Maria Madalena descobre a pedra retirada do sepulcro de Jesus e avisa Pedro e o outro discípulo. Os dois correm para o sepulcro, com o outro discípulo chegando primeiro e vendo as ligaduras no chão. Pedro também vê as ligaduras e o sudário enrolado à parte. O outro discípulo vê e acredita na ressurreição, embora ainda não entendessem completamente as Escrituras. O Papa Bento XVI afirma "Cristo ressuscitou, minha esperança".
1. Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro - Sector Mariano
CAMINHADA PARA O TEMPO PASCAL
Vidit et Credidit (Jo 20, 8)
NOTA INTRODUTÓRIA
Eis que, agora, passadas as dores e os sofrimentos da Paixão do Senhor, chega a
hora de, cheios de alegria, meditarmos a luz da Páscoa gloriosa de Cristo, no
caminho da Galileia, ávidos da vinda do Espírito Santo.
Para isso, é-nos proposta esta caminhada, cujo lema é tomado do Evangelho de
João que iremos escutar na manhã gloriosa da Páscoa: “tunc ergo introivit et ille
discipulus qui venerat primus ad monumentum et vidit et credidit” – “Entrou
também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou.”
(Jo 20, 8). Esta declaração de fé por parte do Autor Sagrado impele-nos a,
contemplado o túmulo vazio e atestada esta visão pela Igreja, proclamar a
Ressurreição de Cristo, Senhor da Vida e Vencedor da Morte, pela nossa vida e
testemunho, pela nossa devoção e oração.
Como textos fundantes vamos, novamente, tomar a Liturgia da Palavra dominical
e a Mensagem de Sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI para 47º Dia
Mundial das Comunicações Sociais (à excepção da Semana da Oitava Pascal,
como abaixo está prescrito) de modo a, mais uma vez, escutarmos a Voz do Filho
muito amado pelas Sagradas Letras e pela Tradição da Igreja Apostólica.
2. 1. SEMANA APÓS SEMANA
Começaremos por, na Semana da Oitava Pascal, meditar na beleza deste
momento: a Luz de Cristo que, definitivamente, vence as Trevas do Diabo, do
Tentador, do Pai de Mentira.
Nas subsequentes semanas iremos ter oportunidade de tomar e meditar cada um
dos dons do Espírito Santo, até à grande solenidade do Pentecostes.
Como símbolo desta caminhada, teremos o Círio Pascal que deverá ser adornado
a cada semana, segundo as indicações abaixo.
2. ORAÇÃO
A cada semana ser-nos-á proposto que a nossa oração diga respeito ao Dom do
Espírito que meditámos. Assim, à exceção das semanas das Solenidades da Páscoa
e do Pentecostes, será disponibilizada a oração de acordo com o dom meditado.
Nas duas semanas acima assinaladas propõe-se a oração da sequência prevista
para cada uma das Solenidades.
3. ATITUDE - COMPROMISSO
Nesta caminhada não existe nenhuma atitude concreta para além da tentativa
constante de, a cada semana, cultivar o dom do Espírito Santo que meditamos.
3. … PARA NAVEGAR AO SOPRO DO ESPÍRITO SANTO!
(DA PÁSCOA AO PENTECOSTES)
PÁSCOA DO Testemunhar alegremente a Sequência do
SENHOR Ressurreição do Senhor. Dia de Páscoa
ATIVIDADE Temática Breve explicação do dom do Oração
Espírito Santo Invocação do
Espírito Santo
“Sempre de novo a pequena barca da SABEDORIA (SAPIÊNCIA):
I SEMANA DA Igreja é abalada pelo vento das
PÁSCOA ideologias, que com as suas águas É o dom de experimentar o sabor, Invocar
penetram nela e parecem condená-la a o gosto “conatural” da vida de
Deus, da sua vontade (bondade) o dom
Colar afundar. E contudo, precisamente na
ou Inscrever Igreja sofredora Cristo é vitorioso. amorosa, das realidades divinas e a
da Sabedoria
na vela Apesar de tudo, a fé n'Ele retoma força alegria de servir o seu Espírito. A
a chama da sempre de novo. Também hoje o sabedoria das coisas vividas em
Sabedoria Senhor ordena às águas e demonstra-se Deus não resulta de nenhum
o Senhor dos elementos. Ele permanece esforço cerebral mas é dom do
na sua barca, na barca da Igreja” (Bento Espírito. Os simples «sabem» mais
XVI, Homilia, 29.6.2006) de Deus que os inteligentes...
ENTENDIMENTO
II SEMANA DA “A vida humana é um caminho. Rumo a (INTELIGÊNCIA):
PÁSCOA qual meta? Como achamos o itinerário Invocar
Colar ou Inscrever a seguir? A vida é como uma viagem no É o dom de compreender e
penetrar a Palavra de Deus e o dom
na vela mar da história, com frequência
a chama do enevoada e tempestuosa, uma viagem alcançar o mistério do amor
do
Entendimento na qual perscrutamos os astros que nos proclamado, que é Jesus Cristo, e
Entendimento
indicam a rota. As verdadeiras estrelas ainda o dom de o atualizar; Este
da nossa vida são as pessoas que dom permite o discernimento da
souberam viver com retidão. Elas são presença de Deus... Entender os
luzes de esperança” (Bento XVI, Spe Salvi, apelos de Deus não é uma questão
49) de superioridade intelectual, mas
dom do Espírito àqueles que
humildemente procuram a Deus...
4. CONSELHO:
III SEMANA DA “Mantende viva a vossa fé em Cristo,
PÁSCOA amai a Igreja de que sois membros É o dom do discernimento da Invocar
ativos. À semelhança do que Cristo vontade amorosa de Deus na vida
concreta, dos seus apelos nas o dom
Colar ou Inscrever disse a Pedro, repito a todos: Sede
na vela pescadores de homens. Sobre a barca várias situações e acontecimentos
do Conselho
a chama do da Igreja todos nós devemos remar. da vida e do mundo, da descoberta
Conselho Ninguém se pode limitar a ser dos valores evangélicos, de modo a
espectador. «Toda a Igreja é chamada a viver uma vida santa e agradável a
evangelizar» (E.N.66) (Card. Ângelo
Deus. É o dom da lucidez da fé
Sodano, Homilia no Mosteiro dos para interpretar os
Jerónimos,28.061998) acontecimentos.
FORTALEZA:
IV SEMANA DA “Vimos que a fragilidade humana está Invocar
PÁSCOA presente também na Igreja, que a barca Anima a nossa fidelidade
da Igreja continua a navegar inclusive quotidiana. Trata-se do dom da o dom
Colar ou Inscrever com vento contrário, com tempestades firmeza na opção por Cristo, da
na vela que ameaçam a barca, e às vezes fidelidade à identidade cristã, da da Fortaleza
a chama da pensamos: «O Senhor dorme e força para o “confessar” e anunciar,
Fortaleza esqueceu-nos»” (Bento XVI, Discurso, para crescer na comunhão com Ele
11.06.2012) e na esperança n’Ele. Trata-se
também de um dinamismo de
crescimento e de esperança em
Jesus Cristo. Perseverar no
caminho da fé não é uma questão
de temperamento forte mas um
dom àqueles que procuram e
encontram em Deus a sua força...
5. CIÊNCIA (CONHECIMENTO):
Falando da Igreja disse Santo Trata-se do conhecimento da
V SEMANA Ambrósio: “Ela é esse navio que navega verdade e do erro. O Espírito de
Invocar
DA PÁSCOA bem neste mundo ao sopro do Espírito Deus dá-nos aquilo que a
Colar ou Inscrever Santo, com as velas da Cruz do Senhor linguagem teológica se chama o dom
na vela plenamente desfraldadas” (Catecismo da «sensus fidei», uma espécie de da Ciência
a chama da Igreja Católica, 845) «sexto sentido» da fé. Trata-se da
Ciência ciência comum da vida cristã em
ordem a «ler» a vida e a valorá-la à
luz da Palavra de Deus. Faz a
ligação entre a fé e a Vida.
Apesar de poder parecer às vezes, como PIEDADE:
VI SEMANA sucedeu no episódio evangélico da
DA PÁSCOA tempestade acalmada (cf. Mc 4, 35-41; Lc 8, É o dom da relação confidente e de Invocar
22-25), que Cristo dorme e deixa a sua confiança alegre com Deus e de
Colar ou o dom
uma relação fraterna com os
Inscrever na vela barca à mercê das ondas impetuosas, é da Piedade
pedido à Igreja da Europa que cultive a irmãos. O Espírito é Aquele que
a chama da
certeza de que o Senhor, através do dom reza em nós, Aquele que nos dá a
Piedade
do seu Espírito, está sempre presente e experiência da filiação divina. Ele
ativo nela e na história da humanidade. testemunha interiormente em nós
Ele prolonga no tempo a sua missão, e cria em nós aquela
fazendo da Igreja uma corrente de vida «conaturalidade» (à vontade) da
nova que flui dentro da vida da relação filial com Deus e ao mesmo
humanidade como sinal de esperança tempo é Aquele que realiza a
para todos” (João Paulo II, Ecclesia in Europa comunhão entre nós.
27)
VII SEMANA Os documentos do Concílio Vaticano TEMOR DE DEUS
(DEPOIS DA II, sobre os quais é preciso meditar, são,
ASCENSÃO) também para o nosso tempo, uma Trata-se da nossa dependência Invocar
bússola que permite à barca da Igreja criatural, da nossa adoração de o dom
Colar ou Inscrever fazer-se ao largo, no meio de Deus e também das nossas do Temor
na vela a chama tempestades ou de ondas calmas e limitações e das nossas fraquezas de
do tranquilas, para navegar com segurança perante a santidade e a Deus
Temor de Deus e chegar à meta (Bento XVI, Audiência, 10 de transcendência de Deus. Isto
Outubro 2012). suscita no crente o desejo de uma
conversão constante e permanente.
6. VIGÍLIA E DIA “O Espírito é como o vento que sopra a “Içar a própria vela e desfraldá-la
DE vela da grande barca da Igreja. Esta, com coragem” (J. Paulo II)! Rezar a
PENTECOSTES todavia, considerando bem, vale-se de Sequência do
outras inúmeras pequenas velas que "Chamam por mim as águas, Pentecostes
são os corações de cada um dos Chamam por mim os mares.
TRAZER O batizados. Cada um, caríssimos, é Chamam por mim,
BARCO convidado a içar a própria vela e a levantando uma voz corpórea,
PRONTO, COM desfraldá-la com coragem, para os longes,
O CÍRIO permitir ao Espírito agir com toda a Sua as épocas marítimas
(MASTRO) força santificadora. todas sentidas no passado,
E A (S) VELA (S) Consentindo ao Espírito agir na própria a chamar”.
= 7 DONS DO história pessoal, oferece-se também o
ESPÍRITO SANTO melhor contributo à missão da Álvaro de Campos,
Igreja. Não tenhais medo de Ode Marítima
desfraldar a vossa vela ao sopro do
Espírito! “Faz-te ao mar”!
Deixai que a Sua força da verdade e do (Lc.5,4)
amor anime cada dimensão da vossa
jovem existência” (João Paulo II, Discurso aos
seminaristas, 30-04.1998)
7. DOMINGO DE PÁSCOA
Passo Bíblico: Jo 20, 1-9
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao
sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão
Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes:
«Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu
com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro.
Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais
depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as
ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro,
que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha
estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte.
Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e
acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual
Jesus devia ressuscitar dos mortos.
Da Mensagem Urbi et Orbi do Papa Emérito Bento XVI pela Páscoa de 2012:
«Surrexit Christus, spes mea – Ressuscitou Cristo, minha esperança»
(Sequência Pascal).
A todos vós chegue a voz jubilosa da Igreja, com as palavras que um antigo hino
coloca nos lábios de Maria Madalena, a primeira que encontrou Jesus
ressuscitado na manhã de Páscoa. Ela correu ao encontro dos outros discípulos e,
emocionada, anunciou-lhes: «Vi o Senhor!» (Jo 20, 18). Hoje também nós, depois
de termos atravessado o deserto da Quaresma e os dias dolorosos da Paixão,
damos largas ao brado de vitória: «Ressuscitou! Ressuscitou verdadeiramente!»
Reflexão:
Somos, então, convidados a entrar no Sepulcro. Lá dentro paira silêncio. Não um
silêncio de morte, de fim, mas um silêncio promissor, que deixa prever a
proximidade de algo maior.
A porta rolada, a azáfama daquela mulher, as ligaduras e o sudário, tudo isto é
muito estranho. Não estava Ele morto? Não tínhamos vindo também depositá-l’O
neste nicho, nesta pedra, quando já brilhava a Lua de Sábado? Então como isto
ser?
Eis como: Ele Ressuscitou! Já não há morte, nem fim, nem choro. A luz vem
donde antes só vinha breu, a Vida surge donde antes só surgia morte.
Surrexit Christus, spes mea. De facto, a nossa Esperança não foi em vão. Cristo
venceu, quando já tudo parecia perdido. Acabou a vida finita para a qual
estávamos naturalmente guardados. Surge agora a Vida sem fim para os que a
quiserem abraçar. Surrexit Dominus vere! Aleluia!