e o futuro são
desprovidos de realidade.

A escola convencional não se preocupa em preparar o aluno para vida atual, com um
conteúdo de cultura da paz, com uma formação ética e holística; ela não o prepara para o dia
de hoje, prepara-o para um futuro incógnito, recheando-lhe a cabeça com um conteúdo
antropocêntrico, desprovido de significado holístico, sem preocupação com sua consciência,
com sua inteligência, com sua postura ética e com seu comprometimento com a paz.

A indisciplina na família, nas escolas e na sociedade é hoje um dos maiores obstáculos à
pedagogia, um atentado à moral, à ética, ao espiritual e ao educacional; ela é um agente do
caos, que desafia a paz social.

A indisciplina é filha dos agentes psicológicos inumanos do ego, que se constitui numas das
piores formas de violência nas escolas, na família e na sociedade. Porque indisciplina
significa desconstrução, ato contrário à ordem, à normalidade.
O indisciplinado é alguém que apresenta estados inumanos de desobediência, de desordem
interna, de desequilíbrio interior, de rebelião, de revolta, de subversão.
Indisciplina não combina com educação no sentido real da palavra. A escola convencional é
conivente com a indisciplina do aluno, porque não possui para este uma mensagem
educacional, de correção de seus estados internos caóticos, que seja capaz de orientar ao
aluno para aquisição da autonomia psicológica, que lhe permita o domínio de si mesmo, base
fundamental da libertação humana das garras da ignorância e do temor, guardiãs da
fragilidade humana.

A indisciplina por ser uma forma de violência, um elemento complicador do ente social, se
constitui num grande obstáculo à pedagogia, pois ela nega a educação, revela a ignorância, o
desequilíbrio, o temor e muitos outros estados que se opõem à autonomia individual e
coletiva do ser humano. Educar ao aluno significa ajudá-lo aprender o processo de construção
de sua autonomia, da disciplina, da ordem, da liberdade, do amor e da paz.

Ser indisciplinado significa andar na contramão da educação. Significa ser vítima de si
mesmo, ao seguir a trajetória da complicação pessoal, da escravidão de si mesmo, que o
levará à desordem, ao desequilíbrio, a intolerância.
Pelos caminhos da indisciplina se chega à intolerância, ao desrespeito às normas
estabelecidas e às pessoas em geral. O indisciplinado é um deseducado que perde o controle
de si mesmo, é desrespeitador, é resistente a ordem natural das coisas, é um desobediente,
que já perdeu o respeito pelo professores, pelos pais, pelos seus pares e por si mesmo. É um
imbecil que, se não se corrigir, causará transtorno à ecologia, à família, à escola e à
sociedade.

De nada adianta ensinar matemática, línguas, ciências, etc a um aluno, se não conseguirmos
ensiná-lo o caminho do reto-pensar, do reto-sentir, do reto-agir, componentes de uma
verdadeira educação holística, que trazem a autonomia e os princípios de construção de uma
cultura de paz.
Meus queridos alunos, nenhum sucesso nos estudos dos componentes curriculares compensa
um fracasso disciplinar! De que adianta a humanidade avançar em conteúdos centrífugos,
antropocêntricos, que reforçam a cultura da violência e retroceder nos caminhos da cultura da
paz que conduzem a humanidade a graus mais elevados dos valores ho     lísticos?

Nas escolas, os professores sãovítimas da indisciplinas dos alunos; por serem portadores de
uma mensagem instrutiva, que a princípio necessitaria de que seus alunos viessem
disciplinados de suas casas. Coisas impossíveis, pois a família está deteriorada e sociedade
está doente.
Já há poucas famílias que educam seus filhos, colocando limites, ordem e disciplina em seus
filhos. Assim, há tempo que a indisciplina escolar deixou de ser um evento esporádico, sem
importância, para se constituir numa grande alavanca da violência generalizada, num
obstáculo à tarefa educativa, num grande desafio à paz social.

A maioria dos pais, das autoridades e dos educadores, fica inerte ante a indisciplina dos
nossos filhos, dos nossos alunos, etc. Isto ocorre porque desconhecemos as reais causas da
indisciplina, seus efeitos e conseqüências. Todos nós precisamos saber que a raiz da
indisciplina está fincada no substrato dos agentes psíquicos componentes do ego. O dia em
que soubermos disto, poderemos elaborar as bases concretas da cultura da paz, através de
uma pedagogia revolucionária de erradicação das causas da indisciplina geradora de
violência.

A indisciplina e a violência nas escolas, na família, na ecologia, nos esportes e na sociedade,
infelizmente, se tornou um assunto que está cada vez mais em moda, dominando os meios de
comunicação. E violência nestes setores cresce dia após dia e vai roubando a esperança de
paz da humanidade.

Precisamos lutar para reversão desta trajetória nefasta da cultura da violência, enquanto ainda
há tempo e possibilidade de construirmos uma cultura da paz, se para isto nos unirmos para
enfrentar o Golias (violência generalizada) que aí está nos atacando.

Temos que sair do senso comum e mergulhar na consciência filosófica, para podermos
preparar adequadamente nossos filhos, nossos alunos, enquanto vamos preparando a nós
mesmos, para sairmos desta cultura da violência que aí está e adentrarmos numa cultura da
paz.

A sociedade humana adaptou-se a uma cultura de guerra e de diferenças religiosas, que
reforçam a animosidade, o ódio e os conflitos religiosos, raciais, culturais, etc. Esta cultura da
violência robusteceu o ego, fortalecendo o ódio, que se eclode nas mais variadas formas de
violência.

Apesar de tudo não podemos perder a esperança de construir a paz para nós e para aqueles
que vem depois. Não a paz estática, mas dinâmica, que irradia para os quatro cantos do
mundo. Eis que é chegada a hora de gritarmos em coro universal: basta à violência nas
escolas, na família, nos esportes, no campo, na cidade e na sociedade em geral! Chega de
indisciplina, veiculo da violência! Chega de injustiças sociais, de miséria, de desemprego e
de política neoliberalista nefasta! É a hora derradeira de cada um de nós apresentarmos nossa
proposta para paz, para as escolas educarem seus alunos para paz, das nações se ajuntarem a
Unesco, apresentarem seus programas e trabalharem concretamente para cultura da paz.
(Maurício da Silva - culturadapaz@hotmail.com).

1. EDUCAÇÃO DE QUALIDADE & INDISCIPLINA.

(Índice)
Para combater a indisciplina, a escola terá que se transformar numa organização para Cultura
da Paz que busque a educação de qualidade para promoção da equidade social e da cidadania
plena.
A sociedade está demandandouma cultura de paz fundada nos parâmetros holísticos, de boa
qualidade, e que promova a erradicação da violência nos quatro cantos do mundo. Coisas que
só serão alcançadas com equidade social e com a transformação de cada indivíduo da cultura
antropocêntrica que a compõe, embasada nos parâmetros holísticos.
Ao mesmo tempo em que a sociedade anseia por este tipo de escola que induza mudanças
radicais, poucos educadores se encontram em condições de realizá-las, devido à sua formação
antropocêntrica que possuem, precárias condições de trabalho, sobrecarga de tarefas,
isolamento profissional, fragmentação de espaço, má remuneração, falta de compromisso do
governo com a educação, etc.

Atualmente, na sociedade que demanda paz, não há escolas com políticas governamentais
que ofereçam encorajamento para os professores atuarem juntos. As políticas educacionais e
pedagógicas do governo são impostas à revelia dos educadores, como por exemplo, a
implantação da aceleração, progressão continuada, etc, no estado de São Paulo, que respalda
a manutenção do aluno analfabeto semi-analfabeto em suas fileiras, daquele que fica na
escola sem o menor compromisso com aprendizagem e vai avançando mesmo sem nada saber
ou com um saber insipiente, insignificante.

Não há oportunidades e nem motivação suficientes para os professores trabalharem em
equipe, para aprenderem um com os outros, para melhorarem sua habilitação e qualificação
profissional.

Uma escola que não envolve os seus professores nos process s decisórios que afetem os seus
                                                             o
trabalhos, que acha que os mesmos não são qualificados para tal, que possui uma direção que
os sufoca, não possui condição para trabalhar na construção da disciplina e da ordem. Por
outro lado, a escola que valoriza seus professores, onde os professores se sentem respeitados,
confiantes, envolvidos nos processos decisórios, podem ajudar a construir, de fato, a ordem e
a disciplina.

Para construção da qualidade de ensino, da eficiência e da excelência, da ordem e da
disciplina, é preciso levar em consideração como a escola é conduzida, como são as pessoas
que participam de sua liderança, como os professores, enquanto profissionais devem ser
tratados, como os professores se relacionam com os alunos e entre si, como se envolvem no
dia a dia da escola, porque o impacto na qualidade de ensino, no ensino-aprendizagem, na
ordem e na disciplina, nas salas de aula, dependem do envolvimento dos professores em cada
escola, do apoio que recebem, da valorização, do estímulo para que trabalhem coletivamente,
mais unidos aos colegas, etc.

Nas escolas onde se busca a gestão democrática, numa co-participação dos envolvidos nos
processos decisórios, os professores e os alunos serão mais responsáveis pelas políticas e
práticas que nelas são criadas.

Os teóricos da educação ao proporem projetos pedagógicos, precisam levar em consideração
a indisciplina dos alunos, prestar mais atenção nos propósitos do professor, apoiar suas
aspirações estabelecendo oportunidades para o confronto de crenças e pressupostos
subjacentes à sua prática cotidiana, escutar, ouvir o que os professores têm a dizer, evitar o
superestimo a pesquisa publicada e a subestima ao conhecimento do professor, evitar tratar
qualquer estratégia acima de qualquer crítica, criar uma comunidade de professores que
discuta as questões e crie um senso comum em sua escola.
A questão da indisciplina é extremamente importante, pois que, ensinar envolve todo um
aspecto moral, ético, etc., de natureza complexa, que não dá para ser reduzida a questões
técnicas e habilidades. O educador exerce um papel essencial na educação das futuras
gerações. Sua missão se agiganta dia-após-dia, na tarefa de socialização primária e
secundária; pois na medida em que a família se deteriora e as religiões se declinam, reduz-se
o contato do educando com os pais e amplia-se a exposição às imoralidades sociais. O
professor precisa se apoiar em métodos que respaldem-no lidar com equilíbrio com as
circunstâncias de desequilíbrio em classe, traduzidos nas formas de indisciplina e violência.

O projeto de educação para cultura da paz não pode contar com escolas que fazem algo para
o professor, ao invés de fazer com eles e por eles; escolas onde treinamentos no ambiente de
trabalho são impostos de cima para baixo com uma visão passiva do professor, enxergando-o
desprovido de habilidades, vazio, deficiente, subestimando sua forma de agir e seus
conhecimentos.

Qualquer projeto pedagógico deve, além da indisciplina dos alunos, considerar também os
professores em todas as dimensões, suas necessidades e sua experiência de anos de trabalho e
estudos, tratá-lo como professor holístico, integral e não parcial como faz o sistema
antropocêntrico.

Fracassam os projetos educacionais que não levam em conta a questão da indisciplina e da
violência nas escolas, que não disponibilizam recursos suficientes para sua execução, que não
consideram a intuição, treinamento e desenvolvimento do professor, que não motivam os
professores, que os alienam. Qualquer projeto pedagóg para transformar a sociedade e
                                                          ico
elevá-la da cultura antropocêntrica à cultura holística, não pode deixar somente aos
professores o pesado fardo da responsabilidade pela mudança na escola. Qualquer projeto que
se crie nos gabinetes dos teóricos da educação depende da atuação do professor para o
repasse final. E professor nenhum conseguirá repassar projetos, independentes de quais forem
as suas propostas, sem levar em conta às circunstâncias de indisciplina e violência que
permeiam a sala de aula.

Os teóricos da educação, ignorantes da prática escolar cotidiana, precisam saber que suas
teorias pedagógicas de nada valem e estarão fadadas ao fracasso, se os professores não as
adotarem em suas próprias salas de aula e não as traduzirem em uma prática profissional
cotidiana e efetiva.

Devido à política de individualização, proposta pelo capitalismo, as boas idéias, que muitos
professores possuem, costumam ser inacessíveis a seus pares. A responsabilidade do combate
à indisciplina e à violência nas escolas é de todos os segmentos da educação, para aqueles
sistemas de ensino que aspiram construir a disciplina, a ordem, a paz e a cidadania plena.
Porque quando a responsabilidade repousa somente sobre os ombros dos lideres, ela os
sobrecarregam e resultam em soluções parciais, fragmentadas e incorretas.

Uma escola de educação integral não age como se os professores não soubessem o que
fazem, privilegia suas competências e não negligencia suas incompetências. A escola de
educação integral possui um esquema de avaliação montada para avaliar as atitudes e não tão
somente conceitos dados aos alunos. A sua avaliação se focaliza no desenvolvimento, no
crescimento e na transformação do educando, concretamente demonstrada através de atos e
atitudes práticas revestidas de valores éticos e morais.

Há um consenso generalizado da necessidade de mudanças fundamentais nas estruturas
escolares, familiares e sociais para se alcançar uma educação de qualidade, para paz e
cidadania plena; para isso há necessidade de mudanças fundamentais no paradigmade
ensino, no currículo, nas lideranças, nos professores, em todos os níveis. É preciso educar as
crianças e reeducar os adultos, nas perspectivas pessoal, social e ambiental.

Os pensamentos, as idéias e os projetos em grupo, que considere o trabalho individual, se
constituem numa boa estratégia para conectar uma pessoa na outra, vencer o isolamento e
tornar-se força potente de transformações.

O isolamento cultuado pela ideologia capitalista limita o acesso a novas idéias, projetos e
melhores soluções, impede o reconhecimento do sucesso alcançado,permite o exercício da
incompetência, protege atitudes defensivas ante a crítica.

Historicamente convivemos nas escolas com a arquitetura e móveis não ergonômicos, com os
horários difusos, com os turnos e returnos, etc., que reforçam o isolamento e o trabalho
individual, desfavorecendo o trabalho em equipe, a rede de solidariedade e cooperação.

Em razão da sobrecarga de trabalho dos professores, da função de socialização primária que
são submetidos ao invés de secundária, que tornaram as obrigações do destes mais difusas,
classes necessariamente numerosas, que demandam ação educativa diversificada e a falta de
prioridades educativas por partedo governo se constituem em fatores que ampliam a
indisciplina e a violência generalizada nas escolas.

A comunidade escolar é uma pequena amostra da massa social, o que é lá fora é aqui dentro
com relação à sociedade. Na escola, a sala de aula é um palco onde se desenrolam os
problemas sociais, tais como valores invertidos, a indisciplina, a violência, etc; são fatores
que exigem do professor um esforço psicológico muito grande para contornar as situações, o
que aumenta a complexidade da aula.

Os valores éticos, morais e intelectuais dos professores não possuem mais relevância para os
alunos com tendências à indisciplina. A indisciplina e violência nas escolas vão se ampliando
à medida que os professores não conseguemtrabalhar e planejar juntos, compartilhando e
desenvolvendo suas especializações e suas experiências. Nenhum professor conseguirá
enfrentar as questões da indisciplina e da violência sozinho.

A concepção do trabalho coletivo para enfrentamento da indisciplina, da violência e outras
questões pedagógicas, embora vem fortalecendo teoricamente, não encontra ressonância na
prática, nas escolas convencionais antropocêntricas.

O trabalho da direção escolar em conjunto com os professores, o tratamento que aquela
dispensa a estes, ajuda muito no enfrentamentoda indisciplina, da violência, etc. Na
realidade, o que ocorre é que a maioria dos diretores, supervisores e autoridades, em geral,
tentam esconder, ainda nos dias de hoje, as questões da indisciplina e da violência em sua
unidade de ensino, numa tentativa de abafar o assunto, tentando tapar o sol com a peneira.
Desta forma, cada escola acaba tendo a indisciplina e a violência na medida EXATA de sua
PRÓPRIA DESUNIÃO.

É preciso que cada professor aja de acordo com o contexto, impondo postura adequada a cada
classe: em determinada classe se o professor abrir um sorriso, já não consegue dar mais aula
naquele dia; em outras, se adotar uma postura enérgica, tipo militar enérgico terá dificuldade
para relacionar. Para cenários diferentes, há necessidade de diferentes abordagens; contudo
em ambos é necessário envolver o aluno em atividades significativas que entusiasmem os
alunos.

A indisciplina e a violência se ampliam naquelas escolas onde os professores não trabalham
juntos fora da sala de aula: planejando, observando a elaboração do currículo unindo-o ao
ensino. As escolas que verdadeiramente queiram erradicar violência e indisciplina de seus
interiores, certamente deverão combater a cultura do individualismo, que é sustentada pela
ideologia capitalista, e trabalhar intensivamente na formação da cultura do coletivismo, da
cooperação, da solidariedade e fraternidade.

A maioria de nossas escolas se apresenta como um terreno propício à manifestação da
indisciplina e da violência, por representarem as últimas instâncias sociais, que legitimam o
isolamento do profissional através do trabalhar sozinho, o que a torna vulnerável aos
invasores externos sobre todo os aspectos.
                               s

Pela cultura do individualismo, a maioria de nós não conhece o vizinho do apartamento ao
lado onde moramos, da mesma forma que nas escolas há falha no inter-relacionamento; onde
professores, alunos, funcionários e dirigentes não costumam cumprimentarem-se, dialogar e
conhecer-se mutuamente pessoal e profissionalmente e saber o que o outro está fazendo.

Já vivemos numa época em que o aluno estudioso é marginalizado e perseguido na classe
pelos seus pares, da mesma forma que alguns professores desejam o insucesso de seus
colegas e reagem adversamente ao desempenho bem sucedido de colegas. Nas escolas onde
reina a cultura do individualismo, a oportunidade e a motivação originária de novas idéias,
para o sucesso no combate a indisciplina, a violência e outras questões relevantes estão
inacessíveis.

Para alcançarmos uma cultura da disciplina, da ordem e da paz, temos que quebrar, nas
escolas, a barreira do individualismo imposta pela cultura antropocêntrica do capitalismo, se
é que ocorram mudanças de fato.

Para conexão com idéias novas, teorias e práticas interessantes, que possam oferecer modos
mais eficientes de combate à indisciplina, à violência e outras coisas interessantes, nas
escolas, temos que erradicar o medo de solicitar ajuda para com a didática do TFRC,
aprendermos a compartilhar idéias, e extirpar de dentro de cada um de nós, os elementos
psíquicos que dão sustentação ao individualismo, limitando o nosso crescimento e
aperfeiçoamento, etc.

Para combatermos a indisciplina e a violência nas escolas, nós professores, temos que
aprender a usar o poder da colaboração, enquanto o ensinamos aos alunos. A incerteza do
nosso trabalho diante do quadro caótico da indisciplina e violência dos alunos demanda
colaboração para reduzir a força de resistência dos indisciplinados e aumentar a sensação de
força para construir a disciplina, a ordem e a eficiência para ensinar.

Para combatermos as resistências dos alunos, a indisciplina, a desordem e a violência nas
escolas, temos que usar a arma poderosa do trabalho em conjunto, para criar na sala de aula,
em meio à desordem, condições para os alunos trabalharem também em conjunto, para que
aprendam a fazer uso da forma mais poderosa de cooperação.

Nós os professores e os alunos, ao fortalecermos os laços da cooperação, estaremos
construindo a ordem e a disciplina, fortalecendo os laços de interdependência, de
responsabilidade compartilhada, de comprometimento, de aperfeiçoamento coletivo e uma
maior disposição para trabalhar juntos.


2. DISCIPLINA NA ESCOLA & COMPREENSÃO.

(Índice)
Todo mundo que já passou pela escola e vivenciou a existência de regras, normas, leis,
repressões, etc, que consiste no modo de contenção da violência no efeito, de forma
repressiva. Quando, se empregam os meios repressivos, sem o emprego de meios preventivo,
para coibir a indisciplina, a disciplina obtida se torna cultivo da resistência. Nas escolas onde
só se interessam pela informação e não pela formação do estudante, os professores colidem
frontalmente com a cultura da resistência.

quot;Se lutarmos contra o vício da bebida, este desaparecerá por um tempo, porém como não o
compreendemos a fundo, em todos os níveis da mente, ele retornará mais tarde, quando nos
descuidamos da guarda, beberemos de uma vez por todo anoquot;. (Dr. Samael).

Desta forma, nos ensina o Dr. Samael, em sua Psicologia Profunda, que se repelirmos os
vícios, sem compreensão, estaremos ampliando a resistência e a intensidade do vício na volta
deste, na recorrência.

Se repelirmos o vício da fornicação, por um determinado período, mantendo-se uma aparente
castidade, a luxúria retornará com mais intensidade, transformando-nos em indivíduos
fornicários irredentos, compulsivos, como se verifica através da incidência dos sonhos
eróticos, das poluções noturnas, dos desejos, paixões inconfessáveis e outras, que certamente
ocorrerão, pelo fato de não havermos compreendido a fundo as raízes da fornicação.

Na tentativa de refutar, de repelir e de resistir à ambição, muitos indivíduos se tornam
cobiçando a não serem cobiçosos, pelo fato de não compreenderem o processo de produção
da cobiça pelos eus desta legião de agregados.Assim, se tornam a seguirem determinadas
normas de comportamento ao disciplinarem contra a cobiça.

Ao disciplinarmos contra os nossos defeitos, aprendemos a rechaçá-los, a resisti-los, mas eles
continuam potencialmente existindo no nosso subconsciente, se escondem até dando-nos a
impressão de haverem desaparecido, para reaparecerem em dado momento, quando
estivermos descuidados, esquecidos da gente mesmo, nos enganam e aí esbravejamos toda
nossa ira, trovejamos a nossa raiva, colocamos em ação a nossa cobiça, a luxúria, a gula, etc.

O material de construção da verdadeira ordem, da real disciplina, da obediência, do respeito,
etc., advém da compreensão dos mecanismos de ação do ego e não da disciplinarização por
resistência, rechaçamento, etc., o que, na realidade, reforçam os defeitos, para recorrerem
mais intensidade.

O Estado de compreensão, que surge na liberdade criadora, não se gesta no calabouço da
armadura. A compreensão dos nossos defeitos criados pelo ego, para configuração da
indisciplina e da violência, necessita do estado de liberdade para nascer.

Os ensinamentos gnoseolísticos de transformação, de elevação do nível de ser, são aqueles
que se dirigem à consciência do estudante. Enquanto que as mensagens informativas
antropocêntricas se dirigem à periferia psíquica, para robustecerem o ego. Assim, todos nós,
pais e professores, devemos nos esforçar para dirigir ensinamentos gnoseolísticos à
consciência do educando.

Como é dito que quot;educação é tudo aquilo que fica (na consciência)quot;, após ter saído da escola
e esquecido o que ali aprendeu (conteúdo antropocêntrico), é necessário que cada educando
aprenda a ser livre com responsabilidade, adquira consciência, para filtrar, com o filtro da
compreensão, os valores que lhe são inculcados, examinar por si mesmo as coisas que são
positivas e as que são negativas, vivenciá-las para compreendê-las, sem antes aceitá-las ou
rechaçá-las.

É preciso que cada aluno tenha a liberdade para criar, para indagar, para compreender, etc.,
saindo do calabouço das proibições, das restrições, das disciplinas de resistência. Por outro
lado, é preciso que cada estudante saiba, que não há liberdade sem responsabilidade, que o
ego aspira direitos e liberdade para desconstruir a ordem e a disciplina, para colocar fim ao
ato pedagógico, por intermédio do ato indisciplinar, até quer ter direito, sem nenhuma
conexão com os deveres.

Nós pais e professores se quisermos daroportunidades ao educando para o desenvolvimento
de sua inteligência, devemos permitir que ele compreenda e experimente, por si só, a
realidade ou não, daquilo que ensinamos. Se autoritariamente estipularmos o que cada
educando deva ou não fazer, vamos tirar-lhe o direito de livre arbítrio, induzindo-o à cultura
da resistência, sem compreensão.

Há estudantes desinteressados que não querem descobrir e comprovar, por si mesmos, as
verdades contidas nos ensinamentos, por possuírem mentes mecanizadas, corroídas pela
entropia, fechadas, obtusas, que só imitam, como caturritas ou papagaios, tudo aquilo que
aprende, sem fazer indagação.

Do que adianta compreenderos conteúdos escolares, sem desenvolvimento da inteligência e
da compreensão, e não transferi-los para o contexto das práticas cotidianas de cidadania
holística plena.
A inteligência e a compreensão criadoras só chegam aos estudantes quando estes são livres
para investigar por si mesmos, quando podem estudar, pesquisar e analisar de modo
independente, sem medo de repressão, sem temor à censura, sem castigo, livres da disciplina
impositiva pela cultura da resistência.

Nós pais e professores precisamos entender definitivamente que jamais chegará à autonomia,
à compreensão, ao desenvolvimento da inteligência criadora, aquele aluno amedrontado,
assustado, submetido a castigos e a disciplinas da cultura de resistência generalizada.

A escola, os pais e professores cometem violência contra as crianças, jovens e adolescentes,
ao cercear-lhes a liberdade de livre iniciativa e o livre arbítrio. Já no regimento escolar da
colônia, na época pombalina, existia um artigo que dizia que se houvesse, aqui no Brasil,
algum moço com pensamento novo, este devia ser expulso da escola.

Até hoje, nas famílias e nas escolas, cometem-se o crime da liberdade cerceadora, da
liberdade criadora, da cassação do direito do livre arbítrio, na medida em que veiculam uma
informação antropocêntrica, voltada apenas às carreiras. Dai que estas estâncias
socializadoras só se interessam que os filhos e educandos se tornem médicos, engenheiros,
advogados, etc., de maneira automática, pela tradição familiar, regimes nacionais, etc.

De repente, se há algum moço que queira fazer algo novo, algo diferente dos demais
autômatos, para sair dos aguilhões de preconceitos, das coisas antiquadas, etc., pais,
professores e autoridades apertam-lhes o cerco, aconselhando-o para não fazer isto ou aquilo,
dizendo que se desobedecer ficará sem apoio, porque isto é uma má idéia, é uma loucura, etc!

Com isso, o educando fica totalmente refém do sistema antiquado, retido no cárcere da
disciplina imposta de configuração antropocêntrica, preso às tradições, aos costumes, aos
procedimentos antiquados, às idéias decrépitas e aos ideais retrógrados, sem a possibilidade
de efetuar ruptura de paradigma, o que ocorre somente com os extremamente rebeldes,
revolucionários, gente de coragem de ferro para efetuar a grande rebelião.

Na educação profunda, os ensinamentos de perfil holístico ajudam o educando a conciliar
ordem com liberdade adequadamente, consoante aos preceitos do Dr. Samael de que a
liberdade sem ordem é anarquia e a ordem sem liberdade é tirania.

Para a educação profunda é interessante combinar adequadamente liberdade com ordem. Os
educandos precisam construir sua autonomia psicológica para que possam investigar por si
mesmos, para descobrir e decidir o que realmente deseja fazer na vida e julgar o que é certo
ou errado.

A disciplina imposta, sem a devida compreensão, conduz as pessoas ao desequilíbrio, à perda
da sensibilidade. Assim, as pessoas submetidas a rigorosa disciplina costumam se tornarem
cruéis, impiedosas, agressivas, vio
                                  lentas, insensíveis ao sofrimento e à dor dos seus
semelhantes, totalmente desprovidas de alteridade, de solidariedade, de empatia, etc. Isto
ocorre com alguns policiais, alguns militares e também com animais, principalmente com os
cachorros treinados para serem agressivos.
Muitas pessoas da época atual, que foram submetidas a processos rigorosos de
disciplinarização, através de regulamentos e outros processos, sem a devida educação para
compreensão, acabaram perdendo a sensibilidade, se tornando cruéis e impiedosas.

Para que sejamos livres, precisamos construir nossa autonomia psicológica, despertar a
consciência dos nossos direitos e também dos nossos deveres, por intermédio das técnicas de
revolução da consciência, e nos tornamos humanitários, solidários, holísticos, sensíveis, etc.

A liberdade está relacionada à autonomia, que, por sua vez, depende do percentual de
consciência desperta do indivíduo e da sensibilidade da autoridade, etc.

A atuação da consciência sobrepõe à disciplina. Por atuação da consciência subtende a
concentração contínua em si mesmo, na tarefa de auto-observação, sem se identificar com as
coisas da vida diária. Pela atenção consciente economizamos energia e pela desatenção, pela
distração, perdemos muita energia, que é consumida pelos eus no processo de dispersão, ao
nos identificarmos com as coisas diárias da vida.

Quando identificamos com os eventos diários da vida, perdemos energia criadora, que é a
energia responsável pela construção da consciência. Quando aprendemos a concentrar
somente naquilo que estamos fazendo, uma só coisa por vez, economizamos a energia
criadora, formamos um potencial vivo de construção da consciência.

Para isto, não podemos esquecer de nós mesmos ao tempo todo! E quando aprendemos a
manejar a atenção consciente, podemos comandar os nossos pensamentos, os nossos
sentimentos e as nossas ações inteligentemente, o que constitui em autonomia psicológica e
liberdade criadora conquistada.

Cada estudante precisa aprender a manejar seu potencial de energia criadora para despertar a
consciência. Porém, o professor não sabe fazer isto, porquê ninguém lhe ensinou. Porém,
precisamos aprender para poder ensiná-los, pois quando o estudante aprende a usar a atenção
consciente, fica sobrando.

Os estudantes que aprendem o manejo da atenção consciente estarão sempre atentos às aulas,
com suas lições em dia, mantendo sempre a ordem, sem necessidade de qualquer processo de
disciplinarização.
O estudante que aprende a usar a atenção consciente concilia inteligentemente a ordem e a
liberdade, fica isento da identificação com as coisas, com as pessoas, e com as idéias, com
todas as coisas que produzem a fascinação, que produzem o sonho da consciência.

Se o estudante aprende a prestar atenção nas aulas, sem se identificar com as circunstâncias
que envolvem a sala de aula, vive-se em real estado de disciplina, sem precisar de
disciplinarização compulsiva. Disciplinarização compulsória, sem conscientização, se
constitui em repressão e conduz o estudante à insensibilidade humanitária.

Se o estudante aprende a prestar atenção consciente, sem identificação, fica sobrando a
disciplina, mas quando se identifica com alguma coisa, quando se deixa de prestar atenção
em si mesmo e começa a prestar atenção em algo ou em alguém, esquecendo-se de si
mesmos, resulta a fascinação, o sonho da consciência, os defeitos se afloram e daí vem o ato
indisciplinar, o ato infracional, a desordem e o caos na sala de aula.

Os estudantes devem aprender a prestar atenção às aulas, concentrar nas atividades
educativas, sem se esquecerem de si mesmos, para não caírem na dispersão, no sonho da
consciência e na produção da indisciplina e da violência generalizada.

O Dr. Samael deixou para o estudante gnóstico a prática SOL, para desenvolver a atenção
consciente e economizar o potencial de energia criadora. Esta prática consiste numa técnica
extraordinária de concentração da atenção, em três partes: sujeito, objeto e lugar.

Quando aprendemos a dividir a atenção em três partes: sujeito, objeto e lugar, é que teremos
de fato atenção consciente. Como é feita a prática do sol? Em cada lugar que estivermos, de
instante a instante, devemos perguntar: quem eu sou, onde estou, por que estou aqui?

Na realização da prática do sol, cada estudante deve visualizar a si mesmo, em ação, em
relação àquilo que esteja fazendo, de instante a instante, sem esquecer de si mesmo, sem
identificação com as circunstâncias eventuais.

Assim, cada estudante deverá ver a si mesmo como o ator principal da cena, quando estiver
realizando atividades de pesquisa, experimentos, prestando atenção nas exposições dos
professores, assistindo filmes, realizando atividade de prova, de exercícios, quando estiver
estudando, praticando esportes, descansando,etc.

Quando o estudante aprende de fato a dividir a atenção em sujeito, objeto e lugar, não comete
o equívoco de identificar com as pessoas, com as coisas ou com idéias. Assim economiza
energia intelectiva para construção de seu universo cognitivo e mergulha no mundo do
despertar da consciência.

A mesma disciplina que coloca limites e ordens nos estudantes, por outro lado, não lhes
garante o prestar de atenção consciente. Pois em relação a inteligência criativa, a disciplina
representa é um obstáculo, representa um aprisionamento do processo mental criativo.

É importante que o estudante aprenda a prestar atenção consciente, tanto na escola, como no
lar, na sociedade, na vida cotidiana, para evitar o erro de esquecer de si próprio, mergulhar no
mundo da fascinação, cometer indisciplina, a violência generalizada e colher os insucessos e
os fracassos da vida.

O estudante que se esquece de si mesmo na classe comete delitos indisciplinares e
infracionais, obstacularizando o ato pedagógico e trazendo complicações para si próprio, para
os seus pares e para seus pais; da mesma forma, lá fora da escola, o indivíduo ao esquecer de
si mesmo, diante de determinadas situações, acaba cometendo crimes e indo parar na prisão,
no hospital ou no cemitério. Como, por exemplo, a pessoa que se esquece de si mesma e se
identifica com uma ironia, com uma gozação, com um insulto ou qualquer tipo de agressão,
acaba revidando o insulto ou qualquer tipo de agressão, reagindo à agressão, revidando a
estas agressões com outras agressões mais fortes, com morte, etc., e acaba indo para detrás
das grades das prisões, das prisões, etc.
Toda a indisciplina, toda violência, todo erro, etc., cometidos pelos estudantes no interior da
classe ou por qualquer pessoa na vida cotidiana, são decorrentes do esquecimento de si
mesmo, o que traz conseqüentemente a identificação, a fascinação e o sonho da consciência.

O estudante ou o cidadão que não se deixam hipnotizar pela fascinação, nem com o insulto,
que não se identifica com as circunstâncias negativas do contexto onde está inserido, aquele
que sabiamente usa a atenção consciente, será incapaz de valorizar as palavras, os gestos e as
ações do assustador, do amedrontador, do agressor, do insultador. Daí, não seria capaz de
feri-lo, de agredi-lo ou de matá-lo!

A educação profunda sabendo que a indisciplina, a violência e todos os erros que comete o
ser humano são devido à identificação, à fascinação, ao sonho da consciência - atua no
sentido de ensinar a cada estudante erradicar de dentro de si mesmo as causas destes erros,
que acha radicada no substrato do inconsciente, no ego. Para tal é de mais profundidade
transmitir ensinamentos dirigidos ao despertar da consciência dos estudantes do que
escravizar a massa estudantil, por meio de disciplinarização imposta para resistência.



3. INDISCIPLINA, DESORDEM E CAOS NAS ESCOLAS.

(Índice)
A essência pedagógica que produz a qualidade e quantidade de conhecimento, do saber,
precisa de norma e de um conjunto de parâmetros para produzir resultados.

A indisciplina é o quot;material bélicoquot; utilizado por quem não quer aprender. Daí, é que os
teóricos da educação precisam saber que o sábio, o professor, o mestre, só pode transmitir o
seu saber a quem quer saber. Não se pode ensinar a quem não quer aprender, porque há que
se respeitar o livre arbítrio do indisciplinado, que não que aprender. O que não se pode fazer,
é deixar o indisciplinado prejudicar o ato de aprender dos que querem saber, através de sua
indisciplina, como ocorre nas escolas convencionais antropocêntricas de hoje.

A disciplina e a ordem geradas pelos elementos da essência psicológica, na alma do
educando, se constituem num pré-requisito essencial ao exercício pedagógico do ensi ar-n
aprender. Como, infelizmente, as escolas estão recebendo alunos sem socialização primária,
sem este pré-requisito, a produção da qualidade e quantidade de conhecimento está
deteriorada. Daí que a escola que ousar produzir qualidade e quantidade de saber aos seus
alunos, deve possuir normas fortes e professores energéticos, para coibir a indisciplina e
guarnecer a ordem essencial ao clima pedagógico. Além disto, a necessidade de realização de
uma prática educativa embasada no paradigma holístico.

No cotidiano escolar, contextualizado pela violência, os educadores, atônitos, buscam, uma
maneira precisa, uma explicação, para a existência da indisciplina escolar. Por falta de
embasamento holístico, clareza de consciência, por desconhecimento da verdadeira causa da
violência, se equivocam aqueles educadores que acham que a indisciplina é um quot;sinal dos
tempos modernosquot;. Da mesma forma erram aqueles saudosistas que buscam a prática escolar
do passado, sem levar em consideração que a disciplina, a obediência cega às regras e leis e
não contestação de que a autoridade dos pais e dos professores, outrora, era conseguida por
intermédio de práticas despóticas e corretivas do autoritarismo ignorante.

A sociedade está cansada de violência e demanda cidadãos construtores da paz. As escolas
precisam de atualização no seu processo pedagóg de acordo com a nova demanda social,
                                                   ico,
mas que estão com muitas dificuldades, por não possuírem em mãos os meios eficazes de
combate à indisciplina no efeito, através de leis e professores enérgicos, e, nem na causa, por
uma pedagogia holística, para erradicação dos elementos egoísticos dos alunos.

Também se equivocam aqueles que vêem a indisciplina como reflexos da pobreza, pois
pobreza não é causa da indisciplina e sim o ego. E o ego, tanto do pobre como o rico, o
possui de forma hipertrofiada. Trabalho na Rede Pública e Privada, como professor de Física
e noto que a indisciplina e violência nas escolas particulares são maiores ainda que nas
públicas, muito embora sejam camufladas.

Da mesma forma, os meios de comunicação não se constituem em causa da violência e da
indisciplina, como muitos pensam, mas o veículo de sua divulgação, sem o compromisso
com a proposta de sua erradicação.

O sistema escolar é o filtro de purificação da sociedade, que possui a missão de formar
cidadãos éticos, holísticos, íntegros, por meio de uma formação de paradigma holístico. Na
medida em que a escola convencional antropocêntrica não tem conseguido atender esta
demanda, por ausência de uma didática revolucionária de erradicação da causa da violência,
ela se torna vítima das circunstâncias estabelecidas por uma sociedade de cultura da
violência.

A indisciplina e a violência, gestadas no espaço inconsc  iente do ente humano, que são
reforçadas pela falta de políticas sociais, condizentes com a dignidade humana,
comprometem o espaço escolar, a tal ponto que os muros escolares se transformaram em
ponto de intersecção entre a violência que entra na escola e a que sai dela, através de uma
sociedade doente.

A indisciplina e a violência escolar se constituem em casos graves de violência generalizada,
na medida em que se constituem em armas poderosas de turbulência e de destruição do
espaço escolar, que é o local sagrado de formação de uma nova geração de construtores de
uma cultura da paz.

O aluno não é um receptáculo vazio, como pensam; ele traz para a escola, embutido no seu
universo psicológico, as causas da indisciplina e da violência, reforçadas pelas conseqüências
das circunstâncias sociais antropocêntricas vivenciadas na família e na sociedade, onde reina
a violência generalizada.

Com raras e bondosas exceções, as escolas vêm recebendo, já a esta altura da humanidade,
uma clientela inadequada, modelada na cultura da violência de seus pais e no meio social
onde vive; diante de tal circunstância a escola se vê impotente, pois não possui mecanismo
pedagógico para tal.
O aluno indisciplinado e violento, na escola, traz na sua personalidade a má educação
recebida no lar, fruto da dissolução do modelo nuclear familiar, ou da falta de interesse na
educação de seu filho. O universo cultural do aluno, determinado por uma cultura de
violência traz influência ao seu comportamento. Não é mais tempo de escola e família se
eximirem da responsabilidade de modelar o comportamento do educando. Família e escola
devem atuar juntas na educação dos filhos. Não se pode deixar que a responsabilidade do
comportamento do aluno recaiaexclusivamente na família e vice-versa.

O comportamento indisciplinado do aluno é conseqüência de causas internas ao aluno, bem
definidas por fatores endógenos que determinam a personalidade e características individuais,
conforme se estuda na Psicologia Revolucionária do Dr. Samael aun Weor.

A indisciplina não é causada por certos traços inerentes à infância e adolescência, como
muitos pensam, mas por fatores endógenos. Muitos profissionais da educação cometem
violência, em atribuir aos professores a responsabilidade pela causa da indisciplina dos
alunos em classe.

Na realidade, devido à fragilidade das normas que regulamentam as relações na classe e à
ausência de uma mensagem gnoseolística para transformação do aluno, levando-o de uma
cultura da violência a uma cultura de paz, estes alunos já fizeram seus professores de reféns.

O sistema escolar não percebe que a raiz da indisciplina, numa cultura de violência, que
vivemos, está inserida no universo psíquico do alunado, que está se ampliando cada vez mais,
devido à falta de autoridade, que foi tirada, do professor e pela falta de controle e de
aplicação de sanções convenientes.

Apesar do avanço da indisciplina e da violência na família, na escola e na sociedade, o tema
ainda é tratado com uma óptica parcial e pouco profunda, cercada de opiniões divergentes.

Os educadores e autoridades devem compreender que os determinantes da indisciplina e da
violência estão inseridos no interior do próprio homem; que a indisciplina e a violência são
influenciadas por fatores intra, e também extra, escolares. Desta forma, a escola enquanto
organismo isolado, como uma mensagem antropocêntrica destituída de poder transformativo,
não possui solução para a indisciplina e a violência. Mas se a dotarem de uma mensagem
gnoseolística, formadora de uma cultura de paz e de normas fortes, ela teria como erradicar a
indisciplina e a violência na causa.

Os alunos precisam de aulas com qualidade, de conteúdos significativos, de professores
equilibrados, sem os comportamentos extremos: deum lado a aspereza e autoritarismo de
alguns; de outro lado, a permissividade, a bondade de outros, etc. Evitar-se-ia a indisciplina,
nas escolas, se as aulas deixassem de serem estáticas, com os alunos tendo que ficar horas a
fio sentados, sem nenhum tipo de atividade significativa; se suprissem a escassez de material
e a ausência de regras e normas frouxas, com leis claras, firmes e objetivas e com proposta
transformativas e desafiadoras.


4. EDUCAÇÃO PROFUNDA NA FAMÍLIA E NA ESCOLA.
(Índice)
O desenvolvimento do indivíduo depende das influências culturais e ambientais. Daí a
importância de proporcionar condições para transformação de uma sociedade holística, de
uma cultura de paz e não violência, pois as características de cada indivíduo são determinadas
a partir das interações de cada indivíduo com o meio ambiente. Entretanto, a Psicologia
Revolucionária nos ensina que cada indivíduo traz consigo, ao nascer, um percentual de
essência, livre, que aos poucos vai se ofuscando através dos elementos inumanos do ego,que
é a base de geração da indisciplina e da violência.

Para renovar a cultura, para criarmos uma Cultura de Paz e Não-Violência, é preciso ter uma
ordem e uma disciplina, num processo de influência bidirecional, em que o indivíduo é
influenciado pelo meio, modifica a cultura e é modificado por ela, num eterno processo de
interação constante, à medida que vai constituindo as características de seu comportamento.

Temos a possibilidade de apropriar da cultura elaborada pelas gerações anteriores, com
ordem e disciplina, ao mesmo tempo em que modificamos o meio ambiente e o meio social.
Daí a importância de passarmos do paradigma antropocêntrico para o gnoseolístico.
Precisamos construir uma cultura de paz, à medida que transformemos e vivenciamos a
cultura da violência que aí está.

A paz é um fator de construção e não haverá paz se não efetuarmos uma mudança do
paradigma antropocêntrico, base de sustentação da violência generalizada que aí está.

Como a relação entre o homem e o mundo é medida através da tecnologia e de um sistema de
signos, constituídos historicamente pela massa social presente no ambiente, é necessário
produzirmos ciência e tecnologia com consciência, para objetivos holísticos de preservação
da vida e do meio ambiente, impregnados de significado cultural.

Precisamos de uma linguagem gnoseolística para mediar e amenizar as condições sociais
generalizadas e elaboradas sobre a cultura da violência social generalizada que temos. As
crianças e adolescentes não poderiam, ao modelarem os seus comportamentos, estarem
recebendo a carga pesada da cultura antropocêntrica pregressa, da violência que campeia os
quatro campos do mundo.

As crianças, membros imaturos da espécie humana, não poderiam estar apropriando
ativamente a carga ancestral de conhecimento, no modo de funcionamento antropocêntr
                                                                                  ico,
da sociedade de comportamento indisciplinado, de natureza e cultura violenta.

Nossas crianças e adolescentes precisam internalizar as experiências culturais positivas, para
formação de seu comportamento, para organizar os seus próprios processos de compreender,
controlar e dirigir suas ações para paz.

A educação familiar, escolar e social tem um papel preponderante na formação do
comportamento dos sujeitos que vivem numa sociedade letrada como a nossa, em que somos
desafiados a entender as bases de concepções científicas e a tomada de consciência do
patrimônio social adquirido.
A indisciplina do aluno, na escola, é resultante de muitos fatores e influências que recaem
sobre a criança, ao longo de seu desenvolvimento, na família e no meio social. Desse modo, a
indisciplina dos alunos não é alheia à escola e à família, que são as instituições responsáveis
pela educação em nosso meio social.

Há necessidade de reorganização da família, com base em valores gnoseolísticos, pois ela é o
primeiro contexto de sociabilização que exerce enorme influência no comportamento das
crianças e adolescentes.

A indisciplina do aluno na escola é resultante dos elementos psíquicos inseridos no ego; é
caracterizada pela personalidade e alimentada pelas experiências na família, nas relações
sociais e no contexto histórico de suas vidas.

Podemos inferir, com base nos estudos de vários autores, que os pais e professores precisam
explicar as normas e regras aos seus filhos e alunos. Pois o que ocorre é que muitos pais e
professores são autoritários, bastante rígidos, controladores, exigentes, primitivos, valorizam
enormemente as regras e normas, mas não amorosos, afetuosos e não explicam claramente as
regras e as normas às crianças e adolescentes.

Pessoas demasiadamente autoritárias são violentas e costumam fazer uso de severas ameaças
e castigos às crianças e adolescentes, quando estas infringem as normas e regras.
Conseqüentemente, eles conseguem impor uma obediência cega, fundamentada no medo,
destituída de compreensão que leva o educando a manifestar comportamento disciplinado,
mas robustecido de timidez e medo, que conduzem-na à baixa auto-estima e prejuízo para a
autonomia.

As autoridades, pais e professores não devem atrelar a disciplinaridade do educando ao ato
receberem gratificação e evitarem castigo, como se faz com os animais irracionais, mas sim
com base na consciência.

Os estudantes orientados com conhecimentos de fundamentação gnoseolística desenvolvem a
capacidade de respeito aos seus professores, aos seus pais e às autoridades em geral. Ao passe
que aqueles orientados segundo os parâmetros antropocêntricos, desenvolvem aprendem a ter
medo de seus professores, de seus pais, das autoridades, etc.


Precisamos revalorizar a obediência às regras e às normas, mas atrelada a uma didática
elucidativa de suas causas e de seus objetivos e propósitos, para reconquistarmos os valores
comportamentais perdidos pela humanidade.

Pais, professores e autoridades permissivos costumam valorizar o diálogo e o afeto, para isto,
são tolerantes e indulgentes, por um lado; mas que, por outro lado, favoreçam a indisciplina
dos educando, enquanto exige responsabilidade dos mesmos. Conseqüentemente propiciam
aos educandos a gestação de um comportamento impulsivo, agressivo, indisciplinado, com
dificuldade de assumir compromissos com responsabilidade.
Professores, pais e autoridades, em geral, precisam estimular nos educandos as capacidades
de iniciativa, de autocontrole, de auto-estima, de solidariedade, de empatia, de alteridade e de
interdependência holística, como meio de formação de uma cultura de paz e não violência.

Precisamos educar para autonomia, para que cada indivíduo compreenda o calor da ordem e
assuma postura de cidadania plena e ética, diante das situações que se apresentam,
obedecendo às regras, às normas e às autoridades, aos pais e aos professores por seus valores
intrínsecos e não pelo medo.

Nós pais, professores e autoridades em geral, precisamos de maneira democrática respeitar as
necessidades e capacidade de cada educando, controlar e dirigir suas ações imaturas,
exigindo seu amadurecimento e independência holística. Devemos estimular os educandos a
expressarem suas opiniões, respeitando seus pontos de vista, demonstrando flexibilidade,
explicando com clareza os motivos das regras estabelecidas e seus limites.

Precisamos compreender que a disciplina, exigida de uma criança, possui seus limites; não se
pode exigir além das capacidades de cumprir de cada educando e que a disciplina de forma
rígida, sem compreensão gera comportamento de revolta, que demanda a indisciplina.

Precisamos educar dentro de princípios democráticos, pois que uma relação entre professor e
aluno, pais e filhos, autoridades e subordinados, baseado no controle excessivo ou na
tolerância permissiva gera condutas diferentes do que aquelas inspiradas nos princípios
democráticos.

Portanto, a família, a escola e a sociedade devem andar juntas na educação do ser social. Não
se pode negar a importância de cada uma destas instituições. Da mesma forma que não se
pode negar a influência que cada um exerce para a deseducação, quando não cumpre a parte
que lhes cabe no processo.

A verdadeira educação que precisamos ter para nossas crianças e adolescentes, para criar uma
cultura da paz, não provém somente do seio familiar, mas de todos os meandros
socializadores, principalmente da escola.

Se a escola se revestisse de uma didática transformadora, embasada nos parâmetros
holísticos, poderia educar até mesmo as crianças provenientes de uma família destruída, com
socialização primária comprometida; desde que estas crianças ou adolescente queiram
aprender, apesar das adversidades e vivenciar um outro tipo de contexto, um modelo
diferente de educação embutido na socialização secundária.

Então, a escola, agência de socialização secundária, possui um papel preponderante de
oferecer oportunidades de ressocialização do educando provindo de uma cultura da violência,
levando a uma cultura da paz, oferecendo-lhe informações e experiências desafiadoras,
capazes de transformá-los, de desencadear-lhes novos processos de comportamento, de
ordem, de disciplina e uma interdependência holística.

Cada professor deve, ao invés de ficar lamentando a falta de educação familiar, fazer uma
análise aprofundada acerca das causas da indisciplina na sala de aula e elaborar propostas
eficazes para sua erradicação, através de uma pedagogia de transformação, proporcionada e
financiada pelos órgãos mantenedores públicos e privados.

O papel da escola transformadora não é o de transformar-se numa agência de depósito de
gente, para compensar as carências culturais, efetivas, distribuidoras de merendas, de
remédios, escovação de dentes, etc, mas sim, de oferecer acesso a informações,
proporcionando experiências nova e desafiadoras, de transformação para maior grau de
                                  s
seidade holística e para novos processos de comportamento disciplinar.

As escolas no Brasil, por má interpretação do Estatuto da Criança e do Adolescente e por
ausência de prioridade educacional, seeximindo de suas tarefas educativas, no que tange a
disciplina, a ordem, aos valores éticos, morais, espirituais, contribuindo assim,
significativamente para o aumento da indisciplina e da violência generalizada em seu interior.

As escolas precisam adequar suas exigências às capacidades de respostas dos alunos, levando
em consideração as possibilidades e necessidades destes quanto aos seus interesses, aptidões,
capacidade de concentração, possibilidades motoras, necessidades matérias de formação
holísticas, etc.

As autoridades, pais e professores ao elaborarem suas regras e normas precisam ensinar aos
educandos as intenções e propósitos destas e as suas conseqüências, se estas forem
infringidas. É preciso que os educadores, que além de oferecerem as oportunidades aos
alunos de conhecerem as regras e normas, com suas finalidades e propósitos, que reflitam e
sejam coerentes quanto a sua conduta e quanto ao comportamento esperado dos alunos.
Os educadores precisam ser coerentes quanto ao seu comportamento e quanto àquele
esperado do educando, pois é através dos exemplos, das ações e não das intenções, que a
criança aprende. Então, o professor precisa ter uma postura ética e correta, pois a criança
imita modelos externos na sua aprendizagem.

Já é grande a literatura acerca da indisciplina e violência nas escolas, que mostra os embates e
a turbulência que ocorrem na classe, que retratam a deterioração da educação familiar, os
equívocos da escola em face das necessidades, interesses e possibilidades dos alunos, mas
este livro é o primeiro do gênero, escrito no paradigma gnoseolístico.

Na medida em que a escola convencional antropocêntrica não possui uma filosofia e nem
uma didática gnoseollística com capacidade de educação transformativa, que a família não
faz a socialização primária e que o governo não prioriza a educação, respaldam os motivos
alegados pelos alunos sem limites, indisciplinados, que encontram ali, um terreno fértil para
robustecimento da indisciplina e violência gestados pelos elementos psicológicos inumanos
do ego.

Vygotsky, quanto ao papel da escola e dos educadores na formação do educando, sugere que
a escola não pode se eximir de sua tarefa educativa acerca da disciplina; assim, muito mais do
que nós educadores ficarmos lamentando a falta de educação familiar, esperando que a
família faça isto para nós, é preciso que acolhamos estes antecedentes como ponto de partida
para nossas ações pedagógicas.
Neste ponto de vista, é preciso que a escola discipline os alunos, primeiramente, colocando
um mínimo de limite, através de matérias que os transformem, para depois inserí-los no
universo das matérias instrutivas como as ciências exatas, humanas, sociais, médicas, etc.


5. Moralidade & Disciplina.

(Índice)
Na psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget, encontramos a vinculação entre regras
e moral, e, a importância que o respeito às regras exercem no desenvolvimento da
moralidade. Ressaltando que respeito às leis e regras é diferente de obediência às leis e
regras; pois o respeito é produto da educação, é fruto da consciência da compreensão, que
emana da consciência e obediência cega e representa medo, temor de represália, de castigo,
etc.

Os estudantes sem autonomia psíquica obedecem cegamente às leis e regras, não adquirem a
cultura do respeito; daí que se não fossem pelo medo dos castigos, violariam estas regras e
leis. Assim acontece com os filhos e com os alunos que se comportam bem diante de seus
pais, de seus professores e autoridades, mas se comportam mal na ausência destes. Enquanto
que os estudantes que possuem autonomia, tem uma cultura de respeito, sustentada da
consciência; dai que ao respeitarem, não o fazem por medo, mas pela compreensão da
importância que o respeito tem para a ordem, para a conivência em grupo, para o equilíbrio
eco-psicosocial.

Piaget afirma em o quot;Juízo Moral na Criançaquot;, obra publicada em 1932, que quot;toda moral
consiste numa estima de regrasquot;. Portanto, a base de toda moralidade deve ser procurada no
respeito, que o indivíduo adquiri pelas regras.
Só pelo desenvolvimento da compreensão, através do ato educativo, é possível se chegar ao
respeito às leis. Daí a importância do ato educativo, fundamentado em parâmetros
gnoseolísticos, para construção de uma doutrina da paz e não violência.

Para Kant, filósofo iluminista, em sua obra quot;Fundamentação da Metafísica dos Costumesquot;,
(1785), a lei moral, precisa ser universal e possui duas partes de imperativos hipotéticos e
categóricos e Piaget se baseia em Kant e os seus estudos sobre a moral da anomia, da
heteronomia e da autonomia. A trajetória de formação do juízo moral, que vai da anomia à
autonomia, chamado de caminho psicogenético(vectação). Tal caminho começa com a fase
da anomia, isto é, com a ausência de regras, que consiste na fase vivida pelos recém-nascidos,
que ainda não conceberam as regras estabelecidas, portanto, não sabem o que deve e o que
não deve ser feito. Heteronomia: é a fase que a criança já possui percepção das regras, mas
obedecem-nas por temor e não por compreensão; daí que sabem que sua fonte é variada,
quem a determina são os outros; a criança sabe que há coisas que podem ou não ser feitas. Na
fase de autonomia o indivíduo sabe que existem regras cujas fontes estão nele próprio.

A autonomia de cada um de nós está na relação direta do potencial de consciência desperta
que temos, à luz da Psicologia Revolucionária do Dr. Samael Aun Weor. A anomia e
heteronomia são caracterizados nas pessoas egóicas, por um estado de escravidão
psicológica, ausência de discernimento, indisciplina e desordem psíquicas, que desencadeia
na produção da violência e do caos nas escolas, na família e na sociedade.
Os professores devem educar os alunos para liberdade - sabendo que está só advém a ele
através da autonomia - para a solidariedade, para cooperação, para o respeito recíproco, para
relação de reciprocidade ética, onde o individuo egocêntrico, produtor de indisciplina e
violência, cede lugar ao filantropismo ético e a interdependência holística, em que o respeito
consciente às leis se sobreponha à obediência cega a estas.

Quem quiser construir a sua autonomia psíquica, e viver a interdependência dos fenômenos
holísticos, deverá erradicar de dentro de si mesmo, os elementos psíquicos inumanos,
causadores da indisciplina e da violência, que estão situados no substrato do ego, ofuscando a
consciência.

Enquanto cada um de nos não erradicarmos os elementos psicológicos inumanos de dentro do
nosso ego, então seremos candidatos em potencial ao exercício eterno da heteronomia e à
eterna ausência da liberdade; seremos marionetes do destino, produtor de indisciplina,
violência e caos, escravos de nós mesmos, desrespeitadores das leis universais da igualdade e
justiça, estaremos em estado permanente de coação, almejando tão somente o aspecto
unilateral, irredutíveis à moral do bem, incapazes de estabelecermos relação com base na
cooperação, reciprocidade e respeito mútuo.

A verdadeira autonomia é vivenciada por aqueles que compreendemque a liberdade
autêntica inicia quando a liberdade do outro começa também, pois a liberdade é a vivência da
reciprocidade, da responsabilidade mútua, do respeito mútuo, da cooperação, etc.

Quando oprimimos, escravizamos ou tolhemos a liberdade de alguém é porque não a
possuímos também. Quando atingimos o estágio de respeito às regras e leis, somos
autônomos, possuímos liberdade. Então sabemos cumprir as normas tanto na ausência quanto
na presença dos pais, dos professores ou das autoridades gerais. Um motorista com
compreensão e autonomia não precisa do guarda para parar no sinal vermelho, para deixar as
pessoas atravessarem na faixa, etc.

Uma criança autônoma, que respeita as normas por compreensão, se comporta bem tanto na
ausência quanto na presença de seus pais e de seus professores, etc. Uma pessoa que possua
autonomia psicológica respeita as leis na presença ou na ausência de autoridades, da mesma
maneira respeita as leis ambientais; enquanto que os indisciplinados violam regras, normas e
leis; eles sujam a sala de aula, a rua, poluem o meio ambiente, violam as leis de trânsito,
cometem indisciplina e violência; agem assim, por não possuírem limites, nem autonomia;
não conseguem se equilibrar na sua própria consciência.

Os pais, as autoridades e os professores, ao elaborarem as regras e as normas, devem tomar o
cuidado de não estarem legislando em causa própria, como é comum na ideologia capitalista
de perfil antropocêntrico, que se impõem regras em benéfico próprio, esperando que os
outros as obedeçam docilmente, para garantia de seus interesses, o que demanda, pela lei da
dialética do pêndulo, uma reação contrária em busca da autonomia, que geralmente é
interpretado pelas pessoas de ideol gia dominante, como sendo indisciplina.
                                    o

Portanto, ao cumprirmos regras, devemos observar se são justas e universais, isto é, se visam
a manutenção da disciplina e da ordem voltadas para o bem de todos.
Os pais, as autoridades, os professores,etc., que impõem regras de proteção aos seus
interesses, em benefício próprio, podem ser consideradas pessoas imorais.

Há muitos alunos indisciplinados, nas escolas, que não respeitam as regras, ignoram as leis,
não temem as autoridades, etc. Para estes não adianta o professor tentar combater a
indisciplina, na classe, pelo método da repressão. Para o aluno indisciplinado, portador de
uma cultura de violência, quanto mais o professor gritar e irritar na classe, melhor será; pois
assim, eles atingem os seus objetivos que é de desafiar, desacatar, resistir, desobedecer,
submeter, etc.

Muitos pais, autoridades e professores, na tentativa de romper com o autoritarismo, cometem
o crime da permissividade, reforçam a anomia e a heteromia, ao permitir excesso de
liberdade, ao deixarem os alunos livres para decidirem o que deve e o que não deve fazer.
Só se sabe, o que deve e o que não deve fazer, aquele alguém que possui autonomia
psicológica, que possui compreensão e consciência, coisas que não estão ao alcance dos
indisciplinados, por serem seres anônimos e heterônomos, escravos das circunstâncias.

A melhor maneira de combater a indisciplina não é por repressão, que consiste em ação no
efeito, mas pela educação, através do combate às causas destas, com a pedagogia dos fatores
de revolução da consciência da Psicologia Revolucionária, segundo o referencial holístico.
Por outro lado, deve-se democratizar as escolas e as relações entre professor e aluno, a partir
de relações de reciprocidade e respeito mútuo, com regras e normas que assegurem os
interesses e benefícios de todos ou pelo menos, da maioria.

Na escola, no lar e na sociedade, em geral, não devemos ser bons nem ruins, mas sim, justos.
O professor não deve ser muito duro e nem bonzinhos, e sim ativo, energético, sem ser
autoritário. Para tal, é preciso ser perspicaz, para perceber a demanda dos alunos, obter o
respeito dos alunos, ao mesmo tempo em que deve respeitá-los; possuir ações coerentes, uma
prática conforme com o discurso, não buscar privilégio para si ou para alguns do grupo, em
detrimento de outros, que suas cobranças estejam baseadas no princípio da reciprocidade e da
cooperação.

A ordem e a disciplina se constituem em algo a ser construído ao longo do tempo partindo-se
da anomia e da heteronomia, para se chegar na autonomia. É uma construção difícil e
complexa, mas que deve ser buscada de instante a instante, dia após dia, lentamente, na sala
de aula, com a participação de todos os componentes da classe.

Na tarefa de construção da ordem, do limite, da disciplina, é preciso que o professor se insira
no grupo, não seja exterior a este, mas sim parte integrante; que possua autoridade de
posição, inerente ao seu papel e não extrapole suas funções decoordenação e mediação do
grupo de alunos; que não seja o quot;donoquot; da classe e das regras ali vigentes, que tudo
determina, que tudo faz. É preciso buscar a co-responsabilidade na tarefa de elaboração,
manutenção das regras, nas cobranças e garantias do cumprimento destas e na aplicação de
sanção, no caso de descumprimento.

Aqueles professores, pais e líderes que se sentem o dono da quot;bolaquot;, da sala de aula, das regras
e da verdade, que tudo determina, que tudo cobra, que a tudo suga, dando o veredicto de
certo ou errado, que aplica sanções e dá recompensa, são pessoas autoritárias, nocivas na
tarefa de construção da disciplina, da ordem e da autonomia dos alunos, pois exerce uma
postura incoerente com os ideais de respeito, de cooperação, de reciprocidade.

Todo pai, todo professor ou líder que souber usar democraticamente o poder inerente ao seu
papel, alcançará a ordem, a disciplina e o respeito de seus filhos, de seus alunos, de seus
subordinados e construirá a disciplina e a ordem, sob os pilares da compreensão, levando os
educandos ao sentimento e prática do respeito às regrase leis e não, tão somente, a mera
obediência cega a estas.

6. A INDISCIPLINA NO COTIDIANO ESCOLAR.

(Índice)
A indisciplina caracterizada pela falta de ordem, pela ausência de regra, pela falta de
conteúdo na classe, na escola e na família, se constitui numa violência caracterizada pelo
atravessamento na forma de organização escolar segundo os parâmetros antropocêntricos.

Nenhum pai, nenhum professor, nenhum líder, pode negar a necessidade que existe da ordem
e da disciplina na sua casa, no seu estabelecimento ou nasua escola; isto se realmente estiver
comprometido com a tarefa de construção da liberdade e da autonomia do educando; não se
deve aceitar a pseudoverdade de que a indisciplina e a violência podem assumir um
significado positivo, ousado e criativo, de tal modo que possa ser colocada em primeiro plano
no processo de ensino-aprendizagem.

É bem verdade que o ato pedagógico não precisa ser silenciado deliberadamente, mas ao
contrário, deve se constituir no instante de imersão das falas dos professores e de todos os
alunos, na ânsia de construção co-participativa do conhecimento, mas sempre em
consonância com a Regra Fundamental da Comunicação.

Nos dias de hoje, em que a indisciplina e a violência crescem assustadoramente, a sociedade
demanda instituições escolares, familiares e sociais que mantém a ordem, a disciplina e a paz,
através de professores, pais e líderes energéticos e leis fortes. Devido ao ego hipertrofiado, os
educandos necessitam de professores enérgicos e normas fortes para conduzí-los do estado
interno de anomia à autonomia psicológica, passando pela heteronomia.

O educando e os professores, os pais e os líderes precisam compreender que não há como
conseguir a autonomia psicológica de graça, mas sim através da construção, através de uma
educação para liberdade, por meio da educação fundamentada nos parâmetros holísticos.

A disciplina imposta através de professores, pais e líderes autoritários, com regras e normas
não explicitadas, sem o envolvimento de todos, gera a obediência cega às regras e normas,
por parte do educando, acompanhado de temor, que os conduz, por sua vez, à privação da
solidariedade e da criação.

Professores, pais e líderes autoritários, que buscam a disciplina unilateralmente, sem o
envolvimento do educando na discussão, na elaboração e na vivência das regras e normas,
acabam por criar, no educando, sementes da docilidade, do temor, da subserviência, etc; o
que os impede de crescer em direção à autonomia psicológica, como sujeitos auto-suficientes
e automotivados.
No combate à indisciplina, as escolas não devem usar a pedagogia convencional somente a
serviço do sistema, como instrumento de transmissão de cultura antropocêntrica dominante,
mas buscar pedagogia holusgnóstica que valoriza a tão menos desprezada cultura popular.
Para isso deve tomar a indisciplina, a falta de limite e o cotidiano dos alunos pobres, como
ponto de partida no caminho da construção da ordem e da disciplina, organizando conteúdo
sobre eixos de aprendizagem que valoriza as experiências trazidas do cotidiano do aluno.

A conturbada sociedade antropocêntrica, corroída pela violência nas escolas, na família e nos
esportes, na religião, nas guerras, na ecologia, etc., demanda uma escola transformadora, que
conduz o alunado a um pensar crítico, a interdependência holística, o exercício da cidadania
plena, calcada no respeito às leis e cooperação. Uma escola com um espaço que valorize as
experiências e a cultura do educando, dos professores eda comunidade, alçada no propósito
de concretizar uma educação para emancipação do educando.

O constante exercício da autoridade sobre os educandos deve se dar no sentido de conduzí-
los, enquanto seres dependentes da autonomia, mostrando a eles que está se exercitando a
autoridade no sentido de fazê-los saber que ainda não são autônomos, mas poderão vir a ser,
se trabalharem sobre si mesmos na eliminação dos elementos psicológicos indesejáveis
causadores da indisciplina e da violência.


7. CULTURA DA INDISCIPLINA E DA VIOLÊNCIA.

(Índice)
A indisciplina e a violência são sintomas de uma sociedade deteriorada, doente, corroída pela
perda dos valores fundamentais,hipertrofiada de cidadãos desequilibrados
ecopsicosocialmente, arrasada pelo fenômeno da entropia.


A prática pedagógica da escola antropocêntrica se estrutura a partir de referências
ideológicas, no sentido de projetar cada educando para fora de si mesmo, desconectando-o da
interdependência holística do universo.

Na instrução da disciplina do educando a escola precisa ter um cotidiano dinâmico, vivo ao
invés de estático, apático, repetitivo; acabar com o mecanismo de dominação, de resistência,
incentivar a contestação, juntamente a re-elaboraçao de conhecimento, embasados em
atitudes, crenças e visões de um novo mundo de perfil holístico.

A indisciplina na escola reflete a estrutura de poder substantivada na ideologia neoliberal da
sociedade, a estrutura de poder antropocêntrico da família, as pressões e expectativas dos
pais, a concepção dos professores em relação à construção do conhecimento.

Não se pode mais avançar pedagogicamente, nas escolas de hoje, nos campos das artes, das
línguas e das ciências, sem que avancemos no processo de disciplinarizaçao da massa de
alunos sem limite, buscando sempre novas formas de transmissão de conhecimento, tornando
a indisciplina como ponto de partida da teoria pedagógica e tratando-a didaticamente de
forma criativa.
A disciplina é algo construído a partir da educação nos lares, nos meios sociais, nas escolas,
etc. Ela é básica para o ato pedagógico. Ser disciplinado significa ter um certo domínio sobre
si mesmo, no sentido de dominar a pulsão negativa, os impulsos transgressores das normas e
da ordem vigente.

A indisciplina possui um largo impacto negativo sobre o processo de ensino e aprendizagem
e nas práticas sociais em geral. O termo disciplina vem de quot;DISCOquot;, do latim, com o
significado de quot;APRENDOquot;. Hoje, portanto, depreende-se que o seu oposto quot;indisciplinaquot;
quer dizer quot;NÃO APRENDOquot;.

Em alguns dicionários vamos encontrar o termo quot;disciplinaquot; como conjunto de prescrições ou
regras destinadas a manter a quot;boa ordemquot;. Muitos usam o termo como modo ordenado de
vida, em que a ordem e a hierarquia significam quot;modo de vidaquot;. Também, pode-se entender
disciplina como área de conhecimento e como procedimento, comportamento, etc.

O Professor dos professores, Mestre dos mestres, disse: quot;Conhecereis a verdade e a verdade
vos libertaráquot;. A liberdade é a verdade, é a autonomia que se constrói com a erradicação dos
elementos inumanos constituintes do subconsciente(ego), causadores da indisciplina.
Enquanto persiste o ego em nós, não teremos liberdade, seremos escravos, não teremos paz.

A indisciplina tira, dos educandos heterônomos, a virtude da submissão às regras e normas,
contidas nos códigos de convivência social, quando colocadas por seus pais epor seus
mestres, para conduzí-los com segurança no caminho para aprendizagem e na aquisição de
conhecimento, onde a disciplina, a ordem e o respeito representam uma ponte para paz.

Para educar as novas gerações, as escolas precisam atuar em duas frentes: repressiva e
preventiva, que combatam a indisciplina e a violência, no efeito e na causa simultaneamente,
o que demanda uma imensa tarefa consubstanciada em ações e condições concretas que
capacite a cada comunidade a exercer conjuntamente suas competências e responsabilidades,
para reverter esta trajetória nefasta de percurso e reconstruir a solidariedade, o respeito
mútuo, a alteridade, a interdependência holística, para reintegração de todos os povos da
Terra.


8. A (IN)DISCIPLINA, OS ESTADOS E EVENTOS.

(Índice)
A disciplina posta antes aos eventos externos resulta nas relações interpessoais conscientes,
equilibradas; da disciplina posta ante aos estados psicológicos internos resulta na adequada
relação intrapessoal (autodisciplina). Da mesma forma, a indisciplina internalizada por um
educando indisciplinado, em qualquer evento de uma classe ou em qualquer relação
interpessoal, é resultante de um estado psicológico equivocado, naquele instante, de estado de
confusão mental, caótico.

O termo disciplina pode ser empregado para denominação de estado construído por preceitos
úteis, que evitam o desperdício de energia e esforços, para que a trajetória seja ameaçada o
mínimo possível, em relação às experiências negativas anteriores: pessoais ou interpessoais
ou ainda coletivas. Desta forma o trabalho do professor, dos pais e dos líderes, na
disciplinarizaçao do educando, é altamente positivo e insubstituível, diante a existência das
regras e normas.

A energia da indisciplina é destinada à tarefa de construção da desordem, na medida em que
as regras e as normas são essenciais à criação, à produção, à construção. Os professores e os
educandos constroem o conhecimento, a ordem e a disciplina, enquanto se constroem a si
próprios. Então, as regras, as normas e a disciplina não só regulam e guarnecem os atos
criativos dos perigos exteriores, mas também são constitutivos, uma vez que possibilitam a
criação.

O verdadeiro educador é aquele que garante a iniciação do discípulo, do aprendiz, às regras e
às normas, aos procedimentos e modus operandi de uma determinada área do conhecimento,
ao transmitir-lhe um método de trabalho, uma estratégia, uma disciplina e uma ordem, que
garantam a construção da busca de soluções aos problemas.

As regras, as normas, as autoridades, os professores e a disciplina não se constituem em
fatores de resistência, em coisas que impeçam os educandos de criar, mas sim, em fatores que
garantem a ordem e a disciplina para possibilitar a criação.

Pais, líderes e professores precisam de sabedoria na identificação do eixo de interesse do
educando a fim de promover orientação adequada de maneira tal que atraia os interesses
destes, tirando-os da trajetória da indisciplina em direção ao caminho da disciplina e da
ordem. Para isto vale lembrar que ninguém é plenamente disciplinado em tudo e tão pouco
indisciplinado totalmente.

No contexto das escolas cada matéria demanda a sua dinâmica própria, cada uma possui uma
estratégia de ensino-aprendizagem peculiar. Entretanto todas elas demandam ordem,
nenhuma das práticas que exigem diversas dinâmicas, demanda caos, desordem e
indisciplina. Mesmo nas mais agitadas atividades, nos mais calorosos debates, há necessidade
da ordem para canalizar à imersão das eloqüências num só sentido, falando um de cada vez,
para que não haja ruídos na comunicação, dissipando o ato da aprendizagem.

Os educandos, no processo educativo e na construção da disciplina, precisam saber que,
qualquer que seja a matéria de estudo, há necessidade de silêncio, concentração, atenção,
disciplina e ordem que garantam um clima pedagógico, na hora da exposição do conteúdo,
nos termos da Regra Fundamental da Comunicação (RFC). Da mesma forma, os professores
precisam compreender que na discussão de temas, debate e resolução das questões, de
problemas, há necessidade de troca de idéia, de conversa, que devem ser conduzidas em
consonância com a RFC, para que não se transformem em desordem e indisciplinas. Trocas
de idéias, discussões calorosas, debates, não podem ser considerados como indisciplina, se
processados de acordo com o postulado da RFC.

Em respeito ao livre arbítrio e às características peculiares de cada um, traduzidas pelo nível
de moralidade que cada um possui, não se pode esperar o mesmo padrão de comportamento
de todos. Deve-se ensinar aos indisciplinados, lições voltadas para a disciplinarização,
ensinando-os a aprender a aprender, a princípio, para que possam, posteriormente, caminhar
com as aulas normais, em direção à construção da autonomia.
Cada matéria exige uma maneira adequada de trabalhar; cada maneira será eficaz se o
professor tiver clareza dos objetivos, dos conteúdos e das estratégias necessárias para garantir
a construção e manutenção da disciplina, da ordem, essenciais ao exercício da aprendizagem
da sua área de conhecimento.

A indisciplina é a arma que o aluno resistente usa, em defesa de si próprio, no que tange a
defender o seu desinteresse pelos estudos, a sua preguiça, o seu descanso para com a
aprendizagem por ter sido fagocitado pelo fenômeno da entropia.

Geralmente quem possui dificuldade de aprendizagem, em virtude de algum distúrbio, tenta
superar seus próprios limites através da força de vontade e, para alcançar tal objetivo,
necessita da ordem e disciplina da classe para alcançar êxito, que deve ser exigida e garantida
pelo professor, nos termos do regimento interno da escola.

Na dinâmica holística do universo tudo é dinâmico, nada é estático e permanente, tudo se
movimenta no espaço, dentro do seu devido tempo.Assim, neste movimento há forças de
avanços, de conservação e de retrocesso. Deste modo, qualquer força de resistência de
oposição a forças, regras, normas e ordem conservadoras, não podem ser consideradas como
indisciplina, quando exercitadas a favor da movimentação progressiva da teia da vida
holística na Terra, levando-se em conta que devemos ter em mente a possibilidade de
ultrapassar os limites reais que o mundo nos apresenta, comportarmo-nos disciplinarmente
com decoro, que implica em última análise, num contínuo e intenso trabalho sobre si mesmo.

A sociedade moderna se afastou dos princípios fundamentais da mecânicaholística da
natureza, da interdependência ecológica de toda rede sistêmica dos seres vivos, para
mergulhar no mundo nefasto da independência antropocêntrica, onde prospera o culto ao
individualismo, gerador da cultura da indisciplina e da violência generalizada.

A sociedade antropocêntrica transformou o que era de todos em algo que é nosso, particular.
Assim , vai se exigindo proteção à propriedade particular onde o indivíduo capitalista se sente
protegido do mundo, onde há interesses, conflitos e violência generalizada que o assusta.
Assim, este homem enclausurado pelos muros de sua propriedade, protegida pelo estado,
pensa haver atingido o estado de liberdade, vive a pseudoliberdade, ao estabelecer um
diálogo consigo próprio, esquecendo-se que a liberdade é fator de construção na inter-relação
social e na interação holística com a natureza calcada na interdependência holística.

A indisciplina pode representar, em última analise, um sintoma de desvio do comportamento
individual de alguém que busca se isolar do todo e perde o elo da interconexão da dinâmica
holística.

A escola convencional antropocêntrica reforça a indisciplina e a violência na medida em que
se subordina aos interesses privados do mercado e passa a agir na formação do indivíduo para
atender esta demanda. Com isto, não valoriza a transformação para formação de atitudes
antropocêntricas e holísticas. Desse modo, confundem adestração do indivíduo, para o
trabalho que o mercado demanda, como educação. Assim, pensa-se que educar é apenas
oferecer algumas técnicas que propiciem a execução de funções através de certas
competências.
Daí que a escola não se mostra mais com suas funções sociais marcantes de educar para o
exercício da cidadania, que promova a exaltação, a liberdade e a autonomia de cada
educando. A escola tem estado a serviço de uma educação que a sucumbe a um modelo que
assegura ao estudante apenas profissionalização, despolitiza-se, torna-se uma mercadoria que
almeja intensificar valores e interesses privados, conseqüentemente descartáveis.

A escola contribui com a indisciplina do aluno, na medida em que perdeu o seu potencial
transformador, para conduzir o estudante de uma cultura de violência para uma cultura de
paz, de transformar a cultura antropocêntrica em paradigma holístico, de propor uma cultura
de valores éticos, de transformar a sala de aula num espaço permanente de exposição das
obras humanas.

Para combater a indisciplina e a violência, a escola deverá transformar-se no vetor de re-
conexão do homem com os fenômenos holísticos da natureza, de humanização do ser
humano, paralelamente à transformação do mundo para o bem-estar de todos, para chegar-se
à autonomia, ao encontro consigo mesmo.

As escolas que desejam combater eficazmente a indisciplina e a violência devem oferecer
uma educação a exaltação do educando, levando-o ao pleno exercício da cidadania hol stica,
                                                                                    í
baseada nos valores ético É preciso ensinar ao educando a se conscientizar de sua
                         s.
interdependência holística, para que percebam a simultaneidade e interconexão dos
fenômenos holísticos no universo.

As escolas contribuem para o aumento da indisciplina e violência generalizada, na medida
em que perdeu o seu potencial de imprimir durabilidade às coisas do mundo, isto é, de propor
uma cultura aos educandos, mostrando-lhes as obras humanas.

Para uma formação de uma cultura de paz, as escolas devem começar por configurar uma
sala de aula como um local de cristalização de toda a existência humana e não num lugar de
apenas passagem. A sala de aula deverá ser o teatro da conexão do homem com o seu
passado, presente e futuro, com o mundo. Isto significa imprimir uma educação que permita
ao homem chegar-se a si mesmo, transformar-se a si mesmo, enquanto transforma o mundo
exterior para todos. Só existirá a soberania individual do ente humano, se houver luta também
pela soberania coletiva de toda criação, num eterno laço de interdependência holística.

A indisciplina e a violência se ampliaram, nas escolas, na medida em que o trabalho de
intensificação das relações intrapessoais, isto é, consigo próprio e das relações interpessoais,
isto é, com os outros, desapareceram da sala de aula; onde também se perdeu de vista as
dimensões éticas e políticas que fundamentam o processo educacional.

Nas escolas, querem acabar com a violência e a indisciplina; esqueceram que o pensar nunca
se realiza sem o outro, mesmo sendo um ato solitário. Com isso retiram dos currículos as
disciplinas de dimensão social como a filosofia, a sociologia, a psicologia, etc, ao mesmo
tempo em que encurtam a carga horária das artes, da geografia, da história e outras ciências
sociais que contribuem para conscientização da massa estudantil.

Por que não se pode utilizar a sala de aula para produção de uma cultura de paz, em oposição
à cultura da violência que paira ali através dos atos de indisciplina e violência? Por que não
se pode usar a escola para educar o indivíduo com os três fatores de revolução da
consciência, para a excelência holística, transformando a sala de aula num espaço onde, possa
efetuar a crítica de si mesmo, da própria escola, da família, do governo e da sociedade? Para
tal propósito é preciso que a escola retome a sua função social original e a sala de aula,
retome seu papel de espaço público destinado à reprodução das ações coletivas e do exercício
de si mesmo.

De repente, a escola poderá tornar-se o espaço onde o pensamento ganhe força, com o retorno
das ciências sociais encadeadoras de uma cultura de paz, para fazer frente ao
antropocentrismo centrifugo que ali reina,num mundo tão caracterizado pelas ideologias do
individualismo. Porque da perda do espaço público, perde-se o contato com outro e com o
senso ético, abrindo campo para a indisciplina e violência.


9. AGRESSIVIDADE, O DESAFIO DA PAZ.

(Índice)
A agressividade é um impulso destrutivo que, quando direcionado para fora, se configura na
hetero-agressão e, para dentro de si mesmo, na própria auto-agressão. Ela é produto de reação
dos elementos inumanos componentes do ego anti aos eventos externos, para provocar
estados internos equivocados, indisciplina e violência generalizadas.
A agressão seja a física ou a psíquica, se constitui num tipo de violência escolar que desafia a
paz. Nas escolas, reina agressividade, que é filha da ira, agente da violência, semente da
destruição, inimiga da paz.

A hipertrofia dos defeitos inumanos, do ego, do ente humano, gerou o desequilíbrio social,
que trouxe a violência generalizada, que desafia a paz de todos nós, em todos os setores da
vida. Na escola, por exemplo, a indisciplina dos alunos nas classes, que é uma forma de
violência e a falta de limites, vem transformando os templos do saber em palco das barbáries,
local da discórdia, do embate, do impasse, da do confronto, dos atos indisciplinares e
infracionais, do crime, da desobediência, da resistência, do desacato, da desordem e do caos.

Na escola, ao longo dos tempos, destituiu-se de sua real função educativa, de transformação
do ente humano, e mergulhou no universo da instrução superficial, adestradora, num depósito
de gente sem parâmetros éticos, morais e espirituais; gente sem limite, sem perspectiva, sem
interesse nos estudos, delinqüentes, que cometem atos infracionais, crimes, futuros marginais
da sociedade. Ali, por detrás dos muros escolares, há gangues, quadrilhas, crianças, jovens e
adultos malvados, usuários de drogas, pichadores, depredadores, agressores, que comentem
todo tipo de violência.

A escola falhou nos seus i eais formativos. Ela não conseguiu transformar a massa humana,
                          d
elevando-a a maior nível de ser, a valores de seidade holística! Conseqüentemente, ampliou-
se a violência generalizada na ecologia, nos esportes e na sociedade em geral.

A agressividade pode ser manifestada por meio da agressão física, em que o homem costuma
violentar outros seres vivos ou brutos com uma força perniciosa, que causa deformações
físicas, machucando-os no seu corpo físico, ou causando avarias nos corpos bruto Também
                                                                                 s.
a agressividade pode se manifestar através de agressões psíquicas como a ironia, omissão de
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Indisciplina

  • 1. PREFÁCIO. (Índice) Nas escolas, a indisciplina dos alunos sem limites, se constitui numa forma de violência entre outras tantas que ali são engendradas, para transformação dos templos sagrados do saber em palco da violência generalizada, num local de discórdia, ódio, embate, impasse, confronto, ato infracional, crimes, desobediência, resistência, desacato, desordem, entropia e caos. A Escola se tornou depósito de gente sem parâmetros morais, éticos e espirituais, de delinqüentes que violam as normas escolares e institucionais e cometem atos infracionais e crimes de toda natureza. Ali há gangues, malvados, bandidos, quadrilhas de crianças, jovens e adultos, usuários de drogas, pichadores, depredadores, agressores, agentes da violência generalizada. Qual é a raiz de tudo isto? É o que pretendemos demonstrar através deste livro, que aponta as causas da indisciplina e da violência escolar e os meios para erradicá-las. O ser humano, enquanto perfila a trajetória homemoidal, é um ser dual, possuindo dentro de si mesmo, em sua bipolaridade psíquica, as causas do bem e do mal. A raiz do bem é essência da consciência e a do mal é o ego. Assim, na história da trajetória da humanidade, a violência e a paz sempre coexistiram. Por isso o amor, a solidariedade, a paz e muitos outros valores se fazem presentes, mesmo em meio ao ódio e á violência, como em nossos dias atuais. Devido a hipertrofiação do ego há, em cada um de nós, os germes da violência, um potencial de animosidade, de agressividade, que eclode na forma de violência generalizada diante de adversidades. Não podemos confundir tenacidade, impetuosidade, perspicácia, etc, com agressividade. A primeira é conseqüência da ação da consciência, enquanto que a agressividade é fruto da reação do ego. Infelizmente, iniciamos o Terceiro Milênio com um alto índice de violência nas escolas, na ecologia, no futebol, na cidade, no campo e na sociedade em geral. O ódio, a ausência de solidariedade e de alteridade, a indiferença, a agressividade, a miséria, a prostituição, a corrupção em todos os níveis e a perda dos valores transcendentais, aumentam em proporções alarmantes, esfriando o coração do homem, impulsionando a humanidade para um beco-sem- saída. O ego se robustece, aumenta o potencial de agressividade, de animosidade, reduz-se a sensibilidade para com o sofrimento de nosso semelhante. Já não sabemos mais exercitar a alteridade a empatia, se colocando no lugar do outro! A humanidade involui sensivelmente, apesar do progresso material. Nossas crianças já usam drogas, ar amas, as granadas e aparatos da violência já chegaram ás escolas. Há uso de drogas, do fácil acesso às aramas bélicas e o aumentam os índices de mortalidade. Enquanto vão crescendo a pobreza, a massa de excluídos, os sem-teto, o sem-nada e a violência generalizada - em conseqüência da política neoliberal - vão decrescendo os valores transcendentais da vida holística. O que certamente amplia a já extrema desigualdade na distribuição de rendas e o abismo entre ricos e miseráveis, que somados à intolerância diante
  • 2. das diferenças religiosas, étnicas, etc, vem aumentar a animosidade, acirrar os conflitos, desencadear mais hostilidade e guerras. Para ajudarmos a humanidade sair do beco-sem-saída, elevando-se da Cultura da Violência à Cultura da Paz, temos que nos educarmos com os Três Fatores de Revolução da Consciência contidos na Psicologia Revolucionária do Dr. Samael Aun Weor. Assim iremos aprender como praticar o processo de transformação das impressões negativas em positivas, erradicar de dentro de nós mesmos as causas da impulsividade, da agressividade e da violência. Aí poderemos extirpar de dentro de casa um de nós os agentes que causam a raiva e nos tornarmos melhores com nossos familiares, baixar os índices de violência doméstica, violência nas escolas, na ecologia, nos esportes, etc. A paz é um fator de construção, que depende de cada um de nós, começando dentro da gente mesmo, aqui e agora, com os fatores revolutivos da consciência, trabalhando intensivamente, de instante a instante, durante uma vida toda, com sacrifícios voluntários e esforços permanentes. Convencionalmente, apontam-se diversos fatores como causas da violência: exposição acentuada das pessoas às cenasde violência da mídia, uso de drogas, acesso às armas, corrupção oficial, crime organizado, impunidade, má distribuição de renda, desemprego, etc. Entretanto, ao bem da verdade, convém dizer, à luz Psicologia Revolucionária, que os fatores enumerados acima, não são causas, mas sim, conseqüências da violência. A real causa está ocultada no ego, coisa que não ousam ensinar às crianças nas nossas escolas convencionais antropocêntricas. A maneira mais eficaz de se combater a violência é através da construção da paz, com os fatores de revolução da consciência. Para isto, precisamos de uma educação para paz, que conduza a sociedade ao caminho da liberdade; que os países instituam programas de educação para paz, referenciando-se no Programa Cultura da Paz e Não-Violência, que foi instituído pela Unesco, em 1994, objetivando construir um mundo de paz e justiça, melhor para nós e para aqueles que virão depois, isto é, embasado nos parâmetros holísticos. Qualquer programa de educação para paz passa pelo resgate dos valores humanos perdidos: de democracia plena, liberdade, solidariedade, justiça, respeito mútuo entre indivíduos, entre nações diferentes, entre crenças diversas, respeito às diferenças religiosas, culturais, ideológicas, doutrinárias, sociais, culturais, etc. Ao analisarmos algumas definições acerca da violência, vamos encontrar, de modo geral, que violência é toda a ação física ou psicológica que prejudica o próximo, coisas e qualquer outro ser vivo. Deste modo, os nossos atos egoístas, a má distribuição de rendas, o uso injusto ou abusivo do poder, o uso da força que tortura, impõe sofrimento e morte, indisciplina na família, na escola e na sociedade, se constituem em forma de violência generalizada. As formas de violência nas escolas, na ecologia, nos esportes, na família e na sociedade, a estas alturas dos acontecimentos, já tomaram uma proporção alarmante, que exigem soluções imediatas, reflexões, programas, projetos, mobilização da sociedade, etc, para se fazer frente a este movimento de destruição nefasto. Precisamos articular e mobilizar a sociedade para uma tomada de posição em conjunto com todos os seus seguimentos, para buscarmos a paz,
  • 3. por intermédio do combate às causas da violência, o que nos possibilita passar de uma cultura de violência para uma cultura de paz. A realidade escolar, cotidianamente, apresenta muitos pontos de conflitos que ampliam a violência no interior das unidades escolares, onde há os impasses, os embates, agressões, depredação, pichação, tráfico de drogas, tiros de armas de fogo, punhais, granadas, pancadas e mortes. O hipertrofiamento dos agentes ps icológicos do ego complica o relacionamento das pessoas em qualquer aglomeração social, principalmente nas escolas, piorando a qualidade de inteiração entre alunos, professores, pais de alunos, toda comunidade escolar. A mobilização para educar as gerações, para se sair de uma cultura da violência, em direção a uma cultura de paz, com um conteúdo programático de valores holísticos transcendentais, com os fatores de revolução da consciência, as escolas ainda não ousaram fazer, salvo honrosas exceções. A cultura da reprovação nas escolas há muito tempo é utilizada como um componente de controle da disciplina dos alunos. Agora que as escolas estão passando da cultura de reprovação para cultura de aprovação, a onda de indisciplina vem emergindo com muita força, a ponto de as autoridades escolares estarem perdendo o controle da sala de aula, onde passa reinar o caos. Há direção de escola que colabora com a cultura depositária das escolas, na medida em matem os alunos no interior destas, mesmo quando estão com aulas vagas, sem professor, sem direcionamento, na mais completa ociosidade, prontas para o delito. A escola se tornou um grande depósito de alunos problemáticos, sem comportamento, sem limites, que se constituem numa ameaça constante aos professores, aos funcionários e aos demais alunos de bem. Por outro lado, se escola não deposita estes alunos em seu interior, eles ficam na rua fazendo coisas piores e aqueles que escola expul a ou que se evadem, se constituem numa ameaça aos s professores. Eles esperam os professores nas esquinas, fazem emboscadas, rondam suas ruas, suas casas, etc. O presente escolar é negro, calcado numa cultura de violência generalizada, fruto de um passado antropocêntrico nefasto, que tira esperança de um devir de luz para a humanidade. O presente nasce do passado, assim como o futuro nasce do presente. O presente é o mais importante, pois representa a síntese dialética do tempo, entre o passado que já se foi e o futuro que é incógnito. Assim, o presente traz em seu seio a árvore do passado, que contém o a semente do futuro, pois passado e futuro se interconectam através do presente. O passado sobrevive no presente, que o transmite para o futuro. No presente está inserida a marca do que se foi e a projeção do vamos ser. Então, o presente é o real. O passado e o futuro são desprovidos de realidade. A escola convencional não se preocupa em preparar o aluno para vida atual, com um conteúdo de cultura da paz, com uma formação ética e holística; ela não o prepara para o dia de hoje, prepara-o para um futuro incógnito, recheando-lhe a cabeça com um conteúdo
  • 4. antropocêntrico, desprovido de significado holístico, sem preocupação com sua consciência, com sua inteligência, com sua postura ética e com seu comprometimento com a paz. A indisciplina na família, nas escolas e na sociedade é hoje um dos maiores obstáculos à pedagogia, um atentado à moral, à ética, ao espiritual e ao educacional; ela é um agente do caos, que desafia a paz social. A indisciplina é filha dos agentes psicológicos inumanos do ego, que se constitui numas das piores formas de violência nas escolas, na família e na sociedade. Porque indisciplina significa desconstrução, ato contrário à ordem, à normalidade. O indisciplinado é alguém que apresenta estados inumanos de desobediência, de desordem interna, de desequilíbrio interior, de rebelião, de revolta, de subversão. Indisciplina não combina com educação no sentido real da palavra. A escola convencional é conivente com a indisciplina do aluno, porque não possui para este uma mensagem educacional, de correção de seus estados internos caóticos, que seja capaz de orientar ao aluno para aquisição da autonomia psicológica, que lhe permita o domínio de si mesmo, base fundamental da libertação humana das garras da ignorância e do temor, guardiãs da fragilidade humana. A indisciplina por ser uma forma de violência, um elemento complicador do ente social, se constitui num grande obstáculo à pedagogia, pois ela nega a educação, revela a ignorância, o desequilíbrio, o temor e muitos outros estados que se opõem à autonomia individual e coletiva do ser humano. Educar ao aluno significa ajudá-lo aprender o processo de construção de sua autonomia, da disciplina, da ordem, da liberdade, do amor e da paz. Ser indisciplinado significa andar na contramão da educação. Significa ser vítima de si mesmo, ao seguir a trajetória da complicação pessoal, da escravidão de si mesmo, que o levará à desordem, ao desequilíbrio, a intolerância. Pelos caminhos da indisciplina se chega à intolerância, ao desrespeito às normas estabelecidas e às pessoas em geral. O indisciplinado é um deseducado que perde o controle de si mesmo, é desrespeitador, é resistente a ordem natural das coisas, é um desobediente, que já perdeu o respeito pelo professores, pelos pais, pelos seus pares e por si mesmo. É um imbecil que, se não se corrigir, causará transtorno à ecologia, à família, à escola e à sociedade. De nada adianta ensinar matemática, línguas, ciências, etc a um aluno, se não conseguirmos ensiná-lo o caminho do reto-pensar, do reto-sentir, do reto-agir, componentes de uma verdadeira educação holística, que trazem a autonomia e os princípios de construção de uma cultura de paz. Meus queridos alunos, nenhum sucesso nos estudos dos componentes curriculares compensa um fracasso disciplinar! De que adianta a humanidade avançar em conteúdos centrífugos, antropocêntricos, que reforçam a cultura da violência e retroceder nos caminhos da cultura da paz que conduzem a humanidade a graus mais elevados dos valores ho lísticos? Nas escolas, os professores sãovítimas da indisciplinas dos alunos; por serem portadores de uma mensagem instrutiva, que a princípio necessitaria de que seus alunos viessem disciplinados de suas casas. Coisas impossíveis, pois a família está deteriorada e sociedade está doente.
  • 5. Já há poucas famílias que educam seus filhos, colocando limites, ordem e disciplina em seus filhos. Assim, há tempo que a indisciplina escolar deixou de ser um evento esporádico, sem importância, para se constituir numa grande alavanca da violência generalizada, num obstáculo à tarefa educativa, num grande desafio à paz social. A maioria dos pais, das autoridades e dos educadores, fica inerte ante a indisciplina dos nossos filhos, dos nossos alunos, etc. Isto ocorre porque desconhecemos as reais causas da indisciplina, seus efeitos e conseqüências. Todos nós precisamos saber que a raiz da indisciplina está fincada no substrato dos agentes psíquicos componentes do ego. O dia em que soubermos disto, poderemos elaborar as bases concretas da cultura da paz, através de uma pedagogia revolucionária de erradicação das causas da indisciplina geradora de violência. A indisciplina e a violência nas escolas, na família, na ecologia, nos esportes e na sociedade, infelizmente, se tornou um assunto que está cada vez mais em moda, dominando os meios de comunicação. E violência nestes setores cresce dia após dia e vai roubando a esperança de paz da humanidade. Precisamos lutar para reversão desta trajetória nefasta da cultura da violência, enquanto ainda há tempo e possibilidade de construirmos uma cultura da paz, se para isto nos unirmos para enfrentar o Golias (violência generalizada) que aí está nos atacando. Temos que sair do senso comum e mergulhar na consciência filosófica, para podermos preparar adequadamente nossos filhos, nossos alunos, enquanto vamos preparando a nós mesmos, para sairmos desta cultura da violência que aí está e adentrarmos numa cultura da paz. A sociedade humana adaptou-se a uma cultura de guerra e de diferenças religiosas, que reforçam a animosidade, o ódio e os conflitos religiosos, raciais, culturais, etc. Esta cultura da violência robusteceu o ego, fortalecendo o ódio, que se eclode nas mais variadas formas de violência. Apesar de tudo não podemos perder a esperança de construir a paz para nós e para aqueles que vem depois. Não a paz estática, mas dinâmica, que irradia para os quatro cantos do mundo. Eis que é chegada a hora de gritarmos em coro universal: basta à violência nas escolas, na família, nos esportes, no campo, na cidade e na sociedade em geral! Chega de indisciplina, veiculo da violência! Chega de injustiças sociais, de miséria, de desemprego e de política neoliberalista nefasta! É a hora derradeira de cada um de nós apresentarmos nossa proposta para paz, para as escolas educarem seus alunos para paz, das nações se ajuntarem a Unesco, apresentarem seus programas e trabalharem concretamente para cultura da paz. (Maurício da Silva - culturadapaz@hotmail.com). 1. EDUCAÇÃO DE QUALIDADE & INDISCIPLINA. (Índice) Para combater a indisciplina, a escola terá que se transformar numa organização para Cultura da Paz que busque a educação de qualidade para promoção da equidade social e da cidadania plena.
  • 6. A sociedade está demandandouma cultura de paz fundada nos parâmetros holísticos, de boa qualidade, e que promova a erradicação da violência nos quatro cantos do mundo. Coisas que só serão alcançadas com equidade social e com a transformação de cada indivíduo da cultura antropocêntrica que a compõe, embasada nos parâmetros holísticos. Ao mesmo tempo em que a sociedade anseia por este tipo de escola que induza mudanças radicais, poucos educadores se encontram em condições de realizá-las, devido à sua formação antropocêntrica que possuem, precárias condições de trabalho, sobrecarga de tarefas, isolamento profissional, fragmentação de espaço, má remuneração, falta de compromisso do governo com a educação, etc. Atualmente, na sociedade que demanda paz, não há escolas com políticas governamentais que ofereçam encorajamento para os professores atuarem juntos. As políticas educacionais e pedagógicas do governo são impostas à revelia dos educadores, como por exemplo, a implantação da aceleração, progressão continuada, etc, no estado de São Paulo, que respalda a manutenção do aluno analfabeto semi-analfabeto em suas fileiras, daquele que fica na escola sem o menor compromisso com aprendizagem e vai avançando mesmo sem nada saber ou com um saber insipiente, insignificante. Não há oportunidades e nem motivação suficientes para os professores trabalharem em equipe, para aprenderem um com os outros, para melhorarem sua habilitação e qualificação profissional. Uma escola que não envolve os seus professores nos process s decisórios que afetem os seus o trabalhos, que acha que os mesmos não são qualificados para tal, que possui uma direção que os sufoca, não possui condição para trabalhar na construção da disciplina e da ordem. Por outro lado, a escola que valoriza seus professores, onde os professores se sentem respeitados, confiantes, envolvidos nos processos decisórios, podem ajudar a construir, de fato, a ordem e a disciplina. Para construção da qualidade de ensino, da eficiência e da excelência, da ordem e da disciplina, é preciso levar em consideração como a escola é conduzida, como são as pessoas que participam de sua liderança, como os professores, enquanto profissionais devem ser tratados, como os professores se relacionam com os alunos e entre si, como se envolvem no dia a dia da escola, porque o impacto na qualidade de ensino, no ensino-aprendizagem, na ordem e na disciplina, nas salas de aula, dependem do envolvimento dos professores em cada escola, do apoio que recebem, da valorização, do estímulo para que trabalhem coletivamente, mais unidos aos colegas, etc. Nas escolas onde se busca a gestão democrática, numa co-participação dos envolvidos nos processos decisórios, os professores e os alunos serão mais responsáveis pelas políticas e práticas que nelas são criadas. Os teóricos da educação ao proporem projetos pedagógicos, precisam levar em consideração a indisciplina dos alunos, prestar mais atenção nos propósitos do professor, apoiar suas aspirações estabelecendo oportunidades para o confronto de crenças e pressupostos subjacentes à sua prática cotidiana, escutar, ouvir o que os professores têm a dizer, evitar o superestimo a pesquisa publicada e a subestima ao conhecimento do professor, evitar tratar
  • 7. qualquer estratégia acima de qualquer crítica, criar uma comunidade de professores que discuta as questões e crie um senso comum em sua escola. A questão da indisciplina é extremamente importante, pois que, ensinar envolve todo um aspecto moral, ético, etc., de natureza complexa, que não dá para ser reduzida a questões técnicas e habilidades. O educador exerce um papel essencial na educação das futuras gerações. Sua missão se agiganta dia-após-dia, na tarefa de socialização primária e secundária; pois na medida em que a família se deteriora e as religiões se declinam, reduz-se o contato do educando com os pais e amplia-se a exposição às imoralidades sociais. O professor precisa se apoiar em métodos que respaldem-no lidar com equilíbrio com as circunstâncias de desequilíbrio em classe, traduzidos nas formas de indisciplina e violência. O projeto de educação para cultura da paz não pode contar com escolas que fazem algo para o professor, ao invés de fazer com eles e por eles; escolas onde treinamentos no ambiente de trabalho são impostos de cima para baixo com uma visão passiva do professor, enxergando-o desprovido de habilidades, vazio, deficiente, subestimando sua forma de agir e seus conhecimentos. Qualquer projeto pedagógico deve, além da indisciplina dos alunos, considerar também os professores em todas as dimensões, suas necessidades e sua experiência de anos de trabalho e estudos, tratá-lo como professor holístico, integral e não parcial como faz o sistema antropocêntrico. Fracassam os projetos educacionais que não levam em conta a questão da indisciplina e da violência nas escolas, que não disponibilizam recursos suficientes para sua execução, que não consideram a intuição, treinamento e desenvolvimento do professor, que não motivam os professores, que os alienam. Qualquer projeto pedagóg para transformar a sociedade e ico elevá-la da cultura antropocêntrica à cultura holística, não pode deixar somente aos professores o pesado fardo da responsabilidade pela mudança na escola. Qualquer projeto que se crie nos gabinetes dos teóricos da educação depende da atuação do professor para o repasse final. E professor nenhum conseguirá repassar projetos, independentes de quais forem as suas propostas, sem levar em conta às circunstâncias de indisciplina e violência que permeiam a sala de aula. Os teóricos da educação, ignorantes da prática escolar cotidiana, precisam saber que suas teorias pedagógicas de nada valem e estarão fadadas ao fracasso, se os professores não as adotarem em suas próprias salas de aula e não as traduzirem em uma prática profissional cotidiana e efetiva. Devido à política de individualização, proposta pelo capitalismo, as boas idéias, que muitos professores possuem, costumam ser inacessíveis a seus pares. A responsabilidade do combate à indisciplina e à violência nas escolas é de todos os segmentos da educação, para aqueles sistemas de ensino que aspiram construir a disciplina, a ordem, a paz e a cidadania plena. Porque quando a responsabilidade repousa somente sobre os ombros dos lideres, ela os sobrecarregam e resultam em soluções parciais, fragmentadas e incorretas. Uma escola de educação integral não age como se os professores não soubessem o que fazem, privilegia suas competências e não negligencia suas incompetências. A escola de educação integral possui um esquema de avaliação montada para avaliar as atitudes e não tão
  • 8. somente conceitos dados aos alunos. A sua avaliação se focaliza no desenvolvimento, no crescimento e na transformação do educando, concretamente demonstrada através de atos e atitudes práticas revestidas de valores éticos e morais. Há um consenso generalizado da necessidade de mudanças fundamentais nas estruturas escolares, familiares e sociais para se alcançar uma educação de qualidade, para paz e cidadania plena; para isso há necessidade de mudanças fundamentais no paradigmade ensino, no currículo, nas lideranças, nos professores, em todos os níveis. É preciso educar as crianças e reeducar os adultos, nas perspectivas pessoal, social e ambiental. Os pensamentos, as idéias e os projetos em grupo, que considere o trabalho individual, se constituem numa boa estratégia para conectar uma pessoa na outra, vencer o isolamento e tornar-se força potente de transformações. O isolamento cultuado pela ideologia capitalista limita o acesso a novas idéias, projetos e melhores soluções, impede o reconhecimento do sucesso alcançado,permite o exercício da incompetência, protege atitudes defensivas ante a crítica. Historicamente convivemos nas escolas com a arquitetura e móveis não ergonômicos, com os horários difusos, com os turnos e returnos, etc., que reforçam o isolamento e o trabalho individual, desfavorecendo o trabalho em equipe, a rede de solidariedade e cooperação. Em razão da sobrecarga de trabalho dos professores, da função de socialização primária que são submetidos ao invés de secundária, que tornaram as obrigações do destes mais difusas, classes necessariamente numerosas, que demandam ação educativa diversificada e a falta de prioridades educativas por partedo governo se constituem em fatores que ampliam a indisciplina e a violência generalizada nas escolas. A comunidade escolar é uma pequena amostra da massa social, o que é lá fora é aqui dentro com relação à sociedade. Na escola, a sala de aula é um palco onde se desenrolam os problemas sociais, tais como valores invertidos, a indisciplina, a violência, etc; são fatores que exigem do professor um esforço psicológico muito grande para contornar as situações, o que aumenta a complexidade da aula. Os valores éticos, morais e intelectuais dos professores não possuem mais relevância para os alunos com tendências à indisciplina. A indisciplina e violência nas escolas vão se ampliando à medida que os professores não conseguemtrabalhar e planejar juntos, compartilhando e desenvolvendo suas especializações e suas experiências. Nenhum professor conseguirá enfrentar as questões da indisciplina e da violência sozinho. A concepção do trabalho coletivo para enfrentamento da indisciplina, da violência e outras questões pedagógicas, embora vem fortalecendo teoricamente, não encontra ressonância na prática, nas escolas convencionais antropocêntricas. O trabalho da direção escolar em conjunto com os professores, o tratamento que aquela dispensa a estes, ajuda muito no enfrentamentoda indisciplina, da violência, etc. Na realidade, o que ocorre é que a maioria dos diretores, supervisores e autoridades, em geral, tentam esconder, ainda nos dias de hoje, as questões da indisciplina e da violência em sua
  • 9. unidade de ensino, numa tentativa de abafar o assunto, tentando tapar o sol com a peneira. Desta forma, cada escola acaba tendo a indisciplina e a violência na medida EXATA de sua PRÓPRIA DESUNIÃO. É preciso que cada professor aja de acordo com o contexto, impondo postura adequada a cada classe: em determinada classe se o professor abrir um sorriso, já não consegue dar mais aula naquele dia; em outras, se adotar uma postura enérgica, tipo militar enérgico terá dificuldade para relacionar. Para cenários diferentes, há necessidade de diferentes abordagens; contudo em ambos é necessário envolver o aluno em atividades significativas que entusiasmem os alunos. A indisciplina e a violência se ampliam naquelas escolas onde os professores não trabalham juntos fora da sala de aula: planejando, observando a elaboração do currículo unindo-o ao ensino. As escolas que verdadeiramente queiram erradicar violência e indisciplina de seus interiores, certamente deverão combater a cultura do individualismo, que é sustentada pela ideologia capitalista, e trabalhar intensivamente na formação da cultura do coletivismo, da cooperação, da solidariedade e fraternidade. A maioria de nossas escolas se apresenta como um terreno propício à manifestação da indisciplina e da violência, por representarem as últimas instâncias sociais, que legitimam o isolamento do profissional através do trabalhar sozinho, o que a torna vulnerável aos invasores externos sobre todo os aspectos. s Pela cultura do individualismo, a maioria de nós não conhece o vizinho do apartamento ao lado onde moramos, da mesma forma que nas escolas há falha no inter-relacionamento; onde professores, alunos, funcionários e dirigentes não costumam cumprimentarem-se, dialogar e conhecer-se mutuamente pessoal e profissionalmente e saber o que o outro está fazendo. Já vivemos numa época em que o aluno estudioso é marginalizado e perseguido na classe pelos seus pares, da mesma forma que alguns professores desejam o insucesso de seus colegas e reagem adversamente ao desempenho bem sucedido de colegas. Nas escolas onde reina a cultura do individualismo, a oportunidade e a motivação originária de novas idéias, para o sucesso no combate a indisciplina, a violência e outras questões relevantes estão inacessíveis. Para alcançarmos uma cultura da disciplina, da ordem e da paz, temos que quebrar, nas escolas, a barreira do individualismo imposta pela cultura antropocêntrica do capitalismo, se é que ocorram mudanças de fato. Para conexão com idéias novas, teorias e práticas interessantes, que possam oferecer modos mais eficientes de combate à indisciplina, à violência e outras coisas interessantes, nas escolas, temos que erradicar o medo de solicitar ajuda para com a didática do TFRC, aprendermos a compartilhar idéias, e extirpar de dentro de cada um de nós, os elementos psíquicos que dão sustentação ao individualismo, limitando o nosso crescimento e aperfeiçoamento, etc. Para combatermos a indisciplina e a violência nas escolas, nós professores, temos que aprender a usar o poder da colaboração, enquanto o ensinamos aos alunos. A incerteza do
  • 10. nosso trabalho diante do quadro caótico da indisciplina e violência dos alunos demanda colaboração para reduzir a força de resistência dos indisciplinados e aumentar a sensação de força para construir a disciplina, a ordem e a eficiência para ensinar. Para combatermos as resistências dos alunos, a indisciplina, a desordem e a violência nas escolas, temos que usar a arma poderosa do trabalho em conjunto, para criar na sala de aula, em meio à desordem, condições para os alunos trabalharem também em conjunto, para que aprendam a fazer uso da forma mais poderosa de cooperação. Nós os professores e os alunos, ao fortalecermos os laços da cooperação, estaremos construindo a ordem e a disciplina, fortalecendo os laços de interdependência, de responsabilidade compartilhada, de comprometimento, de aperfeiçoamento coletivo e uma maior disposição para trabalhar juntos. 2. DISCIPLINA NA ESCOLA & COMPREENSÃO. (Índice) Todo mundo que já passou pela escola e vivenciou a existência de regras, normas, leis, repressões, etc, que consiste no modo de contenção da violência no efeito, de forma repressiva. Quando, se empregam os meios repressivos, sem o emprego de meios preventivo, para coibir a indisciplina, a disciplina obtida se torna cultivo da resistência. Nas escolas onde só se interessam pela informação e não pela formação do estudante, os professores colidem frontalmente com a cultura da resistência. quot;Se lutarmos contra o vício da bebida, este desaparecerá por um tempo, porém como não o compreendemos a fundo, em todos os níveis da mente, ele retornará mais tarde, quando nos descuidamos da guarda, beberemos de uma vez por todo anoquot;. (Dr. Samael). Desta forma, nos ensina o Dr. Samael, em sua Psicologia Profunda, que se repelirmos os vícios, sem compreensão, estaremos ampliando a resistência e a intensidade do vício na volta deste, na recorrência. Se repelirmos o vício da fornicação, por um determinado período, mantendo-se uma aparente castidade, a luxúria retornará com mais intensidade, transformando-nos em indivíduos fornicários irredentos, compulsivos, como se verifica através da incidência dos sonhos eróticos, das poluções noturnas, dos desejos, paixões inconfessáveis e outras, que certamente ocorrerão, pelo fato de não havermos compreendido a fundo as raízes da fornicação. Na tentativa de refutar, de repelir e de resistir à ambição, muitos indivíduos se tornam cobiçando a não serem cobiçosos, pelo fato de não compreenderem o processo de produção da cobiça pelos eus desta legião de agregados.Assim, se tornam a seguirem determinadas normas de comportamento ao disciplinarem contra a cobiça. Ao disciplinarmos contra os nossos defeitos, aprendemos a rechaçá-los, a resisti-los, mas eles continuam potencialmente existindo no nosso subconsciente, se escondem até dando-nos a impressão de haverem desaparecido, para reaparecerem em dado momento, quando
  • 11. estivermos descuidados, esquecidos da gente mesmo, nos enganam e aí esbravejamos toda nossa ira, trovejamos a nossa raiva, colocamos em ação a nossa cobiça, a luxúria, a gula, etc. O material de construção da verdadeira ordem, da real disciplina, da obediência, do respeito, etc., advém da compreensão dos mecanismos de ação do ego e não da disciplinarização por resistência, rechaçamento, etc., o que, na realidade, reforçam os defeitos, para recorrerem mais intensidade. O Estado de compreensão, que surge na liberdade criadora, não se gesta no calabouço da armadura. A compreensão dos nossos defeitos criados pelo ego, para configuração da indisciplina e da violência, necessita do estado de liberdade para nascer. Os ensinamentos gnoseolísticos de transformação, de elevação do nível de ser, são aqueles que se dirigem à consciência do estudante. Enquanto que as mensagens informativas antropocêntricas se dirigem à periferia psíquica, para robustecerem o ego. Assim, todos nós, pais e professores, devemos nos esforçar para dirigir ensinamentos gnoseolísticos à consciência do educando. Como é dito que quot;educação é tudo aquilo que fica (na consciência)quot;, após ter saído da escola e esquecido o que ali aprendeu (conteúdo antropocêntrico), é necessário que cada educando aprenda a ser livre com responsabilidade, adquira consciência, para filtrar, com o filtro da compreensão, os valores que lhe são inculcados, examinar por si mesmo as coisas que são positivas e as que são negativas, vivenciá-las para compreendê-las, sem antes aceitá-las ou rechaçá-las. É preciso que cada aluno tenha a liberdade para criar, para indagar, para compreender, etc., saindo do calabouço das proibições, das restrições, das disciplinas de resistência. Por outro lado, é preciso que cada estudante saiba, que não há liberdade sem responsabilidade, que o ego aspira direitos e liberdade para desconstruir a ordem e a disciplina, para colocar fim ao ato pedagógico, por intermédio do ato indisciplinar, até quer ter direito, sem nenhuma conexão com os deveres. Nós pais e professores se quisermos daroportunidades ao educando para o desenvolvimento de sua inteligência, devemos permitir que ele compreenda e experimente, por si só, a realidade ou não, daquilo que ensinamos. Se autoritariamente estipularmos o que cada educando deva ou não fazer, vamos tirar-lhe o direito de livre arbítrio, induzindo-o à cultura da resistência, sem compreensão. Há estudantes desinteressados que não querem descobrir e comprovar, por si mesmos, as verdades contidas nos ensinamentos, por possuírem mentes mecanizadas, corroídas pela entropia, fechadas, obtusas, que só imitam, como caturritas ou papagaios, tudo aquilo que aprende, sem fazer indagação. Do que adianta compreenderos conteúdos escolares, sem desenvolvimento da inteligência e da compreensão, e não transferi-los para o contexto das práticas cotidianas de cidadania holística plena.
  • 12. A inteligência e a compreensão criadoras só chegam aos estudantes quando estes são livres para investigar por si mesmos, quando podem estudar, pesquisar e analisar de modo independente, sem medo de repressão, sem temor à censura, sem castigo, livres da disciplina impositiva pela cultura da resistência. Nós pais e professores precisamos entender definitivamente que jamais chegará à autonomia, à compreensão, ao desenvolvimento da inteligência criadora, aquele aluno amedrontado, assustado, submetido a castigos e a disciplinas da cultura de resistência generalizada. A escola, os pais e professores cometem violência contra as crianças, jovens e adolescentes, ao cercear-lhes a liberdade de livre iniciativa e o livre arbítrio. Já no regimento escolar da colônia, na época pombalina, existia um artigo que dizia que se houvesse, aqui no Brasil, algum moço com pensamento novo, este devia ser expulso da escola. Até hoje, nas famílias e nas escolas, cometem-se o crime da liberdade cerceadora, da liberdade criadora, da cassação do direito do livre arbítrio, na medida em que veiculam uma informação antropocêntrica, voltada apenas às carreiras. Dai que estas estâncias socializadoras só se interessam que os filhos e educandos se tornem médicos, engenheiros, advogados, etc., de maneira automática, pela tradição familiar, regimes nacionais, etc. De repente, se há algum moço que queira fazer algo novo, algo diferente dos demais autômatos, para sair dos aguilhões de preconceitos, das coisas antiquadas, etc., pais, professores e autoridades apertam-lhes o cerco, aconselhando-o para não fazer isto ou aquilo, dizendo que se desobedecer ficará sem apoio, porque isto é uma má idéia, é uma loucura, etc! Com isso, o educando fica totalmente refém do sistema antiquado, retido no cárcere da disciplina imposta de configuração antropocêntrica, preso às tradições, aos costumes, aos procedimentos antiquados, às idéias decrépitas e aos ideais retrógrados, sem a possibilidade de efetuar ruptura de paradigma, o que ocorre somente com os extremamente rebeldes, revolucionários, gente de coragem de ferro para efetuar a grande rebelião. Na educação profunda, os ensinamentos de perfil holístico ajudam o educando a conciliar ordem com liberdade adequadamente, consoante aos preceitos do Dr. Samael de que a liberdade sem ordem é anarquia e a ordem sem liberdade é tirania. Para a educação profunda é interessante combinar adequadamente liberdade com ordem. Os educandos precisam construir sua autonomia psicológica para que possam investigar por si mesmos, para descobrir e decidir o que realmente deseja fazer na vida e julgar o que é certo ou errado. A disciplina imposta, sem a devida compreensão, conduz as pessoas ao desequilíbrio, à perda da sensibilidade. Assim, as pessoas submetidas a rigorosa disciplina costumam se tornarem cruéis, impiedosas, agressivas, vio lentas, insensíveis ao sofrimento e à dor dos seus semelhantes, totalmente desprovidas de alteridade, de solidariedade, de empatia, etc. Isto ocorre com alguns policiais, alguns militares e também com animais, principalmente com os cachorros treinados para serem agressivos.
  • 13. Muitas pessoas da época atual, que foram submetidas a processos rigorosos de disciplinarização, através de regulamentos e outros processos, sem a devida educação para compreensão, acabaram perdendo a sensibilidade, se tornando cruéis e impiedosas. Para que sejamos livres, precisamos construir nossa autonomia psicológica, despertar a consciência dos nossos direitos e também dos nossos deveres, por intermédio das técnicas de revolução da consciência, e nos tornamos humanitários, solidários, holísticos, sensíveis, etc. A liberdade está relacionada à autonomia, que, por sua vez, depende do percentual de consciência desperta do indivíduo e da sensibilidade da autoridade, etc. A atuação da consciência sobrepõe à disciplina. Por atuação da consciência subtende a concentração contínua em si mesmo, na tarefa de auto-observação, sem se identificar com as coisas da vida diária. Pela atenção consciente economizamos energia e pela desatenção, pela distração, perdemos muita energia, que é consumida pelos eus no processo de dispersão, ao nos identificarmos com as coisas diárias da vida. Quando identificamos com os eventos diários da vida, perdemos energia criadora, que é a energia responsável pela construção da consciência. Quando aprendemos a concentrar somente naquilo que estamos fazendo, uma só coisa por vez, economizamos a energia criadora, formamos um potencial vivo de construção da consciência. Para isto, não podemos esquecer de nós mesmos ao tempo todo! E quando aprendemos a manejar a atenção consciente, podemos comandar os nossos pensamentos, os nossos sentimentos e as nossas ações inteligentemente, o que constitui em autonomia psicológica e liberdade criadora conquistada. Cada estudante precisa aprender a manejar seu potencial de energia criadora para despertar a consciência. Porém, o professor não sabe fazer isto, porquê ninguém lhe ensinou. Porém, precisamos aprender para poder ensiná-los, pois quando o estudante aprende a usar a atenção consciente, fica sobrando. Os estudantes que aprendem o manejo da atenção consciente estarão sempre atentos às aulas, com suas lições em dia, mantendo sempre a ordem, sem necessidade de qualquer processo de disciplinarização. O estudante que aprende a usar a atenção consciente concilia inteligentemente a ordem e a liberdade, fica isento da identificação com as coisas, com as pessoas, e com as idéias, com todas as coisas que produzem a fascinação, que produzem o sonho da consciência. Se o estudante aprende a prestar atenção nas aulas, sem se identificar com as circunstâncias que envolvem a sala de aula, vive-se em real estado de disciplina, sem precisar de disciplinarização compulsiva. Disciplinarização compulsória, sem conscientização, se constitui em repressão e conduz o estudante à insensibilidade humanitária. Se o estudante aprende a prestar atenção consciente, sem identificação, fica sobrando a disciplina, mas quando se identifica com alguma coisa, quando se deixa de prestar atenção em si mesmo e começa a prestar atenção em algo ou em alguém, esquecendo-se de si
  • 14. mesmos, resulta a fascinação, o sonho da consciência, os defeitos se afloram e daí vem o ato indisciplinar, o ato infracional, a desordem e o caos na sala de aula. Os estudantes devem aprender a prestar atenção às aulas, concentrar nas atividades educativas, sem se esquecerem de si mesmos, para não caírem na dispersão, no sonho da consciência e na produção da indisciplina e da violência generalizada. O Dr. Samael deixou para o estudante gnóstico a prática SOL, para desenvolver a atenção consciente e economizar o potencial de energia criadora. Esta prática consiste numa técnica extraordinária de concentração da atenção, em três partes: sujeito, objeto e lugar. Quando aprendemos a dividir a atenção em três partes: sujeito, objeto e lugar, é que teremos de fato atenção consciente. Como é feita a prática do sol? Em cada lugar que estivermos, de instante a instante, devemos perguntar: quem eu sou, onde estou, por que estou aqui? Na realização da prática do sol, cada estudante deve visualizar a si mesmo, em ação, em relação àquilo que esteja fazendo, de instante a instante, sem esquecer de si mesmo, sem identificação com as circunstâncias eventuais. Assim, cada estudante deverá ver a si mesmo como o ator principal da cena, quando estiver realizando atividades de pesquisa, experimentos, prestando atenção nas exposições dos professores, assistindo filmes, realizando atividade de prova, de exercícios, quando estiver estudando, praticando esportes, descansando,etc. Quando o estudante aprende de fato a dividir a atenção em sujeito, objeto e lugar, não comete o equívoco de identificar com as pessoas, com as coisas ou com idéias. Assim economiza energia intelectiva para construção de seu universo cognitivo e mergulha no mundo do despertar da consciência. A mesma disciplina que coloca limites e ordens nos estudantes, por outro lado, não lhes garante o prestar de atenção consciente. Pois em relação a inteligência criativa, a disciplina representa é um obstáculo, representa um aprisionamento do processo mental criativo. É importante que o estudante aprenda a prestar atenção consciente, tanto na escola, como no lar, na sociedade, na vida cotidiana, para evitar o erro de esquecer de si próprio, mergulhar no mundo da fascinação, cometer indisciplina, a violência generalizada e colher os insucessos e os fracassos da vida. O estudante que se esquece de si mesmo na classe comete delitos indisciplinares e infracionais, obstacularizando o ato pedagógico e trazendo complicações para si próprio, para os seus pares e para seus pais; da mesma forma, lá fora da escola, o indivíduo ao esquecer de si mesmo, diante de determinadas situações, acaba cometendo crimes e indo parar na prisão, no hospital ou no cemitério. Como, por exemplo, a pessoa que se esquece de si mesma e se identifica com uma ironia, com uma gozação, com um insulto ou qualquer tipo de agressão, acaba revidando o insulto ou qualquer tipo de agressão, reagindo à agressão, revidando a estas agressões com outras agressões mais fortes, com morte, etc., e acaba indo para detrás das grades das prisões, das prisões, etc.
  • 15. Toda a indisciplina, toda violência, todo erro, etc., cometidos pelos estudantes no interior da classe ou por qualquer pessoa na vida cotidiana, são decorrentes do esquecimento de si mesmo, o que traz conseqüentemente a identificação, a fascinação e o sonho da consciência. O estudante ou o cidadão que não se deixam hipnotizar pela fascinação, nem com o insulto, que não se identifica com as circunstâncias negativas do contexto onde está inserido, aquele que sabiamente usa a atenção consciente, será incapaz de valorizar as palavras, os gestos e as ações do assustador, do amedrontador, do agressor, do insultador. Daí, não seria capaz de feri-lo, de agredi-lo ou de matá-lo! A educação profunda sabendo que a indisciplina, a violência e todos os erros que comete o ser humano são devido à identificação, à fascinação, ao sonho da consciência - atua no sentido de ensinar a cada estudante erradicar de dentro de si mesmo as causas destes erros, que acha radicada no substrato do inconsciente, no ego. Para tal é de mais profundidade transmitir ensinamentos dirigidos ao despertar da consciência dos estudantes do que escravizar a massa estudantil, por meio de disciplinarização imposta para resistência. 3. INDISCIPLINA, DESORDEM E CAOS NAS ESCOLAS. (Índice) A essência pedagógica que produz a qualidade e quantidade de conhecimento, do saber, precisa de norma e de um conjunto de parâmetros para produzir resultados. A indisciplina é o quot;material bélicoquot; utilizado por quem não quer aprender. Daí, é que os teóricos da educação precisam saber que o sábio, o professor, o mestre, só pode transmitir o seu saber a quem quer saber. Não se pode ensinar a quem não quer aprender, porque há que se respeitar o livre arbítrio do indisciplinado, que não que aprender. O que não se pode fazer, é deixar o indisciplinado prejudicar o ato de aprender dos que querem saber, através de sua indisciplina, como ocorre nas escolas convencionais antropocêntricas de hoje. A disciplina e a ordem geradas pelos elementos da essência psicológica, na alma do educando, se constituem num pré-requisito essencial ao exercício pedagógico do ensi ar-n aprender. Como, infelizmente, as escolas estão recebendo alunos sem socialização primária, sem este pré-requisito, a produção da qualidade e quantidade de conhecimento está deteriorada. Daí que a escola que ousar produzir qualidade e quantidade de saber aos seus alunos, deve possuir normas fortes e professores energéticos, para coibir a indisciplina e guarnecer a ordem essencial ao clima pedagógico. Além disto, a necessidade de realização de uma prática educativa embasada no paradigma holístico. No cotidiano escolar, contextualizado pela violência, os educadores, atônitos, buscam, uma maneira precisa, uma explicação, para a existência da indisciplina escolar. Por falta de embasamento holístico, clareza de consciência, por desconhecimento da verdadeira causa da violência, se equivocam aqueles educadores que acham que a indisciplina é um quot;sinal dos tempos modernosquot;. Da mesma forma erram aqueles saudosistas que buscam a prática escolar do passado, sem levar em consideração que a disciplina, a obediência cega às regras e leis e
  • 16. não contestação de que a autoridade dos pais e dos professores, outrora, era conseguida por intermédio de práticas despóticas e corretivas do autoritarismo ignorante. A sociedade está cansada de violência e demanda cidadãos construtores da paz. As escolas precisam de atualização no seu processo pedagóg de acordo com a nova demanda social, ico, mas que estão com muitas dificuldades, por não possuírem em mãos os meios eficazes de combate à indisciplina no efeito, através de leis e professores enérgicos, e, nem na causa, por uma pedagogia holística, para erradicação dos elementos egoísticos dos alunos. Também se equivocam aqueles que vêem a indisciplina como reflexos da pobreza, pois pobreza não é causa da indisciplina e sim o ego. E o ego, tanto do pobre como o rico, o possui de forma hipertrofiada. Trabalho na Rede Pública e Privada, como professor de Física e noto que a indisciplina e violência nas escolas particulares são maiores ainda que nas públicas, muito embora sejam camufladas. Da mesma forma, os meios de comunicação não se constituem em causa da violência e da indisciplina, como muitos pensam, mas o veículo de sua divulgação, sem o compromisso com a proposta de sua erradicação. O sistema escolar é o filtro de purificação da sociedade, que possui a missão de formar cidadãos éticos, holísticos, íntegros, por meio de uma formação de paradigma holístico. Na medida em que a escola convencional antropocêntrica não tem conseguido atender esta demanda, por ausência de uma didática revolucionária de erradicação da causa da violência, ela se torna vítima das circunstâncias estabelecidas por uma sociedade de cultura da violência. A indisciplina e a violência, gestadas no espaço inconsc iente do ente humano, que são reforçadas pela falta de políticas sociais, condizentes com a dignidade humana, comprometem o espaço escolar, a tal ponto que os muros escolares se transformaram em ponto de intersecção entre a violência que entra na escola e a que sai dela, através de uma sociedade doente. A indisciplina e a violência escolar se constituem em casos graves de violência generalizada, na medida em que se constituem em armas poderosas de turbulência e de destruição do espaço escolar, que é o local sagrado de formação de uma nova geração de construtores de uma cultura da paz. O aluno não é um receptáculo vazio, como pensam; ele traz para a escola, embutido no seu universo psicológico, as causas da indisciplina e da violência, reforçadas pelas conseqüências das circunstâncias sociais antropocêntricas vivenciadas na família e na sociedade, onde reina a violência generalizada. Com raras e bondosas exceções, as escolas vêm recebendo, já a esta altura da humanidade, uma clientela inadequada, modelada na cultura da violência de seus pais e no meio social onde vive; diante de tal circunstância a escola se vê impotente, pois não possui mecanismo pedagógico para tal.
  • 17. O aluno indisciplinado e violento, na escola, traz na sua personalidade a má educação recebida no lar, fruto da dissolução do modelo nuclear familiar, ou da falta de interesse na educação de seu filho. O universo cultural do aluno, determinado por uma cultura de violência traz influência ao seu comportamento. Não é mais tempo de escola e família se eximirem da responsabilidade de modelar o comportamento do educando. Família e escola devem atuar juntas na educação dos filhos. Não se pode deixar que a responsabilidade do comportamento do aluno recaiaexclusivamente na família e vice-versa. O comportamento indisciplinado do aluno é conseqüência de causas internas ao aluno, bem definidas por fatores endógenos que determinam a personalidade e características individuais, conforme se estuda na Psicologia Revolucionária do Dr. Samael aun Weor. A indisciplina não é causada por certos traços inerentes à infância e adolescência, como muitos pensam, mas por fatores endógenos. Muitos profissionais da educação cometem violência, em atribuir aos professores a responsabilidade pela causa da indisciplina dos alunos em classe. Na realidade, devido à fragilidade das normas que regulamentam as relações na classe e à ausência de uma mensagem gnoseolística para transformação do aluno, levando-o de uma cultura da violência a uma cultura de paz, estes alunos já fizeram seus professores de reféns. O sistema escolar não percebe que a raiz da indisciplina, numa cultura de violência, que vivemos, está inserida no universo psíquico do alunado, que está se ampliando cada vez mais, devido à falta de autoridade, que foi tirada, do professor e pela falta de controle e de aplicação de sanções convenientes. Apesar do avanço da indisciplina e da violência na família, na escola e na sociedade, o tema ainda é tratado com uma óptica parcial e pouco profunda, cercada de opiniões divergentes. Os educadores e autoridades devem compreender que os determinantes da indisciplina e da violência estão inseridos no interior do próprio homem; que a indisciplina e a violência são influenciadas por fatores intra, e também extra, escolares. Desta forma, a escola enquanto organismo isolado, como uma mensagem antropocêntrica destituída de poder transformativo, não possui solução para a indisciplina e a violência. Mas se a dotarem de uma mensagem gnoseolística, formadora de uma cultura de paz e de normas fortes, ela teria como erradicar a indisciplina e a violência na causa. Os alunos precisam de aulas com qualidade, de conteúdos significativos, de professores equilibrados, sem os comportamentos extremos: deum lado a aspereza e autoritarismo de alguns; de outro lado, a permissividade, a bondade de outros, etc. Evitar-se-ia a indisciplina, nas escolas, se as aulas deixassem de serem estáticas, com os alunos tendo que ficar horas a fio sentados, sem nenhum tipo de atividade significativa; se suprissem a escassez de material e a ausência de regras e normas frouxas, com leis claras, firmes e objetivas e com proposta transformativas e desafiadoras. 4. EDUCAÇÃO PROFUNDA NA FAMÍLIA E NA ESCOLA.
  • 18. (Índice) O desenvolvimento do indivíduo depende das influências culturais e ambientais. Daí a importância de proporcionar condições para transformação de uma sociedade holística, de uma cultura de paz e não violência, pois as características de cada indivíduo são determinadas a partir das interações de cada indivíduo com o meio ambiente. Entretanto, a Psicologia Revolucionária nos ensina que cada indivíduo traz consigo, ao nascer, um percentual de essência, livre, que aos poucos vai se ofuscando através dos elementos inumanos do ego,que é a base de geração da indisciplina e da violência. Para renovar a cultura, para criarmos uma Cultura de Paz e Não-Violência, é preciso ter uma ordem e uma disciplina, num processo de influência bidirecional, em que o indivíduo é influenciado pelo meio, modifica a cultura e é modificado por ela, num eterno processo de interação constante, à medida que vai constituindo as características de seu comportamento. Temos a possibilidade de apropriar da cultura elaborada pelas gerações anteriores, com ordem e disciplina, ao mesmo tempo em que modificamos o meio ambiente e o meio social. Daí a importância de passarmos do paradigma antropocêntrico para o gnoseolístico. Precisamos construir uma cultura de paz, à medida que transformemos e vivenciamos a cultura da violência que aí está. A paz é um fator de construção e não haverá paz se não efetuarmos uma mudança do paradigma antropocêntrico, base de sustentação da violência generalizada que aí está. Como a relação entre o homem e o mundo é medida através da tecnologia e de um sistema de signos, constituídos historicamente pela massa social presente no ambiente, é necessário produzirmos ciência e tecnologia com consciência, para objetivos holísticos de preservação da vida e do meio ambiente, impregnados de significado cultural. Precisamos de uma linguagem gnoseolística para mediar e amenizar as condições sociais generalizadas e elaboradas sobre a cultura da violência social generalizada que temos. As crianças e adolescentes não poderiam, ao modelarem os seus comportamentos, estarem recebendo a carga pesada da cultura antropocêntrica pregressa, da violência que campeia os quatro campos do mundo. As crianças, membros imaturos da espécie humana, não poderiam estar apropriando ativamente a carga ancestral de conhecimento, no modo de funcionamento antropocêntr ico, da sociedade de comportamento indisciplinado, de natureza e cultura violenta. Nossas crianças e adolescentes precisam internalizar as experiências culturais positivas, para formação de seu comportamento, para organizar os seus próprios processos de compreender, controlar e dirigir suas ações para paz. A educação familiar, escolar e social tem um papel preponderante na formação do comportamento dos sujeitos que vivem numa sociedade letrada como a nossa, em que somos desafiados a entender as bases de concepções científicas e a tomada de consciência do patrimônio social adquirido.
  • 19. A indisciplina do aluno, na escola, é resultante de muitos fatores e influências que recaem sobre a criança, ao longo de seu desenvolvimento, na família e no meio social. Desse modo, a indisciplina dos alunos não é alheia à escola e à família, que são as instituições responsáveis pela educação em nosso meio social. Há necessidade de reorganização da família, com base em valores gnoseolísticos, pois ela é o primeiro contexto de sociabilização que exerce enorme influência no comportamento das crianças e adolescentes. A indisciplina do aluno na escola é resultante dos elementos psíquicos inseridos no ego; é caracterizada pela personalidade e alimentada pelas experiências na família, nas relações sociais e no contexto histórico de suas vidas. Podemos inferir, com base nos estudos de vários autores, que os pais e professores precisam explicar as normas e regras aos seus filhos e alunos. Pois o que ocorre é que muitos pais e professores são autoritários, bastante rígidos, controladores, exigentes, primitivos, valorizam enormemente as regras e normas, mas não amorosos, afetuosos e não explicam claramente as regras e as normas às crianças e adolescentes. Pessoas demasiadamente autoritárias são violentas e costumam fazer uso de severas ameaças e castigos às crianças e adolescentes, quando estas infringem as normas e regras. Conseqüentemente, eles conseguem impor uma obediência cega, fundamentada no medo, destituída de compreensão que leva o educando a manifestar comportamento disciplinado, mas robustecido de timidez e medo, que conduzem-na à baixa auto-estima e prejuízo para a autonomia. As autoridades, pais e professores não devem atrelar a disciplinaridade do educando ao ato receberem gratificação e evitarem castigo, como se faz com os animais irracionais, mas sim com base na consciência. Os estudantes orientados com conhecimentos de fundamentação gnoseolística desenvolvem a capacidade de respeito aos seus professores, aos seus pais e às autoridades em geral. Ao passe que aqueles orientados segundo os parâmetros antropocêntricos, desenvolvem aprendem a ter medo de seus professores, de seus pais, das autoridades, etc. Precisamos revalorizar a obediência às regras e às normas, mas atrelada a uma didática elucidativa de suas causas e de seus objetivos e propósitos, para reconquistarmos os valores comportamentais perdidos pela humanidade. Pais, professores e autoridades permissivos costumam valorizar o diálogo e o afeto, para isto, são tolerantes e indulgentes, por um lado; mas que, por outro lado, favoreçam a indisciplina dos educando, enquanto exige responsabilidade dos mesmos. Conseqüentemente propiciam aos educandos a gestação de um comportamento impulsivo, agressivo, indisciplinado, com dificuldade de assumir compromissos com responsabilidade.
  • 20. Professores, pais e autoridades, em geral, precisam estimular nos educandos as capacidades de iniciativa, de autocontrole, de auto-estima, de solidariedade, de empatia, de alteridade e de interdependência holística, como meio de formação de uma cultura de paz e não violência. Precisamos educar para autonomia, para que cada indivíduo compreenda o calor da ordem e assuma postura de cidadania plena e ética, diante das situações que se apresentam, obedecendo às regras, às normas e às autoridades, aos pais e aos professores por seus valores intrínsecos e não pelo medo. Nós pais, professores e autoridades em geral, precisamos de maneira democrática respeitar as necessidades e capacidade de cada educando, controlar e dirigir suas ações imaturas, exigindo seu amadurecimento e independência holística. Devemos estimular os educandos a expressarem suas opiniões, respeitando seus pontos de vista, demonstrando flexibilidade, explicando com clareza os motivos das regras estabelecidas e seus limites. Precisamos compreender que a disciplina, exigida de uma criança, possui seus limites; não se pode exigir além das capacidades de cumprir de cada educando e que a disciplina de forma rígida, sem compreensão gera comportamento de revolta, que demanda a indisciplina. Precisamos educar dentro de princípios democráticos, pois que uma relação entre professor e aluno, pais e filhos, autoridades e subordinados, baseado no controle excessivo ou na tolerância permissiva gera condutas diferentes do que aquelas inspiradas nos princípios democráticos. Portanto, a família, a escola e a sociedade devem andar juntas na educação do ser social. Não se pode negar a importância de cada uma destas instituições. Da mesma forma que não se pode negar a influência que cada um exerce para a deseducação, quando não cumpre a parte que lhes cabe no processo. A verdadeira educação que precisamos ter para nossas crianças e adolescentes, para criar uma cultura da paz, não provém somente do seio familiar, mas de todos os meandros socializadores, principalmente da escola. Se a escola se revestisse de uma didática transformadora, embasada nos parâmetros holísticos, poderia educar até mesmo as crianças provenientes de uma família destruída, com socialização primária comprometida; desde que estas crianças ou adolescente queiram aprender, apesar das adversidades e vivenciar um outro tipo de contexto, um modelo diferente de educação embutido na socialização secundária. Então, a escola, agência de socialização secundária, possui um papel preponderante de oferecer oportunidades de ressocialização do educando provindo de uma cultura da violência, levando a uma cultura da paz, oferecendo-lhe informações e experiências desafiadoras, capazes de transformá-los, de desencadear-lhes novos processos de comportamento, de ordem, de disciplina e uma interdependência holística. Cada professor deve, ao invés de ficar lamentando a falta de educação familiar, fazer uma análise aprofundada acerca das causas da indisciplina na sala de aula e elaborar propostas
  • 21. eficazes para sua erradicação, através de uma pedagogia de transformação, proporcionada e financiada pelos órgãos mantenedores públicos e privados. O papel da escola transformadora não é o de transformar-se numa agência de depósito de gente, para compensar as carências culturais, efetivas, distribuidoras de merendas, de remédios, escovação de dentes, etc, mas sim, de oferecer acesso a informações, proporcionando experiências nova e desafiadoras, de transformação para maior grau de s seidade holística e para novos processos de comportamento disciplinar. As escolas no Brasil, por má interpretação do Estatuto da Criança e do Adolescente e por ausência de prioridade educacional, seeximindo de suas tarefas educativas, no que tange a disciplina, a ordem, aos valores éticos, morais, espirituais, contribuindo assim, significativamente para o aumento da indisciplina e da violência generalizada em seu interior. As escolas precisam adequar suas exigências às capacidades de respostas dos alunos, levando em consideração as possibilidades e necessidades destes quanto aos seus interesses, aptidões, capacidade de concentração, possibilidades motoras, necessidades matérias de formação holísticas, etc. As autoridades, pais e professores ao elaborarem suas regras e normas precisam ensinar aos educandos as intenções e propósitos destas e as suas conseqüências, se estas forem infringidas. É preciso que os educadores, que além de oferecerem as oportunidades aos alunos de conhecerem as regras e normas, com suas finalidades e propósitos, que reflitam e sejam coerentes quanto a sua conduta e quanto ao comportamento esperado dos alunos. Os educadores precisam ser coerentes quanto ao seu comportamento e quanto àquele esperado do educando, pois é através dos exemplos, das ações e não das intenções, que a criança aprende. Então, o professor precisa ter uma postura ética e correta, pois a criança imita modelos externos na sua aprendizagem. Já é grande a literatura acerca da indisciplina e violência nas escolas, que mostra os embates e a turbulência que ocorrem na classe, que retratam a deterioração da educação familiar, os equívocos da escola em face das necessidades, interesses e possibilidades dos alunos, mas este livro é o primeiro do gênero, escrito no paradigma gnoseolístico. Na medida em que a escola convencional antropocêntrica não possui uma filosofia e nem uma didática gnoseollística com capacidade de educação transformativa, que a família não faz a socialização primária e que o governo não prioriza a educação, respaldam os motivos alegados pelos alunos sem limites, indisciplinados, que encontram ali, um terreno fértil para robustecimento da indisciplina e violência gestados pelos elementos psicológicos inumanos do ego. Vygotsky, quanto ao papel da escola e dos educadores na formação do educando, sugere que a escola não pode se eximir de sua tarefa educativa acerca da disciplina; assim, muito mais do que nós educadores ficarmos lamentando a falta de educação familiar, esperando que a família faça isto para nós, é preciso que acolhamos estes antecedentes como ponto de partida para nossas ações pedagógicas.
  • 22. Neste ponto de vista, é preciso que a escola discipline os alunos, primeiramente, colocando um mínimo de limite, através de matérias que os transformem, para depois inserí-los no universo das matérias instrutivas como as ciências exatas, humanas, sociais, médicas, etc. 5. Moralidade & Disciplina. (Índice) Na psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget, encontramos a vinculação entre regras e moral, e, a importância que o respeito às regras exercem no desenvolvimento da moralidade. Ressaltando que respeito às leis e regras é diferente de obediência às leis e regras; pois o respeito é produto da educação, é fruto da consciência da compreensão, que emana da consciência e obediência cega e representa medo, temor de represália, de castigo, etc. Os estudantes sem autonomia psíquica obedecem cegamente às leis e regras, não adquirem a cultura do respeito; daí que se não fossem pelo medo dos castigos, violariam estas regras e leis. Assim acontece com os filhos e com os alunos que se comportam bem diante de seus pais, de seus professores e autoridades, mas se comportam mal na ausência destes. Enquanto que os estudantes que possuem autonomia, tem uma cultura de respeito, sustentada da consciência; dai que ao respeitarem, não o fazem por medo, mas pela compreensão da importância que o respeito tem para a ordem, para a conivência em grupo, para o equilíbrio eco-psicosocial. Piaget afirma em o quot;Juízo Moral na Criançaquot;, obra publicada em 1932, que quot;toda moral consiste numa estima de regrasquot;. Portanto, a base de toda moralidade deve ser procurada no respeito, que o indivíduo adquiri pelas regras. Só pelo desenvolvimento da compreensão, através do ato educativo, é possível se chegar ao respeito às leis. Daí a importância do ato educativo, fundamentado em parâmetros gnoseolísticos, para construção de uma doutrina da paz e não violência. Para Kant, filósofo iluminista, em sua obra quot;Fundamentação da Metafísica dos Costumesquot;, (1785), a lei moral, precisa ser universal e possui duas partes de imperativos hipotéticos e categóricos e Piaget se baseia em Kant e os seus estudos sobre a moral da anomia, da heteronomia e da autonomia. A trajetória de formação do juízo moral, que vai da anomia à autonomia, chamado de caminho psicogenético(vectação). Tal caminho começa com a fase da anomia, isto é, com a ausência de regras, que consiste na fase vivida pelos recém-nascidos, que ainda não conceberam as regras estabelecidas, portanto, não sabem o que deve e o que não deve ser feito. Heteronomia: é a fase que a criança já possui percepção das regras, mas obedecem-nas por temor e não por compreensão; daí que sabem que sua fonte é variada, quem a determina são os outros; a criança sabe que há coisas que podem ou não ser feitas. Na fase de autonomia o indivíduo sabe que existem regras cujas fontes estão nele próprio. A autonomia de cada um de nós está na relação direta do potencial de consciência desperta que temos, à luz da Psicologia Revolucionária do Dr. Samael Aun Weor. A anomia e heteronomia são caracterizados nas pessoas egóicas, por um estado de escravidão psicológica, ausência de discernimento, indisciplina e desordem psíquicas, que desencadeia na produção da violência e do caos nas escolas, na família e na sociedade.
  • 23. Os professores devem educar os alunos para liberdade - sabendo que está só advém a ele através da autonomia - para a solidariedade, para cooperação, para o respeito recíproco, para relação de reciprocidade ética, onde o individuo egocêntrico, produtor de indisciplina e violência, cede lugar ao filantropismo ético e a interdependência holística, em que o respeito consciente às leis se sobreponha à obediência cega a estas. Quem quiser construir a sua autonomia psíquica, e viver a interdependência dos fenômenos holísticos, deverá erradicar de dentro de si mesmo, os elementos psíquicos inumanos, causadores da indisciplina e da violência, que estão situados no substrato do ego, ofuscando a consciência. Enquanto cada um de nos não erradicarmos os elementos psicológicos inumanos de dentro do nosso ego, então seremos candidatos em potencial ao exercício eterno da heteronomia e à eterna ausência da liberdade; seremos marionetes do destino, produtor de indisciplina, violência e caos, escravos de nós mesmos, desrespeitadores das leis universais da igualdade e justiça, estaremos em estado permanente de coação, almejando tão somente o aspecto unilateral, irredutíveis à moral do bem, incapazes de estabelecermos relação com base na cooperação, reciprocidade e respeito mútuo. A verdadeira autonomia é vivenciada por aqueles que compreendemque a liberdade autêntica inicia quando a liberdade do outro começa também, pois a liberdade é a vivência da reciprocidade, da responsabilidade mútua, do respeito mútuo, da cooperação, etc. Quando oprimimos, escravizamos ou tolhemos a liberdade de alguém é porque não a possuímos também. Quando atingimos o estágio de respeito às regras e leis, somos autônomos, possuímos liberdade. Então sabemos cumprir as normas tanto na ausência quanto na presença dos pais, dos professores ou das autoridades gerais. Um motorista com compreensão e autonomia não precisa do guarda para parar no sinal vermelho, para deixar as pessoas atravessarem na faixa, etc. Uma criança autônoma, que respeita as normas por compreensão, se comporta bem tanto na ausência quanto na presença de seus pais e de seus professores, etc. Uma pessoa que possua autonomia psicológica respeita as leis na presença ou na ausência de autoridades, da mesma maneira respeita as leis ambientais; enquanto que os indisciplinados violam regras, normas e leis; eles sujam a sala de aula, a rua, poluem o meio ambiente, violam as leis de trânsito, cometem indisciplina e violência; agem assim, por não possuírem limites, nem autonomia; não conseguem se equilibrar na sua própria consciência. Os pais, as autoridades e os professores, ao elaborarem as regras e as normas, devem tomar o cuidado de não estarem legislando em causa própria, como é comum na ideologia capitalista de perfil antropocêntrico, que se impõem regras em benéfico próprio, esperando que os outros as obedeçam docilmente, para garantia de seus interesses, o que demanda, pela lei da dialética do pêndulo, uma reação contrária em busca da autonomia, que geralmente é interpretado pelas pessoas de ideol gia dominante, como sendo indisciplina. o Portanto, ao cumprirmos regras, devemos observar se são justas e universais, isto é, se visam a manutenção da disciplina e da ordem voltadas para o bem de todos.
  • 24. Os pais, as autoridades, os professores,etc., que impõem regras de proteção aos seus interesses, em benefício próprio, podem ser consideradas pessoas imorais. Há muitos alunos indisciplinados, nas escolas, que não respeitam as regras, ignoram as leis, não temem as autoridades, etc. Para estes não adianta o professor tentar combater a indisciplina, na classe, pelo método da repressão. Para o aluno indisciplinado, portador de uma cultura de violência, quanto mais o professor gritar e irritar na classe, melhor será; pois assim, eles atingem os seus objetivos que é de desafiar, desacatar, resistir, desobedecer, submeter, etc. Muitos pais, autoridades e professores, na tentativa de romper com o autoritarismo, cometem o crime da permissividade, reforçam a anomia e a heteromia, ao permitir excesso de liberdade, ao deixarem os alunos livres para decidirem o que deve e o que não deve fazer. Só se sabe, o que deve e o que não deve fazer, aquele alguém que possui autonomia psicológica, que possui compreensão e consciência, coisas que não estão ao alcance dos indisciplinados, por serem seres anônimos e heterônomos, escravos das circunstâncias. A melhor maneira de combater a indisciplina não é por repressão, que consiste em ação no efeito, mas pela educação, através do combate às causas destas, com a pedagogia dos fatores de revolução da consciência da Psicologia Revolucionária, segundo o referencial holístico. Por outro lado, deve-se democratizar as escolas e as relações entre professor e aluno, a partir de relações de reciprocidade e respeito mútuo, com regras e normas que assegurem os interesses e benefícios de todos ou pelo menos, da maioria. Na escola, no lar e na sociedade, em geral, não devemos ser bons nem ruins, mas sim, justos. O professor não deve ser muito duro e nem bonzinhos, e sim ativo, energético, sem ser autoritário. Para tal, é preciso ser perspicaz, para perceber a demanda dos alunos, obter o respeito dos alunos, ao mesmo tempo em que deve respeitá-los; possuir ações coerentes, uma prática conforme com o discurso, não buscar privilégio para si ou para alguns do grupo, em detrimento de outros, que suas cobranças estejam baseadas no princípio da reciprocidade e da cooperação. A ordem e a disciplina se constituem em algo a ser construído ao longo do tempo partindo-se da anomia e da heteronomia, para se chegar na autonomia. É uma construção difícil e complexa, mas que deve ser buscada de instante a instante, dia após dia, lentamente, na sala de aula, com a participação de todos os componentes da classe. Na tarefa de construção da ordem, do limite, da disciplina, é preciso que o professor se insira no grupo, não seja exterior a este, mas sim parte integrante; que possua autoridade de posição, inerente ao seu papel e não extrapole suas funções decoordenação e mediação do grupo de alunos; que não seja o quot;donoquot; da classe e das regras ali vigentes, que tudo determina, que tudo faz. É preciso buscar a co-responsabilidade na tarefa de elaboração, manutenção das regras, nas cobranças e garantias do cumprimento destas e na aplicação de sanção, no caso de descumprimento. Aqueles professores, pais e líderes que se sentem o dono da quot;bolaquot;, da sala de aula, das regras e da verdade, que tudo determina, que tudo cobra, que a tudo suga, dando o veredicto de certo ou errado, que aplica sanções e dá recompensa, são pessoas autoritárias, nocivas na
  • 25. tarefa de construção da disciplina, da ordem e da autonomia dos alunos, pois exerce uma postura incoerente com os ideais de respeito, de cooperação, de reciprocidade. Todo pai, todo professor ou líder que souber usar democraticamente o poder inerente ao seu papel, alcançará a ordem, a disciplina e o respeito de seus filhos, de seus alunos, de seus subordinados e construirá a disciplina e a ordem, sob os pilares da compreensão, levando os educandos ao sentimento e prática do respeito às regrase leis e não, tão somente, a mera obediência cega a estas. 6. A INDISCIPLINA NO COTIDIANO ESCOLAR. (Índice) A indisciplina caracterizada pela falta de ordem, pela ausência de regra, pela falta de conteúdo na classe, na escola e na família, se constitui numa violência caracterizada pelo atravessamento na forma de organização escolar segundo os parâmetros antropocêntricos. Nenhum pai, nenhum professor, nenhum líder, pode negar a necessidade que existe da ordem e da disciplina na sua casa, no seu estabelecimento ou nasua escola; isto se realmente estiver comprometido com a tarefa de construção da liberdade e da autonomia do educando; não se deve aceitar a pseudoverdade de que a indisciplina e a violência podem assumir um significado positivo, ousado e criativo, de tal modo que possa ser colocada em primeiro plano no processo de ensino-aprendizagem. É bem verdade que o ato pedagógico não precisa ser silenciado deliberadamente, mas ao contrário, deve se constituir no instante de imersão das falas dos professores e de todos os alunos, na ânsia de construção co-participativa do conhecimento, mas sempre em consonância com a Regra Fundamental da Comunicação. Nos dias de hoje, em que a indisciplina e a violência crescem assustadoramente, a sociedade demanda instituições escolares, familiares e sociais que mantém a ordem, a disciplina e a paz, através de professores, pais e líderes energéticos e leis fortes. Devido ao ego hipertrofiado, os educandos necessitam de professores enérgicos e normas fortes para conduzí-los do estado interno de anomia à autonomia psicológica, passando pela heteronomia. O educando e os professores, os pais e os líderes precisam compreender que não há como conseguir a autonomia psicológica de graça, mas sim através da construção, através de uma educação para liberdade, por meio da educação fundamentada nos parâmetros holísticos. A disciplina imposta através de professores, pais e líderes autoritários, com regras e normas não explicitadas, sem o envolvimento de todos, gera a obediência cega às regras e normas, por parte do educando, acompanhado de temor, que os conduz, por sua vez, à privação da solidariedade e da criação. Professores, pais e líderes autoritários, que buscam a disciplina unilateralmente, sem o envolvimento do educando na discussão, na elaboração e na vivência das regras e normas, acabam por criar, no educando, sementes da docilidade, do temor, da subserviência, etc; o que os impede de crescer em direção à autonomia psicológica, como sujeitos auto-suficientes e automotivados.
  • 26. No combate à indisciplina, as escolas não devem usar a pedagogia convencional somente a serviço do sistema, como instrumento de transmissão de cultura antropocêntrica dominante, mas buscar pedagogia holusgnóstica que valoriza a tão menos desprezada cultura popular. Para isso deve tomar a indisciplina, a falta de limite e o cotidiano dos alunos pobres, como ponto de partida no caminho da construção da ordem e da disciplina, organizando conteúdo sobre eixos de aprendizagem que valoriza as experiências trazidas do cotidiano do aluno. A conturbada sociedade antropocêntrica, corroída pela violência nas escolas, na família e nos esportes, na religião, nas guerras, na ecologia, etc., demanda uma escola transformadora, que conduz o alunado a um pensar crítico, a interdependência holística, o exercício da cidadania plena, calcada no respeito às leis e cooperação. Uma escola com um espaço que valorize as experiências e a cultura do educando, dos professores eda comunidade, alçada no propósito de concretizar uma educação para emancipação do educando. O constante exercício da autoridade sobre os educandos deve se dar no sentido de conduzí- los, enquanto seres dependentes da autonomia, mostrando a eles que está se exercitando a autoridade no sentido de fazê-los saber que ainda não são autônomos, mas poderão vir a ser, se trabalharem sobre si mesmos na eliminação dos elementos psicológicos indesejáveis causadores da indisciplina e da violência. 7. CULTURA DA INDISCIPLINA E DA VIOLÊNCIA. (Índice) A indisciplina e a violência são sintomas de uma sociedade deteriorada, doente, corroída pela perda dos valores fundamentais,hipertrofiada de cidadãos desequilibrados ecopsicosocialmente, arrasada pelo fenômeno da entropia. A prática pedagógica da escola antropocêntrica se estrutura a partir de referências ideológicas, no sentido de projetar cada educando para fora de si mesmo, desconectando-o da interdependência holística do universo. Na instrução da disciplina do educando a escola precisa ter um cotidiano dinâmico, vivo ao invés de estático, apático, repetitivo; acabar com o mecanismo de dominação, de resistência, incentivar a contestação, juntamente a re-elaboraçao de conhecimento, embasados em atitudes, crenças e visões de um novo mundo de perfil holístico. A indisciplina na escola reflete a estrutura de poder substantivada na ideologia neoliberal da sociedade, a estrutura de poder antropocêntrico da família, as pressões e expectativas dos pais, a concepção dos professores em relação à construção do conhecimento. Não se pode mais avançar pedagogicamente, nas escolas de hoje, nos campos das artes, das línguas e das ciências, sem que avancemos no processo de disciplinarizaçao da massa de alunos sem limite, buscando sempre novas formas de transmissão de conhecimento, tornando a indisciplina como ponto de partida da teoria pedagógica e tratando-a didaticamente de forma criativa.
  • 27. A disciplina é algo construído a partir da educação nos lares, nos meios sociais, nas escolas, etc. Ela é básica para o ato pedagógico. Ser disciplinado significa ter um certo domínio sobre si mesmo, no sentido de dominar a pulsão negativa, os impulsos transgressores das normas e da ordem vigente. A indisciplina possui um largo impacto negativo sobre o processo de ensino e aprendizagem e nas práticas sociais em geral. O termo disciplina vem de quot;DISCOquot;, do latim, com o significado de quot;APRENDOquot;. Hoje, portanto, depreende-se que o seu oposto quot;indisciplinaquot; quer dizer quot;NÃO APRENDOquot;. Em alguns dicionários vamos encontrar o termo quot;disciplinaquot; como conjunto de prescrições ou regras destinadas a manter a quot;boa ordemquot;. Muitos usam o termo como modo ordenado de vida, em que a ordem e a hierarquia significam quot;modo de vidaquot;. Também, pode-se entender disciplina como área de conhecimento e como procedimento, comportamento, etc. O Professor dos professores, Mestre dos mestres, disse: quot;Conhecereis a verdade e a verdade vos libertaráquot;. A liberdade é a verdade, é a autonomia que se constrói com a erradicação dos elementos inumanos constituintes do subconsciente(ego), causadores da indisciplina. Enquanto persiste o ego em nós, não teremos liberdade, seremos escravos, não teremos paz. A indisciplina tira, dos educandos heterônomos, a virtude da submissão às regras e normas, contidas nos códigos de convivência social, quando colocadas por seus pais epor seus mestres, para conduzí-los com segurança no caminho para aprendizagem e na aquisição de conhecimento, onde a disciplina, a ordem e o respeito representam uma ponte para paz. Para educar as novas gerações, as escolas precisam atuar em duas frentes: repressiva e preventiva, que combatam a indisciplina e a violência, no efeito e na causa simultaneamente, o que demanda uma imensa tarefa consubstanciada em ações e condições concretas que capacite a cada comunidade a exercer conjuntamente suas competências e responsabilidades, para reverter esta trajetória nefasta de percurso e reconstruir a solidariedade, o respeito mútuo, a alteridade, a interdependência holística, para reintegração de todos os povos da Terra. 8. A (IN)DISCIPLINA, OS ESTADOS E EVENTOS. (Índice) A disciplina posta antes aos eventos externos resulta nas relações interpessoais conscientes, equilibradas; da disciplina posta ante aos estados psicológicos internos resulta na adequada relação intrapessoal (autodisciplina). Da mesma forma, a indisciplina internalizada por um educando indisciplinado, em qualquer evento de uma classe ou em qualquer relação interpessoal, é resultante de um estado psicológico equivocado, naquele instante, de estado de confusão mental, caótico. O termo disciplina pode ser empregado para denominação de estado construído por preceitos úteis, que evitam o desperdício de energia e esforços, para que a trajetória seja ameaçada o mínimo possível, em relação às experiências negativas anteriores: pessoais ou interpessoais ou ainda coletivas. Desta forma o trabalho do professor, dos pais e dos líderes, na
  • 28. disciplinarizaçao do educando, é altamente positivo e insubstituível, diante a existência das regras e normas. A energia da indisciplina é destinada à tarefa de construção da desordem, na medida em que as regras e as normas são essenciais à criação, à produção, à construção. Os professores e os educandos constroem o conhecimento, a ordem e a disciplina, enquanto se constroem a si próprios. Então, as regras, as normas e a disciplina não só regulam e guarnecem os atos criativos dos perigos exteriores, mas também são constitutivos, uma vez que possibilitam a criação. O verdadeiro educador é aquele que garante a iniciação do discípulo, do aprendiz, às regras e às normas, aos procedimentos e modus operandi de uma determinada área do conhecimento, ao transmitir-lhe um método de trabalho, uma estratégia, uma disciplina e uma ordem, que garantam a construção da busca de soluções aos problemas. As regras, as normas, as autoridades, os professores e a disciplina não se constituem em fatores de resistência, em coisas que impeçam os educandos de criar, mas sim, em fatores que garantem a ordem e a disciplina para possibilitar a criação. Pais, líderes e professores precisam de sabedoria na identificação do eixo de interesse do educando a fim de promover orientação adequada de maneira tal que atraia os interesses destes, tirando-os da trajetória da indisciplina em direção ao caminho da disciplina e da ordem. Para isto vale lembrar que ninguém é plenamente disciplinado em tudo e tão pouco indisciplinado totalmente. No contexto das escolas cada matéria demanda a sua dinâmica própria, cada uma possui uma estratégia de ensino-aprendizagem peculiar. Entretanto todas elas demandam ordem, nenhuma das práticas que exigem diversas dinâmicas, demanda caos, desordem e indisciplina. Mesmo nas mais agitadas atividades, nos mais calorosos debates, há necessidade da ordem para canalizar à imersão das eloqüências num só sentido, falando um de cada vez, para que não haja ruídos na comunicação, dissipando o ato da aprendizagem. Os educandos, no processo educativo e na construção da disciplina, precisam saber que, qualquer que seja a matéria de estudo, há necessidade de silêncio, concentração, atenção, disciplina e ordem que garantam um clima pedagógico, na hora da exposição do conteúdo, nos termos da Regra Fundamental da Comunicação (RFC). Da mesma forma, os professores precisam compreender que na discussão de temas, debate e resolução das questões, de problemas, há necessidade de troca de idéia, de conversa, que devem ser conduzidas em consonância com a RFC, para que não se transformem em desordem e indisciplinas. Trocas de idéias, discussões calorosas, debates, não podem ser considerados como indisciplina, se processados de acordo com o postulado da RFC. Em respeito ao livre arbítrio e às características peculiares de cada um, traduzidas pelo nível de moralidade que cada um possui, não se pode esperar o mesmo padrão de comportamento de todos. Deve-se ensinar aos indisciplinados, lições voltadas para a disciplinarização, ensinando-os a aprender a aprender, a princípio, para que possam, posteriormente, caminhar com as aulas normais, em direção à construção da autonomia.
  • 29. Cada matéria exige uma maneira adequada de trabalhar; cada maneira será eficaz se o professor tiver clareza dos objetivos, dos conteúdos e das estratégias necessárias para garantir a construção e manutenção da disciplina, da ordem, essenciais ao exercício da aprendizagem da sua área de conhecimento. A indisciplina é a arma que o aluno resistente usa, em defesa de si próprio, no que tange a defender o seu desinteresse pelos estudos, a sua preguiça, o seu descanso para com a aprendizagem por ter sido fagocitado pelo fenômeno da entropia. Geralmente quem possui dificuldade de aprendizagem, em virtude de algum distúrbio, tenta superar seus próprios limites através da força de vontade e, para alcançar tal objetivo, necessita da ordem e disciplina da classe para alcançar êxito, que deve ser exigida e garantida pelo professor, nos termos do regimento interno da escola. Na dinâmica holística do universo tudo é dinâmico, nada é estático e permanente, tudo se movimenta no espaço, dentro do seu devido tempo.Assim, neste movimento há forças de avanços, de conservação e de retrocesso. Deste modo, qualquer força de resistência de oposição a forças, regras, normas e ordem conservadoras, não podem ser consideradas como indisciplina, quando exercitadas a favor da movimentação progressiva da teia da vida holística na Terra, levando-se em conta que devemos ter em mente a possibilidade de ultrapassar os limites reais que o mundo nos apresenta, comportarmo-nos disciplinarmente com decoro, que implica em última análise, num contínuo e intenso trabalho sobre si mesmo. A sociedade moderna se afastou dos princípios fundamentais da mecânicaholística da natureza, da interdependência ecológica de toda rede sistêmica dos seres vivos, para mergulhar no mundo nefasto da independência antropocêntrica, onde prospera o culto ao individualismo, gerador da cultura da indisciplina e da violência generalizada. A sociedade antropocêntrica transformou o que era de todos em algo que é nosso, particular. Assim , vai se exigindo proteção à propriedade particular onde o indivíduo capitalista se sente protegido do mundo, onde há interesses, conflitos e violência generalizada que o assusta. Assim, este homem enclausurado pelos muros de sua propriedade, protegida pelo estado, pensa haver atingido o estado de liberdade, vive a pseudoliberdade, ao estabelecer um diálogo consigo próprio, esquecendo-se que a liberdade é fator de construção na inter-relação social e na interação holística com a natureza calcada na interdependência holística. A indisciplina pode representar, em última analise, um sintoma de desvio do comportamento individual de alguém que busca se isolar do todo e perde o elo da interconexão da dinâmica holística. A escola convencional antropocêntrica reforça a indisciplina e a violência na medida em que se subordina aos interesses privados do mercado e passa a agir na formação do indivíduo para atender esta demanda. Com isto, não valoriza a transformação para formação de atitudes antropocêntricas e holísticas. Desse modo, confundem adestração do indivíduo, para o trabalho que o mercado demanda, como educação. Assim, pensa-se que educar é apenas oferecer algumas técnicas que propiciem a execução de funções através de certas competências.
  • 30. Daí que a escola não se mostra mais com suas funções sociais marcantes de educar para o exercício da cidadania, que promova a exaltação, a liberdade e a autonomia de cada educando. A escola tem estado a serviço de uma educação que a sucumbe a um modelo que assegura ao estudante apenas profissionalização, despolitiza-se, torna-se uma mercadoria que almeja intensificar valores e interesses privados, conseqüentemente descartáveis. A escola contribui com a indisciplina do aluno, na medida em que perdeu o seu potencial transformador, para conduzir o estudante de uma cultura de violência para uma cultura de paz, de transformar a cultura antropocêntrica em paradigma holístico, de propor uma cultura de valores éticos, de transformar a sala de aula num espaço permanente de exposição das obras humanas. Para combater a indisciplina e a violência, a escola deverá transformar-se no vetor de re- conexão do homem com os fenômenos holísticos da natureza, de humanização do ser humano, paralelamente à transformação do mundo para o bem-estar de todos, para chegar-se à autonomia, ao encontro consigo mesmo. As escolas que desejam combater eficazmente a indisciplina e a violência devem oferecer uma educação a exaltação do educando, levando-o ao pleno exercício da cidadania hol stica, í baseada nos valores ético É preciso ensinar ao educando a se conscientizar de sua s. interdependência holística, para que percebam a simultaneidade e interconexão dos fenômenos holísticos no universo. As escolas contribuem para o aumento da indisciplina e violência generalizada, na medida em que perdeu o seu potencial de imprimir durabilidade às coisas do mundo, isto é, de propor uma cultura aos educandos, mostrando-lhes as obras humanas. Para uma formação de uma cultura de paz, as escolas devem começar por configurar uma sala de aula como um local de cristalização de toda a existência humana e não num lugar de apenas passagem. A sala de aula deverá ser o teatro da conexão do homem com o seu passado, presente e futuro, com o mundo. Isto significa imprimir uma educação que permita ao homem chegar-se a si mesmo, transformar-se a si mesmo, enquanto transforma o mundo exterior para todos. Só existirá a soberania individual do ente humano, se houver luta também pela soberania coletiva de toda criação, num eterno laço de interdependência holística. A indisciplina e a violência se ampliaram, nas escolas, na medida em que o trabalho de intensificação das relações intrapessoais, isto é, consigo próprio e das relações interpessoais, isto é, com os outros, desapareceram da sala de aula; onde também se perdeu de vista as dimensões éticas e políticas que fundamentam o processo educacional. Nas escolas, querem acabar com a violência e a indisciplina; esqueceram que o pensar nunca se realiza sem o outro, mesmo sendo um ato solitário. Com isso retiram dos currículos as disciplinas de dimensão social como a filosofia, a sociologia, a psicologia, etc, ao mesmo tempo em que encurtam a carga horária das artes, da geografia, da história e outras ciências sociais que contribuem para conscientização da massa estudantil. Por que não se pode utilizar a sala de aula para produção de uma cultura de paz, em oposição à cultura da violência que paira ali através dos atos de indisciplina e violência? Por que não
  • 31. se pode usar a escola para educar o indivíduo com os três fatores de revolução da consciência, para a excelência holística, transformando a sala de aula num espaço onde, possa efetuar a crítica de si mesmo, da própria escola, da família, do governo e da sociedade? Para tal propósito é preciso que a escola retome a sua função social original e a sala de aula, retome seu papel de espaço público destinado à reprodução das ações coletivas e do exercício de si mesmo. De repente, a escola poderá tornar-se o espaço onde o pensamento ganhe força, com o retorno das ciências sociais encadeadoras de uma cultura de paz, para fazer frente ao antropocentrismo centrifugo que ali reina,num mundo tão caracterizado pelas ideologias do individualismo. Porque da perda do espaço público, perde-se o contato com outro e com o senso ético, abrindo campo para a indisciplina e violência. 9. AGRESSIVIDADE, O DESAFIO DA PAZ. (Índice) A agressividade é um impulso destrutivo que, quando direcionado para fora, se configura na hetero-agressão e, para dentro de si mesmo, na própria auto-agressão. Ela é produto de reação dos elementos inumanos componentes do ego anti aos eventos externos, para provocar estados internos equivocados, indisciplina e violência generalizadas. A agressão seja a física ou a psíquica, se constitui num tipo de violência escolar que desafia a paz. Nas escolas, reina agressividade, que é filha da ira, agente da violência, semente da destruição, inimiga da paz. A hipertrofia dos defeitos inumanos, do ego, do ente humano, gerou o desequilíbrio social, que trouxe a violência generalizada, que desafia a paz de todos nós, em todos os setores da vida. Na escola, por exemplo, a indisciplina dos alunos nas classes, que é uma forma de violência e a falta de limites, vem transformando os templos do saber em palco das barbáries, local da discórdia, do embate, do impasse, da do confronto, dos atos indisciplinares e infracionais, do crime, da desobediência, da resistência, do desacato, da desordem e do caos. Na escola, ao longo dos tempos, destituiu-se de sua real função educativa, de transformação do ente humano, e mergulhou no universo da instrução superficial, adestradora, num depósito de gente sem parâmetros éticos, morais e espirituais; gente sem limite, sem perspectiva, sem interesse nos estudos, delinqüentes, que cometem atos infracionais, crimes, futuros marginais da sociedade. Ali, por detrás dos muros escolares, há gangues, quadrilhas, crianças, jovens e adultos malvados, usuários de drogas, pichadores, depredadores, agressores, que comentem todo tipo de violência. A escola falhou nos seus i eais formativos. Ela não conseguiu transformar a massa humana, d elevando-a a maior nível de ser, a valores de seidade holística! Conseqüentemente, ampliou- se a violência generalizada na ecologia, nos esportes e na sociedade em geral. A agressividade pode ser manifestada por meio da agressão física, em que o homem costuma violentar outros seres vivos ou brutos com uma força perniciosa, que causa deformações físicas, machucando-os no seu corpo físico, ou causando avarias nos corpos bruto Também s. a agressividade pode se manifestar através de agressões psíquicas como a ironia, omissão de