2. Introdução
É importante que na introdução haja a apresentação da tese a ser
defendida (dissertação argumentativa) ou do assunto sobre o qual se
vai informar o leitor (dissertação expositiva). O modo como você fará
isso será aprimorado a cada nova redação que produzir. Quanto mais
experiente for o escritor, mais naturalmente será elaborada cada uma
das partes da dissertação.
3. Introdução por Apresentação Direta
É o modelo mais tradicional de redação. Nele, você inicia seu texto já
expondo sua tese.
Vivemos na era em que para nos inserir no mundo profissional
devemos portar de boa formação e informação. Nada melhor para obtê-las
do que sendo leitor assíduo, quem pratica a leitura está fazendo o mesmo
com a consciência, o raciocínio e a visão crítica.
4. Introdução por Declaração “bombástica”
Já no início da redação, o autor faz uma declaração que, a princípio
surpreende e, depois, com a argumentação, ela pode ser melhor
explicada ou desdita.
O Brasil se construiu com base numa história de distorções. A
sociedade contemporânea é o resultado de um longo processo de erros,
mentiras e grandes problemas não resolvidos . A moldura da história
brasileira é marcada pelas injustiças e desigualdades que assolam este
país.
5. Introdução por Indagação
É quando você inicia seu texto através de perguntas retóricas sobre o
tema.
Navegar é preciso. Foi assim que caravelas esbarraram em nossas
praias. Esbarraram? Foi Cabral ou Duarte, descobridor há pouco
descoberto? O passado foi-se sem deixar notícias, mas, e o agora? É
corrupção ou futebol? Sem-terras ou carnaval? Deixemos então o momento
presente, que se tornará passado também incerto frente ao futuro. Mas
que futuro? Venceremos? Ficaremos assim? Brasil, potência do terceiro
mundo, um mulato é brio, sem rosto, mas esfomeado. Quinhentos anos
sustentando-se em finas pernas. Suado, cansado e cheio de questões.
Brasil brasileiro, Brasil, comprado, Brasil vendido, Brasil achado.
6. Introdução por Definição
O texto é iniciado utilizando-se de uma definição de um termo central do
tema.
A gíria é um patrimônio comum, é um instrumento de comunicação que
parece imprescindível, sobretudo, para a juventude. Até mesmo as gerações
que a condenavam acabaram por assimilar algumas expressões de maior
ocorrência.
7. Introdução por Análise do Tema
O autor “decompõe” o tema em partes e as analisa separadamente até juntá-
las num todo lógico e organizado. Induz a uma estratégia argumentativa
similar.
Vivemos em um mundo cada vez mais globalizado, no qual a
dinâmica de informações é intensa e constante. A troca de idéias e
mercadorias entre os mais distantes lugares tornou-se ainda mais
freqüente e rápida após o advento da internet. Dentro desse contexto,
há um importante fator que deve ser levado em consideração: a mídia
como um mecanismo de manipulação das massas.
8. Introdução por Dados Históricos
Para iniciar o texto, o autor faz uma espécie de “retrospecto histórico” a
fim de situar o leitor tanto em relação ao tema em questão, quanto às
implicações lógico-temporais que serão estabelecidas.
Ao estudarmos nossa história, desde seu descobrimento até os dias
de hoje, depreendemos que, em muitos aspectos o Brasil mudou, mas
em outros pontos essenciais ele continua o mesmo.
Antes havia grupos indígenas e seus rituais próprios de iniciação,
escravos negros e carroças. Hoje há Carla Peres para todos, proletários
morenos, carros importados. Sim, houve mudanças, como vemos
claramente, de uma cultura variada, ou várias culturas, para a cultura
de nossa massa, da tecnologia precária das caravelas para a tecnologia
de ponta dos clones.
9. Introdução por Citação
Nos primeiros períodos do texto aparece uma citação que será corroborada ou
retificada pelo autor.
Marcel Proust, grande escritor e exemplo máximo de uma vida
dedicada unicamente à leitura e à literatura, disse em seus escritos “cada
leitor, quando lê, é um leitor de si mesmo”. O que Proust evidencia nessa
frase deixa em aberto uma série de interpretações que podem ser
realizadas a partir do hábito entusiástico e não visto como uma obrigação,
pela leitura.
10. Introdução por Declaração Oposta
É quando o autor inicia seu texto através de uma declaração ao qual ele irá se
opor no decorrer da argumentação. Este tipo de introdução implica um
raciocínio disjuntivo.
A felicidade não existe. Sim, não existe tal qual se apresenta nos
comerciais de margarina e carros do ano. Ela não se constrói sobre as
aparências superficiais de bens de consumo como as publicidades tentam
inculcar nas nossas cabeças. Se estabelece sobre outros alicerces.
11. Introdução por Dados Estatísticos
O início do texto trará números que serão comentados e analisados pelo
autor a fim de estabelecer sua argumentação.
De acordo com estatísticas divulgadas pelo Planalto, a maioria
(60%) das crianças que estão expostas ao trabalho infantil se concentra na
região Nordeste e estão na faixa etária dos 5 aos 9 anos. Bem mais que no
Sudeste do país, onde a taxa está em torno dos 20%. Esta disparidade
reflete as distorções históricas a que estão submetidos os habitantes do
Nordeste[...]
12. Introdução por Fatos Representativos
O autor usará fatos recentes, de notoriedade e, sobretudo, relevantes em
relação ao tema proposta para ilustrar a argumentação que se fará. Os
raciocínios mais adequados a este tipo de texto são os conjuntivo e hipotético.
Desabamento de terra na região Norte da cidade faz mais
vítimas neste inverno. Esta uma manchete de jornal comum no Recife nos
meses chuvosos. Ela ilustra bem o descaso dos governantes com o
interesse público e a segurança social. Mas a população precisa ficar
refém desta prática nociva?
13. Introdução por Narrativa
O autor usará uma pequena seqüência narrativa a fim de apresentar fatos
de relevância para a construção de sua argumentação.
Saiu cedo para trabalhar, levou o pedaço de pão que será seu
almoço do dia e ficou sonhando com a volta para casa, tarde da noite,
quando espera ter outro pão esperando-o como jantar. Esta podia ser a
rotina de qualquer cidadão trabalhador do país, mas é o dia-dia de
muitas crianças que estão em situação de abandono pela família, pela
sociedade,pelo Estado.
14. Introdução por Enumeração
O autor enumerará fatos, personalidades, etc. a fim de criar um panorama
do tema que será discutido.
País das ideologias
Brasil do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do ouro, de D. Pedro, do
café, de Campos Sales, Floriano Peixoto, Nilo Peçanha ... das oligarquias
dissidentes, do tenentismo, de Getúlio, do Estado Novo, da indústria e do
Plano de Metas de “Juscelinos”, “Jangos”, “Jânios”, renúncias, suicídios,
ditaduras e democracias... Depois de praticamente quinhentos anos da
“descoberta”, onde se encontra o achado europeu?
15. Conclusão
A conclusão deve conter a síntese de tudo o que foi apresentado no
texto, e não somente em relação às idéias apresentadas no último
parágrafo do desenvolvimento.
Não se devem acrescentar informações novas na conclusão, pois, se
ainda há informações a serem inclusas, o desenvolvimento ainda não
terminou
16. Conclusão por Resumo
O autor retoma, resumidamente, o que expôs na redação.
Há, contudo, um elemento fundamental nesse povo sofrido,
nesse país de contrastes. É um elemento que mantém o país na
expectativa de um futuro melhor, indispensável para tornar o Brasil
grande, como são grandes suas riquezas, seu território e sua gente. Esse
elemento é a esperança. Aliada à força de vontade para mudar, para
fazer o país crescer, para trabalhar, a esperança pode conduzir o Brasil
a uma nova história, livre das amarras impostas pelos séculos de
dificuldades.
17. Conclusão por Proposta
O autor faz uma sugestão sobre o que deve ser feito para transformar a
realidade apontada durante o restante do texto.
O materialismo capitalista destruiu o passado, destruiu muitas
das riquezas do país, o índio, a mata, o povo. Na atual mistura de raças,
não se reconhece o indivíduo capaz de valorizar e engrandecer o país.
Deve-se lembrar que o país, essa nação, enfrentou situações terríveis, e
por estar na atual situação, venceu. O potencial é enorme, basta que
este povo seja o primeiro a coletivamente perceber isso e lutar por fazer
de tais riquezas um bem ao país, e não aos que destruíram muito da
fertilidade desta nação. Somos hoje uma semente, livre, que pode fazer
do futuro um motivo de comemoração.
18. Conclusão por Constatação
O autor conclui seu raciocínio através de uma constatação que não foi
expressa anteriormente.
Porém, ao observarmos a Natureza, aprendemos que a mudança
é algo positivo; a adaptação a novas condições é essencial para a
continuidade da vida. Facilidades do mundo moderno devem ser
aproveitadas, por questão de praticidade, conforto, necessidade, e não
como meios ordinários de preencher o espaço da insatisfação pessoal ou
da vaidade do ser humano.
19. Conclusão por Questionamento
O autor parte de um questionamento para concluir seu raciocínio.
Dentro desse contexto, o Brasil entra para o terceiro milênio e
apaga quinhentas velinhas sem ganhar presente! A independência
econômica está longe de se tornar realidade. O que resta é comemorar
com pizza e carnaval? O mais adequado e convincente é deixar a festa para
depois e trilhar o caminho do desenvolvimento próprio. Educar e politizar a
população brasileira, fazer reforma agrária, combater as violências urbana
e rural, investir em programas assistenciais, combater o racismo, tratar a
Saúde, cuidar da Justiça; enfim, reformar toda a estrutura social,
econômica e política brasileira. Talvez, transformar o Brasil em um país
mais igualitário e economicamente independente, requeira outros
quinhentos anos de história, mas estes quinhentos anos podem ser muito
bem comemorados se nós, brasileiros, começarmos a trabalhar desde já.