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                    Metodologias de Investigação em
                                           Educação

                                Pré-projecto de
                                   investigação




      A web rádio enquanto
instrumento para a inclusão




                  Jorge Teixeira
                  Mestrando em Ciências da Educação –
                  Especialização em Informática
                  Educacional
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão



Domínio e tema da investigação

Na sociedade actual, dado o seu estado de desenvolvimento, emergem novas relações com o saber,
com as tecnologias e com o mundo, que conduzem à necessidade de redefinir as relações entre as
pessoas e de repensar a produção de conhecimento. O mote passa pela apropriação de informações
e produção de conhecimento em aprendizagens colaborativas. Os conhecimentos construídos
isoladamente perdem espaço, por isso a formação pessoal aposta no entrelaçamento de significados
criados pela relação do indivíduo com o mundo, com as pessoas, com as coisas… ainda que virtuais.
O contexto contemporâneo é marcado pela presença das tecnologias da informação e comunicação,
o que potencia a circulação de informações, a comunicação, novas formas de trabalhar, de nos
relacionarmos, de aprender e de construir conhecimento. A comunicação é uma das mais
importantes actividades do nosso tempo. A união da educação com a comunicação mediada pelas
tecnologias da informação atinge um grande potencial na transformação social, no sentido da plena
cidadania, propiciando, com isso, visão de conjunto.
Hoje o processo educativo (alargado às vertentes sociais, culturais e económicas) precisa
compreender e acompanhar as transformações sociais estabelecidas pelas novas tecnologias da
informação e da comunicação, contribuindo não só com a inclusão digital, mas formando pessoas
autónomas, capazes de aproveitar a tecnologia e as possibilidades por ela oferecidas.
Contudo, quando falamos de inclusão, pressupõe-se a existência de uma exclusão, à qual devemos
prestar a máxima atenção e cuidado. Hoje os níveis de inclusão e exclusão sociais possuem como
agravantes os sistemas tecnológicos, impulsionados pelas convergências mediáticas que surgem
como ferramentas para facilitar a vida e o convívio humano, mas que também podem ser encaradas
como determinantes no processo de exclusão social.
A inserção de excluídos digitais passa pela adopção de políticas que visam o seu conhecimento auto-
sustentável de forma colaborativa e gradual, incluindo a possibilidade de, digitalmente, potenciar a
busca da reflexão de âmbito local e mundial sobre as condições de vida, o conhecimento, as
constantes mudanças sociais e o pensamento crítico da actualidade, apostando na diminuição das
desigualdades sociais e concebendo a oportunidade de criar, produzir, transformar e procurar
informações com amplo conhecimento tecnológico, conduzindo a uma busca da reflexão essencial
ao mundo contemporâneo.
Neste contexto a rádio é, sem sombra de dúvida, o veículo mais dinâmico, abrangente e
democrático que, aliado com a cibercultura, se transforma num recurso importantíssimo, precursor
das mais diversas actividades, enquadradas em diversos campos de actuação. Resultante de um
processo evolutivo dos media (do formato convencional para o formato online), a rádio vem sendo
cada vez mais utilizada como uma interface interactiva e colaborativa na formação de uma
pedagogia crítica da sociedade, potenciando a criação de novos processos de produção de
conteúdos voltados para o desenvolvimento do indivíduo em todas as suas dimensões.
Tendo em conta a carência social e tecnológica de diversos públicos-alvo, inseridos em contextos e
comunidades desfavorecidas, surge a necessidade de os inserir numa plena cidadania (social,
cultural, económica e tecnológica) optimizando a busca do conhecimento através de actividades que
produzem reflexão sobre e com o uso das novas tecnologias.
Além da capacitação digital, devem surgir nesse contexto actividades com a missão de alfabetizar
digitalmente aqueles que se encontram à margem da sociedade. Porém, alfabetizar não se trata de
tornar as pessoas capazes de utilizar as ferramentas informáticas, trata-se de torná-las aptas a
produzir conteúdos para esse meio e incorporá-los no dia-a-dia.


Jorge Teixeira                                                                                     2
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão



A internet enquanto elemento de recriação e propagação de conteúdos, capacita os media a
actuarem como nunca antes, livres de padrões pré-concebidos, livres de concessões e amarras
estruturais. A internet transforma a rádio num meio livre de produção de conteúdos e torna os seus
profissionais “militantes” da inclusão digital. Trata-se de mais tentativa de democratização do acesso
ao ensino e à cultura, tentando contribuir para a diminuição das assimetrias sociais e culturais,
propiciada pelas novas tecnologias da informação e da comunicação, principalmente quando aliada
a um media soberano - a Internet.
Assim podemos identificar no presente pré-projecto de investigação “O contributo das TIC na
aprendizagem ao longo da vida” como domínio (ou área) e “A web rádio enquanto instrumento para
a inclusão social” como o tema (ou assunto) alvo de investigação.



Definição da problemática em estudo

Face a uma, cada vez mais, abrangente e marcante sociedade da informação surgem novos desafios
mas também graves ameaças à equidade e equilíbrio sociais.
Vivemos em plena sociedade da informação ou conhecimento, caracterizada pela globalização da
informação, pela existência de um novo modelo cultural sustentado numa permanente mudança
(sobretudo em termos tecnológicos) e onde os interesses económicos e políticos se cruzam e
assumindo cada vez mais importância face a aspectos culturais e sociais. Para Hargreaves (2004) a
sociedade do conhecimento depende das escolas como um todo para tornar-se uma sociedade
aprendente criativa e solidária. Contudo, em vez de promover a criatividade económica e a
integração social, muitas escolas ainda se envolvem na regulamentação de rotinas padrão,
descontextualizadas à nossa actualidade. A “solução” passaria por privilegiar um sistema educativo
capaz de desenvolver e lidar com a criatividade e a flexibilidade na forma como são tratados os
alunos e os professores (que recuperariam o estatuto de profissionais altamente qualificados) como
profissionais da sociedade do conhecimento. Assim, as escolas e os professores não podem e nem
devem renunciar às suas responsabilidades de promover as oportunidades, o envolvimento e a
inclusão dos jovens no mundo altamente especializado do conhecimento, da comunicação, da
informação e da inovação.
Na mesma tónica, Cobo (2009) estabelece uma relação entre educação e criatividade e considera
que, na era da informação e do conhecimento, mais importante que a capacidade de retenção de
dados é o desenvolvimento de habilidades para relacionar conteúdos, adaptá-los e aplicá-los em
diferentes contextos, sendo uma das exigências mais importantes que se identificam para a
educação actual a capacidade de estimular a criatividade (enquanto ferramenta que responde de
forma adequada às exigências da empregabilidade, competitividade e inovação do nosso tempo) e
de se desenvolver adequadamente face ao crescente volume de informação e conhecimento que se
produzem diariamente. Uma educação que estimula a criatividade enriquece-se com a capacidade
constante de questionar (ainda que não exista uma resposta única), sendo que a imaginação e a
criatividade estimulam nos estudantes a percepção da ideia de “aprender a aprender”, contribuindo
para que os habitantes da sociedade do conhecimento se adaptem às aceleradas transformações
sócio tecnológicas do presente e do futuro imediato. Nesta premissa sustenta-se a ideia de que a
educação se enriquece ao estimular a capacidade de criatividade e inovação dos educandos,
estreitamente vinculada à prática de questionar, aprender a partir de problemas reais e, ao mesmo
tempo, compreender que o erro também é uma das partes essenciais do processo educativo.


Jorge Teixeira                                                                                       3
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão



Também neste domínio, no desenvolvimento da criatividade, as tecnologias da informação e
comunicação, além de permitirem o desenvolvimento de competências tecnológicas nos
aprendentes, convertem-se em fortes aliados nos actuais processos de aprendizagem.
Mesmo que se admitirmos que na educação dos nossos jovens estas alterações estejam eminentes
tratando-se apenas de uma questão de tempo, se transpormos a questão para os tradicionais
métodos de aprendizagem ao longo da vida de adultos em idade activa e sabendo que se estão a
realizar inúmeros esforços no sentido de qualificar e trabalhar a inclusão de indivíduos e
comunidades em contextos educativos, sociais, culturais e económicos desfavoráveis a tarefa não
será assim tão acessível.
Na comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social
Europeu e ao Comité das Regiões sobre a Iniciativa Uma Agenda Digital1 para a Europa (2010)
reconhece-se que “a Europa padece de uma escassez crescente de qualificações profissionais em
matéria de TIC e de um défice de literacia digital. Estas deficiências estão a excluir muitos cidadãos
da sociedade e da economia digitais e travam o efeito multiplicador que a utilização das TIC pode ter
no crescimento da produtividade”, sendo que “a era digital deve ser sinónimo de responsabilização
e de emancipação; a origem social ou as qualificações não devem constituir um obstáculo ao acesso
a este potencial”.
O superar desta clivagem digital pode ajudar os membros dos grupos sociais desfavorecidos na
participação em equidade na sociedade digital, usufruindo de serviços que lhes interessam
directamente como os da educação, da administração pública, da saúde e da (sub)cultura. Permite-
lhes inclusive ultrapassar a sua desvantagem através de uma maior possibilidade de inserção no
mercado de trabalho. A competência em matéria digital é, por conseguinte, uma das oito
competências essenciais2 que qualquer pessoa deverá possuir numa sociedade baseada no
conhecimento. Além disso, é essencial promover amplamente os princípios de uma utilização segura
da Internet.
Neste sentido urge determinar em que medida a adopção e operacionalização de uma web rádio, na
função de novo instrumento didáctico, pode estimular a inclusão social, cultural, económica e
educacional de grupos desfavorecidos, incluindo no processo de aprendizagem ao longo da vida uma
nova metodologia pedagógica que agrega as TIC e aposta em reduzir o fosso digital dos grupos-alvo
face ao desejado nível de equidade de acesso democrático à Internet, aos seus serviços e às TIC.



Linhas de orientação / questões que guiarão a investigação

A investigação pretende documentar e clarificar a relação entre as competências-chave para uma
inclusão digital e os estímulos, dela decorrentes, para uma inclusão social, cultural, económica e
educacional de grupos desfavorecidos, necessárias a um saudável desenvolvimento pessoal e social
em todas as suas dimensões.
Assim a investigação procurará responder a questões como:

1
 A Agenda Digital para a Europa constitui uma das sete iniciativas emblemáticas da estratégia Europa 2020 e visa definir o
importante papel que a utilização das tecnologias da informação e das comunicações (TIC) terá de desempenhar se a
Europa quiser ver as suas ambições para 2020 coroadas de sucesso: um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo

2
    In Competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida - Quadro de Referência Europeu (2006).




Jorge Teixeira                                                                                                          4
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão



     •   De que forma uma nova visão das TIC pode promover a aprendizagem e desenvolver novas
         estratégias de aprendizagem ao longo da vida?
     •   De que forma a adopção e produção de uma web rádio pode proporcionar uma
         aprendizagem aberta e à distância e os recursos educativos abertos?
     •   De que forma a adopção e produção de uma web rádio pode estimular a inclusão social,
         cultural, económica e educacional de grupos desfavorecidos?
     •   De que forma a adopção e produção de uma web rádio pode reduzir o fosso digital dos
         grupos-alvo através da operacionalização das capacidades de envolvimento, de agregação e
         motivação de pessoas e grupos, beneficiando da relação entre produção de conteúdos e de
         utilização das TIC com os meios de comunicação radiofónicos?
     •   De que forma a inclusão digital atenua as assimetrias educativas, sociais, culturais e
         económicas de grupos e comunidades desfavorecidas?



Metodologia a privilegiar.

Dada a dificuldade de relacionar variáveis, a impossibilidade de constituir um grupo de controlo e de
controlar fenómenos ou estabelecer relações casuais, pretende-se realizar uma investigação do tipo
descritivo de forma a descrever fenómenos, identificar variáveis e inventariar factos. A opção pela
metodologia descritiva tem em conta que, dada a natureza das questões colocadas, se aponte para
um objecto de estudo que abarca preferencialmente uma natureza descritiva e interpretativa.
Segundo Bogdan e Biklen (1994) a abordagem qualitativa constitui "...uma metodologia de
investigação que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das percepções
pessoais".
De forma a conferir credibilidade à investigação as descrições a efectuar devem incluir o
delineamento físico, social e cultural do contexto de estudo; definir o papel do investigador;
descrever o quadro de referência conceptual; descrever de forma exaustiva os métodos de recolha
de análise de dados; definir e operacionalizar os conceitos.
As descrições devem ainda mostrar o grau em que as conclusões representam a realidade que
descrevem e avaliar se os construtos elaborados pelo investigador representam ou medem a
experiência humana. Estas irão necessitar de uma prolongada permanência do investigador no
terreno; da existência de técnicas de recolha de dados; de uma observação participante e de uma
auto-reflexão do investigador. Deverá ainda contemplar a comparabilidade (grau de comparação
com outros estudos) e a traductabilidade (grau em que quadros de referência são fáceis de entender
e utilizáveis por outros investigadores).
Dados os tipos de métodos de investigação qualitativos formalmente aceites, e de forma a melhor
responder às questões formuladas e ao estudo da problemática em apreço, deve-se privilegiar o da
Investigação-Acção uma vez que privilegia uma metodologia activa e com aspectos de índole prática
a atingir, como é o caso, pretendendo-se atingir processos/programas de mudança, onde o saber e a
mudança social se constroem em paralelo. Trata-se de uma investigação que de forma contínua
deve respeitar e ponderar os feedbacks das suas várias fases: planificação, acção, observação e
reflexão, num processo cíclico, requerendo o envolvimento de outros que não apenas o
investigador, neste caso os elementos das comunidades e públicos-alvo e as instituições que com




Jorge Teixeira                                                                                      5
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão



eles trabalham, tratando-se de uma investigação-intervenção participativa com o objectivo de
produzir conhecimento, modificar a realidade e transformar os actores.
Para além da metodologia qualitativa, o presente estudo não pode descurar a abordagem
quantitativa, essencial para uma leitura de enquadramento e de resultados.



Local, população, amostra ou sujeitos a estudar

Jovens, adultos e idosos residentes no concelho de Almada (cerca de uma centena) em situações de
exclusão social, cultural, económica e educacional, sinalizados pelas seguintes entidades/projectos:
    • Projecto de Intervenção Precoce de Almada (sede no Agrupamento de Escolas Comandante
        Conceição e Silva);
    • Escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária): Agrupamento de Escolas do
        Monte da Caparica, Agrupamento de Escolas da Trafaria, Agrupamento de Escolas
        Miradouro de Alfazina e Escola Secundária com 3º ciclo de Monte da Caparica;
    • Formandos dos Cursos PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação) do Agrupamento
        de Escolas Romeu Correia, da Escola Secundária Monte da Caparica e do Agrupamento de
        Escolas Professor Ruy Luís Gomes;
    • Alma Alentejana - Associação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade Social;
    • Centros Locais de Apoio à Integração do Imigrante de Almada;
    • Associação dos Imigrantes do Concelho de Almada (AICA);
    • Centros Novas Oportunidades do concelho de Almada: Escola Secundária do Monte da
        Caparica, Escola Secundária de Cacilhas – Tejo e Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino
        Básico Anselmo Andrade.



Técnicas de recolha de dados a privilegiar

De forma a obter as descrições atrás referidas da forma mais fidedigna quanto possível, deve-se
proceder a um levantamento inicial de dados através de revisão literatura, pesquisa de documentos
(livros, investigações e legislação adequada e enquadrando a problemática) e privilegiarem-se os
contactos directos com os sujeitos a investigar e com as entidades que lhes dão suporte.
Destes contactos com os sujeitos e com as instituições devem resultar uma negociação para escolher
os métodos e instrumentos de recolha de dados. Para além das técnicas documentais anteriormente
referidas, devem contemplar-se também técnicas não-documentais relevantes e que se enquadram
no espírito da investigação (entrevistas semi-estruturadas e de profundidade e questionários apenas
aplicáveis a parte da população) e na obtenção de descrições e dados coerentes como a observação
indirecta e pela observação directa participante de forma a apreender a visão/interpretação da
realidade de uma forma mais activa. A observação não se centra exclusivamente no domínio pessoal
e comunitário dos sujeitos, mas também na sua autonomia na realização das tarefas de produção de
conteúdos radiofónicos e na manipulação das TIC enquanto elemento facilitador da realização das
actividades.




Jorge Teixeira                                                                                     6
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão



Técnicas de análise de dados.

Pelos instrumentos seleccionados para a recolha dos dados denota-se a predominância do
qualitativo ao obterem-se dados colectivos e em cuja análise e interpretação dos dados se deve
envolver todos os participantes. Os resultados dela decorrentes devem ser utilizados de uma forma
directa pela comunidade que os executa e aplica. A credibilidade da investigação depende dos
resultados positivos obtidos na comunidade envolvida.
Assim o tratamento de dados deve reger-se de análises de conteúdos com o objectivo de
estabelecer unidades de registo, de significado ou temáticas (segmentos de frase semanticamente
relevantes) ou de ocorrência ou concomitância (palavras cuja ocorrência é relevante de
contabilização frequente).
A análise de conteúdos deve fasear-se em vários momentos:
    1. Leitura atenta dos textos, procura dos referentes-chave, redução das proposições (elimina
         equivalentes e sinónimos), preparação temática (elimina paráfrases, conotação, mantém
         sentido do texto, proposições em frases simples);
    2. Codificação (códigos não superiores a 50). Leitura da totalidade do texto separando
         palavras-chave; isolamento das proposições a ser analisadas; codificação de cada proposição
         agrupadas por referente-chave;
    3. Análise e interpretação dos dados.

A análise e interpretação dos dados resultará do estudo das relações existentes entre os vários
factores e objecto de estudo; da busca de significado a partir dos dados obtidos e da representação
dos dados.




Fases da investigação e sua distribuição ao longo do tempo.

Tendo em conta que a Investigação-Acção considera o processo de investigação como uma espiral,
interactivo e focado num problema, onde ciclos de planificação, acção, observação e reflexão se
sucedem, torna-se particularmente difícil realizar um cronograma que planeia o faseamento deste
estudo. Contudo, podem-se identificar as seguintes fases como cruciais para a realização desta
investigação, representando apenas um 1º ciclo:

Etapa 1 - Preparação do projecto: Pesquisa / Planeamento / Enquadramento (Fase de planificação)
Nesta fase realizar-se-á a leitura de textos, a selecção e resumo de textos apontados como
referências bibliográficas e de textos de enquadramento / historial a incorporar no trabalho.
Além do planeamento detalhado do estudo a realizar, pretende-se definir o problema e definir
projecto, possibilitando ainda medir diversas situações e indicadores que possam ajudar ao
planeamento e execução do projecto.
As acções abaixo indicadas visam a melhoria da investigação e das leituras, bem como a
identificação de conceitos e possíveis indicadores de análise.
    1. Pesquisa / Planeamento / Enquadramento.
    2. Reuniões com as entidades/projectos parceiros.



Jorge Teixeira                                                                                     7
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão



     3. Identificação dos sujeitos em risco de exclusão.
     4. Conhecimento/interacção inicial com os sujeitos.
     5. Escolha/negociação dos métodos e instrumentos de recolha de dados.

Etapa 2 – Implementar e observar (Fase de acção)
Nesta fase iniciar-se-á a componente prática do projecto/investigação envolvendo todos os
intervenientes para que se comecem a produzir evidências.
Antes de se efectuar a recolha de dados, os instrumentos a utilizar serão testados de modo a
assegurar a sua fiabilidade, grau de adequação e de precisão. Depois deste passo inicial proceder-se-
á à recolha das informações.
A aplicação dos instrumentos de recolha de dados em várias sub-fases desta etapa prende-se com a
necessidade de observar e medir possíveis consequências (positivas e/ou negativas) decorrentes da
implementação de algumas acções-chave no decurso do projecto/investigação.
     6. Formação de técnicos.
     7. Formação dos sujeitos.
     8. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados.
     9. Produção de conteúdos.
     10. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados
     11. Publicação de conteúdos.
     12. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados.
     13. Transmissão web da rádio.
     14. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados.

Etapa 3 – Fase de reflexão
Nesta fase pretende-se a análise e problematização dos dados recolhidos (sendo possível a
reformulação das perguntas de partida (quer nas entrevistas e questionários), das observações
efectuadas como também das acções desenvolvidas / a desenvolver.
É necessário também construir um modelo que, precisando as relações entre os conceitos, as suas
dimensões e indicadores, procure responder o mais satisfatoriamente às questões formuladas.
Efectuar-se-ão comparações dos resultados esperados com os resultados observados, procurando-se
um significado para as possíveis divergências.
Trata-se, de avaliar a forma como as acções implementadas contribuíram para o objectivo proposto:
a diminuição dos índices de exclusão de indivíduos / comunidades em contextos desfavoráveis.
Poder-se-á chegar à conclusão de que é necessário parar (entenda-se deixar fluir os trabalhos e não
ter mais participação directa que influencie o envolvimento dos sujeitos investigados) ou seguir para
um segundo ciclo (que volta a envolver as etapas de planificação, acção e reflexão).
    15. Análise, tratamento e interpretação dos dados.
    16. Divulgação de resultados intermédios.
    17. Utilização dos resultados / Autonomia dos sujeitos.
    18. Credibilidade do trabalho / Qualidade dos conteúdos transmitidos vs. Atitudes de inserção
        dos sujeitos estudados.
    19. Resultados / Descrições finais.
    20. Redacção da dissertação (incluindo possíveis reformulações e conclusões).
    21. Conclusões e recomendações (elaboração das conclusões, apresentação dos resultados e
        das possíveis recomendações).


Jorge Teixeira                                                                                      8
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão




                     Nota: As setas indicam dependência de actividade anterior.



Jorge Teixeira                                                                                     9
Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão




Referências bibliográficas



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Vala, J. (1986). A análise de conteúdo. In A. Silva e J. Pinto (Ed.), Metodologia das Ciências Sociais
   (pp. 101-128). Porto: Edições Afrontamento.




Jorge Teixeira                                                                                      10

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Pré projecto de investigação

  • 1. Unidade Curricular: Metodologias de Investigação em Educação Pré-projecto de investigação A web rádio enquanto instrumento para a inclusão Jorge Teixeira Mestrando em Ciências da Educação – Especialização em Informática Educacional
  • 2. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão Domínio e tema da investigação Na sociedade actual, dado o seu estado de desenvolvimento, emergem novas relações com o saber, com as tecnologias e com o mundo, que conduzem à necessidade de redefinir as relações entre as pessoas e de repensar a produção de conhecimento. O mote passa pela apropriação de informações e produção de conhecimento em aprendizagens colaborativas. Os conhecimentos construídos isoladamente perdem espaço, por isso a formação pessoal aposta no entrelaçamento de significados criados pela relação do indivíduo com o mundo, com as pessoas, com as coisas… ainda que virtuais. O contexto contemporâneo é marcado pela presença das tecnologias da informação e comunicação, o que potencia a circulação de informações, a comunicação, novas formas de trabalhar, de nos relacionarmos, de aprender e de construir conhecimento. A comunicação é uma das mais importantes actividades do nosso tempo. A união da educação com a comunicação mediada pelas tecnologias da informação atinge um grande potencial na transformação social, no sentido da plena cidadania, propiciando, com isso, visão de conjunto. Hoje o processo educativo (alargado às vertentes sociais, culturais e económicas) precisa compreender e acompanhar as transformações sociais estabelecidas pelas novas tecnologias da informação e da comunicação, contribuindo não só com a inclusão digital, mas formando pessoas autónomas, capazes de aproveitar a tecnologia e as possibilidades por ela oferecidas. Contudo, quando falamos de inclusão, pressupõe-se a existência de uma exclusão, à qual devemos prestar a máxima atenção e cuidado. Hoje os níveis de inclusão e exclusão sociais possuem como agravantes os sistemas tecnológicos, impulsionados pelas convergências mediáticas que surgem como ferramentas para facilitar a vida e o convívio humano, mas que também podem ser encaradas como determinantes no processo de exclusão social. A inserção de excluídos digitais passa pela adopção de políticas que visam o seu conhecimento auto- sustentável de forma colaborativa e gradual, incluindo a possibilidade de, digitalmente, potenciar a busca da reflexão de âmbito local e mundial sobre as condições de vida, o conhecimento, as constantes mudanças sociais e o pensamento crítico da actualidade, apostando na diminuição das desigualdades sociais e concebendo a oportunidade de criar, produzir, transformar e procurar informações com amplo conhecimento tecnológico, conduzindo a uma busca da reflexão essencial ao mundo contemporâneo. Neste contexto a rádio é, sem sombra de dúvida, o veículo mais dinâmico, abrangente e democrático que, aliado com a cibercultura, se transforma num recurso importantíssimo, precursor das mais diversas actividades, enquadradas em diversos campos de actuação. Resultante de um processo evolutivo dos media (do formato convencional para o formato online), a rádio vem sendo cada vez mais utilizada como uma interface interactiva e colaborativa na formação de uma pedagogia crítica da sociedade, potenciando a criação de novos processos de produção de conteúdos voltados para o desenvolvimento do indivíduo em todas as suas dimensões. Tendo em conta a carência social e tecnológica de diversos públicos-alvo, inseridos em contextos e comunidades desfavorecidas, surge a necessidade de os inserir numa plena cidadania (social, cultural, económica e tecnológica) optimizando a busca do conhecimento através de actividades que produzem reflexão sobre e com o uso das novas tecnologias. Além da capacitação digital, devem surgir nesse contexto actividades com a missão de alfabetizar digitalmente aqueles que se encontram à margem da sociedade. Porém, alfabetizar não se trata de tornar as pessoas capazes de utilizar as ferramentas informáticas, trata-se de torná-las aptas a produzir conteúdos para esse meio e incorporá-los no dia-a-dia. Jorge Teixeira 2
  • 3. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão A internet enquanto elemento de recriação e propagação de conteúdos, capacita os media a actuarem como nunca antes, livres de padrões pré-concebidos, livres de concessões e amarras estruturais. A internet transforma a rádio num meio livre de produção de conteúdos e torna os seus profissionais “militantes” da inclusão digital. Trata-se de mais tentativa de democratização do acesso ao ensino e à cultura, tentando contribuir para a diminuição das assimetrias sociais e culturais, propiciada pelas novas tecnologias da informação e da comunicação, principalmente quando aliada a um media soberano - a Internet. Assim podemos identificar no presente pré-projecto de investigação “O contributo das TIC na aprendizagem ao longo da vida” como domínio (ou área) e “A web rádio enquanto instrumento para a inclusão social” como o tema (ou assunto) alvo de investigação. Definição da problemática em estudo Face a uma, cada vez mais, abrangente e marcante sociedade da informação surgem novos desafios mas também graves ameaças à equidade e equilíbrio sociais. Vivemos em plena sociedade da informação ou conhecimento, caracterizada pela globalização da informação, pela existência de um novo modelo cultural sustentado numa permanente mudança (sobretudo em termos tecnológicos) e onde os interesses económicos e políticos se cruzam e assumindo cada vez mais importância face a aspectos culturais e sociais. Para Hargreaves (2004) a sociedade do conhecimento depende das escolas como um todo para tornar-se uma sociedade aprendente criativa e solidária. Contudo, em vez de promover a criatividade económica e a integração social, muitas escolas ainda se envolvem na regulamentação de rotinas padrão, descontextualizadas à nossa actualidade. A “solução” passaria por privilegiar um sistema educativo capaz de desenvolver e lidar com a criatividade e a flexibilidade na forma como são tratados os alunos e os professores (que recuperariam o estatuto de profissionais altamente qualificados) como profissionais da sociedade do conhecimento. Assim, as escolas e os professores não podem e nem devem renunciar às suas responsabilidades de promover as oportunidades, o envolvimento e a inclusão dos jovens no mundo altamente especializado do conhecimento, da comunicação, da informação e da inovação. Na mesma tónica, Cobo (2009) estabelece uma relação entre educação e criatividade e considera que, na era da informação e do conhecimento, mais importante que a capacidade de retenção de dados é o desenvolvimento de habilidades para relacionar conteúdos, adaptá-los e aplicá-los em diferentes contextos, sendo uma das exigências mais importantes que se identificam para a educação actual a capacidade de estimular a criatividade (enquanto ferramenta que responde de forma adequada às exigências da empregabilidade, competitividade e inovação do nosso tempo) e de se desenvolver adequadamente face ao crescente volume de informação e conhecimento que se produzem diariamente. Uma educação que estimula a criatividade enriquece-se com a capacidade constante de questionar (ainda que não exista uma resposta única), sendo que a imaginação e a criatividade estimulam nos estudantes a percepção da ideia de “aprender a aprender”, contribuindo para que os habitantes da sociedade do conhecimento se adaptem às aceleradas transformações sócio tecnológicas do presente e do futuro imediato. Nesta premissa sustenta-se a ideia de que a educação se enriquece ao estimular a capacidade de criatividade e inovação dos educandos, estreitamente vinculada à prática de questionar, aprender a partir de problemas reais e, ao mesmo tempo, compreender que o erro também é uma das partes essenciais do processo educativo. Jorge Teixeira 3
  • 4. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão Também neste domínio, no desenvolvimento da criatividade, as tecnologias da informação e comunicação, além de permitirem o desenvolvimento de competências tecnológicas nos aprendentes, convertem-se em fortes aliados nos actuais processos de aprendizagem. Mesmo que se admitirmos que na educação dos nossos jovens estas alterações estejam eminentes tratando-se apenas de uma questão de tempo, se transpormos a questão para os tradicionais métodos de aprendizagem ao longo da vida de adultos em idade activa e sabendo que se estão a realizar inúmeros esforços no sentido de qualificar e trabalhar a inclusão de indivíduos e comunidades em contextos educativos, sociais, culturais e económicos desfavoráveis a tarefa não será assim tão acessível. Na comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões sobre a Iniciativa Uma Agenda Digital1 para a Europa (2010) reconhece-se que “a Europa padece de uma escassez crescente de qualificações profissionais em matéria de TIC e de um défice de literacia digital. Estas deficiências estão a excluir muitos cidadãos da sociedade e da economia digitais e travam o efeito multiplicador que a utilização das TIC pode ter no crescimento da produtividade”, sendo que “a era digital deve ser sinónimo de responsabilização e de emancipação; a origem social ou as qualificações não devem constituir um obstáculo ao acesso a este potencial”. O superar desta clivagem digital pode ajudar os membros dos grupos sociais desfavorecidos na participação em equidade na sociedade digital, usufruindo de serviços que lhes interessam directamente como os da educação, da administração pública, da saúde e da (sub)cultura. Permite- lhes inclusive ultrapassar a sua desvantagem através de uma maior possibilidade de inserção no mercado de trabalho. A competência em matéria digital é, por conseguinte, uma das oito competências essenciais2 que qualquer pessoa deverá possuir numa sociedade baseada no conhecimento. Além disso, é essencial promover amplamente os princípios de uma utilização segura da Internet. Neste sentido urge determinar em que medida a adopção e operacionalização de uma web rádio, na função de novo instrumento didáctico, pode estimular a inclusão social, cultural, económica e educacional de grupos desfavorecidos, incluindo no processo de aprendizagem ao longo da vida uma nova metodologia pedagógica que agrega as TIC e aposta em reduzir o fosso digital dos grupos-alvo face ao desejado nível de equidade de acesso democrático à Internet, aos seus serviços e às TIC. Linhas de orientação / questões que guiarão a investigação A investigação pretende documentar e clarificar a relação entre as competências-chave para uma inclusão digital e os estímulos, dela decorrentes, para uma inclusão social, cultural, económica e educacional de grupos desfavorecidos, necessárias a um saudável desenvolvimento pessoal e social em todas as suas dimensões. Assim a investigação procurará responder a questões como: 1 A Agenda Digital para a Europa constitui uma das sete iniciativas emblemáticas da estratégia Europa 2020 e visa definir o importante papel que a utilização das tecnologias da informação e das comunicações (TIC) terá de desempenhar se a Europa quiser ver as suas ambições para 2020 coroadas de sucesso: um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo 2 In Competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida - Quadro de Referência Europeu (2006). Jorge Teixeira 4
  • 5. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão • De que forma uma nova visão das TIC pode promover a aprendizagem e desenvolver novas estratégias de aprendizagem ao longo da vida? • De que forma a adopção e produção de uma web rádio pode proporcionar uma aprendizagem aberta e à distância e os recursos educativos abertos? • De que forma a adopção e produção de uma web rádio pode estimular a inclusão social, cultural, económica e educacional de grupos desfavorecidos? • De que forma a adopção e produção de uma web rádio pode reduzir o fosso digital dos grupos-alvo através da operacionalização das capacidades de envolvimento, de agregação e motivação de pessoas e grupos, beneficiando da relação entre produção de conteúdos e de utilização das TIC com os meios de comunicação radiofónicos? • De que forma a inclusão digital atenua as assimetrias educativas, sociais, culturais e económicas de grupos e comunidades desfavorecidas? Metodologia a privilegiar. Dada a dificuldade de relacionar variáveis, a impossibilidade de constituir um grupo de controlo e de controlar fenómenos ou estabelecer relações casuais, pretende-se realizar uma investigação do tipo descritivo de forma a descrever fenómenos, identificar variáveis e inventariar factos. A opção pela metodologia descritiva tem em conta que, dada a natureza das questões colocadas, se aponte para um objecto de estudo que abarca preferencialmente uma natureza descritiva e interpretativa. Segundo Bogdan e Biklen (1994) a abordagem qualitativa constitui "...uma metodologia de investigação que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das percepções pessoais". De forma a conferir credibilidade à investigação as descrições a efectuar devem incluir o delineamento físico, social e cultural do contexto de estudo; definir o papel do investigador; descrever o quadro de referência conceptual; descrever de forma exaustiva os métodos de recolha de análise de dados; definir e operacionalizar os conceitos. As descrições devem ainda mostrar o grau em que as conclusões representam a realidade que descrevem e avaliar se os construtos elaborados pelo investigador representam ou medem a experiência humana. Estas irão necessitar de uma prolongada permanência do investigador no terreno; da existência de técnicas de recolha de dados; de uma observação participante e de uma auto-reflexão do investigador. Deverá ainda contemplar a comparabilidade (grau de comparação com outros estudos) e a traductabilidade (grau em que quadros de referência são fáceis de entender e utilizáveis por outros investigadores). Dados os tipos de métodos de investigação qualitativos formalmente aceites, e de forma a melhor responder às questões formuladas e ao estudo da problemática em apreço, deve-se privilegiar o da Investigação-Acção uma vez que privilegia uma metodologia activa e com aspectos de índole prática a atingir, como é o caso, pretendendo-se atingir processos/programas de mudança, onde o saber e a mudança social se constroem em paralelo. Trata-se de uma investigação que de forma contínua deve respeitar e ponderar os feedbacks das suas várias fases: planificação, acção, observação e reflexão, num processo cíclico, requerendo o envolvimento de outros que não apenas o investigador, neste caso os elementos das comunidades e públicos-alvo e as instituições que com Jorge Teixeira 5
  • 6. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão eles trabalham, tratando-se de uma investigação-intervenção participativa com o objectivo de produzir conhecimento, modificar a realidade e transformar os actores. Para além da metodologia qualitativa, o presente estudo não pode descurar a abordagem quantitativa, essencial para uma leitura de enquadramento e de resultados. Local, população, amostra ou sujeitos a estudar Jovens, adultos e idosos residentes no concelho de Almada (cerca de uma centena) em situações de exclusão social, cultural, económica e educacional, sinalizados pelas seguintes entidades/projectos: • Projecto de Intervenção Precoce de Almada (sede no Agrupamento de Escolas Comandante Conceição e Silva); • Escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária): Agrupamento de Escolas do Monte da Caparica, Agrupamento de Escolas da Trafaria, Agrupamento de Escolas Miradouro de Alfazina e Escola Secundária com 3º ciclo de Monte da Caparica; • Formandos dos Cursos PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação) do Agrupamento de Escolas Romeu Correia, da Escola Secundária Monte da Caparica e do Agrupamento de Escolas Professor Ruy Luís Gomes; • Alma Alentejana - Associação para o Desenvolvimento, Cooperação e Solidariedade Social; • Centros Locais de Apoio à Integração do Imigrante de Almada; • Associação dos Imigrantes do Concelho de Almada (AICA); • Centros Novas Oportunidades do concelho de Almada: Escola Secundária do Monte da Caparica, Escola Secundária de Cacilhas – Tejo e Escola Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Anselmo Andrade. Técnicas de recolha de dados a privilegiar De forma a obter as descrições atrás referidas da forma mais fidedigna quanto possível, deve-se proceder a um levantamento inicial de dados através de revisão literatura, pesquisa de documentos (livros, investigações e legislação adequada e enquadrando a problemática) e privilegiarem-se os contactos directos com os sujeitos a investigar e com as entidades que lhes dão suporte. Destes contactos com os sujeitos e com as instituições devem resultar uma negociação para escolher os métodos e instrumentos de recolha de dados. Para além das técnicas documentais anteriormente referidas, devem contemplar-se também técnicas não-documentais relevantes e que se enquadram no espírito da investigação (entrevistas semi-estruturadas e de profundidade e questionários apenas aplicáveis a parte da população) e na obtenção de descrições e dados coerentes como a observação indirecta e pela observação directa participante de forma a apreender a visão/interpretação da realidade de uma forma mais activa. A observação não se centra exclusivamente no domínio pessoal e comunitário dos sujeitos, mas também na sua autonomia na realização das tarefas de produção de conteúdos radiofónicos e na manipulação das TIC enquanto elemento facilitador da realização das actividades. Jorge Teixeira 6
  • 7. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão Técnicas de análise de dados. Pelos instrumentos seleccionados para a recolha dos dados denota-se a predominância do qualitativo ao obterem-se dados colectivos e em cuja análise e interpretação dos dados se deve envolver todos os participantes. Os resultados dela decorrentes devem ser utilizados de uma forma directa pela comunidade que os executa e aplica. A credibilidade da investigação depende dos resultados positivos obtidos na comunidade envolvida. Assim o tratamento de dados deve reger-se de análises de conteúdos com o objectivo de estabelecer unidades de registo, de significado ou temáticas (segmentos de frase semanticamente relevantes) ou de ocorrência ou concomitância (palavras cuja ocorrência é relevante de contabilização frequente). A análise de conteúdos deve fasear-se em vários momentos: 1. Leitura atenta dos textos, procura dos referentes-chave, redução das proposições (elimina equivalentes e sinónimos), preparação temática (elimina paráfrases, conotação, mantém sentido do texto, proposições em frases simples); 2. Codificação (códigos não superiores a 50). Leitura da totalidade do texto separando palavras-chave; isolamento das proposições a ser analisadas; codificação de cada proposição agrupadas por referente-chave; 3. Análise e interpretação dos dados. A análise e interpretação dos dados resultará do estudo das relações existentes entre os vários factores e objecto de estudo; da busca de significado a partir dos dados obtidos e da representação dos dados. Fases da investigação e sua distribuição ao longo do tempo. Tendo em conta que a Investigação-Acção considera o processo de investigação como uma espiral, interactivo e focado num problema, onde ciclos de planificação, acção, observação e reflexão se sucedem, torna-se particularmente difícil realizar um cronograma que planeia o faseamento deste estudo. Contudo, podem-se identificar as seguintes fases como cruciais para a realização desta investigação, representando apenas um 1º ciclo: Etapa 1 - Preparação do projecto: Pesquisa / Planeamento / Enquadramento (Fase de planificação) Nesta fase realizar-se-á a leitura de textos, a selecção e resumo de textos apontados como referências bibliográficas e de textos de enquadramento / historial a incorporar no trabalho. Além do planeamento detalhado do estudo a realizar, pretende-se definir o problema e definir projecto, possibilitando ainda medir diversas situações e indicadores que possam ajudar ao planeamento e execução do projecto. As acções abaixo indicadas visam a melhoria da investigação e das leituras, bem como a identificação de conceitos e possíveis indicadores de análise. 1. Pesquisa / Planeamento / Enquadramento. 2. Reuniões com as entidades/projectos parceiros. Jorge Teixeira 7
  • 8. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão 3. Identificação dos sujeitos em risco de exclusão. 4. Conhecimento/interacção inicial com os sujeitos. 5. Escolha/negociação dos métodos e instrumentos de recolha de dados. Etapa 2 – Implementar e observar (Fase de acção) Nesta fase iniciar-se-á a componente prática do projecto/investigação envolvendo todos os intervenientes para que se comecem a produzir evidências. Antes de se efectuar a recolha de dados, os instrumentos a utilizar serão testados de modo a assegurar a sua fiabilidade, grau de adequação e de precisão. Depois deste passo inicial proceder-se- á à recolha das informações. A aplicação dos instrumentos de recolha de dados em várias sub-fases desta etapa prende-se com a necessidade de observar e medir possíveis consequências (positivas e/ou negativas) decorrentes da implementação de algumas acções-chave no decurso do projecto/investigação. 6. Formação de técnicos. 7. Formação dos sujeitos. 8. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados. 9. Produção de conteúdos. 10. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados 11. Publicação de conteúdos. 12. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados. 13. Transmissão web da rádio. 14. Aplicação dos instrumentos de recolha de dados. Etapa 3 – Fase de reflexão Nesta fase pretende-se a análise e problematização dos dados recolhidos (sendo possível a reformulação das perguntas de partida (quer nas entrevistas e questionários), das observações efectuadas como também das acções desenvolvidas / a desenvolver. É necessário também construir um modelo que, precisando as relações entre os conceitos, as suas dimensões e indicadores, procure responder o mais satisfatoriamente às questões formuladas. Efectuar-se-ão comparações dos resultados esperados com os resultados observados, procurando-se um significado para as possíveis divergências. Trata-se, de avaliar a forma como as acções implementadas contribuíram para o objectivo proposto: a diminuição dos índices de exclusão de indivíduos / comunidades em contextos desfavoráveis. Poder-se-á chegar à conclusão de que é necessário parar (entenda-se deixar fluir os trabalhos e não ter mais participação directa que influencie o envolvimento dos sujeitos investigados) ou seguir para um segundo ciclo (que volta a envolver as etapas de planificação, acção e reflexão). 15. Análise, tratamento e interpretação dos dados. 16. Divulgação de resultados intermédios. 17. Utilização dos resultados / Autonomia dos sujeitos. 18. Credibilidade do trabalho / Qualidade dos conteúdos transmitidos vs. Atitudes de inserção dos sujeitos estudados. 19. Resultados / Descrições finais. 20. Redacção da dissertação (incluindo possíveis reformulações e conclusões). 21. Conclusões e recomendações (elaboração das conclusões, apresentação dos resultados e das possíveis recomendações). Jorge Teixeira 8
  • 9. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão Nota: As setas indicam dependência de actividade anterior. Jorge Teixeira 9
  • 10. Pré-projecto de investigação - A web rádio enquanto instrumento para a inclusão Referências bibliográficas Apontamentos da Unidade Curricular Metodologias de Investigação em Educação. Mestrado em Ciências da Educação – Universidade Católica Portuguesa. Consultado em 02 de Abril de 2011 em http://learning.porto.ucp.pt/webapps/portal/frameset.jsp?tab_tab_group_id=_2_1&url=%2Fwe bapps%2Fblackboard%2Fexecute%2Flauncher%3Ftype%3DCourse%26id%3D_16031_1%26url%3 D Ávila, Patrícia (2005). A literacia dos adultos: Competências-chave na sociedade do conhecimento, Tese submetida como requisito para obtenção do grau de Doutor em Sociologia. Consultado em 02 de Abril de 2011 em http://repositorio- iul.iscte.pt/bitstream/10071/577/1/A%20literacia%20dos%20adultos_Patr%C3%ADcia%20%C3% 81vila.pdf Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação. Uma Introdução à Teoria e aos Métodos. Colecção Ciências da Educação. Porto: Porto Editora. Cobo, Juan Cristóbal (2009). Conocimiento, creatividad y software libre: una oportunidad para la educación en la sociedad actual. UOC Papers. N.º 8. UOC. Consultado em 09 de Fevereiro de 2011 em http://www.uoc.edu/uocpapers/8/dt/esp/cobo.pdf Comissão Europeia (2010). Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu, ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões - Uma Agenda Digital para a Europa. Consultado em 02 de Abril de 2011 em http://eur- lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:52010DC0245R%2801%29:EN:NOT Comissão Europeia (2010). Comunicação da Comissão - Europa 2020: Estratégia para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo. Consultado em 02 de Abril de 2011 em http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=COM:2010:2020:FIN:PT:PDF Comissão Europeia (2007). Competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida - Quadro de referência europeu. Consultado em 02 de Abril de 2011 em http://ec.europa.eu/dgs/education_culture/publ/pdf/ll-learning/keycomp_pt.pdf Fernandes, Arménio Martins (2006). Projecto SER MAIS - Educação Para a Sexualidade Online. Dissertação submetida à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto para a obtenção do grau de Mestre em Educação Multimédia. Consultado em 02 de Abril de 2011 em http://nautilus.fis.uc.pt/cec/teses/armenio/TESE_Armenio/TESE_Armenio/_vti_cnf/TESE_Armeni o_web/ Quivy, R., & Campenhoudt, L. (1992). Manual de Investigação em Ciências Sociais (pp. 234-275). Lisboa: Gradiva. Vala, J. (1986). A análise de conteúdo. In A. Silva e J. Pinto (Ed.), Metodologia das Ciências Sociais (pp. 101-128). Porto: Edições Afrontamento. Jorge Teixeira 10