SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 4
Downloaden Sie, um offline zu lesen
As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro 
José Carlos Vilhena Mesquita 
O ensino em Portugal possuiu, desde as suas mais remotas origens, uma inspiração religiosa a que não era estranho o acesso que, desse modo, se veiculava para a vida eclesiástica. São por demais conhecidas as escolas monásticas ou conventuais da Idade Média, que em Alcobaça, Coimbra e Lisboa, tiveram os seus expoentes de prolixidade e sucesso, formando um corpo de magistrados, legisladores e juristas, responsáveis pela construção do Estado de direito que, paulatinamente, se ergueu no tempo e disseminou os seus valores culturais e linguísticos pelos quatros cantos do globo. A fundação dos Estudos Gerais, em que se enraizou o ensino universitário, surgiu como reflexo da necessidade de aumentar os conhecimentos e a preparação cívica daqueles que, não pertencendo à classe religiosa, se ofereciam para servir na administração pública e, principalmente, na defesa dos direitos que aos cidadãos consignavam as Ordenações do Reino. 
Não restam hoje quaisquer dúvidas, nem oferece contestação afirmar-se que são intrinsecamente religiosas as origens do ensino em Portugal. E se nos primeiros tempos cabia aos Dominicanos, Beneditinos, Agostinianos e a outras ordens religiosas a missão de educar e de preparar tanto os novos quadros da Igreja como os do próprio aparelho de Estado, o certo é que a partir de meados do século XVI esse papel passou, quase exclusivamente, para as mãos dos Jesuítas. O ensino tornara-se praticamente monopólio dos inacianos, que para seu benefício e serviço fundaram a Universidade de Évora no local e edifício que ainda hoje, reabilitado e despojado dos vícios de outrora, serve os actuais objectivos de formar as gerações vindouras no espírito científico e na liberdade crítica. 
Antigo edifício da Universidade de Évora, actual Liceu André Gouveia
As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro 
2 
O ponto de viragem estabeleceu-se no consulado do Marquês de Pombal, cuja reforma do ensino constitui a pedra basilar do nosso actual sistema. A expulsão dos Jesuítas obrigou aquele estadista a repensar toda a organização do processo educativo operando, a partir de 1759, uma reforma que tinha algumas parecenças com a administração pública, já que atribuía a todas as cidades e principais vilas do reino uma escola de «aprender a ler, escrever e contar». E neste âmbito não fez discriminações, porque não só estendeu o ensino às colónias, como até instituiu escolas públicas femininas, o que constituía uma atitude de renovação e progresso mental. 
O ensino secundário, se assim se lhe pode chamar, não tinha grandes semelhanças com a actualidade, já que era uma espécie de preparatórios para a Universidade. Consistia na leccionação das cadeiras de Gramática Latina, Língua Grega, Retórica e Filosofia, para cuja efectivação se fundaram as competentes escolas nas cidades mais populosas ou nas que fossem cabeça de Comarca. A reforma só teve verdadeira concretização já no declinar do consulado pombalino, precisamente na altura em que a Universidade de Coimbra recebia os seus modernos Estatutos, verdadeiro monumento do ensino científico, que colocava o nosso país ao lado das nações mais progressistas da Europa. A filosofia educativa que inspirara o pombalismo fundamentava-se na criação de um ensino estatal e laico, em cuja imagem e semelhança se perfilariam, até hoje, as principais revisões do aparelho e do sistema educacional. 
A partir de 1759 assistiu-se a uma lenta implementação do processo que deu origem a sucessivas colocações de professores, atribuição de novas escolas e, diga-se em abono da verdade, muita incongruência, insatisfação e algum desalento. Por isso é que só em 1773 a cidade de Faro teria, completo e preenchido, o seu quadro de professores, cujo elenco, só por curiosidade, aqui se enuncia: Ler, Escrever e Contar: António José Rodrigues; Gramática Latina: João dos Santos de Proença Capinhão; 
Colégio Mariano de Faro, onde se lecionou o ensino secundário em Faro
As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro 
3 
Língua Grega: Dimas Tadeu; Retórica: José Feliciano Coelho; Filosofia Racional: José Ferreira Cidade. 
O ordenamento educativo do Algarve ficaria completo em 1779, mas já sob o domínio da «viradeira» que inspirou o reaccionarismo do governo mariano. Para inflectir a situação e esbarrondar o projecto pombalino, entregou-se o ensino aos conventos de religiosos existentes nas respectivas comarcas. Daí os conventos de Faro se encarregarem da Filosofia Racional e da Gramática Latina, enquanto os franciscanos de Lagos, Portimão, Monchique, Silves e Loulé, assim como os paulistas de Tavira, asseguraram não só a Gramática Latina, como ainda a administração das primeiras letras. 
Com implantação do regime liberal, constitucional e parlamentar, os objectivos pombalinos voltaram a inspirar o espírito reformista que presidiu aos novos destinos do ensino em Portugal. Em 1836, com o advento do «Setembrismo» e sob a batuta ministerial de Manuel da Silva Passos, procedeu-se ao reordenamento educativo da nação, do qual ressaltam os Liceus Nacionais, as Escolas Médico-Cirúgicas, as Escolas Politécnica de Lisboa e do Porto, o Conservatório de Arte Dramática, as Academias de Belas Artes de Lisboa e do Porto, a Escola do Exército, etc. Nunca se tinha ido tão longe numa reforma educativa. E o princípio inspirador continuava a ser o mesmo: estatal e laico, como o propusera Pombal. 
Ainda assim, o Liceu de Faro só abriria as suas portas em 1849, para dois anos depois receber da Rainha D. Maria II a carta legitimadora da sua fundação. Daí por diante, assiste-se em Faro à fundação das escolas de Desenho Industrial Pedro Nunes, a Escola Primária Superior, a Escola Normal Superior, a Escola Comercial e Industrial Tomás Cabreira, o Magistério Primário, a Escola de Hotelaria e Turismo, o Instituto Politécnico e a Universidade do Algarve. Por elas passaram sucessivas gerações e nelas adquiriram a sua formação de base muitos dos principais quadros técnicos e intelectuais de que o Algarve se pode hoje orgulhar. 
Antigo colégio franciscano de Portimão, leccionou o ensino secundário
As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro 
4 
A par dessas escolas de grande projecção, outras existiram certamente mais humildes, mas nem por isso menos importantes. É por essa razão que não devemos esquecer, as filantrópicas iniciativas particulares (de maçons e republicanos) em torno da chamada «educação popular», de que foram exemplo os Centros Republicanos, onde pontificaram alguns vultos locais das lutas pela emancipação feminina, como Maria Veleda ou Inácia Anes Baganha; a Universidade Popular do Algarve, fundada por iniciativa do Dr. José Dentinho e propalada pelo Dr. Francisco Fernandes Lopes, na qual se pronunciaram brilhantes conferências e até se ministraram cursos livres; o Círculo Cultural de Camões, que serviu de refúgio e camuflagem a alguns elementos da «Resistance Française», como Lionel de Roulet, Heléne de Beauvoir e até mesmo sua irmã, a escritora Simone de Beauvoir, que veio a Faro proferir uma palestra a convite do Círculo; o seu sucedâneo Instituto da Alliance Française, que julgo ainda subsistir, embora com muitas dificuldades; o Círculo Cultural de Faro, que é de todos o que maiores tradições guarda de uma subtil luta pela emancipação intelectual das classes trabalhadoras contra o «Estado Novo» e o regime Salazarista, cuja fabulosa biblioteca e a própria instituição correm o risco de desaparecer na voragem do desinteresse geral; os Colégios particulares Farense e Algarve, este ainda em actividade; e, por fim, a mais recente de todas as iniciativas particulares, em benefício da educação e no espírito do ensino livre, que é a Universidade do Algarve para a Terceira Idade, que sem apoios significativos nem instalações próprias vai sobrevivendo com muitas dificuldades, razão pela qual se tornou digna do maior apreço social, não só pela sã convivência e alegre confraternização que se manifesta entre todos os alunos, como ainda pela divulgação dos conhecimentos, que de vários quadrantes científicos são ali transmitidos aos seus alunos. 
Em desenvolvida análise, obviamente muito mais haveria para explanar e enaltecer neste breve rol de instituições que serviram e desenvolveram, nas suas natura limitações, a formação educativa e cultural do Algarve. Mas, em síntese, basta tocar- lhes, ainda que ao de leve, para que ressaltem da poeira dos tempos, sem que percam a patine da História. 
Primeiras instalações do Liceu de Faro no séc. XIX

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

HistóRia Da EducaçãO No Brasil Da Colonia Ao ImpéRio
HistóRia Da  EducaçãO No  Brasil  Da Colonia Ao ImpéRioHistóRia Da  EducaçãO No  Brasil  Da Colonia Ao ImpéRio
HistóRia Da EducaçãO No Brasil Da Colonia Ao ImpéRioNila Michele Bastos Santos
 
A instrução feminina na colônia e no império - Heleieth Saffioti
A instrução feminina na colônia e no império - Heleieth SaffiotiA instrução feminina na colônia e no império - Heleieth Saffioti
A instrução feminina na colônia e no império - Heleieth SaffiotiTatiana Mareto Silva
 
Breve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medievalBreve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medievalPriscila Aristimunha
 
Nísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheresNísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheresPriscila Aristimunha
 
Um passo ..
Um passo ..Um passo ..
Um passo ..rgmeco
 
Historia da educacao no Brasil
Historia da educacao no BrasilHistoria da educacao no Brasil
Historia da educacao no Brasilluciano kingerski
 
Educação pública no século xix
Educação pública no século xixEducação pública no século xix
Educação pública no século xixrenanmedonho
 
Slides iaraeandri
Slides iaraeandriSlides iaraeandri
Slides iaraeandriiaraandri
 
Evolução histórica educação brasileira...
Evolução histórica educação brasileira...Evolução histórica educação brasileira...
Evolução histórica educação brasileira...Edneide Lima
 
19 história da política educacional no brasil império (2)
19 história da política educacional no brasil império (2)19 história da política educacional no brasil império (2)
19 história da política educacional no brasil império (2)Amanda Cardoso
 
MudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC Xix Carlos Daniel
MudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC  Xix  Carlos DanielMudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC  Xix  Carlos Daniel
MudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC Xix Carlos DanielJosé Palma
 
As reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de Carvalho
As reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de CarvalhoAs reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de Carvalho
As reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de CarvalhoMAURIZIO MARCHETTI
 
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28Claudinei Gonçalves de Lima
 
História e politica educacional percurso
História e politica educacional   percursoHistória e politica educacional   percurso
História e politica educacional percursoCRIS TORRES
 
Atividade complementar - História da Educação
Atividade complementar - História da EducaçãoAtividade complementar - História da Educação
Atividade complementar - História da EducaçãoGeorge Caetano
 

Was ist angesagt? (17)

HistóRia Da EducaçãO No Brasil Da Colonia Ao ImpéRio
HistóRia Da  EducaçãO No  Brasil  Da Colonia Ao ImpéRioHistóRia Da  EducaçãO No  Brasil  Da Colonia Ao ImpéRio
HistóRia Da EducaçãO No Brasil Da Colonia Ao ImpéRio
 
A instrução feminina na colônia e no império - Heleieth Saffioti
A instrução feminina na colônia e no império - Heleieth SaffiotiA instrução feminina na colônia e no império - Heleieth Saffioti
A instrução feminina na colônia e no império - Heleieth Saffioti
 
177 6475-1-pb
177 6475-1-pb177 6475-1-pb
177 6475-1-pb
 
Breve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medievalBreve panorama da educação medieval
Breve panorama da educação medieval
 
Nísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheresNísia floresta e os direitos das mulheres
Nísia floresta e os direitos das mulheres
 
Um passo ..
Um passo ..Um passo ..
Um passo ..
 
Historia da educacao no Brasil
Historia da educacao no BrasilHistoria da educacao no Brasil
Historia da educacao no Brasil
 
Educação pública no século xix
Educação pública no século xixEducação pública no século xix
Educação pública no século xix
 
Slides iaraeandri
Slides iaraeandriSlides iaraeandri
Slides iaraeandri
 
Evolução histórica educação brasileira...
Evolução histórica educação brasileira...Evolução histórica educação brasileira...
Evolução histórica educação brasileira...
 
19 história da política educacional no brasil império (2)
19 história da política educacional no brasil império (2)19 história da política educacional no brasil império (2)
19 história da política educacional no brasil império (2)
 
MudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC Xix Carlos Daniel
MudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC  Xix  Carlos DanielMudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC  Xix  Carlos Daniel
MudançAs Na EducaçãO Na 2ª Metade Do SéC Xix Carlos Daniel
 
As reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de Carvalho
As reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de CarvalhoAs reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de Carvalho
As reformas pombalinas da instrução publica - Laerte Ramos de Carvalho
 
História da educação no brasil
História da educação no brasilHistória da educação no brasil
História da educação no brasil
 
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
INSTITUIÇÕES ESCOLARES NO BRASIL COLONIAL E IMPERIAL Art12 28
 
História e politica educacional percurso
História e politica educacional   percursoHistória e politica educacional   percurso
História e politica educacional percurso
 
Atividade complementar - História da Educação
Atividade complementar - História da EducaçãoAtividade complementar - História da Educação
Atividade complementar - História da Educação
 

Andere mochten auch

21 barroco eurobras
21 barroco eurobras21 barroco eurobras
21 barroco eurobrasdenise lugli
 
Historico Educação do Campo
Historico Educação do CampoHistorico Educação do Campo
Historico Educação do CampoWanessa de Castro
 
Apresentacao sobre curriculo
Apresentacao sobre curriculoApresentacao sobre curriculo
Apresentacao sobre curriculoTatá Oliveira
 
Teorias do curriculo
Teorias do curriculoTeorias do curriculo
Teorias do curriculoNatália Luz
 
Currículo - Pedagogia para Concursos
Currículo - Pedagogia para ConcursosCurrículo - Pedagogia para Concursos
Currículo - Pedagogia para ConcursosAdriano Martins
 

Andere mochten auch (6)

21 barroco eurobras
21 barroco eurobras21 barroco eurobras
21 barroco eurobras
 
Slide curriculos e programas
Slide curriculos e programasSlide curriculos e programas
Slide curriculos e programas
 
Historico Educação do Campo
Historico Educação do CampoHistorico Educação do Campo
Historico Educação do Campo
 
Apresentacao sobre curriculo
Apresentacao sobre curriculoApresentacao sobre curriculo
Apresentacao sobre curriculo
 
Teorias do curriculo
Teorias do curriculoTeorias do curriculo
Teorias do curriculo
 
Currículo - Pedagogia para Concursos
Currículo - Pedagogia para ConcursosCurrículo - Pedagogia para Concursos
Currículo - Pedagogia para Concursos
 

Ähnlich wie As origens e desenvolvimento do ensino em Faro

Educação Elementar
Educação ElementarEducação Elementar
Educação ElementarMara Godinho
 
A universidade a serviço do estado
A universidade a serviço do estadoA universidade a serviço do estado
A universidade a serviço do estadoCristiane Tavares
 
20 marlete schaffrath
20 marlete schaffrath20 marlete schaffrath
20 marlete schaffrathjhecioosaki
 
Os estatutos de 1772 da universidade de coimbra
Os estatutos de 1772 da universidade de coimbraOs estatutos de 1772 da universidade de coimbra
Os estatutos de 1772 da universidade de coimbraCristiane Tavares
 
A Cultura E O Saber Medievais
A Cultura E O Saber MedievaisA Cultura E O Saber Medievais
A Cultura E O Saber MedievaisBeatriz Dias
 
Biblioteca Municipal de Faro
Biblioteca Municipal de FaroBiblioteca Municipal de Faro
Biblioteca Municipal de FaroJosé Mesquita
 
Slides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL
Slides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONALSlides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL
Slides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONALjosihy
 
Fundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educação
Fundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educaçãoFundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educação
Fundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educaçãoKáttia Gonçalves
 
Reformas pombalinas:educação
Reformas pombalinas:educaçãoReformas pombalinas:educação
Reformas pombalinas:educaçãoMaria Gomes
 
Reformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoReformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoMaria Gomes
 
Reformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoReformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoMaria Gomes
 
Reformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoReformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoMaria Gomes
 
A constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superior
A constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superiorA constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superior
A constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superiorCristiane Tavares
 
EDUCAÇÃO MEDIEVAL
EDUCAÇÃO MEDIEVAL EDUCAÇÃO MEDIEVAL
EDUCAÇÃO MEDIEVAL Kaires Braga
 
Calvino e a educação
Calvino e a educaçãoCalvino e a educação
Calvino e a educaçãoMarcos Silva
 
Companhia De Jesus
Companhia De JesusCompanhia De Jesus
Companhia De JesusSandra Alves
 

Ähnlich wie As origens e desenvolvimento do ensino em Faro (20)

Educação Elementar
Educação ElementarEducação Elementar
Educação Elementar
 
A universidade a serviço do estado
A universidade a serviço do estadoA universidade a serviço do estado
A universidade a serviço do estado
 
20 marlete schaffrath
20 marlete schaffrath20 marlete schaffrath
20 marlete schaffrath
 
O nascimentos das primeiras universidades europeias
O nascimentos das primeiras universidades europeiasO nascimentos das primeiras universidades europeias
O nascimentos das primeiras universidades europeias
 
Educação na idade média
Educação na idade médiaEducação na idade média
Educação na idade média
 
Período Pombalino (1750 - 1777)
Período Pombalino (1750 - 1777)Período Pombalino (1750 - 1777)
Período Pombalino (1750 - 1777)
 
Os estatutos de 1772 da universidade de coimbra
Os estatutos de 1772 da universidade de coimbraOs estatutos de 1772 da universidade de coimbra
Os estatutos de 1772 da universidade de coimbra
 
Voz do operario
Voz do operarioVoz do operario
Voz do operario
 
A Cultura E O Saber Medievais
A Cultura E O Saber MedievaisA Cultura E O Saber Medievais
A Cultura E O Saber Medievais
 
Biblioteca Municipal de Faro
Biblioteca Municipal de FaroBiblioteca Municipal de Faro
Biblioteca Municipal de Faro
 
Slides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL
Slides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONALSlides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL
Slides.ppt FORMAÇÃO TÉCNICA PROFISSIONAL
 
Fundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educação
Fundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educaçãoFundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educação
Fundamentos históricos sociológicos e filosóficos da educação
 
Reformas pombalinas:educação
Reformas pombalinas:educaçãoReformas pombalinas:educação
Reformas pombalinas:educação
 
Reformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoReformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educação
 
Reformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoReformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educação
 
Reformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educaçãoReformas pombalinas: educação
Reformas pombalinas: educação
 
A constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superior
A constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superiorA constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superior
A constituição da nacionalidade brasileira através do ensino superior
 
EDUCAÇÃO MEDIEVAL
EDUCAÇÃO MEDIEVAL EDUCAÇÃO MEDIEVAL
EDUCAÇÃO MEDIEVAL
 
Calvino e a educação
Calvino e a educaçãoCalvino e a educação
Calvino e a educação
 
Companhia De Jesus
Companhia De JesusCompanhia De Jesus
Companhia De Jesus
 

Mehr von José Mesquita

O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfO ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfJosé Mesquita
 
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...José Mesquita
 
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaO Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaJosé Mesquita
 
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828José Mesquita
 
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Mesquita
 
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisLoulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisJosé Mesquita
 
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...José Mesquita
 
A Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaA Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaJosé Mesquita
 
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXPara a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXJosé Mesquita
 
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de Faro
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroCenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de Faro
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroJosé Mesquita
 
Sagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universalSagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universalJosé Mesquita
 
Encanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de TaviraEncanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de TaviraJosé Mesquita
 
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXBreve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXJosé Mesquita
 
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaSalazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaJosé Mesquita
 
História das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraHistória das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraJosé Mesquita
 
O Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveO Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveJosé Mesquita
 
Da extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de AljezurDa extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de AljezurJosé Mesquita
 
Quem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio PellicoQuem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio PellicoJosé Mesquita
 
O órgão da sé de faro
O órgão da sé de faroO órgão da sé de faro
O órgão da sé de faroJosé Mesquita
 
Tradições do Natal Português
Tradições do Natal PortuguêsTradições do Natal Português
Tradições do Natal PortuguêsJosé Mesquita
 

Mehr von José Mesquita (20)

O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdfO ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
O ódio nacionalista ao rei D. Pedro IV.pdf
 
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
As instituições reguladoras da Fazenda Pública no Algarve nos primórdios do l...
 
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassaO Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
O Terror Miguelista no Algarve - perseguição e devassa
 
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
O primeiro relógio público de Lagoa, adquirido em 1828
 
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
José Carlos Vilhena Mesquita, As minhas memórias académicas e cívicas com o P...
 
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas LiberaisLoulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
Loulé no contexto político e socioeconómico das Lutas Liberais
 
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
Felipa de Sousa, algarvia condenada na Inquisição pelo "pecado nefando da sod...
 
A Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com históriaA Banha da Cobra - uma patranha com história
A Banha da Cobra - uma patranha com história
 
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIXPara a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
Para a História da Saúde no Algarve. As epidemias do cólera-mórbus no século XIX
 
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de Faro
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroCenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de Faro
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de Faro
 
Sagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universalSagres um lugar na história e no património universal
Sagres um lugar na história e no património universal
 
Encanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de TaviraEncanamento da barra de Tavira
Encanamento da barra de Tavira
 
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIXBreve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
Breve ensaio geo-económico sobre o Algarve na primeira metade do séc. XIX
 
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma músicaSalazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
Salazar e Duarte Pacheco não ouviam a mesma música
 
História das Pescas em Tavira
História das Pescas em TaviraHistória das Pescas em Tavira
História das Pescas em Tavira
 
O Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no AlgarveO Remexido e a resistência miguelista no Algarve
O Remexido e a resistência miguelista no Algarve
 
Da extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de AljezurDa extinção à restauração do concelho de Aljezur
Da extinção à restauração do concelho de Aljezur
 
Quem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio PellicoQuem foi Silvio Pellico
Quem foi Silvio Pellico
 
O órgão da sé de faro
O órgão da sé de faroO órgão da sé de faro
O órgão da sé de faro
 
Tradições do Natal Português
Tradições do Natal PortuguêsTradições do Natal Português
Tradições do Natal Português
 

Kürzlich hochgeladen

Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)
Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)
Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)Centro Jacques Delors
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .WAGNERJESUSDACUNHA
 
Aprender Filosofia 8 ano - Editora Enovus
Aprender Filosofia 8 ano - Editora EnovusAprender Filosofia 8 ano - Editora Enovus
Aprender Filosofia 8 ano - Editora EnovusEditoraEnovus
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Colaborar Educacional
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosAgrela Elvixeo
 
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...Colaborar Educacional
 
Aula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção - 1.pptx
Aula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção  - 1.pptxAula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção  - 1.pptx
Aula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção - 1.pptxGraceDavino
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiMary Alvarenga
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXHisrelBlog
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxPatriciaFarias81
 
Produções literárias da literatura pernambucana.ppt
Produções literárias da literatura pernambucana.pptProduções literárias da literatura pernambucana.ppt
Produções literárias da literatura pernambucana.pptjoserdsilva10
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -Mary Alvarenga
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdfKarinaSouzaCorreiaAl
 
BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-
BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-
BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-ArianeMartiniWurster1
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderLucliaResende1
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)
Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)
Quiz | Eleições Europeias 2024-2029 (Parlamento Europeu)
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .
 
Aprender Filosofia 8 ano - Editora Enovus
Aprender Filosofia 8 ano - Editora EnovusAprender Filosofia 8 ano - Editora Enovus
Aprender Filosofia 8 ano - Editora Enovus
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
 
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
 
(42-ESTUDO - LUCAS) DISCIPULO DE JESUS
(42-ESTUDO - LUCAS)  DISCIPULO  DE JESUS(42-ESTUDO - LUCAS)  DISCIPULO  DE JESUS
(42-ESTUDO - LUCAS) DISCIPULO DE JESUS
 
Aula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção - 1.pptx
Aula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção  - 1.pptxAula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção  - 1.pptx
Aula 6 - Instrumento de ocrdas e fricção - 1.pptx
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 1, CPAD, O Início da Caminhada, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
 
Produções literárias da literatura pernambucana.ppt
Produções literárias da literatura pernambucana.pptProduções literárias da literatura pernambucana.ppt
Produções literárias da literatura pernambucana.ppt
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
 
(58 ESTUDO DE MARCOS) A MAIOR MARCHA DA HISTORIA.
(58 ESTUDO DE MARCOS) A MAIOR MARCHA DA HISTORIA.(58 ESTUDO DE MARCOS) A MAIOR MARCHA DA HISTORIA.
(58 ESTUDO DE MARCOS) A MAIOR MARCHA DA HISTORIA.
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
 
BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-
BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-
BNCC versão final 600 folhas pdf 110518-
 
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdfAbordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
 

As origens e desenvolvimento do ensino em Faro

  • 1. As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro José Carlos Vilhena Mesquita O ensino em Portugal possuiu, desde as suas mais remotas origens, uma inspiração religiosa a que não era estranho o acesso que, desse modo, se veiculava para a vida eclesiástica. São por demais conhecidas as escolas monásticas ou conventuais da Idade Média, que em Alcobaça, Coimbra e Lisboa, tiveram os seus expoentes de prolixidade e sucesso, formando um corpo de magistrados, legisladores e juristas, responsáveis pela construção do Estado de direito que, paulatinamente, se ergueu no tempo e disseminou os seus valores culturais e linguísticos pelos quatros cantos do globo. A fundação dos Estudos Gerais, em que se enraizou o ensino universitário, surgiu como reflexo da necessidade de aumentar os conhecimentos e a preparação cívica daqueles que, não pertencendo à classe religiosa, se ofereciam para servir na administração pública e, principalmente, na defesa dos direitos que aos cidadãos consignavam as Ordenações do Reino. Não restam hoje quaisquer dúvidas, nem oferece contestação afirmar-se que são intrinsecamente religiosas as origens do ensino em Portugal. E se nos primeiros tempos cabia aos Dominicanos, Beneditinos, Agostinianos e a outras ordens religiosas a missão de educar e de preparar tanto os novos quadros da Igreja como os do próprio aparelho de Estado, o certo é que a partir de meados do século XVI esse papel passou, quase exclusivamente, para as mãos dos Jesuítas. O ensino tornara-se praticamente monopólio dos inacianos, que para seu benefício e serviço fundaram a Universidade de Évora no local e edifício que ainda hoje, reabilitado e despojado dos vícios de outrora, serve os actuais objectivos de formar as gerações vindouras no espírito científico e na liberdade crítica. Antigo edifício da Universidade de Évora, actual Liceu André Gouveia
  • 2. As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro 2 O ponto de viragem estabeleceu-se no consulado do Marquês de Pombal, cuja reforma do ensino constitui a pedra basilar do nosso actual sistema. A expulsão dos Jesuítas obrigou aquele estadista a repensar toda a organização do processo educativo operando, a partir de 1759, uma reforma que tinha algumas parecenças com a administração pública, já que atribuía a todas as cidades e principais vilas do reino uma escola de «aprender a ler, escrever e contar». E neste âmbito não fez discriminações, porque não só estendeu o ensino às colónias, como até instituiu escolas públicas femininas, o que constituía uma atitude de renovação e progresso mental. O ensino secundário, se assim se lhe pode chamar, não tinha grandes semelhanças com a actualidade, já que era uma espécie de preparatórios para a Universidade. Consistia na leccionação das cadeiras de Gramática Latina, Língua Grega, Retórica e Filosofia, para cuja efectivação se fundaram as competentes escolas nas cidades mais populosas ou nas que fossem cabeça de Comarca. A reforma só teve verdadeira concretização já no declinar do consulado pombalino, precisamente na altura em que a Universidade de Coimbra recebia os seus modernos Estatutos, verdadeiro monumento do ensino científico, que colocava o nosso país ao lado das nações mais progressistas da Europa. A filosofia educativa que inspirara o pombalismo fundamentava-se na criação de um ensino estatal e laico, em cuja imagem e semelhança se perfilariam, até hoje, as principais revisões do aparelho e do sistema educacional. A partir de 1759 assistiu-se a uma lenta implementação do processo que deu origem a sucessivas colocações de professores, atribuição de novas escolas e, diga-se em abono da verdade, muita incongruência, insatisfação e algum desalento. Por isso é que só em 1773 a cidade de Faro teria, completo e preenchido, o seu quadro de professores, cujo elenco, só por curiosidade, aqui se enuncia: Ler, Escrever e Contar: António José Rodrigues; Gramática Latina: João dos Santos de Proença Capinhão; Colégio Mariano de Faro, onde se lecionou o ensino secundário em Faro
  • 3. As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro 3 Língua Grega: Dimas Tadeu; Retórica: José Feliciano Coelho; Filosofia Racional: José Ferreira Cidade. O ordenamento educativo do Algarve ficaria completo em 1779, mas já sob o domínio da «viradeira» que inspirou o reaccionarismo do governo mariano. Para inflectir a situação e esbarrondar o projecto pombalino, entregou-se o ensino aos conventos de religiosos existentes nas respectivas comarcas. Daí os conventos de Faro se encarregarem da Filosofia Racional e da Gramática Latina, enquanto os franciscanos de Lagos, Portimão, Monchique, Silves e Loulé, assim como os paulistas de Tavira, asseguraram não só a Gramática Latina, como ainda a administração das primeiras letras. Com implantação do regime liberal, constitucional e parlamentar, os objectivos pombalinos voltaram a inspirar o espírito reformista que presidiu aos novos destinos do ensino em Portugal. Em 1836, com o advento do «Setembrismo» e sob a batuta ministerial de Manuel da Silva Passos, procedeu-se ao reordenamento educativo da nação, do qual ressaltam os Liceus Nacionais, as Escolas Médico-Cirúgicas, as Escolas Politécnica de Lisboa e do Porto, o Conservatório de Arte Dramática, as Academias de Belas Artes de Lisboa e do Porto, a Escola do Exército, etc. Nunca se tinha ido tão longe numa reforma educativa. E o princípio inspirador continuava a ser o mesmo: estatal e laico, como o propusera Pombal. Ainda assim, o Liceu de Faro só abriria as suas portas em 1849, para dois anos depois receber da Rainha D. Maria II a carta legitimadora da sua fundação. Daí por diante, assiste-se em Faro à fundação das escolas de Desenho Industrial Pedro Nunes, a Escola Primária Superior, a Escola Normal Superior, a Escola Comercial e Industrial Tomás Cabreira, o Magistério Primário, a Escola de Hotelaria e Turismo, o Instituto Politécnico e a Universidade do Algarve. Por elas passaram sucessivas gerações e nelas adquiriram a sua formação de base muitos dos principais quadros técnicos e intelectuais de que o Algarve se pode hoje orgulhar. Antigo colégio franciscano de Portimão, leccionou o ensino secundário
  • 4. As origens e desenvolvimento do Ensino em Faro 4 A par dessas escolas de grande projecção, outras existiram certamente mais humildes, mas nem por isso menos importantes. É por essa razão que não devemos esquecer, as filantrópicas iniciativas particulares (de maçons e republicanos) em torno da chamada «educação popular», de que foram exemplo os Centros Republicanos, onde pontificaram alguns vultos locais das lutas pela emancipação feminina, como Maria Veleda ou Inácia Anes Baganha; a Universidade Popular do Algarve, fundada por iniciativa do Dr. José Dentinho e propalada pelo Dr. Francisco Fernandes Lopes, na qual se pronunciaram brilhantes conferências e até se ministraram cursos livres; o Círculo Cultural de Camões, que serviu de refúgio e camuflagem a alguns elementos da «Resistance Française», como Lionel de Roulet, Heléne de Beauvoir e até mesmo sua irmã, a escritora Simone de Beauvoir, que veio a Faro proferir uma palestra a convite do Círculo; o seu sucedâneo Instituto da Alliance Française, que julgo ainda subsistir, embora com muitas dificuldades; o Círculo Cultural de Faro, que é de todos o que maiores tradições guarda de uma subtil luta pela emancipação intelectual das classes trabalhadoras contra o «Estado Novo» e o regime Salazarista, cuja fabulosa biblioteca e a própria instituição correm o risco de desaparecer na voragem do desinteresse geral; os Colégios particulares Farense e Algarve, este ainda em actividade; e, por fim, a mais recente de todas as iniciativas particulares, em benefício da educação e no espírito do ensino livre, que é a Universidade do Algarve para a Terceira Idade, que sem apoios significativos nem instalações próprias vai sobrevivendo com muitas dificuldades, razão pela qual se tornou digna do maior apreço social, não só pela sã convivência e alegre confraternização que se manifesta entre todos os alunos, como ainda pela divulgação dos conhecimentos, que de vários quadrantes científicos são ali transmitidos aos seus alunos. Em desenvolvida análise, obviamente muito mais haveria para explanar e enaltecer neste breve rol de instituições que serviram e desenvolveram, nas suas natura limitações, a formação educativa e cultural do Algarve. Mas, em síntese, basta tocar- lhes, ainda que ao de leve, para que ressaltem da poeira dos tempos, sem que percam a patine da História. Primeiras instalações do Liceu de Faro no séc. XIX