SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 6
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Museu Antonino de Faro e o turismo no Algarve 
José Carlos Vilhena Mesquita 
No contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse aquele que, reunindo características intrinsecamente populares, ficou perfeitamente dedicado a um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. 
Criado por decisão camarária em 23 de Junho de 1932, pelo então presidente da edilidade farense, Dr. Mário Lyster Franco, só veio a reunir grande parte do seu actual espólio no ano seguinte, para em 4 de Fevereiro de 1934 ser oficialmente inaugurado pelo Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar. A 27 de Outubro do mesmo ano foi nomeado para seu conservador o Dr. Justino de Bivar Weinholtz, igualmente director do Museu Arqueológico e Lapidar, que nesta cidade deixou bem vincada presença cultural, a ele se devendo inclusivamente vários actos de benemerência que ainda hoje, enriquecem os nossos museus. À sua morte sucedeu-lhe o seu fundador, Dr. Mário Lyster Franco, que em 1966 foi substituído pelo então director dos museus municipais, Prof. José António Pinheiro e Rosa, grande estudioso e investigador de reconhecidos méritos, autor de vastíssima obra publicada. 
Igreja de Santo António do Alto 
A fundação deste museu constituiu uma forma de preencher um espaço que em tempos se dizia que era aproveitado para actos e procedimentos indecorosos. Em face disso, e atendendo a que as dependências anexas ao secular templo de Santo António do Alto reuniam as condições minimamente indispensáveis à instalação de um museu popular, lançou o seu já citado fundador uma campanha de angariação de peças que de algum modo estivessem ligadas ao culto daquele taumaturgo. 
Porta de entrada no Museu Antonino de Faro
Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 
2 
Nessa altura, aproveitou-se a oportunidade para mobilar toda a igreja que se encontrava praticamente ao abandono e apenas possuía as cadeirinhas de tabua que os devotos para lá levaram quando iam assistir aos velórios e outras cerimónias religiosas. Também se colocaram no seu lugar próprio três interessantes lápides que o cónego Pereira Botto, na ânsia de formar um museu arqueológico, de lá extraíra, esquecendo-se de que só devem ser retiradas dos seus lugares originais as peças que correm risco de desaparecer, o que não era o caso. 
Igualmente se abriu na parte antiga da torre (curioso edifício gótico que marca nitidamente a sua origem) uma janela que permitiu apreciar-se devidamente o magnífico trabalho de artesanato arquitectónico, digamos assim, que a mesma apresenta nas suas paredes interiores. O pátio de entrada foi logicamente alindado, com um poço (relativo à tradição antonina) mais ou menos artificial, e colocaram-se nas paredes da Igreja alguns quadros de menor valia, que se encontravam depositados no Museu Arqueológico, o que permitiu dar àquelas instalações uma disposição e um ambiente mais museológico. 
A igreja de Santo António do Alto ficou, desta forma, muito valorizada, e se a então inesperada construção do novo edifício do liceu, e a infeliz ideia do aproveitamento da torre para depósito de água, não tivessem tirado a graça, a posição e a beleza própria que o templo ostentava, estamos certos de que este singular museu se transformaria num dos mais curiosos pólos de atracção turística da cidade de Faro. Refira-se que o aproveitamento da torre para depósito de água obrigou a elevá-la mais uns metros deturpando-lhe, por isso, a traça original e as suas proporções naturais. 
Panorâmica actual da Igreja de Santo António do Alto, antiga atalaia e ponto estratégico na defesa militar da cidade de Faro
Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 
3 
Convém, ainda, acrescentar que o referido templo erigido na mais alta colina da cidade foi em tempos uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas, mas mal estudadas, atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832- 1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pelos responsáveis camarários. 
Soberba panorâmica 
Do alto da torre desfruta-se a mais soberba panorâmica da capital algarvia, sendo daí facilmente reconhecíveis os recortes da linha costeira e da Ria Formosa, assim como a distribuição orográfica da região, que se reparte pela serra – a necessitar urgentemente de ser arborizada – pelas terras algo fragosas do barrocal e pela faixa litoral, plana e fértil mas pejada de construções desenquadradas e agressivas no contexto ecológico em que se inserem. 
Pelo esplendor do panorama que dali se desfruta, tem sido este local o mais visitado de toda a cidade, facto que quase obriga o turista a penetrar igualmente nas instalações singelas do interessantíssimo Museu Antonino, afecto ao templo e incorporado nas dependências de um antigo claustro. Muitos têm sido os seus visitantes, oscilando a média anual do último 
Ermida de Santo António do Alto, na colina da Atalaia de Faro 
Panorâmica da quinta de Stº António do Alto, que pertencia ao grande empresário conserveiro José Júdice Fialho
Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 
4 
quinquénio entre os 15 e 20 mil, o que dá bem a ideia do seu interesse turístico. 
Entre os mais ilustres que por ali passaram permitam-me que destaque, para além do ex-Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, dos bispos e arcebispos de Évora, Beja, Coimbra, Algarve e outros, dos deputados; e figuras políticas dos tempos de ontem e de hoje, os mundialmente conhecidos artistas de cinema Marlon Brando e Catherine Deneuve que, aproveitando um curto período de férias, vieram até ao Algarve e juntos visitaram o Museu Antonino, dedicando-lhe palavras de muito apreço e admiração. A fama da sua passagem depressa se fez constar e hoje raros são os jovens fãs do cinema que não pedem à zelosa guarda do museu, sr.ª D.ª Maria Celeste Iria, que lhes mostre os autógrafos daqueles conhecidos actores cinematográficos. 
Em todo o caso, impõe-se acrescentar que os mais ilustres visitantes, não do Museu mas da ermida de Stª António do Alto, foram os Reis de Portugal, D. Carlos e D. Amélia, que ali estiveram a apreciar a belíssima paisagem sobre a ria, aquando da visita real a Faro no dia 9 de Outubro de 1897. 
Valioso espólio 
De entre as cerca de quatrocentas peças que compõem aquele espólio museológico, merecem especial realce um quadro de Santo António, que se encontrava no antigo Convento de Santo António dos Capuchos desta cidade, onde em tempos esteve instalado o Museu Arqueológico, visivelmente inspirado (para não dizer cópia fiel) do fresco de Giotto, que se admira na Basílica de Pádua; um Missale Romanum - Ex Decreto Sacrosancti… editado em Antuérpia pela tipografia Plantiniana, no ano de 1725, que curiosamente apresenta as armas dos Bulhões de Coimbra, a cuja família pertencia Santo António, o qual esteve durante largos anos ao serviço litúrgico da Sé de Faro; um azulejo com moldura gótica, imitando um vitral, assinado por Maria Portugal, pseudónimo da principal assistente do 
Imagem muito antiga de Stº António
Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 
5 
conhecido escultor Leopoldo Batistini, autor das magníficas placas azulejadas que assinalam a toponímia histórico-urbana da baixa citadina de Faro; uma madona pintada sobre cobre e um quadro do santo, oferecido pelo conhecido escritor e diplomata Dr. Amadeu Ferreira d’Almeida, que à sua terra natal legou uma das mais ricas e interessantes colecções de arte do seu tempo, a qual preenche hoje lugar de grande relevo no Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique, em Faro; uma escultura do santo em madeira do século XVII, outra em cerâmica com 1,11 m de altura, proveniente da escola coroclasta de Bordalo Pinheiro; várias estatuetas em madeira, cerâmica e metal de fábrica nitidamente popular; dezenas de azulejos e pratos, tendo gravadas ingénuas quadras galhofeiras alusivas ao santo; um aquário de cerâmica representando o taumaturgo a pregar aos peixes, o qual foi adquirido por uma das antigas comissões municipais de turismo nas Caldas da Rainha; centenas de pequenas estampas (que o vulgo designa por “santinhos”), folhetos, opúsculos e livros, alguns deles bastante raros; uma colecção de fotografias emolduradas que se estendem pelas paredes do museu, focando aspectos totais ou parciais de outros templos algarvios ligados ao culto de Santo António, algumas das quais constituem verdadeiros documentos por representarem aspectos de um património histórico já desaparecido; dezenas de medalhas de todos os tamanhos e diferentes matérias; uma colecção incompleta do Almanaque de Santo António; revistas, folhas volantes, uma peça de teatro manuscrita em espanhol, bilhetes de lotaria, loiças, vidros e um sem número de peças dispersas de valor muito desigual, mas todas dizendo respeito ao culto do milagroso Santo António. 
Recomendações e melhoramentos 
Como não podia deixar de ser, verificam-se algumas falhas estruturais que urge colmatar e para as quais gostaria de chamar a atenção das entidades responsáveis, tanto do município como da SEC. 
Foto dos anos cinquenta, editada como postal ilustrado da Igreja
Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 
6 
1.º - Não existe um catálogo, ou inventário do recheio artístico do Museu, que possibilite aos visitantes encarar e compreender pelo menos as peças consideradas do ponto de vista artístico-museológico mais importantes. Recomenda-se que para a elaboração do mesmo se convidem especialistas e se faça uma edição trilingue do respectivo texto, visto que a maioria dos visitantes são estrangeiros. 
2.º - Que se coloquem nos locais apropriados alguns projectores de luz por forma a iluminarem-se as peças mais interessantes. 
3.º - Que se reboquem as paredes da sala e se eliminem os repassos de humidade que em certos casos tem desprendido alguns quadros e constituem um sério risco para a oclusão de um curto-circuito, causa próxima de tantos incêndios em instituições do género: 
4.º - Que se envernizem as travessas do tecto que atestam a secularidade do edifício, mas que por se encontrarem mal tratadas acabam por dar um reflexo de desleixo e de ruína. 
5.º- Que se caiem as paredes internas e externas do edifício, sem esquecer de pintar periodicamente os ladrilhos que revestem o pavimento do Museu. 
6.º - Que se repare a porta que dá acesso ao pátio fronteiro ao Museu que, pelo facto de não ficar devidamente encerrada, poderá dar azo a possíveis tentativas de assalto. 
7.º - Que se volte a repor, no lugar próprio, a quase lendária fechadura do claustro lateral, em cujo buraco procuravam as jovens casadoiras de olhos vendados introduzir o dedo indicador, transformando este acto numa tradição pouco vulgar e de incontestável interesse etnográfico. 
8.º - Que se instalem resguardos de rede nas janelas do Museu de forma a permitir a entrada de ar, luz e calor natural para o seu interior. 
9.º - Que se proceda, urgentemente, à reparação da escada metálica em caracol, que dá acesso ao mirante, e que, pelo seu estado carcomido que evidencia, poderá dar azo a acidentes e graves desastres pessoais. 
10.º - Que se equipe o edifício com extintores e outros meios de combate a um possível incêndio. 
11.º - Que se inclua e aconselhe a sua visita nos roteiros turísticos da cidade e do Algarve. 
(artigo publicado no matutino «Diário de Notícias», de 1-02-1984)

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

O órgão da sé de faro
O órgão da sé de faroO órgão da sé de faro
O órgão da sé de faroJosé Mesquita
 
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no Algarve
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no AlgarveAs primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no Algarve
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no AlgarveJosé Mesquita
 
Quem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio PellicoQuem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio PellicoJosé Mesquita
 
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXBreve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
 
Sagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universalSagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universalJosé Mesquita
 
Revista de Portugal n.º 16
Revista de Portugal n.º 16Revista de Portugal n.º 16
Revista de Portugal n.º 16queirosiana
 
Memorial do convento tempo e espaço (1)
Memorial do convento  tempo e espaço (1)Memorial do convento  tempo e espaço (1)
Memorial do convento tempo e espaço (1)José Galvão
 
Os salões do centro português
Os salões do centro portuguêsOs salões do centro português
Os salões do centro portuguêsKika Da Costa
 
A Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, síntese
A Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, sínteseA Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, síntese
A Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, sínteseHca Faro
 
Aulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoAulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoDulce Gomes
 
Tragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Tragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do PortoTragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Tragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do PortoArtur Filipe dos Santos
 
Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo
Guia Politicamente Incorreto da História do MundoGuia Politicamente Incorreto da História do Mundo
Guia Politicamente Incorreto da História do MundoFabiano Araujo de Souza
 
Catálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrir
Catálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrirCatálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrir
Catálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrirPedro Abreu Peixoto
 
A Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
A Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do PortoA Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
A Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do PortoArtur Filipe dos Santos
 
A arte barroca da bahia
A arte barroca da bahiaA arte barroca da bahia
A arte barroca da bahiamirandakika
 
historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I
 historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I  historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I
historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I Laurinda Ferreira
 

Was ist angesagt? (20)

O órgão da sé de faro
O órgão da sé de faroO órgão da sé de faro
O órgão da sé de faro
 
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no Algarve
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no AlgarveAs primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no Algarve
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no Algarve
 
Quem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio PellicoQuem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio Pellico
 
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXBreve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
 
Sagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universalSagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universal
 
Inf historia 11
Inf historia 11Inf historia 11
Inf historia 11
 
3315
33153315
3315
 
Revista de Portugal n.º 16
Revista de Portugal n.º 16Revista de Portugal n.º 16
Revista de Portugal n.º 16
 
Memorial do convento tempo e espaço (1)
Memorial do convento  tempo e espaço (1)Memorial do convento  tempo e espaço (1)
Memorial do convento tempo e espaço (1)
 
Os salões do centro português
Os salões do centro portuguêsOs salões do centro português
Os salões do centro português
 
A Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, síntese
A Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, sínteseA Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, síntese
A Cultura do Palco: tempo, espaço, local, biografia, acontecimento, síntese
 
Aulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do conventoAulas digitais memorial do convento
Aulas digitais memorial do convento
 
Catálogo nº7
Catálogo nº7Catálogo nº7
Catálogo nº7
 
Tragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Tragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do PortoTragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Tragédia do vapor "Porto" - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
 
Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo
Guia Politicamente Incorreto da História do MundoGuia Politicamente Incorreto da História do Mundo
Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo
 
O barroco
O barrocoO barroco
O barroco
 
Catálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrir
Catálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrirCatálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrir
Catálogo exposição ex líbris - um mundo a descobrir
 
A Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
A Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do PortoA Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
A Ribeira do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
 
A arte barroca da bahia
A arte barroca da bahiaA arte barroca da bahia
A arte barroca da bahia
 
historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I
 historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I  historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I
historia da litteratura Portuguesa - Teófilo Braga -Volume I
 

Ähnlich wie Museu Antonino de Faro

Visita de estudo ribeira do porto com fotos
Visita de estudo   ribeira do porto com fotosVisita de estudo   ribeira do porto com fotos
Visita de estudo ribeira do porto com fotosIsabelPereira2010
 
Tiat- Lisboa Patrimonio
Tiat- Lisboa PatrimonioTiat- Lisboa Patrimonio
Tiat- Lisboa PatrimonioArtur Cristo
 
Museu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antigaMuseu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antigaAgostinho.Gouveia
 
Praça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Praça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do PortoPraça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Praça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do PortoArtur Filipe dos Santos
 
Visita A Belmonte
Visita A BelmonteVisita A Belmonte
Visita A Belmontegueste746bf
 
Anexos Itinerários turísticos book
Anexos Itinerários turísticos bookAnexos Itinerários turísticos book
Anexos Itinerários turísticos bookCarlos Alberto Abreu
 
Vestígios arqueologicos em lisboa
Vestígios arqueologicos em lisboaVestígios arqueologicos em lisboa
Vestígios arqueologicos em lisboafergwen
 
Comemorar espaços ...
Comemorar espaços ...Comemorar espaços ...
Comemorar espaços ...Ana Barreiros
 
Um Presépio Napolitano do século XVIII no museu de Moncarapacho
Um Presépio Napolitano do século XVIII no museu de MoncarapachoUm Presépio Napolitano do século XVIII no museu de Moncarapacho
Um Presépio Napolitano do século XVIII no museu de MoncarapachoJosé Mesquita
 
Apresentação Washington Fajardo
Apresentação Washington FajardoApresentação Washington Fajardo
Apresentação Washington Fajardotransformurb
 
Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...
Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...
Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...Artur Filipe dos Santos
 
Património à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Património à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do PortoPatrimónio à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Património à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do PortoArtur Filipe dos Santos
 
Patrimônio histórico cultural 1
Patrimônio histórico cultural 1Patrimônio histórico cultural 1
Patrimônio histórico cultural 1Victor Barizon
 
Atrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptx
Atrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptxAtrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptx
Atrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptxFaustoBartole1
 
Museu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antigaMuseu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antigaMaria Joao
 
Museu nacional de arte antiga lisboa
Museu nacional de arte antiga   lisboaMuseu nacional de arte antiga   lisboa
Museu nacional de arte antiga lisboaBeatris Lopes
 
Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...
Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...
Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...Artur Filipe dos Santos
 
História do porto zimbório do senhor do padrão
História do porto   zimbório do senhor do padrãoHistória do porto   zimbório do senhor do padrão
História do porto zimbório do senhor do padrãoArtur Filipe dos Santos
 

Ähnlich wie Museu Antonino de Faro (20)

Visita de estudo ribeira do porto com fotos
Visita de estudo   ribeira do porto com fotosVisita de estudo   ribeira do porto com fotos
Visita de estudo ribeira do porto com fotos
 
Tiat- Lisboa Patrimonio
Tiat- Lisboa PatrimonioTiat- Lisboa Patrimonio
Tiat- Lisboa Patrimonio
 
Museu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antigaMuseu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antiga
 
Praça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Praça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do PortoPraça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Praça da Batalha - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
 
Visita A Belmonte
Visita A BelmonteVisita A Belmonte
Visita A Belmonte
 
Sintra
SintraSintra
Sintra
 
Anexos Itinerários turísticos book
Anexos Itinerários turísticos bookAnexos Itinerários turísticos book
Anexos Itinerários turísticos book
 
Vestígios arqueologicos em lisboa
Vestígios arqueologicos em lisboaVestígios arqueologicos em lisboa
Vestígios arqueologicos em lisboa
 
Comemorar espaços ...
Comemorar espaços ...Comemorar espaços ...
Comemorar espaços ...
 
Um Presépio Napolitano do século XVIII no museu de Moncarapacho
Um Presépio Napolitano do século XVIII no museu de MoncarapachoUm Presépio Napolitano do século XVIII no museu de Moncarapacho
Um Presépio Napolitano do século XVIII no museu de Moncarapacho
 
Apresentação Washington Fajardo
Apresentação Washington FajardoApresentação Washington Fajardo
Apresentação Washington Fajardo
 
Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...
Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...
Património à volta da Sé do Porto- Torre Pedro Pitões - Artur Filipe dos Sant...
 
Património à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Património à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do PortoPatrimónio à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
Património à volta da Sé do Porto - Artur Filipe dos Santos - História do Porto
 
Lisboa portas fechadas a 10
Lisboa   portas fechadas a 10  Lisboa   portas fechadas a 10
Lisboa portas fechadas a 10
 
Patrimônio histórico cultural 1
Patrimônio histórico cultural 1Patrimônio histórico cultural 1
Patrimônio histórico cultural 1
 
Atrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptx
Atrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptxAtrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptx
Atrativos Turísticos Culturais do Rio de Janeiro bonito (1).pptx
 
Museu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antigaMuseu nacional de arte antiga
Museu nacional de arte antiga
 
Museu nacional de arte antiga lisboa
Museu nacional de arte antiga   lisboaMuseu nacional de arte antiga   lisboa
Museu nacional de arte antiga lisboa
 
Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...
Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...
Património à volta da Sé do Porto- Arqueossíteo da Rua D. Hugo - Artur Filipe...
 
História do porto zimbório do senhor do padrão
História do porto   zimbório do senhor do padrãoHistória do porto   zimbório do senhor do padrão
História do porto zimbório do senhor do padrão
 

Mehr von José Mesquita

O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfO ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfJosé Mesquita
 
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...José Mesquita
 
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaO Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaJosé Mesquita
 
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828José Mesquita
 
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Mesquita
 
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisLoulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisJosé Mesquita
 
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...José Mesquita
 
A Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaA Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaJosé Mesquita
 
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXPara a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXJosé Mesquita
 
Encanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de TaviraEncanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de TaviraJosé Mesquita
 
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaSalazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaJosé Mesquita
 
História das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraHistória das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraJosé Mesquita
 
O Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveO Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveJosé Mesquita
 
Da extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de AljezurDa extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de AljezurJosé Mesquita
 
Tradições do Natal Português
Tradições do Natal PortuguêsTradições do Natal Português
Tradições do Natal PortuguêsJosé Mesquita
 
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formiga
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formigaA Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formiga
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formigaJosé Mesquita
 
Natal algarvio perdeu tradições
Natal algarvio perdeu tradiçõesNatal algarvio perdeu tradições
Natal algarvio perdeu tradiçõesJosé Mesquita
 
A minha rua, de Ernesto Cabrita
A minha rua, de Ernesto CabritaA minha rua, de Ernesto Cabrita
A minha rua, de Ernesto CabritaJosé Mesquita
 
As origens e desenvolvimento do ensino em Faro
As origens e desenvolvimento do ensino em FaroAs origens e desenvolvimento do ensino em Faro
As origens e desenvolvimento do ensino em FaroJosé Mesquita
 
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu Fundador
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu FundadorVila Real de Santo António no I Centenário do seu Fundador
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu FundadorJosé Mesquita
 

Mehr von José Mesquita (20)

O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfO ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
 
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
 
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaO Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
 
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
 
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
 
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisLoulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
 
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
 
A Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaA Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com história
 
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXPara a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
 
Encanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de TaviraEncanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de Tavira
 
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaSalazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
 
História das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraHistória das Pescas em Tavira
História das Pescas em Tavira
 
O Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveO Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no Algarve
 
Da extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de AljezurDa extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de Aljezur
 
Tradições do Natal Português
Tradições do Natal PortuguêsTradições do Natal Português
Tradições do Natal Português
 
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formiga
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formigaA Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formiga
A Juventude e a Educação - da política da cigarra ao sacrifício da formiga
 
Natal algarvio perdeu tradições
Natal algarvio perdeu tradiçõesNatal algarvio perdeu tradições
Natal algarvio perdeu tradições
 
A minha rua, de Ernesto Cabrita
A minha rua, de Ernesto CabritaA minha rua, de Ernesto Cabrita
A minha rua, de Ernesto Cabrita
 
As origens e desenvolvimento do ensino em Faro
As origens e desenvolvimento do ensino em FaroAs origens e desenvolvimento do ensino em Faro
As origens e desenvolvimento do ensino em Faro
 
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu Fundador
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu FundadorVila Real de Santo António no I Centenário do seu Fundador
Vila Real de Santo António no I Centenário do seu Fundador
 

Kürzlich hochgeladen

Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...LizanSantos1
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
Intolerância religiosa. Trata-se de uma apresentação sobre o respeito a diver...
 
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 

Museu Antonino de Faro

  • 1. Museu Antonino de Faro e o turismo no Algarve José Carlos Vilhena Mesquita No contexto museológico da cidade de Faro assume particular interesse aquele que, reunindo características intrinsecamente populares, ficou perfeitamente dedicado a um dos mais antigos padroeiros desta cidade: Santo António. Criado por decisão camarária em 23 de Junho de 1932, pelo então presidente da edilidade farense, Dr. Mário Lyster Franco, só veio a reunir grande parte do seu actual espólio no ano seguinte, para em 4 de Fevereiro de 1934 ser oficialmente inaugurado pelo Presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar. A 27 de Outubro do mesmo ano foi nomeado para seu conservador o Dr. Justino de Bivar Weinholtz, igualmente director do Museu Arqueológico e Lapidar, que nesta cidade deixou bem vincada presença cultural, a ele se devendo inclusivamente vários actos de benemerência que ainda hoje, enriquecem os nossos museus. À sua morte sucedeu-lhe o seu fundador, Dr. Mário Lyster Franco, que em 1966 foi substituído pelo então director dos museus municipais, Prof. José António Pinheiro e Rosa, grande estudioso e investigador de reconhecidos méritos, autor de vastíssima obra publicada. Igreja de Santo António do Alto A fundação deste museu constituiu uma forma de preencher um espaço que em tempos se dizia que era aproveitado para actos e procedimentos indecorosos. Em face disso, e atendendo a que as dependências anexas ao secular templo de Santo António do Alto reuniam as condições minimamente indispensáveis à instalação de um museu popular, lançou o seu já citado fundador uma campanha de angariação de peças que de algum modo estivessem ligadas ao culto daquele taumaturgo. Porta de entrada no Museu Antonino de Faro
  • 2. Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 2 Nessa altura, aproveitou-se a oportunidade para mobilar toda a igreja que se encontrava praticamente ao abandono e apenas possuía as cadeirinhas de tabua que os devotos para lá levaram quando iam assistir aos velórios e outras cerimónias religiosas. Também se colocaram no seu lugar próprio três interessantes lápides que o cónego Pereira Botto, na ânsia de formar um museu arqueológico, de lá extraíra, esquecendo-se de que só devem ser retiradas dos seus lugares originais as peças que correm risco de desaparecer, o que não era o caso. Igualmente se abriu na parte antiga da torre (curioso edifício gótico que marca nitidamente a sua origem) uma janela que permitiu apreciar-se devidamente o magnífico trabalho de artesanato arquitectónico, digamos assim, que a mesma apresenta nas suas paredes interiores. O pátio de entrada foi logicamente alindado, com um poço (relativo à tradição antonina) mais ou menos artificial, e colocaram-se nas paredes da Igreja alguns quadros de menor valia, que se encontravam depositados no Museu Arqueológico, o que permitiu dar àquelas instalações uma disposição e um ambiente mais museológico. A igreja de Santo António do Alto ficou, desta forma, muito valorizada, e se a então inesperada construção do novo edifício do liceu, e a infeliz ideia do aproveitamento da torre para depósito de água, não tivessem tirado a graça, a posição e a beleza própria que o templo ostentava, estamos certos de que este singular museu se transformaria num dos mais curiosos pólos de atracção turística da cidade de Faro. Refira-se que o aproveitamento da torre para depósito de água obrigou a elevá-la mais uns metros deturpando-lhe, por isso, a traça original e as suas proporções naturais. Panorâmica actual da Igreja de Santo António do Alto, antiga atalaia e ponto estratégico na defesa militar da cidade de Faro
  • 3. Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 3 Convém, ainda, acrescentar que o referido templo erigido na mais alta colina da cidade foi em tempos uma primitiva torre de vigia da costa (as conhecidas, mas mal estudadas, atalaias), que para contrariarem as constantes investidas dos corsários árabes davam o sinal de rebate chamando as populações a defenderem os seus haveres. Igualmente ali se verificaram sangrentas lutas, durante a guerra civil de 1832- 1834, pela posse do mais estratégico ponto militar da cidade, facto esse que era há anos facilmente constatável pelos buracos das balas incrustadas nas paredes do edifício, mas que, infelizmente, são hoje irreconhecíveis devido aos trabalhos de reboco e restauro mandados executar pelos responsáveis camarários. Soberba panorâmica Do alto da torre desfruta-se a mais soberba panorâmica da capital algarvia, sendo daí facilmente reconhecíveis os recortes da linha costeira e da Ria Formosa, assim como a distribuição orográfica da região, que se reparte pela serra – a necessitar urgentemente de ser arborizada – pelas terras algo fragosas do barrocal e pela faixa litoral, plana e fértil mas pejada de construções desenquadradas e agressivas no contexto ecológico em que se inserem. Pelo esplendor do panorama que dali se desfruta, tem sido este local o mais visitado de toda a cidade, facto que quase obriga o turista a penetrar igualmente nas instalações singelas do interessantíssimo Museu Antonino, afecto ao templo e incorporado nas dependências de um antigo claustro. Muitos têm sido os seus visitantes, oscilando a média anual do último Ermida de Santo António do Alto, na colina da Atalaia de Faro Panorâmica da quinta de Stº António do Alto, que pertencia ao grande empresário conserveiro José Júdice Fialho
  • 4. Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 4 quinquénio entre os 15 e 20 mil, o que dá bem a ideia do seu interesse turístico. Entre os mais ilustres que por ali passaram permitam-me que destaque, para além do ex-Presidente do Conselho, Oliveira Salazar, dos bispos e arcebispos de Évora, Beja, Coimbra, Algarve e outros, dos deputados; e figuras políticas dos tempos de ontem e de hoje, os mundialmente conhecidos artistas de cinema Marlon Brando e Catherine Deneuve que, aproveitando um curto período de férias, vieram até ao Algarve e juntos visitaram o Museu Antonino, dedicando-lhe palavras de muito apreço e admiração. A fama da sua passagem depressa se fez constar e hoje raros são os jovens fãs do cinema que não pedem à zelosa guarda do museu, sr.ª D.ª Maria Celeste Iria, que lhes mostre os autógrafos daqueles conhecidos actores cinematográficos. Em todo o caso, impõe-se acrescentar que os mais ilustres visitantes, não do Museu mas da ermida de Stª António do Alto, foram os Reis de Portugal, D. Carlos e D. Amélia, que ali estiveram a apreciar a belíssima paisagem sobre a ria, aquando da visita real a Faro no dia 9 de Outubro de 1897. Valioso espólio De entre as cerca de quatrocentas peças que compõem aquele espólio museológico, merecem especial realce um quadro de Santo António, que se encontrava no antigo Convento de Santo António dos Capuchos desta cidade, onde em tempos esteve instalado o Museu Arqueológico, visivelmente inspirado (para não dizer cópia fiel) do fresco de Giotto, que se admira na Basílica de Pádua; um Missale Romanum - Ex Decreto Sacrosancti… editado em Antuérpia pela tipografia Plantiniana, no ano de 1725, que curiosamente apresenta as armas dos Bulhões de Coimbra, a cuja família pertencia Santo António, o qual esteve durante largos anos ao serviço litúrgico da Sé de Faro; um azulejo com moldura gótica, imitando um vitral, assinado por Maria Portugal, pseudónimo da principal assistente do Imagem muito antiga de Stº António
  • 5. Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 5 conhecido escultor Leopoldo Batistini, autor das magníficas placas azulejadas que assinalam a toponímia histórico-urbana da baixa citadina de Faro; uma madona pintada sobre cobre e um quadro do santo, oferecido pelo conhecido escritor e diplomata Dr. Amadeu Ferreira d’Almeida, que à sua terra natal legou uma das mais ricas e interessantes colecções de arte do seu tempo, a qual preenche hoje lugar de grande relevo no Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique, em Faro; uma escultura do santo em madeira do século XVII, outra em cerâmica com 1,11 m de altura, proveniente da escola coroclasta de Bordalo Pinheiro; várias estatuetas em madeira, cerâmica e metal de fábrica nitidamente popular; dezenas de azulejos e pratos, tendo gravadas ingénuas quadras galhofeiras alusivas ao santo; um aquário de cerâmica representando o taumaturgo a pregar aos peixes, o qual foi adquirido por uma das antigas comissões municipais de turismo nas Caldas da Rainha; centenas de pequenas estampas (que o vulgo designa por “santinhos”), folhetos, opúsculos e livros, alguns deles bastante raros; uma colecção de fotografias emolduradas que se estendem pelas paredes do museu, focando aspectos totais ou parciais de outros templos algarvios ligados ao culto de Santo António, algumas das quais constituem verdadeiros documentos por representarem aspectos de um património histórico já desaparecido; dezenas de medalhas de todos os tamanhos e diferentes matérias; uma colecção incompleta do Almanaque de Santo António; revistas, folhas volantes, uma peça de teatro manuscrita em espanhol, bilhetes de lotaria, loiças, vidros e um sem número de peças dispersas de valor muito desigual, mas todas dizendo respeito ao culto do milagroso Santo António. Recomendações e melhoramentos Como não podia deixar de ser, verificam-se algumas falhas estruturais que urge colmatar e para as quais gostaria de chamar a atenção das entidades responsáveis, tanto do município como da SEC. Foto dos anos cinquenta, editada como postal ilustrado da Igreja
  • 6. Museu Antonino de Faro, e o turismo no Algarve 6 1.º - Não existe um catálogo, ou inventário do recheio artístico do Museu, que possibilite aos visitantes encarar e compreender pelo menos as peças consideradas do ponto de vista artístico-museológico mais importantes. Recomenda-se que para a elaboração do mesmo se convidem especialistas e se faça uma edição trilingue do respectivo texto, visto que a maioria dos visitantes são estrangeiros. 2.º - Que se coloquem nos locais apropriados alguns projectores de luz por forma a iluminarem-se as peças mais interessantes. 3.º - Que se reboquem as paredes da sala e se eliminem os repassos de humidade que em certos casos tem desprendido alguns quadros e constituem um sério risco para a oclusão de um curto-circuito, causa próxima de tantos incêndios em instituições do género: 4.º - Que se envernizem as travessas do tecto que atestam a secularidade do edifício, mas que por se encontrarem mal tratadas acabam por dar um reflexo de desleixo e de ruína. 5.º- Que se caiem as paredes internas e externas do edifício, sem esquecer de pintar periodicamente os ladrilhos que revestem o pavimento do Museu. 6.º - Que se repare a porta que dá acesso ao pátio fronteiro ao Museu que, pelo facto de não ficar devidamente encerrada, poderá dar azo a possíveis tentativas de assalto. 7.º - Que se volte a repor, no lugar próprio, a quase lendária fechadura do claustro lateral, em cujo buraco procuravam as jovens casadoiras de olhos vendados introduzir o dedo indicador, transformando este acto numa tradição pouco vulgar e de incontestável interesse etnográfico. 8.º - Que se instalem resguardos de rede nas janelas do Museu de forma a permitir a entrada de ar, luz e calor natural para o seu interior. 9.º - Que se proceda, urgentemente, à reparação da escada metálica em caracol, que dá acesso ao mirante, e que, pelo seu estado carcomido que evidencia, poderá dar azo a acidentes e graves desastres pessoais. 10.º - Que se equipe o edifício com extintores e outros meios de combate a um possível incêndio. 11.º - Que se inclua e aconselhe a sua visita nos roteiros turísticos da cidade e do Algarve. (artigo publicado no matutino «Diário de Notícias», de 1-02-1984)