O documento discute as características e objetivos da homilia como parte da liturgia. A homilia deve expor o mistério de Cristo no contexto da comunidade, relacionando as leituras bíblicas à vida real e ao sacramento celebrado. O homilista deve compreender a realidade dos ouvintes e anunciar a Boa Nova de Cristo de forma a inspirar conversão.
2. HOMILIA – E REALIDADE
SACRAMENTAL
ASSESSOR: Pe.
RAPHAEL DUQUE
3. • Seguir o ano litúrgico: As leituras Bíblicas ouvidas
nas celebrações seguem um roteiro que
acompanha os vários momentos do Ano
Litúrgico:
• Advento – privilegia a dupla vinda de Cristo: a
primeira vinda na encarnação de Deus que
celebramos no Natal e a vinda gloriosa no fim
dos tempos;
• Natal – Epifania e o tempo do Natal ao redor
destas duas festas enfocam o mistério da
encarnação de Deus; O eterno entra no tempo e
se faz um ser humano frágil e sujeito às
realidades históricas.
4.
5. • A quaresma nos faz acompanhar Cristo no deserto,
lugar de provação, de purificação de nossa fé, de
opção pelo projeto do Pai, preparando-nos assim
para a renovação das festas pascais.
• O Tríduo pascal, em torno da grande festa da
páscoa, espalha em três dias o mistério da paixão,
morte, ressurreição do Senhor, culminando na
Vigília Pascal e nos leva a nos identificar sempre
mais profundamente com o Senhor Jesus.
• O Tempo Pascal é coroado 50 dias depois com
Pentecostes.
• O tempo Comum é caracterizado pelos domingos do
Tempo Comum, neles se condensam todo o mistério
do Senhor, em todos os seus aspectos, desde a
encarnação até a vinda gloriosa.
6. “A homilia, como parte da liturgia, é ocasião
privilegiada para se expor o mistério de Cristo no
aqui e agora da comunidade, partindo dos textos
sagrados, relacionando-os com o sacramento e
aplicando-os à vida concreta” (PUEBLA, 1979)
7. • Obs: Deve ser levado em conta: as circunstâncias
da vida e as necessidades dos ouvintes. É preciso
expor o mistério de Cristo no aqui e agora da
comunidade, perceber a presença ativa de Deus
na realidade. Bíblia e vida estarão sempre ligadas
na homilia. A comunidade deve poder
reconhecer na homilia, sua vida com os seus
problemas, seus sonhos, seus acertos e
desacertos, para poder ser tocada por Cristo. A
Palavra de Deus deve soar como boa nova e
como apelo de conversão e compromisso com
Jesus e com a vinda do Reino hoje, na realidade
atual.
8.
9. • Costuma-se dizer que a homilia tem de ligar três
coisas: Os textos sagrados, a realidade na qual
vivemos e o mistério que estamos celebrando. E o
mistério que celebramos, trata-se da homilia
enquanto mistagogia que explicita e nos introduz no
Mistério de Cristo acontecendo para nós na
celebração como realidade simbólico-sacramental. A
celebração não é apenas uma ação humana, mas
também Divina. Através da ação ritual, simbólico-sacramental,
temos contato com o mistério de Deus
revelado em Jesus Cristo: Deus Pai, o Cristo
Ressuscitado, e o Espírito Santo atuam na celebração
através dos sinais sensíveis da liturgia.
10. • Anuncio do mistério pascal de Cristo – quem faz a
homilia deve destacar – tanto no evangelho - esta
qualidade de Boa Notícia, capaz de reanimar nossas
vidas;
• Memória de Jesus (anámnese) – prefácios da oração
eucarística ligados ao evangelho do dia, ex:
(Domingos da quaresma: tentação no deserto,
transfiguração, Jesus e a Samaritana, a cura do cego
de nascença e a ressurreição de Lázaro).
• Atualização (No hoje litúrgico). Por isso, também o
canto de comunhão poderia retomar uma frase do
evangelho do dia. A Comunhão no pão e no vinho
vem completar e aprofundar em nós a comunhão na
palavra de Deus.
11. Quem faz a homilia?
• Normalmente, a homilia é da responsabilidade do
ministro que preside a celebração. No caso da
missa será o bispo ou o padre; ou de vez em
quando, um Diácono (IELM n. 50). No caso de
missas com crianças, está prevista a possibilidade
de um dos adultos que participam da missa com as
crianças assumirem essa função.
• No caso da celebração dominical da Palavra,
será um diácono ou um dos ministros (as) não-ordenados
(as) que estão coordenando a
comunidade reunida ou um (a) ministro(a) da
Palavra.
12.
13. • Que seja uma pessoa de bom senso, com
maneira simples de ser e de falar; tenha
humildade e uma atitude de serviço;
• Que seja uma pessoa de fé, tenha o costume de
meditar e orar a Palavra de Deus, abertura de
coração e disponibilidade para a mudança de
vida de acordo com o Evangelho e dê
testemunho de vida;
• Que tenha suficiente preparação bíblica, litúrgica,
teológica e jeito (dom, carisma) para anunciar a
Palavra de deus;
14. • Que seja uma pessoa que participe da vida da
comunidade local, esteja atenta ao que acontece,
tenha um olhar contemplativo sobre a
comunidade, bairro, cidade, e sobre os
acontecimentos, para poder dar uma palavra
Profética;
• Que acredite profundamente na força da Palavra
de Deus que anuncia e se coloque como servo ou
serva desta palavra e não como dono ou dona;
• Que seja aceita por parte da comunidade e
reconhecida por parte dos responsáveis pela
Igreja local (padres, bispo).
15. • E quem se atreveria a assumir um ministério
tão exigente e tão importante na vida da
comunidade, se não pudesse contar com a
ajuda do ESPÍRITO SANTO? É o Espírito Santo
que nos faz compreender a vida, a realidade, a
partir de Jesus. É ele que nos leva a ser atuantes
e solidários.
• Jo 14, 25-26 – Por isso não é errado para o
homiliasta invocar o Espírito Santo, tanto no
momento da preparação como na realização da
homilia.
17. • E quem se atreveria a assumir um ministério tão
exigente e tão importante na vida da
comunidade, se não pudesse contar com a ajuda
do ESPÍRITO SANTO? É o Espírito Santo que nos
faz compreender a vida, a realidade, a partir de
Jesus. É ele que nos leva a ser atuantes e
solidários.
• Jo 14, 25-26 – Por isso não é errado para o
homiliasta invocar o Espírito Santo, tanto no
momento da preparação como na realização da
homilia.
18. A homilia de Jesus na sinagoga de Nazaré: Lc 4, 16-30
Convidado para fazer a leitura, Jesus escolhe uma
passagem do profeta Isaías. Jesus no dia-a-dia de
sua missão estava trazendo a boa nova do reino aos
pobres, recuperava a vista de muitos cegos, fazias os
coxos andarem, perdoava os pecadores. E não
ameaçava com o castigo divino, como fazia o texto
de Isaías. A reação dos ouvintes: não aceitam
mensagem de Jesus; não conseguem reconhecer
nele algo mais que o filho de José. E, por isso,
quando Jesus tenta levar os ouvintes a uma tomada
de posição, voltam-se contra ele, expulsam-no da
cidade e procuram matá-lo.