O documento discute ética na sociedade da informação, abordando tópicos como ética e filosofia, sociologia e valores, ética e informação. Apresenta artigos que discutem ética intercultural da informação, os principais aspectos éticos da informação no ambiente digital, e a organização da informação sob a perspectiva de valores.
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Seminário A ética na sociedade
1. A ÉTICA NA SOCIEDADADE,
NA ÁREA DA INFORMAÇÃO E DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL:
O OLHAR DA FILOSOFIA, DA SOCIOLOGIA, DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
E DA FORMAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DO BIBLIOTECÁRIO
ORGANIZADORAS:
HENRIETTE FERREIRA GOMES
ALDINAR MARTINS BOTTENTUIT
MARIA ODAISA ESPINHEIRO DE OLIVEIRA
LINK PARA O LIVRO: HTTP://GOO.GL/VFRBUA
2. UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA EDUCAÇÃO
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO DE UNIDADES DE
INFORMAÇÃO
DISCIPLINA: Fundamentos das Ciências da Informação
PROFª. DRA. Elisa Cristina Delfini Corrêa
ACADÊMICOS:
Edinei Moreno
Jorge do Prado
Marcelo Ladislau
2013
3. SUMÁRIO
ÉTICA, FILOSOFIA E SOCIOLOGIA
Ética sem fundamentos
Waldomiro José da Silva Filho
Sociologia e valores, os valores da Sociologia
Bernardo Sorj
ÉTICA E INFORMAÇÃO
Ética intercultural de la información
Rafael Capurro
La información em el entorno digital: principales áreas con implicaciones éticas
Juan Carlos Fernández-Molina
Aspectos éticos da organização da informação: abordagens teóricas acerca da
questão dos valores
José Augusto Chaves Guimarães, Fabio Assis Pinho, Carlos Cândido de Almeida e Suellen
Oliveira Milani
5. Perspectiva Pós-ética, modelo específico de tratar a racionalidade da
ação não envolvendo aprovação ou reprovação moral, mas a compreensão
(interpretação) ou não da ação no contexto intersubjetivo.
6. Ação e razão no horizonte da filosofia contemporânea é marcada pela
crítica da ideologia envolvendo posições teóricas divergentes. Onde a
racionalidade (crença racional e ação racional) apresenta-se plural como
o exemplo dado por J. Elster (1982) que elenca na literatura filosófica
recente cerca de trinta significados diferentes.
Donald Davidson traz nova perspectiva sobre a racionalidade na
compreensão da ação e da crença.
1º Raciocínio prático: razão explica a ação do agente para fazer o que fez?
Definindo como racionalização, razão racionaliza a ação.
2º Raciocínio prático: defende uma posição controvertida, reconsiderando
a idéia da causa ou de que uma razão é uma causa racional.
7. Discute teses filosóficas apresentando seus pontos fundamentos sobre a
racionalidade, tais como:
Rejeição do racionalismo fundacionista; sendo a racionalidade está
ligada diretamente à intuição racional dos “primeiros princípios” por
meio da instrospecção subjetiva que firma crenças básicas sobre a
evidência epistemica do “eu”.
Crítica ao reducionismo cientificista integrada por três termos:rejeição
de uma conceito unificado de razão, a rejeição da teoria causalista como
explicativa da ação humana e a definição de ação racional como agir
intencional.
8. Para Melden (1985) as ações não podem ter causas e, em última
instancia, não podem ser explicadas. O que pode ser explicado são
acontecimentos, mas não a performance dos agentes.
Wittgenstein e G. Ryle criticam o projeto de uma “ciência da racionalidade
e do comportamento” nos moldes da Psicologia. Wittgenstien argumenta
que em Psicologia existem métodos experimentais e confusão conceitual.
9. Davidson (1980-82) desenvolve uma nova perspectiva sobre a relação
entre racionalidade e ação, deslocando a teoria moral para a perspectiva
pós-ética.
Onde localizando a ação no seu contexto, é possível identificar uma ou
diversas razões de agir do agente, mas não responde a questão de como
razões explicam ações e nada diz sobre o agente ter efetivamente agido
por estas razões.
Considera a existência da distinção entre “ação” e “descrição da ação”.
10. Interpretação e intersubjetividade
Interpretação é o conceito central da filosofia de Davidson.
[...] enquanto não temos idéia daquilo que ocorre nas mentes de outras
pessoas, não tem sentido falar de objetividade
[...] para compreender a linguagem de uma outra pessoa devemos ser
capazes de conceber ou pensar aquilo que ela concebe ou pensa, o que
nos permite partilha seu mundo.
A comunicação na linguagem impõe que o falante tenha um conceito de
mundo e julga que o outro falante também tenha um conceito correto do
mundo. Concebendo assim um mundo intersubjetivo.
12. O conhecimento sociológico e os valores
Para Weber o conhecimento social esta ligado aos valores do pesquisador,
pois as sociedades se modificam e junto com elas os valores, assim sendo,
os objetivos de análise e as questões que a pesquisa social se coloca são
significativos somente dentro de um dado contexto social.
13. Os valores são definidos pela cultura de uma sociedade em determinado
época.
Weber relata o caráter contraditório dos valores, ou seja que a realização
absoluta de um valor pode significar abdicar ou anular outros valores.
Nas construções científicas as decisões quanto aos valores que devemos
priorizar, se encontram já nos campos da ação e da política, e não do
conhecimento e da ciência.
14. Para Weber a ciência não pode decidir que fins devem orientar nossa
ação, ela pode é auxiliar na identificação dos meios para atingir um
determinado fim.
15. Os valores da sociologia
O pensamento científico supõe a liberdade de critica, do direito de
duvidar de qualquer verdade estabelecida, a possibilidade de se
expressar e de se contrapor, de pesquisar qualquer tema e de expor as
idéias no âmbito público.
16. Deve existir um institucional autônomo que possibilite somente aos
cientistas julgar o valor da obra de um colega.
17. Finalizando propõem que as ciências sociais desmistifiquem o senso
comum, que esconde sempre uma forma de dominação, ou apontar as
virtualidades de outras sociedades de organização social que a ideologia
dominante procura esconder.
19. Como tem evoluído o conceito de ética desde o
surgimento das novas tecnologias como a
Internet até hoje? A princípio era ética da
computação, depois ciberética e agora estamos
na ética da informação?
20. Obras de destaque
Cybernetics or Control and Communication in the
Animal and the Machine (Norbert Wiener, 1948)
Understanding Media (Marshall McLuhan, 1964)
Computer Power and Human Reason
(Weizenbaum, 1976)
Computer Ethics (Deborah G. Johnson, 1985)
22. Sociedade da Informação
Cumbre Mundial sobre la Sociedad de la Información (ONU, 2003):
[...]centrada en la persona, integradora y orientada al
desarollo, em que todos puedan crear, consultar, utilizar
y compartir la información y el conocimiento, para que
las personas, las comunidades y los pueblos puedan
emplear plenamente sus posibilidades en la promoción
de un desarollo sostenible y en la mejora de su calidad de
vida, sobre la base de los propósitos y principios de la
Carta de las Naciones Unidas y respetando plenamente y
defendiendo la Declaración de los Derechos Humanos.
23. A ética da informação é a reflexão sobre as oportunidades e problemas
ocasionados pelas novas tecnologias para se ter uma “vida boa”, em nível
local e global segundo a ONU.
24. Quais são os novos problemas éticos
que surgiram junto da rede digital na
América Latina?
25. - Falta de acesso
- Perguntar, criar estudos empíricos, formular novos conceitos e teorias
sobre a participação na web
- Acesso ao saber e conhecimento
- Crianças e adolescentes
- Encriptação e intrusos
- Dispersão da informação
26. Qual a diferença entre os problemas éticos nascidos
com a Internet e os que nasceram com os meios de
comunicação de massa?
27. - Controle;
- Com a rede, um receptor agora é emissor;
- Refletir para “controlar”.
29. - Não apresenta referência empírica;
- Telefone é mais do que telefone;
- Comunidade virtual MISTICA (Metodología y Impacto Social de las
Tecnologías de la Información y de la Comunicación em América);
- Fundamental pensar a ética da rede!;
- “Creo también que en este proceso las bibliotecas pueden y deben jugar
um rol importante como centros de acceso libre a dichos saberes que
forman parte de la memoria cultural de una sociedad”.
30. OBRAS
- Ética en la sociedad de información: reflexiones desde América Latina
y el Caribe (Alvaro Agudo Guevara. UNESCO RJ, 2000)
- Declaración de Rio de Janeiro (nov. 2004)
- Declaración de Santo Domingo
- Declaración de Lisboa (2006)
- Encuentro Iberoamericano sobre Objetivos del Milenio de Naciones
Unidas y TIC (Uruguai, 2006)
- Programa de la Sociedad de la Información para América Latina y el
Caribe INFO LAC (2008)
- Portal de Cooperación Europa (2008)
32. - Perguntar, dialogar e pensar criticamente por si mesmo e pela
sociedade;
- Plágio;
- “Quijote y su pasión pro los libros de caballería”;
- Paciência;
- Criar espaços livres e tempos individuais;
- “Dosar” a informação.
33. A que se refere quando diz que na
América Latina só surgirá uma cultura
digital se os latinoamericanos a criem por
si mesmos, para si e para os demais?
34. - A cultura resulta de uma série de “estereótipos”: idioma, moral, religião,
tradições, atividades comerciais... No digital não será diferente.
35. Qual a missão das bibliotecas digitais
nesta cultura digital? E quais as
vantagens e desvantagens desta
participação?
36. - Missão: Levar conteúdo a quem está geograficamente distante da
informação;
- Pensar em políticas públicas para as bibliotecas digitais.
37. Qual o impacto cultural e psicológico das
novas tecnologias, em especial a Internet,
sobre os países da América Latina? Existe
alguma diferença em relação aos países
desenvolvidos?
38. - “Países desenvolvidos”: perda de sentido do termo;
- Ganância;
- Open Source e copyleft;
- Iniciativa OLPC – One Lapton Per Child;
- Iniciativa Room to Read;
- Falta um estudo sério com detalhes técnicos, culturais, jurídicos, sociais
e que leve em conta a participação política.
39. Em que consistirá o “Seminário
Internacional de Ética na Informação:
filosofia, cultura e psicoanálise”, que
acontecerá no México?
40. - Encontro para 50 profissionais da Psicologia, Pedagogia, Sociologia,
Filosofia, Computação, História, Direito e Ciências Políticas;
- Pré-seminário virtual para troca de saberes;
- Objetivo acadêmico: discutir o impacto das novas tecnologias na
cultura, economia e política;
- Objetivo prático: criar um núcleo de pesquisa.
41. Há algum plano que será colocado em prática
no México a respeito da ética da informação?
43. Qual a função das novas tecnologias na
construção de uma ética da informação
regional ou globalmente?
44. - Moral e Ética;
- Construir estruturas e processos institucionais que permitam uma
reflexão sobre as problemáticas das normas e leis.
45. LA INFORMACIÓN EN EL
ENTORNO DIGITAL: principales
áreas con implicaciones éticas
Juan Carlos Fernández-Molina
46. INTRODUÇÃO
- Ética da informação remonta a antiga Grécia – parrhesia = falar sobre
qualquer coisa;
- Confusão de termos;
- Foco: bibliotecas e centros de informação;
- Privacidade e controle;
- Censura e propriedade intelectual.
48. SELEÇÃO DE INFORMAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO DE
COLEÇÕES
- Profissional X Pessoal;
- Censura;
- Ferramentas de apoio:
- Política bem definida
- Apoio de associações e documentos profissionais
50. CHILDREN’S INTERNET PROTECTION ACT
Lei nos EUA que obriga determinadas bibliotecas e escolas a adotar
políticas de segurança da Internet e implantar filtros de segurança. Caso
contrário, perderiam financiamento público e direito de acesso a
descontos em tarifas de acesso à Internet.
51. ACESSO À INFORMAÇÃO
- Responsabilidade social;
- O que cobrar e o que não cobrar?
- Organizações na web;
- Freedom of Information Act Amendments, 1996;
- Bibliotecários são guias.
52. 9 PRINCÍPIOS DE MENDEL PARA
UNESCO (2008)
1. Máxima transparência;
2. Publicação obrigatória;
3. Organismos públicos devem promover o governo aberto;
4. Exceções ao livre acesso devem ser limitadas;
5. Procedimentos estabelecidos devem facilitar o acesso;
6. Cidadãos não devem aceitar custos;
7. Reuniões de organismos públicos devem ser abertas;
8. Transparência tem prioridade;
9. Proteção para críticos e denunciantes.
55. DIREITOS DO AUTOR
- Discussões entre autores, editoras e
bibliotecas sobre propriedade intelectual;
- Criação de leis e regulamentos
- Digital Rights Management Systems (DRMS)
56. ASPECTOS ÉTICOS DA
ORGANIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO:
abordagens teóricas acerca da
questão de valores
José Augusto Chaves Guimarães; Fábio Assis Pinho;
Carlos Cândido de Almeida; Suellen Oliveira Milani
57. Introdução
O objetivo dos autores é verificar na literatura (internacional) um
conjunto de valores que se inserem na área da biblioteconomia e
ciência da informação nos aspectos de organização da informação, ou
seja, buscar subsídios que levam ao aperfeiçoamento das regras e
princípios de conduta da profissão.
O paradigma é descontruir uma concepção ingênua de “mera questão
de bom senso ou, simples aplicação de normativas profissionais”.
58. Ética, moral e valores
Ética – estudo dos valores e conduta do homem na sociedade,
preconizando os direitos e deveres decorrentes de tal conduta
pressupõe a concepção de bem agir e de bem fazer. Reflete sobre a vida
moral em si, centrando-se nos objetos morais em todas as suas formas
de evoluir. (visão universal)
Moral – refere-se a ações desenvolvidas (normas de comportamento)
em um universo concreto, geográfica e temporariamente delimitado.
(visão local)
Valores – constituem diferentes classes de crenças, que assuem caráter
prescritivo e permanecem no tempo e no espaço na medida em que
correspondem a uma dada realidade. (Ex: normas, padrões sociais de,
natureza econômica, moral, religiosa, artística, científica, política,
profissional e legal).
59. Conjunto de valores sociais,
igualdade e bem-estar social
Orientam o comportamento
do homem X sociedade
Caráter universal
Conduz indiretamente todas
as sociedades
Conjunto de costumes, tradições
e culturas de um grupo
Orientam o comportamento do
homem em sociedade
Caráter local
Conduz sociedades específicas
ÉTICA MORAL
Podem ser morais ou não
morais
Vinculado a questões de
preferência ou seleção de algo
Existem nos atos e produtos
humanos
VALORES
60. Ética, moral e valores
Ética profissional
Denomina-se por se ater aos valores e ações que visam a um “agir
profissional correto e adequado” para com a sociedade em que o
profissional se insere, aspectos esses que, não raras vezes, podem
entrar em conflito com valores pessoais.
Corresponde as responsabilidades profissionais, que evidenciam a
relação do profissional com a sociedade e os valores gerais defendidos
pela categoria profissional que dizem respeito à credibilidade dos
serviços prestados.
61. A dimensão ética da
organização da informação
A organização da informação como função essencial de mediação entre
a informação e o usuário.
Duas vertentes estruturadas em processos, produtos e instrumentos:
Vertente descritiva – são os processos de catalogação;
Vertente temática – ligada ao tratamento de conteúdo do documento.
A questão dos aspectos éticos do exercício da profissão atuam de forma
determinante na vertente temática deste processo.
62. Garantia e hospitalidade
cultural (Beghtol)
A garantia de acesso as informações de maneira globalizada é desenvolvida em
valores que impactam nos processos, produtos e instrumentos da área e na
atuação profissional.
Parte da premissa que os indivíduos precisam de tipos diferentes de
informações e meios de obtê-la. Com isso, acarreta uma maior complexidade
nos processos de organização da informação, mas por outro, a possibilidade de
uma maior visibilidade para o usuário; contribuindo para a “Garantia e
hospitalidade cultural”.
Dilemas éticos
Desvios pré-existentes: ocorre antes do desenvolvimento do sistema;
Desvios técnicos: limitações no sistema de computação e algoritmos utilizados;
Desvios emergentes: decorrentes tanto do uso do programa quanto de falha de
coincidências entre os valores de sistema de computação e os valores
embutidos no seu programa.
63. Ética transcultural de mediação
(Garcia Gutiérrez)
Discute a questão cultural como sendo algo complexo e decisivo
no processo de organização da informação, refletindo ao
questionar se podemos trabalhar com estereótipos culturais em
categorias tão formais e/ou taxonomias culturais.
Isso levou a construção da expressão “Epistemografia
interativa”:
Consiste como novo paradigma para os procedimentos de
organização da informação, consiste em uma rede de abertura
semântica, que considera a interação e o diálogo por meio de
categorias transculturalmente aceitas.
64. Ética na indexação e na
classificação (Van Der Walt)
Quatro instâncias de questionamentos éticos nas atividades de
indexação e classificação:
Responsabilidade social; identificação do que efetivamente
constitui o comportamento ético e não ético; delimitação das
formas de manifestação de tais comportamentos; previsão das
etapas a serem seguidas com o propósito de assegurar uma
aproximação segura.
Indexação
E
classificaçã
o
Autores Usuários
Atividade
mediadora
65. Ética na indexação e na
classificação (Van Der Walt)
Considera desvios como condutas tendenciosas do profissional no
momento do tratamento temático da informação. São eles:
1) Exclusão – assunto ignorado;
2) Marginalização – assuntos constituídos por adjetivos;
3) Distorção – assuntos com representação inadequada.
Alternativas de prevenção dessas situações
a) Observar os princípios gerais éticos que evidenciam direitos
humanos;
b) Compilar códigos específicos a partir de situações reais;
c) Se preocupar com os aspectos éticos já durante a formação do
profissional.
66. Dilemas éticos na organização
da informação (Olson)
Organização da informação e do conhecimento – necessidade de
mecanismos que permitam aos usuários encontrar determinados
itens e/ou saber o que um determinado centro de informação
possui.
Consolidar a postura do bibliotecário como responsável dessas
atividades.
Representação do conteúdo temático do documento por meio de
duas atividades:
a) Síntese – a extração do tema;
b) Nomeação – a descrição dessa nova informação sintetizada.
67. Dilemas éticos na representação do
multilinguismo (Hudon)
O profissional da informação constrói linguagens de
representação como uma forma de mediação entre o documento e
o usuário.
Os tesauros multilíngues integram a visão de diferentes culturas
no caminho da organização do conhecimento e de conceitos.
Estudos revelaram que os tesauros multilíngues ainda estão
voltados para o encontro de termos e conceitos equivalentes,
deixando de lado um tratamento igualitário entre as línguas.
A solução para construção dos tesauros multilíngues seria o
desenvolvimento simultâneo de versões linguísticas, ou seja, cada
cultura descrita em termos do tesauro, harmonizando a
terminologia.
68. Domínios de conhecimento para uma
organização ética da informação (Thellefsen
& Thellefsen)
Domínio de conhecimento – espaço social de produção e
circulação de conhecimento, uma cultura particular, dotada de
lógica própria de ordenação dos discursos e de mecanismos de
busca e organização da informação.
Não se restringe as disciplinas científicas, incorpora espaços
sociais de produção de conhecimento, como áreas ocupacionais ou
categorias profissionais.
É preciso levar em conta os valores que fundamentam um domínio
de conhecimento de modo que se possa chegar a uma proposta
ética de organização do conhecimento.
69. Considerações finais
As questões éticas que perpassam a área de organização da informação
devem, antes, ser discutidas e evidenciadas nos valores predominantes
de uma sociedade, assumindo questões moralmente necessárias, por
meio da previsão em códigos de ética profissional.
Valores
Garantia cultural/transculturalidade de mediação
Hospitalidade cultural
Fidedignidade na representação/rotulação da informação
Atualização e cooperação de registros
Imparcialidade e precisão na descrição do material
Multilinguismo como reflexo do multiculturalismo
Responsabilidade social e profissional nos desvios originados na
representação da informação
Respeito ao domínio de conhecimento
70. REFERÊNCIA
GOMES, Henriette Ferreira; BOTTENTUIT, Aldinar Martins;
OLIVEIRA, Maria Odaisa Espinheiro de. A ética na
sociedade, na área da informação e da atuação
profissional: o olhar da Filosofia, da Sociologia, da Ciência
da Informação e da formação do exercício profissional do
bibliotecário no Brasil. Brasília: Conselho Federal de
Biblioteconomia, 2009. p. 07-130.